Pesquisa Bibliográfica e Discussão Científica

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Metodologia da Pesquisa
Aula 03 - O problema cientí�co: Realização da
pesquisa bibliográ�ca e sua discussão.
INTRODUÇÃO
Nesta aula, estudaremos as técnicas para a pesquisa bibliográ�ca e sua discussão.
OBJETIVOS
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Realizar a pesquisa bibliográ�ca pertinente ao seu objeto de pesquisa;
Organizar as fontes bibliográ�cas para leitura.
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Imagem do pensador da Física Moderna, Issac Newton.
“Se enxerguei um pouco mais longe, foi por estar em pé sobre ombros de gigantes”.
(Isaac Newton)
Isaac Newton foi considerado um grande pensador da Física Moderna, mas confessou que não chegou ao lugar que
queria sozinho. Precisou investigar pensadores e suas obras. Newton não elaborou sua teoria da gravidade do nada,
mas seu ponto partida foram as ideias de quem veio antes dele.
Assim, nos ensina uma boa lição: qualquer estudo cientí�co deve partir de pesquisas bibliográ�cas e/ou documentais.
Isto signi�ca dizer que o estudante deve basear suas ideias em teorias já existentes ou informações especí�cas sobre
o tema a ser estudado.
Dessa maneira, não vai realizar o seu trabalho às cegas, mas tudo o que disser encontrará apoio em autores
estudiosos do assunto e em trabalhos publicados. A estrutura teórica a ser utilizada na pesquisa cientí�ca deve
resultar de dados bibliográ�cos e documentais selecionados criteriosamente em leituras e �chamentos.
Segundo autores de metodologia:
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Fonte:
Qualquer espécie de pesquisa, em qualquer área, supõe e exige uma pesquisa bibliográ�ca prévia, quer para o
levantamento do estado da arte do tema, quer para a fundamentação teórica ou ainda para justi�car os limites e as
contribuições da própria pesquisa (CERVO; BERVIAN; SILVA, 2006, p. 60).
Dica
, Lembre-se, qualquer trabalho cientí�co só assumirá esse caráter se discutido, analisado ou fundamentado em conceitos e
teorias já consagradas, seja para con�rmar ou não as ideias presentes no trabalho. Tal fundamentação teórica se faz por meio de
uma pesquisa bibliográ�ca e/ou documental exaustiva.
Atenção
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, Conceitos importantes!
Poderá pesquisar, por exemplo, os aspectos da violência doméstica contra adolescentes na realidade �uminense e suas relações
com as condições sociais e econômicas das famílias moradoras nas comunidades carentes. Temos aqui um tipo especí�co de
violência: a violência doméstica. Acrescente-se que a pesquisa pretende focalizar adolescentes na realidade �uminense e, em
comunidades carentes. A partir de um tema especí�co poderemos alcançar respostas especí�cas.
Imagine que um pesquisador pretende investigar o tema liderança. Para tanto, deverá transformá-lo num objeto de pesquisa,
porque falar tudo o que sabe sobre liderança não caracteriza seu trabalho como um trabalho cientí�co. E mais. O tema é muito
amplo e fatalmente haverá omissões. 
Após as leituras necessárias poderá investigar como a liderança autoritária compromete a motivação dos funcionários da
Empresa XYZ. Observe que delimitou a um tipo especí�co de liderança e sua in�uência em determinada empresa.
A partir de agora pense no assunto que você gostaria de pesquisar. Lembre-se: originalidade não é pré-requisito.
ALGUNS CUIDADOS SÃO IMPORTANTES:
Não podemos usar a fonte secundária para con�rmar a existência de um dado primário. Por exemplo: “Segundo
Norberto Bobbio, o conceito de vontade geral é de�nido por Rousseau como...
...”. Observe que Rousseau é a fonte primária, assim o estudante deve examiná-lo e
interpretá-lo diretamente. Como adverte Welber Oliveira Barral (2010, p. 92), “ao socorre-se
de argumento de autoridade, na realidade enfraquece seu papel de intérprete. E isso não é
admissível numa pesquisa cientí�ca.”
Deve-se esgotar a fonte primária, lendo o conteúdo com cuidado para embasar suas ideias de maneira e�ciente. Por
exemplo: Imagine uma pesquisa realizada por um estudante de Direito sobre os direitos da companheira. Ele deseja
investigar como o Tribunal de Justiça do seu Estado está interpretando a lei. Neste caso é importante examinar
minuciosamente a íntegra dos acórdãos deste Tribunal e não somente a ementa das decisões.
Numa pesquisa deve-se evitar o uso de manuais, porque são publicações didáticas que apresentam uma abordagem
inicial e super�cial sobre os temas discutidos. Tais publicações servem ao propósito de despertar o interesse do
estudante. Assim, cuidado, pois manuais não são fontes primárias, bem como não são considerados como fontes
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secundárias.
Todo estudante pergunta quantas fontes devem ser consultadas. O fato é que sobre o tema da sua pesquisa, você
deverá ler tudo o que já se publicou. Como recomenda Welber Oliveira Barral (2010, p. 93),
“todas as publicações referentes ao problema escolhido devem ser analisadas”.
Não con�e na sua memória! 
Faça anotações e previna-se contra o plágio. Todos os dados utilizados na sua pesquisa devem provir de fontes
con�áveis, e mais, identi�cáveis. Anote os elementos essenciais da obra que está sendo utilizada. Para tanto, consulte
a �cha catalográ�ca que �ca no verso da folha de rosto da publicação. Vamos combinar que perder horas para achar o
nome da editora daquele livro importantíssimo, mas que você não anotou, ninguém merece!
PESQUISA BIBLIOGRÁFICA
É uma etapa fundamental em todo trabalho cientí�co que in�uenciará todas as etapas de
uma pesquisa, na medida em que der o embasamento teórico em que se baseará o trabalho.
Consistem no levantamento, seleção, �chamento e arquivamento de informações
relacionadas à pesquisa. O termo bibliogra�a signi�ca o conjunto dos livros escritos sobre
determinado assunto, por autores conhecidos e identi�cados ou anônimos. Há uma regra de
ouro no caso da pesquisa bibliográ�ca: nunca vá a uma biblioteca sem saber exatamente o
que procurar. Existem obras de referência que são publicações que trazem resumos de
trabalhos publicados em diversas áreas, consulte-as!
A pesquisa bibliográ�ca é, portanto o exame de uma bibliogra�a para levantamento e
análise do que já se produziu sobre determinado assunto que assumimos como tema de
pesquisa cientí�ca. E nesse sentido encontramos dois tipos de fontes:
Fontes primárias: contém trabalhos originais com conhecimento original e publicado pela
primeira vez pelos autores. Exemplos: Monogra�as, teses universitárias, livros, relatórios
técnicos, artigos em revistas cientí�cas, anais de congressos. 
Fontes secundárias: contém trabalhos não originais e que basicamente citam, revisam e
interpretam trabalhos originais. Exemplos: Artigos de revisão bibliográ�ca, livros-texto,
tratados, enciclopédias, artigos de divulgação. Segundo Carlos Antônio Gil (2010, p. 29):
A pesquisa bibliográ�ca é elaborada com base em material já publicado. Tradicionalmente,
esta modalidade de pesquisa inclui material impresso, como livros, revistas, jornais, teses,
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dissertações e anis de eventos cientí�cos. Todavia, em virtude da disseminação de novos
formatos de informação, estas pesquisaspassaram a incluir outros tipos de fontes, como
discos, �tas magnéticas, CDs, bem como o material disponibilizado pela Internet.
PESQUISA DOCUMENTAL
Trata-se de uma pesquisa realizada através de documentos que podem ser: documentos
pessoais, cartas, diários, jornais, balancetes, micro�lmes, fotogra�as, memorandos, ofícios,
vídeos, documentos estatísticos e outros. Há uma análise da descrição do conteúdo
manifesto para se alcançar uma rede de signi�cados. Em ciência, documento é toda forma
de registro e sistematização de dados, informações, colocando-os em condição de análise
por parte do pesquisador.
Para Antônio Carlos Gil (2010) a pesquisa documental assemelha-se muito à pesquisa
bibliográ�ca. A diferença está no fato de a bibliográ�ca utilizar fundamentalmente as
contribuições dos diversos autores sobre determinado assunto. Neste caso, utiliza materiais
que não receberam o tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados. Neste
aspecto, observa: “O conceito de documento, por sua vez, é bastante amplo, já que este
pode ser constituído por qualquer objeto capaz de comprovar algum fato ou acontecimento”
(GIL, 2010, p. 31).
O QUE SE PODE PESQUISAR NA INTERNET?
A internet é um conjunto de redes de computadores interligados no mundo inteiro. Nesse sentido, permite a pesquisa
de milhares de informações diferentes, hoje, um acervo extraordinário. Como encontramos muitas informações, temos
que selecionar o material de pesquisa em sites con�áveis.
Para pesquisar na internet, temos sites de busca tais como: Google, Alta Vista, Excite e Yahoo. Além de vários
endereços eletrônicos de bibliotecas que colocam disposição informações de fontes bibliográ�cas. Também,
encontramos disponível na internet o site das editoras contendo informações sobre os lançamentos editoriais; sites de
revistas eletrônicas, jornais, instituições de pesquisas e entidades culturais.
Em qualquer situação é importante respeitar as regras de utilização das informações disponíveis. Nunca utilize
informações de outrem sem referenciar a fonte. Ademais, observe a veracidade das informações postadas na Web.
Administre as imperfeições no conteúdo, veri�cando a fonte da informação obtida.
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WIKIPÉDIA
A Wikipédia é uma enciclopédia livre, baseada na edição do seu conteúdo de forma colaborativa. Qualquer pessoa
poderá se tornar um editor de algum conteúdo. Observe que é uma enciclopédia multilíngue, podendo ser escrita em
diversos idiomas e em diferentes regiões. Por ser uma enciclopédia livre, não há �ns lucrativos e qualquer informação
publicada poderá ser transcrita, modi�cada e ampliada por qualquer pessoa. Deve ser manipulada com muito cuidado.
DICAS PARA USAR AS FERRAMENTAS DO GOOGLE
VÍDEO
Para fazer uma boa pesquisa bibliográ�ca é preciso seguir algumas etapas.
Vamos conhecê-las?
1. Identi�car e conhecer o acervo existente sobre o assunto nas bibliotecas a serem consultadas;
2. Localizar e �char os diferentes tipos de obras e documentos ali catalogados, como livros, artigos, revistas, jornais,
relatórios cientí�cos etc.
3. Iniciar a consulta pela leitura geral sobre o assunto, depois pela leitura especializada;
4. Copiar os dados e informações obtidos anotando as referências indispensáveis para o trabalho.
DICA!
Alguns autores sugerem o �chamento como recurso útil no momento de uma pesquisa bibliográ�ca. De fato, nos
parece um recurso valioso. Vamos aproveitar os exemplos ofertados por Welber Oliveira Barral (2010, p. 100-101)
sobre os tipos de �chamento:
1. Fichamento de uma citação: transcrever trechos signi�cativos da obra.
Título: Direto e Desenvolvimento
Referência: BARRAL, Welber O. (Org.). Direito e desenvolvimento: análise da ordem jurídica
brasileira sob a ótica do desenvolvimento. São Paulo: Singular, 2005.
Aluno: (nome do aluno)
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“O que é desenvolvimento? Trata-se de uma palavra de sentido vago, à qual raramente se
agregam diversos adjetivos, como “infantil” ou “regional”, como conotações não apenas
distintas, mas muitas vezes contraditórias.” (p. 31).
2. Fichamento resumo: paráfrases, sínteses pessoais das principais ideias do autor.
Título: Direto e Desenvolvimento
Referência: BARRAL, Welber O. (Org.). Direito e desenvolvimento: análise da ordem jurídica
brasileira sob a ótica do desenvolvimento. São Paulo: Singular, 2005.
Aluno: (nome do aluno)
O autor inicia o livro questionando o conteúdo do termo desenvolvimento, principal
problema que o livro busca analisar. Ressalta que esse termo tem a si atribuídos diversos
adjetivos.
3. Fichamento crítico (resenha): o autor do �chamento elabora um resumo das ideias
do autor lido e oferece uma opinião pessoal sobre o tema estudado.
Título: Direto e Desenvolvimento
Referência: BARRAL, Welber O. (Org.). Direito e desenvolvimento: análise da ordem jurídica
brasileira sob a ótica do desenvolvimento. São Paulo: Singular, 2005.
Aluno: (nome do aluno)
A ideia central do livro é discutir a noção de desenvolvimento, analisando a ordem jurídica
brasileira a partir da ótica do desenvolvimento. Ao propor esta abordagem, o objetivo dos
autores é veri�car não apenas de que forma o direito in�uencia o processo de
desenvolvimento, mas também constatar como o direito brasileiro in�uencia o processo de
desenvolvimento nacional.
PREPARANDO O TERRENO...
Já vimos que se deve ler tanto quanto o tempo permita. Nesta tarefa, certi�que-se se você pode con�ar no que está
lendo. E se existem outras fontes con�rmando ou não tais ideias. Cabe lembrar que é preciso saber quem é o autor que
está sendo lido, sua trajetória em determinado campo do saber e se o seu pensamento é tendencioso ou não. Assim
que você estabelecer uma rotina para isso, o registro de tais informações será automático. Não dependa somente de
informações obtidas da internet e utilize o tipo de �chamento que lhe for mais conveniente.
Consulte obras de referências, periódicos cientí�cos, teses e dissertações, anais de encontros cientí�cos e periódicos
de indexação e resumo. Por �m, uma recomendação bem interessante de Welber Oliveira Barral (2010, p. 94) e que
poderá ser muito útil:
Dica
, Um recomendação especial se refere à coleta e armazenamento de dados por meio eletrônico. Em outras palavras, o seu
cândido computador não é um ser con�ável. Ele terá algum problema grave por ano. Por isso, tome cuidado em gravar
semanalmente uma cópia de segurança de todos os dados obtidos eletronicamente e, obviamente, dos capítulos redigidos.
24/03/2020 Disciplina Portal
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Lembre-se da Lei de Murphy: se alguma coisa pode dar errado, ela vai dar errado. E normalmente às vésperas da data de entrega
do trabalho.
ATIVIDADE - DISSERTATIVA
Agora que você já estudou as fontes bibliográ�cas, com base nos critérios sugeridos, realize a seguinte tarefa no seu
bloco de notas:
1. Pesquise em obras de referências, publicações que tratam do seu tema de pesquisa;
2. Elabore a sua lista de referências;
3. Assegure-se que todas as referências estão completas;
4. Organize-as segundo a classi�cação das fontes em primárias e secundárias;
5. Inicie a leitura, com posterior �chamento, deixando bem claro o que é citação e o que é paráfrase do texto lido.
Realize as tarefas acima listadas no seu bloco de notas.
Glossário