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COMPARATIVO DAS PRINCIPAIS ESPÉCIES DE PEIXES CULTIVADAS, VARIANDO A DETERMINADAS EXIGÊNCIAS

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COMPARATIVO DAS PRINCIPAIS ESPÉCIES DE PEIXES CULTIVADAS, 
VARIANDO A DETERMINADAS EXIGÊNCIAS. 
 
Alice Vitória Pancieri Periz
1
, Douglas Moreira da Silva
1
, Elisângela Caetano da Silva
1
, 
João Henrique Rossani Bucher
1
, Lívia Kuster
1
, Silvio Santos
 
Coimbra de Oliveira 
Junior
1
. 
 
1
 Estudante da graduação de Medicina Veterinária no Centro Universitário do Espirito Santo - UNESC . 
 
Resumo: De modo geral a psicicultura se trata do cultivo ou criação de peixes em 
ambiente natural ou artificial com finalidade econômica, social e científica; visto que 
esta pode ser desenvolvida em qualquer região do nosso país graças a grande 
abundancia de água. Sabendo disso é importante nos atentarmos ao fato de que para se 
termos sucesso com um meio de produção precisamos de conhecimento sobre tal. A 
nossa principal finalidade foi o aprendizado e a abordagem das especies de peixes mais 
utilizadas na piscicultura e consumidas pelo mercado, falando um pouco de suas 
caracteristicas, e o que esperar no desenvolvimento de cada uma. 
Palavras–chave: criação em cativeiro; exigência especifica; hibrido; piscicultura; teleósteo 
endêmico. 
Introdução 
A piscicultura está cada vez ganhando mais espaço no mercado, e 
consequentemente movimentando parte da economia brasileira. Ela pode ser 
desenvolvida em qualquer região do nosso país, desde que seja levado em consideração 
o sistema de criação (como viveiros escavados, açudes e tanques-rede) e as exigências 
que cada espécie tem (Bonfim, et al, 2017). 
Tendo em vista o principal objetivo de obter conhecimentos técnicos básicos 
necessários para se alcançar bons resultados (Bonfim, et al, 2017), e levando em 
consideração a diversidade das espécies de peixes que podem ser utilizado na 
piscicultura, vamos falar sobre algumas espécies de água doce que são mais produzidas 
no Brasil (Lopes, 2012). 
Revisão de Literatura 
A piscicultura possui uma vantagem acima de outros modos de produção de 
animais voltados para consumo, que é o fato dos peixes se reproduzirem rapidamente, e 
em grandes quantidades (Lopes, 2012). Porem, esta atividade demanda de bastante 
conhecimento e experiência sobre os animais por parte do produtor; e também de 
exigências legais especificas. Informações tiradas de um artigo no site da EMBRAPA 
de junho desde ano (2020) mostram que o Brasil ocupa a 13ª posição na produção de 
peixes em cativeiro no mundo, e é o 8º na produção de peixes de água doce (Silva, et al, 
2020). Vamos agora identificar alguns números na produção de peixes. 
As principais espécies de peixes produzidas em 2018 e a variação do crescimento em relação a 2017 estão 
listadas na Tabela 1.1 a seguir. 
 
 
 2 
(Tabela 1.1) 
 
 
Baseando-se na tabela das principais espécies, e já tendo em media a quantidade 
de produção anual de cada animal; iremos relatar e descrever melhor as características 
destes. 
 Tilápia: este gênero de peixes está bem distribuído ao longo das bacias do 
território brasileiro, tornando assim o Brasil o 4º maior produtor mundial de 
Tilápia (Martignoni, 2015). Ao todo existem aproximadamente cerca de 70 
espécies descendentes deste gênero, que são muito indicadas para regiões de 
climas tropicais; e tem como principais características a rusticidade, 
precocidade, hábito alimentar onívoro, boa aceitação pelo consumidor e alto 
valor de mercado (Pereira & Silva, 2012). A reprodução desses animais pode ser 
iniciada a partir do sexto mês de vida, sendo que sua desova pode ocorrer até 
quatro vezes por ano (Martignoni, 2015). Uma curiosidade é que ela é o peixe 
mais produzido em aguas capixabas. 
 Tambaqui: é a espécie de peixe nativa mais produzida no Brasil, com mais de 
100 mil toneladas produzidas em 2018 (apesar da queda em relação ao ano 
anterior) (Filho, 2018). De acordo com Corrêa et al (2018) apresenta em sua 
espécie uma rusticidade que é muito favorável a criação dos mesmos tanto em 
sistemas semi-intensivos (barragens, viveiros e tanques), quanto em sistemas 
intensivos (viveiros e tanques com aeração mecânica, tanques-rede). “Seu ciclo 
de produção varia de 8 a 12 meses para despescar tambaquis de 1,0 kg a 2,0 kg, e de 
12 a 18 meses, para despescar tambaquis com mais de 2,0 kg” (Corrêa, p. 09, 2018). 
 Pacu: este é considerado um dos mais importantes peixes para a piscicultura 
nascional e para pesca comercial. Adapta-se muito bem a criação em cativeiro, 
além de comer de tudo, inclusive uma alimentação industrializada (Boscolo et 
al, 2018). É capaz de suportar regiões frias de até 16 graus, porem se desenvolve 
muito melhor em ambientes cuja temperatura media é 28 graus. Soltos na 
natureza podem alcançar o peso de 18kg, e em viveiros chegam a 1,5kg com 1 
ano de cultivo que é o peso para comercialização (Lopes, 2012). E de acordo 
com Boscolo et al (2018) o pacu é um peixe de piracema, que em cativeiro é 
feito utilização de hormônios para induzir a reprodução (feito por profissionais). 
 3 
 Tambacu: é um hibrido resultado do cruzamento em laboratório do macho do 
pacu com a fêmea do tambaqui, e ele herdou o bom crescimento do tambaqui, 
com a resistência ao frio do pacu (Faria et al, 2013). A taxa de mortalidade 
desses animais é baixa (20%), no entanto a de fertilidade deste hibrido é menor 
que 4%, e o ideal é que dentro de um ano de cultivo o Tambacu esteja pesando 
entre 1,0 a 1,5kg (Silva, et al, 2020). 
 Carpas: estas fazem parte da maior família de peixes de água doce, com mais de 
2000 espécies distribuídas por mais de 200 gêneros. Ela surgiu nos grandes 
lagos da Ásia, Europa e África; e é muito disseminada como peixe de criação, 
podendo ser considerada uma espécie invasora (Martignoni, 2015). As carpas 
são capazes de sobreviver em muitos ambientes aquáticos diferentes, incluindo 
água salobra ou com pouca oferta de oxigênio (Campeche & Guilherme, 2019). 
Na natureza uma carpa pode pesar até 30kg e chegar a 1 metro de comprimento, 
entretanto o tamanho de comercialização é entre 30 a 50cm, e peso em torno de 
1,5kg a 3kg (Filho, 2018). 
 Matrinxã: é um teleósteo endêmico da região amazônica, é conhecido pela 
qualidade proteica e sabor da carne. Isso fez com que começasse a haveruma 
maior procura por sua carne no mercado, o que despertou interesse nos 
pescadores e também nos criadores, que começaram a cultiva-los em cativeiro 
para minimizar a caça predatória (Gadelha & Araujo, 2013). Apresenta um 
período de vida curto, o que propicia um crescimento rápido e uma fecundidade 
elevada (Faria et al, 2013). 
 Trairão: fisicamente ele é parecido com a traíra, por isso recebeu esse nome; 
além de também ser carnívoro. É extremamente adaptado para a sobrevivência 
em águas de baixa profundidade, e com baixos ou poucos níveis de oxigênio 
(Pereira & Silva, 2012). 
 Curimbatá: também é conhecido por curimatã, a principal característica da 
família é a boca protrátil, em forma de ventosa, com lábios carnosos, onde estão 
implantados pequenos dentes enfileirados (Moraes, et al, 1997). Esta é uma 
especie de peixe nativa brasileira, que pode chegar ate 80cm de comprimento e 
7kg (Lopes, 2012). Uma curiosidade sobre a especie é que esta é profilica, 
significa que a espécie é fértil e a fêmea consegue desovar mais de um milhão de 
óvulos por temporada (Moraes, et al, 1997). 
 Pirarucu: esta especie vem se destacando muito no mercado graças as suas 
caracteristicas, como: carne desprovida de espinhos, rusticidade de manejo, 
adaptação para respiração aérea, elevada taxa de crescimento podendo chegar a 
10kg no primeiro ano de criação (Souza, et al, 2017). Esta é uma especie que 
tem sensibilidade a raios solares, o que pode causar queimaduras em sua pele, a 
transparencia da agua é um fator prejudicial para criação desses animais em 
viveiros (Souza, et al, 2017). 
 Piau: apresenta um crescimento rápido principalmente nos primeiros 12 a 18 
meses, com engorda de 1,0kg a 1,2kg. Eles são animaisde piracema, por isso 
quando criados em cativeiros precisam da indução hormonal para liberação dos 
gametas (Araújo, et al, 2012). 
 
Conclusões 
Neste trabalho a nossa principal finalidade foi o aprendizado e a abordagem das 
espécies de peixes mais utilizadas na piscicultura e consumidas pelo mercado. Falando 
 4 
um pouco de suas caracteristicas mais marcantes e de alguns dos seus fatores de 
produção. É sempre bom ressaltar que o Brasil é um país que está entre os maiores 
piscicultores mundiais, o que é visto como um ponto chave para nossa economia. 
Dito isso, saber o que esperar no desenvolvimento de cada uma dessas especies é 
o caminho para se ter sucesso de produção, e assim se conquistar espaço nesse mercado 
cada dia mais competitivo. 
 
 
Literatura citada 
 
BONFIM, Bruno Henrique. Piscicultura: fundamentos da produção de peixes, 2017. In: 
https://www.cnabrasil.org.br/assets/arquivos/195-PISCICULTURA.pdf (acessado em 22 de outubro de 
2020). 
 
BOSCOLO, Wilson Rogerio; et a. Manual Técnico Criação de pacu em tanque-rede para produção de 
carne mecanicamente separada (CMS), 2010. In: 
http://boaspraticas.org.br/attachments/article/27/Manual%20tecnico%20aquicultura.pdf (acessado em 23 
de outubro de 2020). 
 
CAMPECHE, Daniela Ferraz Bacconi; GUILHERME, Luiz Carlos. Piscultura na agricultura familiar, 
2019. In: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/208471/1/Piscicultura-na-agricultura-
familiar.pdf (acessado em 24 de outubro de 2020). 
 
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https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/181969/1/Criacao-de-Tambaquis-AINFO.pdf 
(acessado em 23 de outubro de 2020). 
 
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outubro de 2020). 
 
LOPES, Jackelline Cristina Ost. Piscicultura, 2012. In: http://pronatec.ifpr.edu.br/wp-
content/uploads/2013/06/Piscicultura.pdf (acessado em 22 de outubro de 2020). 
 
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http://boaspraticas.org.br/attachments/article/27/Manual%20tecnico%20aquicultura.pdf
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http://www.agriverdes.com.br/biblioteca/biblioteca/Agroecologia/Cartilhas%20de%20Agroecologia/Manual%20de%20Cria%C3%A7%C3%A3o%20de%20Peixes%20em%20Viveiros.pdf
http://www.agriverdes.com.br/biblioteca/biblioteca/Agroecologia/Cartilhas%20de%20Agroecologia/Manual%20de%20Cria%C3%A7%C3%A3o%20de%20Peixes%20em%20Viveiros.pdf
https://periodicos.unifap.br/index.php/biota/article/viewFile/411/v2n1p10-21.pdf
https://www.passeidireto.com/arquivo/57544082/criacao-de-peixe-matrinxa-pdf-pdf
http://pronatec.ifpr.edu.br/wp-content/uploads/2013/06/Piscicultura.pdf
http://pronatec.ifpr.edu.br/wp-content/uploads/2013/06/Piscicultura.pdf
http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/5831/1/PB_COAGR_2015_1_01.pdf
https://www.scielo.br/pdf/rbzool/v14n1/v14n1a15

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