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PROBLEMA - MEMORIAIS sem GABARITO- JÚRI

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PROBLEMA 
PRÁTICA JURÍDICA III – PENAL 
ALFREDINHO estava andando tranquilamente pela Rua Zuleica Afrouxadinha, quando na altura 
do n° 2.000 desta Rua, em uma noite fria e com um pouco de neblina, percebeu que se 
aproximavam, em sentido contrário, duas pessoas que estavam com as vestes todas amassadas 
e andavam de forma desordenada. Apreensivo com a aproximação dos dois rapazes, 
ALFREDINHO começou a andar mais devagar, se virou e correu com o intuito de sair dali. 
Contudo, ao virar-se, sem que tenha percebido, ALFREDINHO deixou cair sua carteira, o que foi 
percebido pelos dois transeuntes. Momento que, um dos dois rapazes pegou a carteira no chão, a 
colocou na cintura e ambos correram em direção a ALFREDINHO para devolvê-la. ALFREDINHO 
quando olha para trás e percebe que os dois rapazes vinham em sua direção correndo e um deles 
com a mão na cintura, imagina que ambos estão armados. Quando as vítimas já estão bem 
próximas, ALFREDINHO utilizando um revolver que estava portando, com o devido registro e 
autorização para tanto, dispara um tiro contra cada uma das vítimas, matando-as. Toda a ação foi 
presenciada por JOSÉ, testemunha que estava na garagem da casa fumando um cigarro bem em 
frente ao ocorrido. ALFREDINHO foi indiciado e o promotor de justiça ofereceu denúncia que foi 
recebida pelo juiz, em virtude do cometimento de dois homicídios qualificados por motivo torpe 
(artigo 121, § 2°, inciso I do CP). Posteriormente, foi apresentada resposta à acusação após 
citação do réu, mantido o recebimento da denúncia designou-se audiência, ocasião que foi ouvida 
a testemunha JOSÉ que afirmou que ALFREDINHO estava andando em direção as duas vítimas 
que vinham em sentido contrário, quando se virou e correu, contudo, após se virar, observou algo 
no chão, momento em que uma das vítimas recolheu o objeto caído, colocou na cintura e foi em 
direção ao réu. A testemunha afirmou que as vítimas estavam visivelmente bêbadas e um deles, 
quando foi atrás de ALFREDINHO, disse em voz baixa, talvez por estar rouco, sem voz: “espera 
senhor toma aqui isso te pertence”. A testemunha afirmou, ainda que uma das vítimas estava com 
a mão na cintura e correndo a trás do réu e que quando as vítimas se aproximaram, o réu deu um 
tiro em cada um. ALFREDINHO por sua vez, ao ser interrogado afirmou que era noite e que 
estava escuro com neblina. Ademais, afirmou que as vítimas estavam malvestidas e com 
aspectos não muito sociáveis, portanto, achou melhor não continuar andando por aquele caminho 
mesmo estando armado. No entanto, alegou, ainda, que ao virar-se para dali sair, viu que as 
vítimas se aproximavam, uma delas com a mão na cintura e ambas gesticulando. Assim, 
assustado por imaginar que as vítimas estavam armadas e que seria assaltado ou mesmo morto, 
sacou sua arma e efetuou um disparo em cada vítima, disparos estes que, infelizmente, foram 
fatais. Juntada a folha de antecedentes criminais de ALFREDINHO aos autos, restou comprovada 
sua primariedade. O Ministério Público ofereceu memoriais de acusação pleiteando a pronúncia 
do acusado. 
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo 
caso concreto acima, redija, na qualidade de advogado de ALFREDINHO, a peça processual 
cabível, invocando todas as questões de direito pertinentes, mesmo que em caráter 
eventual.

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