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REFERÊNCIA: CUPERTINO, C. M. B. O edifício lógico e o aprender “sobre”. In: Criação e Formação: fenomenologia de uma oficina. São Paulo: Arte e Ciência, 2001. Cap. 9, p 187-204. Texto 1 Nome: RA: Data: 27/08/2020 O aprender “sobre” na Graduação de Psicologia refere-se às pessoas, teorias e demais processos, com exceção das atividades práticas, que é pautado na sua maioria na didática, literatura e demais conteúdos, constituindo o saber que está a disposição do sujeito, de modo que ele mesmo estabelece o modo de encontro. Enquanto esse saber que está aí, é reproduzido pelo sujeito, há a abertura para a experiência das inúmeras possibilidades da existência humana, suas manifestações e possíveis articulações. Esse encontro permite a partir do saber disponível aprender sobre si mesmo, descobrir novas identificações teóricas e compartilhar suas visões de mundo com o outro. Esse encontro possibilita um campo de fusão entre o que foi aprendido, durante os primeiros anos de formação, e a possibilidade de articulação da teoria e a prática, colocando em ação o que foi aprendido tornando o fenômeno explicável, o que para o estudante, não é possível fazer a todo o momento. A familiaridade com o conhecimento é construída a partir da articulação entre textos, discussões e demonstrativos entre professores e colegas, fazendo assim, a aproximação entre o que é teórico e sua aplicação, fazendo um paralelo também com os próprios comportamentos e de conhecidos, construindo no imaginário possíveis aplicações futuras. Essa estrutura trata-se de um pensamento axiológico, que consiste no conhecimento acumulado de um lado e por outro no absorvido com os professores e os livros. A partir dessa estrutura de pensamento, as visões de mundo são transformadas criando um critério de credibilidade, de forma que a avaliação é pautada naquilo que é articulado ou não com a abordagem, assim como a adoção de técnicas, ferramentas ou preceitos. Segundo Figueiredo (1995), o saber psicológico se faz no conhecimento explícito, tácito e subsidiário. A prática de Oficina de Criatividade diante do conhecimento explícito, se depara com lacunas no conteúdo teórico, que devem ser preenchidas pelos alunos, porém se depara com o conflito da exigência do saber psicológico, pois os alunos que por um lado devem traçar os próprios caminhos, por outro, não adquiriram experiência e conhecimento suficiente para tal. A multiplicidade da formação profissional em Psicologia tem o desafio de dispor ao aluno saber suficiente no campo do explícito, assim como o traquejo suficiente com tudo o que nele não está ilustrado, o tácito, que se dá na experiência, conhecimento este que deve ser incorporado aos hábitos, sendo construída a experiência na lacuna entre o conhecimento teórico e a construção do discurso da experiência pessoal. A Oficina de criatividade possibilita um espaço para o aluno dirigir o olhar para si mesmo, possibilitando nesse recolhimento a conexão desse conhecimento adquirido, colaborando para o abandono do que é sistemático e caminhando para a entrega na experiência.
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