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RESUMO LEI 8935

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1 
 
 
TJSC 
1ª FASE 
 
2 
 
TEORIA GERAL 
 
PRINCÍPIOS GERAIS 
*Material feito com base nas aulas ministradas no curso CERS 
Tanto a lei 8.935/94 como a lei 6.015/73 trazem princípios básicos. A lei 9.492/97, sobre 
o protesto, também traz princípios. Eles são princípios normativos, que por força de lei se 
aplicam à atividade notarial e registral. Quatro princípios se aplicam a toda atividade 
notarial e registral: PASE – publicidade, autenticidade, segurança e eficácia. 
 
 
 
Princípio da publicidade 
A publicidade é vista como possibilidade de acesso às informações públicas. À frente 
diferenciaremos a publicidade notarial da publicidade registral, e dentro desta ainda há 
certas peculiaridades de publicidade, que modificam seus efeitos. 
A publicidade que está ligada à atividade é a possibilidade de qualquer pessoa do povo, 
não necessariamente a parte inscrita, ter acesso às informações dos livros do Registro. 
Isso é publicidade: a pessoa não tem que dizer o motivo pelo qual está acessando a 
certidão. 
A publicidade se concretiza por meio de certidões, são poucos os casos de publicidade 
direta, como no RI a possibilidade de a pessoa ter acesso ao procedimento de loteamento 
ou de incorporação. 
Há também exceções, o princípio não é absoluto, como no caso do reconhecimento de 
paternidade feito posteriormente, voluntariamente ou por ordem judicial. 
PASE
PUBLICIDADE
AUTENTIIDADE
SEGURANÇA
EFICÁCIA
 
3 
 
No tabelionato de notas, a exceção à publicidade existe em alguns estados no tocante ao 
testamento público. Em regra, o testamento público pode ser acessado por qualquer 
pessoa, pois é lavrado por tabelião em seu livro de notas. A lei não limita esta publicidade, 
e assim é de fato em muitos estados. Outros estados, todavia, cotejando a publicidade 
com a dignidade da pessoa humana e a intimidade, proibiram o acesso ao testamento 
por certidões enquanto o testador estiver vivo. É o caso do PR, de SP, de MG e também 
de Santa Catarina. O mesmo tratamento foi dado ao tema pelo CNJ no Provimento 
18/2012, que trata da Central Nacional de Serviços Eletrônicos Compartilhados. 
 
PROVIMENTO 18/2012 DO CNJ 
Art. 5º. A informação sobre a existência ou não de testamento somente será fornecida 
pelo CNB/CF nos seguintes casos: 
a) mediante requisição judicial ou do Ministério Público, gratuitamente; 
b) de pessoa viva, a pedido do próprio testador, mediante apresentação da cópia do 
documento de identidade, observado o parágrafo único deste artigo; 
c) de pessoa falecida, a pedido de interessado, mediante apresentação da certidão de 
óbito expedida pelo Registro Civil de Pessoas Naturais, observado o parágrafo único 
deste artigo; 
 
Princípio da autenticidade 
Os atos praticados por oficial ou tabelião se presumem autênticos e, por força de lei, uma 
cópia autenticada é tida como autêntica. Por força de lei, ele reforça o princípio da fé 
pública. 
Por que o ato praticado pelo tabelião ou oficial se presume autêntico? O sistema moderno 
precisa buscar confiança em algum lugar. Veremos isso melhor adiante. 
Os atos praticados podem ser no livro (protocolares) ou extraprotocolares, que são atos 
que não ficam nos livros, tal como a autenticação de cópias e o reconhecimento de 
firmas. Autenticação é feita no tabelionato, mas a cópia do documento autenticado não 
fica arquivada na serventia. Por isso o ato é extraprotocolar. Nos atos protocolares o ato 
fica registrado nos livros. O princípio da autenticidade está presente em ambos os tipos 
de atos. 
Princípio da segurança: 
A segurança jurídica é o princípio mais importante e a razão de existir da atividade. As 
pessoas precisam de segurança para constituir relações jurídicas de qualquer tipo. Ela 
garante que a atividade seja feita de forma hígida, com boa-fé dos profissionais. 
Um ato feito por tabelião ou oficial passou por qualificação jurídica. Se o ato consta no 
livro ele não é ato nulo, tem fundamento jurídico para existir. Se o título teve acesso ao RI, 
por exemplo, ele passou por qualificação jurídica, ele é juridicamente forte. 
 
4 
 
A segurança não permite prática de atos nulos. Atos meramente anuláveis, não obstante 
divergência doutrinária, não ferem a segurança jurídica. Ex: compra e venda de bem 
imóvel do pai para filho sem anuência dos demais descendentes. Ele teria ingresso no 
RI? Poderia ser lavrada escritura? A melhor resposta é que o ato anulável pode ser 
praticado pelo tabelião e ter ingresso no RI, pois a anulabilidade não é norma de ordem 
pública e sequer pode ser decretada de ofício pelo juiz, quanto mais pelo Tabelião. 
 
JURISPRUDÊNCIA - TJSP 
Compra e venda. Estrangeiro. Casamento no exterior. Regime de bens. Outorga uxória. 
Anulabilidade - nulidade relativa - qualificação registral. 1VRPSP - Processo: 1086107-
94.2018.8.26.0100 Localidade: São Paulo Data de Julgamento: 14/12/2018 Data DJ: 
18/12/2018 
(...) 
E, conforme artigo 177 do mesmo Código, o ato anulável só deixa de ser considerado 
válido após sentença transitada em julgado, razão pela qual o Oficial não poderia negar o 
registro com base em tal vício. 
(...) 
REGISTRO DE IMÓVEIS - DÚVIDA - ESCRITURA DE COMPRA E VENDA DE IMÓVEL - 
VENDEDOR REPRESENTADO PELO PROPRIO COMPRADOR - NULIDADE RELATIVA - 
INVIABILIDADE DE RECONHECIMENTO DE OFÍCIO - RECURSO PROVIDO. (Ap. Cível nº 
3002501-95.2013.8.26.0590, Rel. Des. Elliot Akel, j. 07/10/14) 
REGISTRO DE IMÓVEIS - Compromisso de compra e venda celebrado sem anuência dos 
demais descendentes - Negócio jurídico anulável - Interesse privado - Inviabilidade do 
exame da validade do contrato em processo administrativo - Necessidade de processo 
jurisdicional - Cabimento do registro - Recurso não provido (Apelação 0029136-
53.2011.8.26.0100, Conselho Superior da Magistratura de São Paulo, j. 31.05.2012) 
https://www.kollemata.com.br/compra-e-venda-estrangeiro-casamento-no-exterior-
regime-de-bens-outorga-uxoria-anulabilidade-nulidad.html 
 
Os demais descendentes terão que pedir a anulação e, caso não o façam no prazo 
decadencial, o ato jurídico é perfeito. O ato anulável não fere de maneira absoluta a 
segurança jurídica. O tabelião, ao lavrar o ato, tem o dever de informar que o ato é 
anulável, mas não impede a prática do ato. A forma mais correta de trazer segurança 
jurídica para esse ato é constar essa advertência na escritura. Dessa forma o tabelião 
garantiu a segurança jurídica e pratica o ato anulável. 
Por outro lado, sendo o ato simulado ele é nulo, e ato nulo fere a segurança jurídica e a 
ordem pública. 
 
 
http://www.lexml.gov.br/urn/urn:lex:br:federal:lei:2002-01-10;10406
https://www.kollemata.com.br/compra-e-venda-estrangeiro-casamento-no-exterior-regime-de-bens-outorga-uxoria-anulabilidade-nulidad.html
https://www.kollemata.com.br/compra-e-venda-estrangeiro-casamento-no-exterior-regime-de-bens-outorga-uxoria-anulabilidade-nulidad.html
 
5 
 
Princípio da eficácia 
Eficácia é a aptidão de determinado ato para produzir efeitos jurídicos. Dessa forma, é 
dever dos serviços notariais e de registro garantir que os atos ali praticados ou 
registrados produzam os efeitos que lhe são próprios. 
A eficácia precisa ser bipartida, pois ela pode ser saneadora ou constitutiva. A lei traz 
eficácia como um dos princípios, podendo ser saneadora ou constitutiva. 
Ela pode ainda ser controlada, sem ferir a juridicidade do ato. Ex: ato feito sob condição 
suspensiva é ineficaz, embora já exista e seja válido. Ele só se torna eficaz pela 
implementação da condição suspensiva. Embora o princípio da eficácia norteie a 
atividade notarial e registral, o tabelião pode praticar ato sob condição suspensiva, como 
uma escritura de doação de imóvel sob condição suspensiva de conduta do donatário 
em favor do doador. O ato é válido, porém ineficaz. 
Discute-se muito quanto à possibilidade do registro de ato sob condição suspensiva, e 
para parte da doutrina a condição já deveriaestar implementada para que haja registro. 
Seguimos esse entendimento, tendo em vista que o registro opera no plano da eficácia, 
sendo forma de aquisição de direito e cumprimento de obrigação, não de publicização de 
relações obrigacionais. Assim, deve-se aplicar o disposto no art. 125 do Código Civil: 
Art. 125. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, 
enquanto esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa. 
 
Fé pública 
“O notariado e os registros públicos respondem a uma realidade secular de necessidade 
de segurança consistente na autenticação e documentação de realidade mediante uma 
função que lhe é própria e inerente, ou seja, a fé pública, e toda sua obra está marcada 
por esse princípio fundamental e que, sustentado por outros, como a liberdade, a verdade 
e a justiça, valores que junto com o direito imprimem aos atos, fatos e relações jurídicas 
o selo definitivo da autenticidade e legalidade” – Kioitsi Chicuto, desembargador do TJSP. 
Vicente de Abreu Amadei distingue fé pública de outros termos, dizendo que não é 
sinônimo de verdade nem de presunção nem de ficção nem de ideologia. Ficção é uma 
situação que a pessoa sabe que não é verdade, mas faz de conta que seja. A citação ficta 
é uma ficção, pois é feita e sabe que ela não ocorreu, mas a lei trata como se tivesse 
acontecido. Já a presunção existe quando acredita que a situação ocorreu, mas se 
admite prova em contrário. 
A fé pública, afirma Amadei, tem origem histórica e legal: a histórica é que a fé pública do 
notário decorre do exercício dessa função por pessoas que gozavam de credibilidade na 
sociedade em que atuavam. Ele tem a confiança da sociedade, confiança essa que 
nasceu de maneira natural. A fé pública, além de ter essa origem histórica, é mencionada 
pela lei como atributo de força estatal, como garantia dos negócios jurídicos. 
Amadei afirma que a fé pública notarial é de testemunho, de terceiro qualificado que colhe 
realidades da vida jurídica pelos sentidos para representar em forma narrativa, para 
 
6 
 
asseveração de realidade presenciada. Esta está entranhada na operacionalidade do 
sistema. 
Já a fé-pública do registrador só é atribuída aos próprios fatos que foram registrados, e 
não a quaisquer outros que aqueles dependam necessariamente, mas que não sejam 
eles próprios objeto de registro. O princípio da legitimação registral prioriza a segurança 
jurídica estática, enquanto o da fé publica prioriza a segurança jurídica dinâmica. 
Diz Amadei que em sede de fé pública, a primazia é dos notários e não do registrador. Diz 
que a fé pública é seu princípio, meio e fim. 
Eduardo Couture afirma que o conteúdo da fé pública notarial é sua qualidade 
representativa dos fatos. 
O notário tem fé pública mais abrangente que o registrador, ele pode fazer uma ata 
notarial de qualquer fato por ele presenciado, por exemplo. O registrador não tem essa fé 
pública, não pode dar fé pública de fatos estranhos ao seu registro. Ao extrai certidão de 
registro essa certidão goza de fé pública, pois o registrador afirma que o que ela está 
certificando está em seus livros. O tabelião pode autenticar e dar fé-pública de todos os 
atos da vida privada, enquanto o registrador só pode dar fé ao que registrou ou arquivou 
em seu ofício. 
Carlos Nicolás Gattari conclui que a fé registral nada tem a ver com a notarial. O 
registrador não presencia os atos jurídicos, pois não tem audiência. Seus assentos sobre 
os atos jurídicos que registra se fazem em terceiro grau de fé: escritura matriz, com fé 
originária, e cópia dela, com fé derivada, é a que entra no registro. O registro expede um 
certificado. 
Amadei assim conclui seu artigo sobre fé pública: dentre os vários sentidos que a 
expressão fé pública tem, destacam-se o de crença coletiva e o de autoridade 
socialmente reconhecida, não faltando ainda a possível conjugação de ambos (crença + 
autoridade), todos com o elo comum da confiabilidade social, o que aponta para a feição 
análoga da expressão. Para o direito a ideia-fonte da fé pública é a qualidade ou atributo 
juridicamente outorgado a alguém que encerra a autoridade de conferir crédito ou 
confiança social pelo exercício regular de sua função. Daí decorre primeiro a fé pública 
naquele que a dá, depois naquilo em que se dá. 
. Fé pública x presunção: 
Em regra, as presunções que decorrem da fé pública são iuris tantum. Em alguns casos, 
as presunções serão iuris et de iure. São eles: 
 - registro torrens (artigo 277 e seguintes da lei 6.015/73); 
 - propriedade de imóvel após o registro especial de loteamento, incorporação 
imobiliária ou condomínio edilício (Artigo 55 da lei 13.097/2015). Em 2015 surgiu esse 
caso de presunção absoluta. Esse dispositivo estabeleceu que a matrícula de lote ou 
unidade condominial, depois que o imóvel foi loteado ou objeto de incorporação 
imobiliária, ainda que o terreno loteado ou incorporado não fosse propriedade do loteador 
ou incorporador, ainda assim ela tem presunção absoluta. No momento que o 
incorporador vai começar a incorporação tem que demonstrar que figura como 
proprietário. Uma vez conferidos os documentos e realizada a incorporação caso terceiro 
 
7 
 
comprovasse que o documento comprobatório da propriedade fosse falso não pode 
anular o título. Pode apenas conseguir em juízo perdas e danos, mas a propriedade não 
retorna ao terceiro que se diz dono. Surgiu para trazer maior segurança jurídica a esses 
negócios que envolvem muitas pessoas. 
Art. 55. A alienação ou oneração de unidades autônomas integrantes de incorporação 
imobiliária, parcelamento do solo ou condomínio edilício, devidamente registrada, não 
poderá ser objeto de evicção ou de decretação de ineficácia, mas eventuais credores do 
alienante ficam sub-rogados no preço ou no eventual crédito imobiliário, sem prejuízo 
das perdas e danos imputáveis ao incorporador ou empreendedor, decorrentes de seu 
dolo ou culpa, bem como da aplicação das disposições constantes da Lei no 8.078, de 11 
de setembro de 1990. (Vigência) 
. Função da fé-pública e função de jurista privado: 
Caso do conteúdo da ata notarial: suponhamos que o tabelião se dirija a um imóvel para 
lavrar ata notarial para atestar a posse. Ele irá narrar o que está vendo. Isso tem fé pública. 
Caso ele converse com o vizinho que apresentou identificação e declarações, isso tem fé 
pública. O declarante falou o que está escrito, mas o tabelião não dá fé pública que o 
conteúdo de sua declaração é verdadeiro. Ele dá fé pública de que assim disse o vizinho, 
mas não sabe se o conteúdo de sua declaração é verdadeiro. O tabelião não pode fazer 
juízo de valor da declaração, coloca na ata o que a pessoa falou. Quando ele redige o que 
a pessoa disse entre aspas, isso não goza de fé pública, pois não foi o tabelião quem 
disse. Quando o tabelião redige o que a pessoa disse está na função de jurista privado, 
de redator de um documento, e a fé pública para no momento em que o tabelião começa 
a redigir o que o outro está falando. A fé pública é para o que tabelião vê e ouve. Existe a 
fé pública que a pessoa falou tal coisa, mas não existe fé pública que aquilo seja 
verdadeiro. 
Entende-se, portanto, que o tabelião não atesta a posse, ele levanta informações, mas o 
registrador deve qualificar isso de novo para verificar se há segurança para o deferimento 
de usucapião. Em parte o tabelião atuou como jurista privado ao colher declarações de 
pessoas. 
Caso do conteúdo de escritura pública: suponhamos que seja prestada informação falsa 
em escritura. Essa declaração não tem fé pública, o que o comparecente declarou não 
tem fé pública. 
Conteúdo de documento registrado em RTD: em títulos e documentos pode ser 
registrado o que não for competência dos demais registros. A fé pública é de que o 
documento foi registrado tal dia, não há fé pública sobre o seu conteúdo. 
 
PublicidadeO princípio da publicidade pode ser visto sob duas perspectivas: a de que o ato é público 
porque é praticado por agente público e a de que há publicidade no sentido de 
cognoscibilidade, por estar disponível a todos, por meio de certidões, o conteúdo dos atos 
notariais e de registro. O mais usual é o sentido de todos poderem ter acesso. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8078.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8078.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13097.htm#art168ii
 
8 
 
Brandelli menciona que a publicidade registral é ativa, pois gera presunção erga omnes. 
A publicidade notarial é passiva. Cuidar, porque a maior parte da doutrina classifica a 
publicidade passiva como aquela em que o ato é cognoscível a todos por requerimento 
de certidão. Por sua vez, a publicidade ativa seria aquela em que o registrador faz 
publicação ou notificação. Então, o que Brandelli classificou como publicidade ativa e 
passiva não corresponde ao pensamento da maioria doutrinária. 
Loureiro, baseado na doutrina espanhola, afirma que publicidade é cognoscibilidade, e a 
diferencia de figuras afins, dizendo que não se pode confundir publicidade com 
publicação, notificação ou forma. Diz que publicação é a comunicação episódica de um 
fato que produz situação de notoriedade, mas falta-lhe organização específica (ex: 
publicação de um jornal); já a notificação produz conhecimento legal, é dinâmica e 
episódica, enquanto a publicidade produz cognoscibilidade legal, é permanente e 
estática. Por fim, forma constitui formalidade legal ou elemento do ato ou negócio 
jurídico, enquanto a publicidade se caracteriza como a cognossibilidade aos demais 
membros da comunidade. 
Esse é o conceito que prevalece da publicidade, é o documento estar disponível. 
Para Kumpel, a grande diferença entre publicidade ativa e passiva não está no simples 
fato de o oficial buscar o terceiro ou aguardar a sua presença na serventia, as duas se 
complementam porque existem situações em que o interessado não tem como saber do 
ato de registro e outras nas quais ele tem como saber e, portanto, buscar a referida 
informação. 
Continua dizendo que a questão na prática é bastante complexa, tanto que gera muita 
confusão inclusive entre doutos e cultos. Podemos dar como exemplo o artigo 496 do 
CC, que determina ser anulável a venda de ascendente a descendente sem anuência dos 
demais descendentes e do cônjuge do alienante. A VI Jornada de Direito Civil do CJF 
estabeleceu o enunciado 545 que determina: 
Enunciado 545 – O prazo para pleitear a anulação de venda de ascendente a descendente 
sem anuência dos demais descendentes e/ou do cônjuge do alienante é de 2 (dois) anos, 
contados da ciência do ato, que se presume absolutamente, em se tratando de 
transferência imobiliária, a partir da data do registro de imóveis. Artigos: 179 e 496 do 
Código Civil 
Kumpel afirma que o referido enunciado parece confundir a publicidade em questão. A 
pergunta é bastante simples: como os demais descendentes terão ciência que o 
ascendente fez uma escritura de compra e venda com outro descendente e registrou a 
venda? A única maneira que poderiam ter ciência é comparecendo sistemática e 
periodicamente no Ofício de Registro de Imóveis, pleiteando certidões de todos os 
imóveis de seu ascendente, o que não parece razoável. O Oficial de Registro de Imóveis 
em questão não irá procurar nem notificar os demais descendentes para comunicar-lhes 
a venda (publicidade ativa para Kumpel). Dessa sorte, não há como garantir ciência 
inequívoca dos demais descendentes, a não ser provavelmente quando da abertura da 
sucessão do ascendente em questão. Para o enunciado em si, teria operado a decadência 
do direito dos descendentes, o que por si só é um absurdo. 
Diferença nos efeitos jurídicos entre o conceito defendido por Brandelli e o defendido por 
Kumpel: Brandelli se alinha ao enunciado do CJF entendendo que a publicidade registral 
 
9 
 
é ativa por gerar presunção, presume-se que quando está registrada compra e venda de 
ascendente a descendente, os demais descendentes já tem ciência daquela situação. 
Kumpel afirma que a publicidade registral ativa é aquela em que o registrador procura 
alguém para dar notícia sobre o que aconteceu. De quando começaria a contar o prazo 
decadencial de dois anos para anular? Para Brandelli do registro e para Kumpel da 
comprovação de ciência dos demais herdeiros. 
Devemos falar que a maioria afirma que a publicidade ativa é aquela que o registrador 
leva a notícia até certa pessoa ou ainda para loteamentos, por exemplo, na publicação de 
edital. Levou a notícia para fora do cartório. A passiva seria quando alguém pede certidão. 
Todavia, não é isso que Brandelli entende, então cuidado para quem vai fazer prova em 
SP. 
Ceneviva menciona tríplice função da publicidade registraria: 
 - transmissão de conhecimento da informação do direito correspondente ou 
conteúdo do registro a terceiros interessados ou não interessados; 
 - o sacrifício parcial da privacidade e intimidade das pessoas, informando bens e 
direitos que esta possua, a benefício das garantias advindas do registro; e 
 - servir para fins estatísticos de interesse nacional ou fiscalização pública. 
A publicidade em regra é indireta, porque o interessado não tem acesso aos livros de 
registro diretamente, tem a publicidade com base em certidões. A publicidade direta 
ocorre no processo de loteamento, por exemplo, já que publicado o edital a pessoa pode 
ver os documentos constantes da pasta formada para aquele loteador. Ninguém pode 
ver a escritura original no livro, o tabelião extrai certidão e oferece o conteúdo da escritura. 
Está prevista no artigo 17 da lei 6.015/73: 
Art. 17. Qualquer pessoa pode requerer certidão do registro sem informar ao oficial ou ao 
funcionário o motivo ou interesse do pedido. 
. Publicidade x concentração: 
Concentração foi tratada como princípio, mas hoje é tratada como regra. O artigo 54 da 
lei 13.097/15 positivou esse princípio e dispõe: 
Art. 54. Os negócios jurídicos que tenham por fim constituir, transferir ou modificar 
direitos reais sobre imóveis são eficazes em relação a atos jurídicos precedentes, nas 
hipóteses em que não tenham sido registradas ou averbadas na matrícula do imóvel as 
seguintes informações: (Vigência) 
O credor no processo não pode alegar fraude à execução se não registrou a existência da 
ação na matrícula do imóvel. A matrícula concentra todas as informações sobre o imóvel. 
I - registro de citação de ações reais ou pessoais reipersecutórias; 
II - averbação, por solicitação do interessado, de constrição judicial, do ajuizamento de 
ação de execução ou de fase de cumprimento de sentença, procedendo-se nos termos 
previstos do art. 615-A da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo 
Civil; - a ideia da averbação continua existindo, mesmo que se refira ao antigo CPC. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13097.htm#art168ii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5869.htm#art615a
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5869.htm#art615a
 
10 
 
III - averbação de restrição administrativa ou convencional ao gozo de direitos 
registrados, de indisponibilidade ou de outros ônus quando previstos em lei; e 
IV - averbação, mediante decisão judicial, da existência de outro tipo de ação cujos 
resultados ou responsabilidade patrimonial possam reduzir seu proprietário à 
insolvência, nos termos do inciso II do art. 593 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 
- Código de Processo Civil. 
O princípio da concentração exige do autor do processo que demonstre ao juiz que a ação 
poderia levar a pessoa à insolvência e o juiz determina que essa informação seja 
registrada/averbada na matrícula. 
Parágrafo único. Não poderão ser opostas situações jurídicas não constantes da 
matrícula no Registro de Imóveis,inclusive para fins de evicção, ao terceiro de boa-fé que 
adquirir ou receber em garantia direitos reais sobre o imóvel, ressalvados o disposto 
nos arts. 129 e 130 da Lei no 11.101, de 9 de fevereiro de 2005, e as hipóteses de 
aquisição e extinção da propriedade que independam de registro de título de imóvel. 
Essa parte final do parágrafo único se refere aos casos de usucapião, por exemplo, que é 
forma de aquisição originária. Quem já tenha tempo de usucapião, mas ainda não conste 
como proprietário, não é prejudicado pela lei. 
Todavia, no novo CPC foi reaberta a discussão doutrinária: 
Art. 792. A alienação ou a oneração de bem é considerada fraude à execução: 
I - quando sobre o bem pender ação fundada em direito real ou com pretensão 
reipersecutória, desde que a pendência do processo tenha sido averbada no respectivo 
registro público, se houver; 
II - quando tiver sido averbada, no registro do bem, a pendência do processo de execução, 
na forma do art. 828; 
III - quando tiver sido averbado, no registro do bem, hipoteca judiciária ou outro ato de 
constrição judicial originário do processo onde foi arguida a fraude; 
O CPC tomou cuidado na parte final dos incisos I, II e III. 
IV - quando, ao tempo da alienação ou da oneração, tramitava contra o devedor ação 
capaz de reduzi-lo à insolvência; 
Cadê a parte final? Isso só prejudica o comprador se estiver averbado. O novo CPC não 
falou nada da averbação. 
V - nos demais casos expressos em lei. 
§ 1o A alienação em fraude à execução é ineficaz em relação ao exequente. 
§ 2o No caso de aquisição de bem não sujeito a registro, o terceiro adquirente tem o ônus 
de provar que adotou as cautelas necessárias para a aquisição, mediante a exibição das 
certidões pertinentes, obtidas no domicílio do vendedor e no local onde se encontra o 
bem. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5869.htm#art593ii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5869.htm#art593ii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11101.htm#a129
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11101.htm#a129
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art828
 
11 
 
§ 3o Nos casos de desconsideração da personalidade jurídica, a fraude à execução 
verifica-se a partir da citação da parte cuja personalidade se pretende desconsiderar. 
§ 4o Antes de declarar a fraude à execução, o juiz deverá intimar o terceiro adquirente, 
que, se quiser, poderá opor embargos de terceiro, no prazo de 15 (quinze) dias. 
Publicidade x sigilo: 
Não pode ser divulgado no RCPN elementos que poderiam ferir a dignidade da pessoa. 
Ex: informação que foi adotada, mudança de sexo, etc. 
No protesto não se pode dar publicidade aos elementos do livro de protocolo ou de 
protestos já cancelado, salvo se a requerimento do próprio interessado. 
No tabelionato de notas não podem ser divulgados atos declarados incompletos. Ex: 
partes ou tabelião não assinaram. 
E o segredo de justiça no divórcio ou separação? Caberia sigilo das escrituras? Essas 
matérias seguem em segredo de justiça, mas na via extrajudicial essas escrituras são 
públicas, a certidão pode ser obtida por qualquer pessoa. Para as corregedorias, não 
precisa ter sigilo, a publicidade prevalece sobre a intimidade. 
E no caso de testamento, cabe sigilo? Em SP e MG, por exemplo, as normas impõe o sigilo 
enquanto o testador estiver vivo, somente sendo emitida certidão a seu pedido ou por 
pessoa com procuração outorgada por ele. Mesmo tratamento dado ao tema pelo art. 5º 
do Prov. 18/2012 do CNJ. 
 
Legalidade 
Diferença entre legalidade na atividade notarial e na atividade registral: na atividade 
pública prevalece a legalidade estrita. Na atividade privada prevalece a autonomia 
privada. A atividade de registro se aproxima mais da atividade pública e a atividade 
notarial da atividade privada. 
O registrador só pode praticar atos previstos em lei, não cabe registro de um documento 
que não tenha previsão legal. Só pode ser registrado o que tem previsão legal. Já a 
atividade do notário pode instrumentalizar negócios atípicos, as partes podem inventar 
um contrato e o notário o instrumentaliza, desde que não fira as leis. O notário pode fazer 
tudo que a lei não proíba, pois ele instrumentaliza negócios jurídicos de interesses 
privados. 
Promessa de compra e venda pode ser registrada, mas a promessa de permuta não está 
prevista no rol de atos sujeitos a registro, por isso é que entende-se pela impossibilidade 
de seu registro. Todavia, é possível lavrar promessa de permuta. 
A legalidade das atividades registrais é o exercício de qualificação jurídica a priori, que só 
deve praticar atos de registro que estejam de acordo com a lei. 
Flauzilino Araújo dos Santos afirma que esse controle de legalidade exercido pelo 
registrador é realizado pelo procedimento da qualificação registral e implica a efetiva 
constatação de que determinada situação jurígena reúne ou não as qualidades 
necessárias para gerar o direito que pretende, pronunciando sua legalidade mediante a 
 
12 
 
admissibilidade do título ou, se for o caso, a ausência circunstancial ou definitiva desse 
atributo por meio da respectiva nota de exigência ou de devolução. 
E continua o autor: por sua posição na estrutura jurídica nacional como fiador da 
autenticidade, segurança e eficácia dos atos jurídicos que lhe são acometidos pela 
legislação, em sede registral, a qualificação empreendida pelo registrador se constitui 
concretamente em uma apreciação técnica imparcial, que transcende aos interesses 
privados ocasionalmente em jogo, visto que da publicidade registral emerge, claramente, 
o interesse público de obter a satisfação de certos fins comunitários com a máxima dose 
de credibilidade, além do que, se lançar um ato indevido, fica sujeito à responsabilização 
civil, penal e administrativa. 
Controle de legalidade: diferenças entre nulidades e anulabilidade na qualificação 
registral. 
O título nulo não gera efeitos no mundo jurídico e NÃO é objeto de registro, sua 
qualificação é negativa. O negócio meramente anulável pode ser registrado. Ex: falta de 
anuência dos descendentes nos casos do artigo 496 do CC – deve registrar esse negócio 
jurídico, pois os descendentes podem não ter interesse em pedir a anulação do negócio 
e decorrido o prazo decadencial o título é registrado. O registro do título é considerado 
como a data de início de contagem dos dois anos, por isso é interesse das partes do 
negócio registrar logo para o prazo correr logo. 
Falta de outorga conjugal para alienação de bem particular do cônjuge: existem decisões 
nos dois sentidos. Pessoa casou pela comunhão parcial de bens e quer alienar bem que 
já possuía antes do casamento. Há decisões que autorizam e que proíbem o registro. Por 
ser negócio anulável ele poderia ser registrado, mas tem casos de oficiais que devolvem 
o título. 
Vem prevalecendo o entendimento que proíbe o registro, fundamentado na ideia de que 
nessa hipótese faltaria LEGITIMIDADE para o ato. 
Venda de bem a terceiro sem respeitar a preferência de condômino/locatário: nesse caso 
é FEITO o registro, pois é situação de ineficácia caso os demais condôminos ou locatário 
queira adquirir o bem. 
 
Unicidade 
Há unicidade no RI, no protesto e notarial. 
No RI está ligada ao fato que cada imóvel tem uma só matrícula e que cada matrícula 
trata somente de um imóvel – UNITARIEDADED MATRICIAL. 
Na atividade notarial a unicidade está ligada à feitura do ato e indica que o ato deve ser 
praticado de uma só vez, na presença das partes – UNICIDADE FORMAL DO ATO. Há 
exceções e as normas de alguns estados preveem a possibilidade de se praticar atos de 
elaboração da escritura em momentos distintos. Em SP, por exemplo, esta autorização 
só veio expressamente a partir de 2015, passando a assim dispor: 
52.2. Lavrada a escritura pública, a coleta das respectivas assinaturasdas partes poderá 
ocorrer em até 30 dias, e nessas hipóteses as partes deverão apor ao lado de sua firma 
 
13 
 
a data e o local (o mesmo da lavratura ou o endereço completo se for diverso) da 
respectiva subscrição. 
52.2.1. Não sendo assinado o ato notarial dentro do prazo fixado, a escritura pública será 
declarada incompleta, observando-se a legislação que trata dos emolumentos. 
O testamento, todavia, deve ser feito em um ato só, com as partes presentes em todo o 
ato. O ato de testamento não pode ser interrompido, por isso é exceção a essa regra. A 
escritura não tem esse problema. 
Na atividade de protesto o princípio ou regra da unicidade indica que cada título ou 
obrigação só pode ser objeto de protesto uma única vez – UNITARIEDADE DO 
PROTESTO. Não fere a unicidade do protesto, conforme doutrina e as normas de SP: 
79. Não se lavrará segundo protesto do mesmo título ou documento de dívida, salvo: 
a) se o primeiro protesto for cancelado, a requerimento do credor, em razão de erro no 
preenchimento de dados fornecidos para o protesto lavrado; 
b) se, lavrado protesto comum, o apresentante desejar o especial para fins de falência, 
observada a alínea b do item 77 deste Capítulo; ou 
c) se necessário para comprovar a inadimplência e o descumprimento de prestações que 
não estavam vencidas quando do primeiro protesto (item 23.1. e 67 deste Capítulo). 
d) na hipótese de desconsideração de personalidade jurídica. 
 
Territorialidade 
O tabelião de notas pode atuar dentro dos limites do município de sua delegação, mas 
pode tratar de imóvel fora de circunscrição territorial, desde que as partes compareçam 
à serventia para a prática do ato. 
Em se tratando de delegação para distrito, a delegação pode ser exercida na sede da 
cidade? Cada estado tem uma regulamentação. No Paraná isso é vedado, não pode 
colher assinatura na sede da cidade. Em SP não existe esse rigor, pode colher assinatura 
na sede da cidade. A lei fala em “município” o que fundamenta a autorização para atuação 
na área do município. 
Modificação da competência tributária no inventário? ITCMD é recolhido no local em que 
se processa o inventário para bens móveis. Embora seja passível de discussão, a 
Resolução 35 do CNJ autorizou o inventário em qualquer estado, independentemente da 
situação dos bens ou do domicílio do de cujus. Entendemos que a competência deveria 
ser do estado em que se processaria o inventário, dado que esta definição tem impactos 
na definição do estado competente para recolher o ITCMD sobre bens móveis. 
Para o tabelião de protesto a territorialidade impõe que o protesto seja lavrado, em regra, 
na praça de pagamento do título. As normas de serviço de SP sintetizam bem a legislação 
e jurisprudência sobre a competência territorial do tabelião de protesto: 
27. Somente podem ser protestados os títulos, as letras e os documentos pagáveis ou 
indicados para aceite nas praças localizadas no território da comarca. 
 
14 
 
27.1. Quando não for requisito do título e não havendo indicação da praça de pagamento 
ou aceite, será considerada a praça do sacado ou devedor ou, se não constar essa 
indicação, a praça do credor ou sacador. 
27.2. O protesto especial para fins falimentares será lavrado na circunscrição do principal 
estabelecimento do devedor. 
27.3. Os títulos executivos judiciais podem ser protestados na localidade de tramitação 
do processo ou na de domicílio do devedor. 
Lei 9.492/97: Art. 6º Tratando-se de cheque, poderá o protesto ser lavrado no lugar do 
pagamento ou do domicílio do emitente, devendo do referido cheque constar a prova de 
apresentação ao Banco sacado, salvo se o protesto tenha por fim instruir medidas 
pleiteadas contra o estabelecimento de crédito. 
O lugar do pagamento do cheque é o lugar da agência contra o qual o cheque foi emitido, 
mas o apresentante pode protestar no domicílio do emitente, a critério do apresentante. 
Caso não seja título de sua competência territorial o tabelião deve devolver o título e não 
praticar o protesto. 
Como exceção à distribuição dos títulos há a regra do artigo 53 da lei 8.935, que é regra 
de transição. 
No RCPN, a divisão territorial é rígida e o registro deve ser feito no local em que ocorreu 
o ato sujeito a registro, mas há exceções em que se admite o registro no local de 
residência dos pais ou do interessado, ou até na 1ª circunscrição da comarca, para os 
casos do livro E. Em RCPN a definição do oficial competente é feita de forma rígida, ainda 
que as partes possam, em alguns casos, escolher entre um ou outro (ex: escolher o local 
de registro de nascimento, se no local de domicílio ou do nascimento). Todavia, quando 
nasce em uma cidade com mais de um RCPN tem que registrar no ofício de circunscrição 
territorial onde esteja inserida a maternidade onde nasceu. 
No RCPJ a regra indica que o ato deve ser registrado na comarca em que a pessoa 
jurídica tiver sede. Se houver mais de um oficial, em regra, cabe ao interessado escolher 
livremente entre os oficiais da comarca. Então, no RCPJ não há distribuição. 
No RTD a territorialidade da lei 6.015/73 assim indica: 
 Art. 130. Dentro do prazo de vinte dias da data da sua assinatura pelas partes, todos os 
atos enumerados nos arts. 128 e 129, serão registrados no domicílio das partes 
contratantes e, quando residam estas em circunscrições territoriais diversas, far-se-á o 
registro em todas elas. (Renumerado do art. 131 pela Lei nº 6.216, de 1975). 
No RTD é no endereço das partes contratantes e, residindo em locais diferentes, é feito 
em todas. 
Parágrafo único. Os registros de documentos apresentados, depois de findo o prazo, 
produzirão efeitos a partir da data da apresentação. 
Art. 131. Os registros referidos nos artigos anteriores serão feitos independentemente de 
prévia distribuição. (Renumerado do art. 132 pela Lei nº 6.216, de 1975). 
Ou seja, tendo mais de um RTD não haverá distribuição. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6216.htm#art115
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6216.htm#art115
 
15 
 
E notificações extrajudiciais? Precisam ser registradas no domicílio do destinatário? STJ 
entende que pode qualquer RTD mandar por correio a notícia do conteúdo, podendo, 
portanto, ser registrado em qualquer RTD do país. Todavia, o CNJ e algumas 
corregedorias tentam evitar essa prática. 
Recente alteração do DL 911/69: na alienação fiduciária de coisa móvel a carta com AR 
pode ser enviada pelo próprio credor, dispensando o RTD. Esse era um dos casos em que 
mais se usava a notificação. 
Depois do posicionamento do STJ sobre qualquer RTD poder mandar notificação as 
normas de SP foram alteradas: 
42.1. As comunicações extrajudiciais poderão ser efetivadas pessoalmente, via postal ou 
por edital, afixado em local próprio da serventia e publicado pela imprensa local, pelo 
Oficial de Registro da escolha do requerente (STJ – Recurso Especial nº 1.237.699 – SC 
– recurso repetitivo). 
Então, pode escolher qualquer RTD, nem o da sede do remetente nem o do destinatário. 
 
Continuidade 
A regra ou princípio da continuidade é muito conhecida no RI, mas também se aplica em 
outras especialidades. No RI indica que os registros devem estar perfeitamente 
encadeados de modo que não haja vazios ou interrupções. O artigo 237 da lei 6.015/73 
traz a regra para o RI, prevendo: 
 Art. 237 - Ainda que o imóvel esteja matriculado, não se fará registro que dependa da 
apresentação de título anterior, a fim de que se preserve a continuidade do 
registro. (Renumerado do art. 235 e parágrafo único com nova redação pela Lei nº 6.216, 
de 1975). 
Exceções: usucapião e desapropriação (aquisições originárias); cessão de direitos 
hereditários (não é objeto de registro em regra, por falta de previsão legal, embora 
algumas decisões determinem o seu registro). 
A continuidade no RI é observada em relação a duas coisas: a primeira se refere ao imóvel(continuidade objetiva – ex: não pode averbar uma casa se houver prédio construído) e a 
segunda se refere às pessoas envolvidas (continuidade subjetiva). 
No RCPN se aplica a continuidade também. Por exemplo, não é possível novo casamento 
se o divórcio anterior não tiver sido averbado à margem do casamento anterior. Também 
não deve ser feito o registro de óbito sem o registro de nascimento (artigo 77 da lei 
6.015/73). 
No RCPJ há continuidade, pois não é possível praticar ato de averbação de segunda 
alteração contratual se a primeira ainda não estiver averbada. 
No tabelionato de protesto também se aplica a continuidade, pois não é possível, por 
exemplo, cancelar protesto que não havia sido lavrado devido à sustação. Nesta questão 
o artigo 17 da lei 9.492/97 dispõe: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6216.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6216.htm#art1
 
16 
 
Art. 17. Permanecerão no Tabelionato, à disposição do Juízo respectivo, os títulos ou 
documentos de dívida cujo protesto for judicialmente sustado. 
Ao tabelionato de notas também se aplica a continuidade nas escrituras de transações 
imobiliárias, nas quais deve observar a continuidade subjetiva (do estado civil, das 
pessoas dos alienantes) e a continuidade objetiva (orientando as pessoas a atualizarem 
a matrícula ou mencionando atualizações na escritura). Também se pode considerar que 
para fazer um substabelecimento, pela continuidade, deve haver uma procuração válida. 
 
Independência jurídica 
Ricardo Dip se baseia em Hernández Gil, para quem a sentença prudencial de 
qualificação, emitida em ordem ao atendimento da segurança jurídica, reclama a 
independência decisória de seu agente, a mesma independência que tem o juiz para 
proferir suas sentenças. O oficial e o tabelião devem ter independência para exercer sua 
profissão, assim como os juízes. 
O notário ou registrador tem o dever de interpretar o os atos e fatos jurídicos que lhe são 
submetidos e deve, conforme a casuística, decidir se pratica ou não determinado ato. E 
nesta interpretação, sua liberdade e independência devem ser respeitadas mesmo que 
sua opinião ou qualificação seja divergente da opinião de outros colegas, associações, 
etc. 
Em princípio, portanto, o norte e o limite do notário e registrador é o próprio direito por ele 
interpretado. Um limite mais objetivo da independência que na verdade tolhe o espaço de 
interpretação jurídica pelo notário ou registrador ocorre nos casos em que há decisões 
ou normas expressas em caráter normativo sobre determinado assunto. 
Julgado do STF assegurando a independência e afastando crime de desobediência: HC 
85.911, julgado em 25/10/2005. Se um juiz determinar o registro de um título sem 
nenhum fundamento o oficial deve fazer nota de exigência e isso não será crime de 
desobediência. 
Em SP prevalece que os juízes de qualquer jurisdição têm o dever de zelar pelas regras 
da lei 6.015/73, então a ordem judicial deve ser cumprida mesmo que o oficial julgue que 
haja irregularidade no título. O oficial deve alertar o juiz das possíveis irregularidades, mas 
se o juiz determinar o registro por entender que o vício foi suprido no processo o 
registrador deve registrar. Não se fala mais em suscitar dúvida ou pedir anulação. 
Flauzilino Araújo dos Santos: em caso de coação para que o registrador pratique qualquer 
assento em agressão a sua convicção jurídica, sem instauração do devido processo legal 
de dúvida, o oficial poderá se socorrer de mandado de segurança para ver cessado o 
constrangimento. Quando o registrador, interpretando razoavelmente a lei, toma 
determinada decisão fundamentando-a seguramente, está no exercício da sua 
independência jurídica como profissional do direito que é. 
Problemas de possíveis responsabilizações civil e disciplinar por prática de atos 
conforme sua interpretação jurídica: 
Em um evento sobre usucapião extrajudicial, instituto pouco regulamentado pela lei que 
o instituiu, foi suscitada a insegurança dos oficiais em praticar atos sobre os quais a lei 
 
17 
 
seja lacunosa. Ex: proceder ou não usucapião extrajudicial sobre imóvel que ainda não 
tem matrícula. Narcísio Orlande sustenta que poderia fazer a usucapião nesses casos, 
mas a lei exige a assinatura do proprietário. 
Brandelli, nesse evento em SP, em 03/2016, defendeu que só poderia haver 
responsabilidade civil ou disciplinar do oficial caso praticasse ato sem qualquer 
fundamento jurídico. Todavia, quando optou por uma linha jurídica plausível, estava no 
exercício de sua função e independência jurídica, e não pode ser responsabilizado, 
mesmo que depois prevaleça, em juízo, outra interpretação. Ou seja, os registradores não 
poderiam ser punidos civil nem administrativamente. Foi feito paralelo com os juízes: 
quando a parte se sente prejudicada ela recorre, mas o juiz não paga indenização para 
ninguém. A ausência de limites certos à responsabilização de certa forma acaba 
limitando a independência. 
Notário: antes da Resolução 175 do CNJ lavraria escritura pública de união estável 
homoafetiva? Agora não há mais espaço para interpretação, e é obrigatório entender que 
é possível a união estável e também o casamento homoafetivo. Todavia, no passado 
muitos notários se recusavam a lavrar essa escritura e estavam no exercício de sua 
independência. Não tinha certo ou errado. Agora que a matéria está pacificada no CNJ é 
errado se negar a lavrar. 
Notário: lavraria hoje uma escritura de união poliafetiva? Hoje existe a discussão sobre a 
união poliafetiva, que é a união de mais de duas pessoas. Alguns poucos tabeliães lavram 
esse tipo de escritura. Isso é um fato social que inegavelmente existe, mas como tabelião, 
é prudente evitar o título de união estável, que é a união entre duas pessoas. Todavia, 
pode fazer escritura em que as partes declaram que vivem em família e sobre como 
gerenciam a vida delas. Se ela existe na vida real o tabelião pode falar sobre ela, mas deve 
advertir as partes que daquilo não decorrem os efeitos sucessórios, de alimentos nem 
sequer poderá ser reconhecida em juízo. 
POSIÇÃO DO CNJ: o CNJ PROIBIU os Tabeliães de lavrarem tal escritura, considerando 
que, devido à fé pública notarial, o ato reconheceria direitos aos conviventes que ainda 
não são previstos na lei ne pacíficos na jurisprudência. Em nossa opinião, trata-se de um 
equívoco quanto à natureza e os efeitos da fé pública notarial, que não faz mais que 
atestar o que lhe foi declarado. No entanto, deve-se respeitar a ordem do CNJ. 
Notário: lavraria ou não escritura de venda de imóvel de uma viúva, que era casada no 
regime da separação obrigatória de bens, o qual foi adquirido somente no nome dela 
enquanto casada? Consideraria a súmula 377 do STF? Essa súmula traz a regra que os 
bens adquiridos por casal no regime da separação obrigatória se comunicam. A súmula 
fez o bem se comunicar ao marido de forma que a viúva deve proceder ao inventário 
antes da venda. Foi suscitada dúvida e o juiz entendeu que era preciso fazer inventário 
antes da venda. A súmula é da década de 60, mas ainda assim é aplicada. 
ATUALIZAÇÃO: a Segunda Seção do STJ, em maio de 2015, no julgamento do Recurso 
Especial nº 1.623.868, modificou o entendimento da Súmula 377 do STF, determinando 
que o esforço comum que enseja a comunicação dos bens deve ser COMPROVADO, e 
não mais presumido. Dessa forma, é de se esperar uma MUDANÇA do entendimento 
exposto acima. 
 
18 
 
Notário: lavraria pacto antenupcial em que os nubentes desejam falar sobre a vontade 
deles em relação às questões sucessórias, tratadas por normas cogentes, mas que tem 
divergência de interpretação no Judiciário? Ex: nubentes querem optar pela separação 
convencional de bens e estabelecer que não querem ser herdeiros um do outro. Entende-
se que poderia escrever na escritura que eles não gostariam de ser herdeiro um do outro 
e que quando da aberturada sucessão eles gostariam que o Judiciário interpretasse o 
artigo 1.829, I do CC da mesma forma como STJ interpreta atualmente, afirmando que o 
regime da separação convencional é o mesmo da obrigatória e não seria herdeiro. Deve 
sempre constar que as partes foram orientadas de que há dissídio jurisprudencial e de 
que o contido na escritura não vincula o juiz. 
Notário: aceitaria lavrar inventário de pessoa falecida que vivia em união estável, 
afastando o artigo 1.790 e utilizando as regras do artigo 1.829, I do CC? Hoje a questão 
já não é mais polêmica. O STF, no julgamento conjunto dos REs nº 878.694 e 646.721, 
decidiu pela INCONSTITUCIONALIDADE do art. 1.790 do CC, de forma que cabe aos 
Tabeliães aplicar o regramento do art. 1.829, I do CC. 
Tabelião de protesto: rejeitaria ou daria seguimento a protesto de títulos com abuso de 
direito nos casos em que as normas de serviço indicam a rejeição do protesto para 
cheques em determinadas circunstâncias, mas no caso se tratam de notas promissórias 
com exatamente as mesmas circunstâncias? Em SP o tabelião pode impedir o protesto 
de cheques antigos apresentados em lotes quando houver abuso de direito. Sendo o caso 
de notas promissórias se entende que o tabelião pode fazer interpretação extensiva a 
esses títulos. 
 
FINALIDADE DA ATIVIDADE 
 
Por qual razão a sociedade escolheu a atividade notarial e registral? O que fundamenta a 
atividade? 
Existem três grandes funções para a atividade notarial e registral: a segurança jurídica, a 
paz social (evitar litígios) e a administração pública de interesses privados – 
desjudicialização. 
 
SEGURANÇA 
JURÍDICA
PAZ SOCIAL
DESJUDICIAL
IZAÇÃO
 
19 
 
O RI não é mera burocracia, ele afere a propriedade com base nos títulos qualificados e 
registrados. Isso cria paz social. Antes do RI as partes simulavam litígio para que o juiz 
dissesse quem é o verdadeiro proprietário. Além de conhecer o sistema notarial e 
registral, o titular precisa conhecer todos os ramos do direito, para que o ato praticado 
evite litígios futuros. O bom tabelião evita lides. 
A administração pública de direitos privados é tendência no mundo todo. São levadas ao 
tabelionato e ao registro atividades que antes passavam pelo Judiciário através de 
processo de jurisdição voluntária. Muitos processos são evitados, por exemplo, com a 
possibilidade de divórcio e inventário extrajudicial. O termo desjudicializar não é muito 
técnico, pois na origem e na prática a atividade do registrador e notário está dentro do 
Judiciário. Com o novo CPC temos a usucapião extrajudicial, já regulamentada pelo 
Provimento 65/2017 do CNJ. Isso permite procedimento mais célere e reserva ao 
Judiciário apenas as questões litigiosas. 
DELEGAÇÃO 
O termo delegação, estudado no direito administrativo, é uma das formas pelas quais o 
Estado organiza o serviço público. A delegação de notas e registro é diferente da 
estudada no direito administrativo, embora não muito. 
Delegação é a forma encontrada pelo o Estado, titular do serviço público de registro e 
notas, com base na CR (Constituição da República), como regra impositiva, para que a 
atividade seja exercida. A natureza jurídica da delegação é de ato administrativo do TJ, 
que faz outorga da delegação ao aprovado em concurso público. 
Qual a diferença entre essa delegação e as demais, nas quais o Estado retira o serviço da 
sua própria estrutura, levando o serviço a permissionárias/concessionárias? A CR impõe 
que a delegação dos serviços notariais e registrais seja feita a particular. Não é faculdade 
ou opção do governador ou presidente do TJ. A CR/88 traz a atividade notarial e registral 
como a atividade exercida por particulares em colaboração com o Poder Público. A 
delegação é o instrumento jurídico pelo qual se concretiza essa outorga, é a forma de 
entrega do serviço ao particular. Trata-se de ato administrativo VINCULADO, pois é 
obrigação do TJ exercer a delegação. Essa peculiaridade está no artigo 236 da CR/88: 
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL: 
Art. 236. Os serviços notariais e de registro são exercidos em caráter privado, por 
delegação do Poder Público. (Regulamento) 
§ 1º Lei regulará as atividades, disciplinará a responsabilidade civil e criminal dos 
notários, dos oficiais de registro e de seus prepostos, e definirá a fiscalização de seus 
atos pelo Poder Judiciário. 
§ 2º Lei federal estabelecerá normas gerais para fixação de emolumentos relativos aos 
atos praticados pelos serviços notariais e de registro. 
§ 3º O ingresso na atividade notarial e de registro depende de concurso público de provas 
e títulos, não se permitindo que qualquer serventia fique vaga, sem abertura de concurso 
de provimento ou de remoção, por mais de seis meses. 
A maior parte dos editais traz o termo “aspecto institucional dos registros públicos” no 
contexto de delegação. O que se quer perguntar nesse ponto é a compreensão da 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8935.htm
 
20 
 
delegação, do motivo pelo qual o Estado passa ao particular o exercício da função e a 
fiscalização pelo Judiciário. 
- Binômio da delegação: 
Há bipartição – por um lado a atividade é pública, mas o exercício é privado. Não há 
dúvida que a atividade seja pública e que o Judiciário a fiscalize, mas a gestão da 
delegação é privada, há autonomia plena do registrador ou notário. O serviço público deve 
ser prestado com qualidade, mas o Judiciário não pode interferir nessa gestão, salvo se 
ela interferir na boa prestação do serviço. Ex: serventia com poucos funcionários. 
O Judiciário pode interferir de maneira direta na qualificação do título através de 
procedimento de dúvida requerido pelo usuário, determinando o registro. O Judiciário 
pode intervir de maneira técnica, mas a gestão é de responsabilidade do tabelião ou 
oficial. 
A gestão privada tem mais dinamismo e por isso, muitas vezes, a atividade é prestada de 
maneira mais eficiente. A gestão não é engessada por lei de licitação, por exigência de 
concurso público para contratação de funcionários, por processo administrativo para 
dispensar funcionário, etc. 
 
ATIVIDADES DE NOTAS E REGISTROS 
 
A lei 6.015/73 não traz previsão sobre o tabelionato de notas e de protesto, pois ela é a 
lei de REGISTROS públicos, fazendo diferenciação entre atividade notarial e de registro. É 
a lei 8.935/94 que traz rol completo das especialidades, incluindo o tabelionato de notas 
e de protesto. 
Compilando as leis, verificamos que existem atividades que não estão presentes em 
todos os Estados. É o caso do ofício distribuidor de protesto, por exemplo. Vejamos todas 
as possibilidades de especialidades: 
 
21 
 
 
É possível cumular duas ou mais dessas atividades a depender do Estado e comarca. 
COMPETÊNCIAS DOS TABELIÃES 
Comumente se indaga em provas a diferença entre o artigo 6º e 7º da lei 8.935/94. O 
artigo 6º traz funções NÃO PRIVATIVAS dos tabeliães. Ex: advogados podem intervir nos 
negócios jurídicos, assim como o tabelião. Ex 2: a prefeitura pode autenticar um fato, e 
também o escrivão de cartório judicial. Por isso devemos saber diferenciar o que é 
atividade privativa, daquilo que não é. 
LEI 8935/94 
Art. 6º Aos notários compete: 
 I - formalizar juridicamente a vontade das partes; 
 II - intervir nos atos e negócios jurídicos a que as partes devam ou queiram dar forma 
legal ou autenticidade, autorizando a redação ou redigindo os instrumentos adequados, 
conservando os originais e expedindo cópias fidedignas de seu conteúdo; 
 III - autenticar fatos. 
Art. 7º Aos tabeliães de notas compete com exclusividade: 
 I - lavrar escrituras e procurações, públicas; 
 II - lavrar testamentos públicos e aprovar os cerrados; 
 III - lavrar atas notariais; 
Tabeliães de Notas;
Tabeliães e oficiais de contratos marítimos;
Tabeliães de Protesto;
Oficial de Registro de Imóveis;
Oficialde Registro de Títulos e Documentos;
Oficial de Registro Civil de Pessoas Jurídicas;
Oficial de Registro Civil de Pessoa Natural;
Oficial de Distribuição.
 
22 
 
 IV - reconhecer firmas; 
 V - autenticar cópias. 
Parágrafo único. É facultado aos tabeliães de notas realizar todas as gestões e diligências 
necessárias ou convenientes ao preparo dos atos notariais, requerendo o que couber, 
sem ônus maiores que os emolumentos devidos pelo ato. 
ATENÇÃO 
Autenticar FATOS não é atividade privativa; autenticar CÓPIAS é atividade privativa. 
Em muitos Estados o oficial de registro civil também faz autenticação de cópias. Como 
compatibilizar isso com a regra do artigo 7º? O artigo 52 da lei 8.935/94 prevê regra de 
transição que dispõe: 
Art. 52. Nas unidades federativas onde já existia lei estadual específica, em vigor na data 
de publicação desta lei, são competentes para a lavratura de instrumentos traslatícios de 
direitos reais, procurações, reconhecimento de firmas e autenticação de cópia 
reprográfica os serviços de Registro Civil das Pessoas Naturais. 
Então, por força do artigo 52, alguns estados ainda permitem, e podem continuar 
permitindo, que o oficial de registro civil PURO (que não cumula atividade de notas) possa 
autenticar documento, reconhecer firma, lavrar procuração pública e atos translativos de 
direitos reais. Ex: contrato de compra e venda. Alguns estados limitam esses atos até 
certo valor para que possam ser feitos no registro civil. Em SP pode autenticar cópia, 
reconhecer firma e lavrar procuração pública, só não pode lavrar ata notarial nem lavrar 
mandato em causa própria, pois o mandato em causa própria já entabula em si o negócio 
jurídico translativo de direito. 
SÃO PAULO – LEI ESTADUAL n° 8.406/64 
Art. 6º da Lei Estadual n° 8.406/64, com a redação dada pela Lei Estadual n° 4.225/84, 
confere aos oficiais de registro civil das pessoas naturais o serviço de reconhecimento 
de firmas, lavratura de procurações e autenticação de documentos 
Requisitos para o ingresso da atividade 
LEI 8935/94 
Art. 14. A delegação para o exercício da atividade notarial e de registro depende dos 
seguintes requisitos: 
 I - habilitação em concurso público de provas e títulos; 
 * II - nacionalidade brasileira; 
 III - capacidade civil 
 IV - quitação com as obrigações eleitorais e militares; 
 V - diploma de bacharel em direito; 
 VI - verificação de conduta condigna para o exercício da profissão. 
 
 
23 
 
*Não fez diferenciação entre nato e naturalizado, portanto a nacionalidade brasileira pode 
ser por naturalização. Os casos de exigência de nacionalidade estão na CR/88, não há 
hipóteses dispostas em lei. 
A função é jurídica e é necessário conhecimento jurídico para exercer bem a função. 
Portanto, acertou a lei ao exigir formação jurídica. Todavia, como em 1994 as faculdades 
de direito não eram tão acessíveis, alguns profissionais exerciam a atividade de notas e 
registros sem formação jurídica. Ainda hoje se aplica essa exceção, prevista em norma 
de transição, segundo a qual pessoas que tenham 10 anos de exercício da atividade 
notarial e registral até o edital suprem esse requisito. É vista como regra de transição e 
por isso pode ser retirada futuramente, mas ela ainda existe. 
Art. 15. Os concursos serão realizados pelo Poder Judiciário, com a participação, em 
todas as suas fases, da Ordem dos Advogados do Brasil, do Ministério Público, de um 
notário e de um registrador. 
§ 1º O concurso será aberto com a publicação de edital, dele constando os critérios de 
desempate. 
§ 2º Ao concurso público poderão concorrer candidatos não bacharéis em direito que 
tenham completado, até a data da primeira publicação do edital do concurso de provas e 
títulos, dez anos de exercício em serviço notarial ou de registro. 
ATENÇÃO 
Por conta dessa normativa, há uma corrente que não considera a atividade 
NOTARIAL/REGISTRAL como CARREIRA JURÍDICA, por não ser exclusiva de bacharel em 
direito (nível superior). 
Esse entendimento embasou a atual posição dominante no CNJ, que desconsidera o 
exercício de delegação por três anos para fins de pontuação na prova de títulos. 
Tal entendimento é polêmico e gera uma flagrante desproporcionalidade, visto que 
pontua o exercício de atividades estranhas à delegação, favorecendo candidatos de 
outras áreas em detrimento dos delegatários. 
A questão vem sendo debatida e o CNJ já acenou para uma possível mudança de 
entendimento. 
Frise-se que os dez anos devem ser exercidos como ESCREVENTE OU 
TABELIÃO/OFICIAL. Auxiliar no cartório não conta como função. Se a pessoa era 
secretária, office boy, telefonista, etc., qualquer atividade não relacionada à atividade 
notarial ou registral, não poderá ser aprovada em concurso. Substituto é espécie de 
escrevente. 
Súmula 266 do STJ determina que o diploma possa ser apresentado até a data da posse. 
Então é possível que estudante de faculdade, aprovado em concurso, cole grau antes do 
término do concurso e receba delegação. 
SÚMULA 266 DO STJ O diploma ou habilitação legal para o exercício do cargo deve ser 
exigido na posse e não na inscrição para o concurso público. 
 
24 
 
Quanto ao inciso VI, trata-se de norma de conteúdo aberto, com inúmeras interpretações. 
Isso é requisito, se não tiver essa conduta é excluída do certame, pois a verificação da 
conduta condigna é fase do concurso. Essa norma está complementada por Resolução 
do CNJ e os editais especificam como ela será comprovada. 
Concurso de ingresso por provimento/remoção 
- Exigências legais: 
 
Essa comissão do concurso é nomeada pelo Presidente do Tribunal de Justiça ou a quem 
o regime interno dê competência para abertura de concurso público. Ele dá início ao 
concurso nomeando a comissão. 
É normal que as entidades de classe (OAB e MP) indiquem os membros da comissão do 
concurso, titular e suplente. Caso não indiquem, o competente para formação da 
comissão no Judiciário pode perfeitamente indicar. O que é essencial é a participação 
dessas quatro pessoas em TODAS as fases. 
- Exigências normativas (Resolução 81 do CNJ): 
Como o Judiciário pratica função administrativa ao realizar concurso, o CNJ regulou essa 
atividade e criou regras gerais, havendo um edital padrão, alterado minimamente por 
cada Estado. 
Provas objetiva, discursiva (prática e teórica) e oral: não importa a quantidade de 
serventias a serem providas no concurso, as três fases são regra que não podem ser 
ignorada pelo tribunal. 
Título valendo 20% da classificação final. 
ATENÇÃO 
CNJ estuda alterar essa regra, pois 20% pode ter muito peso na nota. Esse peso de 20% 
não foi modificado, mas a quantidade de títulos que podem ser cumulados foi 
modificada. 
Hoje a primeira fase (objetiva) é apenas eliminatória, não classificatória. Ela vale apenas 
para criar nota de corte. A regra do CNJ é que vão para segunda fase número de 
candidatos oito vezes maior que o número de serventias a serem providas, e também os 
empatados na menor nota. A nota da primeira fase não tem relevância na nota final. Pode 
até ser usada como nota de desempate, mas isso é muito raro. 
Concurso de 
provas e títulos
Realizado pelo 
Judiciário
Com 
participação em 
todas as fases 
do MP, OAB, um 
notário e um 
registrador.
 
25 
 
A segunda fase, chamada dissertativa, terá ao menos uma peça prática e questões 
teóricas. Ela vale 40 % da nota final. 
A terceira fase, a oral, pode ter diferentes dinâmicas. A própria comissão pode fazer a 
indagação (notário, presidente, advogado), mas a função pode ser terceirizada à banca 
examinadora. A fase oral vale 40% da nota final. 
A fase de títulos, como vista, vale 20% da nota final. 
 
A resolução 81 do CNJ é que faz esse detalhamento do concurso de provas e títulos. 
Exame de personalidade e análise da vida pregressa. 
O exame de personalidade não é eliminatório, mas a análise de vidapregressa é SIM 
eliminatória, pois nela se verifica o atendimento ao requisito de conduta condigna. 
O que é conduta condigna? Ela será analisada conforme critérios estabelecidos no edital 
pelo TJ. 
Então: 
- exames psicológicos e de personalidade (não eliminatório, mas descritivo); 
- análise de vida pregressa: essa sim é fase eliminatória, pois concretiza o requisito da lei 
8.935/94. Conforme o item 8.1 da minuta de edital prevista na resolução 81 do CNJ 
. PESQUISA SOBRE A PERSONALIDADE DO CANDIDATO: 
8.1. A Comissão de Concurso reserva-se o direito de solicitar ou requisitar, de quaisquer 
fontes, informações sigilosas, escritas ou verbais, relativas à personalidade e à vida 
pregressa do candidato. Cabe à comissão, no prazo de 10 (dez) dias anteriores à prova 
oral, fundamentar a recusa de qualquer dos candidatos, dando a estes ciência pessoal e 
reservadamente. 
Na forma como está posta, permite que o presidente, com base em informação sigilosa 
verbal passada por um professor da época de faculdade que afirma, por exemplo, que o 
candidato colava nas provas, eliminar o candidato. 
Tal entendimento é polêmico, mas vem sendo adotado. 
SUBJETIVA
40%
ORAL
40%
TÍTULOS
20%
PROVA
 
26 
 
Caso o tribunal por alguma razão entenda que o candidato não desempenhará bem as 
funções, poderá eliminá-lo. 
Existia polêmica sobre exigência de provas e títulos para concurso de remoção devido à 
alteração do artigo 16 da lei 8.935/94 pela lei 10.605/2002. Vejamos a redação original e 
a posterior: 
Texto anterior: Art. 16. As vagas serão preenchidas alternadamente, duas terças partes 
por concurso público de provas e títulos e uma terça parte por concurso de remoção, de 
provas e títulos, não se permitindo que qualquer serventia notarial ou de registro fique 
vaga, sem abertura de concurso de provimento ou de remoção, por mais de seis meses. 
A redação falava em prova de títulos para provimento e para remoção. Todavia, ela foi 
alterada, passando a redação a ser a seguinte: 
 Art. 16. As vagas serão preenchidas alternadamente, duas terças partes por 
concurso público de provas e títulos e uma terça parte por meio de remoção, mediante 
concurso de títulos, não se permitindo que qualquer serventia notarial ou de registro fique 
vaga, sem abertura de concurso de provimento inicial ou de remoção, por mais de seis 
meses. (Redação dada pela Lei nº 10.506, de 9.7.2002) 
Não se fala mais em provas e títulos. O concurso de remoção não exigiria mais prova e 
títulos? Seria diferente? Seria quase como uma remoção de magistrado? Quando 
legislador alterou, o fez pensando nisso. 
Todavia, o STF em 2008 confirmou o entendimento do TJSP, que entendeu 
inconstitucional a nova redação do artigo 16. O artigo 236 da CR prevê expressamente 
que o ingresso na atividade depende de provas e títulos, mas se entendeu que toda 
outorga de nova serventia é ingresso naquela serventia, não se trata do ingresso na 
carreira. Quando da alteração a interpretação foi diferente, tratando o ingresso apenas 
como o primeiro, sendo a remoção feita por títulos. Por isso hoje o artigo 16 da lei 8.935 
deve ser interpretado de forma que o concurso de remoção também seja composto de 
provas e títulos. 
. Divisão das serventias entre remoção e provimento: 
 - 2/3 para provimento; 
 - 1/3 para remoção; 
 
REMOÇÃO
30%
PROVIMENTO
70%
PROVA
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10506.htm
 
27 
 
 
Critério de divisão: 1º) por ordem de vacância; 2º) por ordem de instalação da serventia e 
3º) por sorteio. 
Primeiro critério: conforme as serventias se tornem vagas elas passam a integrar lista 
mantida pelo Tribunal na ordem em que se tornarem vagas. A serventia número 1 irá para 
provimento, a 2 para provimento e a 3 para remoção, e assim sucessivamente. Essa 
distribuição de três em três é feita antes mesmo de saber qual serventia irá vagar. Deve 
haver transparência. A lista organizada dessa forma garante que a ordem de vacância 
será seguida. 
O segundo critério será usado caso o primeiro não possa ser aferido. Assim, se duas 
vagaram no mesmo dia, a instalada há mais tempo entra primeiro na lista e a mais 
recente entra em segundo lugar. 
O terceiro critério, que é o sorteio, é usado quando os dois anteriores não podem ser 
satisfatoriamente atendidos. 
Feita a escolha em nova serventia a anterior se torna vaga no mesmo dia. 
Quem pode concorrer à serventia reservada para remoção? Essa resposta está no artigo 
17 da lei 8.935/94: 
Art. 17. Ao concurso de remoção somente serão admitidos titulares que exerçam a 
atividade por mais de dois anos. 
Art. 18. A legislação estadual disporá sobre as normas e os critérios para o concurso de 
remoção. 
Embora isso seja texto de lei, e deva ser marcado como opção correta em primeira fase, 
quem dita as regras do concurso é a Resolução 81 do CNJ. O Estado tem margem muito 
pequena para legislar sobre concurso de remoção, pois a resolução do CNJ que vela por 
essa questão. 
Ao acabar um concurso o TJ deve lançar no prazo de seis meses novo edital. O prazo de 
seis meses deve ser interpretado dessa forma. Essa é a melhor interpretação. Os Estados 
que não fazem isso estão afrontando a lei. 
O concurso de cartório exige, além de títulos, o conhecimento seguro das regras por 
detrás do certame. Então analisaremos brevemente o que são os títulos. 
- Títulos 
7.1. O exame de títulos valerá, no máximo, 10 (dez) pontos, com peso 2 (dois), observado 
o seguinte: 
ADVOCACIA OU ATIVIDADE DE NÍVEL SUPERIOR 
I - exercício da advocacia ou de delegação, cargo, emprego ou função pública privativa 
de bacharel em Direito, por um mínimo de três anos até a data da primeira publicação do 
edital do concurso (2,0); 
 
28 
 
Qualquer dessas funções, exercidas no mínimo por três anos, até a data da PRIMEIRA 
PUBLICAÇÃO DO EDITAL. São exigidos cinco processos por ano para que seja 
considerado advogado em exercício. Isso é conciliável com estudo. 
Como tratado acima, há grande polêmica sobre o cômputo da atividade de delegatário 
para o enquadramento neste inciso. Hoje, a posição do CNJ é a de que isso não é possível. 
10 ANOS DE ATIVIDADE NOTARIAL/REGISTRAL 
II - exercício de serviço notarial ou de registro, por não bacharel em direito, por um mínimo 
de dez anos até a data da publicação do primeiro edital do concurso (art. 15, § 2º, da Lei 
n. 8.935/1994) (2,0); (Alteração dada pela Resolução nº 187, de 24 de fevereiro de 2014) 
Esse item pode substituir o primeiro item, eles NÃO são cumulativos, mesmo que a 
pessoa possua ambos. 
MAGISTÉRIO SUPERIOR NA ÁREA JURÍDICA 
III - exercício do Magistério Superior na área jurídica pelo período mínimo de 5 (cinco) 
anos: 
a) mediante admissão no corpo docente por concurso ou processo seletivo público de 
provas e/ou títulos (1,5); 
b) mediante admissão no corpo docente sem concurso ou processo seletivo público de 
provas e/ou títulos (1,0); 
Só conta uma vez, se for professor por 5 anos ou 30 anos não faz diferença. 
DOUTORADO / MESTRADO 
IV - diplomas em Cursos de Pós-Graduação: 
a) Doutorado reconhecido ou revalidado: em Direito ou em Ciências Sociais ou Humanas 
(2,0); (Alteração dada pela Resolução nº 187, de 24 de fevereiro de 2014) 
b) Mestrado reconhecido ou revalidado: em Direito ou em Ciências Sociais ou Humanas 
(1,0); (Alteração dada pela Resolução nº 187, de 24 de fevereiro de 2014) 
O mestrado e doutorado não precisam ser em direito, podem ser ciências sociais 
(economia, contabilidade, administração, arquitetura, urbanismo etc.) ou humanas. 
PÓS GRADUAÇÃO 
c) Especialização em Direito, na forma da legislação educacional em vigor, com carga 
horária mínima de trezentos e sessenta (360) horas-aula, cuja avaliação haja 
considerado monografia de final de curso (0,5); 
É a pós graduação lato senso, e ela DEVE ser em direito. Em 2014 esse requisito mudou, 
e agora só valem DOIS títulos de cada: dois mestrados, dois doutoradose duas pós-
graduações, no máximo. 
CONCILIAÇÃO ou ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA VOLUNTÁRIA 
V - exercício, no mínimo durante 1 (um) ano, por ao menos 16 horas mensais, das 
atribuições de conciliador voluntário em unidades judiciárias, ou na prestação de 
http://www.cnj.jus.br/portalcnj2013/atos-normativos?documento=1952
http://www.cnj.jus.br/portalcnj2013/atos-normativos?documento=1952
http://www.cnj.jus.br/portalcnj2013/atos-normativos?documento=1952
 
29 
 
assistência jurídica voluntária (0,5); (Alteração dada pela Resolução nº 187, de 24 de 
fevereiro de 2014) 
TRÊS ELEIÇÕES 
VI - período igual a 3 (três) eleições, contado uma só vez, de serviço prestado, em 
qualquer condição, à Justiça Eleitoral (0,5). Nas eleições com dois turnos, considerar-se-
á um único período, ainda que haja prestação de serviços em ambos. 
Trata-se da atividade de mesário. Eleição com dois turnos vale como se fosse uma. 
DEMAIS REGRAS 
1º As pontuações previstas nos itens I e II não poderão ser contadas de forma 
cumulativa. 
2º Será admitida a apresentação, por candidato, de no máximo dois títulos de doutorado, 
dois títulos de mestrado e dois títulos de especialização previstos no item IV. (Incluído 
pela Resolução nº 187, de 24 de fevereiro de 2014). 
3º Os títulos somarão no máximo dez pontos, desprezando-se a pontuação superior. 
(Alteração dada pela Resolução nº 187, de 24 de fevereiro de 2014) 
7.2. Os critérios de pontuação acima referidos aplicam-se, no que for cabível, ao concurso 
de remoção. 
7.3. A convocação para apresentação de títulos far-se-á por publicação no Diário da 
Justiça Eletrônico. 
- Forma de escolha: 
A lei 8.935/94, em seu artigo 19, dispõe que: 
Art. 19. Os candidatos serão declarados habilitados na rigorosa ordem de classificação 
no concurso. 
Sessão pública de escolha – Resolução 81: 
11.4 - Publicado o resultado do concurso no Diário Oficial da Justiça, os candidatos serão 
convocados pelo Presidente do Tribunal de Justiça para escolher, em cada especialidade, 
pela ordem de classificação, as delegações constantes do respectivo edital. 
Não basta ser aprovado no concurso de cartório, tem que estar bem colocado, pois a 
classificação define a ordem de escolha. Muitos candidatos migram de carreira e, para 
tanto, precisam estar entre os primeiros para que valha a pena. Existem serventias muito 
rentáveis, mas são poucas. A maior parte permite renda condizente com o trabalho 
realizado, e algumas até menos. 
Quem quer estar entre os primeiros deve buscar títulos e colocar sua energia toda nisso. 
- Outorga, investidura e posse: 
Outorga: ato do Presidente do Tribunal; 
Investidura: ato do Corregedor Geral de Justiça; 
Posse/exercício: perante o juiz corregedor local. 
http://www.cnj.jus.br/portalcnj2013/atos-normativos?documento=1952
http://www.cnj.jus.br/portalcnj2013/atos-normativos?documento=1952
http://www.cnj.jus.br/portalcnj2013/atos-normativos?documento=1952
http://www.cnj.jus.br/portalcnj2013/atos-normativos?documento=1952
http://www.cnj.jus.br/portalcnj2013/atos-normativos?documento=1952
 
30 
 
 
Essas premissas estão na minuta do edital do CNJ, mas podem ser adaptadas conforme 
as regras judiciárias do Tribunal local. Juiz corregedor deve ser entendido como juiz 
diretor do foro ou qualquer juiz ligado à atividade de correição, conforme disposto na 
normativa local. 
Outorga e investidura podem estar concentradas em um mesmo ato. Isso ocorre na 
sessão de escolha, em que a escolha é feita, e recebe a outorga e é feita a investidura 
perante o Corregedor-Geral de Justiça, sendo que para investidura é necessário 
apresentar declaração de bens ou declaração de isento de imposto de renda. 
A posse normalmente tem espaço de 30 dias entre a investidura e a posse. Decorridos 
30 dias sem a posse, se torna sem efeito a outorga e investidura, perdendo o candidato 
o direito de exercer a função. 
Outorga, investidura e posse ocorrem após a aprovação, após a escolha da serventia e 
são necessárias ao exercício da função. 
 
Direitos e deveres 
Direitos: 
Artigo 29 da lei 8.935/94 trata dos direitos: 
 Art. 29. São direitos do notário e do registrador: 
 I - exercer opção, nos casos de desmembramento ou desdobramento de sua 
serventia; 
Desmembramento: (TERRITORIAL) é o caso de lei de iniciativa do Tribunal de Justiça, 
aprovada pela Assembleia e sancionada pelo governador, que cria nova serventia em 
uma localidade que antes era totalmente abrangida apenas por uma. O oficial/tabelião 
que já estava na comarca tem direito de optar pela circunscrição que quer continuar a 
atuar. 
Esse direito praticamente não é exercido, pois a divisão no Brasil já é hoje bastante 
estável. 
Desdobramento: (FUNCIONAL) diz respeito à divisão da atividade exercida pela serventia. 
Ex: uma mesma serventia presta serviço de tabelionato de notas e de protesto. A lei, 
então, divide a atividade colocando-a nas mãos de pessoas diferentes. O titular poderá 
optar por qual atividade deverá seguir. 
 II - organizar associações ou sindicatos de classe e deles participar. 
OUTORGA -
Presidência do TJ
INVESTIDURA - CGJ -
Concomitante com 
a outorga 
EXERCÍCIO - JCP - 30 
dias após a 
investidura
•Se exercício não se der 
em 30 fica sem efeito. 
 
31 
 
Ninguém é obrigado a se associar ou manter-se associado, isso é norma constitucional, 
por isso se trata de um direito. Do ponto de vista institucional é muito importante 
associar, pois as associações são muito importantes para a atividade. 
Prerrogativas 
O artigo 28 ainda traz algumas prerrogativas: 
Art. 28. Os notários e oficiais de registro gozam de independência no exercício de suas 
atribuições, têm direito à percepção dos emolumentos integrais pelos atos praticados na 
serventia e só perderão a delegação nas hipóteses previstas em lei. 
A independência será tratada dentro dos princípios que veremos adiante. 
A percepção de emolumentos integrais é direito do titular, embora existam regras de 
redução ou isenção, regras essas de constitucionalidade questionável. 
Incompatibilidade e impedimentos: 
Art. 25. O exercício da atividade notarial e de registro é incompatível com o da advocacia, 
o da intermediação de seus serviços ou o de qualquer cargo, emprego ou função públicos, 
ainda que em comissão. 
A incompatibilidade com a advocacia enseja o cancelamento da inscrição junto à OAB, 
não apenas a suspensão. Caso uma pessoa cancele sua inscrição e no futuro resolva 
voltar à advocacia receberá novo número de inscrição, mas não precisa fazer prova de 
novo. 
 § 2º A diplomação, na hipótese de mandato eletivo, e a posse, nos demais casos, 
implicará no afastamento da atividade. 
Se for eleito há incompatibilidade desde a diplomação e ainda há incompatibilidade caso 
assuma cargo em comissão, emprego ou função pública. 
Art. 26. Não são acumuláveis os serviços enumerados no art. 5º. 
Artigo 5º trata das modalidades de atividades. A regra é o caput, e o parágrafo único traz 
exceção: 
Parágrafo único. Poderão, contudo, ser acumulados nos Municípios que não 
comportarem, em razão do volume dos serviços ou da receita, a instalação de mais de 
um dos serviços. 
Alguns Tribunais abusam dessa regra, criando serventias muito pequenas, difíceis de 
serem geridas e de se manter um bom profissional à frente delas. Outros dão 
interpretação mais flexível, permitindo a acumulação para permitir a sobrevivência do 
serviço. O interesse da atividade é torná-la atrativa, para que seja bem exercida. 
Art. 27. No serviço de que é titular, o notário e o registrador não poderão praticar, 
pessoalmente, qualquer ato de seu interesse, ou de interesse de seu cônjuge ou de 
parentes, na linha reta, ou na colateral, consanguíneos ou afins, até o terceiro grau. 
Trata-se de impedimento. O titular não pode, no exercício de sua função, praticar ato que 
diga respeito a ele próprio. A maior parte da doutrina afirma que o titular não pode praticar

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