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TCC - GABRIELLA E JULIANA - EFEITOS DA MULTIPARENTALIDADE NO DIREITO SUCESSÓRIO

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Resumo: o trabalho de conclusão de curso tem o objetivo de entender melhor o fenômeno 
jurídico da paternidade socioafetiva e da multiparentalidade, assim como reconhecimento 
jurídico, abordando ao mesmo tempo as consequências desse reconhecimento nos efeitos 
sucessórios. Mas antes de abordar o tema dos efeitos sucessórios são feitas reflexões e 
considerações sobre a família de modo geral, tanto antigamente como na atualidade, abordando 
as novas composições que o tempo vem trazendo com a evolução cultural, avaliando e 
refletindo sobre as formas de vínculo entre pais e filhos ou até mesmo outros parentes, sejam 
eles biológicos ou socioafetivos. Contudo, é preciso também analisar a influência da 
socioafetividade dentro do lar e os efeitos positivos que trazem aos filhos (fisicamente e 
psicologicamente). Fez-se necessário trazer o entendimento jurídico do que é família e o seu 
poder segundo a lei, com o fim de definição de paternidade e a questão de: “o vínculo afetivo 
prevalece sobre o biológico?”. Por fim, delimitando o tema da multiparentalidade, e paternidade 
socioafetiva e suas consequências jurídicas no direito sucessório. 
 
Palavras-chave: Multiparentalidade. Paternidade Socioafetiva. Filiação. Sucessório, Efeitos. 
 
Abstract: the course conclusion work aims to better understand the legal phenomenon of socio-
affective parenting and multiparenting, as well as legal recognition, while addressing the 
consequences of this recognition on succession effects. But before addressing the theme of 
succession effects, reflections and considerations about the family are made in general, both 
formerly and today, addressing the new compositions that time has brought with cultural 
evolution, evaluating and reflecting on the forms of link between parents and children or even 
other relatives, whether biological or socio-affective. However, it is also necessary to analyze 
the influence of socio-affectivity in the home and the positive effects it brings to children 
(physically and psychologically). It was necessary to bring the legal understanding of what a 
family is and its power according to the law, in order to define paternity and the question: “does 
the affective bond prevail over the biological?”. Finally, delimiting the theme of multiparenting, 
and socio-affective paternity and its legal consequences in succession law. 
 
Keywords: Multiparenting. Socio-affective fatherhood. Affiliation. Succession, Effects. 
 
Sumário: Introdução. 1. Conceitos e Evolução de Família. 2. Paternidade Socioafetiva como 
forma de multiparentalidade. 2.1 Princípio da Afetividade. 3. Os Reflexos Jurídicos da 
Multiparentalidade. 4. Multiparentalidade e o Direito Sucessório. 4.1 Direito Sucessório. 5. 
Considerações Finais. 6 Referencial Bibliográfico.
OS EFEITOS SUCESSÓRIOS DEVIDO AO RECONHECIMENTO DA 
MULTIPARENTALIDADE. 
 
THE SUCCESSORY EFFECTS DUE TO THE RECOGNITION OF MULTIPARENTALITY. 
 
Gabriella Pinho Gomes e Juliana Rodrigues Azevedo. 
Academia em Direito do Centro Universitário Icesp. 
INTRODUÇÃO 
O surgimento da Constituição Federal de 1988 quebrou paradigmas dentro do Direito de 
Família, instituindo a igualdade de cônjuges e companheiros, reconhecendo a união estável 
como modelo de formação, a igualdade entre os filhos e o afeto que passou a ser o elo das 
relações de parentesco. (DIAS, 2016). O instituto família sofreu diversas mudanças, novos 
grupos familiares nasceram e foram surgindo novos conceitos, tornando-se mais flexível em 
relação ao parentesco. A filiação passou a ser baseada não apenas pelo vínculo sanguíneo, mas 
também pelos laços afetivos que unem pais e filhos. 
Devido a constate mudança dentro do direito de família, as pessoas passaram a valorizar o 
afeto e considerar como figura materna ou paterna mais de um destes representantes. Contudo, 
ainda não consta na legislação vigente a possibilidade de reconhecimento além dos pais 
biológicos, os socioafetivos em conjunto, por exemplo, na certidão da criança. 
Com a falta de amparo na lei, há uma grande demanda de ações envolvendo tais situações, 
contudo, já existem decisões judiciais sobre o caso. O STF ao reconhecer a não existência de 
hierarquia entre as paternidades biológicas e socioafetivas, em uma decisão de repercussão 
histórica como a de nº 622 de 2016. 
O Direito de Família visa sempre amparar os vários tipos de famílias existentes para não 
deixar de tutelar nenhum caso da realidade presente destas. Porém, o real problema é definir 
os limites jurídicos para reconhecer a multiparentalidade, assim como seus efeitos. Apesar de 
ser uma questão ampla pelo direito familiar ser tão extenso, se encontra poucas fontes de 
doutrinárias sobre o assunto. 
Através da filiação socioafetiva, surge um novo conceito, a multiparentalidade, que se 
tornou um assunto de grande relevância no campo jurídico. Este instituto aborda a possibilidade 
de inclusão em conjunto no registro de nascimento, bem como a paternidade biológica versus 
socioafetiva e o direito sucessório tendo como propósito levar sempre em consideração o 
interesse dos filhos. À vista disso, como o reconhecimento da multiparentalidade produz efeitos 
no direito sucessório? 
Logo, o sistema jurídico de Direito não deve ignorar a existência das diversas filiações que 
surgem, assim como a multiparentalidade. O melhor entendimento é o que visa a possibilidade 
de reconhecer as múltiplas relações filiais por meio de registro público. 
Para responder o problema e atingir o objetivo principal foi feita uma revisão bibliográfica 
centrada em Maria Berenice Dias (2015, 2016), Rolf Madaleno (2015, 2018), Christiano 
 
1 
 
Cassettari (2015), Roberto Gonçalves (2017) dentre outros pensadores que acrescentam seu 
embasamento acerca do tema. Para melhor compreensão sobre o tema, utilizou-se documentos 
legais como: A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (CRFB), o Código Civil 
de 2002, enunciados do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM), bem como 
jurisprudências que complementam a literatura. 
Diante do exposto, este trabalho tem como objetivo analisar como o reconhecimento da 
multiparentalidade produz efeitos no direito sucessório. Bem como objetivos específicos 
compreender o conceito e evolução de família em relação a Constituição Federal e o Código 
Civil brasileiro, analisar sobre a paternidade socioafetiva desde o vínculo biológico ao 
socioafetivo, bem como abordar o princípio da afetividade, examinar os reflexos jurídicos da 
multiparentalidade e investigar quais os efeitos que o reconhecimento da multiparentalidade 
produz no direito sucessório, por fim foram tecidas as considerações finais. 
 
1. IDEIA BÁSICA EVOLUÇÃO DE FAMÍLIA ATÉ OS DIAS ATUAIS 
Todo ser tem origem na família, pois não há ninguém que não descenda de uma geração 
familiar mesmo que distante, a família é o primeiro agente socializador do ser humano. 
Ao longo da história de toda a humanidade sabe-se que existem variados agrupamentos de 
pessoas e com isso surge conceitos variados do que é família, ou seja, a noção do que é família 
sofre mutação no decorrer do tempo, à medida que a sociedade muda e evolui. 
Antes da Constituição de 1988 considerava-se família apenas aquelas do matrimonio 
decorrente de uma única mulher ou um único homem, e onde a filiação era reconhecida apenas 
aos filhos havidos dentro do casamento, legalmente chamados de legítimos, e os que não eram 
concebidos dentro do casamento chamados de bastardos, com isso esses eram excluídos e 
chamados também de ilegítimos. 
Rolf Madaleno (Madaleno, 2017, p. 45) diz que: 
A família do passado não tinha preocupações com o afeto e a felicidade das 
pessoas que formavam seu principal núcleo, pois eram os interesses de 
ordem econômica que gravitavam em torno daquelas instâncias de núcleos 
familiares construídos com suporte na aquisição de patrimônio. 
Sabe-se que a humanidade estásempre em constante evolução, com isso surge a necessidade 
de repensar, mudar e readequar as leis. O direito de família é um dos ramos jurídicos que mais 
 
2 
 
sofre pressão em ser mudado ou em muitos casos readequado, modificando-se e adquirindo 
novos conceitos em relação individualização de estilos de vida. 
A diversificação do conceito de família vamos entender um pouco o que é família no 
sentido: biológico que é “o conjunto formado pelo pai, a mãe e os filhos recebe, algumas vezes, 
a denominação de família biológica” ou seja são aqueles que nascem de um mesmo tronco 
familiar (filhos de mesmo pai e mesma mãe). 
Contudo, as mudanças sociais trouxeram para a atualidade novos exemplos de organização 
familiar, e após a promulgação da Constituição de 1988, surgiu-se finalmente nossa querida 
constituição com a nova ideia de Estado Democrático de Direito, mudando os conceitos e 
ideologias sociais do conceito de família, onde deve prevalecer as relações de afeto, visando a 
valorização individual de cada membro. Em uma tentativa de conceituar a instituição família, 
trazemos também para complementar o entendimento dessa evolução e conceito de família o 
seguinte conceito que se encontra nas palavras da Doutrinadora Maria Berenice Dias (Dias, 
2015, p. 29). 
A família é um agrupamento informal, de formação espontânea no meio 
social, cuja estruturação se dá através do direito. No dizer de Giselda 
Hironaka, não importa a posição que o indivíduo ocupa na família, ou qual 
a espécie de grupamento familiar a que ele pertence - o que importa é 
pertencer ao seu âmago, é estar naquele idealizado lugar onde é possível 
integrar sentimentos, esperanças, valores e se sentir, por isso, a caminho da 
realização de seu projeto de felicidade. 
Ainda sobre a visão de Rolf Madaleno (Madaleno, 2017, p. 45): 
Se a família tem atualmente outro perfil que se alargou para além das 
fronteiras enlaçadas pela Constituição Federal com o casamento (CF, art. 
226, § 1º); a união estável (CF, art. 226, § 3º) e a família monoparental, 
representada pela comunidade formada por qualquer dos pais com seus 
descendentes (CF, art. 226, § 4º), cumpre então localizar essas famílias 
denominadas plurais e concluir sobre suas formações e seus efeitos. 
O que se entende é que a família atual ampliou-se para além dos preceitos constitucionais, 
visto que os novos modelos encontram-se sob o pilar da afetividade. A família tem o papel de 
exercer tanto direitos como obrigações, como proteger e mantê-la estável. A Constituição não 
difere obrigações, tanto o pai quanto a mãe, são iguais em direitos e obrigações como expõe o 
parágrafo 5º do artigo 226 da Constituição Federal, “os direitos e deveres referentes à sociedade 
conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher”, logo, ambos possuem iguais 
condições de autoridade sobre o filho, não havendo prevalência de um sobre o outro: 
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. 
 
3 
 
§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o 
homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua 
conversão em casamento. 
§ 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por 
qualquer dos pais e seus descendentes. 
§ 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos 
igualmente pelo homem e pela mulher. 
Diante dos parágrafos 3º e 4º, podemos referir como definição da entidade familiar, no 
entanto, conceituar família não é algo fácil, pois, atualmente, existem inúmeros formatos. Logo, 
o conceito citado neste artigo, não reflete na sociedade atual pelo simples fato de o casamento 
ser fundamental para a formação da família, o que não encaixa nos variados tipos de família 
existentes. 
O capítulo sétimo da Constituição vigente, refere-se ao conceito de família conforme seu 
artigo 226, que passou a ter a proteção do Estado mesmo sendo formada por um dos pais e seus 
descendentes. Contudo, vale ressaltar que nas Constituições anteriores não havia tal referência 
pois a família era baseada apenas pelos laços biológicos advindos do matrimônio. 
Podemos conferir as mudanças do conceito de família e caracterização histórica na própria 
lei comparando os seguintes artigos “criando a família legítima, o casamento legitima os filhos 
comuns antes dele nascidos ou concebidos” (Art.229 do código civil de 1916), já o seguinte 
artigo: “O parentesco é natural ou civil, conforme resulte de consanguinidade ou outra origem.” 
(Art.1.593 do Código Civil de 2002). Com isso, deve-se levar em conta as novas composições 
familiares e seus conceitos e contribuições para ditar a parentalidade biológica ou socioafetiva, 
tendo sempre em vista o bem estar e interesse da criança. 
Mesmo com todas as mudanças nas últimas décadas até os dias de hoje sabemos que a 
instituição família esteve presente em todas as sociedades conhecidas, pois é através desta 
convivência familiar que são formados os laços em que a criança desenvolve suas ações mais 
importantes, suas ações físicas, mentais e afetivas. (Cassettari, 2014). 
Para o autor (Tartuce, 2019) foi por meio da evolução histórica do direito de família desde 
a tradicional família, ou seja, a constituída através do casamento, até os dias atuais, existe um 
Novo Direito de Família, constituído por várias formas de família. 
Compreende-se da nova Constituição Federal que a família não é mais apenas um conceito, 
onde há um único responsável e “juiz”, mas sim um conceito de liberdade. Com toda essa nova 
idealização de família acabou que as relações patrimoniais passaram por modificações no 
código civil de 2002, dando escolha aos cônjuges de escolher o regime de bens que desejariam 
 
4 
 
casar-se. Para finalizar esse entendimento de que o conceito de família se modifica 
constantemente, uma família que ganhou legalidade na lei foi a Homoafetiva, onde o STF 
declara que o Art. 226, § 3º também o protege sobre a união homoafetiva como entidade 
familiar como abordado em jurisprudência (STF, 2011): 
A norma constante do art. 1.723 do Código Civil brasileiro (“É reconhecida 
como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada 
na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo 
de constituição de família”) não obsta que a união de pessoas do mesmo sexo 
possa ser reconhecida como entidade familiar apta a merecer proteção estatal. 
Essa foi a conclusão da Corte Suprema ao julgar procedente pedido formulado 
em duas ações diretas de inconstitucionalidade ajuizadas, respectivamente, 
pelo Procurador-Geral da República e pelo Governador do Estado do Rio de 
Janeiro. Prevaleceu o voto do Ministro Ayres Britto, relator, que deu 
interpretação conforme a Constituição Federal ao art. 1.723 do Código Civil 
para dele excluir qualquer significado que impeça o reconhecimento da união 
contínua, pública e duradoura entre pessoas do mesmo sexo como entidade 
familiar, entendida esta como sinônimo perfeito de família. 
Para enfatizar a proteção familiar, temos como legislação também o Estatuto da Criança e 
do Adolescente (ECA), este estatuto tem o intuito de proteção a todos os seus tutelados com a 
intenção de que os mesmos vivam em um ambiente saudável, fornecendo uma evolução mental 
e tranquila sem distúrbios emocionais. 
 
2. PATERNIDADE SOCIOAFETIVA COMO FORMA DE MULTIPARENTALIDADE 
Existem inúmeros tipos de famílias que passam por diversos conflitos entre a tradicional e 
os novos modelos ou conceitos que vão surgindo. Sabe-se que biologicamente a filiação se dá 
pelo pai e pela mãe, porém com o desenvolvimento do ser humano a necessidade de proteção e 
o desejo de se sentir amado, o conceito de família tradicional já não é o único existente e com 
cunho de valor, criou-se, portanto, ligações de famílias sociais e afetivas. 
A multiparentalidade engloba os vários parceiros e parceiras quese relacionam ao longo da 
vida. Com essas diversas convivências, em alguns casos acontecem inúmeras vezes, acabam 
trazendo à aquele que é filho um sentimento de parentesco que pode vir tanto de um fator 
biológico quanto social, acarretando para aquele que está na posição de filho e até mesmo pelo 
parente, um sentimento de cuidado. Sendo assim, fatos que não podem ser deixados de lado 
pelo direito. 
A paternidade está vinculada ao afeto, ao amor, a estar presente no dia a dia, dando carinho, 
educando, defendendo o bem estar social e os interesses do seu filho, seja biológico, adotivo ou 
afetivo. 
 
5 
 
A função do pai socioafetivo diverge do pai biológico, do ponto de vista afetivo. Diante 
disso, Maria Cristina de Almeida (Almeida, 2001, p. 142.) leciona o seguinte: 
O reconhecimento de situações fáticas representadas por núcleos familiares 
recompostos vem trazer novos elementos sobre a concepção da paternidade, 
compreendendo, a partir deles, o papel social do pai e da mãe, desapegando-
se do fator meramente biológico e ampliando-se o conceito de pai, realçando 
sua função psicossocial. A vinculação socioafetiva prescinde da paternidade 
biológica. No sentido da paternidade de afeto, o pai é muito mais importante 
como função do que, propriamente, como genitor. 
Com o aumento da taxa de divórcio atualmente, o abandono afetivo se tornou motivo de 
muitas discussões judiciais, sobre a responsabilidade civil do pai que nega afeto ao filho, seja 
ele biológico ou não. O abandono está presente na maioria das vezes em famílias 
desestruturadas, gerando a existência de danos na criança.1 
Afiliação socioafetiva é motivo de debates no ordenamento jurídico no que se refere aos 
efeitos patrimoniais resultante de seu reconhecimento e em relação a paternidade biológica e 
socioafetiva se sobrepor uma a outra, mesmo que não haja em jurisprudência ou doutrina qual 
deva prevalecer. Algumas decisões admitem que há a soma das filiações sem nenhuma 
hierarquia, pois não há como exercer a paternidade, seja ela biológica ou não, sem a presença 
do afeto. Logo, existe a possibilidade de uma pessoa ter mais de um pai e/ou mais de uma mãe 
com reconhecimento jurídico legal, restando assim, configurada a multiparentalidade. 
Todas as famílias e seus descendentes podem conviver e aprender uns com os outros. 
Evoluir as gerações posteriores com bons exemplos e costumes, é um dos pilares da nossa 
Constituição Federal como princípio da dignidade da pessoa humana, que traz à tona o 
sentimento e direito de igualdade entre filhos, sejam eles socioafetivos ou biológicos. Isso se 
encontra de forma explícita no artigo 227, § 6º, da CF/88, na qual tornou-se proibida quaisquer 
ações discriminatórias relativas à filiação. Além disso, o Código Civil ressalta esse artigo da 
constituição em seu artigo 1.596, vedando qualquer distinção entre os descendentes sem 
diferenciação entre a origem, aplicando neste dispositivo a igualdade entre os filhos. 
Ao analisar a multiparentalidade no direito de família, o reconhecimento da posse de estado 
de filho com mais de duas pessoas, acarreta o dever de todos assumirem os encargos decorrentes 
do poder familiar, pois não há outra forma de resguardar o seu melhor interesse e proteção 
integral. Neste sentido afirma o enunciado nº 9 do (IBDFAM): A multiparentalidade gera 
efeitos jurídicos. 
 
1 IBDFAM - Enunciado 08: O abandono afetivo pode gerar direito à reparação pelo dano causado. 
 
6 
 
A multiparentalidade nasce da perfilhação socioafetiva, ou seja, do reconhecimento legal 
em que uma pessoa declara ser pai ou mãe de alguém tendo como base uma convivência 
duradoura de laços afetivos como o amor, o carinho e respeito entre ambos. Esses laços fazem 
com que as pessoas se reconheçam como família (pai/mãe e filho) mesmo que não sejam 
parentes consanguíneos. 
Quando não há uma pratica de paternidade responsável, acaba gerando no filho a conhecida 
Síndrome da Alienação Parental2, o que torna apenas um dos vários problemas gerados pela 
falta de afetividade, que não necessariamente é, ou precisa ser advinda da paternidade biológica. 
O código civil aborda em seu artigo 1.593 “o parentesco natural ou civil, conforme resulte 
de consanguinidade ou de outra origem”, e é aí que podemos buscar o direito desse 
reconhecimento de socioafetividade, no termo “outra origem”, pois podemos concluir que essa 
relação de parentesco, nasce de uma verdade praticamente absoluta, por puro prazer em cuidar 
de alguém, mesmo esse alguém não tendo o mesmo DNA. 
A família e suas novas formas devem ser protegidas pelo Estado nos termos do artigo 226 
da Constituição de 88 e pelo artigo 1.593 do Código Civil quando expressa “outra origem” a 
qual da margem para estabelecer como tutela jurisdicional a filiação socioafetiva como outra 
origem de parentesco. Assim, a filiação socioafetiva vem ganhando força no ordenamento 
jurídico brasileiro e hoje é fundamento da jurisprudência dominante para dirimir conflitos sobre 
a paternidade afetiva. 
 
2.1. PRINCÍPIO DA AFETIVIDADE 
Por meio de doutrinas e a jurisprudências, a afetividade tornou-se um princípio que rege as 
relações familiares, passando a ter valor jurídico a ser tutelado pelo Direito das Famílias e 
fundamentando-se na tutela da dignidade da pessoa humana, bem como na igualdade entre os 
filhos sejam eles consanguíneos, adotivos ou afetivos. 
O princípio da afetividade aborda a transformação do direito de família tendo em seu ponto 
de vista uma atual cultura jurídica, protegendo por meio estatal todas as comunidades 
familiares, e dando destaque ao afeto. Apesar de não estar expresso na legislação, pode ser 
observado tanto no Código Civil, no Estatuto da Criança e do Adolescente, como na 
 
2Síndrome de Alienação Parental (SAP), se instala quando qualquer das pessoas alienadas, sob tortura mental 
ou física, passa a colaborar com o alienador, também com medo de ser alienado à convivência deste e de perder 
qualquer contato com o núcleo familiar. (IBDFAM, 2011). 
 
7 
 
Constituição Federal de 1988, em seus artigos 226 §4º, 227, caput, § 5º c/c § 6º, e § 6º os quais 
preveem o reconhecimento da comunidade composta pelos pais e seus ascendentes, incluindo-
se também os filhos adotivos como sendo uma entidade familiar constitucionalmente protegida. 
Com o decorrer do tempo, os núcleos familiares foram dando mais força aos sentimentos e 
afeições de cada membro da família. O que fez surgir várias formas de famílias que acabou por 
trazer uma visão mais igualitária sobre sexo e a idade, mostrando-se mais flexível em seus 
tempos e em seus membros, deixando um ar de liberdade voltando-se mais para os desejos. 
Devido a isso, no que se refere à família e matrimonio, surgiram novas formas suscetíveis de 
família tendo por base o afeto, o amor. 
Destaca a juspsicanalista (Groeninga, 2008, pg 28) que: 
O papel dado à subjetividade e à afetividade tem sido crescente no Direito 
de Família, que não mais pode excluir de suas considerações a qualidade 
dos vínculos existentes entre os membros de uma família, de forma que 
possa buscar a necessária objetividade na subjetividade inerente às 
relações. Cada vez mais se dá importância ao afeto nas considerações das 
relações familiares; aliás, um outro princípio do Direito de Família é o da 
afetividade. 
Conforme já mencionado acima, o reconhecimento da parentalidade socioafetiva como 
nova forma de parentesco, enquadrada na cláusula geral “outra origem”, do 
art. 1.593 do Código Civil de 2002. Atualmente em relação a família, o vínculo de 
parentalidade é considerado por um aspecto cultural de que pai é quem cria, quem dá amor 
independente de ser biológico ou não. 
Afirma (Lôbo, 2000) que a família recuperou a função que, por certo, esteve nas suas 
origens mais remotas: a de um grupo unido por desejos e laços afetivos em comunhão de vida. 
O princípio jurídico da afetividade fazdespontar a igualdade entre irmãos biológicos e adotivos 
e o respeito a seus direitos fundamentais, além do forte sentimento de solidariedade recíproca, 
que não pode ser perturbada pelo prevalecimento de interesses patrimoniais. É o salto a frente 
da pessoa humana nas relações familiares. 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10623298/artigo-1593-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
 
8 
 
O Conselho Nacional de Justiça-CNJ editou dois provimentos 633 artigo 10 alterando para 
o 834 artigo 10-A, que passaram a regular a possibilidade de reconhecimento extrajudicial da 
filiação socioafetiva (ou seja, pelos ofícios de registro civil), sendo este mais um exemplo ganho 
pela afetividade no direito de família brasileiro. 
 Nesse sentido, o princípio da afetividade compõe a base do direito das famílias, pois possui 
o condão de equilibrar as relações socioafetivas, tendo em mente as questões de origem 
patrimonial ou biológica. Para além disso, cabe citar que a construção do vocábulo affectio 
societatis que está vinculada a formação de um núcleo familiar, mas que pode ser estendida 
para outras esferas. 
Insta saber que, emana dos direitos individuais e sociais, destacados pela Constituição 
Federal do Brasil, uma preocupação em garantir com que o Estado promova a afetividade entre 
os seus cidadãos, podendo mencionar que em muitos casos o direito de afeto está 
significativamente associado ao direito à felicidade, logo a afetividade tem como cerne a união 
entre pessoas e se tornou um tema de peso a ser considerado pelo sistema jurídico (DIAS, 2016). 
Destaca (Tartuce, 2019) que o afeto vem da interação entre indivíduos e dele surge os outros 
tipos de sentimentos positivos como amor e também pode haver negativos como o ódio. Deve-
se compreender que todas as formas de famílias que vem surgindo ao longo dos anos, jamais 
devem ser interpretadas de forma literal, ou até mesmo na literalidade da lei, sua abrangência 
deve ir além do que diz nas linhas, devem ser colocados para pensar e trabalhar os quesitos 
sentimentais, psicológicos, pois qualquer decisão vai afetar o futuro de alguém e esse é mais 
um dos motivos em que este princípio juntamente com o da Dignidade da Pessoa Humana 
devem sempre andar de mãos dadas (Lobo, 2008). 
À vista disso, tais princípios de certa forma fazem com que todas as formas de família sejam 
protegidas, indo além de qualquer interpretação tácita, e com isso trazendo à tona uma eficácia 
maior em todos os julgados, e claro protegendo ainda mais todas as normas que protegem as 
famílias. 
 
3 CNJ - Provimento 63. Art. 10: O reconhecimento voluntário da paternidade ou da maternidade 
socioafetiva de pessoas de qualquer idade será autorizado perante os oficiais de registro civil das 
pessoas naturais. 
4 CNJ – Provimento 83. Art. 10-A: O reconhecimento voluntário da paternidade ou da maternidade 
socioafetiva perante os oficiais de registro civil das pessoas naturais, somente será possível para 
pessoas acima de 12 anos de idade. 
 
 
9 
 
3. OS REFLEXOS JURIDICOS DA MULTIPARENTALIDADE 
A multiparentalidade ocorre quando um indivíduo considera possuir uma pluralidade de 
pessoas como figura materna ou paterna, ou seja, ter mais de uma mãe ou mais de um pai sendo 
estes reconhecidos por meio ao vínculo socioafetivo e também em meio jurídico pelo registro 
de nascimento sendo incluso o nome de mais de uma mãe ou mais de um pai. 
Não há dúvida de quem é considerado uma figura materna ou paterna para uma pessoa 
quando a figura biológica coincide com a afetiva. Contudo, é a partir deste momento, surgem 
os problemas jurídicos quando os indivíduos considerados como pai ou mãe não são aqueles 
que registraram, tem vínculo sanguíneo ou seguindo a linha do conceito da multiparentalidade, 
tem como pais uma pluralidade de pessoas. Conforme trecho de um artigo da Revista Eletrônica 
da Faculdade de Direito de Alta Floresta JUDICARE, (IENOMAT, 2018): 
A multiparentalidade surge como uma solução dos conflitos judiciais, 
dedicando concomitantemente aos vínculos biológicos e afetivos. A 
afetividade provém da convivência familiar, e não do elo consanguíneo. Nesta 
toada, visando o melhor interesse da criança e do adolescente, nota-se com 
esse entendimento o início de um novo laço afetivo entre pais e mães diversos 
que convivem de maneira harmônica. 
Para Dias (2015) a partir do momento que se encontra presente o vínculo afetivo e biológico 
de parentalidade com mais de duas pessoas, já encontra estabelecida a multiparentalidade, 
sendo seu reconhecimento um modo de assegurar a garantia constitucional da dignidade da 
pessoa humana e o princípio da afetividade, princípio este já tratado anteriormente. 
A multiparentalidade é um conjunto daquilo que estudamos anteriormente no ponto 
anterior, ela acaba reconhecendo a existência de múltiplos vínculos de filiação. No entanto, para 
o reconhecimento de uma paternidade socioafetiva dentro da prática jurídica, é importante que 
sejam ouvidos os indivíduos envolvidos, ou seja aqueles que estão relacionados a essa 
afetividade, sendo feito com acompanhamento psicossocial, e se tal reconhecimento for 
confirmado, a multiparentalidade está caracterizada, e então todos os efeitos jurídicos que estão 
sob a filiação biológica conforme lei, e conforme entendimento da Doutrinadora (Maria 
Berenice Dias 2013, pag. 385): 
Para o reconhecimento da filiação pluriparental, basta flagrar o 
estabelecimento do vínculo de filiação com mais de duas pessoas. 
Coexistindo vínculos parentais afetivos e biológicos, mais do que apenas 
um direito, é uma obrigação constitucional reconhecê-los, na medida em 
que preserva direitos fundamentais de todos os envolvidos, sobretudo a 
 
10 
 
dignidade e afetividade da pessoa humana. [...] Assim, não mais se pode 
dizer que alguém só pode ter um pai e uma mãe. É possível que pessoas 
tenham vários pais. Identificada a pluralidade ou multiparentalidade, é 
necessário reconhecer a existência de múltiplos vínculos de filiação. Todos 
os pais devem assumir os encargos decorrentes do poder familiar, sendo que 
o filho desfruta de direitos com relação a todos. Não só no âmbito do direito 
das famílias, mas também em sede sucessória. 
Podemos dizer que um dos primeiros reflexos que a multiparentalidade traz no âmbito 
jurídico é a possibilidade de se registrar os vínculos socioafetivos ou biológicos existentes. 
Segundo a lei de registros públicos, Lei 6015/73, artigo 54, deverá constar no registro os nomes 
e prenomes dos pais e dos avós maternos e paternos, o que não poderia ser diferente no registro 
de nascimento em relação ao pai ou mãe socioafetivo, assim, constarão como avós todos os 
ascendentes destes, e o filho poderá usar o nome de todos os pais (MENDES e QUEIROZ, 
2014, p.478). 
Quando há esse registro, podemos entender que acabam surgindo garantias reais aos a todos 
que estão ali presentes naquele registro, criando uma certa afinidade, e isso gera direitos entre 
ambas as filiações, sejam elas socioafetivas, sanguíneas, colaterais, ou resumindo filiações 
multiparentais. A vantagem de ter esse tipo de inclusão no registro é que na prática isso só traz 
benefícios para os filhos, pois isso é uma prova viva da abrangência de seus direitos. Portanto 
a multiparentalidade é caracterizada por meio do registro público, e neste documento de prova 
incontudente da ligação de parentesco. 
Percebe-se que o reconhecimento da paternidade socioafetiva e biológica na atualidade são 
consideradas como forma de parentesco, buscando na pratica acompanhar a evolução desses 
vários conceitos de família que se modificam constantemente, visando a máxima proteção para 
a criança ou adolescente entre outros benefícios como por exemplo, o direito à herança o qual 
se destaca como um dos efeitos da multiparentalidade em relação a sucessão. 
Tâniada Silva Pereira (Pereira, 2015, P. 307) conceitua família multiparental: 
É a família que tem múltiplos pais/mães, isto é, mais de um pai e/ou mais 
de uma mãe. Geralmente, a multiparentalidade se dá em razão de 
constituições de novos vínculos conjugais, em que padrastos e madrastas 
assumem e exercem as funções de pais biológicos e/ou registrais, ou em 
substituição a eles e também em casos de inseminação artificial com 
material genético de terceiros. 
Para deixar mais fixo no entendimento do leitor, destaca-se um pouco sobre as espécies de 
filiação dentro do nosso ordenamento jurídico. A própria Constituição não faz distinção entre 
os filho, inclusive afirma em seu artigo 227 §6º que todos filhos havidos ou não fora do 
 
11 
 
casamento devem ser tratados de forma igual, assim como o artigo 1.596 do código civil que 
ressalta esta afirmação da Constituição, incluindo a igualdade inclusive entre os filhos adotivos. 
Quando se fala em reflexos jurídicos e a multiparentalidade, o objetivo é esclarecer como é 
determinada pela lei, e quais são as filiações que a lei determina como tais, ou seja é a ligação 
ou respaldo que há dentro da legislação que reconhece esse elo entre pais e filhos, sejam eles 
legítimos, adotivos, ou aqueles gerados fora do matrimônio. 
Quando é feito a leitura do artigo 1.597 e os seus incisos vemos as definições específicas 
de cada forma de filiação além do reconhecimento daqueles que foram gerados através de 
fecundação artificial, inseminação artificial, e claro essas que são feitas de forma artificial, a lei 
determina obviamente que tenha sido realizada com a autorização do homem. Especificamente 
os nascidos fora do casamento, há uma regra de reconhecimento que foi preciso ser aparada e 
protegida pelo Código Civil em seu artigo 1.609 que dispõe o seu reconhecimento de forma 
voluntária, ou de forma judicial, ou seja, com uma ação de reconhecimento de paternidade. 
Houve essa necessidade de proteção no código de 2002 porque houve tempos em que havia 
certa relutância de reconhecimento, principalmente dos filhos nascidos fora do casamento, e o 
código anterior a este, eram totalmente extintos de algum direito. 
Com o passar do tempo, ficou mais perceptível que nem sempre essa concretização do 
reconhecimento da paternidade era o suficiente para abranger todos os requisitos. Em primeiro 
lugar uma criança precisa ter um crescimento e desenvolvimento, principalmente, mental de 
forma saudável. Além de abranger o que a própria constituição federal preconiza e o próprio 
código civil, como mencionado nos parágrafos anteriores. 
Desse modo, diante dessa falta de cumprir os requisitos e amparo total a criança, entra em 
contexto a filiação socioafetiva, tendo uma abrangência bem maior, focando sua atenção e 
cuidado ao bem-estar da criança, principalmente o psicológico. Com isso, o ordenamento 
jurídico passou a proteger mais essa afetividade, através de jurisprudências, enunciados de 
Direito Civil. 
 
4. MULTIPARENTALIDADE E O DIREITO SUCESSÓRIO 
O reconhecimento da multiparentalidade pode acarretar efeitos, em especial o parentesco, 
alimentos, guarda e sucessão. Pois, no momento em que se registrar o nome do pai socioafetivo 
no registro civil de nascimento do filho, estabelece a filiação em conjunto com os pais 
biológicos, assim como todos os seus efeitos a seguir. 
 
12 
 
A multiparentalidade é o reconhecimento legal de mais de uma forma de paternidade (entre 
pais e filhos), a forma que mais conhecemos nos dias atuais são: a de pais biológicos e os 
socioafetivos. Para abordar sobre a sucessão nos casos de multiparentalidade, devemos lembrar 
que o Direito Sucessório é uma forma de reconhecimento de paternidade, e que deve ser sim 
estendida ao parentesco socioafetivo assim como observa Maria Berenice Dias (Dias, 2016, 
pág. 764): 
Observa-se que o direito tem tentado, nas últimas décadas, conformar a 
celeuma em torno da verdadeira paternidade ao paradigma da 
socioafetividade, até mesmo em prestígio da própria dignidade do filho, em 
uma franca tentativa de preservar-lhe a construção dos liames de afeto, 
confiança e solidariedade nas relações familiares e parentais. 
O filho socioafetivo, na prática, tem o direito de requerer judicialmente o reconhecimento 
de filiação, seja ela biológica ou socioafetiva. Visto nos parágrafos anteriores, por meio da lei 
não há distinção quando destaca as palavras “outra origem”. De acordo com o código civil, os 
direitos sucessórios também se enquadram nos casos que são reconhecidas a 
multiparentalidade. 
A multiparentalidade é um assunto que atualmente vem sendo discutido no âmbito jurídico 
e segundo decisão do STF, a paternidade socioafetiva não exime de responsabilidade o pai 
biológico (STF, 2016). 
DIREITO DE FAMÍLIA. RECONHECIMENTO DE VÍNCULO SOCIO 
AFETIVO. ADOÇÃO ADITIVA. PADRASTO E ENTEADO. FAMÍLIA 
MULTIPARENTAL. INCLUSÃO DO NOME DO ADOTANTE SEM 
EXCLUSÃO DO PAI BIOLÓGICO. IMPOSSIBILIDADE. Nos termos do 
artigo 41 do Estatuto da Criança e do Adolescente, a adoção rompe o 
vínculo com a família original, carecendo de amparo legal o pedido de 
adoção feito pelo padrasto sem a exclusão do pai biológico. Recurso 
conhecido e improvido. (BRASIL. TJDFT. Apelação Cível 
20140410129269. Relator: Hector Valverde Santana. Data de Julgamento: 
13/05/2015. 6ª Turma Cível. Data de Publicação: Publicado do DJE: 
19/05/2015. Pág. 375). 
Por conseguinte, há também uma repercussão geral de nº 622 aprovada pelo STF na qual 
diz que “a paternidade socioafetiva, declarada ou não em registro público, não impede o 
reconhecimento do vínculo de filiação concomitante baseado na origem biológica, com os 
 
13 
 
efeitos jurídicos próprios”. Diante disso, reconheceu a paternidade socioafetiva mesmo não 
sendo por registro; afirmou que não há hierarquia entre os dois vínculos de paternidades; e abriu 
caminhos para o instituto chamado multiparentalidade. 
O Direito à Sucessão, ou direito a herança como mais conhecemos, é um direito 
explicitamente protegido e regulado por lei infraconstitucional (Código Civil), o código chama 
esse direito de Direito Sucessório garantido aos herdeiros necessários, muitos doutrinadores e 
juízes colocavam esse direito apenas ligado aos filhos biológicos, deixando uma sensação de 
que aqueles filhos afetivos não podiam ter esse direito garantido pois apenas haveria um vínculo 
afetivo (sem interesses) não podendo os mesmos terem direito à herança. Para melhor 
entendimento segue definição de Sucessão Legitima: é aquela que decorre e é regulamentada 
por lei, onde ela existe independente da vontade do falecido”, entendimento retirado dos artigos 
1.829 a 1.856 do código civil. 
A multiparentalidade efetiva o princípio da dignidade da pessoa humana e da afetividade, 
reconhecendo no campo jurídico a filiação – amor, afeto e atenção - que já existe no campo 
fático. Diverge da adoção unilateral, pois não substitui nenhum dos pais biológicos, mas 
acrescenta no registro de nascimento o pai ou mãe socioafetivo. Por meio dele se estabelece 
entre o filho e o pai/mãe socioafetivo(a) todos os efeitos decorrentes da filiação. 
Em suma é importante esclarecer que o intuito de um reconhecimento da multiparentalidade 
tem primazia em reconhecer o afeto, a ligação sentimental que a criança tem por alguém, pois 
isso faz bem a ela, e apenas traz benefícios para um crescimento sólido, ou seja o financeiro, 
direito a herança não deve ser o principal objetivo desse reconhecimento, mas sim um 
complemento, e é onde recomenda-se Christiano Cassetari (Cassetari, 2015, p. 08): 
Para nós, é inconcebível que seja feito um reconhecimento de parentalidade 
socioafetiva, de qualquer forma, e o mesmo não seja levado ao assento de 
nascimento, que é o local adequado em que tal informação deve constar. 
Acreditamos que, se esse pedido não é feito num processo, por exemplo, 
evidencia-se o caráter exclusivamentepatrimonial da ação judicial, onde se 
discute o afeto e todos os seus termos, e ao final se declara a sua existência, 
apenas para um determinado fim, geralmente com benefício financeiro 
(alimentos e sucessão), mas não se altera o registro do nascimento. Isso é um 
verdadeiro absurdo que deve ser coibido por advogados, juízes e promotores. 
Se há reconhecimento de parentalidade socioafetiva, ele deve, 
obrigatoriamente, constar do registro de nascimento. 
 
14 
 
O que torna uma pessoa reconhecida é o registro público, ou seja, a certidão de nascimento 
(conforme artigo 1.603 CC/2002), e onde for provado a sua verdadeira filiação, então podemos 
ver que somente o reconhecimento da multiparentalidade não a torna totalmente válida, 
principalmente dentro do direito sucessório, faz necessário o seu reconhecimento em registro 
público, para que assim possa ser ter sobre essa afetividade todos os efeitos legais, quando 
falamos isso queremos dizer que é importante o nome de todos os pais na certidão de 
nascimento, seja no próprio nascimento, ou posteriormente conforme crescimento da criança, 
onde os laços afetivos ficam cada vez mais fortes. (PÓVOAS, 2012). 
 
4.1 DIREITO SUCESSÓRIO 
A multiparentalidade decorre do reconhecimento legal considerando a existência dos pais 
biológicos e socioafetivos como forma de múltipla parentalidade. Este reconhecimento produz 
efeitos sucessórios. 
O direito sucessório é decorrente da filiação, seja qual for, consequentemente sendo ligado 
a filiação socioafetiva. Diante disso, é necessária uma interpretação de que, seja qual for a forma 
de reconhecimento, os filhos biológicos ou afetivos possuem os mesmos direitos, bem como o 
sucessório. Assim dispõe, tanto o artigo 227, §6 da Constituição de 1988 como o artigo 1.596 
do Código Civil de 2002 que: “os filhos, havidos ou não da relação de casamento, ou por 
adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações 
discriminatórias relativas à filiação”. Lembrando que as responsabilidades e obrigações dos 
pais biológicos não se excluem por causa do reconhecimento da socioafetividade, como no 
trecho a seguir do autor Carlos Roberto Gonçalves (Gonçalves, 2017, pág.400): 
O Supremo Tribunal Federal, em julgamento realizado no dia 21 de setembro 
de 2016, negou pedido de reconhecimento da preponderância da paternidade 
socioafetiva sobre a biológica, fixando tese de repercussão geral. A decisão 
admitiu a multiparentalidade, com a manutenção dos pais afetivos e 
biológicos. Proclamou a referida Corte que a existência de pai socioafetivo 
não tira deveres do pai biológico, como o de pagar alimentos 
Contudo, o direito sucessório entre pais e filhos por afinidade não é regulamentado pelo 
código civil. Só existindo a possibilidade hereditária por meio de adoção ou testamento, não 
sendo possível para o filho afetivo ser herdeiro de seus pais afins quando vierem a falecer. Esta 
é considerada a maior crítica no direito sucessório em relação ao filho socioafetivo, quando 
 
15 
 
após o falecimento dos pais por afetividade, os filhos pleiteiam o reconhecimento sucessório. 
Pois, este pedido não deveria ser visto como motivo que o impedisse ou prejudicasse na sua 
busca pelo direito sucessório, como afirmado pelo artigo de (Silva, Vieira e Machado, 2018, 
pág.117-118): 
Os Tribunais do País passaram a reconhecer situações baseada no princípio da 
dignidade da pessoa humana e da afetividade, acontecimentos que não 
passassem de suposições no âmbito do direito de família, atualmente se faz 
realidade na sociedade, inovando e ampliando o conceito referente às 
entidades familiares, na qual já se tem algumas decisões pautadas neste 
sentido, em que uma pessoa teria direito ao duplo reconhecimento de 
paternidade em seu registro de nascimento, colocando lado a lado pais 
biológicos e pais socioafetivos. 
A resistência dos juristas é argumentada pela falta de reconhecimento do real desejo da 
filiação socioafetiva, na qual poderia ser feita via testamento sendo visado somente o interesse 
patrimonial e não afetivo. Como visto nos parágrafos anteriores, o reconhecimento da filiação 
é abordado nos artigos 1.593 do Código Civil e 227, §6º da Constituição Federal, uma vez que 
entre filhos biológicos e socioafetivos não deve haver discriminação. 
O Código Civil de 2002 norteia as regras e direito da herança a qual é transmitida entre os 
herdeiros legítimos e testamentários quando da abertura da sucessão, o que segundo a doutrina 
é chamado de Princípio da Saisine, previsto no art. 1.784 do CC: “Aberta a sucessão, a herança 
transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários”. 
Os Herdeiros Testamentários são aqueles que são instituídos por meio de um testamento, 
independente de terem um grau de parentesco ou não, e os Herdeiros Legítimos, são aqueles 
que a lei diz que sucedem diretamente, apenas pelo fato de serem filhos, e estes possuem uma 
ordem que o próprio código define que fica exatamente no Artigo 1.829 CC: 
Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: 
I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se 
casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da 
separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime 
da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares; 
II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge; 
III - ao cônjuge sobrevivente; 
IV - aos colaterais. 
 
16 
 
Visto que o código possui regras para assim determinar quem tem direito a bens, heranças 
sejam de valor em dinheiro ou sentimental, pode-se chegar ao ponto principal que liga tanto a 
importância do reconhecimento da multiparentalidade ao direito sucessório. Tratando-se de 
grau ou relação de parentesco, alguém só poderá ter esse direito reclamado se de fato estiver 
“legalmente” reconhecido como tal. Se um pai afetivo falece sem deixar testamento, a ordem 
de vocação para receber a herança deve ser a seguida pelo código, então aquele filho que tinha 
ligação “apenas afetiva”, sem nenhum registro, por mais que fosse tratado como biológico de 
fato, ficaria de fora desse direito de herança como aborda Gonçalves (2017). 
 Conclui-se, enfim, que o reconhecimento da multiparentalidade não só na prática do dia a 
dia, mas com o reconhecimento público, possa entrar na sucessão com os devidos direitos 
patrimoniais. As regras de sucessão também deverão ser aplicadas na parentalidade 
socioafetiva, uma vez estabelecida a relação afetiva, iguala-se os parentes sanguíneos e afetivos. 
Assim depreende-se que ao reconhecer a multiparentalidade e as diversas formas que tratamos 
anteriormente, este estará protegido e amparado por todos os efeitos sucessórios ao qual deverá 
ser de seu direito. 
 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Esta pesquisa teve objetivo de analisar os reflexos da Multiparentalidade no Direito 
Sucessório e pode-se entender que tal assunto tem sido motivo de discussões meio jurídico por 
não haver regulamentação de lei. 
Durante muito tempo, a sociedade impôs que família é o que advém do matrimônio e 
reprodução biológica, e escondem o verdadeiro significado, ou seja, o amor filial, o afeto. Os 
pais socioafetivos e biológicos estão representados por pessoas distintas, mas são igualmente 
importantes, então um ponto positivo para o meio social e jurídico é a aceitação que esses dois 
fatores de paternidade existem e sem hierarquia entre eles. 
A multiparentalidade gera efeitos sucessórios, exemplo disso, é o direito à herança que se 
dá por meio da não distinção dos filhos sem discriminação como afirma o artigo 227, §6 da CF. 
Nesse sentido, se incorporam aos herdeiros necessários, quando se trata de sucessão, aplicando 
as regras do Código Civil de 2002, atualmente como ordenamento jurídico vigente. Contudo, 
se faz necessário um estudo aprofundado sobre o tema abordado,no qual o objetivo seja evitar 
injustiças ao julgar tais casos. 
Assim tende o sistema jurídico brasileiro a se enquadrar a situações de multiparentalidade 
como forma de cumprir os direitos das pessoas envolvidas, quando estas, em razão da omissão 
 
17 
 
por meio do sistema de direito atual as prejudica, até por uma questão de obviedade não existe 
um motivo que justifique o meio jurídico, e toda a sua burocracia que já é sabido que existe, 
não se atentar ou mostrar que cada entidade familiar ou lar tem a sua própria individualidade. 
Não há porque haver distinção entre a socioafetividade ou a paternidade biológica, não deve 
haver uma preferência quanto a esse sentido, mas sim de como é sentida e vivenciada. 
Mais uma vez torna-se claro que os princípios constitucionais devem ser levados a rigor, 
principalmente aqueles com forte ligação e conveniência com a multiparentalidade, que é o 
princípio da dignidade da pessoa humana, pois ele ajuda ainda mais a enfatizar que há uma 
isonomia entre filhos afetivos e adotivos, esses princípios são importantíssimos para que se 
evite ao máximo que o sistema jurídico os ignore, pois a intenção é que todas as formas de 
afetividade seja bem vinda e atendida pelo direito, pois é dessa forma que vários direitos e 
garantias são aplicados, inclusive direitos e garantias advindos do direito sucessório. 
 
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STF. Paternidade Socioafetiva não exime de responsabilidade o pai biológico. Disponível 
em: http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=32578.1. Acesso: 04 
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TANCETTI, Diana. Reconhecimento da paternidade socioafetiva e suas consequências no 
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GONÇALVES. Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro, Volume 6: Direito de Família. 
Editora Saraiva, 14º edição, São Paulo, 2017. 
 
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