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fogo na amazonia

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Amazônia em chamas
As queimadas na Amazônia tiveram sua origem ligada às práticas econômicas desenvolvidas na região, motivadas pelo cenário político brasileiro e sem controle por parte das entidades governamentais. Seu crescimento dá-se a partir da década de 1930, ficado mais intenso após a década de 1970.
Agricultura e pecuária são as principais motivadoras do processo, pois são atividades que necessitam de grandes áreas de terras para acontecerem, por isso, entende-se que o desmatamento é necessário e está ligado ao processo das queimadas na região. Os efeitos do desmatamento e das consequentes queimadas são muitos, as alterações da condição climática e perda da biodiversidade configuram-se como os mais preocupantes e de maior impacto na região.
A origem das queimadas na Amazônia teve seu início com o avanço da fronteira agrícola nacional, que expandiu as áreas de produção e uso do território brasileiro. Algumas políticas governamentais contribuíram para esse processo, como a Marcha para o Oeste, implementada no governo de Getúlio Vargas, a partir de 1930. Essa política contribuiu para o povoamento das regiões Norte e Centro-Oeste, com o surgimento de cidades, a abertura de estradas e o desenvolvimento econômico dessas regiões, favorecendo assim a ocorrência maior da prática de queimadas.
No governo de Juscelino Kubitschek, em 1956, o Plano de Metas também contribuiu com o processo sendo o primeiro passo para a industrialização de todas as áreas do país e para o investimento de capital externo, sendo efetivado no Governo Militar. A criação do Polo Industrial de Manaus (1967) foi o fato de maior impacto na região da Amazônia, pois, para a indústria funcionar, precisa-se de matéria-prima, energia e recursos, e a região da Amazônia conta com bastante recursos disponíveis.
Com a retirada de cobertura vegetal, tanto para o avanço da indústria, quanto para o avanço da fronteira agrícola da região e povoamento, a Amazônia vem sofrendo, ao longo dos anos, com o aumento dos focos de incêndio. Atualmente, tais focos são monitorados e podem ser controlados pela aplicabilidade de políticas públicas ambientais, capazes de propor soluções para tal problemática.
Desmatamento e queimadas
O desmatamento e as queimadas são práticas humanas muito ligadas e consequentes uma da outra. De modo geral, entende-se que, ao realizar-se a retirada da cobertura vegetal, ocorrem as queimadas, pois queima-se as plantas menores para usufruto da madeira de maior porte. No caso da Amazônia, essa lógica é aplicada.
O uso da madeira como matéria-prima (da indústria e da construção civil) e como fonte de energia, e estando associado à técnica da queimada, é algo comum. Atualmente, grandes áreas dos principais biomas do mundo sofrem essas ações desenfreadamente, como é o caso das florestas tropicais e equatoriais (a exemplo da Amazônia e do Cerrado). A Floresta Amazônica vem sofrendo com essas ações de maneira agressiva nos últimos anos.
O avanço da fronteira agrícola e pecuária nessas áreas florestais configura-se como principal motivo da realização dessas atividades. Primeiramente ocorre a extração vegetal, retirando-se a madeira que será utilizada, e depois há a prática da queimada, como forma de eliminar-se arbustos e gramíneas que não servem para a agricultura.
Causas das queimadas da Amazônia
Nos últimos anos, as queimadas na região da Amazônia ganharam um maior destaque, pois trata-se de centenas de milhares de focos de incêndio ao ano, e as motivações para tal ato são bastante diversificadas. Destacam-se três motivos centrais para a realização das queimadas na Amazônia.
O primeiro motivo diz respeito à realização de incêndios ligada ao desmatamento. Retira-se a vegetação considerada boa para uso em outras atividades econômicas, em seguida, faz-se uso do fogo para eliminação dos arbustos que sobram, técnica executada para preparo do solo para a agricultura ou pecuária.
O segundo motivo fica por conta das queimadas realizadas em áreas de agricultura que já existem, que foram desmatadas anteriormente. Elas ocorrem para o preparo do solo, com eliminação de ervas daninhas e fertilização do solo para o desenvolvimento agrícola. O incêndio é uma técnica primitiva bastante eficiente, rápida e barata, esses fatores motivam os grandes proprietários de terra a promovê-lo.
O terceiro e último motivo são os incêndios florestais. Eles podem ser iniciados de maneira acidental, principalmente no período da estiagem, e podem afetar áreas gigantescas de coberturas vegetais, ocasionando impacto direto aos animais, rios e sociedades tradicionais e ribeirinhas. Em alguns casos, eles podem ser considerados criminosos, quando indivíduos realizam-nos de maneira indiscriminada, e acabam com grandes áreas verdes.
Dados das queimadas na Amazônia
A região da Floresta Amazônica é monitorada diariamente por satélites e uma força tarefa do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), no combate aos focos de incêndio. Diversos são os pontos de início dessa atividade, e os dados mostram-nos uma situação intensa e alarmante.
Os dados revelam uma intensificação no aumento dos focos de incêndio na Floresta Amazônica a partir do início do século XXI, com mais de 100 mil focos em 2002 e com o dobro da quantidade dois anos depois, em 2004. No ano de 2005, houve o pico do número de incêndios, mais de 160 mil focos na região. Em 2010, os números também assustam, com mais de 130 mil focos na região.
 A partir de 2011, houve um equilibro nos números, os focos de incêndio na Amazônia Legal encontram-se numa média de 50 mil por ano. Atualmente, em 2020, há cerca de 35 mil casos registrados até o momento.
Apesar de ainda haver desmatamento, segundo Caio Coppolla ( comentarista da CNN ) o Brasil é um dos países que mais preservam o seu meio ambiente.
Segundo Caio Coppolla o Brasil tem 66% de vegetação nativa preservada, a União Europeia tem apenas 25%. Disse também que o tamanho do agronegócio brasileiro é um dos motivos que levam países europeus a realizar essa campanha contra o Brasil.
"O mundo desenvolvido tem dificuldade de competir com produtos agrícolas do Brasil e adotam discursos ambientalista para criar barreiras comerciais. Essas nações acusam o Brasil de transgressões ambientais para tentar colocar a Amazônia sob controle internacional", afirmou.
“Não é teoria da conspiração. Existe toda uma articulação política em países europeus em ano eleitoral para trazer produtores locais e ambientalistas para seu lado,” disse Caio, que relembrou que a ONU considera o Brasil como o país que mais protege seu território, tanto em termos absolutos quanto relativos, e classificou a reação de europeus como “histeria”.
Dados da NASA sobre a agricultura no Brasil
Por: Carlos Sodré Lanna – Agência Boa Imprensa
Como sabemos, a NASA (Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço) é uma agência do governo dos Estados Unidos responsável pela pesquisa e desenvolvimento de tecnologias e programas de exploração espacial.
Essa agência e o serviço geológico dos EUA publicaram recentemente um estudo sobre as áreas cultivadas do nosso planeta a partir de monitoramento feito por satélites.
Em relação ao Brasil, a NASA calculou a nossa área de lavoura em 63.994.479 hectares, correspondentes a 7,6% do total dos 8.515.767.049 km2 do território nacional.
Por sua vez, a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) havia feito esse mesmo cálculo em 2016, também via satélite, chegando a um resultado muito próximo: 65.913.738 hectares ou 7,8%.
Evaristo de Miranda, Coordenador do Grupo de Inteligência Territorial Estratégica – GITE da EMBRAPA. (Foto: Agência Senado). Os números da NASA indicam percentual um pouco menor, mas segundo Evaristo de Miranda — doutor em ecologia e chefe geral da Embrapa [foto ao lado] —, uma pequena diferença de 0,2% é normal entre dados brasileiros e norte-americanos.
O estudo americano, citado em um artigo de Evaristo de Miranda, revela que a maior parte dos países utiliza de 20% a 30% de suas terras com atividades agrícolas,sendo que as nações que integram a União Europeia fazem uso de 45% a 65% de seus territórios para essa finalidade. Miranda afirma em seu artigo que a parcela dedicada pelos produtores à preservação da vegetação nativa e da biodiversidade em seus imóveis rurais corresponde a 21% do nosso território. Informa ainda que são mais de 177 milhões de hectares registrados no CAR (Cadastro Ambiental Rural), sem nenhuma compensação financeira nem ajuda governamental.
Como se vê, trata-se de um cenário muito diverso do apresentado de modo descabido e desonesto por muitos ecologistas desinformados e de visível má fé, pois se percebe que o percentual de áreas destinadas à agricultura no Brasil é extremamente abaixo da média mundial.
Mapeamento
Esses dados e mapas, confirmados agora pela NASA e certamente pelo Censo Agropecuário, deverão ser divulgados para reduzir a visão distorcida sobre a agricultura brasileira. O mapeamento considera que o Brasil possui uma extensão territorial de 845 milhões de hectares, dos quais 63,99 milhões são utilizados como área de cultivo. Bem menos, por exemplo, do que os Estados Unidos, em cujo território de 914 milhões de hectares são cultivados 167 milhões de hectares, o equivalente a 18,34% da área nacional. Evaristo de Miranda destaca que apresentou suas estatísticas durante palestra na SNA (Sociedade Nacional de Agricultura). Em relação à ocupação de nossas terras, ele mostrou que 61% do País são ocupados por vegetação nativa e 38,7% por propriedades rurais, nas quais há 11% de vegetação, 8% de lavouras e florestas, e 19,7% de pastagens.
As cidades macrologísticas e mineradoras, entre outras, somam 11,3 %.
Os números da NASA e da Embrapa podem rebater as criticas das comunidades internacionais de que os agricultores brasileiros são desmatadores. O estudo da NASA demonstra como o Brasil protege e preserva vegetação nativa em mais de 66% de seu território e cultiva apenas 7,6%.
A Dinamarca cultiva 76,8% dez vezes mais do que o Brasil, a Irlanda 74,7%, os Países Baixos 66,2%, o Reino Unido 63,9% e a Alemanha 56,9%.
A maior parte dos países utiliza entre 20% a 30% do território com a agricultura. Os da União Europeia usam entre 45% a 65%, os Estados Unidos 18,3%, a China 17,7% e a Índia 60,5%, enquanto os agricultores brasileiros usam apenas 7,7% com muita tecnologia e profissionalismo, afirma Evaristo de Miranda.
As maiores áreas cultivadas estão na índia (179,8 milhões de hectares), nos Estados Unidos (167,2 milhões de hectares), na China (165,2 milhões de hectares) e na Rússia (155,8 milhões de hectares). Esses quatro países utilizam 36% da área cultivada do planeta. O Brasil ocupa o quinto lugar, seguido por Canadá, Argentina, Indonésia, Austrália e México.
O chefe da Embrapa explica que o trabalho conjunto da NASA e do Serviço Geológico dos Estados Unidos faz um amplo levantamento, com o mapeamento e o cálculo das áreas cultivadas no planeta baseados em monitoramentos por satélites. Durante duas décadas a Terra foi vasculhada detalhadamente, em imagens de alta definição por pesquisadores, que comprovaram os dados publicados pela Embrapa. Os europeus desmataram e exploraram intensamente os seus territórios. A Europa (sem a Rússia) detinha mais de 7% das florestas originais de seus países e hoje tem apenas 0,1%. A soma das áreas cultivadas da França (31.795.945 hectares) com as da Espanha (34.994.709 hectares) equivale àquela cultivada no Brasil (63.994.709 hectares), explica o especialista da Embrapa.
O mapeamento considera que o Brasil tem uma extensão territorial de 845 milhões de hectares, dos quais 63,99 milhões são utilizados para área de cultivo, bem menos que os Estados Unidos. O território americano possui 914 milhões de hectares, dos quais 167 milhões são cultivados, o equivalente a 18,34% da área nacional.
Existe hoje uma verdadeira “psicose ambientalista” nacional promovida nos bastidores do ecoterrorismo para implantar uma “religião” ecológica, igualitária e anticristã no Brasil, como descreve muito bem o Príncipe Dom Bertrand de Orleans e Bragança em seu livro Psicose Ambientalista. Nesta obra, Dom Bertrand afirma que “O Brasil é o principal alvo no fogo cruzado do debate e da pressão ambientalista internacional, com a Amazônia sempre nas manchetes. Engrossam esse coro grupos ambientalistas catastrofistas sustentados por ONGs internacionais”
E prossegue: “Há dois pesos e duas medidas nesse processo, pois sendo a China conhecida como a maior poluidora do universo, ela é incompreensivelmente pouco citada ou pressionada. Seria isso por ‘imunidades diplomáticas’ mútuas de ‘companheiros’ e ‘camaradas’”?
Salvem a Amazônia: das queimadas, da cobiça internacional e da histeria hipócrita .
É provável que as medidas governamentais consigam extinguir ou reduzir extensamente os focos de incêndio que se espalharam pela enorme floresta; mais difícil será debelar a histeria ambientalista da esquerda progressista que instrumentalizou os incêndios para queimar o governo, não importando quanto chamuscado saísse o próprio Brasil. A narrativa em torno das recentes queimadas foi de tal sorte sensacionalista e fabricada que mesmo de dentro da Rede Globo partiram contestações e desmentidos. O próprio jornalista da Globo News, Jorge Pontual, afirmou que a polêmica sobre a Amazônia “chegou a um nível de histeria e muitos erros”.
No Alaska, Groelândia, 11 Estados dos EUA, Angola e Congo, existem mais focos de incêndio do que no Brasil, diz a Globonews. É o que você pode saber neste trecho de vídeo com a fala do jornalista Jorge Pontual. Como se sabe, Globonews e Jorge Pontual não são propriamente amigos do governo Bolsonaro, mas são obrigados a reconhecer que o que há neste momento é uma campanha orquestrada contra o Brasil.
Link - https://www.youtube.com/watch?v=e0U76jnkcLE
O real motivo da histeria
O episódio – que o sensacionalismo da mídia e da militância anti-Bolsonaro elevou à categoria de catástrofe internacional – depreciou a imagem do país no exterior, complicou nossas tratativas de acordos comerciais e chegou até mesmo a alimentar propósitos intervencionistas de alguns líderes europeus, marcadamente o presidente da França, Emmanuel Macron, que produziu falas carregadas de subterfúgios e de desprezo pela soberania brasileira. Repetidamente Macron lançou mão do pronome possessivo para referir-se a uma região que é, na sua maior parte (cerca de 60 por cento), soberanamente brasileira, aproveitando o clima para tentar invalidar o acordo Mercosul-UE, mal visto pelos agricultores franceses.
Num sentido idealizado, tudo que há no mundo é pertencimento de toda a humanidade. Todavia, no estágio de evolução em que nos encontramos, as nações têm seus direitos próprios e exigimos que eles sejam respeitados. Felizmente outros líderes europeus, como a primeira-ministra alemã Angela Merkel e o primeiro-ministro britânico Boris Johnson, já se opuseram a Macron, reforçando inclusive o apoio ao acordo Mercosul-UE. Porém, para que não prospere o discuso falacioso do presidente francês, importa a reação do Brasil, fazendo valer sua soberania, mas também cuidando efetivamente da nossa Amazônia. Aos poucos, a histeria incendiária foi cedendo lugar ao bom senso e o próprio Macron moderou a fala neste domingo afirmando, no âmbito das discussões do G7, que respeitava a soberania do Brasil e que o objetivo deveria ser o reflorestamento. Excelente objetivo e toda ajuda será bem-vinda, devendo o Brasil acrescentar que a Amazônia precisa não só de reflorestamento, mas também de desenvolvimento. Esses dois objetivos devem se equilibrar dentro de um plano que só pode ser realizado sob a liderança de quem tem soberania sobre a floresta: o Brasil. Também neste domingo, numa mesa de reuniões do G7, Angela Merkel foi flagrada dizendo a Emmanuel Macron que ligaria para o presidente brasileiro com intenção de evitar “a impressão de que estamos trabalhando contra ele”; no que foi prontamente apoiada por Boris Johnson: “Sim, acho que isso é importante”.
Só na Amazônia existem mais de 15.000 ONGS 
Em dezembrode 2002, um geógrafo e dois engenheiros agrônomos enviaram um Manifesto ao Presidente da República eleito, Luiz Inácio Lula da Silva *, para denunciar o saque de nossos recursos florestais, a descaracterização do planejamento regional amazônico, o interesse e atuações das NGOs - No Governamental Organizations (ONGs - Organizações não governamentais) e suas subsidiárias do Brasil. Fazendo eco às denúncias da Frente Parlamentar em Defesa do Brasil e da Federação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Aquaviários e Afins (FNTTA), publicada em A Nova Democracia no5 (dezembro/2002), os autores do manifesto-denúncia conclamam a retomada do processo decisório pelo governo, na salvaguarda da soberania e do desenvolvimento nacional.
Da mesma forma, há exigências para o estabelecimento de legislação específica, visando o acompanhamento sistemático das ações das Ongs , transnacionais ou não, em território brasileiro, a partir da apuração dos fatos e em função dos depoimentos prestados à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga, no Senado Federal, denúncias e irregularidades por força da atuação dessas organizações.**
Registros de saque e pirataria da floresta amazônica, nesta última década, vêm estarrecendo a opinião pública brasileira e mundial. A tal ponto que até mesmo os meios de comunicação refratários às denúncias sobre o entreguismo não mais podem evitar o assunto — embora possam atenuá-lo — como o "Jornal Nacional" da Rede Globo, no dia 7 de dezembro. Naquela data, foi necessário dar destaque à pilhagem de madeiras em São Felix do Xingu, no valor de 300 milhões de reais, sem contar os imensos danos causados à natureza. Em particular às reservas de grande biodiversidade.
Ocorrências assim revelam mecanismos bem definidos. Dela participam múltiplos interesses com "o respaldo ativo do aparelho de Estado" e conexões internacionais. Soltas, as grandes ONGs estrangeiras interferem no planejamento regional e mesmo federal. Sem prestar contas à legislação brasileira, elas atuam como "pontas-de-lança" do capital monopolista e de blocos de países hegemônicos do tipo EUA/Inglaterra/ Canadá, Bélgica/Holanda/Alemanha, França/Itália/Suíça e Japão/Indonésia, ao oferecer apoio em recursos humanos e financeiros para a elaboração e execução de programas e projetos no Brasil.
Conhecidas das administrações dos nove "países amazônicos" que fingem ignorar sua presença perniciosa, elas usam codinomes extraídos do glossário humanitário, naturalista, malthusiano, revisionista etc: Amigos da Terra (Friends of the Earth); Canadense para o Desenvolvimento Internacional (CI DA); Fundação Ford; Club 1001; Both Ends; Survival International; Conservation International; Fundação Interamericana (IAF); Fundação MacArthur; Fundação Rockefeller; Fundação W. Alton Jones; Fundação Mundial para a Natureza (Word Wide Fund for Nature—WWF); Instituto Summer de Lingüística (SIL); National Wildlife Federation — NWF The Nature Conservation —TNC; Grupo de Trabalho Europeu para a Amazônia; União Internacional para a Conservação da Natureza (UNIC) e o World Resource Institute — WRI." Algumas delas agindo como verdadeiras centrais de inteligência para grupos de interesses diversos. Inclusive agências de estudos geopolíticos e de estratégias para diversos tipos de atuação. A exemplo das ofensivas no sentido de minimizar as responsabilidades e atribuições de países soberanos, com base no jogo sujo da globalização do pensamento e do mercado.
Como não se restringem às áreas de mineração, explorações agrícolas e pecuárias, agroindustrialização, manejo florestal, prospecção para exploração de gás e petróleo, saneamento ambiental urbano e ao chamado "desenvolvimento integrado sustentável", é no extrativismo e no ecoturismo em locais estratégicos, que as ONGs se tornam as grandes hospedeiras — com financiamentos de bancos e agências do capital financeiro mundial. Ainda mais quando têm à frente "antigos e recém saídos dirigentes de estatais, organismos ministeriais e instituições públicas dos estados e municípios."
A perda do território amazônico
Grandes extensões florestais na Amazônia Brasileira e da sul-americana, desde a década de 70, vêm se tornando propriedade de corporações estrangeiras e de "associadas" nativas nos países do bloco amazônico. É importante recordar que a nova onda de integração de terras, nos mais diversos países da América Latina, tem início no final da década de 60 e início dos 70 —, coincidindo com financiamentos de bancos estrangeiros, imediatamente convertidos em planos de desenvolvimento regionais e operações das casas bancárias nativas ligadas aos primeiros. Dá-se o fortalecimento de aparatos latifundiários (cujos nomes de batismo seguidamente são retificados), porém, mantendo o sobrenome de "reforma agrária", etc. Surge uma infinidade de siglas exóticas, correspondentes a projetos regionais, com autarquias, institutos, secretarias e conceitos. Inclusive a "ciência" do ambientalismo, colocada no ápice da pirâmide de saberes sociais, hierarquicamente sintonizada com os projetos regionais. A charlatanice do ambientalismo repousa em pretensas soluções que buscam impor as leis da Natureza para a sociedade. Além de partirem da presunção de que a crise ecológica é uma crise moral e não uma crise do imperialismo.
A cognominada Última Fronteira Agrícola, desde 1964, conheceu inúmeras ações federais de capital concentrador com similares em todo Continente latino-americano, como: Operação Amazônica, Sudam; Rodovia Trans-Amazônica; Programa de Integração Nacional — PIN, 1970; Programa de Redistribuição de Terras e Estímulo à Agroindústria do Norte e do Nordeste — Proterra, 1971; Polamazônia, 1974; Projeto de Desenvolvimento Regional Integrado — PDRI; Probor I, II, III (1972,77,81), representando inúmeros projetos de colonização, agropecuária e extrativismo. Particularmente, acordos lesivos aos interesses nacionais jogaram por terra todos os pontos do Pacto Amazônico — acordo que surgiu entre os países do bloco amazônico para interromper as tentativas de desterritorialização da Amazônia sul-americana.
Nesse momento surgem áreas de proteção, começando pelas "reservas extrativistas, dando continuidade às "reservas indígenas", "parques nacionais" e "estaduais", além das "florestas nacionais". Na realidade, são reservas estratégicas do capital financeiro que chegam a proibir a presença de empresários nativos não-associados nessas áreas, e tornam, automaticamente, inoperantes a vigência de leis editadas pelo governo brasileiro que possam destoar do processo de integração. Tratam-se de imensas faixas de solo, subsolo e espaço aéreo, destinadas à apropriação, incorporação e desterritorialização (principalmente da selva), sendo que uma parte do território, há muito, já se encontrava loteada.
Particularmente na Amazônia, o mais recente processo de transferência de imensas áreas no campo, geralmente ocorre através de concessões de terras públicas para o chamado "manejo florestal sustentado" — ou dito de outra maneira, para a exploração madeireira, que o governo quer "racionalizada", e com incentivos de toda ordem. Tudo com o respaldo do Ministério do Meio Ambiente da administração Cardoso que "há dois anos sugere a criação de uma Agência Nacional de Florestas e a feitura de uma legislação especial, no âmbito federal."
Se a proposição legislativa passar, instituirá um verdadeiro "contrato de risco para as florestas, a biodiversidade, as unidades federativas e a soberania nacional, dado que as possíveis desavenças contratuais deverão cingir-se aos foros internacionais".
A propósito, o Ministério Público do Acre investiga pedido de empréstimo de 79,2 milhões feito pelo governo do Estado ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em que a administração estadual teria concedido, em garantia, a concessão de quatro florestas acreanas — totalizando 600 mil hectares — para a exploração de madeiras nobres. Há denúncias de movimentação, na região, de duas madeireiras com sede na Coréia do Sul, duas na Malásia, outra no Canadá e mais umana África do Sul.
Esses planos gestados na administração Cardoso são "primários e apresentam inconsistências e contradições insanáveis". Aparentemente progressista, porque poderia expandir para cinqüenta milhões de hectares (equivalente ao território da França ou do estado de Minas Gerais) as ditas Florestas Nacionais (Flonas), que hoje ocupam área de oito milhões de hectares na Amazônia, a legislação especial permitiria que essa Floresta Nacional fosse objeto de concessões aos interesses e empresas de outros países sob o jargão do "manejo florestal sustentável" — na verdade, a destruição das florestas nacionais. Como aconteceu com as florestas da Ásia e da África, submetidas a esse mesmo tipo de empreendimentos, ou "manejos" — se sustentáveis em termos de autodeterminação, já seria inviável em termos de acompanhamento e avaliação, a julgar pelos recursos humanos e materiais disponíveis pelo IBAMA. Essa proposta de legislação nada mais é que a jurisprudência da pilhagem e da devastação. Que o digam os desmatamentos e as queimadas no chamado "cinturão do fogo", abarcando o sudoeste do Maranhão, sul do Pará, norte de Mato Grosso e quase todo o estado de Rondônia. Ou ainda o "abate, transporte, comércio clandestino e exportação de madeiras nobres, do tipo mogno, cerejeira, maçaranduba e outras."
Documentos, relatórios e publicações de autoria do Ministério do Meio Ambiente, na administração Cardoso, *** têm demonstrado, ainda, a intenção de praticar uma outra calamidade sem paralelo. Trata-se de "liberar as exportações de madeira tropical em toras para os casos específicos dessas concessões em meio às Florestas Nacionais (Flonas), assentadas em terras públicas, como medida de sustentação e rentabilidade aos empreendimentos". E já se ouve falar no financiamento em longo prazo — trinta ou quarenta anos — do BNDES, tendo em vista a complexidade das operações e as "incertezas" sobre os preços da madeira nos mercados internacionais.
Outras ações de "parcerias" com Ongs de atuação transnacional, com idêntico respaldo de dirigentes do Ministério do Meio Ambiente da Administração Cardoso, e a autorização da Secretaria de Biodiversidade e Florestas, podem ser detectadas. Para citar um caso, há a "parceria" com a Conservation International (CI), "uma das ONGs mais poderosas do Planeta", ligada ao Banco Mundial e a USAID (Associação Internacional de Desenvolvimento). Bem conhecida na América Latina, a CI tem atuação à frente da gestão de parques e reservas naturais na Bolívia e no Peru — neste último país estão localizadas as maiores reservas petrolíferas, cujas concessões pertencem à Mobil Oil e à Shell. Os interesses dessa ONG concentram-se, ainda, no Golfão Marajoara (Foz do Rio Amazonas) onde, também, já se encontram a British Petroleum Amoco e a Exxon-Mobil.
* O Manifesto-denúncia, do qual publicamos um resumo, é da autoria de Aziz Ab'Saber — geógrafo, ex-Presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e professor da Universidade de São Paulo; Mauro M. Victor — engenheiro, pesquisador científico do Instituto Florestal de São Paulo e seu ex-Diretor Geral, foi consultor das Nações Unidas (FAO) e participou da elaboração do Projeto FLORAM; Flávio Garcia - engenheiro, assessor parlamentar na Câmara dos Deputados, ex-consultor da ONU para assuntos da Amazônia, servidor aposentado do CNPQ/Ministério da Ciência e Tecnologia.
** O Acre também foi "premiado" com financiamentos do Programa Piloto de Bosques Tropicais (PPG7), da Alemanha e do Programa Nacional de Meio Ambiente (PNMA), pelo Banco Mundial. A Organização Internacional Timber (ITTO) desenvolveu um projeto para o Bosque Estatal de Antimari, planificando seu manejo florestal. O Estado vem recebendo, ainda, o apoio de assistência técnica bilateral, entre outras do Canadá. Por meio do projeto GEF/WWF, recebe assistência para promover algumas novas unidades de conservação, ou "proteção integral".
*** Ver: Programa Nacional de Florestas PNF / 2001; Florestas Nacionais na Amazônia, 2002; Informações e Sugestões para a criação de Florestas Públicas na Amazônia, 2002; Rentabilidade da Produção de Madeira em Terras Públicas e Privadas na Região de Cinco Florestas Nacionais da Amazônia, 2002; Perspectivas Estruturais da Comercialização de Produtos Florestais, 2002; e Abertura das Exportações Brasileiras de Madeiras Tropicais em Toras. Um ensaio de Tendências, 2002.
Ver também: Amazônia Sustentável: limites e oportunidades para o desenvolvimento rural, Robert R. Schneider e outros, Brasília, Banco Mundial, Belém, IMAZON, 2000.
O que o governo atual pretende fazer para diminuição das queimadas e desmatamento.
O governo Jair Bolsonaro planeja manter, até o fim de 2022, as Forças Armadas na linha de frente do combate às queimadas e ao desmatamento ilegal na Amazônia. A ideia é estender as ações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), realizadas em 2019 e neste ano, na chamada "Operação Verde Brasil".
A estratégia está registrada em metas do Conselho Nacional da Amazônia Legal, enviadas no fim de agosto pelo vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) ao ministro da Economia, Paulo Guedes. Obtido pelo Estadão, o documento prevê adotar "linhas de ação" com custo mais baixo ao manter militares na Amazônia, mas não detalha qual seria esse valor. Não há solicitação de valores nem de recursos.
As discussões do conselho ocorrem no momento em que o Brasil é pressionado por investidores, governos e movimentos sociais a reduzir queimadas e o desmatamento na região. Há, ainda, uma disputa entre a ala militar e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, por recursos para aquela área. No fim de agosto, o ministro ameaçou paralisar atividades na Amazônia por falta de verba.
Mesmo com a ação das Forças Armadas, o Brasil encerrou o mês de agosto com o segundo pior resultado de queimadas na Amazônia, nos últimos dez anos. O número de alertas de desmatamento na região em 2020 foi 34% maior do que em 2019. Em entrevista ao Estadão, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, confirmou que está "mais ou menos acertada" a permanência dos militares até o fim de 2022 na Amazônia. "Essa GLO foi tratada exatamente para reduzir as queimadas e os desmatamentos. E as Forças Armadas estão entrando basicamente com o apoio logístico e um apoio cerrado às ações de repressão a essas atividades", afirmou.
As GLOs ocorrem de uma forma excepcional, sob comando expresso do presidente e duração definida. De acordo com o artigo 5.º da Constituição, "O emprego das Forças Armadas na garantia da lei e da ordem deverá ser episódico, em área previamente definida e ter a menor duração possível." Foi um reforço de segurança aplicado, por exemplo, em greves policiais, nas visitas do papa Francisco e na Rio+20. Como exemplo ainda do prazo curto, a medida foi empregada 29 vezes entre 2010 e 2017. No ano seguinte, foi adotada uma das mais longas e famosas até agora: a da intervenção federal no Rio, que durou 319 dias. O documento do Conselho não detalha se haverá extensão da GLO ou criação de várias "fases". O orçamento inicial da Operação Verde Brasil 2 é de R$ 60 milhões.
A presença de militares em ações de conservação ambiental está sob questionamento no Supremo Tribunal Federal. A ministra Cármen Lúcia deu, na quarta-feira, um prazo de cinco dias para o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, informarem operações na fronteira, terras indígenas e unidades de conservação dos Estados da Amazônia Legal. A medida do Supremo partiu de ação movida pelo Partido Verde. No sábado, Heleno questionou o despacho de Cármen Lúcia. Pelo Twitter, o ministro afirmou que, em vez de pedir informações sobre a atuação de militares na Operação Verde Brasil 2, Cármen deveria questionar "o que seria da Amazônia sem as Forças Armadas?".
Os ofícios do conselho mostram, ainda, vontade do governo de reestruturar órgãos estratégicos para preservação do meio ambiente, como o Ibama, ICMBio, Incra e Funai. O governo ainda deseja integrar dados, financiar a compra de satélitenacional - cuja competência é contestada - e criar novos mapas da Amazônia Legal.
A Associação Nacional dos Servidores de Meio Ambiente (Ascema) divulgou sexta um "dossiê" sobre ações do governo para "desmontar" órgãos que atuam na preservação ambiental no País. A entidade afirma que servidores de carreira têm sido substituídos por militares ou policiais militares "experientes, porém obedientes". Essas medidas, para a Ascema, mostram "intencionalidade do enfraquecimento da área ambiental na atual gestão."
A "reativação do Fundo Amazônia e financiamento internacional" está entre as ações previstas pelo conselho. O Brasil perdeu repasses da Alemanha e da Noruega para o fundo, no ano passado, por divergências sobre a gestão dos recursos. Em evento no Palácio do Planalto, há uma semana, Bolsonaro minimizou o apoio externo. "Se um dia nós precisarmos de recursos de outros países, poderemos aceitá-los, mas serão de países que tenham exatamente os mesmos ideais nossos, de democracia e liberdade", disse ele.
O conselho dirigido por Mourão, no entanto, tem planos de reaproximar investidores. Até o fim de 2020, o órgão espera realizar "diagnóstico dos projetos em curso" com recursos do fundo, além de negociar para "destravar" os repasses. Após a pandemia, a ideia é realizar uma "missão de reconhecimento à Amazônia Legal" com embaixadores estrangeiros.
Se for cumprido o cronograma traçado por auxiliares de Mourão, o conselho terá gabinetes em Brasília (DF), Manaus (AM) e Belém (PA). No documento, o órgão não expõe propostas para reduzir a devastação na região, mas elaborar até outubro "metas realistas" de desmatamento e de queimadas ilegais está entre as responsabilidades do Ministério do Meio Ambiente.
'Militarização'
Assessora política do Instituto de Estudos Socioambientais (Inesc), Alessandra Cardoso afirma que o governo, ao recorrer às operações de GLO, quer "fortalecer a militarização da Amazônia". "Simulando uma situação inverídica de 'esgotamento dos instrumentos destinados à preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio', como preconiza uma GLO", observou. Segundo levantamento do Inesc, a Defesa tem quase R$ 1 bilhão em recursos para utilizar em operações na Amazônia. Apenas as operações Verde Brasil de 2019 e deste ano somavam R$ 44,62 milhões e receberam aporte de R$ 410 milhões por meio de crédito suplementar.
Questionado sobre os planos do conselho, o Ministério da Defesa disse que "as Forças Armadas irão continuar cumprindo todas as missões que forem determinadas em lei". "Até 1.º de setembro, a Operação Verde Brasil já contabilizava números expressivos, que representam o somatório dos esforços de todos os órgãos e agências envolvidos, trabalhando de forma coordenada. Foram realizadas 27.175 inspeções, patrulhas, vistorias e revistas. E inutilizadas 443 máquinas de serraria", informou.
Segundo o ministério, foram apreendidos 765 embarcações, 221 veículos diversos, 372 quilos de drogas, 28.830 mil metros cúbicos de madeira e embargados 98.972 hectares. "Também foram aplicadas 1.682 multas, que alcançam um total de R$ 626.138.053,75."
A pasta destacou, ainda, que a compra de um satélite permitiria ampliar a capacidade de proteger a Amazônia, além de contribuir "para a soberania nacional". Procurados, os Ministérios do Meio Ambiente e da Justiça, além da Vice-Presidência da República, não responderam aos questionamentos da reportagem sobre metas do Conselho Nacional da Amazônia Legal. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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