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21.10.2020 Introdução a Propedêutica Aula 11 – Dr.Petronio Generoso Exame Abdominal Normal O abdome, ou a cavidade abdominopélvica, situa-se entre o diafragma torácico e o diafragma pélvico e contém duas cavidades contínuas, a cavidade abdominal e a cavidade pélvica, envoltas por uma parede flexível com muitas camadas de músculos e tendões laminares. Esta cavidade estendida aloja a maioria dos órgãos do sistema digestório, o baço e partes dos sistemas urinário e genital. Revestindo essa cavidade e dobrando-se sobre as vísceras, como o estômago e os intestinos, estão os peritônios visceral e parietal. Fígado Situa-se principalmente no QSD, na altura da 7ª à 11ª costela no lado direito e no hipocôndrio direito, abaixo do músculo diafragma, estendendo-se até o hipocôndrodrio esquerdo. Inferiormente, o fígado segue a margem costal direita. Baço Localizado intrapetironealmente no QSE, no hipocôndrio esquerdo. Está associado posteriormente com as costelas esquerdas 9ª a 11ª. Separado delas pelo diafragma e pelo recesso costodiafragmático. O baço normalmente não desce abaixo da região costal e repousa na flexura esquerda do cólon. Rins São órgãos retroperitoneais e habitualmente não são palpáveis. O ângulo costovertebral (ACV) – constituído pela borda inferior da 12ª costela e pelos proces sos transversos das vértebras lombares superiores – define a região onde é realizada a manobra de Giordano. Devido ao grande tamanho do lobo direito do fígado, o rim direito encontra-se em um níveis um pouco inferior quando comparado ao rim. Limites Abdominais Face Anterior o Desde a linha 5ª a 6ª cartilagem costal até a linha que se inicia na sínfise púbica, segue pelo ligamento inguinal, pela crista ilíaca e se estende posteriormente até a altura da 5ª vertebra lombar. Face Posterior o Desde a linha 10ª costela, prolongando-se até encontrar a 12ª vértebra torácica, até o prolongamento posterior da linha que passa pela crista ilíaca até a 5ª vértebra lombar. 2 Divisão do Abdome Quadrantes o Superior Direito o Superior Esquerdo o Inferior Direito o Inferior Esquerdo 9 Regiões 1. Hipocôndrio Direito 2. Epigástrica 3. Hipocôndrio Esquerdo 4. Flanco Direito 5. Mesogástrica (umbilical) 6. Flanco Esquerdo 7. Fossa Ilíaca Direito 8. Hipogástrica ou Supra- púbica 9. Fossa Ilíaca Esquerdo Topografia abdominal e a projeção de suas vísceras para correlacionar os achados do exame físico e seus pontos de referencia. O exame do abdome deve ser realizado no sentido horário; vários órgãos são, com frequência, palpáveis. As exceções são o estômago e grande parte do fígado e do baço, que ficam na parte alta da cavidade abdominal sob o diafragma, onde estão protegidos pelas costelas torácicas e além do alcance da mão do examinador. A cúpula diafragmática situa-se na altura aproximadamente do quinto espaço intercostal anterior. Estruturas Abdominais por quadrante Quadrante Superior Direito Fígado, Vesícula biliar, piloro, duodeno, flexura direita do colo (flexura hepática do cólon) e cabeça do pâncreas Quadrante Superior Esquerdo Baço, flexura esquerda do colo (flexura esplênica do cólon(, estômago, corpo e cauda do pâncreas e colo transverso. Quadrante Inferior Esquerdo Colo sigmpoide, colo descendente, ovário esquerdo Quadrante Inferior Direito Ceco, apêndice, colo ascendente, ovário direito No quadrante superior direito (QSD) do abdome, a consistência amolecida do fígado torna difícil palpá-lo através da parede abdominal. A borda inferior do fígado, a margem hepática, é frequentemente palpável na altura do rebordo costal direito. A vesícula biliar, que está localizada sob o fígado, e o duodeno, situado mais profundamente, não são comumente palpáveis. Avançando medialmente, o examinador acompanha as costelas até o processo xifoide, que protege o estômago. A aorta abdominal (a parte abdominal da aorta segundo a TA) apresenta, com frequência, pulsações visíveis, sendo habitualmente palpável na parte superior do abdome ou no epigástrio. Em um nível mais profundo, o polo inferior do rim direito e a extremidade da 12ª costela (flutuante) pode ser palpável, principalmente em crianças e indivíduos magros com musculatura abdominal relaxada. No quadrante superior esquerdo (QSE) do abdome, o baço situa-se lateral e posteriormente ao estômago, logo acima do rim esquerdo, na linha axilar média esquerda. A sua borda superior repousa contra a cúpula diafragmática. A 9ª, a 10ªe a 11ª costelas protegem a maior parte do baço. Em uma pequena porcentagem dos adultos, a extremidade (ponta) do baço pode ser palpável abaixo do rebordo costal esquerdo (em contraste com o aumento esplênico facilmente palpável ou esplenomegalia). O pâncreas não pode ser palpado nos indivíduos saudáveis No quadrante inferior esquerdo (QIE) do abdome, com frequência se pode palpar o colo sigmoide de consistência firme e formato estreito e tubular. Algumas partes dos colos ascendentes transverso também são palpáveis, principalmente se houver fezes em seu lúmen. Na parte inferior da linha média encontram-se a bexiga, o promontório da base do sacro, consistindo na borda óssea anterior da 3 primeira vértebra sacral (S I) (às vezes confundida com um tumor) e, nas mulheres, o útero e os ovários. No quadrante inferior direito (QID) do abdome, localizam-se as alças intestinais e o apêndice, na base do ceco, próximo à junção do intestino delgado com o intestino grosso. Estes órgãos não são palpáveis nos indivíduos hígidos. Técnicas de Exame Explique as etapas de exame do abdome ao paciente. Procure um local com boa iluminação. O paciente deve estar com a bexiga vazia. Posição do paciente: decúbito dorsal, com os braços ao lado do corpo ou cruzados sobre o tórax. Preste atenção especial em resguardar o paciente durante a exposição do abdome (cubra com lençol ou avental no nível da sínfise púbica). Antes de começar: o Solicite ao paciente que indique as regiões com dor, de modo a serem examinador por último. o Aqueça as mãos e o estetoscópio. o Não deixe as unhas compridas. o Fique de pé ao lodo direito do paciente. o Visualize cada órgão na região que você estiver examinando. o Observe atentamente a face do paciente, à procura de sinais de dor ou desconforto. o Se necessário, distraia o paciente com conversa ou perguntas. Inspeção 1º observe a aparência geral do paciente – deitado tranquilamente, contorcendo-se com desconforto ou apertando um lado. o Examine também as regiões inguinal e femoral. o O abdome se mostra simétrico? o Há órgãos ou massas visíveis? Cicatriz Umbilial o Contorno o Localização o Sinais de inflamação o Protrusão Pilificação – distribuição o Padrão feminino o Padrão masculino Pele o Temperatura o Coloração o Cicatrizes o Estrias o Veias dilatadas Propedêutica do Abd ome 1. Inspeção 2. Ausculta 3. Percussão 4. Palpação *Exame do abdo me deve ser realizado no sent ido horário. 4 o Erupções ou equimoses Tipos de Abdome Peristaltismo o Pacientes magros o Indivíduos de idade avançada o Abdomes flácidos Observados: o Regiões mesogástrica ou o Fossa ilíaca direita Pulsações o Pacientes magros em decúbitos dorsal → pulsação supraumbilical da aorta abdominal o Patologicamente, a pulsatilidade da aorta abdominal pode ser vista quando há dilatação aneurismática. Ausculta Fornece informações sobre motilidade intestina; Diafragma do estetoscópio é apoiado suavemente sobre o abdome; Ruídos hidroaéreos (RHA) → Ruídos intestinais o Sons normais – estalidos e gorgolejos. o Frequência estimada de 5 a 34 por minutos. Ocasionalmente, são auscultados gorgolejos prolongados de hiperperistaltismo no “estômago roncando”, chamados de borborigmo.Ruídos hidroaéreos (RHA) → Ruídos intestinais o Aumentados • Diarreia • Fase inicial da obstrução intestinal o Diminuídos ou ausentes (após 2 min) • Obstrução intestinal • Íleo paralítico • Peritonite Sopros: sons vasculares semelhantes a bulhas cardíacas na aorta ou em outras artérias no abdome. Atritos: são raros e caracterizam-se por serem ruídos rasgantes e que variam com a respiração. Indicam inflamação da superfície peritoneal de um órgão (p.ex.: no tumor hepático). Ausculta à procura de sopros. Percussão 2 sopros fundamentais: o Timpânico (para vísceras ocas e no espaço de Traube) o Maciço (para vísceras sólidas, tumores, cistos e ascite) O Hipertimpanismo está presente, por exemplo, em casos de meteorismo e pneumoperitônio. Percussão do Fígado Borda Inferior 5 o Começando em um nível abaixo do umbigo no QID (em uma região de timpanismo, e não de macicez) o Percuta suavemente para cima em direção ao fígado; o Identifique a borda inferior da macicez hepática na linha hemiclavicular. Borda superior o Começando na linha do mamilo o Percuta no sentido caudal ao longo da linha hemiclavicular até que o som claro pulmonar se torne a macicez do fígado. Hepatimetria o Determina-se, em centímetros, a distância entre os dois pontos – os limites verticais da macicez hepática. o Normalmente, a hepatimetria, é maior em homens do que em mulheres e em pessoas mais altas em comparação a pessoas mais baixas, Media a distancia entre os pontos com fita métrica Espaço de Traube O estômago apresenta uma porção protegida pela parede torácica cuja projeção percussória constitui, o espaço de Traube, delimitado, inferiormente, pelo rebordo costal esquerdo, superiormente, pelo 6º espaço intercostal esquerdo, medialmente, pelo esterno, e, lateralmente, pela linha axilar anterior. A percussão desse espaço é timpânica devido à bolha gástrica. *Sua percussão normal descendo do 5- 6 espaço intercostais. Acima da linha axilar anterior, na inspiração de um baço normal, auscultará um som timpânico. *Na inspiração, quando o baço é maior, terá um som maciço em um lugar têm som timpânico. Grau de Esplenomegalia Quando há aumento de tamanho do baço, isso ocorre anterior, inferior e medialmente, e com frequência se observa a substituição do timpanismo do estômago e do colo pela macicez de um órgão sólido. Quando isso ocorre, passa a ser palpável abaixo do rebordo costal. Macicez à percussão sugere aumento esplênico, mas pode não ser encontrada quando o baço aumentado fica acima da margem costal. O exame do paciente continua a partir do lado direito dele. Rins - Técnica de Percusão Punho Percussão para determinar se isso provoca dor no ângulo costovertebral Técnica: Examinador coloca a mão espalmada (Fig.1) ou sem a mão (Fig.2) sobre o ângulo costovertebral e, a seguir, desfecha um golpe com a superfície ulnar do punho. 6 Dor punho- percussão = Sinal de Giordano + costuma ser positivo em pacientes com distensão da cápsula renal, por obstrução ou infecção, mas também pode ser de natureza musculoesquelética. Palpação Objetivo: determinar a posição e as características de cada órgão. Palpação Superficial: o Sensibilidade (ex.: dor na parede abdominal) o Temperatura o Tensão o Desníveis (ex.: massas ou órgãos superficiais) o Também ajuda a tranquilizar e relaxar o paciente Palpação Profunda: o Explorar as estruturas intra- abdominais situadas na profundidade. Palpação Superficial Técnica o Mão e o antebraço no plano horizontal, com os dedos juntos e retos sobre a superfície abdominal. o O abdome é palpado com movimentos leves e suaves o O examinador, ao deslocar a mão de uma região para outra, eleva-a um pouco acima da pele o Todos os quadrantes são palpados com movimentos suaves e uniformes. Palpação Profunda Técnica o Usando as superfícies palmares de seus dedos, palpe todos os quatro quadrantes o Verifique se há quaisquer massas e registre sua localização, forma, tamanho, consistência, hipersensibilidade, pulsações e mobilidade com a respiração ou com a mão examinadora. o Correlacione os seus achados de palpação com as observações colhidas pela percussão. o Usando as superfícies palmares de seus dedos, palpe todos os quatro quadrantes. o Verifique se há quaisquer massas e registre sua localização, forma, tamanho, consistência, hipersensibilidade, pulsações e mobilidade com a respiração ou com a mão examinadora o Correlacione os seus achados de palpação com as observações colhidas pela percussão. Técnica – Fase de penetração das mãos o Colocar as mãos como na técnica bimanual abaixo do ângulo de Charpy (processo xifoide), iniciando a penetração 7 empurrando a pele para cima em direção ao tórax (“dar pele”). o Em seguida, no fim de cada expiração penetram-se gradativamente as mãos até atingir uma resistência. o Atingindo os planos profundos e com a pele do abdome enrugada, o médico mantém a profundidade conquistada e realiza o deslizamento, sempre na fase expiratória, cessando na inspiratória, no sentido que é variável conforme o seguimento estudado. o Procede-se à continuação de palpação executando outros “enrugamentos” da pele com uma das mãos, ao passo que a outra permanece na posição da profundidade já explorada. o Progride-se a palpação, então, dessa maneira: pela linha mediana até a altura do promontório, desviando da cicatriz umbilical e, em seguida, para a fossa ilíaca direta. o Após, retorna-se à palpação na altura do promontório, dirigindo-se para a fossa ilíaca esquerda. Fígado – Palpação Técnica Bimanual/ Técnica de Lemos Torres o Mão esquerda abaixo do gradeado costal à direita o Mão direita palpa na inspiração o Palpação iniciada bem próximo à margem costal direita gera riscos de não perceber a extremidade inferior de um fígado aumentado que se estende até o QID. Técnica do “gancho”/ Mão em Garra/ Técnica de Mathieu Cardarelli o Examinador fica à direita do tórax do paciente o Coloca as duas mãos, lado a lado, sobre o lado direito do abdome, logo abaixo da borda da macicez hepática o Pressiona com os dedos para dentro e para cima, em direção ao rebordo costal. 8 o Solicita ao paciente que inspire pafundamente o A borda hepática é palpável com as polpas digitais das duas mãos Baço – Técnicas de palpação Técnica Bimanual/ Técnica de Lemos Torres o Médico deve estar à direita do paciente, em pé e olhando para a cabeça deste o O paciente precisa estar em decúbito dorsal. *Baço não é palpável normalmente. o Técnica: colocar a mão esquerda sobre o gradeado costal, fazendo pressão a fim de levantar o baço. A mão direita é colocada sobre a parede anterior do abdome, palpando com o bordo radial, de modo a sentir o baço na sua descida inspiratória. Técnica do “gancho”/ Mão em Garra/ Técnica de Mathieu Cardarelli o Médico deve estar à esquerda do paciente, voltando para os pés deste. o Paciente deve estar em decúbito dorsal ou semi- decúbito lateral direito. o Técnica: com as mãos paralelas, com dedos em garra, palpar desde a fossa ilíaca direita em direção ao hipocôndrio esquerdo. A palpação é superficial e deve-se sentir a borda do baço descer de encontro às mãos do examinador durante a inspiração. Posição de Shuster o Paciente em semi-decúbito lateral direito com membro inferior fletido. o O Examinador posicionado a direita. o Mão esquerda apoiando o gradeado costal, e com a mão direita desde a cicatriz umbilical até rebordo costal. Rins - Técnica de Palpação 9 o Rim direito normal pode ser palpável, especialmente em pessoas magras e com bom relaxamento muscular o Para capturar o rim direito, o examinador no lado direito do paciente o Tente elevar o rim com a mãoesquerda sob o dorso do paciente e com a mão direita palpe profundamente o QSE do abdome Rins Esquerdo - Técnica de Palpação 1. Fique à esquerda do paciente Introduza a mão direita entre o dorso do paciente, logo abaixo e paralelamente à 12ª costela, e com as pontas dos dedos apenas tocando o ângulo costovertebral. Eleve a mão, tentando deslocar o rim para frente. 2. Coloque a mão esquerda no QSE do abdome, lateral e paralelamente ao músculo reto do abdome. Solicite ao paciente que inspire profundamente. No pico de inspiração, pressione com firmeza a mão esquerda e profundamente no QSE, logo abaixo da margem costal. 3. Tente “capturar” o rim entre suas duas mãos Solicite ao paciente que expire e, depois, prenda a respiração por um breve período. Libere lentamente a pressão, procurando ao mesmo tempo sentir o rim voltando para a sua posição expiratória. Se o rim for palpável, devem ser descritos seu tamanho, seu contorno e se há dor à palpação. o Examinador do lado direito do paciente, buscando capturar o rim; o Mão esquerda como apoio nas costas do paciente e a mão direita realizado a palpação profunda. Aorta Abdominal- Técnica de Palpação Palpação da aorta abdominal utiliza o processo da palpação profunda e deslizante desde o epigástrio até 1 ou 2 dedos abaixo do umbigo, em uma linha mediana, um pouco à esquerda. O reconhecimento da aorta é feito por sua pulsatilidade Propedêutica do Reto e Canal Anal Inspeção - Região perineal Estática 10 Avaliar possíveis: o Abaulamentos (hemorroida, prolapso retal, pólipos) o Lesões de pele da borda anal: cicatrizes, liquenização (devido a prurido crônico), fissura, lesões venéreas, lesões eczematosas, plicomas o Descrever: tamanho, extensão, localização) Inspeção dinâmica é realizada da mesma forma, porém com esforço evacuatório realizado pelo paciente. Objetiva-se identificar eventuais exteriorizações de mamilo hemorroidário, pólipos, tumores pediculados e outras eventuais lesões da ampola retal. Toque Retal Toque Retal – se necessário: o Sangramento gastrointestinal o Suspeita de Obstrução Intestinal Avaliar: o Tonicidade do esfíncter anal o Elasticidade o Dor o Sangue Técnica 1º deve-se palpar a ânua levemente para relaxar o esfíncter externo. Depois, seguir introduzindo o indicador, com luva e lubrificante, lentamente no ânus. Dor As características da dor visceral variam; ela pode ser sentida como corrosão, queimação, cólica ou ser vaga e imprecisa. Quando é intensa, pode vir acompanhada de sudorese, palidez, náuseas, vômitos e inquietação. Dor periumbilical do tipo visceral sugere a fase inicial da apendicite aguda, por distensão do apêndice inflamado. Ocorre transição gradual para dor parietal no QID do abdome, secundária à inflamação do peritônio parietal adjacente. Quando a dor é desproporcional aos achados físicos, deve-se suspeitar de isquemia mesentérica intestinal. A dor parietal origina-se de inflamação no peritônio parietal, chamada peritonite. O reto apresenta consistência amolecida e é móvel 11 A sensação álgica é constante e vaga, geralmente mais intensa que a dor visceral, e com uma correspondência de localização mais precisa sobre a estrutura envolvida. Este tipo de dor é tipicamente agravado pelos movimentos ou tosse. Os pacientes com dor parietal preferem ficar, em geral, deitados e imóveis. Ao contrário da peritonite, os pacientes com dor em caráter de cólica devido a cálculo renal se movem muito na tentativa de encontrar uma posição confortável. A dor referida é percebida em locais mais distantes, que são inervados aproximadamente pelos mesmos níveis espinais que as estruturas acometidas. A dor referida aparece, com frequência, à medida que a dor inicial torna-se mais intensa, parecendo irradiar-se ou disseminar-se a partir do seu ponto de origem. Ela pode ser palpada superficial ou profundamente, mas em geral é localizada. Dor de origem duodenal ou pancreática pode ser referida para o dorso; dor originada nas vias biliares pode ser referida para a região escapular direita ou tórax posterior direito. A dor pode ser referida para o abdome a partir do tórax, da coluna vertebral ou da pelve, complicando ainda mais a avaliação do quadro álgico abdominal. Dor da pleurisia ou do infarto agudo da parede inferior do miocárdio pode ser referida para a região epigástrica. Referencias - KISO, Karina Moraes. Propedêutica Abdominal. In: FERREIRA, Aleksandro Belo. PROPEDÊUTICA MÉDICA: da criança ao idoso. São Paulo: Atheneu, 2015. Cap. 10. p. 185-212 - BICKLEY Lynn S. Bates: Propedêutica Médica – 12 edição. Rio de Janeiro - Capitulo 11 - Abdome
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