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CURSO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA JONAS PACHECO HIDROMETRIA CONDUTOS LIVRES OU CANAIS Denominam-se condutos livres ou canais, os condutos onde o escoamento é caracterizado por apresentar uma superfície livre na qual reina a pressão atmosférica. Neste contexto, os cursos d’água naturais constituem o melhor exemplo de condutos livres. Além dos rios, funcionam como condutos livres os canais artificiais de irrigação e drenagem, os aquedutos abertos, e de um modo geral, as canalizações onde o líquido não preenche totalmente a seção do canal. Tipos de escoamento Em condutos livres o escoamento pode ser classificado em diversos tipos e de várias maneiras. Laminar Transitório Turbulento Forma Geométrica dos canais Os canais são projetados usualmente em uma das quatro formas geométricas seguintes: Retangular, trapezoidal, triangular e semi-circular, sendo a forma trapezoidal a mais utilizada. Elementos característicos da seção de um canal Área (A) – é a seção plana do canal, normal a direção geral da corrente líquída; Seção molhada (A) - parte da seção transversal que é ocupada pelo líquido. Os elementos geométricos da seção molhada são: - Profundidade (h) - altura do líquido acima do fundo do canal; - Área molhada (Am): é a área da seção molhada; - Perímetro molhado (P) - comprimento relativo ao contato do líquido com o conduto; - Largura Superficial (B) - largura da superfície em contato com a atmosfera; - Raio hidráulico (R) - relação entre a área molhada e perímetro molhado; - Profundidade Hidráulica - relação entre a área molhada e a largura superficial. Borda Livre do canal Em canais abertos e fechados, deve-se prever uma folga de 20 a 30% de sua altura, acima do nível d’água máximo do projeto. Este acréscimo representa uma margem de segurança contra possíveis elevações do nível dá água acima do calculado, o que poderia causar trasbordamento Declividade recomendas para taludes de Canais Para obter estabilidade das paredes laterais dos canais não-revestidos, a declividade dos taludes deve ser determinada em função da estabilidade do material com o qual se construirá o canal. Na Tabela estão relacionadas as declividades de taludes mais usuais para canais não revestidos, de diversos materiais. Velocidade da água nos canais Nos canais o atrito entre a superfície livre e o ar e a resistência oferecida pelas paredes e pelo fundo originam diferenças de velocidades, tendo um valor mínimo, junto ao fundo do canal, e máximo, próximo à superfície livre da água. Devido essa variação da velocidade com a profundidade, trabalha-se com a velocidade média. Valores máximos recomendáveis para velocidade média no canal. Valores mínimos recomendáveis para velocidade média no canal. Declividade de canais: Movimento Uniforme nos canais Em condições normais, ocorre nos canais um movimento uniforme, ou seja, a velocidade média da água é constante ao longo do canal. No caso da equação da continuidade: A área é determinada geometricamente e a velocidade pode ser medida no local ou, na maioria dos casos, determinada através de equações. Há varias equações para o calculo da velocidade média da água em um canal, porém as mais usadas são as de Chezy, Strickler e Manning. As equações de Strickler e Manning podem ser escritas da seguinte forma: As equações de Strickler e Manning podem ser escritas da seguinte forma: DIMENSIONAMENTO DE CONDUTOS LIVRES (Canais) a) Equação da Resistência b) Equação da Continuidade Existem basicamente dois casos distintos para resolução de problemas envolvendo condutos livres: Neste caso, combinado a equação da continuidade com a de a Strickler ou com a equação de Manning a solução é encontrada com a aplicação direta da equação: EXERCÍCIO ( CANAIS) 1 - Um projeto de irrigação requer 1.500 litros/s de água, que deverá ser conduzida por um canal de concreto, com bom acabamento (K = 80). A declividade do canal deverá ser de 1 % e sua seção trapezoidal com talude de 1 : 0,5 ( V : H ). Qual deve ser a altura útil do canal, se sua base for de 60 cm. EXERCÍCIOS ( CANAIS) 1 - Calcular a Vazão transportada por um canal revestido de nata de cimento (n = 0,012 ou K = 83) tendo uma declividade de 0,3%. As dimensões e forma estão na figura abaixo. Verificar o valor da velocidade média de escoamento. 2 - Calcular a vazão transportada por um canal de terra dragada (n = 0,025), tendo declividade de 0,4%. As dimensões e formas estão na figura abaixo. 3 - Calcular a vazão transportada por um tubo de seção circular, diâmetro de 500 mm, construido em concreto ( n = 0,013 ). O tubo está trabalhando à meia seção, em uma declividade é de 0,7%. 4 - Um BUEIRO CIRCULAR de concreto (n = 0,015) deverá conduzir uma vazão máxima prevista de 2,36 m3/s com declive de 0,02 %. Determine o DIÂMETRO do bueiro de forma que a ALTURA da seção de escoamento atinja no máximo 90 % do diâmetro do bueiro (h=0,9D). 5. Calcular o Perímetro molhado, a Área molhada, e Raio hidráulico, das seguintes seções: a) Canal trapezoidal com base de 4 m, talude com inclinação 1V:4H e 2 m altura da lâmina dágua. b) Canal retangular com base 2,5 e altura da lâmina dágua de 1,5 m. c) Canal circular de 400 mm de diâmetro, escoando a meia seção. 6. Calcular a vazão de um canal retangular com as seguintes características: largura do fundo = 1,5 metros altura da lâmina normal = 0,80 metros declividade = 0,2 metros por mil metros material = madeira (n = 0,012) 7. Calcular a altura d’água que deverá ter um canal circular de 2,0 m de diâmetro, sendo dados: Q = 3,0 m3/s, I = 0,0005 m/m, n = 0,012. 8. Um bueiro circular de 80 cm de diâmetro conduz água por baixo de uma estrada com uma lâmina de 56 cm. Sabendo-se que I = 1 por km e n = 0,015. Calcule V e Q.
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