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ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
 
 
 
ARTE FÁCIL 
ENSINO MÉDIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cátia Barbosa 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
 
 
1ª Edição 
 
Arte Fácil- Ensino Médio 
 
 
Copyright 2015 by BN- Brasil 
 
Todos os direitos de reprodução, cópia, comunicação ao público e exploração econômica estão 
reservados à autora. Proibida a reprodução parcial ou total da mesma através de qualquer forma, meio 
ou processoeletrônico, digital, fotocópia, microfilme, internet, CD-ROM, sem a prévia e expressa 
autorização da autora, nos termos da lei 9.610/98 que regulamenta os direitos de autor e conexos. 
 
 
BARBOSA, Cátia Aparecida 
Arte Fácil- Ensino Médio – 1. ed. – Montes 
Claros- MG, 2015 
312 pág. 21 cm 
 
 
 
 
 
 
 
 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
 
 
Agradecimentos: 
A Deus Pai, criador de todas as coisas. 
A Jesus, que a cada dia me mostra o imenso valor do amor universal. 
Aos anjos de luz, amigos que me têm dado inspiração para criar, sempre. 
Ao meu pai, que está e estará sempre em meu coração. 
Ao meu melhor amigo, companheiro de todos os momentos, Carlúcio. 
 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este livro aos meus três filhos 
Allan, Gabriela e Alice, companheiros de 
caminhada, com quem aprendo todos os 
dias.
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 10 
AVALIAÇÃO EM ARTE ...................................................................................................... 11 
CONTEÚDO BÁSICO COMUM DE ARTE ............................................................................. 14 
1º ANO ............................................................................................................................ 18 
AULA Nº 01 ..................................................................................................................... 18 
MUITO PRAZER! BEM-VINDO AO ..................................................................................... 18 
ENSINO MÉDIO! .............................................................................................................. 18 
AULA Nº 02 ..................................................................................................................... 19 
VOCÊ É UMA OBRA DE ARTE ............................................................................................ 19 
AULA Nº 03 ..................................................................................................................... 20 
TODO O TEMPO ............................................................................................................... 20 
AULA Nº 04 ..................................................................................................................... 21 
PAUL KLEE ....................................................................................................................... 21 
AULA Nº 05 ..................................................................................................................... 22 
O TEMPO E O VENTO ....................................................................................................... 22 
AULA Nº 06 ..................................................................................................................... 23 
SONHAR .......................................................................................................................... 23 
AULA Nº 07 ..................................................................................................................... 26 
BASQUIAT ....................................................................................................................... 26 
AULA Nº 08 ..................................................................................................................... 27 
OS SONHOS TRANSFORMAM ........................................................................................... 27 
AULA Nº 09 ..................................................................................................................... 27 
HENRI MATISSE ............................................................................................................... 27 
AULA Nº 10 ..................................................................................................................... 28 
O FAUVISMO ................................................................................................................... 28 
AULA Nº 11 ..................................................................................................................... 30 
UM POUCO MAIS DE FAUVISMO (OU FOVISMO) .............................................................. 30 
AULA Nº 12 ..................................................................................................................... 31 
CORES, CORES, CORES! .................................................................................................... 31 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
 
 
AULA Nº 13 ..................................................................................................................... 32 
LABIRINTO... DE CORES .................................................................................................... 32 
AULA Nº 14 ..................................................................................................................... 34 
LABIRINTO... DE PAPÉIS ................................................................................................... 34 
AULA Nº 15 ..................................................................................................................... 34 
PABLO PICASSO ............................................................................................................... 34 
AULA Nº 16 ..................................................................................................................... 35 
MARCEL DUCHAMP ......................................................................................................... 35 
AULA Nº 17 ..................................................................................................................... 38 
READY-MADE .................................................................................................................. 38 
AULA Nº 18 ..................................................................................................................... 38 
ARTE CONCEITUAL ........................................................................................................... 38 
AULA Nº 19 ..................................................................................................................... 39 
O EXPRESSIONISMO ........................................................................................................ 39 
AULA Nº 20 ..................................................................................................................... 45 
DADAÍSMO ...................................................................................................................... 45 
AULA Nº 21 ..................................................................................................................... 46 
TRISTAN TZARA ............................................................................................................... 46 
AULA Nº 22 ..................................................................................................................... 47 
O MODERNISMO ............................................................................................................. 47 
AULA Nº 23 ..................................................................................................................... 48 
CUBISMO ........................................................................................................................48 
AULA Nº 24 ..................................................................................................................... 50 
ARTISTAS PLÁSTICOS CUBISTAS ....................................................................................... 50 
AULA Nº 25 ..................................................................................................................... 58 
O FUTURISMO ................................................................................................................. 58 
AULA Nº 26 ..................................................................................................................... 60 
POESIA FUTURISTA .......................................................................................................... 60 
AULA Nº 28 ..................................................................................................................... 61 
O CONCRETISMO ............................................................................................................. 61 
AULA Nº 29 ..................................................................................................................... 63 
ARTE CONCRETISTA ......................................................................................................... 63 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
 
 
AULA Nº 30 ..................................................................................................................... 64 
POP ART .......................................................................................................................... 64 
2º ANO ............................................................................................................................ 66 
AULA Nº 01 ..................................................................................................................... 66 
QUANDO TUDO COMEÇOU .............................................................................................. 66 
AULA Nº 02 ..................................................................................................................... 68 
A MÚSICA NA PRÉ-HISTÓRIA ........................................................................................... 68 
AULA Nº 03 ..................................................................................................................... 73 
IDADE DOS METAIS ......................................................................................................... 73 
AULA Nº 04 ..................................................................................................................... 75 
ARTE DO EGITO ............................................................................................................... 75 
AULA Nº 05 ..................................................................................................................... 79 
PERÍODO HELENÍSTICO .................................................................................................... 79 
AULA Nº 06 ..................................................................................................................... 82 
ARQUITETURA ................................................................................................................. 82 
AULA Nº 07 ..................................................................................................................... 83 
ARTE ROMANA ................................................................................................................ 83 
AULA Nº 08 ..................................................................................................................... 85 
ARTE NA IDADE MÉDIA .................................................................................................... 85 
AULA Nº 09 ..................................................................................................................... 88 
ESTILO GÓTICO ................................................................................................................ 88 
AULA Nº 10 ..................................................................................................................... 91 
NA ESCULTURA ................................................................................................................ 91 
AULA Nº 11 ..................................................................................................................... 93 
VESTUÁRIO MEDIEVAL .................................................................................................... 93 
AULA Nº 12 ..................................................................................................................... 94 
QUESTÕES SOBRE A ARTE DA IDADE MÉDIA .................................................................... 94 
AULA Nº 13 ..................................................................................................................... 96 
O RENASCIMENTO ........................................................................................................... 96 
AULA Nº 14 ..................................................................................................................... 99 
O QUATTROCENTO .......................................................................................................... 99 
AULA Nº 15 ................................................................................................................... 102 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
 
 
A ALTA RENASCENÇA ..................................................................................................... 102 
AULA Nº 16 ................................................................................................................... 106 
QUESTÕES ..................................................................................................................... 106 
AULA Nº 17 ................................................................................................................... 111 
O BARROCO .................................................................................................................. 111 
AULA Nº 18 ................................................................................................................... 118 
O BARROCO NO BRASIL ................................................................................................. 118 
AULA Nº 19 ................................................................................................................... 121 
PINTURA ....................................................................................................................... 121 
AULA Nº 20 ................................................................................................................... 125 
LITERATURA PARA O TEATRO ........................................................................................ 125 
AULA Nº 21 ................................................................................................................... 130 
QUESTÕES SOBRE O BARROCO ...................................................................................... 130 
AULA Nº 22 ................................................................................................................... 139 
ACADEMICISMO ............................................................................................................ 139 
AULA Nº 23 ................................................................................................................... 141 
O ROCOCÓ .................................................................................................................... 141 
AULA Nº 24 ................................................................................................................... 143 
NEOCLASSICISMO .......................................................................................................... 143 
AULANº 25 ................................................................................................................... 146 
O REALISMO .................................................................................................................. 146 
AULA Nº 26 ................................................................................................................... 148 
O MODERNISMO ........................................................................................................... 148 
AULA Nº 27 ................................................................................................................... 150 
IMPRESSIONISMO ......................................................................................................... 150 
AULA Nº 28 ................................................................................................................... 156 
PÓS-IMPRESSIONISMO .................................................................................................. 156 
AULA Nº 29 ................................................................................................................... 159 
EXPRESSIONISMO .......................................................................................................... 159 
AULA Nº 30 ................................................................................................................... 170 
SURREALISMO ............................................................................................................... 170 
3º ANO .......................................................................................................................... 173 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
 
 
AULA Nº 01 ................................................................................................................... 173 
CONHEÇA AS CINCO COMPETÊNCIAS AVALIADAS NO ENEM ........................................... 173 
AULA Nº 02 ................................................................................................................... 175 
ENTENDENDO A ARTE .................................................................................................... 175 
AULA Nº 03 ................................................................................................................... 177 
FUNÇÕES DA ARTE ........................................................................................................ 177 
AULA Nº 04 ................................................................................................................... 179 
ELEMENTOS BÁSICOS DA LINGUAGEM VISUAL ............................................................... 179 
AULA Nº 05 ................................................................................................................... 181 
TEORIAS DA ARTE .......................................................................................................... 181 
AULA Nº 06 ................................................................................................................... 184 
ÁREAS DE CONHECIMENTO DA ARTE ............................................................................. 184 
AULA Nº 07 ................................................................................................................... 186 
DANÇA CONTEMPORÂNEA ............................................................................................ 186 
AULA Nº 08 ................................................................................................................... 192 
ARTE CONTEMPORÂNEA ............................................................................................... 192 
AULA Nº 09 ................................................................................................................... 194 
Arte Conceitual ............................................................................................................. 194 
AULA Nº 10 ................................................................................................................... 197 
PERFORMANCE ............................................................................................................. 197 
AULA Nº 11 ................................................................................................................... 202 
OBJETOS ENCONTRADOS (OBJET TROUVÉ)..................................................................... 202 
AULA Nº 12 ................................................................................................................... 204 
ASSEMBLAGE ................................................................................................................ 204 
AULA Nº 13 ................................................................................................................... 207 
COMPARANDO A ARTE MODERNA COM A ARTE CONTEMPORÂNEA .............................. 207 
AULA Nº 14 ................................................................................................................... 208 
ARTE CLÁSSICA .............................................................................................................. 208 
AULA Nº 15 ................................................................................................................... 212 
A ARTE ANTI-CLÁSSICA .................................................................................................. 212 
AULA Nº 16 ................................................................................................................... 214 
A ARTE MODERNA ......................................................................................................... 214 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
 
 
AULA Nº 17 ................................................................................................................... 220 
SURREALISMO ............................................................................................................... 220 
AULA Nº 18 ................................................................................................................... 221 
ARTE ABSTRATA ............................................................................................................ 221 
AULA Nº 19 ................................................................................................................... 225 
O MODERNISMO BRASILEIRO ........................................................................................ 225 
AULA Nº 20 ................................................................................................................... 227 
VICTOR BRECHERET ....................................................................................................... 227 
AULA Nº 21 ................................................................................................................... 227 
SEMANA DE ARTE MODERNA ........................................................................................ 227 
AULA Nº 22 ................................................................................................................... 231 
ARTE CÊNICA ................................................................................................................. 231 
INTRODUÇÃO AO TEATRO ............................................................................................. 231 
AULA Nº 23 ................................................................................................................... 235 
MÚSICA ......................................................................................................................... 235 
AULA Nº 24 ................................................................................................................... 239 
ARTE BRASILEIRA ........................................................................................................... 239 
AULA Nº 25 ...................................................................................................................242 
A FOTOGRAFIA .............................................................................................................. 242 
AULA Nº 26 ................................................................................................................... 244 
MÚSICA ELETRÔNICA ..................................................................................................... 244 
DÉCADA DE 1850 A 1940: OS PRIMEIROS ARTISTAS E EQUIPAMENTOS .................................... 245 
DÉCADA DE 1940 E 1950: MÚSICA CONCRETA E ELEKTRONISCHE MUSIK ................................. 247 
DÉCADA DE 1960 E 1970: SINTETIZADORES PESSOAIS E A MÚSICA POPULAR ........................... 248 
DÉCADA DE 1980 A 2000: A MÚSICA ELETRÔNICA PARA O GRANDE PÚBLICO .......................... 250 
AULA Nº 27 ................................................................................................................... 253 
ARTE URBANA ............................................................................................................... 253 
AULA Nº 28 ................................................................................................................... 255 
CINEMA ......................................................................................................................... 255 
AULA Nº 29 ................................................................................................................... 258 
ARTE NAIF (PRIMITIVA) ................................................................................................. 258 
AULA Nº 30 ................................................................................................................... 259 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
 
 
PROJETO ....................................................................................................................... 259 
FILMOGRAFIA ................................................................................................................ 260 
O E N E M C O S T U M A A P R E S E N T A R I L U S T R A Ç Õ E S , C H A R G E S E A R T E S P L Á S T I C A S .................... 275 
Diferentes formas de expressão podem aparecer na prova de Linguagens, Códigos e suas 
Tecnologias. ..................................................................................................................................... 275 
ALGUMAS QUESTÕES SÓ PARA RELEMBRAR .................................................................. 281 
REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 307 
 
 
 
 
 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
10 
 
INTRODUÇÃO 
 
A arte é o conceito que engloba todas as criações realizadas pelo ser humano para expressar uma visão 
sensível do mundo, seja este real ou fruto da imaginação. Através de recursos plásticos, linguísticos ou 
sonoros, a arte permite expressar ideias, emoções, percepções e sensações. 
A história indica que, com o aparecimento do Homo Sapiens, a arte teve uma função ritual e mágico-
religiosa, que foi sofrendo alterações ao longo do tempo. Seja como for, a definição do termo “arte” 
varia de acordo com a época e a cultura. 
A classificação utilizada na Grécia Antiga incluía seis ramos dentro da própria arte: a arquitetura, a 
dança, a escultura, a música, a pintura e a poesia (literatura). Posteriormente, isto é, mais 
recentemente, passou-se a incluir o cinema como sendo a sétima arte. Há quem considere a fotografia 
como sendo a oitava arte (apesar de se alegar que esta não passa de uma extensão da pintura). A 
televisão, a moda, a publicidade e os jogos de vídeo são outras das áreas consideradas artísticas 
embora esporadicamente. 
Com o passar do tempo, as criações artísticas tendem a deteriorar-se com alguma relevância, daí a 
importância do conjunto de medidas dedicadas à preservação de tais bens culturais a pensar no futuro, 
conhecido como conservação e restauração das obras de arte. 
Quando o homem faz arte, ele cria um objeto artístico que não precisa ser uma representação fiel das 
coisas no mundo natural ou vivido e sim, como as coisas podem ser, de acordo com a sua visão, ou seu 
desejo. Com base nisto, a função da arte e o seu valor estão na representação simbólica do mundo 
humano. 
 
 
 
 
 
 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
11 
 
AVALIAÇÃO EM ARTE 
 
Na disciplina Arte (Artes Audiovisuais, Artes Visuais, Dança, Música e Teatro) no Ensino Médio, será 
utilizada a linha de avaliação formativa, que propõe uma interação entre professor, aluno e 
comunidade escolar, visando à construção do conhecimento através de suas equidades. Nesse 
contexto poderão ser obtidos resultados qualitativos e não somente quantitativos. 
Na avaliação formativa, professor e aluno são agentes efetivos do processo educativo em seus vários 
aspectos: 
• Factual, referente aos fatos aprendidos. Uma aprendizagem significativa de fatos envolve sempre 
associação dos fatos aos conceitos que permitem transformar este conhecimento em instrumento 
para a concepção e interpretação das situações ou fenômenos que explicam. 
• Conceitual, referente aos conceitos construídos. Resolução de conflitos ou problemas a partir do uso 
dos conceitos; exercícios que obriguem os alunos a usarem o conceito. 
• Comportamental, referente à transformação que fatos e conceitos podem acarretar no 
comportamento do aluno. O que define sua aprendizagem não é o conhecimento que se tem dele, 
mas o domínio de transferi-lo para a prática. 
• Atitudinal, referente à mudança de atitudes na vida do aluno. A fonte de informação para conhecer 
os avanços nas aprendizagens de conteúdos atitudinais será a observação sistemática de opiniões e 
das atuações nas atividades grupais, nos debates das assembleias, nas manifestações dentro e fora da 
aula, nas visitas, passeios e excursões, na distribuição das tarefas e responsabilidades, durante o 
recreio, na organização dos espaços, na preocupação com as questões estéticas no dia-a-dia, etc. 
Para que sejam obtidos resultados significativos no processo educacional, é preciso que esses aspectos 
sejam interagentes, uma vez que a construção do conhecimento é um movimento dinâmico. 
As estratégias de avaliação em Arte podem ser as mais variadas e deverão ser selecionadas pelo 
professor, dependendo de sua disponibilidade e da infra-estrutura física que a escola oferece. 
Listo abaixo, para efeito de exemplo, algumas estratégias, que devem, preferencialmente, ser 
utilizadas em conjunto. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
12 
 
A) PASTA/PORTIFÓLIO - Cada aluno terá sua pasta individual, onde colocará sua produção e todo o 
material que considerar interessante como referência para futuras produções ou estudos. O professor 
tem acesso fácil, assim, ao produto do desenvolvimento de suas aulas. 
O portfólio permite, ainda, que o professor tenha um registro constante do processo de aprendizagem 
do aluno, pois nele ficam praticamente todos os materiais que lhe proporcionem interesse e que 
tenham sido resultado do trabalho em Arte. 
B) DIÁRIO DE BORDO - Caderno de anotações, gravador ou câmera onde o aluno registra 
acontecimentos, seus pensamentos, seus sentimentos, o que aprendeu, suas facilidades, dificuldades, 
etc. 
No diário de bordo, o professor estará verificando todo o caminho que o aluno percorreu para 
realização de determinadas atividades, seus sentimentos, suas emoções individuais. Isso oferece 
respaldo significativo para a aprendizagem e para o professor, que pode ter uma atitude reflexiva em 
relação ao próprio trabalho. 
C) AUTO-AVALIAÇÃO - Pode ser oral ou escrita, individual ou em grupo, onde o aluno relata o que 
aprendeu, seu comportamento e suas atitudes em relação às aulas de Arte. 
É fundamental, pois o professor poderá verificar se tanto seu trabalho quanto o do aluno estão se 
concretizando, fazendo com que interajam no processo de construçãoe de ampliação do próprio 
conhecimento em Arte, bem como lidar com o sócio-emocional. 
D) ENTREVISTA - Pode ser feita pelo professor ao longo do ano. Deve ser preferencialmente gravada, 
sendo registradas as observações dos alunos durante o período. Através da entrevista, professor e 
aluno estarão obtendo informações sobre o andamento do processo educativo em Arte. 
É importante para que o aluno resgate idéias que não foram registradas de outra maneira ou que se 
perderam. Potencialmente, propicia que, ao longo do tempo, professor e aluno possam ter uma visão 
mais integral dos processos de criação e de construção de conhecimento. 
E) AFERIÇÕES CONCEITUAIS E DE TERMOS TÉCNICOS - São questionários e testes que, aplicados de 
tempos em tempos, contribuem para a avaliação do domínio do vocabulário próprio de referência 
técnica e conceitual da Arte. 
O conhecimento e a expressão em Arte supõem o domínio de conceitos e termos técnicos na área. 
Para saber Arte, o aluno deve incorporar em seu vocabulário alguns termos específicos, bem como 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
13 
 
saber interrelacioná-los. A aferição desse vocabulário propiciará meios para que ele possa tanto pensar 
como fazer e apreciar Arte. 
A avaliação formativa deve ser constante no processo educacional. Ao ser escolhida como o método 
de avaliação em Arte, deixa-se claro que ela deverá ser utilizada de forma coerente e estruturada, de 
modo que se tenha um ensino de Arte comprometido com a construção de conhecimento e o 
envolvimento com sentimentos e emoções, com a possibilidade de expressão individual e coletiva. 
Insiste-se que, o mais breve possível, todas as escolas tenham sua sala-ambiente de Arte (Artes 
Audiovisuais, Artes Visuais, Dança, Música e Teatro), a fim de que o professor possa exercer todas as 
atividades do processo educacional, dentro dos padrões básicos exigidos para as escolas de ensino 
básico. 
Em termos avaliativos, a sala-ambiente proporciona a/o professor e a/o aluno uma integração 
vivenciadora da realidade artística, oferecendo oportunidade de uma aprendizagem consciente e 
crítica em relação à arte, pois suas emoções, a sensibilidade, o pensamento, a criatividade estarão 
motivando-os à construção de seu conhecimento artístico. 
• Criar formas artísticas por meio de poéticas pessoais e/ou coletivas. 
Com este critério pretende-se avaliar se o aluno produz com liberdade e marca individual, utilizando-
se de técnicas, procedimentos e de elementos da expressão visual, gestual e/ou sonora. Pretende-se, 
ainda, avaliar as produções individuais e coletivas em sua forma de apresentação final, levando em 
conta a pertinência e a eficácia dos recursos e procedimentos utilizados. 
• Estabelecer relações com o trabalho de arte produzido por si, por seu grupo e por outros. 
Com este critério pretende-se avaliar se o aluno sabe identificar e argumentar criticamente sobre seu 
direito à criação, respeitando os direitos, valores e gostos de outras pessoas da própria cidade e de 
outras localidades, conhecendo-os e sabendo interpretá-los. 
• Identificar os elementos da expressão artística e suas relações em trabalhos artísticos e na natureza. 
Com este critério pretende-se avaliar se o aluno conhece, analisa e argumenta de forma pessoal a 
respeito das relações que ocorrem a partir das combinações de alguns elementos do discurso dos 
próprios trabalhos, nos dos colegas e em objetos e imagens que podem ser naturais ou fabricados, 
produzidos em distintas culturas e diferentes épocas. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
14 
 
• Conhecer e apreciar vários trabalhos e objetos de arte por meio das próprias emoções, reflexões e 
conhecimentos e reconhecer a existência desse processo em jovens e adultos de distintas culturas. 
Com este critério pretende-se avaliar se o aluno conhece, sabe apreciar e argumentar sobre vários 
trabalhos, com senso crítico e fundamentos, observando semelhanças e diferenças entre os modos de 
interagir e apreciar arte em diferentes grupos culturais. 
• Valorizar a pesquisa e a frequentação junto às fontes de documentação, preservação, acervo e 
veiculação da produção artística. 
Com este critério pretende-se avaliar se o aluno valoriza a pesquisa, conhece e observa a importância 
da documentação, preservação, acervo e veiculação da própria cultura e das demais em relação à 
produção e aos espaços culturais, como bens artísticos e do patrimônio cultural. 
 
Agora, vamos falar do Ensino Médio: pois é... Essas santas criaturinhas, inquietas, birrentas, que acham 
que sabem tudo, mas que fazem com que nossas vidas sejam uma constante de novas emoções, todos 
os dias. Qualquer professor que se preze, quer dizer, que ama o que faz, e que o faz com orgulho, só 
quer uma coisa: entrar na alma de seus alunos, independentemente de sua idade ou série. Em se 
tratando do professor de Arte, então, a coisa fica bem mais profunda: é necessário fazê-los ver a beleza 
em meio ao feio, ver a alegria, apesar do caos, ver esperança apesar do mundo em que eles vivem. 
 
CONTEÚDO BÁSICO COMUM DE ARTE 
 
A seleção dos conteúdos específicos de Artes Audiovisuais, Artes Visuais, Dança, Música e Teatro 
dependerá dos conhecimentos trabalhados nos ciclos ou séries anteriores e dos investimentos de cada 
escola. Os professores de Arte devem fazer um diagnóstico do grau de conhecimento de seus alunos 
e procurar saber o que já foi aprendido, buscando aprimorar e integrar esses saberes, tendo-os como 
foco, para a nova aprendizagem. 
Eixo Temático I: Conhecimento e Expressão em Artes Audiovisuais 
Eixo Temático II: Conhecimentos e Expressão em Artes Visuais 
Eixo Temático III: Conhecimento e Expressão em Dança 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
15 
 
Eixo Temático IV: Conhecimento e Expressão em Música 
Eixo Temático V: Conhecimento e Expressão em Teatro 
 
A critério das escolas e respectivos professores, sugere-se que os projetos curriculares se preocupem 
em ampliar as possibilidades de conhecimento e expressão das formas artísticas propostas ao longo 
do ensino fundamental, quando foram trabalhadas Artes Visuais, Dança, Música, Teatro com mais 
especificidade e as integrem com as Artes Audiovisuais. 
Os conteúdos de Arte estão organizados de maneira que possam ser trabalhados ao longo do ensino 
médio. Espera-se que nesta fase o aluno seja capaz de propor projetos integrados das várias áreas 
artísticas e/ou mais específicos, de acordo com seus desejos e a disponibilidade de tempo, espaço e 
equipamentos da escola. São eles: 
•Revisão dos elementos básicos das expressões artísticas, modos de articulação formal, técnicas, 
materiais e procedimentos na criação em arte. 
•Revisão dos conceitos de arte como expressão e discurso dos indivíduos. 
•Aprofundamento e ampliação dos estudos sobre arte na sociedade, considerando os artistas, os 
pensadores da arte, outros profissionais, as produções e suas formas de documentação, preservação 
e divulgação em diferentes culturas e momentos históricos. 
Espera-se que o aluno já tenha desenvolvido habilidades e competências básicas do trabalho em Arte 
e possa utilizá-las em novas produções individuais e coletivas, demonstrando: 
• Interesse e respeito pela própria produção dos colegas e de outras pessoas. 
• Disponibilidade e autonomia para realizar e apreciar produções artísticas, expressando idéias, 
valorizando sentimentos e percepções. 
• Desenvolvimento de atitudes de autoconfiança e autocrítica nas tomadas de decisões em relação às 
produções pessoais e aos posicionamentos em relação a artistas, obras e meios de divulgação das 
artes. 
• Valorização das diferentes formas de manifestações artísticas como meio de acesso e compreensão 
das diversas culturas. 
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• Identificação e valorização da arte local e nacional, inclusive obras e monumentos do patrimônio 
cultural. 
• Reconhecimento da importância de frequentar instituições culturais onde obrasartísticas sejam 
apresentadas. 
• Sensibilidade para reconhecer e criticar manifestações artísticas manipuladoras, que ferem o 
reconhecimento da diversidade cultural e a autonomia e ética humanas. 
• Atenção ao direito de liberdade de expressão e preservação da própria cultura. 
O ideal é que o horário obrigatório seja usado para que os conteúdos/habilidades específicos de uma 
determinada área de expressão sejam privilegiados e que sejam utilizados outros horários curriculares 
para o desenvolvimento de outras expressões artísticas e a criação de grupos. Dependendo das 
condições, podem ser escolhidas as áreas artísticas a serem trabalhadas na escola. É bom lembrar que 
é preferível que o aluno tenha um ensino consistente em uma ou duas áreas de expressão que um 
ensino deficitário em todas. 
Nesse sentido, os tópicos obrigatórios são referenciais para que o professor aborde os assuntos. 
Dentre eles, o professor poderá escolher os conteúdos que tem mais condições para desenvolver 
aprofundadamente, através dos tópicos complementares, e contribuir significativamente para a 
aprendizagem dos alunos em Arte. Como já foi dito, para os conteúdos que não são de domínio do 
professor será preciso um esforço do professor e da escola para conseguir membros da comunidade 
que dominem o assunto e possam colaborar no processo de ensino/aprendizagem dos alunos em Arte, 
como agentes informadores. 
 
Paralelo a essa necessidade, em se tratando de ensino Médio, ainda há o monstro do vestibular. Essas 
pobres criaturas, que começaram a viver agora, já têm que decidir que rumo devem tomar na vida, 
que profissão escolher, que caminhos seguir, porque afinal, depois de três anos, terão que prestar o 
temível, horroroso, louco e cruel VESTIBULAR! 
Bem... Pensando nisso foi que eu resolvi começar este trabalho, mostrando a melhor parte da arte 
que, a meu ver, é a prática, o “botar a mão na massa”. 
No primeiro ano, os alunos ainda têm um tempo de se divertirem enquanto aprendem. Tudo é mais 
light e nós não queremos assustá-los tanto, não é mesmo? Porém, devemos alertá-los de que, em 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
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razão das cobranças, a partir do segundo ano, a abordagem será um pouco diferente, não tão 
movimentada como acontece no primeiro ano. 
Dividi este trabalho de forma que no primeiro ano eles farão diversos trabalhos, entre desenho, 
pintura, colagem, teatro, entre outros. No segundo ano, eles entrarão em contato com a História da 
Arte. Terão questões para responder, a fim de que treinem o conhecimento adquirido. Para o terceiro 
ano, optei por trabalhar com a estrutura que o Enem exige, afinal, praticamente todas as faculdades 
públicas exigem um saber generalizado, o que engloba, em muito, a Arte. Pelo menos quatro questões 
de Arte caem nas provas do Enem, além de que em História, Filosofia e Literatura, a Arte está 
constantemente presente. Assim, eles poderão entender exatamente o que o Enem quer deles. 
 
Então, vamos lá! Vamos ao ARTE FÁCIL – ENSINO MÉDIO! 
 
 
 
 
 
 
 
 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
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1º ANO 
AULA Nº 01 
MUITO PRAZER! BEM-VINDO AO 
ENSINO MÉDIO! 
 
 
 
Para início dos trabalhos, acho muito interessante conhecer os alunos. Conhecer mesmo. Os nomes, o 
que fazem, o que pensam do futuro, o que esperam da disciplina de Arte, entre outras coisas. É muito 
bom, logo no primeiro momento de aula, fazerem um círculo, em que cada um irá se expressar. É um 
ótimo momento para que o professor saiba o que vai encontrar pela frente durante todo o ano letivo. 
Os alunos sempre chegam alvoroçados, outros amedrontados, ao Ensino Médio. Você irá conhecê-los 
nesses aspectos tão importantes. Mostre para eles, logo após as apresentações, que Arte é tudo o que 
nos envolve; tudo o que vemos como belo, atraente, agradável. Deixe que eles brinquem um pouco 
com esta questão: irão citar meninos e meninas que são verdadeiras obras de arte. 
Você deverá anotar tudo o que for dito, os nomes, os gostos, o jeito de ser de cada um dos alunos. Eles 
serão avaliados principalmente pela participação, pela disciplina. Procure não ser radical demais. 
Lembre-se que eles estão chegando para uma nova etapa de sua vida. Tudo é novo, e eles... Bem... 
Eles são ADOLESCENTES! 
 
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AULA Nº 02 
VOCÊ É UMA OBRA DE ARTE 
 
 
Esta aula é uma maravilha! Previamente você deverá pedir aos alunos que levem fantasias, óculos 
engraçados, roupas loucas, o que quiserem para tirarem fotos. Atualmente, qualquer aluno, 
independente de classe social, tem um celular capaz de tirar boas fotos. Após isso, peça-lhes que façam 
grupos de quatro a cinco alunos para que escolham a melhor foto, de cada um. Estas serão gravadas 
em um pen drive do grupo. Eles poderão fazer um calendário anual para cada grupo, ou ainda, um 
único calendário para a turma toda. Atualmente existem inúmeros programas que fazem este trabalho 
fácil e rapidamente, e, pode ter certeza, eles se viram. Posso indicar, por exemplo, o Tkexe Kalender, 
que vocês poderão encontrar neste link: http://primeiroacesso.com.br/passo-a-passo-monte-um-
calendario-personalizado-com-fotos/ 
É necessário um tempo para que eles possam fazer a atividade, aproximadamente duas semanas, pelo 
menos. Legal é que as fotos sejam tiradas no colégio, em espaços variados; mas o trabalho final terá 
que ser fora, extra-horário. Eles poderão mandar imprimir, ou ainda, disponibilizar no YouTube, o que 
fazem com maestria. No caso de escolas particulares, seria bem interessante que a direção participasse 
deste trabalho, mandando o material para uma gráfica; fica lindo! 
A avaliação consiste, não na beleza do trabalho, pois nem todos os alunos têm os dons necessários, 
mas na participação, na união dos grupos, no respeito aos colegas e ao professor durante os trabalhos, 
no comprometimento. Sugira que eles façam uma espécie de relatório todas as vezes que forem 
trabalhar em grupo, anotando tudo o que acontece durante as reuniões. É uma forma de você auxiliar 
os professores de Redação e de Português. 
 
 
http://primeiroacesso.com.br/passo-a-passo-monte-um-calendario-personalizado-com-fotos/
http://primeiroacesso.com.br/passo-a-passo-monte-um-calendario-personalizado-com-fotos/
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AULA Nº 03 
TODO O TEMPO 
 
Nesta aula, você poderá falar com eles sobre o nosso calendário e pedir-lhes que façam uma pesquisa, 
em grupos de até cinco, que trabalhará, cada um: o calendário hebreu, o egípcio, o romano, o juliano 
e o gregoriano. Se na sua escola há retro-projetor, sugira-lhes que façam o trabalho em Power Point e 
que, após a apresentação, publiquem no YouTube e divulguem-no no Facebook. Interessante também 
é que vocês criem um blog para colocar todos os trabalhos da turma. Se você não sabe como fazer, é 
a hora de usar aquela velha filosofia: na educação aprendemos mais do que ensinamos. Eles sabem 
fazer e ficarão muito felizes em ensinar ao professor. Enquanto isto, em sala de aula, você deverá 
entregar-lhes uma folha de papel A4 para que cada um desenhe um relógio bem grande, numerado 
corretamente. O título deverá ser: Todo o Tempo. A sugestão é que, em cada “hora” eles desenhem 
algo que signifique um momento de suas vidas. Eles terão que dividir os fatos importantes em doze 
partes, mas aqueles que têm a memória mais privilegiada, poderão colocar mais, utilizando os 
intervalos dos números. Este trabalho é demorado e talvez eles tenham que terminá-lo em casa. De 
qualquer forma, procure ficar com todos os trabalhos, para que possa avaliar e também, guardá-los 
para uma futura exposição. Se houver possibilidade, procure manter um quadro no pátio da escola, 
sempre com os trabalhos. É inacreditável como isto dá um ânimo a eles! 
Procure sempre lembrar-lhes de que a Arte vem do coração e cada um faz o que está em sua alma. 
Exija capricho, mas elogie todos os trabalhos. Busque algo dentro decada rabisco e fale com os autores 
sobre o que pensa a respeito de seu trabalho. 
 
 
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AULA Nº 04 
PAUL KLEE 
Influenciado por seu pai, o professor de música Hans Klee, Paul interessou-se primeiramente por 
música, mas na adolescência viu aflorar sua vocação para as artes plásticas. Estudou na Academia de 
Belas Artes de Munique e, estabelecendo-se nessa cidade, conheceu Kandinsky e Franz Marc, entre 
outros artistas de vanguarda. Em 1906, casou-se com a pianista Lili Stumpf, com quem teve um filho, 
Félix. Nesse mesmo ano, expôs suas gravuras pela primeira vez. Passou a fazer parte, em 1911, do 
grupo "Der Blaue Reiter" ("o cavaleiro azul"), que reunia artistas expressionistas liderados por Wassily 
Kandisnky. Klee visitou a Tunísia em 1914, o que proporcionou grande impacto em sua obra. 
Impressionado com a luminosidade e as cores do país africano, Klee chegou a declarar: "A cor e eu 
somos um só". 
Durante a Primeira Guerra Mundial, Paul Klee integrou o exército imperial da Alemanha. Com o fim do 
conflito, tornou-se professor da famosa escola de arte moderna Bauhaus, instalando-se na cidade de 
Weimar. 
Além de possuir uma das mais importantes obras pictóricas da primeira metade do século 20, Paul Klee 
notabilizou-se por sua reflexão teórica, encontrada em textos como "Sobre a Arte Moderna" e 
"Confissão Criadora". 
A partir de 1931, o artista tornou-se professor da Academia de Düsseldorf. Com a ascensão dos nazistas 
ao poder, a situação de Klee na Alemanha tornou-se difícil, sendo considerado um produtor de "arte 
degenerada". 
Em 1933, retornou à Suíça. Dois anos depois, teve diagnosticada uma doença auto-imune e 
progressiva, a esclerodermia. Paul Klee faleceu em Berna, em 1940. 
Em junho de 2005, com a inauguração do Centro Paul Klee, a cidade de Berna, na Suíça, passou a 
abrigar a maior coleção individual do mundo, com 4.000 obras do artista. 
Projetado pelo arquiteto italiano Renzo Piano, que também projetou o Centro George Pompidou, em 
Paris, o museu tornou-se um riquíssimo centro de pesquisas sobre um dos fundadores da arte abstrata 
- o pintor e artista gráfico Paul Klee. 
Nesta aula, você falará sobre este grande nome, Paul Klee. Depois de sua exposição, entregue-lhes 
papel A4 para que ele possam escolher uma de suas obras e fazer uma releitura. Para aproveitar que 
estamos falando de tempo, sugiro que use, como pano de fundo, relógios. Fica uma graça o trabalho, 
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muito colorido! Eles vão gostar! Lembre-se de recolher para que sejam expostos mais tarde. Todas 
essas obras abaixo são de Paul Klee. 
 
 
AULA Nº 05 
O TEMPO E O VENTO 
O Tempo (Mário Quintana) 
A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa. 
Quando se vê, já são seis horas! 
Quando se vê, já é sexta-feira! 
Quando se vê, já é natal... 
Quando se vê, já terminou o ano... 
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida. 
Quando se vê passaram 50 anos! 
Agora é tarde demais para ser reprovado... 
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio. 
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas... 
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo... 
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo. 
http://bypoesia.blogspot.com.br/2009/03/o-tempo-mario-quintana.html
http://bypoesia.blogspot.com.br/2009/03/o-tempo-mario-quintana.html
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Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz. 
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará. 
É... O tempo passa rapidamente, não é mesmo? Mostre aos seus alunos, através de uma conversa bem 
legal, que eles devem se preparar para o futuro, porque este, com certeza, chega. O tempo voa e 
consigo leva muitos de nossos sonhos. Abra-lhes os olhos para que eles desperdicem o menor tempo 
possível. 
Como atividade, sugira-lhes que façam um poema, falando sobre a efemeridade do tempo. Às vezes, 
um minuto demora “horas” para passar, como por exemplo, quando eles estão com encontro marcado 
com “alguém”. Em outras ocasiões, o tempo voa, literalmente, como quando estão numa balada 
“sinistra”. Peça-lhes para escreverem uma poesia, ou uma prosa poética. Guarde-as muito bem para 
depois fazer uma espécie de cordel no pátio da escola. Mas não se esqueça de fazer a revisão 
gramatical de todas. Para isto, que tal contar com o professor de Redação ou de Português? É sempre 
bom um segundo olhar. 
AULA Nº 06 
SONHAR 
 
Dédalo era um soberbo inventor, que trabalhava vulgarmente com o seu sobrinho Talo, do 
qual estava encarregado da educação. 
Talo, um dia, após passear pela praia, viu o esqueleto de um peixe, forma na qual se viria a 
inspirar para criar a primeira serra. Com alguma inveja, Dédalo tentou matar este seu 
sobrinho, atirando-o de um sítio alto. Contudo, antes que atingisse o chão, os deuses 
interviriam, e o jovem foi transformado numa perdiz, que voou para evitar a desgraça iminente. 
http://bypoesia.blogspot.com.br/2009/03/o-tempo-mario-quintana.html
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Culpado de homicídio, Dédalo foi obrigado a abandonar a cidade natal, indo refugiar-se em 
Creta, a ilha do famoso rei Minos. Aí, foi incumbido de construir um labirinto, onde o famoso 
Minotauro viria a ser aprisionado. 
Seria, mais tarde, impedido de deixar esta ilha, altura em que concebeu a sua mais famosa 
invenção, umas asas que lhe permitiriam voar. Pretendia, juntamente com o filho, usá-las para 
escapar da ilha. No entanto, as coisas não iriam correr bem para o pequeno Ícaro. Ignorando 
os conselhos de Dédalo, voou demasiado alto, o que fez com que a cera que prendia as asas 
derretesse, precipitando-o no mar. Dédalo escapou da sua prisão e passou a viver na ilha da 
Sicília. 
 
Jean-Michel Basquiat, entre l’art et la débauche 
Jean-Michel Basquiat (Brooklyn, Nova Iorque, 22 de dezembro 1960 - 12 de agosto de 1988) foi um 
artista americano. 
Ganhou popularidade, primeiro como um grafiteiro na cidade onde nasceu, e então, como neo-
expressionista. As pinturas de Basquiat ainda são influência para vários artistas e costumam atingir 
preços bastante altos em leilões de arte. 
Basquiat tinha ascendência porto-riquenha por parte de mãe e haitiana por parte de pai. Desde cedo 
mostrou uma aptidão incomum para a arte e foi influenciado pela mãe, Matilde, a desenhar, pintar e 
a participar de atividades relacionadas ao mundo artístico. Em 1977, aos 17 anos, Basquiat e um 
amigo, Al Diaz, começaram a fazer grafite em prédios abandonados em Manhattan. A assinatura era 
sempre a mesma: "SAMO" ou "SAMO shit" ("same old shit", ou, traduzindo, "sempre a mesma merda"). 
Em 1978, Basquiat abandonou a escola e saiu de casa, apenas um ano antes de se formar. Mudou-se 
para a cidade e passou a viver com amigos, sobrevivendo através da venda de camisetas e postais na 
rua. Um ano depois, em 1979, contudo, Basquiat ganhou um status de celebridade dentro da cena de 
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arte de East Village em Manhattan por suas aparições regulares em um programa televisivo. No fim 
da década de 1970, Basquiat formou uma banda chamada Gray, com o então desconhecido músico e 
ator Vincent Gallo. Com o conjunto, tocaram em clubes como Max's Kansas City, CBGB, Hurrahs e o 
Mudd Club. Basquiat e Gallo viriam a trabalhar em um filme chamado Downtown 81 (também 
conhecido por "New York Beat Movie"). A trilha sonora deste tinha algumas gravações raras da Gray. 
A carreira cinematográfica de Basquiat também incluiu uma aparição no vídeo "Rapture" da banda 
Blondie. 
Basquiat começou a ser mais amplamente reconhecido em junho de 1980 quando participou do The 
Times Square Show, uma exposição de vários artistas patrocinada por uma instituição de nome 
"Colab". Em 1981, o poeta, crítico de arte e "provocador cultural"Rene Ricard publicou um artigo em 
que comentava sobre o artista. 
Já em 1982, Basquiat era visto frequentemente na companhia de Julian Schnabel, David Salle e outros 
curadores, colecionadores e especialistas em arte que seriam conhecidos depois como os "neo-
expressionistas". Ele começou a namorar, também, uma cantora desconhecida na época, Madonna. 
Neste mesmo ano, conheceu Andy Warhol, com quem colaborou ostensivamente e cultivou amizade. 
Dois anos depois, em 1984, muitos de seus amigos estavam preocupados com seu uso excessivo de 
drogas e seu comportamento paranoico. Basquiat, então, já estava viciado em heroína. No dia 10 de 
fevereiro de 1985, Basquiat foi capa da revista do The New York Times, em uma reportagem dedicada 
inteiramente a ele. Com o sucesso, foram realizadas diversas exposições internacionais em todas as 
maiores capitais europeias. Basquiat morreu de um coquetel de drogas (uma combinação de cocaína 
e heroína conhecida popularmente como "speedball") em seu estúdio, em 1988. Após sua morte, um 
filme que levava seu nome foi lançado contando sua biografia, dirigido por Julian Schnabel e com o 
ator Jeffrey Wright no papel de Basquiat. 
* Como atividade, os alunos deverão fazer uma releitura da obra de Basquiat (acima). Eles poderão 
voar o quanto quiserem, desde que tenham asas, é claro. Isto quer dizer que eles poderão imaginar o 
desenho que quiserem, ou até mesmo palavras, poemas, vários sóis, ou nuvens, qualquer coisa, desde 
que tenham asas. 
 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
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AULA Nº 07 
BASQUIAT 
 
Outras obras do artista: 
 
Os alunos farão cópia de um dos quadros de Basquiat. Lembrá-los de que o trabalho de Basquiat é 
basicamente grafite. Eles deverão usar lápis mesmo. 
A obra deste artista é magnífica! Vale a pena colocar os desenhos de seus alunos em uma moldura. 
Eles poderão comprá-las prontas nessas lojas de R$1,99 ou, então, vocês, juntos, poderão em uma 
aula, usar a criatividade e fazer. Sempre é melhor optar pela criação. 
Olha estas feitas com papelão: 
 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
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AULA Nº 08 
OS SONHOS TRANSFORMAM 
Nesta aula você irá propor a seus alunos que pensem em tudo o que há a sua volta. Pergunte-lhes, em 
uma roda de bate-papo, se eles estão contentes com a vida que levam, com a sociedade em que vivem, 
com o país, com o mundo. O que eles acham que poderia ser mudado? Como acham que a arte poderia 
transformar o mundo, a sociedade em que vivem? Peça-lhes para, em grupos de, no máximo três 
alunos, escreverem um mini projeto, que definirá como será o seu mundo. Devem anotar todos os 
detalhes que puderem: saneamento básico, moradia, segurança, saúde, educação, etc... Após 
terminado o projeto, deverão, em sala de aula, fazer o desenho deste novo mundo. Afinal, sonhar não 
custa nada, e faz muito bem! Quem sabe eles podem, um dia, mudar as cores do mundo, como Henri 
Matisse fez. Sugira-lhes que deem um nome ao projeto. Eles devem entregar a parte escrita e a 
desenhada para a exposição. 
AULA Nº 09 
HENRI MATISSE 
Henri-Émile-Benoît Matisse (1869 a 1954) foi um artista francês, conhecido por seu uso da cor e sua 
arte de desenhar, fluida e original. Foi um desenhista, gravurista e escultor, mas é principalmente 
conhecido como pintor. Matisse é considerado, juntamente com Picasso e Marcel Duchamp, como um 
dos três artistas seminais do século XX, responsável por uma evolução significativa na pintura e na 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
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escultura.Embora fosse inicialmente rotulado de fauvista (besta selvagem), na década de 1920, ele foi 
cada vez mais aclamado como um defensor da tradição clássica na pintura francesa. Seu domínio da 
linguagem expressiva da cor e do desenho, exibido em um conjunto de obras ao longo de mais de meio 
século, valeram-lhe o reconhecimento como uma figura de liderança na arte moderna. 
Como atividade, os alunos farão a cópia de uma das obras de Matisse: Vocês poderão usar o material 
que quiserem, porém, no Ensino Médio, o tempo é mais curto, em razão de as aulas precisarem ser 
expositivas. Assim, eu sugiro que os trabalhos de cópia e releitura, pelo menos a maioria, sejam feitos 
em papel A4 mesmo, coloridos com lápis ou canetas hidrocor. Porém, fica a seu critério. 
 
 
 
AULA Nº 10 
O FAUVISMO 
O fauvismo (do francês fauvisme, oriundo de les fauves, "as feras", como foram chamados os pintores 
não seguidores do cânone impressionista, vigente à época) é uma corrente artística do início do século 
XX, que se desenvolveu, sobretudo, entre 1905 e 1907. 
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O estilo começou em 1900, mas só foi denominado e reconhecido como um movimento artístico em 
1905. Segundo Henry Matisse, em "Notes d'un Peintre", pretendia-se com o fauvismo "uma arte do 
equilíbrio, da pureza e da serenidade, destituída de temas perturbadores ou deprimentes". 
Este grupo de pintores utilizava nos seus quadros cores violentas, de forma arbitrária. A denominação 
do movimento deve-se ao crítico conservador Louis Vauxcelles, que no Salão de Outono de 1905, em 
Paris, comparou-os a feras (fauves). 
Havia ali uma escultura acadêmica representando um menino, rodeada de pinturas neste novo estilo, 
que o levou a dizer que aquilo lhe lembrava "um Donatello entre as feras". Tal denominação, 
inicialmente de caráter depreciativo, acabou por se fixar e passou a designar o movimento. 
O campo da criação artística é atingido fortemente pela Revolução Industrial. As mudanças são tão 
rápidas que seria impossível adotar os cânones artísticos anteriores. Neste meio não é mais permitido 
o estudo profundo; é preciso ingressar na corrida artística. As amarras criadas por normas sagradas 
buscam agora um novo propósito: pintar as sensações que despertam o estado de espírito no livre 
curso dos impulsos interiores. Muitas vezes o aprendizado é questionado. É a época da glorificação do 
instinto. O meio artístico gira em torno de um novo mundo. Está em ebulição. Multiplicam-se novos 
temas a respeito da arte, surgem novos comerciantes de quadros, críticos e exposições particulares. O 
artista possui, diante de si, cada vez mais informações em razão das mudanças e dos acontecimentos 
de sua época. 
Os pintores fauvistas foram influenciados por Van Gogh, através de seu emocionalismo e ardor 
passional no uso das cores, e por Gauguin, com seu primitivismo e visão sintética da natureza. A nova 
estética obedece aos impulsos instintivos ou as sensações vitais. Criar desobedecendo a uma ordem 
intelectual, onde as linhas e as cores devem jorrar no mesmo estado de pureza das crianças e 
selvagens, afrontando os cânones tradicionais da pintura. A tela se apresentava plana, fornecendo 
apenas comprimento e largura. Basearam-se na força dos matizes saídos das bisnagas de tinta. 
A realidade era deformada com a finalidade de produzir o estado de espírito do artista diante do 
espetáculo oferecido pela natureza em movimento (reflexos dos tons vivos sobre a água e galhos 
retorcidos). A nova geração de artistas buscava recomeçar sem se preocupar com a composição. Na 
ânsia de pintar o estado de graça, muitas vezes aplicava-se a tinta diretamente na tela, onde os 
vermelhos, os amarelos, os verdes uivavam e antecipavam o gosto moderno pela cor pura. Era o novo 
espírito de síntese, que deixava para segundo plano o desenho e a forma. Os elementos formais 
tornaram-se deformadores e criavam contrastes ou harmonia de coloridos inexistentes no mundo 
visível. Não se deixaram escravizar pelos aspectos visuais da realidade e do naturalismo. A nova arte 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
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surgiu como verdadeira libertação da realidade objetiva e foi construída pelas sensações visuais 
impulsivas dos artistas. 
 
Esta é uma obra fantástica! Para fazer uma releitura dela, será necessário usar tintas. Para isso, é bom 
que você já combine com bastante antecedência com os alunos para que cada um leve uma cordiferente, a fim de que haja bastante diversidade de cores. Aqui usaremos a técnica da pintura 
soprada. 
Usa-se uma folha de papel A4 e pingam-se nela alguns pontos de tinta, espaçados. Com um canudinho 
de refrigerante, sopram-se as gotas de tinta em várias direções, até que o papel fique totalmente 
colorido. E voilà! Temos uma obra genuinamente fauvista! 
 
AULA Nº 11 
UM POUCO MAIS DE FAUVISMO (OU FOVISMO) 
 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
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A releitura desta obra fica maravilhosa se feita com recortes de revistas. Sugira aos seus alunos que 
escolham as páginas com cores mais vibrantes possível. Eles irão recortar as folhas em formato 
ondulado. Fica muito bonito! 
 
AULA Nº 12 
CORES, CORES, CORES! 
 
 
Os dois últimos trabalhos poderão ser feitos com tinta, usando-se algodão ou algum pedacinho de 
trapo. Molha-se o trapo na tinta e depois, vai-se trabalhando todo o papel, formando a imagem. No 
caso do primeiro, é bem interessante reproduzi-lo utilizando canetinhas hidrocor. Lembre-se: o 
Fauvismo, ou Fovismo é basicamente explosão de cores. Aproveitem! 
 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
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AULA Nº 13 
LABIRINTO... DE CORES 
 
 
Na mitologia grega, o labirinto de Creta teria sido construído por Dédalo (arquiteto cujo nome tornou-
se, depois, também sinônimo de labirinto) para alojar o Minotauro, monstro metade homem, metade 
touro, a quem eram oferecidos regularmente jovens, que ele devorava. Segundo a lenda, Teseu 
conseguiu derrotá-lo e encontrar o caminho de volta do labirinto graças ao fio de um novelo, dado por 
Ariadne, que foi desenrolando ao longo do percurso. 
A arte moderna parecia, às vezes, um labirinto, tamanha a diversidade de cores. 
Vamos sugerir aos alunos que façam seus próprios labirintos. Eis algumas ideias, que poderão ser 
colocadas em prática utilizando-se linhas grossas, como lã, por exemplo. 
 
 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
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Bem, e já que falamos de Mitologia, vamos falar um pouco sobre a arte greco-romana ou arte clássica 
e sua influência para os dias de hoje, que foi muito grande e importantíssima. Por exemplo, nas artes 
plásticas: os gregos eram excelentes escultores, pois buscavam retratar o corpo humano em sua 
perfeição. Músculos, vestimentas, sentimentos e expressões eram retratados pelos escultores gregos. 
As artes plásticas da Grécia Antiga influenciaram profundamente a arte romana e renascentista. Um 
dos exemplos mais conhecidos pelo ocidente seria o Homem Vitruviano, retratado pelo italiano 
Leonardo da Vinci. 
 
Na Filosofia: a cidade de Atenas foi palco de grande desenvolvimento filosófico durante o século V aC. 
Ressaltamos aqui Sócrates, Platão e Aristóteles. 
Nos esportes: foram os gregos que desenvolveram os Jogos Olímpicos. Aconteciam de quatro em 
quatro anos na cidade grega de Olímpia. Era uma homenagem aos deuses, principalmente a Zeus (deus 
dos deuses). Atletas de diversas cidades gregas se reuniam para disputaresportes como, por exemplo, 
natação, corrida, arremesso de disco, entre outros. 
Na Mitologia: para explicarem as coisas do mundo e transmitirem conhecimentos populares, os gregos 
criaram vários mitos e lendas, que eram transmitidas oralmente, de geração para geração. A mitologia 
grega era repleta de monstros, heróis, deuses e outras figuras mitológicas. 
No teatro: os gregos eram apaixonados pelo teatro! As peças eram apresentadas em arenas e os atores 
representavam usando máscaras. As comédias, dramas e sátiras retratavam, principalmente, o 
comportamento e os conflitos do ser humano. Ésquilo e Sófocles foram os dois mais importantes 
escritores de peças de teatro da Grécia Antiga. 
Para a democracia: a cidade de Atenas é considerada o berço da democracia. Era o povo quem decidia, 
de forma direta, os rumos da cidade-estado. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
34 
 
Agora, que já sabemos um pouco sobre esta importantíssima fase, vamos trabalhar um pouco mais: 
 
AULA Nº 14 
LABIRINTO... DE PAPÉIS 
Vamos fazer o seguinte: iremos colocar a arte Greco-romana num labirinto. É o seguinte: Peça a seus 
alunos que procurem em revistas antigas, figuras que representem a arte clássica, ou então, podem 
imprimir da internet, até mesmo em preto e branco. Vamos montar um incrível labirinto. Este trabalho 
é bem interessante para fazer uma capa personalizada para o caderno. É um mostra de découpage. 
 
AULA Nº 15 
PABLO PICASSO 
O rei da Arte Moderna 
Pablo Picasso (1881 a 1973) foi um pintor espanhol, escultor, ceramista, cenógrafo, poeta e 
dramaturgo, que passou a maior parte da sua vida adulta na França. Considerado um dos maiores e 
mais influentes artistas do século XX, é conhecido por ser o co-fundador do cubismo – ao lado de 
Georges Braque –, também inventor da escultura construída, o co-inventor da colagem e pela 
variedade de estilos que ajudou a desenvolver e explorar. Dentre as suas obras mais famosas estão os 
quadros cubistas As Senhoritas d’Avignon (1907) e Guernica (1937), uma pintura do bombardeio 
alemão de Guernica durante a Guerra Civil Espanhola. 
Picasso demonstrava talento artístico desde a mais tenra idade, pintando de forma realista por toda a 
sua infância e adolescência. Durante a primeira década do século XX, seu estilo mudou graças aos seus 
experimentos com diferentes teorias, técnicas e ideias. Sua obra geralmente é classificada por 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
35 
 
períodos. Enquanto os nomes de muitos dos seus períodos finais são controversos, os períodos mais 
aceitos da sua obra são o período azul (1901-1904), o período rosa (1904-1906), o período africano 
(1907-1909), o cubismo analítico (1909-1912) e o cubismo sintético (1912-1919). 
Picasso, Henri Matisse e Marcel Duchamp são considerados os três artistas que mais realizaram 
desenvolvimentos revolucionários nas artes plásticas nas décadas iniciais do século XX, responsáveis 
por importantes avanços na pintura, na escultura, na gravura e nas cerâmicas. 
 
 
 The Weeping Woman- Picasso 
Como atividade, os alunos farão outra montagem com figuras recortadas. Desta vez, o temapode ser 
livre. Acompanhando a ideia de Picasso, em Guernica, que mostra a Guerra de Guernica, você pode 
sugerir que eles demonstrem a violência urbana, em forma de protesto e alerta. 
 
AULA Nº 16 
MARCEL DUCHAMP 
Marcel Duchamp (1887 – 1968) foi um pintor, escultor e poeta francês, cidadão dos Estados Unidos a 
partir de 1955, e inventor dos ready made. 
É um dos precursores da arte conceitual e introduziu a ideia de ready made como objeto de arte. Irmão 
de Jacques Villon, de Suzanne Duchamp e Raymond Duchamp-Villon, estes também artistas que 
gozaram de reputação no cenário artístico europeu, Marcel Duchamp começou sua carreira como 
artista criando pinturas de inspiração romantista, expressionista e cubista. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
36 
 
Dessa fase, destaca-se o quadro Nu descendo a escada, que apresenta uma sobreposição de figura de 
aspecto vagamente humano numa linha descendente, da esquerda para a direita, sugerindo a ideia de 
um movimento contínuo. 
 
Este quadro, na época de sua gênese, foi mal recebido pelos partidários do Cubismo, que o julgaram 
profundamente irônico para com a proposta artística por eles pretendida. 
Essa fase lhe rendeu, ainda, o quadro Rei e Rainha rodeados por rápidos nus, que sugere um rápido 
movimento através de duas figuras humanas, e A noiva, que apresenta formas geométricas bastante 
delineadas e sobrepostas, insinuando uma figura de proporções humanas. 
Sua carreira como pintor estendeu-se por mais alguns anos, tendo como produto quadros de inegável 
valor para a formação da pintura abstrata. É, no entanto, como escultor que Duchamp vai atingir 
grande fama. Tendo se mudado para Nova York e largado a Europa numa espécie de estagnação 
criativa, Duchamp encontra na América um solo fértil para sua arte dadaísta. Decorrente dessa fase, e 
em virtudede seus estudos sobre perspectiva e movimento, nasce o projeto para a obra mais complexa 
do artista: A noiva despida pelos seus celibatários, mesmo ou O Grande Vidro. 
Trata-se de duas lâminas de vidro, uma sobre a outra, onde se vê uma figura abstrata na parte de cima, 
que seria a noiva, inspirada no quadro acima mencionado, e, na parte de baixo, se percebe uma porção 
de outras figuras (feitas de cabides, tecido e outros materiais), dispostas em círculo, ao lado de uma 
engrenagem (retirada de um moinho de café). 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
37 
 
 
Esta obra consumiu anos inteiros de dedicação de Duchamp, e só veio a público muito depois do início 
de sua construção, intercalada, portanto, por uma série de obras. Não se tem um consenso acerca do 
que representa essa obra, mas diversas opiniões conflitantes, com base em psicologismos e 
biografismos, renderam e ainda rendem bastante discussão. 
Duchamp foi o responsável pelo conceito de ready made, que é o transporte de um elemento da vida 
cotidiana, a princípio não reconhecido como artístico, para o campo das artes. A princípio como uma 
brincadeira entre seus amigos, entre os quais Francis Picabia e Henri-Pierre Roché, Duchamp passou a 
incorporar material de uso comum nas suas esculturas. Em vez de trabalhá-los artisticamente, ele 
simplesmente os considerava prontos e os exibia como obras de arte. 
* Como Duchamp é um artista completo, iremos estudar todos os movimentos a que sua obra 
pertenceu. 
 
 
 
 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
38 
 
AULA Nº 17 
READY-MADE 
 
 A Fonte (Marcel Duchamp) 
O ready-made é manifestação radical da intenção de Marcel Duchamp de romper com a artesania da 
operação artística, uma vez que se trata de apropriar-se de algo que já está feito: escolhe produtos 
industriais, realizados com finalidade prática e não artística (urinol de louça, pá, roda de bicicleta), e 
os eleva à categoria de obra de arte. 
Como atividade, peça aos alunos que fotografem durante a semana algo bem inusitado. Deverão 
imprimir, mesmo que em preto e branco, dar um título e explicar por que acham que a obra pode ser 
considerada uma arte ready-made. 
AULA Nº 18 
ARTE CONCEITUAL 
 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
39 
 
Esta perspectiva artística teve os seus inícios em meados da década de 1960, parcialmente em reação 
ao formalismo, sendo depois sistematizada pelo crítico nova-iorquino Clement Greenberg. Contudo, 
já a obra do artista francês Marcel Duchamp, nas décadas de 1950 tinha prenunciado o movimento 
conceitualista, ao propor vários exemplos de trabalhos que se tornariam o protótipo das obras 
conceptuais, como os ready-mades, ao desafiar qualquer tipo de categorização, colocando-se mesmo 
a questão de não serem objetos artísticos. 
A arte conceitual recorre frequentemente ao uso de fotografias, mapas e textos escritos (como 
definições de dicionário). Em alguns casos, como no de Sol Lewitt, Yoko Ono e Lawrence Weiner, reduz-
se a um conjunto de instruções escritas que descrevem a obra, sem que esta se realize de fato, dando 
ênfase à ideia no lugar do artefato. Alguns artistas tentam, também, desta forma, mostrar a sua recusa 
em produzir objetos de luxo – função geralmente ligada à ideia tradicional de arte – como os que 
podemos ver em museus. 
* Se na última atividade, os alunos foram às ruas fotografar, agora ele é quem vão criar a obra. Podem 
trabalhar em duplas. Não será preciso levar a obra para a sala de aula; eles farão as fotos, a impressão 
e da mesma forma, explicarão o que significa aquela obra, dando-lhe um título. Essas também deverão 
ficar com o professor para exposição. 
 
AULA Nº 19 
O EXPRESSIONISMO 
O expressionismo foi um movimento artístico e cultural de vanguarda surgido na Alemanha no início 
do século XX, transversal aos campos artísticos da arquitetura, artes plásticas, literatura, música, 
cinema, teatro, dança e fotografia. Manifestou-se inicialmente através da pintura, coincidindo com o 
aparecimento do fauvismo francês, o que tornaria ambos os movimentos artísticos os primeiros 
representantes das chamadas "vanguardas históricas". Mais do que meramente um estilo com 
características em comum, o Expressionismo é sinônimo de um amplo movimento heterogêneo, de 
uma atitude e de uma nova forma de entender a arte, que aglutinou diversos artistas de várias 
tendências, formações e níveis intelectuais. O movimento surge como uma reação ao positivismo 
associado aos movimentos impressionista e naturalista, propondo uma arte pessoal e intuitiva, onde 
predominasse a visão interior do artista – a "expressão" – em oposição à mera observação da realidade 
– a "impressão". 
http://pt.wikipedia.org/wiki/D%C3%A9cada_de_1960
http://pt.wikipedia.org/wiki/Formalismo
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Cr%C3%ADtica_de_arte&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Nova_iorque
http://pt.wikipedia.org/wiki/Clement_Greenberg
http://pt.wikipedia.org/wiki/Marcel_Duchamp
http://pt.wikipedia.org/wiki/D%C3%A9cada_de_1950
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ready_made
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fotografia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mapa
http://pt.wikipedia.org/wiki/Dicion%C3%A1rio
http://pt.wikipedia.org/wiki/Yoko_Ono
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Lawrence_Weiner&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Museu
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
40 
 
O expressionismo compreende a deformação da realidade para expressar de forma subjetiva a 
natureza e o ser humano, dando primazia à expressão de sentimentos em relação à simples descrição 
objetiva da realidade. 
Através de uma paleta cromática vincada e agressiva e do recurso às temáticas da solidão e da miséria, 
o expressionismo é um reflexo da angústia e ansiedade que dominavam os círculos artísticos e 
intelectuais da Alemanha durante os anos anteriores à Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e que se 
prolongaria até ao fim do período entre-guerras (1918-1939). Angústia que suscitou um desejo 
veemente de transformar a vida, de alargar as dimensões da imaginação e de renovar a linguagem 
artística. O expressionismo defendia a liberdade individual, o primado da subjetividade, o 
irracionalismo, o arrebatamento e os temas proibidos – o excitante, diabólico, sexual, fantástico ou 
perverso. Pretendeu ser o reflexo de uma visão subjetiva e emocional da realidade, materializada 
através da expressividade dos meios plásticos, que adquiriram uma dimensão metafísica, abrindo os 
sentidos ao mundo interior. Muitas vezes visto como genuína expressão da alma alemã, o seu caráter 
existencialista, seu anseio metafísico e sua visão trágica do ser humano são características inerentes a 
uma concepção existencial aberta ao mundo espiritual e às questões da vida e da morte. Fruto das 
peculiares circunstâncias históricas em que surge, o expressionismo veio revelar o lado pessimista da 
vida e a angústia existencialista do indivíduo, que na sociedade moderna, industrializada, se vê 
alienado e isolado. 
O expressionismo não foi um movimento homogêneo, coexistindo vários polos artísticos com uma 
grande diversidade estilística, como a corrente modernista (Munch), fauvista (Rouault), cubista e 
futurista (Die Brücke), surrealista (Klee), ou a abstrata (Kandinsky). 
Bem... Vamos lá: como este movimento teve muitos adeptos, ficaria extenso demais colocar a vida e 
a obra de cada um. A sugestão é que os alunos, divididos em grupo, façam a pesquisa dos artistas, 
apresentando à classe cada um deles com suas obras. Sugira-lhes que apresentem em Power Point. 
Desta forma, todos conseguem apreender. Vou citar aqui apenas os nomes e algumas obras. 
 
 
 
 
 
 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
41 
 
PAUL GAUGUIN 
 
 
 
 
PAUL CÉZANNE 
 
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42 
 
 
 
 
VICENT VAN GOGH 
 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
43 
 
TOULOUSE LAUTREC 
 
 
 
EDVARD MUNCH 
 
 
 
ARTE FÁCIL -ENSINO MÉDIO 
 
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ERNST LUDWIG KIRCHNER 
 
 
 
PAUL KLEE 
 
 
 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
45 
 
AMADEO MODIGLIANI 
 
 
 
AULA Nº 20 
DADAÍSMO 
Foi num café em Zurique, em 1916, onde cantores se apresentavam e era permitido recitar poemas, 
que o movimento dadá surgiu. Depois do início da I Guerra Mundial, esta cidade havia se convertido 
em refúgio para a gente de toda a Europa. Ali se reuniram pessoas de várias escolas como o cubismo 
francês, o expressionismo alemão e o futurismo italiano. Isto confere ao dadaísmo a particularidade 
de não ser um movimento de rebeldia contra uma escola anterior, mas de questionar o conceito de 
arte antes da Primeira Grande Guerra. 
Não se sabe ao certo a origem do termo dadaísmo, mas a versão mais aceita diz que ao abrir 
aleatoriamente um dicionário apareceu a palavra dada, que significa cavalinho de brinquedo, a qual 
foi adotada pelo grupo de artistas. 
O movimento artístico conhecido como Dadaísmo surge com a clara intenção de destruir todos os 
sistemas e códigos estabelecidos no mundo da arte. Trata-se, portanto, de um movimento antipoético, 
antiartístico, antiliterário, visto que questiona até a existência da arte, da poesia e da literatura. O 
dadaísmo é uma ideologia total, usada na forma de viver e como a absoluta rejeição de todo e qualquer 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
46 
 
tipo de tradição ou esquema anterior. É contra a beleza eterna, contra as leis da lógica, contra a 
eternidade dos princípios, contra a imobilidade do pensamento e contra o universal. Os adeptos deste 
movimento promovem uma mudança, a espontaneidade, a liberdade da pessoa, o imediato, o 
aleatório, a contradição, defendem o caos perante a ordem e a imperfeição frente à perfeição. Afinal, 
toda a perfeição que existia até então não fora suficiente para conter a guerra. 
Os dadaístas proclamam a antiarte de protesto, do escândalo, do choque, da provocação, com o auxílio 
dos meios de expressão oníricos e satíricos. Baseiam-se no absurdo, nas coisas carentes de valor e 
introduzem o caos e a desordem em suas cenas, rompendo com as antigas formas tradicionais de arte. 
Um diretor de teatro chamado Hugo Ball, e sua esposa, criaram um café literário, cujo objetivo era 
acolher artistas exilados (Cabaret Voltaire), que foi inaugurado no dia 1º de fevereiro de 1916. Ali se 
juntaram Tristan Tzara (poeta, líder e fundador do dadaísmo), Jean Arp, Marcel Janko, Hans Richter e 
Richard Huelsenbeck, entre outros. O dadaísmo foi difundido graças à revista Dada e, através dela, as 
ideias deste movimento chegaram a New York, Berlin, Colônia e Paris. 
 
AULA Nº 21 
TRISTAN TZARA 
EU ESTOU SÓ 
Eu falo de quem fala de quem fala que 
estou só 
Eu sou apenas um pequeno ruído eu 
tenho vários em mim 
Um ruído amassado gelado na 
intersecção das ruas 
despejado no pavimento úmido aos 
pés dos homens 
precipitados correndo com as suas 
mortes 
À volta da morte que estende os seus 
braços 
Sobre o relógio sozinho respirando ao 
sol. 
 
SER 
Só por não ser 
Ser mesmo depois de crescer 
Só por quereres ser 
Ser vida depois de morrer 
Se és ser 
Perguntas-te porque o és 
Mas mudas de ser 
De lés a lés 
Ser sonho 
Ser real 
Ser não é ser 
Se não for ser especial 
 
 
 
 
Não faz sentido ser 
Porque sendo sem sentido 
Não é tão simples responder 
 
Que é um ser perdido 
Ser significado 
Ser só em pecado 
A culpa de se ser 
É não deixar de o ser 
E sendo só mais um ser 
És aquilo que não podes ser 
Mero verbo inconsciente 
És ser sem ser ciente 
 
* Convide seus alunos a poetizarem um pouco, agora. Eles deverão estudar bem a arte dadá, ou o 
Dadaísmo e escrever, cada um, um poema dadá. Eles “cantarão” os horrores das guerras, 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
47 
 
principalmente a urbana, tão comum em nossos dias. Tentarão colocar poesia nas coisas tristes que 
observam ao seu redor. 
 
AULA Nº 22 
O MODERNISMO 
Chama-se genericamente modernismo (ou movimento modernista) o conjunto de movimentos 
culturais, escolas e estilos que permearam as artes e o design da primeira metade do século XX. Apesar 
de ser possível encontrar pontos de convergência entre os vários movimentos, eles em geral se 
diferenciam e até mesmo se antagonizam. 
Encaixam-se nesta classificação, dentre outros campos culturais, a literatura, arquitetura, design, 
pintura, escultura, teatro e a música. 
O movimento modernista baseou-se na ideia de que as formas "tradicionais" das artes plásticas, 
literatura, design, organização social e da vida cotidiana tornaram-se ultrapassadas, e que se fazia 
fundamental deixá-las de lado e criar no lugar uma nova cultura. Esta constatação apoiou a ideia de 
reexaminar cada aspecto da existência, do comércio à filosofia, com o objetivo de achar o que seriam 
as "marcas antigas" e substituí-las por novas formas, e possivelmente melhores, de se chegar ao 
"progresso". Em essência, o movimento moderno argumentava que as novas realidades do século XX 
eram permanentes e iminentes, e que as pessoas deveriam se adaptar a suas visões de mundo a fim 
de aceitar que o que era novo era também bom e belo. 
A palavra moderno também é utilizada em contraponto ao que é ultrapassado. Neste sentido, ela é 
sinônimo de contemporâneo, embora, do ponto de vista histórico-cultural, moderno e contemporâneo 
abranjam contextos bastante diversos. 
No Brasil, os principais artifícios do movimento modernista não se opunham a toda realização artística 
anterior a deles. A grande batalha se colocava contra ao passadismo, ou seja, tudo aquilo que 
impedisse a criação livre. Pode-se, assim, dizer que a proposta modernista era de uma ruptura estética 
quase completa com o engrossamento da arte encontrado nas escolas anteriores e de uma ampliação 
dos horizontes dessa arte antes delimitada pelos padrões acadêmicos. Em paralelo à ruptura, não se 
pode negar o desejo dos escritores em conhecer e explorar o passado como fonte de criação, não 
como norma para se criar. Como manifestações desse desejo por ruptura, que ao mesmo tempo 
respeitavam obras da tradição literária, temos o Manifesto da Poesia Pau-Brasil, o livro Macunaíma, o 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
48 
 
retrato de brasileiros através das influências cubistas de Tarsila do Amaral, o livro Casa Grande & 
Senzala, dentre inúmeros outros. Revistas da época também se dedicaram ao tema, tais como Estética, 
Klaxon e Antropofagia, que foram meios de comunicação entre o movimento, os artistas e a sociedade. 
 
A arte moderna sempre foi meu movimento favorito! Para o Brasil, foi uma das épocas mais 
importantes, em se tratando de movimento cultural. Pegamos o que havia de bom na arte europeia e 
criamos a nossa, totalmente brasileira. Amo! São tantas obras que fica até difícil escolher alguma para 
fazer a releitura. Por isso, minha sugestão é: deixe que os alunos escolham sua obra. Se quiserem fazer 
em duplas, tudo bem, mas terá que haver algum tipo de sorteio para ver quem ficará com o trabalho 
que, com toda a certeza, será magnífico. 
Eles deverão usar papel japonês nas cores que houver na obra escolhida. Irão cortá-los com tesoura, 
em pedaços pequeninos e aleatórios. Farão o desenho em uma cartolina cortada em quatro e depois, 
farão a colagem. Muito melhor se eles se animarem em colocar em uma moldura. Este tipo de trabalho 
é digno de chamar a imprensa da cidade para que faça a cobertura. E é claro, é isto o que você fará no 
dia da exposição. Já vai se preparando para ficar famoso (a) na cidade. 
 
AULA Nº 23 
CUBISMO 
O cubismo é um movimento artístico que surgiu no século XX, nas artes plásticas, tendo como 
principais fundadores Pablo Picasso e Georges Braque e tendo se expandido para a literatura e a poesia 
pela influência de escritores como John dos Passos e Vladimir Maiakovski. O quadro "Les demoiselles 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
49 
 
d'Avignon", de Picasso, 1907 é conhecido como marcoinicial do cubismo. Nele ficam evidentes as 
referências a máscaras africanas, que inspiraram a fase inicial do cubismo, juntamente com a obra de 
Paul Cézanne. 
 
O cubismo tratava as formas da natureza por meio de figuras geométricas, representando as partes de 
um objeto no mesmo plano. A representação do mundo passava a não ter nenhum compromisso com 
a aparência real das coisas. 
Historicamente o cubismo originou-se na obra de Cézanne, pois para ele a pintura deveria tratar as 
formas da natureza como se fossem cones, esferas e cilindros. Entretanto, os cubistas foram mais 
longe do que Cézanne. Passaram a representar os objetos com todas as suas partes num mesmo plano. 
É como se eles estivessem abertos e apresentassem todos os seus lados no plano frontal em relação 
ao espectador. Na verdade, essa atitude de decompor os objetos não tinha nenhum compromisso de 
fidelidade com a aparência real das coisas. 
O pintor cubista tenta representar os objetos em três dimensões, numa superfície plana, sob formas 
geométricas, com o predomínio de linhas retas. Não representa, mas sugere a estrutura dos corpos ou 
objetos. Representa-os como se movimentando em torno deles, vendo-os sob todos os ângulos visuais, 
por cima e por baixo, percebendo todos os planos e volumes. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
50 
 
 
Atividade: Desta vez, ao invés de releitura ou cópia, os alunos deverão criar. Eles pegarão recortes de 
papel japonês (as sobras da última atividade) e criarão uma obra cubista. Quanto mais criativa, melhor. 
Só não se esqueça de pedir-lhes para dar um título e anexar atrás do trabalho a explicação para aquela 
obra. Na exposição, pode ser que alguém queira entendê-la. 
 
AULA Nº 24 
ARTISTAS PLÁSTICOS CUBISTAS 
Vamos fazer da mesma forma como fizemos no Modernismo: os alunos irão fazer a pesquisa, divididos 
em grupo e cada um fará a exposição de seu artista, com todas as suas obras. Você pode pedir, por 
exemplo, que eles façam um álbum. Dê-lhes um tempo que você ache justo para fazer e marque um 
ou dois dias em que eles apresentarão. 
Aqui, vou mostrar algumas obras de cada um dos artistas. Vou tentar usar novas figuras para aqueles 
que eu já citei. Assim, você e seus alunos poderão conhecer muito mais obras. 
 
 
 
 
 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
51 
 
PAUL CÉZANNE 
 
 
PABLO PICASSO 
 
 
 
 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
52 
 
GEORGES BRAQUE 
 
 
JUAN GRIS 
 
 
 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
53 
 
KAZIMIR MALEVICH 
 
 
LYONEL FEININGER 
 
 
 
 
 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
54 
 
FERNAND LÉGER 
 
 
UMBERTO BOCCIONI 
 
 
 
 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
55 
 
ROBERT DELAUNAY 
 
 
DIEGO RIVERA 
 
 
 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
56 
 
ALEXANDRA NECHITA 
 
 
TARSILA DO AMARAL 
 
 
 
 
 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
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VICENTE DO REGO MONTEIRO 
 
 
PIET MONDRIAN 
 
 
 
 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
58 
 
ROMERO BRITO 
 
 
AULA Nº 25 
O FUTURISMO 
O futurismo é um movimento artístico e literário, que surgiu oficialmente em 20 de fevereiro de 1909 
com a publicação do Manifesto Futurista, pelo poeta italiano Filippo Marinetti, no jornal francês Le 
Figaro. Os adeptos do movimento rejeitavam o moralismo e o passado, e suas obras baseavam-se 
fortemente na velocidade e nos desenvolvimentos tecnológicos do final do século XIX. Os primeiros 
futuristas europeus também exaltavam a guerra e a violência. O Futurismo desenvolveu-se em todas 
as artes e influenciou diversos artistas que depois fundaram outros movimentos modernistas. 
No primeiro manifesto futurista de 1909, o slogan era Les mots en liberté ("Liberdade para as 
palavras") e levava em consideração o design tipográfico da época, especialmente em jornais e na 
propaganda. Eles abandonavam toda distinção entre arte e design e abraçavam a propaganda como 
forma de comunicação. Foi um momento de exploração do lúdico, da linguagem vernácula, da quebra 
de hierarquia na tipografia tradicional, com uma predileção pelo uso de onomatopeias. Essas 
explorações tiveram grande repercussão no dadaísmo, no concretismo, na tipografia moderna, e no 
design gráfico pós-moderno. Surgiu na França; seus principais temas são as cores. 
A pintura futurista foi explicitada pelo cubismo e pela abstração, mas o uso de cores vivas e contrastes 
e a sobreposição das imagens pretendia dar a ideia de dinâmica, deformação e não- materialização 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
59 
 
por que passam os objetos e o espaço quando ocorre a ação. Para os artistas do futurismo os objetos 
não se concluem no contorno aparente e os seus aspectos interpenetram-se continuamente a um só 
tempo. Procura-se neste estilo expressar o movimento atual, registrando a velocidade descrita pelas 
figuras em movimento no espaço. O artista futurista não está interessado em pintar um automóvel, 
mas captar a forma plástica da velocidade descrita por ele no espaço. 
Suas principais características são: 
Desvalorização da tradição e do moralismo; 
Valorização do desenvolvimento industrial e tecnológico; 
Propaganda como principal forma de comunicação; 
Uso de onomatopeias (palavras com sonoridade que imitam ruídos, vozes, sons de objetos) nas 
poesias; 
Poesias com uso de frases fragmentadas para passar a ideia de velocidade; 
Pinturas com uso de cores vivas e contrastes. Sobreposição de imagens, traços e pequenas 
deformações para passar a ideia de movimento e dinamismo. 
 
AS ONOMATOPEIAS 
 
Onomatopeia (falado pelo antigo grego "criar um nome", "fazer um nome" no sentido "afigurar um 
nome, afigurar um termo") é uma figura de linguagem na qual se reproduz um som com um fonema 
ou palavra. A forma adjetiva é onomatopaico. Ruídos, gritos, canto de animais, sons da natureza, 
barulho de máquinas, o timbre da voz humana fazem parte do universo das onomatopeias. Por 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
60 
 
exemplo, para os índios tupis tak e tatak significam dar estalo ou bater e tek é o som de algo 
quebrando. 
Geralmente, as onomatopeias são usadas em histórias em quadrinhos; muitas dessas onomatopeias 
são derivadas de verbos da língua inglesa. 
Atividade: Este trabalho deve ser feito individualmente. Por incrível que pareça, a s onomatopeias são 
uma figura de linguagem que cai muito no Enem, e muitos vestibulandos não sabem. Então, mãos à 
obra: peça-lhes para pesquisarem o máximo de onomatopeias e para também criarem as deles. Então, 
farão um trabalho em folha A4, que depois poderá ficar em um mural, exposto por algum tempo. Fica 
muito bonito. É bom incentivá-los a usar o máximo de cores, sempre. Afinal, a Arte Moderna é explosão 
de cores. 
 
AULA Nº 26 
POESIA FUTURISTA 
 
 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
61 
 
Atividade: Aqui estão alguns modelos desse tipo de poesia. Os alunos deverão criar seus próprios 
poemas, usando um determinado tema. Por exemplo, se a poesia for relacionada à música, eles podem 
escrevê-las em forma de nota musical, e assim por diante. 
 
 
AULA Nº 27 
A ARTE FUTURISTA 
 
Para esta atividade, o melhor mesmo é usar colagem. Revistas velhas têm figuras fantásticas, que 
proporcionam materiais futuristas belíssimos. Mas, se eu posso ser bastante sincera, procure, você 
mesmo (a) pelas revistas. Os alunos definitivamente se esquecem de levar. Faça uma campanha entre 
seus colegas da escola, vizinhos e consiga revistas. Leve-as e distribua-as. Ou você correrá o risco de 
não poder dar sua aula. Experiência própria. 
AULA Nº 28 
O CONCRETISMO 
A busca dos artistas era incorporar a arte (música, poesia, artes plásticas) às estruturas matemáticas 
geométricas. A intenção deste movimento concreto era desvincular o mundo artístico do natural e 
distinguir forma de conteúdo. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
62 
 
Para os concretistas a arte é autônoma e a sua forma remete às da realidade, logo, as poesias, por 
exemplo, estão cada vez mais próximas das formas arquitetônicasou esculturais. As artes visuais não 
figurativas começam a ser mais evidentes, a fim de mostrar que no mundo há uma realidade palpável, 
a qual pode ser observada de diferentes ângulos. 
Por volta de 1950, a concepção plástica da arte chega ao Brasil através do suíço Max Bill: artista, 
arquiteto, designer gráfico e de interiores. Bill é o responsável por popularizar as concepções da 
linguagem plástica no Brasil com a Exposição Nacional de Arte Concreta, em 1956. 
As características gerais do concretismo na literatura são: o banimento do verso, o aproveitamento do 
espaço do papel, a valorização do conteúdo sonoro e visual, a possibilidade de diversas leituras através 
de diferentes ângulos. 
 
Este é um exemplo de poesia concreta. Mostre esta ideia aos alunos e peça-lhes para produzirem algo 
semelhante. Mas antes, seria bom que vocês debatessem e decidissem sobre algum problema social 
do momento para fazer um trabalho mais elaborado, mais completo. Bem interessante também é que 
se faça uma votação e se escolham pelo menos três melhores para que sejam feitas paródias delas. 
Fica muito interessante e vocês podem apresentar no dia da exposição para todo o colégio. 
 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
63 
 
AULA Nº 29 
ARTE CONCRETISTA 
 
Esta ideia é ótima e fica um trabalho muito engraçado, bem do jeito que adolescente gosta! Peça-
lhes para cortar olhos, bocas e narizes em revistas velhas e fazer uma montagem como esta. 
 
UM POUCO MAIS DE ARTE CONCRETISTA 
 
 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
64 
 
AULA Nº 30 
POP ART 
Pop art (ou Arte pop) é um movimento artístico surgido na década de 50 na Inglaterra, que alcançou 
sua maturidade na década de 60 em Nova York. O nome desta escola estético-artística coube ao crítico 
britânico Lawrence Alloway (1926 – 1990), sendo uma das primeiras e mais famosas imagens 
relacionadas ao estilo – que de alguma maneira se tornou paradigma deste –, a colagem de Richard 
Hamilton (1922 – 2011): O que Exatamente Torna os Lares de Hoje Tão Diferentes, Tão Atraentes?, de 
1956. A Pop Art propunha que se admitisse a crise da arte que assolava o século XX; desta maneira 
pretendia demonstrar com suas obras a massificação da cultura popular capitalista. Procurava a 
estética das massas, tentando achar a definição do que seria a cultura pop, aproximando-se do que se 
costuma chamar de kitsch. 
Diz-se que a Pop art é o marco de passagem da modernidade para a pós-modernidade na cultura 
ocidental. 
 
Oque Exatamente Torna os Lares de Hoje Tão Diferentes, Tão Atraentes? 
Richard Hamilton 
Olha que ideia interessante para os alunos trabalharem: irão fazer uma montagem completa em folha 
A4, inspirando-se nesta obra acima. 
 
MAIS UMA BOA IDEIA: 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
65 
 
 
Para o final do ano, este trabalho é bem legal: cada aluno deverá tirar várias fotos de si mesmo e 
imprimi-las, fazendo uma montagem como esta. Quando fiz esse trabalho com meus alunos, nós 
fizemos um slide para passar na reunião de pais de final de ano. Eles adoraram! Outra ideia é fazer 
uma só foto e levá-la ao Fotoshop, colocando cores diversas. Fica muito bom também. 
Olha só: mais ou menos isto: Eles conseguem fazer, tranquilamente. 
 
Bem... Até aqui, enquanto estávamos no primeiro ano, tínhamos bastante tempo para passearmos 
pela arte. Porém, a partir do segundo ano, quando os alunos já começam a fazer o Enem para se 
prepararem para os vestibulares, teremos que nos aprofundar na disciplina, com muita garra. Os 
alunos precisam entender que nem sempre vai dar para fazerem pinturas, colagens, desenhos, vídeos; 
mas vamos tentar suavizar um pouco essa etapa que vai durar dois anos. Teremos que iniciar um 
estudo muito minucioso porque atualmente estão caindo pelo menos cinco questões de Arte no Enem. 
Eles precisam estar afiados. Vamos, não mais passear, mas praticar uma maratona profissional pela 
arte a partir de agora. Então, é começar do começo, como eles diriam. 
 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
66 
 
2º ANO 
AULA Nº 01 
 QUANDO TUDO COMEÇOU 
Bem... Não Se sabe ao certo como a arte começou, mas particularmente, eu creio que a criação do 
universo seja o início de tudo. Basta olharmos para o céu à noite, ou para as árvores e flores e cores 
ao nosso redor, e veremos ARTE. Em tudo... Mas não vamos nos alongar em conjecturas. Vamos ao 
que interessa: 
A ARTE RUPESTRE 
A Pré-História durou cerca de 500 mil anos, quando o ser humano, em constante transformação, 
começou a lascar, a polir e a fundir a pedra. Esse momento nosso foi dividido em três idades: 
* Idade da Pedra Lascada ou Paleolítico; 
* Idade da Pedra Política ou Neolítico; 
* Idade dos Metais. 
A arte surgiu na segunda fase do Paleolítico, chamada de Paleolítico Superior, quando os primatas 
migravam de um lugar para outro, buscando frutas, caça e pesca. Abrigavam-se em cavernas para se 
protegerem das intempéries e dos grandes animais. Era nas paredes dessas cavernas que eles 
deixavam suas marcas. Faziam pinturas, desenhos, utilizando tudo de que dispunham: carvão, sangue, 
terra, pó de pedras, gordura, resinas vegetais. É lindo pensar nisso! Os primeiros desenhos eram feitos 
com as pontas dos dedos. Logo começaram a deixar a mão inteira. E então, começaram a surgir os 
animais e os “auto-retratos”. O naturalismo vem dos desenhos nas cavernas em que os animais 
apareciam no tamanho natural e exatamente como apareciam na natureza. Interessante é que eles 
usavam as cores em harmonia cromática (preto e vermelho, amarelo e preto, etc). 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
67 
 
 
Mas não eram somente as pinturas; eles já faziam escultura, e a mais antiga encontrada foi a Vênus 
de Willendorf. Eles preferiam, não se sabe ao certo por quê, retratar as figuras femininas. Acredita-se 
que eram representações de deusas, pelo fato de procriarem. A Vênus data de 25000 a.C. Entre 15.000 
a 9000 a. C., as obras passaram ser policromáticas. 
 
Eles adoravam as fofinhas!! 
No Neolítico, surgem representações de grupos de pessoas trabalhando, pelo menos é isso o que 
parece. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
68 
 
 
 
AULA Nº 02 
A MÚSICA NA PRÉ-HISTÓRIA 
A música nasceu com a natureza, ao considerarmos que seus elementos formais, som e ritmo, fazem 
parte do universo e, particularmente da estrutura humana. O homem pré-histórico descobriu os sons 
que o cercavam no ambiente e aprendeu a distinguir os timbres característicos da canção das ondas 
se quebrando na praia, da tempestade se aproximando e das vozes dos vários animais selvagens. E 
encantou-se com seu próprio instrumento musical - a voz. Mas a música pré-histórica não se 
configurou como arte: teria sido uma expansão impulsiva e instintiva do movimento sonoro ou apenas 
um expressivo meio de comunicação, sempre ligada às palavras, aos ritos e à dança. 
Não há registros que possam precisar o surgimento da música, mas acredita-se que ela tenha surgido 
sob a forma de dança em rituais sagrados, quando os nossos ancestrais cultuavam a natureza, talvez 
imitando os sons dos animais. Para isso, eles usavam ossos, bambus, troncos diversos, criando os 
primeiros instrumentos. 
Para homenagear os deuses e os mortos, eles pintavam o corpo, dançavam, compunham, faziam 
coreografias. Criatividade sobrava por aqueles tempos... Interessante como, desde sempre, o homem 
parecia saber que havia um ser ou seres a quem deviam respeito, não é? 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
69 
 
 
Legal demais é o fato de até hoje nós festejarmos muita coisa que vem de nossos ancenstrais. As 
danças folclóricas, que representam casamentos, guerras, súplicas, trabalho, enfim, são mostras do 
que já se fazia há milhares e milhares de anos. 
Sugiro que já a partir daqui você comece a avaliar seus alunos. Acho bom terem avaliações periódicas. 
Diga-lhes para separarem uma pasta onde possam arquivar todas as avaliações e as folhas impressas 
que forem recebendo durante o segundo e também oterceiro ano. Elas serão imprescindíveis para as 
provas do Enem. 
Posso deixar aqui algumas mostras de avaliações, mas você deve criar as suas também, de acordo com 
sua turma. Pegue pesado com eles, porque irão precisar de muito conhecimento nos vestibulares. 
Vamos às questões: 
Questão 01 – A religiosidade é um item de bastante relevância no estudo daarte na pré-história. Que 
alternativa abaixo marca CORRETAMENTE fatos queatestam esta realidade? 
a) ( ) As pinturas serviam de decoração das cavernas para os deuses. 
b) (X ) Os homens pintavam sob um forte caráter ritualístico. 
c) ( ) Era, sim, parte de um processo de magia para interferir na captura depessoas. 
d) ( ) Havia-se a intenção imediata do artista em criar uma arte decorativa ereligiosa. 
Questão 02 – Das produções artísticas do período Pré-histórico, a esculturase destaca assim como as 
pinturas, tendo suas características e estudos bemdirecionados, dando-nos maior margem de 
conhecimento sobre a vivênciadestes seres pensantes da nossa história. Quanto às características e o 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
70 
 
estudodestas esculturas, julgue os itens abaixo como (V) VERDADEIROS ou (F) FALSOS, e em seguida 
marque a alternativa que contém a sequência CORRETA: 
I. ( ) Fazem parte de suas características o ventre saltado e seiosvolumosos. 
II. ( ) Tanto nas pinturas quanto nas esculturas nota-se a ausência defiguras masculinas. 
III. ( ) Fazem parte de suas características as grandes nádegas e a cabeçasurgindo como um 
prolongamento do pescoço. 
IV. ( ) As características encontradas em esculturas como a Vênus deWillendorf, atestam a 
desvalorização do ser humano e dasensualidade feminina. 
a) F – F – F – F 
b) F – V – F – V 
c) V – F – V – F 
d) V – V – V –V 
Questão 03 – A técnica bastante usada pelos artistas pré-históricos através de pócolorido soprado por 
um canudo denomina-se: 
a) ( ) Cerca Grande. 
b) ( ) Mãos grandes. 
c) (X) Mãos em negativo. 
d) ( )Várzea Grande. 
Questão 04 - As primeiras expressões da arte eram muito simples. Consistiam em traçosfeitos nas 
paredes de argila das cavernas ou de técnicas diversificadas, mas tambémmuito simples. Quanto a 
estas características iniciais da arte rupestre, julgue os itens (V)VERDADEIRO ou (F) FALSO: 
I. ( ) Uma das técnicas mais usadas e detectadas em várias partes do mundo comcaracterísticas 
bastante semelhantes é a técnica Mãos em Negativo. 
II. ( ) Suas esculturas valorizam de forma explícita o corpo humano, sobretudo, omasculino como uma 
forma de ostentação do homem como direcionador dogrupo. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
71 
 
III. ( ) Os mais remotos indícios a respeito de grupos humanos culturalmente“desenvolvidos” da 
cultura brasileira datam um período 6.000 a.C a 10.000 a.C. 
IV. ( ) Uma das obras em escultura mais fascinante deste período é a escultura daVênus Willendorf e 
a de Savinhano, onde suas características predominantessão: o ventre saltado e grandes nádegas 
como representação da fertilidadefeminina. 
3. Assinale a alternativa com a sequência CORRETA obtida: 
a) V – V – V – V 
b) V – F – V – V 
c) F – F – F – F 
e) F – V – F – F 
TEXTO 
Podemos definir a pré-história como um período anterior aoaparecimento da escrita. Portanto, esse 
período é anterior a 4000 a.C, pois foipor volta deste ano que os sumérios desenvolveram a escrita 
cuneiforme. Foiuma importante fase, pois o homem conseguiu vencer as barreiras impostaspela 
natureza e prosseguir com o desenvolvimento da humanidade na Terra. Oser humano foi 
desenvolvendo, aos poucos, soluções práticas para osproblemas cotidianos, com isso, inventando 
objetos e soluções a partir dasnecessidades. Ao mesmo tempo foi-se desenvolvendo uma cultura 
muitoimportante. Esse período pode ser dividido em três fases: Paleolítico,Mesolítico e Neolítico. 
Questão 05 - Segundo o período paleolítico e neolítico, julgue os itens aseguir em (C) CERTOS ou (E) 
ERRADOS: 
1. ( E ) As obras mais surpreendentes do paleolítico são as imagenspintadas nos tetos das cavernas. 
2. ( E ) No Neolítico, os artefatos em mármore carregavam um altorequinte técnico. 
3. ( E ) No paleolítico acontece a mudança da caça para agricultura. 
4. ( C ) As pinturas encontradas nas cavernas tinham comocaracterísticas: traços seguros e vigorosos, 
o sombreamento sutilmentecontrolado que confere volume e integridade as formas. 
4. QUESTÃO 06 – De acordo com os estudos sobre a música pré-históricaassinale a alternativa correta: 
a) ( X ) Foram encontrados ossos com furos que têm uma certasemelhança com as flautas. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
72 
 
b) ( ) As guitarras da época eram feitas com pedra e cabelos. 
c) ( ) No Brasil não foram encontrados materiais que podem serconsiderados instrumentos da época. 
d) ( ) Os tambores eram feitos de árvores finas. 
QUESTÃO 07 – Eram usados como pigmentos na arte pré-histórica: 
a) ( ) Tinta guache e sangue de animais. 
b) ( ) Cera e sumo de flores. 
c) ( X ) Sangue e carvão. 
d) ( ) Pedras e giz. 
QUESTÃO 08 – De acordo com os historiadores, a primeira manifestaçãoartística pré-histórica foi: 
a) ( ) Música. 
b) ( X ) Dança. 
c) ( ) Teatro. 
d) ( ) Artes Visuais. 
QUESTÃO 09 – As pinturas rupestres são: 
a) ( ) Pinturas em tela. 
b) ( ) Pinturas de animais. 
c) ( ) Pinturas sobre as cavernas. 
d) ( X ) Pinturas em paredes de caverna. 
QUESTÃO 10 – As primeiras expressões de arte eram: 
a) ( X ) Muito simples. 
b) ( ) Bastante complexas. 
c) ( ) Abstratas. 
d) ( ) Simples com motivos cristãos. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
73 
 
AULA Nº 03 
IDADE DOS METAIS 
O último período pré-histórico é a Idade dos Metais, quando as sociedades dão início à produção, 
transformação e a trabalhar elementos como o cobre, bronze e ferro. Durante o calcolítico surge a 
cultura megalítica, notável pelos monumentos de pedra (dólmens, menires e cromeleques), como o 
Stonehenge. Na Península Ibérica surgem as culturas de Los Millares e do vaso campaniforme, 
caracterizadas pelas figuras humanas com olhos de grande dimensão. São também notáveis os 
templos megalíticos de Malta. As culturas megalíticas das Ilhas Baleares apresentam monumentos 
característicos, como a naveta, um túmulo com a forma de uma pirâmide truncada e câmara funerária 
alingada; a taula e o talayot. 
 
DÓLMENS 
 
 
 
 
 
 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
74 
 
MENIRES 
 
 
TAULAS 
 
Durante a Idade do Ferro, as culturas de Hallstatt (Áustria) e La Tène (Suiça) marcam as fases mais 
significativas na Europa. A cultura de Hallstatt desenvolveu-se entre os séculos V e IV a.C. A cerâmica 
era policromática, com decorações geométricas e apliques de ornamentos metálicos. La Tène 
desenvolveu-se no mesmo período, sendo também conhecida como Arte celta primitiva. A produção 
artística focou-se sobretudo em objetos de ferro, como espadas e lanças, e em bronze, como nos 
escudos profusamente decorados e em fíbulas, ao longo de diversos estágios evolutivos do estilo (La 
Tène I, II e III). A decoração foi influenciada pela arte Grega, Estrusca e Cita. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
75 
 
 
Sugestão: Seus alunos poderão gostar de desenhar os monumentos de pedra, em grafite. Fica um 
trabalho muito bonito! 
 
AULA Nº 04 
ARTE DO EGITO 
A antiga civilização egípcia foi extremamente religiosa. Eles criam em outras vidas, após a morte. Por 
isso, seus costumes, cultura e acima de tudo, sua arte demonstram o forte caráter religioso e funesto, 
representando seus deuses, seus mortos, faraós, animais, cujas figuras ficavam pintadas ou gravadas 
nas paredes internas das pirâmides, ou esculpidas, ou ainda em papiros. Os papiros compunham a 
obra, trazendo explicações sobre os deuses, a nobreza e o cotidiano. 
Construções gigantescas de templos e pirâmides, nas montanhas, abrigavam objetos sagrados, 
sarcófagos, estatuetas e pinturas. 
A temática mortuária era de grande presença.A crença na vida após a morte motivava os egípcios a 
construírem tumbas, estatuetas, vasos e mastabas que representavam sua concepção do além-vida. 
As primeiras tumbas egípcias buscavam realizar uma reprodução fiel da residência de suas principais 
autoridades. Em contrapartida, as pessoas sem grande projeção eram enterradas em construções mais 
simples que, em certa medida, indicava o prestígio social do indivíduo. 
Após o governo de Tutancâmon, a arte egípcia passou a ganhar forte e clara conotação política. As 
construções, esculturas e pinturas passaram a servir de espaço para o registro dos grandes feitos 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
76 
 
empreendidos pelos faraós. Ao fim do Império, a civilização egípcia foi alvo de sucessivas invasões 
estrangeiras. Com isso, a hibridação com a perspectiva estética de outros povos acabou 
desestabilizando a presença de uma arte típica desse povo. 
 
Entre as civilizações da Antiguidade, a egípcia foi a que mais desenvolveu tecnologias. Dominavam a 
escrita, a arte de mumificar, a Matemática e a Engenharia. 
Mais questões: 
ARTE EGÍPCIA 
Questão 01 – A Religião é fator predominante na cultura egípcia, o que é óbvio; reflete imediatamente 
na produção artística deste povo. Assinale a alternativa que indica uma característica dessa cultura: 
a) ( X ) Uma arte bastante padronizada, não dando margem a criatividade nem a imaginação pessoal. 
b) ( ) É uma arte predominante que valoriza a criatividade do artista. 
c) ( ) Ao observar uma obra já se define o autor, pois suas características estão expressas na obra. 
d) ( ) Uma arte bastante criativa dando ao artista uma liberdade de expressão. 
Questão 02 - “Essa lei determinava que o tronco da pessoa fosse representado sempre de frente, 
enquanto sua cabeça, suas pernas e seus pés eram vistos de perfil”. Assinale a alternativa CORRETA 
que contém o nome dessa lei: 
a) ( ) Lei da modernidade 
b) (X) Lei da frontalidade 
c) ( ) Lei da mortalidade 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
77 
 
d) ( ) Lei da lateralidade 
Questão 03 – As tumbas dos primeiros faraós eram réplicas de suas casas, onde inicialmente 
construções retangulares mais simples eram utilizadas para o sepultamento de pessoas com menor 
importância social. Assinale a alternativa CORRETA com o nome dado a estas construções mortuárias: 
a) ( ) Pirâmides 
b) (X) Mastabas 
c) ( ) Sarcófagos 
d) ( ) Catacumbas 
Questão 04 - Sendo a religião fator predominante na sociedade egípcia, o que consequentemente 
reflete sua produção artística cultural, julgue os itens (V) VERDADEIRO ou (F) FALSO quanto a esta 
característica marcante da cultura egípcia: 
I. ( ) A religião invade o Egito, interpretando o universo, justificando a organização social, mas no 
cenário administrativo político ela se faz ausente por manobras dos sacerdotes do império. 
II. ( ) Dessa forma a arte concretizou-se desde o início nas construções mortuárias e em estatuetas e 
vasos deixados junto aos mortos. 
III. ( ) São as Mastabas, construções de forma retangular, muito simples, que propiciam à sociedade 
egípcia base para a grandiosidade da pirâmide, que tinha funções de adoração aos deuses egípcios. 
IV. ( ) O argumento de maior relevância dentro do fator religião utilizado pelos que detinham o poder 
egípcio era a morte. 
Assinale a alternativa com a sequência CORRETA obtida: 
a) V – V – V – F 
b) V – F – V – V 
c) F – F – F – F 
d) F – V – F – V 
Questão 05 – Quanto à produção artística Egípcia julgue os itens a baixo com (V) VERDADEIRO ou (F) 
FALSO e em seguida marque a alternativa correspondente à sequência CORRETA: 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
78 
 
I. ( ) Extremamente voltada para a produção de imagens de deuses na expectativade recebimento de 
graças. 
II. ( ) Uma produção bastante livre, onde facilmente de detecta a característica decada artista. 
III. ( ) Sua produção sempre moldada pelo direcionamento religioso, não dandomargem a criação 
pessoal ou expressão própria do artista. 
IV. ( ) Das restrições impostas pelo processo político religioso, o de maior relevânciadenomina-se Lei 
da Frontalidade. 
a) V – V – V – V 
b) V – F – V – F 
c) F – F – V – V 
d) F – F – F – F 
TEXTO 
A antiga civilização egípcia era bastante complexa em sua organização social emuito rica em seu 
desenvolvimento cultural. Como havia a forte crença em uma vidadepois da vida, a arte voltava-se 
para esse aspecto da religiosidade.E tinha-se na figura do Faraó uma centralização e uma 
representação de todo o povo.Preservar o corpo do Faraó e dotá-lo de meios próprios para a segunda 
vida, era garantira todo o povo as mesmas possibilidades. O Faraó era mais do que um 
simplesgovernante. O Faraó englobava o próprio povo, seu destino e sua eternização. 
Questão 06 - Sobre a arte Egípcia, julgue os itens a seguir em (C) CERTOS ou (E)ERRADOS: 
1. (E) A temática da arte egípcia era a vida, pois a arte era feita para os vivos. 
2. (C) Embora fazendo parte de ritos fúnebres, as pinturas são cheias de vida. 
3. (C) Na arte egípcia, existe a estilização nas figuras humanas, que sãorepresentadas com o rosto de 
perfil, o olho visto de frente e ombros também vistosde frente, quadris e pernas novamente de perfil. 
4. (E) Os egípcios não acreditavam na imortalidade. 
Questão 07 – Os sarcófagos são: 
a- ( ) Pinturas. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
79 
 
b- ( X ) Esculturas. 
c- ( ) Pirâmides. 
d- ( ) Construções arquitetônicas. 
Questão 08 – O Ká é o mesmo que: 
a- ( X ) Espírito. 
b- ( ) Múmia. 
c- ( ) Sarcófago. 
d- ( ) Morte. 
Questão 09 – As Pirâmides serviam para: 
a- ( ) Guardar dinheiro. 
b- ( X ) Guardar o corpo do faraó e suas riquezas. 
c- ( ) Guardar os espíritos. 
d- ( ) Moradia da população. 
Questão 10 – Sobre a pintura egípcia qual a alternativa correta: 
a- ( ) Os egípcios dominavam a técnica da perspectiva. 
b- ( ) Não havia pinturas no antigo Egito. 
c- ( ) Os egípcios trabalhavam com a Lei da Habilidade. 
d- ( X ) Nenhuma das alternativas. 
AULA Nº 05 
PERÍODO HELENÍSTICO 
 
É o período da história da Grécia Antiga e parte do Oriente Médio que vai de 336 a.C. (do início do 
reinado de Alexandre, o Grande, da Macedônia) até 30 a.C. (anexação do Egito, último reino 
helenístico, por Roma). 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
80 
 
Alexandre, o Grande, deu continuidade à política de expansão territorial de seu pai Felipe II. O Império 
Macedônico no período de Alexandre atingiu seu ponto máximo de conquistas territoriais. Abrangeu 
a Grécia, nordeste da África, Mesopotâmia, Anatólia até o rio Indo (na Índia). Portanto, gregos, persas, 
assírios e hindus foram conquistas pelos macedônicos. 
Alexandre, o Grande, foi criado dentro da cultura grega, pois havia sido educado por Aristóteles, um 
dos principais filósofos da Grécia Antiga. Ele também teve contato com a cultura oriental dos diversos 
povos que faziam parte do Império Macedônico. 
Esta fusão de aspectos culturais gregos e orientais é conhecida como Helenismo. 
Com a morte de Alexandre em 323 a.C. teve início o esfacelamento do Império Macedônico. O 
território foi fragmentado entre generais, enfraquecendo o poder. Aproveitando do enfraquecimento 
político-administrativo do que restava, Roma conquistou o Império Macedônico no Século I a.C. 
Características principais deste período: 
NAS ARTES PLÁSTICAS E ARQUITETURA 
 As influências artísticas da cultura grega espalharam-se por todo Império Macedônico, influenciando 
artistas. O realismo e a temática voltada para o dramático foram as principais características deste 
período. 
 Principais obras: Vitória de Samotrácia (escultura); Laocoonte e seus filhos (escultura em mármore); 
Altar de Pérgamo (estrutura arquitetônica dedicada a Zeus); Vênus de Milo (estátua de mármore). 
 
NA FILOSOFIA 
Houve três importantes escolas filosóficas neste período: 
 - Estoicismo: ética naturalista , visão unificada do mundoe lógica formal. Principais filósofos: Zenão 
de Cítio, Cleanto, Panécio de Rodes, Sêneca e Epicteto. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
81 
 
- Epicurismo: busca da felicidade e da tranquilidade através do conhecimento do mundo (dos desejos, 
da morte, dos medos e dos deuses) e da moderação dos prazeres. Principal filósofo: Epicuro. 
- Ceticismo: a dúvida sobre as coisas do mundo é um dos principais preceitos do ceticismo. Principais 
filósofos: Pirro de Élis, Arcesilau e Carnéades. 
NA LITERATURA 
Infelizmente, grande parte das obras deste período foi perdida. Mas podemos destacar alguns 
escritores helenísticos como, por exemplo: 
- Calímaco: mitógrafo, poeta e bibliotecário grego, escreveu poemas épicos, hinos e epigramas. 
 - Teócrito: a simplicidade foi uma das principais características de seus poemas épicos e bucólicos. 
 O termo helenismo foi usado pela primeira vez em meados do século XIX pelo historiador alemão 
Johann Gustav Droysen. 
 
PINTURA E ESCULTURA 
 
 
 
 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
82 
 
AULA Nº 06 
ARQUITETURA 
 
 
 
A TRAGÉDIA CLÁSSICA 
 
 
A mais antiga obra literária representada por atores em espaço especializado (o teatro) é um dos mais 
importantes gêneros literários legados pela Grécia Antiga. As condições religiosas, sociais e políticas 
que permitiram a emergência do gênero trágico podem ser situadas na segunda metade do século VI: 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
83 
 
a tragédia parece ter se desenvolvido a partir dos cantos corais apresentados nas festas religiosas em 
honra de Dionísio e atingiu o apogeu em Atenas entre 480 e 400, mais ou menos. 
Do século IV em diante, a tragédia entrou em franco declínio e só iria recuperar parte de seu antigo 
esplendor dois milênios depois — mas as obras de Shakespeare (1564/1616), de Racine (1639/1699) 
e de outros autores são, na realidade, formas evoluídas da tragédia. O gênero trágico, em sua forma 
mais pura, só subsiste na obra dos três grandes poetas atenienses – Ésquilo (525/456), Sófocles 
(496/405) e Eurípides (485/406). Da maioria dos outros poetas trágicos sabemos pouco mais que o 
nome, o título e/ou enredo de algumas tragédias. 
Das oitenta tragédias compostas por Ésquilo restam-nos, desgraçadamente, apenas sete; das cento e 
vinte de Sófocles, temos igualmente apenas sete; dentre as oitenta obras dramáticas de Eurípides, 
somente dezessete tragédias (e um drama satírico) sobreviveram. 
Dispomos também de numerosos fragmentos, conservados em pedaços danificados de pergaminhos 
e papiros e em citações de autores tardios. Graças ao meticuloso trabalho de incontáveis eruditos, foi 
possível reconstituir parcialmente o enredo de muitas tragédias e dramas satíricos; mas é como ler 
uma breve e incompleta nota de jornal sobre uma representação trágica, sem nunca vê-la... 
Muitas tragédias gregas têm sido encenadasem todo o mundo desde a Renascença e, em especial, nas 
últimas décadas do século XIX, início do teatro moderno. Em Siracusa, Itália, e na Grécia atual, por 
exemplo, todos os anos diversas tragédias são produzidas. Aqui no Brasil não se pode deixar de 
assinalar a encenação do Édipo Rei de Sófocles em 1967, sob a direção de Flávio Rangel 
(1934/1988)com os atores Paulo Autran (1922/2007) e Cleide Yáconis (1923/2013). 
 
AULA Nº 07 
ARTE ROMANA 
A arte romana se destacou no período que foi do século VIII a.C. ao século IV d.C. A arte da Roma 
Antiga foi fortemente influenciada pela cultura e pelas crenças gregas. Um exemplo disso é a própria 
mitologia romana, muito parecida com a mitologia grega. 
Foi através da arquitetura que a arte romana conseguiu maior expressão e significação histórica. Suas 
edificações eram grandiosas, fundamentadas em bases circulares e no emprego de colunas e arcos 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
84 
 
falsos para efeito de decoração. Os aquedutos, as entradas e as muralhas ainda hoje são vistos no 
continente europeu, demonstrando a imponência que traduziu, através dos tempos, a grandeza do 
que foi a civilização romana antiga. 
 
Ponte sobre o rio Tibre, Itália 
Os romanos preocuparam-se com o caráter funcional e prático de sua arquitetura. Houve, por isso, 
uma combinação harmônica entre a beleza e a utilidade nas mais variadas edificações romanas, como: 
teatros, basílicas, templos religiosos, palácios, estradas e pontes que interligaram as mais diversas 
regiões do império, facilitando o trânsito de pessoas e o tráfego de mercadorias para outras regiões. 
 
Templo de Vesta, a deusa do fogo na mitologia romana 
A escultura romana foi trabalhada através de retratos e estátuas, muitas vezes apresentando uma 
característica fúnebre. Os escultores romanos buscavam a reprodução mais fiel possível da realidade 
em suas obras e centravam-se nos aspectos psicológicos, ou seja, a obra evidenciava o caráter, a honra 
e a glória do retratado. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
85 
 
 
Estátua de Augusto em Roma 
 
AULA Nº 08 
ARTE NA IDADE MÉDIA 
 
Durante a idade medieval (séculos V-XIV) a arte se caracterizou pela integração da pintura, escultura 
e arquitetura. Nesse período, a igreja católica exerceu forte controle sobre a produção científica e 
cultural concretizando uma ligação entre a produção artística com o cristianismo. Isto proporcionou a 
predominância dos temas religiosos nas artes plásticas, na literatura, na música, na arquitetura e no 
teatro. O imaginário dessa época esteve sempre voltado para o teocentrismo (Deus como centro de 
tudo). 
As artes que mais se destacaram na Idade Média foram as artes plásticas: arquitetura, pintura e 
escultura. Suas principais realizações foram as igrejas, podendo-se distinguir, nelas, dois estilos 
básicos: o românico e gótico. 
ESTILO ROMÂNICO 
Este estilo prevaleceu na Europa no período da Alta Idade Média (entre os séculos XI e XIII). 
 
 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
86 
 
ARQUITETURA 
 
A construção da época foi fundamentalmente religiosa, pois somente a Igreja cristã e as ordens 
religiosas possuíam fundos suficientes ou pelo menos a organização eficiente para arrecadá-los e 
financiar o erguimento de capelas, de igrejas e de mosteiros. 
Na arquitetura, principalmente de mosteiros e basílicas, prevaleceu o uso dos arcos de volta-perfeita 
e abóbadas (influências da arte romana). Os castelos seguiram um estilo voltado para o aspecto de 
defesa. As paredes eram grossas, quase sem reboco, e existiam poucas e pequenas janelas deixando 
seus interiores geralmente sombrios. Tanto as igrejas como os castelos passavam uma idéia de 
construções “pesadas”, voltadas para a defesa. Daí serem chamadas: fortalezas de Deus. As igrejas 
deveriam ser fortes e resistentes para barrarem a entrada das “forças do mal”, enquanto os castelos 
deveriam proteger as pessoas dos ataques inimigos durante as guerras. 
No final dos séculos XI e XII, na Europa, surge a arte românica cuja estrutura era semelhante às 
construções dos antigos romanos. 
As características mais significativas da arquitetura românica são: 
- Abóbadas em substituição ao telhado das basílicas; 
- Pilares maciços que sustentavam as paredes espessas; 
- Aberturas raras e estreitas usadas como janelas; 
- Torres, que aparecem no cruzamento das naves ou na fachada; e 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
87 
 
- Arcos que são formados por 180 graus. 
A mais famosa é a Catedral de Pisa sendo o edifício mais conhecido do seu conjunto o campanário que 
começou a ser construído em 1.174. Trata-se da Torre de Pisa que se inclinou porque, com o passar do 
tempo, o terreno cedeu. 
 
Na Itália, diferente do resto da Europa, não apresenta formas pesadas, duras e primitivas. 
PINTURA E ESCULTURA 
 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
88 
 
Numa época em que poucas pessoas sabiam ler, a Igreja recorria à pintura e à escultura para narrar 
histórias bíblicas ou comunicar valores religiosos aos fiéis. Não podemos estudá-las desassociadas da 
arquitetura.A pintura românica desenvolveu-se, sobretudo nas grandes decorações murais, através 
da técnica do afresco, que originalmente era uma técnica de pintar sobre a parede úmida. 
Os motivos usados pelos pintores eram de natureza religiosa. As características essenciais da pintura 
românica foram a deformação e o colorismo. A deformação, na verdade, traduz os sentimentos 
religiosos e a interpretação mística que os artistas faziam da realidade. A figura de Cristo, por exemplo, 
é sempre maior do que as outras que o cercam. O colorismo realizou-se no emprego de cores 
chapadas, sem preocupação com meios tons ou jogos de luz e sombra, pois não havia a menor intenção 
de imitar a natureza. 
Na porta, a área mais ocupada pelas esculturas era o tímpano, nome que recebe a parede semicircular 
que fica logo abaixo dos arcos que arrematam o vão superior da porta. Imitação de formas rudes, 
curtas ou alongadas, ausência de movimentos naturais. 
Mosaicos são pequenas pedras coloridas que colocadas lado a lado, vão formando o desenho. Usado 
desde a Antiguidade, veio do Oriente a técnica bizantina que utilizava o azul e dourado, para 
representar o próprio céu. No Ocidente foi utilizado principalmente nas igrejas. 
 
AULA Nº 09 
ESTILO GÓTICO 
O estilo gótico predominou na Europa no período da Baixa Idade Média (final do século XIII ao XV) e 
floresceu nos mais diversos países europeus, em inúmeras catedrais, que até hoje causam admiração 
pela beleza, elegância, delicadeza e engenharia perfeita. As construções (igrejas, mosteiros, castelos e 
catedrais) seguiram, no geral, algumas características em comum. O formato horizontal foi substituído 
pelo vertical, opção que fazia com que a construção estivesse mais próxima do céu. Os detalhes e 
elementos decorativos também foram muito usados. As paredes passaram a ser mais finas e de 
aspecto leve. As janelas apareciam em grande quantidade. As torres eram em formato de pirâmides. 
Os arcos de volta-quebrada e ogivas foram também recursos arquitetônicos utilizados. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
89 
 
 
 
NA ARQUITETURA 
 
Ao contrário da igreja românica, solidamente plantada na terra, a catedral gótica é um movimento em 
direção ao céu. Tanto no exterior como no interior, todas as linhas da construção apontam para o alto. 
Essa atração para cima é acentuada pelo uso de arcos pontudos (arcos ogivais), substituindo os arcos 
plenos do estilo românico. As abóbadas tornam-se mais leves que as do românico. Além disso, parte 
do seu peso é distribuída externamente, por meio de arcobotantes, apoiados em contrafortes. Com 
esta solução de engenharia, foi possível reduzir a espessura das paredes e colunas, abrir numerosas 
janelas e elevar o teto a alturas impressionantes. As paredes são rasgadas por imensos painéis de vidro 
(vitrais), que inundam de luz o interior, aumentando a sensação de amplidão no espaço interno. As 
alturas vertiginosas ressaltam a idéia da pequenez do homem, diante da grandeza de Deus. No 
exterior, as fachadas são quase sempre enquadradas por torres laterais, muito altas e arrematadas por 
flechas agudas. A tendência para o alto é reforçada por numerosas torrezinhas (pináculos), que 
terminam em flechas. Para se fazer uma idéia da aceitação do gótico, basta dizer que, só na França, 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
90 
 
entre 1170 e 1270, foram construídas mais de 400 igrejas e capelas neste estilo. Apesar do desprezo 
dos artistas do Renascimento, a arte gótica inventou soluções de arquitetura que só foram superadas 
no século XIX, com o uso do aço; e outras, só no século XX, pelo concreto armado. É ignorância ou 
preconceito chamar de atrasada uma sociedade capaz de realizar obras tão perfeitas. 
Alguns exemplos da arquitetura gótica encontram-se na França, nas catedrais de Notre-Dame de 
Reims, Notre-Dame de Paris, de Chartres, Saint-Chapelle de Paris, na Inglaterra, nas catedrais de 
Norwich, Lincoln e Westminster em Londres. São exemplos significativos também os palácios da Justiça 
e do Louvre em Paris e o palácio dos Papas, de Avinhão na França. 
Na Itália, os edifícios em estilo gótico são de autoria de artistas que anunciavam o Renascimento. Como 
a Igreja de São Francisco de Assis, a catedral de Santa Maria Del Fiore e o Palazzo Vechi, em Florença 
e os palácios comunais de Bolonha, Pistoia e Perúsia. 
 
NA PINTURA 
 
A finalidade primordial da pintura gótica era ensinar a criação divina e, num sentido mais didático, 
narrar as Escrituras para o maior número de pessoas, quase sempre analfabetas. Os temas eram 
religiosos, tirados da tradição bizantina. Além das histórias da Bíblia, representava-se também a vida 
dos santos e a iconografia de Cristo, particularmente a crucificação, capítulo central da teologia da 
Idade Média. 
Embora as pinturas fossem frequentemente substituídas pelos vitrais, são comuns as pinturas em 
painéis de madeira e sobre relevos. As figuras adquirem mais naturalidade, e o colorido é mais vivo. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
91 
 
Os pintores do gótico elaboraram uma pintura carregada de simbolismo, a fim de tocar 
emocionalmente o observador. São também notáveis as pinturas em manuscritos (iluminuras). No 
final do período, surge a preocupação com a perspectiva, melhorando as proporções entre figuras 
próximas e afastadas. 
 
AULA Nº 10 
NA ESCULTURA 
 
Em geral, a escultura gótica está integrada à arquitetura. A princípio, as estátuas eram alongadas e não 
possuíam qualquer movimento, com um acentuado predomínio da verticalidade, o que praticamente 
as fazia desaparecer. Eram estátuas-colunas. Aos poucos, ela foi-se libertando das rígidas formas 
românicas e adquirindo maior expressão,primeiramente, no rosto e, depois nos movimentos. Além 
dessa variação no tempo, há grande diferenciação de um lugar para o outro. Na fase final da Idade 
Média, as figuras já apresentam uma grande naturalidade. Os escultores buscavam dar um aspecto 
real e humano às figuras retratadas (anjos, santos e personagens bíblicos). 
 A separação em relação à arquitetura torna-se um fato e as esculturas começam a se destacar como 
obras independentes. As roupas ficam mais pesadas e se multiplicam as dobras, que já não são lineares 
e rígidas, mas sim onduladas, expressivas e mais naturais. 
 
 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
92 
 
DANÇA E MÚSICA MEDIEVAL 
 
Durante toda a Idade Média, a música profana fez parte da corte medieval. Servia para dançar, para 
animar o jantar, para se ouvir. Era indispensável em cerimônias civis, militares, feriados e outras 
ocasiões festivas com danças folclóricas, e também para animar os Cruzados quando partiam para a 
Terra Santa ou de júbilo, quando regressavam das suas campanhas. 
Os jograis pertenciam à outra classe de músicos. Eles recitavam, cantavam, tocavam, dançavam, faziam 
acrobacias e exibiam as habilidades de animais domesticados. Iam de terra em terra e, com as suas 
diversões, entretinham a nobreza e os ajuntamentos de pessoas nas praças públicas. Eram vistos como 
vagabundos e viviam à margem da sociedade, mas eram muito populares por trazerem as novidades 
e as notícias de outras terras. 
A dança de roda é seguramente o tipo coreográfico mais difundido na Europa e em todo o mundo. A 
sua simplicidade contribuiu decerto para isso: os dançadores formam uma roda, intercalando os do 
sexo masculino com os do feminino. Na fórmula mais difundida, dão as mãos uns aos outros, virados 
para o centro do círculo, evoluindo a roda no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio. De vez em 
quando, nas ocasiões em que a música o sugere, param e batem palmas, para em seguida retomarem 
o movimento circular. 
Além da simplicidade, autores há que atribuem a sua divulgação ao valor mágico do círculo e da 
evolução em círculo. Seja como for, a roda é a mais primitiva forma de dança coletiva. O seu tipo 
medieval mais conhecido é a carole, que era seguramente cantada pelos dançadores, primeiro porum 
solista, a que respondiam depois todos os outros. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
93 
 
No século XIV aparece entre os nobres, o Momo, um gênero de dança que serviu como base do futuro 
ballet-teatro. Era uma espécie de Carolas onde os participantes dançavam mascarados e disfarçados. 
No final da Idade Média a dança e a música tornaram-se parte de todos os acontecimentos festivos. 
 
AULA Nº 11 
VESTUÁRIO MEDIEVAL 
 
As roupas e os sapatos da época eram bastante volumosos e escondiam quase inteiramente o corpo, 
especialmente o da mulher. As mais jovens até chegavam a revelar o colo, mas a Igreja sempre 
desaprovou os decotes. Pode-se dizer também que já existia moda, naquele tempo, com a introdução 
de novidades na forma de vestidos, chapéus, sapatos, joias, etc. 
O vestuário básico das mulheres incluía roupa de baixo, saia ou vestido longo, avental e mantos, além 
de chapéus com formas as mais variadas (imitando a agulha de uma torre, borboletas, toucas com 
longas tiras), bastante exagerados (em alguns locais foi preciso alterar a entrada das casas para que 
as damas e seus chapéus pudessem passar). Na época, cabelos presos identificavam a mulher casada, 
enquanto as solteiras usavam cabelos soltos. 
As cores mais usadas pelas mulheres eram o azul real, o bordô e o verde escuro. As mangas e as saias 
dos vestidos eram bufantes e compridas. As mais ricas usavam acessórios, como leques e joias. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
94 
 
Para os homens, o vestuário se compunha de meias longas até a cintura, culotes, gibão (uma espécie 
de jaqueta curta), chapéus de diversos tamanhos e sapatos de pontas longas. Os tecidos variavam de 
acordo com a condição social dos cavaleiros, o clima, a ocasião e local e, nos dias de festa, por exemplo, 
usavam ricas vestimentas, confeccionadas com tecidos orientais, sedas, lã penteada e veludo. E festa 
é o que não faltava, o ano inteiro, nas feiras e nas datas religiosas e profanas da Europa Medieval. 
Tanto nos castelos quanto nas vilas, aldeias e cidades, em tempos de fartura, tudo era motivo para 
comer, beber e dançar, com fantasias, máscaras, procissões, muita alegria e até certos excessos. 
Os camponeses, apesar do sofrimento e da penúria, gostavam de festas, danças e músicas. Várias 
danças folclóricas europeias originam-se de festas e danças populares medievais. 
* Acho bom dar um descanso agora e pedir aos alunos que desenhem essas roupas. Seria interessante 
fazerem um álbum, ou ainda pendurar os trabalhos em uma espécie de varal para mostrar à toda a 
escola. Havendo um tempinho, dá para fazer até um desfile. Eles podem montar o look com roupas 
diversas, ou ainda produzi-las com TNT. Pode-se pensar até mesmo em um desfile beneficente, em que 
os convidados levem alimentos, roupas e brinquedos para doação. 
 
AULA Nº 12 
QUESTÕES SOBRE A ARTE DA IDADE MÉDIA 
1- Quais foram as artes que mais se destacaram na Idade Média? 
R: As artes plásticas: arquitetura, pintura e escultura. 
2- Quais foram suas principais realizações? 
R: As igrejas, podendo-se distinguir, nelas, dois estilos básicos: o românico e gótico. 
3- Como é a escultura durante toda a Idade Média? 
R: Era dominada pelos princípios religiosos, não tinha por fim glorificar a figura humana, assim, não 
possuía expressão; quase ou nada de movimento. Era em geral talhada em baixo relevo, incorporada 
à fachada dos prédios ou às paredes. Não tinha proporção ao retratar as figuras humanas, sendo 
comum observá-las alongadas. 
4- O que são as iluminuras? 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
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R: São pinturas de ornato, realizadas minuciosamente nos pergaminhos produzidos em conventos e 
abadias durante toda a Idade Média. As iluminuras podem apresentar-se nas letras capitulares, 
ilustrações e demais elementos decorativos desses manuscritos. 
5- Por que se diz que a Arte medieval era convencional? 
R: Porque acatava as imposições da Igreja, ou seja, era circunscrita ao que determinava a fé, tanto nos 
temas quanto à forma de produção. Um determinado santo, por exemplo, São Pedro, deveria ser 
representado sempre, fidedignamente igual, sem alteração alguma (sequer de proporções), para que 
fosse sempre reconhecido pelos fiéis em qualquer lugar. 
6- Quais são as características gerais do estilo gótico? 
R: Verticalismo, arco quebrado ou ogival, abóbada de arcos cruzados e o vitral. 
7- O que significa o verticalismo na Arte gótica? 
R: Verticalismo significa que as construções têm alturas gigantescas (são maiores na vertical), 
reforçando o sentimento de pequenez do homem frente à magnificência do Celestial. 
8- Que elemento da Arte gótica é responsável pelas paredes luminosas e coloridas? 
R: Os vitrais são responsáveis, pois substituíram a pintura mural, sendo compostos a começar de 
fragmentos de vidro colorido, formando a imagem ou imagens desejadas pelo artista. 
*Essa técnica só foi possível em razão do uso de pilastras ou feixes de colunas, e de uma série de 
suportes, como arcobotantes e contrafortes que substituíam os muros e paredes compactas e muros 
espessos das construções (substituídos pelos vitrais). Essa técnica também viabilizou que as 
construções tivessem proporções maiores, pois dividia e sustentava o peso de paredes e abóbadas 
pesadas. 
9- Por que se diz que a Arte românica é uma Arte didática? 
R: Já que durante a Idade Média, o conhecimento era detido apenas pelo clero, ainda que boa parte 
deste fosse iletrada assim como a maioria absoluta da população (além do Latim como único idioma 
oficial da religião Católica), a Arte às paredes dos templos cristãos tinha por finalidade representar as 
passagens Bíblicas, proporcionando aos fiéis o ensinamento catequético. Assim, diz-se que a Arte no 
período Românico tinha motivos didáticos. 
10- Explique o que é perspectiva hierárquica. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
96 
 
R: Uma técnica de pintura onde se representa por ordem de tamanho das imagens o grau de 
importância do indivíduo. Quanto mais elevada sua posição, maior o tamanho de sua imagem em 
relação aos demais. 
AULA Nº 13 
O RENASCIMENTO 
O Renascimento foi um importante movimento de ordem artística, cultural e científica que se 
deflagrou na passagem da Idade Média para a Moderna. Em um quadro de sensíveis transformações 
que não mais correspondiam ao conjunto de valores apregoados pelo pensamento medieval, o 
Renascimento apresentou um novo conjunto de temas e interesses aos meios científicos e culturais de 
sua época. Ao contrário do que possa parecer, o Renascimento não pode ser visto como uma radical 
ruptura com o mundo medieval. 
A razão, de acordo com o pensamento da renascença, era uma manifestação do espírito humano que 
colocava o indivíduo mais próximo de Deus. Ao exercer sua capacidade de questionar o mundo, o 
homem simplesmente dava vazão a um dom concedido por Deus (neoplatonismo). Outro aspecto 
fundamental das obras renascentistas era o privilégio dado às ações humanas, ou humanismo. Tal 
característica representava-se na reprodução de situações do cotidiano e na rigorosa reprodução dos 
traços e formas humanas (naturalismo). Esse aspecto humanista inspirava-se em outro ponto-chave 
do Renascimento: o elogio às concepções artísticas da Antiguidade Clássica ou Classicismo. 
Essa valorização das ações humanas abriu um diálogo com a burguesia que floresceu desde a Baixa 
Idade Média. Suas ações pelo mundo, a circulação por diferentes espaços e seu ímpeto individualista 
ganharam atenção dos homens que viveram todo esse processo de transformação privilegiado pelo 
Renascimento. Ainda é interessante ressaltar que muitos burgueses, ao entusiasmarem-se com as 
temáticas do Renascimento, financiavam muitos artistas e cientistas surgidos entre os séculos XIV e 
XVI. Além disso, podemos ainda destacar a busca por prazeres (hedonismo) como outro aspecto 
fundamental que colocava o individualismo da modernidade em voga. 
A aproximação doRenascimento com a burguesia foi claramente percebida no interior das grandes 
cidades comerciais italianas do período. Gênova, Veneza, Milão, Florença e Roma eram grandes 
centros de comércio onde a intensa circulação de riquezas e ideias promoveram a ascensão de uma 
notória classe artística italiana. Até mesmo algumas famílias comerciantes da época, como os Médici 
e os Sforza, realizaram o mecenato, ou seja, o patrocínio às obras e estudos renascentistas. A 
profissionalização desses renascentistas foi responsável por um conjunto extenso de obras que acabou 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
97 
 
dividindo o movimento em três períodos: o Trecento, o Quatrocento e Cinquecento. Cada período 
abrangia respectivamente uma parte do período que vai do século XIV ao XVI. 
Durante o Trecento, podemos destacar o legado literário de Petrarca (“De África” e “Odes a Laura”) e 
Dante Alighieri (“Divina Comédia”), bem como as pinturas de Giotto di Bondoni (“O beijo de Judas”, 
“Juízo Final”, “A lamentação” e “Lamento ante Cristo Morto”). 
 
Já no Quatrocento, com representantes dentro e fora da Itália, o Renascimento contou com a obra 
artística do italiano Leonardo da Vinci (Mona Lisa) e as críticas ácidas do escritor holandês Erasmo de 
Roterdã (Elogio à Loucura). 
 
O TRECENTO 
No fim do século XII, ninguém tinha mais influência sobre o homem do que a Igreja. No âmbito artístico, 
esculturas e pinturas eram criadas com função didática: ensinar e promover os pensamentos cristãos. 
A arte clássica era considerada profana. 
Como a maioria da população era analfabeta, a arte visual permitia a contemplação das criações 
divinas e o acesso à história da Bíblia. O pensamento humanista e antropocêntrico começa a influenciar 
a criação artística somente no século XIV, período denominado Trecento. Inicia-se então a 
transposição da arte bizantina para a renascentista. A relação entre arte e ciência começa a modificar 
o modo de manifestação das artes em geral. A pintura, por exemplo, começa a se libertar das formas 
regulares e quase geométricas de representação. O comportamento humano começa a ser exibido em 
situações banais e cotidianas, rompendo com o caráter hierático da arte bizantina. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
98 
 
 
Afresco da Capela Peruzzi (1320). Giotto di Bondone. Igreja de Santa Cruz, Florença (Itália). 
O artista do Trecento, ainda visto como um artesão, aceitava qualquer tipo de encomenda para manter 
seu ateliê. Para a execução de uma obra representando o Antigo ou o Novo Testamento, o pintor ainda 
adotava regras na representação de personagens ou elementos, sendo que os mais importantes eram 
colocados ao centro da pintura, em tamanhos maiores. 
Giotto di Bondone (1266 – 1337) foi o principal expoente do Trecento e o primeiro a quebrar com tais 
regras, promovendo a ruptura com a imobilidade da pintura medieval, tornando o homem e seu 
cotidiano sua maior inspiração. O pintor e arquiteto italiano foi responsável por acrescentar às pinturas 
formas austeras e objetivas. Nascido na aldeia de Colle Vespignano, Giotto era pastor de ovelhas e 
costumava esboçar seus animais. 
 
Capela Scrovegni, Pádua (Itália): o mais importante e conhecido trabalho de Giotto 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
99 
 
 
Interior da Capela Scrovegni: além de representações, mais de 35 afrescos compõem as paredes da capela. 
 
AULA Nº 14 
O QUATTROCENTO 
O chamado Quattrocento (século XV) vê o Renascimento atingir sua era dourada. O Humanismo 
amadurece e se espalha pela Europa. Leonardo Bruni inaugura a historiografia moderna e a ciência e 
a filosofia progridem. Ao mesmo tempo, um novo interesse pela história antiga levou humanistas a 
vasculharem as bibliotecas da Europa em busca de livros perdidos de autores como Platão, Cícero, 
Plínio, o Velho, e Vitrúvio. 
Sucintamente, a contribuição maior da pintura do Renascimento foi sua nova maneira de representar 
a natureza, através de domínio tal sobre a técnica pictórica e a perspectiva de ponto central, que foi 
capaz de criar uma eficiente ilusão de espaço tridimensional em uma superfície plana. Tal conquista 
significou um afastamento radical em relação ao sistema medieval de representação, com sua 
estaticidade, seu espaço sem profundidade e seu sistema de proporções simbólicas – onde os 
personagens maiores tinham maior importância numa escala que ia do homem até Deus – 
estabelecendo um novo parâmetro cujo fundamento era matemático, no que se pode ver um reflexo 
da popularização dos princípios filosóficos do racionalismo, antropocentrismo e do humanismo. A 
linguagem visual formulada pelos pintores renascentistas foi tão bem sucedida que permanece válida 
até hoje. 
O cânone greco-romano de proporções voltava a determinar a construção da figura humana; também 
voltava o cultivo do Belo tipicamente clássico. A pintura renascentista é, em essência, linear; o desenho 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
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era agora considerado o alicerce de todas as artes visuais e seu domínio, um pré-requisito para todo 
artista. Para tanto, foi de grande utilidade o estudo das esculturas e relevos da Antiguidade, que deram 
a base para o desenvolvimento de um grande repertório de temas e de gestos e posturas do corpo. Na 
construção da pintura, a linha convencionalmente constituía o elemento demonstrativo e lógico, e a 
cor indicava os estados afetivos ou qualidades específicas. Outro diferencial em relação à arte da Idade 
Média foi a introdução de maior dinamismo nas cenas e gestos, e a descoberta do sombreado, ou 
claro-escuro, como recurso plástico e mimético. 
No Quattrocento as representações da figura humana adquiriram solidez, majestade e poder, 
refletindo o sentimento de autoconfiança de uma sociedade que se tornava muito rica e complexa, 
com vários níveis sociais, de variada educação e referenciais, que dela participavam ativamente, 
formando um painel multifacetado de tendências e influências. Mas ao longo de quase todo o século, 
a arte revelaria o embate entre os derradeiros ecos do gótico espiritual e abstratoe as novas forças 
organizadoras, naturalistas e racionais do classicismo. Nesse sentido, depois de Giotto, o próximo 
marco evolutivo foi Masaccio, em cujas obras o homem tem um aspecto nitidamente enobrecido e 
cuja presença visual é decididamente concreta, com eficiente uso dos efeitos de volume e espaço 
tridimensional. Dele se disse que foi “o primeiro que soube pintar homens que realmente tocavam 
seus pés na terra”. 
 
Masaccio 
Junto com Florença, Veneza representa a vanguarda artística europeia no Quatrocento. Dispondo de 
um grupo de artistas ilustresque já fizera parte da vanguarda em anos anteriores, agora hesitava entre 
o apelo espiritual do gótico e o fascínio profano do classicismo, e perdia ímpeto. 
Mais adiante, na Alta Renascença, com Leonardo da Vinci, a técnica do óleo se refinou e penetrou no 
terreno do sugestivo, ao mesmo tempo em que aliava fortemente arte e ciência. Com Rafael, o sistema 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
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classicista de representação visual chegou a um apogeu, e revelou a doçura, a grandeza solene e a 
perfeita harmonia. Mas essa fase, de grande equilíbrio formal, não durou muito; logo seria 
transformada profundamente, dando lugar ao Maneirismo. Aqui, Michelangelo, coroando o processo 
de exaltação do homem, levou-o a uma nova dimensão, a do sobre-humano, abrindo-lhe também as 
portas do trágico e do patético. Com os maneiristas toda a noção de espaço foi então alterada, a 
perspectiva se fragmentou em múltiplos pontos de vista, e as proporções da figura humana foram 
distorcidas com finalidades expressivas ou meramente estéticas, formulando-se uma linguagem visual 
mais dinâmica, vibrátil, subjetiva, dramática e sofisticada. Pontormo, Veronese, Romano, Tintoretto, 
Bronzino, e Michelangelo em sua fase madura foram exemplos típicos do Maneirismo plenamente 
manifesto. Giorgio Vasari, um pintor e arquitetomaneirista de mérito secundário, também deve ser 
lembrado por sua importância como biógrafo e historiador da arte, um dos primeiros a reconhecer 
todo o ciclo renascentista como uma fase de renovação cultural e o primeiro a usar o termo 
“Renascimento” na bibliografia, em sua enciclopédica Le Vite de’ più Eccellenti Pittori, Scultori e 
Architettori, uma das fontes primárias para o estudo da vida e obra de muitos artistas do período. 
 
Botticelli – O Nascimento de Vênus 
 
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AULA Nº 15 
A ALTA RENASCENÇA 
A Alta Renascença cronologicamente engloba os anos finais do Quattrocento e as primeiras décadas 
do Cinquecento, sendo delimitada aproximadamente pelas obras de maturidade de Leonardo da Vinci 
(a partir de 1480) e o Saque de Roma em 1527. Foi a fase de culminação do Renascimento, que se 
dissipou mal foi atingida, mas seu reconhecimento é importante porque ali se cristalizaram ideais que 
caracterizam todo o movimento renascentista: o humanismo, a noção de autonomia da arte, a 
emancipação do artista de sua condição de artesão e a equiparação ao cientista e ao erudito, a busca 
pela fidelidade à natureza, e o conceito de gênio, tão perfeitamente encarnado em Da Vinci, Rafael e 
Michelangelo. Se a passagem da Idade Média para a Idade Moderna não estava ainda completa, pelo 
menos estava assegurada sem retorno possível. Eventos como a descoberta da América e a Reforma 
Protestante, e técnicas como a imprensa de tipos móveis, transformaram a cultura e a visão de mundo 
dos europeus, ao mesmo tempo em que a atenção de toda a Europa se voltava para a Itália e seus 
progressos, com as grandes potências da França, Espanha e Alemanha desejando sua partilha e 
fazendo dela um campo de batalhas e pilhagens. Com as invasões que se seguiram,a arte italiana 
espalhou sua influência por uma vasta região do continente. 
 
DA VINCI 
 
 
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RAFAEL 
 
 
MICHELANGELO 
 
 
 
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O CINQUECENTO 
Na fase final do Renascimento, o movimento Cinquecento ganhou grandes proporções dominando 
várias regiões do continente europeu. Em Portugal pode-se destacar a literatura de Gil Vicente (Auto 
da Barca do Inferno) e Luís de Camões (Os Lusíadas). Na Alemanha, os quadros de Albercht Dürer 
(“Adão e Eva” e “Melancolia”) e Hans Holbein (“Cristo morto” e “A virgem do burgomestre Meyer”). A 
literatura francesa teve como seu grande representante François Rabelais (“Gargântua e Pantagruel”). 
No campo científico devemos destacar o rebuliço da teoria heliocêntrica defendida pelos estudiosos 
Nicolau Copérnico, Galileu Galilei e Giordano Bruno. Tal concepção abalou o monopólio dos saberes 
desde então controlados pela Igreja. 
Ao abrir o mundo à intervenção do homem, o Renascimento sugeriu uma mudança da posição a ser 
ocupada pelo homem no mundo. Ao longo dos séculos posteriores ao Renascimento, os valores por 
ele empreendidos vigoraram ainda por diversos campos da arte, da cultura e da ciência. Graças a essa 
preocupação em revelar o mundo, o Renascimento suscitou valores e questões que ainda se fizeram 
presentes em outros movimentos concebidos ao logo da história ocidental. 
 
ALBERCHT DÜRER 
 
 Adão e Eva 
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 Melancolia 
 
HANS HOLBEIN 
 
 Cristo Morto 
 
A virgem e o menino com a família do Burgo mestre Meyer 
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AULA Nº 16 
QUESTÕES 
TEXTO 
O termo Renascimento é comumente aplicado à civilização europeia que sedesenvolveu entre 1300 e 
1650. Além de reviver a antiga cultura greco-romana,ocorreram nesse período muitos progressos e 
incontáveis realizações no campo dasartes, da literatura e das ciências, que superaram a herança 
clássica. O ideal dohumanismo foi sem dúvida o móvel desse progresso e tornou-se o próprio espírito 
doRenascimento. 
Questão 01 - Segundo a arte do Renascimento, julgue os itens a seguir em (C)CERTOS ou (E) ERRADOS: 
1. (C) O termo Renascimento se refere ao resgate dos ideais da cultura grecoromana. 
2. (E) No Renascimento ocorreu a valorização do divino e do sobrenatural. 
3. (E) O artista renascentista teve a oportunidade de expressar suas idéias esentimentos sem estar 
submetido à igreja ou a outro poder. 
4. (E) O Renascimento é marcado pela pressão da igreja junto à produção artística. 
Questão 02 - Ainda sobre o Renascimento, julgue os itens a seguir em (C) CERTOS ou(E) ERRADOS: 
1. (C) A principal característica da arquitetura renascentista é o equilíbrio daslinhas, a organização 
matemática dos espaços e a presença de elementos daantiguidade clássica na decoração. 
2. (C) No período renascentista predomina a tendência de uma interpretaçãocientífica da realidade e 
do mundo. 
3. (E) A pintura renascentista nega qualquer característica do último período gótico. 
4. (C) Nas artes plásticas acontecem estudos sobre a perspectiva segundoprincípios da matemática e 
da geometria. 
Questão 03 - Quanto às características do Renascimento analise e julgue os itensabaixo com (V) 
VERDADEIRO ou (F) FALSO e em seguida marque a alternativacorrespondente à sequência obtida. 
I. Na escultura renascentista o nu é totalmente abandonado. ( ) 
II. A posição do homem como o centro do mundo é retomada. ( ) 
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III. É na arquitetura Renascentista que o interior é decorado com inspiração na arte daAntiguidade 
Clássica. ( ) 
IV. A pintura Renascentista acompanha os mesmos padrões da escultura citados no item1. ( ) 
a) V – F – V – F 
b) F – F – V – V 
c) V – V – F – V 
d) F – V – V – F 
Questão 04 - Desde que Roma adotou a religião cristã como religião oficial, o homemeuropeu viveu 
apenas para Deus e a arte servia como veículo para afirmar sua crença.No século XIV houve muito 
progresso na arte, na literatura e na ciência e o homemvoltou-se para si mesmo, recolocando-se como 
a criatura mais importante da terra. Vimosentão o Renascimento. Quanto às características do 
Renascimento assinale a únicaalternativa CORRETA: 
a) (X) Na escultura renascentista surge o nu, assim como no clássico grego. 
b) ( ) A posição do homem como o centro do mundo é visto pela primeira vez noRenascimento. 
c) ( ) É na arquitetura Renascentista que se decora o interior dos ambientes cominspiração na arte da 
Idade Média. 
d) ( ) A pintura Renascentista acompanha os mesmos padrões da escultura grega. 
TEXTO 
O Renascimento foi um movimento da História em que ocorreram muitosprogressos e incontáveis 
realizações no campo das artes, da literatura e das ciências, quesuperaram a herança clássica. 
Questão 05 - Considerando o texto acima a respeito do Renascimento, julgue os itens em(C) para 
certos e (E) para errados: 
1. ( E ) O texto diz que o Renascimento só contribuiu para o desenvolvimento humano nocampo das 
artes. 
2. ( C) No Renascimento o ser humano se libertou dos fantasmas religiosos e teve aconvicção de que 
também tinha valor. 
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3. (E ) No Renascimento a arte deixou de ser anônima e se tornou individual, ou seja, sóum artista 
poderia realizá-la. 
4. ( C) A arte do Renascimento fez com que o observador a admirasse como um todo, ouseja, com um 
olhar geral sobre a obra. 
Questão 06 - Ainda sobre o Renascimento julgue os itens abaixo: 
1. ( E ) O Renascimento é um movimento que teve origem na Bélgica. 
2. ( C ) Perspectiva, uso do claro e escuro e realismo são características da pinturarenascentista. 
3. ( E ) A técnica do claro-escuro consiste em pintar metade do quadro a luz do dia e aoutra metade à 
noite. 
4. ( E ) Batalhas, torneios e cenas de caça são alguns dos temas da pintura renascentista. 
TEXTO 
Os elementos em comum do Renascimento foram a redescoberta da arte e da literatura da Grécia e 
de Roma, o estudo científico do corpo humano e domundo natural e a intenção de reproduzir com 
realismo as formas da natureza. Uma das descobertas mais significativas foi o método de criar a ilusão 
de profundidade numa superfície plana, chamada perspectiva, que veio a ser a base da pintura 
europeia nos quinhentos anos seguintes. Este período foi chamado de Renascimento. 
QUESTÃO 07 - Sobre o Renascimento julgue os itens: 
01 ( C) Antes do Renascimento a produção artística estava voltada para a igreja. 
02 ( C) O Homem voltou-se para si mesmo, recolocando-se como a criatura mais importante da terra. 
03 ( E ) O Renascimento existiu em toda a Europa menos na Itália. 
04 ( E) Ele foi dividido em dois períodos sendo eles: o quatrocentismo e o quinhentismo. 
QUESTÃO 08 - A respeito do Renascimento, julgue os itens: 
01 ( C ) Na pintura renascentista houve grande preocupação com a fidelidade anatômica. 
02 ( C ) Na pintura renascentista personagens de outras épocas foram vestidos com roupas do século 
XV. 
03 ( C ) A escultura renascentista possuía muito realismo em sua obra. 
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04 ( C ) Na arquitetura renascentista os prédios passaram a ser decorados e inspirados na Antiguidade 
Clássica. 
QUESTÃO 09 – Além de pintor Leonardo da Vinci também foi: 
a- ( ) Geógrafo. 
b- ( X ) Músico. 
c- ( ) Diretor. 
d- ( ) Padre. 
QUESTÃO 10 – São obras de Da Vinci: 
a- ( ) Mona Lisa e Guernica. 
b- ( ) A Virgem dos Rochedos e O Grito. 
c- ( X ) Mona Lisa e A Virgem dos Rochedos. 
d- ( ) O Nascimento de Vênus e Mona Lisa. 
1. Qual das alternativas abaixo apresenta características do Renascimento Cultural? 
A - Teocentrismo; valorização da cultura egípcia; valorização da religião; estética fora da realidade. 
B - Geocentrismo; valorização apenas de temas religiosos; influência do misticismo; estética 
monocromática. 
C - Temas não relacionados com a realidade; pobreza de cores nas pinturas; Teocentrismo; valorização 
de temas abstratos. 
D - Antropocentrismo; valorização da cultura greco-romana; valorização da Ciência e da razão; busca 
do conhecimento em várias áreas. 
2. Vários artistas italianos se destacaram no Renascimento Cultural. Qual das alternativas abaixo 
apresenta nomes de artistas italianos renascentistas? 
A - Leonardo da Vinci, Michelangelo, Rafael Sanzio, Botticelli e Tintoretto. 
B - Pablo Picasso, Van Gogh, Galileu Galilei e Lucas Mantovanni. 
C - Pitágoras, Renoir, Portinari, Monet e Laurentino Schiatti. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
110 
 
D - Lucas Mantovanni, Pablo Picasso, Monet, Girondinelli e Renoir. 
3. Na Itália Renascentista quem eram os mecenas? 
A - Governantes que atuavam como artistas, fazendo esculturas e pinturas. 
B - Pintores que ajudavam financeiramente os burgueses da época. 
C - Burgueses e governantes que protegiam e patrocinavam financeiramente os artistas renascentistas. 
D - Religiosos que perseguiam os artistas que faziam obras de arte que criticavam os fundamentos da 
Igreja Católica. 
 4. Sobre Leonardo da Vinci, é verdadeiro afirmar que: 
A - Foi o mais importante escultor e poeta do Renascimento Italiano. 
B - Foi um importante pintor, escultor, cientista, engenheiro, escritor e físico do Renascimento. 
C - Foi um importante governante italiano que patrocinou vários artistas e cientistas do período 
renascentista. 
D - Foi um importante escultor e pintor italiano do Renascimento, cuja principal obra é Pietá. 
 5. Qual dos países abaixo é considerado o berço do Renascimento? 
A - França 
B - Itália 
C - Espanha 
D - Holanda 
Respostas das questões: 
1. D | 2. A | 3. C | 4. B | 5. B 
 
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111 
 
AULA Nº 17 
O BARROCO 
Barroco é o nome dado ao estilo artístico que floresceu entre o final do século XVI e meados do século 
XVIII, inicialmente na Itália, difundindo-se em seguida pelos países católicos da Europa e da América, 
antes de atingir, em uma forma modificada, as áreas protestantes e alguns pontos do Oriente. 
Considerado como o estilo correspondente ao absolutismo e à Contra-Reforma, distingue-se pelo 
esplendor exuberante. De certo modo o Barroco foi uma continuação natural do Renascimento, 
porque ambos os movimentos compartilharam de um profundo interesse pela arte da Antiguidade 
clássica, embora a interpretando diferentemente. Enquanto no Renascimento o tratamento das 
temáticas enfatizava qualidades de moderação, economia formal, austeridade, equilíbrio e harmonia, 
o tratamento barroco de temas idênticos mostrava maior dinamismo, contrastes mais fortes, maior 
dramaticidade, exuberância e realismo e uma tendência ao decorativo, além de manifestar uma tensão 
entre o gosto pela materialidade opulenta e as demandas de uma vida espiritual. Mas nem sempre 
essas características são bem evidentes ou se apresentam todas ao mesmo tempo. Houve uma grande 
variedade de abordagens que foram englobadas sob a denominação genérica de "arte barroca", com 
certas escolas mais próximas do classicismo renascentista e outras mais afastadas dele, o que tem 
gerado muita polêmica e pouco consenso na conceituação e caracterização do estilo. 
Para diversos pesquisadores o Barroco constitui não apenas um estilo artístico, mas todo um período 
histórico e um movimento sociocultural, onde se formularam novos modos de entender o mundo, o 
homem e Deus. As mudanças introduzidas pelo espírito barroco se originaram, pois, de um grande 
respeito pela autoridade da tradição clássica, e de um desejo de superá-la com a criação de obras 
originais, dentro de um contexto que já se havia modificado profundamente em relação ao período 
anterior. 
Desde o Renascimento a Itália se tornara o maior polo de atração de artistas em toda a Europa, e no 
início do século XVI, Roma, sede do Papado católico e capital dos Estados Pontifícios, se tornara o 
maior centro irradiador de influência artística, tendo a Igreja como o mais pródigo mecena. Mas desde 
lá, tendo passado por invasões dramáticas, como a que culminou no Saque de Roma de 1527, e 
sofrendo com agitação interna, a Itália havia perdido muito prestígio e força, ainda que continuasse a 
ser a maior referência na cultura europeia. A atmosfera otimista do Renascimento havia se 
desvanecido. Os progressos na filosofia, nas ciências e nas artes, o florescer do humanismo, não 
evitaram os ódios e guerras, e a fé no homem como imagem da Divindade e no mundo como um novo 
Éden em potencial - um modo recorrente no Renascimento - se deparava com o cinismo e a brutalidade 
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112 
 
da política, a vaidade do clero, a eterna opressão do povo, surgindo uma nova corrente cultural a que 
se deu o nome de Maneirismo - erudita, sofisticada, experimental, mas carregada de dúvidas e 
agitação, e dada a excentricidades e ao cultivo do bizarro. 
 
Na religião, o poder papal teve de enfrentar a Reforma Protestante, um evento com amplas 
repercussões políticas e sociais, que pôs um fim à unidade do Cristianismo e solapou a influência 
católica sobre os assuntos seculares de toda a Europa, que antes era imensa. Além das diferenças de 
doutrina, onde se incluía a condenação do culto às imagens, os protestantes denunciaram o luxo 
excessivo dos templos e a corrupção do clero católico. Suas igrejas rapidamente se esvaziaram de 
estátuas e pinturas devocionais e de decoração. A reação católica foi orquestrada a partir da 
convocação do Concílio de Trento (1545-1563), o marco inicial da Contra-Reforma, numa tentativa de 
refrear a evasão de fiéis para o lado protestante e a perda de influência política da Igreja. Ao mesmo 
tempo em que fazia uma revisão na doutrina, estabelecendo uma nova abordagem do conceito de 
Deus, a Contra-Reforma tentou moralizar o clero e disciplinou a produção de arte sacra, buscando 
utilizá-la como instrumento de proselitismo. Longas guerras de religião seguiriam o cisma protestante 
nas décadas seguintes, devastando muitas regiões. Na economia, a abertura de novas rotas comerciaisem vista das grandes navegações deixou a Itália fora do centro do comércio internacional, deslocando 
o eixo econômico para as nações do oeste europeu. Portugal, Espanha, França, Inglaterra e Países 
Baixos eram as novas potências navais, cuja ascensão política era financiada pelas riquezas coloniais e 
o comércio em expansão. A arte desses países se beneficiou enormemente desse novo afluxo de 
riquezas. 
Murray Edelman, fazendo um balanço da arte deste período, disse que: 
"Os pintores e escritores maneiristas do século XVI eram menos "realistas" do que seus predecessores 
da Alta Renascença, mas eles reconheceram e ensinaram muito sobre como a vida pode se tornar 
motivo de perplexidade: através da sensualidade, do horror, do reconhecimento da vulnerabilidade, 
da melancolia, do lúdico, da ironia, da ambiguidade e da atenção a diversas situações sociais e naturais. 
Suas concepções tanto reforçaram como refletiram a preocupação com a qualidade da vida cotidiana, 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
113 
 
com o desejo de experimentar e inovar, e com outros impulsos de índole política... É possível que toda 
arte apresente esta postura, mas o Maneirismo a tornou especialmente visível". 
 
Andrea Pozzo: Apoteose de Santo Inácio, teto da Igreja de Santo Inácio de Loyola, Roma 
Vamos aproveitar esta obra e propor um trabalho bem legal: que tal fazermos um oratório no estilo 
barroco? Ficam lindos demais e eles poderão fazer uma bela exposição e até mesmo vendê-los. Eis 
alguns modelos feitos com material reciclado 
http://artesanatoquefaz.blogspot.com.br/2011/09/oratorio-feito-com-lata-de-sardinha.html: 
 
 
http://artesanatoquefaz.blogspot.com.br/2011/09/oratorio-feito-com-lata-de-sardinha.html
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Jacob Jordaens: A família do artista, Museu do Prado 
 
Antoine Coysevox: A Fama do Rei cavalgando Pégaso, originalmente no Parque de Marly, hoje no Louvre 
 
A convocação do Concílio de Trento teve profundas consequências para a arte produzida na área de 
influência da Igreja Católica: a teologia assumiu o controle e impôs restrições às excentricidades 
maneiristas buscando reiterar a continuidade da tradição católica, recuperar o decoro na 
representação, criar uma arte mais compreensível pelo povo e homogeneizar o estilo. Desde então 
tudo devia ser submetido de antemão ao crivo dos censores, desde o tema, a forma de tratamento e 
até mesmo a escolha das cores e dos gestos dos personagens. Nesse processo a Ordem dos Jesuítas 
foi de especial importância. Afamados pelo seu refinado preparo intelectual, teológico e artístico, os 
jesuítas exerceram enorme influência na determinação dos rumos estéticos e ideológicos seguidos 
pela arte católica, estendendo sua presença para a América e o Oriente através de suas numerosas 
missões de evangelização. Também foram grandes responsáveis pela preservação da tradição do 
Humanismo renascentista, e, longe de serem conservadores como às vezes foram considerados, 
atuaram na vanguarda de arte da época e promoveram o maior movimento de revivalismo da filosofia 
do classicismo pagão desde aquele patrocinado por Lorenzo de' Medici no século XV. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
115 
 
A orientação da Igreja agora era na direção de se produzir uma arte que pudesse cooptar a massa do 
povo, apelando para o sensacionalismo e uma emocionalidade intensa. O estilo produzido por este 
programa se provou desde logo ambíguo: pregava a fé, mas usava de todos os meios para a 
sensibilização sensorial do público. As imagens eram criadas com formas naturalistas como meio de 
serem imediatamente compreendidas pelo povo inculto, mas faziam uso de complexos recursos 
ilusionísticos e dramáticos, de efeito grandioso e teatral, para acentuar o apelo visual e emotivo e 
estimular a piedade e a devoção. 
Outro elemento de importância para a formação da estética barroca foi a consolidação das monarquias 
absolutistas, que através da arte procuraram consagrar os valores que defendiam. Os palácios reais 
passaram a ser construídos em escala monumental, a fim de exibir visivelmente o poder e a grandeza 
dos Estados centralizados, e o maior exemplo dessa tendência é o Palácio de Versalhes, erguido a 
mando de Luís XIV da França. 
 
Por outro lado, nesta mesma época a burguesia começou a se afirmar como uma classe 
economicamente influente, e com isso passou a se educar e abrir um novo mercado consumidor de 
arte. Tendo preferências estéticas distintas da realeza, foi importante para a formação de certas 
escolas barrocas mais ligadas ao realismo. Por fim, outra força ativa foi um renovado interesse no 
mundo natural e uma gradativa ampliação dos horizontes culturais através da exploração do globo e 
do desenvolvimento da ciência, que trouxeram uma consciência da insignificância do homem em meio 
à vastidão do universo e da insuspeitada complexidade da natureza. O desenvolvimento da pintura de 
paisagem durante o Barroco foi um reflexo desses novos descobrimentos. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
116 
 
 
Os séculos XVII-XVIII, período principal de vigência do Barroco, continuaram a ser marcados por 
numerosas mudanças na situação política europeia e pelo conflito constante. Foi assinalado que entre 
1562 e 1721 a Europa como um todo não conheceu a paz senão em quatro anos. A maior guerra deste 
período foi a Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), que envolveu a Espanha, França, Suécia, Dinamarca, 
Países Baixos, Áustria, Polônia, Império Otomano e Sacro Império. De início, desencadeada pela 
disputa entre católicos e protestantes, logo repercutiu para o campo secular em questões dinásticas e 
nacionalistas. 
Segundo José Antonio Maravall, na cultura da época, o autoconhecimento, desejado desde o tempo 
de Sócrates, agora se revestia de um caráter tático, racional e utilitarista. E a partir do 
autoconhecimento e autodomínio, acreditava-se que se conheceria o íntimo de todos os homens, e se 
poderia dominar a natureza e o ambiente social com mais facilidade. Esse autoconhecimento 
possibilitava ainda que se fizessem previsões sobre tendências e comportamentos futuros, individuais 
e coletivos, aproveitando oportunidades e evitando desgraças. 
 
Philippe de Champaigne: Vaidade, c. 1671. Museu de Tessé, Le Mans 
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117 
 
Nessa pesquisa do ser humano um papel importante foi desempenhado pela medicina, considerando-
se que se acreditava que as funções e aspecto do corpo refletiam condições da alma, e assim o estudo 
do corpo humano influenciou conceitos religiosos e morais, fazendo com que muitos doutores se 
sentissem habilitados a discorrer sobre economia, política e moralidade. Ao mesmo tempo, o estudo 
intensificado da anatomia humana e sua ampla divulgação em livros científicos e gravuras atraiu a 
atenção dos artistas, se multiplicaram representações do corpo morto em detalhe, e a descrição 
artística da morte e dos cadáveres e esqueletos foi usada para se meditar sobre os fins últimos da 
existência e da condição humana. O mesmo impulso científico alimentou o interesse pela psicologia e 
pela análise das emoções e motivações através da fisionomia física do indivíduo, considerada o espelho 
do seu estado de espírito, o que possibilitou a formulação de categorizações para os tipos 
caracterológicos. 
 
Charles Le Brun: A apoteose de Luís XIV, 1677. 
Usualmente, considera-se que termo "barroco" originalmente significaria "pérola irregular ou 
imperfeita", um termo cuja origem é obscura, pode derivar do português antigo, do espanhol, do árabe 
ou do francês. Segundo outras opiniões, porém, o termo tem origem em uma fórmula mnemotécnica 
usada pelos escolásticos para designar um dos modos do silogismo, o que daria ao termo um sentido 
pejorativo de raciocínio estranho, tortuoso, que confunde o falso com o verdadeiro. A palavra 
rapidamente ganhou circulação nas línguas francesa e italiana, mas nas artes plásticas, só foi usada no 
fimdo período em questão, quando novos classicistas começaram a criticar excessos e irregularidades 
de um estilo já então visto como decadente e uma simples degeneração dos princípios clássicos. Na 
própria Itália em que nasceu, durante muito tempo foi considerado como o período em que a arte 
chegou ao seu nível mais baixo: pesada, artificial, de mau gosto e dada a extravagâncias e contorções 
injustificáveis e incompreensíveis. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
118 
 
 
 
AULA Nº 18 
O BARROCO NO BRASIL 
 
 
O barroco teve grande importância no reforço dos valores religiosos disseminados no Brasil Colonial. 
No Brasil Colonial, a presença dos jesuítas teve grande importância no processo de disseminação do 
cristianismo católico no interior da colônia. Não por acaso – visando aperfeiçoar suas ações 
missionárias –, os jesuítas trouxeram da Europa as influências estéticas de cunho fortemente religioso 
que marcaram o estilo barroco. Na maioria das vezes, esse tipo de criação se manifestou na construção 
de igrejas e imagens religiosas que tomavam campo nos centros urbanos do país. 
Chegando ao Brasil, as construções de traço barroco se lançavam aos olhos de uma população mista 
formada por alfaiates, ambulantes, funcionários públicos, indígenas, escravos e vadios. Essa 
população, na maioria das vezes, só conseguia compreender o sentido dos valores religiosos afirmados 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
119 
 
pela catequese com a imponência de imagens ricas em que a complexa ornamentação pretendia 
reafirmar o caráter sagrado dos santos e templos religiosos. 
 
De forma geral, as obras e construções barrocas eram fabricadas a partir do uso de pedra-sabão, barro 
cozido e madeira policromada ou dourada. Além disso, existiu uma visível preocupação em se 
reproduzir movimentos de conteúdo dramático, o uso de linhas curvas, a preferência por construções 
de porte grandioso e o uso de um impacto visual capaz de chamar atenção dos apreciadores. O barroco 
tentou exprimir uma religiosidade de princípio medieval com a sofisticação da arte renascentista. 
 
Dentre os principais representantes dessa arte podemos destacar o escultor Antônio Francisco Lisboa, 
mais conhecido como Aleijadinho, e o pintor Manuel da Costa Ataíde. Ambos viveram o auge do 
barroco no Brasil, na passagem do século XVIII para o XIX, promovendo um estilo próprio que tendeu 
a eliminar alguns dos excessos perceptíveis nas obras que tinham maior aproximação com o barroco 
desenvolvido no Velho Mundo. 
 
O valor educativo lançado à arte barroca é percebido na dinâmica dos elementos trabalhados em suas 
principais obras. A tensão entre o medieval e o renascentista pode ser observada no uso de imagens 
austeras combinadas com a sofisticação dos ornamentos. Paralelamente, os itens acessórios tinham 
um valor narrativo onde o observador poderia identificar um santo e sua história através do dragão de 
São Jorge; ou a chave dos céus carregada por São Pedro. 
 
O aparecimento desses artistas no ambiente colonial indicava um período de relativa prosperidade 
material nas cidades e vilas que se enriqueciam graças aos recursos trazidos pela exploração do ouro, 
a partir do século XVIII. Em muitos casos, essa nova situação fazia com que mulatos e outras figuras 
marginalizadas do mundo colonial alcançassem prestígio ou um interessante meio de sustentação. 
Dessa maneira, podemos ver interessantes situações históricas por meio do desenvolvimento de tal 
arte no Brasil. Uma das mais intrigantes se remete à formação de um mercado consumidor dessa arte 
de caráter fortemente religioso. As irmandades, igrejas e particulares eram os principais consumidores 
das construções arquitetônicas e imagens barrocas. Atualmente, o barroco possui grande valor 
histórico e estético e tem a maioria de suas obras concentradas em regiões do interior mineiro e no 
Nordeste. 
 
 
 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
120 
 
ESCULTURA 
 
 
Aleijadinho: Passo da Paixão, no estilo dos sacro montes, no Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, Congonhas 
 
Na escultura é de assinalar o desenvolvimento de um gênero de composição grupal chamado de "sacro 
monte", concebido pela Igreja e rapidamente difundido por outros países. Trata-se de um conjunto 
que reproduz a Paixão de Cristo ou outras cenas piedosas, com figuras policromas em atitudes realistas 
e dramáticas em um arranjo teatralizado, e destinadas a comover o público. 
Às vezes tais grupos eram confeccionados de forma a poderem ser movidos e transportados sobre 
carros em procissões, criando-se uma nova categoria escultórica, a das estátuas de roca em madeira. 
Para aumentar o efeito mimético muitas possuíam membros articulados, para que pudessem ser 
manipuladas como marionetes, assumindo uma gestualidade eficiente e evocativa, variável de acordo 
com o progresso da ação cênica. Recebiam roupagens que imitavam as de pessoas vivas, e pintura que 
se assemelhava à carne humana. E para maior ilusão, seus olhos podiam ser de vidro ou cristal, as 
cabeleiras naturais, as lágrimas de resina brilhante, os dentes e unhas de marfim ou osso, e a 
preciosidade do sangue das chagas dos mártires e do Cristo flagelado podia ser enfatizada com a 
aplicação de rubis. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
121 
 
 
Nossa Senhora da Fé, sacristia da Catedral de Salvador 
 
AULA Nº 19 
PINTURA 
Uma das mais típicas modalidades de pintura do Barroco é a criação de grandes tetos pintados onde 
as paredes do templo parecem continuar para cima e se abrir para o céu, oferecendo a visão de uma 
epifania, onde santos, anjos e Cristo parecem descer entre nuvens e resplendores de glória. A técnica 
não era inteiramente nova e já havia sido praticada por outros como Correggio e Michelangelo no 
Maneirismo, mas o tratado de Pozzo se tornou canônico, sendo traduzido para várias línguas 
ocidentais, e até para o chinês. Enquanto que seus predecessores continham o céu num espaço mais 
limitado, Pozzo e seus seguidores buscaram deliberadamente uma impressão de infinitude. 
 
 
 
 
 
 
 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
122 
 
POZZO 
 
 
Também típica da pintura barroca foi a corrente dedicada à exploração especialmente dramática dos 
contrastes de luz e sombra, a chamada escola Tenebrista. Seu nome deriva de tenebra (treva, em 
latim), e é uma radicalização do princípio do chiaroscuro. Teve precedentes na Renascença e se 
desenvolveu com maior força a partir da obra do italiano Michelangelo Merisi, dito Caravaggio, sendo 
praticada também por outros artistas da Espanha, Países Baixos e França. Como corrente estilística 
teve curta duração, mas em termos de técnica representou uma importante conquista, que foi 
incorporada à história da pintura ocidental. Por vezes o Tenebrismo é entendido como sinônimo de 
Caravaggismo, mas não são coisas idênticas. Os intensos contrastes de luz e sombra emprestam um 
aspecto monumental aos personagens, e embora exagerada, é uma iluminação que aumenta a 
sensação de realismo. Torna mais evidentes as expressões faciais, a musculatura adquire valores 
escultóricos, e se enfatizam o primeiro plano e o movimento. Ao mesmo tempo, a presença de grandes 
áreas enegrecidas dá mais importância à pesquisa cromática e ao espaço iluminado como elementos 
de composição com valor próprio. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
123 
 
 
Também se tornaram comuns no Barroco a pintura de naturezas-mortas e interiores domésticos, 
refletindo a crescente influência dos gostos burgueses. Nos Países Baixos protestantes foram um dos 
traços distintivos do Barroco local, conhecido ali como a Era Dourada da pintura. Na época a região 
era uma das mais prósperas da Europa, e estando livre do controle católico pode manter uma tradição 
de liberdade de pensamento, dentro de uma organização política bastante democrática. Tinha a 
burguesia comerciante como sua classe social mais influente, a qual patrocinava uma pintura 
essencialmente secular,de caráter único no panorama barroco. Também se cultivou a pintura de 
paisagem, geralmente despojada de conteúdo narrativo ou dramático, ao contrário de outras regiões 
europeias, onde muitas vezes a paisagem foi produzida como um cenário para cenas históricas, 
alegóricas ou religiosas. Na Espanha o Barroco pictórico tingiu-se de um misticismo desconhecido em 
outras paragens, inspirado no dramatismo do Tenebrismo, já citado, e na obra de mestres como 
Francisco Pacheco e em particular El Greco, possivelmente o mais típico integrante da corrente mística. 
 
Caravaggio: A crucificação de São Pedro, 1600-1601. Igreja de Santa Maria del Popolo, Roma 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
124 
 
 
Rembrandt: Lição de anatomia do Dr. Tulp, 1632. Mauritshuis, Haia 
 
 
Tomás Yepes: Natureza-morta com aves e lebre, século XVII. Museu do Prado, Madrid 
 
ARQUITETURA DO BARROCO 
A arquitetura barroca é caracterizada pela complexidade na construção do espaço e pela busca de 
efeitos impactantes e teatrais, uma preferência por plantas axiais ou centralizadas, pelo uso de 
contrastes entre cheios e vazios, entre formas convexas e côncavas, pela exploração de efeitos 
dramáticos de luz e sombra, e pela integração entre a arquitetura e a pintura, a escultura e as artes 
decorativas em geral. O exemplo precursor da arquitetura barroca geralmente é apontado na Igreja 
de Jesus em Roma, cujo projeto foi de Giacomo Vignola e a fachada e a cúpula de Giacomo della Porta. 
Vignola partiu de modelos clássicos estabelecidos pelo Renascimento, que por sua vez se inspiraram 
na tradição arquitetônica da Grécia e da Roma antigas. As diferenças introduzidas por ele foram a 
supressão do transepto, a ênfase na axialidade e o encurtamento da nave, e procurou obter uma 
acústica interna eficaz. A fachada se tornou um modelo para as gerações futuras de igrejas jesuítas, 
com pilastras duplas sustentando um frontão no primeiro nível, e um outro frontão, maior, coroando 
toda a composição. O interior era originalmente despojado, e seu aspecto atual é resultado de 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
125 
 
decorações no final do século XVII, destacando-se um grande painel pintado no teto com o recurso da 
arquitetura ilusionística. 
AULA Nº 20 
LITERATURA PARA O TEATRO 
 
 
O envenenamento de Britannicus, ilustração de François Chauveau para a edição de 1675 da tragédia Britannicus, de Jean 
Racine 
O drama barroco tipicamente usa motivos clássicos, mas tenta trazê-los para o mundo moderno, 
muitas vezes centrando a ação na figura do monarca. Ao contrário do drama clássico, onde o destino 
é uma das principais forças propulsoras da ação, um destino que é cego e contra o qual não há nada 
capaz de se opor, no drama barroco o interesse passa para as dificuldades inerentes ao exercício do 
poder, da vontade e da razão diante da realidade política corrupta, cruel e cínica e do descontrole das 
paixões, gerando uma perene e dolorosa tensão entre o desejo por um mundo harmonioso, belo e 
santificado e a impressão de que tudo se dirige para a catástrofe e a destruição, sem qualquer 
esperança para o homem. Para a expressão desses conflitos um recurso técnico comum é a alegoria, 
que transporta os fatos concretos para uma esfera mais abstrata e mais abrangente, possibilitando 
múltiplas interpretações e fazendo relacionamentos simultâneos entre vários níveis de realidade. 
Ainda que os personagens e os motivos tenham se multiplicado em relação ao Renascimento, no 
drama Barroco a ação é mantida mais coesa e ininterrupta por uma rede mais complexa de 
relacionamentos entre os seus agentes, conduzindo um desenvolvimento narrativo marcado pelas leis 
da causa e efeito, ainda que em seu curso a trama muitas vezes seja entremeada por surpresas e 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
126 
 
reviravoltas imprevistas, de qualquer forma encaixadas plausivelmente dentro dos limites da lógica. 
Outra diferença em relação ao período anterior é que os personagens já não são tipos fixos, com 
caracteres imutáveis e previsíveis. Antes um herói era sempre um herói, e suas ações sempre virtuosas; 
um bandido era sempre vil e suas intenções sempre obscuras e daninhas. No Barroco os personagens 
são mais humanos e contraditórios, suas personalidades apresentam áreas claras e escuras, e as 
mudanças nos comportamentos, humores e motivações podem ser abruptas e drásticas. Finalmente, 
a ação não é mais concebida como um arco perfeito, com um início, meio e fim nítidos, com um 
progressivo e calculado acúmulo de tensão que culmina num clímax final; os dramas barrocos podem 
iniciar com uma impressão de casualidade, como se o observador tivesse capturado uma cena de 
passagem e sido jogado para dentro da trama acidentalmente; tampouco os finais são sempre um 
clímax, e nas tragédias barrocas a morte do protagonista no final deixa de ser uma regra. Esses traços, 
contudo, são muito genéricos, e casos particulares podem apresentar estruturas e desenvolvimentos 
bastante diversos, como é típico de todo o Barroco. 
 
LITERATURA BARROCA NO BRASIL 
A literatura barroca no Brasil foi introduzida pelos portugueses, quando não havia uma produção 
cultural significante no país. Por isso, refletindo a literatura portuguesa, a produção literária nesse 
período não é reconhecida como genuinamente nacional, mas um estilo absorvido e resultante do 
período colonial. 
Sua linguagem é rebuscada e ambígua. Caracteriza-se por utilizar largamente figuras de linguagem: 
metáfora, antítese, o paradoxo e a sinestesia. 
Nos séculos XVII e XVIII, ainda não havia no Brasil condições para o desenvolvimento de uma atividade 
literária propriamente dita. O imenso território era, na maior parte, despovoado. A vida social 
brasileira girava em torno de alguns pequenos núcleos urbanos e a vida cultural praticamente não 
existia. As pessoas letradas que viviam nas mesmas cidades reuniam-se para conversar e mostrar, uns 
aos outros, os textos que eventualmente tivessem escrito (poesias, artigos, ensaios etc.). Só no século 
XIX começou a formar-se um público leitor que possibilitou a continuidade da produção literária. 
Em vista dessa precariedade cultural da sociedade brasileira, seria exagero falar em movimento 
barroco no Brasil. O que temos, na verdade, são alguns escritores que, bebendo em fontes estrangeiras 
(geralmente autores portugueses e espanhóis), produzem aqui textos com características barrocas. 
Desses escritores merecem destaque Gregório de Matos, por suas poesias, e o padre Antônio Vieira, 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
127 
 
por seus sermões. Além deles, temos Bento Teixeira (1561-1600), autor do poema Prosopopéia, de 
1601, que costuma ser considerado o marco inicial do Barroco brasileiro, Manuel Botelho de Oliveira 
(1636-1711), autor do livro Música do Parnaso, e Frei Itaparica. 
Gregório de Matos (1633-1696) é o maior nome da poesia barroca brasileira. Não teve nenhum livro 
publicado em vida. Depois de sua morte, os manuscritos encontrados foram sendo publicados em 
diferentes coletâneas, sem nenhum rigor crítico. O que chamamos de obra poética de Gregório de 
Matos é, na verdade, fruto de pesquisas nessas coletâneas, o que ainda deixa dúvida sobre a 
autenticidade de muitos textos que lhe são atribuídos. 
Suas poesias amorosas e religiosas, que revelam influência do barroco espanhol, despertaram 
inicialmente a atenção da crítica, mas hoje sua produção satírica, escrita em linguagem debochada e 
plena de termos de baixo calão, também vem sendo valorizada por representar um documento do 
ponto de vista sociológico e linguístico. Por suas críticas ferinas à sociedade baiana, Gregório de Matos 
recebeu o apelido de "Boca do Inferno". 
"Esse povo maldito..." 
[Fugindo da Bahia] 
"(...) 
Ausentei-me da Cidade 
Porque esse Povo maldito 
me pôs em guerra com todos 
e aqui vivo em paz comigo. 
Aqui os dias não me passam, 
porque o tempo fugitivo, 
por ver minha solidão, 
páraem meio do caminho. 
Graças a deus, que não vejo 
neste tão doce retiro 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
128 
 
hipócritas embusteiros2 
velhacos entremetidos3 . 
Não me entram nesta palhoça 
visitadores prolixos4 , 
políticos enfadonhos5 , 
cerimoniosos vadios. 
(...)" 
 
PADRE ANTÔNIO VIEIRA 
Antônio Vieira (1608-1697) escreveu muitos sermões, dentre os quais se destacam: Sermão da 
Sexagésima, em que discorre sobre a arte de pregar; Sermão de Santo António aos Peixes, em que 
trata da escravidão do indígena; Sermão do Mandato, em que fala do amor místico de Cristo; Sermão 
pelo bom sucesso das armas de Portugal contra as de Holanda, que proferiu por ocasião do cerco dos 
holandeses à cidade da Bahia. 
Deixou ainda uma grande quantidade de cartas, que são documentos importantes para o estudo da 
época em que viveu, e as obras História do futuro e Esperanças de Portugal, de cunho sebastianista, 
publicadas postumamente. 
 
TEATRO 
O teatro barroco herdou os avanços renascentistas na construção de cenários com perspectivas 
ilusionísticas, o que estava ligado à revivescência da arquitetura clássica. Arquitetos como Vincenzo 
Scamozzi, Sebastiano Serlio, Bernardo Buontalenti e Baldassare Peruzzi haviam participado ativamente 
da concepção de cenários de impacto realista, seja através de painéis pintados, o que era mais comum, 
seja com construções realmente tridimensionais sobre os palcos, e pelo fim do século XVI a cenografia 
se tornara uma parte importante na representação teatral. 
À medida que os cenários móveis se tornavam mais complexos, da mesma forma evoluíam as casas 
teatrais, até então construções temporárias ou de proporções modestas. O primeiro grande teatro 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
129 
 
permanente fora erguido em Florença em meados do século XVI, e no século seguinte, vários outros 
apareceram. O primeiro proscênio permanente surgiu em 1618 no Teatro Farnese em Parma, sob a 
forma de uma derivação de um arco de triunfo. Fixos, limitavam a visão do público à regra da 
perspectiva central, que correspondia simbolicamente à visão do governante, um reflexo da ideologia 
absolutista. 
Também herança do Renascimento foram a presença amiudada de motivos clássicos e a concepção da 
ação numa unidade de tempo e espaço, que havia sido definida por Aristóteles na Grécia Antiga. O 
resultado dessa regra foi a narrativa se desenvolver em um único local num mesmo dia, forçando a 
ação dentro destes limites rígidos. Essencialmente artificial, este tipo de teatro só encontrou 
apreciadores entre a elite italiana. Contudo, à medida que o Barroco progredia, estes parâmetros 
foram paulatinamente sendo abandonados, enquanto que na Inglaterra e Espanha, por exemplo, a 
tradição dos mistérios e paixões medievais continuava viva. No fim do século XVI nasceu um dos 
gêneros teatrais mais importantes, a ópera, que foi concebida inicialmente como uma ressurreição do 
drama clássico grego, mas logo se desenvolveu para tornar-se a súmula de todas as artes, envolvendo 
representação, dança, música e um complexo aparato cênico para a produção de efeitos especiais. 
Também reservada de início às elites, logo se tornou apreciada pelo povo, fazendo imenso sucesso em 
quase toda a Europa. 
 
MÚSICA 
O século XVII trouxe à música a revolução mais profunda desde aquela promovida pela Ars nova no 
século XIV, e talvez tão importante quanto a que foi implementada pela música moderna no século 
XX. É certo que tais mudanças não surgiram do nada e tiveram precursores, e demoraram anos até 
serem absorvidas em larga escala, mas em torno do ano 1600 se apresentaram obras que constituem 
verdadeiros marcos de passagem. Esse novo espírito requereu a criação de um vocabulário musical 
vastamente expandido e uma rápida evolução na técnica, especialmente a vocal. As origens do Barroco 
musical estão no contraste entre dois estilos nitidamente diferenciados, o chamado prima prattica, o 
estilo geral do século XVI, e o seconda prattica, derivado de inovações na música de teatro italiana. Na 
harmonia, outra área que sofreu mudança significativa, abandonaram-se os modos gregos ainda 
prevalentes no século anterior para adotar-se o sistema tonal, construído a partir de apenas duas 
escalas, a maior e a menor, que encontrou sua expressão mais típica na técnica do baixo contínuo. 
Além disso, instalou-se a primazia do texto e dos afetos sobre a forma e a sonoridade; o contraponto 
e os estilos polifônicos, especialmente na música sacra, sobreviveram, mas descartaram texturas 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
130 
 
intrincadas onde o texto se torna incompreensível, como ocorria no Renascimento; iniciou-se a 
teorização da performance com tratados e manuais para profissionais e amadores; foram introduzidas 
afinações temperadas e formas concertantes; o baixo e a melodia assumem um lugar destacado na 
construção das estruturas; a melodia buscou fontes populares e a dissonância passou a ser empregada 
como recurso expressivo; as vozes superior e inferior foram enfatizadas; às sonoridades interválicas 
sucederam as acórdicas, e escolas nacionais desenvolveram características idiossincráticas. 
Entretanto, assim como nas outras artes, o Barroco musical foi uma pletora de tendências distintas; 
George Buelow considera que a diversidade foi tão grande que o conceito perdeu relevância como 
definição de uma unidade estilística, mas reconhece que o termo se fixou na musicologia. 
 
AULA Nº 21 
QUESTÕES SOBRE O BARROCO 
1. (UFRN) 
A obra de Gregório de Matos — autor que se destaca na literatura barroca brasileira — compreende 
a. poesia épico-amorosa e obras dramáticas. 
b. poesia satírica e contos burlescos. 
c. poesia lírica, de caráter religioso e amoroso, e poesia satírica. 
d. poesia confessional e autos religiosos. 
e. poesia lírica e teatro de costumes. 
Resposta: c 
2. (Mack-SP) 
Assinale a alternativa incorreta: 
a. Julgada em bloco, a literatura brasileira do quinhentismo é uma típica manifestação barroca. 
b. Na poesia de Gregório de Matos, percebe-se o dualismo barroco: mistura de religiosidade e 
sensualismo, misticismo e erotismo, valores terrenos e aspirações espirituais. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
131 
 
c. A literatura no Brasil colonial é clássica, tendo nascido pela mão dos jesuítas, com uma intenção 
doutrinária. 
d. Com António Vieira, a estética barroca atinge o seu ponto alto em prosa no Brasil. 
e. Não se deve dizer que a literatura seiscentista brasileira seja inferior por ser barroca, mas sim que é 
uma literatura barroca de qualidade inferior, com exceções raras. 
Resposta: a 
3. (Mack-SP) 
Ao Barroco brasileiro pertencem: 
a. Camões e Gil Vicente. 
b. Manoel B. Oliveira e Gregório de Matos. 
c. Sóror Mariana Alcoforado e Gregório de Matos. 
d. Gandavo e Camões. 
e. Gil Vicente e Manoel B. Oliveira. 
Resposta: b 
4.(UFRS) 
Considere as seguintes afirmações sobre o Barroco brasileiro: 
I. A arte barroca caracteriza-se por apresentar dualidades, conflitos, paradoxos e contrastes, que 
convivem tensamente na unidade da obra. 
II. O conceptismo e o cultismo, expressões da poesia barroca, apresentam um imaginário bucólico, 
sempre povoado de pastoras e ninfas. 
III. A oposição entre Reforma e Contra--Reforma expressa, no plano religioso, os mesmos dilemas de 
que o Barroco se ocupa. 
Quais estão corretas? 
a. Apenas I. 
b. Apenas II. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
132 
 
c. Apenas III. 
d. Apenas l e III. 
e. I, II e III. 
Resposta: d 
6. (UFRS) 
Com relação ao Barroco brasileiro, assinale a alternativa incorreta. 
a. Os Sermões, do padre António Vieira, elaborados numa linguagem conceptista, refletiram as 
preocupações do autor com problemas brasileiros da época,por exemplo, a escravidão. 
b. Os conflitos éticos vividos pelo homem do Barroco corresponderam, na forma literária ao uso 
exagerado de paradoxos e inversões sintáticas. 
c. A poesia barroca foi a confirmação, noplano estético, dos preceitos renascentistas de harmonia e 
equilíbrio, vigentes na Europa no século XVI, que chegaram ao Brasil no século XVII, adaptados, então, 
à realidade nacional. 
d. Um dos temas principais do Barroco é a efemeridade da vida, questão que foi tratada no dilema de 
viver o momento presente e, ao mesmo tempo, preocupar-se com a vida eterna. 
e. A escultura barroca teve no Brasil o nome de António Francisco Lisboa, o Aleijadinho, que, no século 
XVII, elaborou uma arte de tema religioso com traços nacionais e populares, numa mescla 
representativa do Barroco. 
Resposta: c 
7. (PUCC-SP) 
“Que falta nesta cidade? Verdade”. 
Que mais por sua desonra? Honra. 
Falta mais que se lhe ponha? Vergonha. 
O demo a viver se exponha, 
Por mais que a fama a exalta, 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
133 
 
Numa cidade onde falta 
Verdade, honra, vergonha." 
Pode-se reconhecer nos versos acima, de Gregório de Matos, 
a. o caráter de jogo verbal próprio do estilo barroco, a serviço de uma crítica, em tom de sátira, do 
perfil moral da cidade da Bahia. 
b. o caráter de jogo verbal próprio da poesia religiosa do século XVI, sustentando piedosa lamentação 
pela falta de fé do gentio. 
c. o estilo pedagógico da poesia neoclássica, por meio da qual o poeta se investe das funções de um 
autêntico moralizador. 
d. o caráter de jogo verbal próprio do estilo barroco, a serviço da expressão lírica do arrependimento 
do poeta pecador. 
e. o estilo pedagógico da poesia neoclássica, sustentando em tom lírico as reflexões do poeta sobre o 
perfil moral da cidade da Bahia. 
Resposta: a 
1. Quais são as três principais temáticas da poesia de Gregório de Matos? 
Resposta: A temática religiosa, a satírica e a amorosa. 
2. Por qual motivo o poeta foi apelidado de “Boca do Inferno”? 
Resposta: Pois ele fazia poemas criticando e satirizando pessoas influentes da Bahia. 
3. 
Pequei, Senhor; mas não porque hei pecado, 
Da vossa alta clemência me despido; 
Antes, quanto mais tenho delinquido, 
Vos tenho a perdoar mais empenhado. 
Se basta a vos irar tanto pecado, 
A abrandar-vos sobeja um só gemido: 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
134 
 
Que a mesma culpa, que vos há ofendido, 
Vos tem para o perdão lisonjeado. 
Se uma ovelha perdida já cobrada, 
Glória tal e prazer tão repentino 
Vos deu, como afirmais na Sacra História: 
Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada, 
Cobrai-a; e não queirais, Pastor Divino, 
Perder na vossa ovelha a vossa glória. 
Com base na leitura do poema A Jesus Cristo Nosso Senhor, responda: 
a) Qual a temática do poema? 
Resposta: A temática religiosa. 
b) Quais as antíteses presentes no poema? 
Resposta: Delinquido e perdoar, irar e abrandar, ofendido e lisonjeado, cobrar (no sentido de recobrar) 
e perder. 
c) Qual a principal contradição do poema? 
Resposta: A de que quanto mais o poeta comete pecados, mais o Senhor deve perdoá-lo para que Ele 
não perca a sua ovelha (o poeta). Quanto maior for o pecado cometido, tão maior deve ser o poder de 
Deus para perdoá-lo. 
d) Aponte a principal metáfora presente no poema. 
Resposta: O poeta como a ovelha desgarrada. 
4. Cite dois eventos importantes ocorridos no Brasil ou em Portugal durante a vida de padre Antonio 
Vieira. 
Respostas: As Invasões Holandesas, no Brasil e a Restauração da Coroa contra a Espanha, em Portugal. 
5. Qual a forma e o estilo privilegiados pelo Padre Vieira? 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
135 
 
Resposta: A forma em prosa, típica dos sermões, que são destinados ao púbico que assiste às missas, 
e o estilo conceptista. 
6. O trigo que semeou o pregador evangélico, diz Cristo que é a palavra de Deus. Os espinhos, as pedras, 
o caminho e a terra boa em que o trigo caiu, são os diversos corações dos homens. Os espinhos são os 
corações embaraçados com cuidados, com riquezas, com delícias; e nestes afoga-se a palavra de Deus. 
As pedras são os corações duros e obstinados; e nestas seca-se a palavra de Deus, e se nasce, não cria 
raízes. Os caminhos são os corações inquietos e perturbados com a passagem e tropel das coisas do 
Mundo, umas que vão, outras que vêm, outras que atravessam, e todas passam; e nestes é pisada a 
palavra de Deus, porque a desatendem ou a desprezam. Finalmente, a terra boa são os corações bons 
ou os homens de bom coração; e nestes prende e frutifica a palavra divina, com tanta fecundidade e 
abundância, que se colhem cento por um: Et fructum fecit centuplum. 
... 
Do pregador como um semeador, das palavras de Deus como os grãos espalhados pelo semeador, do 
discurso como uma árvore e suas partes como os galhos dela, da palavra como um trovão e do céu 
como o mais antigo pregador que existiu no mundo. 
Pois se tanto se semeia a palavra de Deus, como é tão pouco o fruto? Não há um homem que em um 
sermão entre em si e se resolva, não há um moço que se arrependa, não há um velho que se desengane. 
Que é isto? Assim como Deus não é hoje menos onipotente, assim a sua palavra não é hoje menos 
poderosa do que dantes era. Pois se a palavra de Deus é tão poderosa; se a palavra de Deus tem hoje 
tantos pregadores, porque não vemos hoje nenhum fruto da palavra de Deus? Esta, tão grande e tão 
importante dúvida, será a matéria do sermão. Quero começar pregando-me a mim. A mim será, e 
também a vós; a mim, para aprender a pregar; a vós, que aprendais a ouvir. 
A partir da leitura do fragmento do texto O Sermão da Sexagésima, responda: 
a) Segundo o texto, quais são as circunstâncias dos pregadores que podem ser responsáveis pela não 
frutificação da palavra de Deus? 
A pessoa do pregador, seu o estilo, a matéria do sermão, a ciência e o tom de voz utilizado por ele. 
b) Ao final do sermão, quais as duas conclusões atingidas por Antonio Vieira? 
Resposta: 1. de que o problema para a não frutuficação da palavra de Deus está na má interpretação 
das Escrituras feitas pelos pregadores e 2. de que o ofício de pregador está em fazer o ouvinte sair 
descontente e inquieto consigo mesmo e não contente com o orador. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
136 
 
c) Antonio Vieira se utiliza da “Parábola do Semeador” para exemplificar os principais pontos de seu 
sermão. Cite, com base na leitura do texto, alguns exemplos de comparação surgidos a partir da fábula. 
Do pregador como um semeador, das palavras de Deus como os grãos espalhados pelo semeador, do 
discurso como uma árvore e suas partes como os galhos dela, da palavra como um trovão e do céu 
como o mais antigo pregador que existiu no mundo. 
1) Marque (V) VERDADEIRO ou (F) FALSO: 
1. ( ) O estilo barroco retomou os próprios princípios da arte da antiguidade grecorromana; e de 
acordo com essa nova tendência, uma obra só seria perfeitamente bela na medida em que imitasse os 
artistas clássicos gregos. 
2. ( ) Diante da Reforma Protestante a Igreja Católica logo se organizou contra. E assim a Arte Barroca 
serviu para revigorar seus princípios doutrinários. 
3. ( ) Com o vigor barroco, os palácios barrocos se tornaram ambientes de encantamento, projetados 
para impressionar os visitantes com o poder e a glória do rei. 
4. ( ) O ideal humanista, a preocupação com o rigor científico e a composição equilibrada, são as 
principais características da Arte Barroca. 
2) Marque (V) VERDADEIRO ou (F) FALSO: 
1. ( ) Os tons suaves e pastéis, o equilíbrio simétrico, a luz diagonal e a composição bidimensional 
fazem parte do estilo barroco. 
2. ( ) Na representação barroca a figura humana, diversas vezes, aparece levemente geometrizada, 
revelando uma preocupação naturalista. 
3. ( ) Do ponto de vista pictórico, as obras barrocas apresentam uma iluminação basicamente 
simétrica em relação a perspectiva linear utilizada. 
4. ( ) Nas obras barrocas as cenas representadas envolvem-se num acentuado contraste de claro-
escuro, o que intensifica a expressão de sentimento. 
3) Marque (V) VERDADEIRO ou (F) FALSO: 
1. ( ) O racionalismo tão buscadoe desejado pelo Renascimento, tornou-se altamente secundário, 
dando lugar as emoções dentro do estilo Barroco. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
137 
 
2. ( ) As obras barrocas romperam o equilíbrio entre o sentimento e a razão ou entre a arte e a ciência. 
3. ( ) A iluminação diagonal tão marcante na pintura barroca remete ao observador uma sensação 
estática. 
4. ( ) Considerada por diversos críticos uma arte requintada, aristocrática e convencional, o Barroco 
acabou tornando-se, com o passar do tempo, superficial. 
4) Segundo a Arte Barroca, julgue os itens a seguir em (C) CERTOS ou (E) ERRADOS: 
1. ( ) O Barroco foi um movimento contra reforma protestante. 
2. ( ) No Barroco existe um predomínio das emoções e não o racionalismo renascentista. 
3. ( ) O Barroco foi um movimento quase sem cor e formas. 
4. ( ) Este movimento foi quase sem expressão nas artes plásticas. 
5) Quanto à Pintura Barroca analise itens abaixo e em seguida marque a ÚNICA alternativa CORRETA. 
a) Na pintura, frequentemente uma luz incide diretamente sobre aquilo que o pintor quer valorizar na 
tela. 
b) As cores de tons azul e rosa são banidos da pintura. 
c) O artista Barroco está fortemente ligado ao misterioso e ao sobrenatural. 
d) Há uma tendência para a utilização da cor preta. 
6) Quanto à arte do período Barroco assinale a alternativa CORRETA: 
a) ( ) Na pintura utilizava de uma técnica conhecida como claro e escuro. 
b) ( ) A expressão dramática e os gestos amplos não são marcas da escultura barroca. 
c) ( ) O dourado é banido da escultura como uma forma de entrega dos bens materiais. 
d) ( ) É na arquitetura barroca que surgem os arcos e cúpulas. 
7) (UFPR) Sobre o Barroco, pode-se afirmar que 
a) foi uma forma de manifestação artística inspirada nos conceitos pagãos de Idade Média ea 
Antiguidade. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
138 
 
b) fez uso da grandeza excessiva, do extravagante, do artificial, para expressar as concepções de 
mundo moderno. 
c) surgiu nos países anglo-saxões, no final do século XVII, e se espalhou por toda a Europa no século 
XVIII. 
d) impôs uma nítida diferenciação entre as formas artísticas, como a pintura, a escultura e a 
arquitetura. 
8) (UNICAMP 2011) A arte colonial mineira seguia as proposições do Concílio de Trento (1545-1553), 
dando visibilidade ao catolicismo reformado. O artífice deveria representar passagens sacras. 
Não era, portanto, plenamente livre na definição dos traços e temas das obras. Sua função era criar, 
segundo os padrões da Igreja, as peças encomendadas pelas confrarias, grandes mecenas das artes 
em Minas Gerais. 
(Adaptado de Camila F. G. Santiago, “Traços europeus, cores mineiras: três pinturas coloniais 
inspiradas em uma gravura de Joaquim Carneiro da Silva”, em Junia Furtado (org.), Sons, formas, cores 
e movimentos na modernidade atlântica. Europa, América e África. São Paulo: Annablume, 2008, p. 
385.) 
Considerando as informações do enunciado, a arte colonial mineira pode ser definida como 
a) renascentista, pois criava na colônia uma arte sacra própria do catolicismo reformado, resgatando 
os ideais clássicos, segundo os padrões do Concílio de Trento. 
b) barroca, já que seguia os preceitos da Contrarreforma. Era financiada e encomendada pelas 
confrarias e criada pelos artífices locais. 
c) escolástica, porque seguia as proposições do Concílio de Trento. Os artífices locais, financiados pela 
Igreja, apenas reproduziam as obras de arte sacra europeias. 
d) popular, por ser criada por artífices locais, que incluíam escravos, libertos, mulatos e brancos pobres 
que se colocavam sob a proteção das confrarias. 
Gabarito: 
1) F-V-F-F 2) F-F-V-V 3) V-F-F-F 4) F-V-F-F 5) A 6) V-V-F-F 7) B 8) B 
 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
139 
 
AULA Nº 22 
ACADEMICISMO 
O termo academicismo está ligado à existência das academias e da arte que foi produzida naquelas 
instituições. A primeira academia de arte foi a Academia de Desenho de Florença, criada em 1562, na 
Itália. Outras Academias surgiram depois em Roma e em Paris. As Academias instituem um ensino de 
arte « padronizado » baseado, sobretudo, nas aulas de desenho de observação, ou seja, a cópia do 
natural, no desenho de cópias de gesso de esculturas greco-romanas, integrando estudos de ciências 
como a geometria, anatomia e perspectiva, e de humanidades (história e filosofia). Com a academia o 
artista passa a ser mais valorizado. Rompe-se definitivamente com uma visão de arte como artesanato, 
o que acarreta uma mudança radical no seu status. Os artistas não são mais os artesãos medievais, 
mas sim teóricos e intelectuais. Além das atividades de ensino, as Academias vão ser responsáveis pela 
organização de exposições, concursos, prêmios, pinacotecas e coleções, o que significa o controle da 
atividade artística e a fixação rígida dos padrões de gosto baseados em um ideal de beleza que se 
firmou no período renascentista, que por sua vez, baseou-se nos padrões de beleza da Grécia Antiga. 
Arte Acadêmica é, então, a designação de um tipo de arte que corresponde aos princípios baseados 
na arte clássica, onde a beleza, a proporção, a unicidade, a harmonia e a semelhança com o real visível 
predominam. Este tipo de arte se impõe até o final do século XIX, quando os grandes artistas 
impressionistas e expressionistas, buscaram canais alternativos para mostrar suas obras, que traziam 
novas propostas filosóficas e estéticas e, portanto, enfrentavam grande resistência dos críticos de arte. 
No Brasil, a origem da Arte Acadêmica está ligada ao aparecimento da Academia Imperial de Belas 
Artes, fundada em 1826, nos moldes da Academia francesa de Belas Artes. As academias mantinham 
uma estreita relação com o poder político, sendo financiadas pelos monarcas, o que lhes conferia, 
de certa forma, certa ditadura estética. Esta chancela oficial das academias, associada à defesa 
intransigente de certos ideais artísticos e padrões de gosto definidos por prêmios e concursos como 
os Salões de Belas Artes - trazia consigo a recusa a mudanças, e a outras formas e concepções de arte 
que não aquela, reforçando o caráter conservador do academicismo. 
 
CARACTERIZAM A ARTE TRADICIONAL OU ACADÊMICA: 
1- O naturalismo: a construção de imagens que pareçam reais, que pareçam « fotografias » 
(lembrem-se que a fotografia propriamente dita só entrou no cenário no início do século XIX, 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
140 
 
mais precisamente em 1825), mostrando o virtuosismo do artista através da sua capacidade 
de representação dos objetos e cenas exatamente como eles são. 
 
2- Obediência a regras de composição, utilização da perspectiva (profundidade), de recursos de 
claro/escuro (luz e sombra), busca da perfeição e da beleza. 
3- Pinturas feitas dentro dos ateliês dos artistas. 
4- Temas utilizados: cenas religiosas, paisagens, cenas mitológicas (greco-romanas), cenas heroicas 
(guerras e batalhas), cenas domésticas, retratos. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
141 
 
 
 
AULA Nº 23 
O ROCOCÓ 
O estilo rococó aparece na Europa do século XVIII e, tendo a França como seu principal precursor, se 
espalha em vários países do Velho Mundo e alcança algumas regiões das Américas, como o Brasil. Para 
muitos historiadores da arte, o rococó pode ser visto como um desdobramento do barroco em que 
vários artistas passam a valorizar o uso de linhas em formato de concha e a função decorativa que a 
arte poderia exercer. 
A expressão “rococó” tem origem na palavra francesa rocaille, que designava comumente uma 
maneira de se decorar os jardins através do uso de rochas e conchas. Chegando ao século XIX, o estilo 
rococó passa a ser utilizado também para definir outras manifestações desenvolvidas nos campos da 
arquitetura e das artes ornamentais. No ano de 1943, graças à pesquisa de Fiske Kimball, esse 
movimento deixa de ser visto como uma variante dobarroco para assumir características próprias. 
Em geral, a substituição das cores vibrantes do barroco por tons rosa, verde-claro, estabelecem uma 
primeira diferenciação entre os dois estilos. Além disso, a originalidade do rococó é conferida no 
abandono das linhas retorcidas e pela utilização de linhas e formas mais leves e delicadas. Do ponto 
de vista histórico, essa transformação indicava o interesse burguês em alcançar o prazer e a 
graciosidade nas várias obras que eram encomendadas à classe artística da época. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
142 
 
A primeira fase do rococó, compreendida entre 1690 e 1730, procura se afastar dos preceitos estéticos 
predominantes no reinado do rei Luís XIV para introduzir o uso de linhas soltas e curvas flexíveis. Nessa 
época podemos destacar os relevos e gravuras do artista Jean Beráin, os quadros de Jean-Antoine 
Watteau (1684 - 1721) e os projetos decorativos de Pierre Lepautre (1660 - 1744). 
De 1730 a 1770, o rococó amadurece com o surgimento de outros artistas que remodelam as casas da 
nobreza e da alta burguesia francesa. Nessa fase podemos destacar os trabalhos de Jacques de Lajoue 
II (1687 - 1761), Juste Aurèle Meissonnier (1695 - 1750) e Nicolas Pineau (1684 - 1754). Esse último 
artista se destaca pelo projeto de decoração do Hôtel Soubise, marcado por quadros, linhas, 
guirlandas, curvas e espelhos que tomam o olhar do observador em meio a tantos detalhes. 
A relação do rococó com a burguesia também pode ser vista em boa parte dos quadros que definem 
esse tipo de arte. Ao contrário da forte religiosidade barroca, a pintura desse estilo valoriza a 
representação de ambientes luxuosos, parques, jardins e temáticas de cunho mundano. As 
personagens populares perdem espaço para a representação dos membros da aristocracia. A 
jovialidade e a edificação do prazer, o tédio e a melancolia são os estados emocionais que geralmente 
contextualizam os quadros do rococó. 
A disseminação do rococó pela Europa foi responsável por variações que fugiram da tendência 
aristocrática que predominou neste estilo. Ao alcançar países como Portugal e Espanha, o rococó 
penetra a esfera religiosa. No que diz respeito à arquitetura, esse estilo não teve tanta predominância 
na França, mas vivenciou manifestações mais intensas na Baviera e em Portugal. No Brasil, o rococó 
teve sua presença no mobiliário do século XVIII e foi corriqueiramente chamado de “estilo Dom João 
V”. 
 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
143 
 
AULA Nº 24 
NEOCLASSICISMO 
Movimento cultural europeu, do século XVIII e parte do século XIX, que defende a retomada da arte 
antiga, especialmente greco-romana, considerada modelo de equilíbrio, clareza e proporção. 
Este movimento, de grande expressão na escultura, pintura e arquitetura, recusa a arte imediatamente 
anterior - o barroco e o rococó, associada ao excesso, à desmedida e aos detalhes ornamentais. À 
sinuosidade dos estilos anteriores, o neoclassicismo opõe a definição e o rigor formal. 
Contra uma concepção de arte de atmosfera romântica, apoiada na imaginação e no virtuosismo 
individual, os neoclássicos defendem a supremacia da técnica e a necessidade do projeto a comandar 
a execução da obra, seja a tela ou o edifício. A isso se liga a defesa do ensino da arte por meio de regras 
comunicáveis, o que se efetiva nas academias de arte, valorizadas como locus da formação do artista. 
O entusiasmo pela arte antiga, a recuperação do espírito heroico e dos padrões decorativos da Grécia 
e Roma se beneficiam da pesquisa arqueológica (das descobertas das cidades de Herculano em 1738 
e Pompeia em 1748) e da obra dos alemães radicados na Itália, o pintor Anton Raphael Mengs (1728 - 
1779) e o historiador da arte e arqueólogo Joachim Johann Winckelmann (1717 - 1768), principal 
teórico do neoclassicismo. 
Na pintura, o epicentro do neoclassicismo desloca-se para a França. Ali, diante da Revolução Francesa, 
o modelo clássico adquire sentido ético e moral, associando-se a alterações na visão do mundo social, 
flagrantes na vida cotidiana, na simplificação dos padrões decorativos e na forma despojada dos trajes. 
A busca de um ideal estético da Antiguidade vem acompanhada da retomada de ideais de justiça e 
civismo, como mostram as telas do pintor Jacques-Louis David (1748 - 1825), que exercita seu estilo a 
partir de suas estadas na Itália em 1774 e 1784 e do exemplo dos pintores franceses de Nicolas Poussin 
(1594 - 1665) e Claude Lorrain (1600-1682). 
A dicção austera das composições de David - ao mesmo tempo simples e grandiloquentes - despidas 
de ornamentos e detalhes irrelevantes, nas quais as cores são circunscritas pelos traços firmes do 
contorno, tornar-se-á sua marca característica. 
Nos dois momentos, a França encena os modelos da Roma Republicana e da Roma Imperial, tanto na 
arte quanto na vida social, pela recusa do estilo aristocrático anterior. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
144 
 
A Revolução Francesa, a proeminência da burguesia e o início da Revolução Industrial na Inglaterra 
modificam radicalmente a posição do artista na sociedade. A arte passa a responder a necessidades 
sociais e econômicas. 
A construção de edifícios públicos - escolas, hospitais, museus, mercados, cárceres etc. - e as 
intervenções no traçado das cidades evidenciam a exigência de racionalidade que a arquitetura e a 
urbanística, nova ciência da cidade, almejam. 
A defesa da racionalização dos espaços é anunciada por arquitetos como Étienne-Louis Boullée (1728 
- 1799) e Claude-Nicolas Ledoux (1736 - 1806), que traduzem os anseios napoleônicos de transformar 
arquiteturas e estruturas sociais, com ênfase na função das edificações. 
 
Tal ideário origina, paradoxalmente, projetos e construções "visionárias", como os edifícios em forma 
de esfera (Casa dos Guardas Campestres, 1780, de Ledoux). Após a revolução, a arquitetura neoclássica 
teve papel destacado na formação do estilo burguês imperial, presente, entre outros, na Rua de Rivoli 
e no Arc du Carrousel em Paris. 
Reverberações do neoclassicismo se observam em toda a Europa. Todas as nações e cidades, afirma o 
historiador italiano Giulio Carlo Argan, têm uma fase neoclássica, relacionada à vontade de reformas 
e de planejamento racional correspondentes às transformações sociais em curso. 
As dificuldades de aclimatação do modelo neoclássico no Brasil vêm sendo apontadas pelos 
estudiosos, por meio de análises das obras de Nicolas Taunay (1755 - 1830) e Debret (1768 - 1848), 
entre outros. 
 
 Nicolas Taunay 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
145 
 
 
 Debret 
Na arquitetura, a antiga Alfândega, hoje Casa França-Brasil, e o Solar Grandjean de Montigny, 
atualmente pertencente à Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - PUC/RJ, constituem 
exemplos de construção neoclássica no país. 
 
 
 
 
 
 
 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
146 
 
AULA Nº 25 
O REALISMO 
 
O Realismo surge em meio ao fracasso da Revolução Francesa e de seus ideais de Liberdade, Igualdade 
e Fraternidade. A sociedade se dividia entre a classe operária e a burguesia. Logo mais tarde, em 1848, 
os comunistas Marx e Engels publicam o Manifesto que faz apologias à classe operária. 
Uma realidade oposta ao que a sociedade tinha vivido até aquele momento surgia com o progresso 
tecnológico: o avanço da energia elétrica, as novas máquinas que facilitavam a vida, como o carro, por 
exemplo. Entre as correntes filosóficas, destacam-se: o Positivismo, o Determinismo, o Evolucionismo 
e o Marxismo. 
 
REALISMO NO BRASIL 
Na segunda metade do século XIX, o Brasil passou por mudanças políticas e sociais marcantes. 
O tráfico de escravos foi extinto e a abolição da escravatura ocorreu em 1888. A falta da mão-de-obra 
escrava foi substituída pelo trabalho dos imigrantes europeus. 
ARTE FÁCIL - ENSINOMÉDIO 
 
147 
 
Por causa do preconceito e da qualificação europeia para o trabalho assalariado, o negro foi 
marginalizado socialmente. 
A economia açucareira estava em decadência, enquanto o eixo econômico deslocava-se para o Rio de 
Janeiro, devido ao crescimento do comércio cafeeiro nessa região. 
A evolução na indústria trouxe tecnologia às empreitadas do governo: a primeira estrada de ferro foi 
construída em 1954 (ligava o Porto de Mauá à raiz da Serra da Estrela) e logo depois, a Estrada de Ferro 
Central do Brasil. 
Em 1889 foi proclamada a República pelo partido burguês Republicano Paulista (PRP), com a posse do 
primeiro presidente, o marechal Deodoro da Fonseca. 
Em meio às questões sociais, econômicas e políticas pelas quais o Brasil passava, a literatura reagia 
contra as propostas românticas com o surgimento do Realismo sob influência do positivismo. 
O positivismo, chegado da França, era uma corrente filosófica que tinha como fundamento analisar a 
realidade. Logo, as produções literárias do Realismo no Brasil, como o próprio nome já diz, estão 
voltadas à realidade brasileira. 
Podemos apontar algumas características da literatura realista em oposição à romântica: os cenários 
(focados em centros urbanos); a natureza não mais vista como reflexo dos sentimentos, mas dando 
vazão ao ambiente social; o amor visto de maneira irônica, sem exaltações, o casamento realizado para 
fins de ascensão social; o trabalho como parte da vida cotidiana das personagens. 
O Realismo no Brasil pode ser dividido entre as produções em prosa e poesia, nas quais se destacam 
os autores: Aluísio Azevedo, Raul Pompéia e Machado de Assis. 
Contudo, o pensamento filosófico que exerce mais influência no surgimento do Realismo é o 
Positivismo, o qual analisa a realidade através das observações e das constatações racionais. 
Dessa forma, a produção literária no Realismo surge com temas que norteiam os princípios do 
Positivismo. São características desse período: a reprodução da realidade observada; a objetividade 
no compromisso com a verdade (o autor é imparcial), personagens baseadas em indivíduos comuns 
(não há idealização da figura humana); as condições sociais e culturais das personagens são expostas; 
lei da causalidade (toda ação tem uma reação); linguagem de fácil entendimento; contemporaneidade 
(exposição do presente) e a preocupação em mostrar personagens nos aspectos reais, até mesmo de 
miséria (não há idealização da realidade). 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
148 
 
A literatura realista surge na França com a publicação de Madame Bovary de Gustave Flaubert, e no 
Brasil com Memórias póstumas de Brás Cubas de Machado de Assis, em 1881. 
 
AULA Nº 26 
O MODERNISMO 
 
O modernismo foi um movimento literário e artístico do início do séc. XX, cujo objetivo era o 
rompimento com o tradicionalismo (parnasianismo, simbolismo e a arte acadêmica), a libertação 
estética, a experimentação constante e, principalmente, a independência cultural do país. Apesar da 
força do movimento literário modernista, a base deste movimento se encontra nas artes plásticas, com 
destaque para a pintura. 
No Brasil, este movimento possui como marco simbólico a Semana de Arte Moderna, realizada em 
1922, na cidade de São Paulo, devido ao Centenário da Independência. No entanto, devemos lembrar 
que o modernismo já se mostrava presente muito antes do movimento de 1922. As primeiras 
mudanças na cultura brasileira que tenderam para o modernismo datam de 1913 com as obras do 
pintor Lasar Segall; e no ano de 1917, a pintora Anita Malfatti , recém-chegada da Europa, provoca 
uma renovação artística com a exposição de seus quadros. A este período chamamos de Pré-
Modernismo (1902-1922), no qual se destacam literariamente, Lima Barreto, Euclides da Cunha, 
Monteiro Lobato e Augusto dos Anjos; nesse período ainda podemos notar certa influência de 
movimentos anteriores como realismo/naturalismo, parnasianismo e simbolismo. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
149 
 
A partir de 1922, com a Semana de Arte Moderna tem início o que chamamos de Primeira Fase do 
Modernismo ou Fase Heroica (1922-1930), esta fase caracteriza-se por um maior compromisso dos 
artistas com a renovação estética que se beneficia pelas estreitas relações com as vanguardas 
europeias (cubismo, futurismo, surrealismo, etc.), na literatura há a criação de uma forma de 
linguagem, que rompe com o tradicional, transformando a forma como até então se escrevia; algumas 
dessas mudanças são: a Liberdade Formal (utilização do verso livre, quase abandono das formas fixas 
– como o soneto, a fala coloquial, ausência de pontuação, etc.), a valorização do cotidiano, a 
reescritura de textos do passado, e diversas outras; este período caracteriza-se também pela formação 
de grupos do movimento modernista: Pau-Brasil, Antropófago, Verde-Amarelo, Grupo de Porto Alegre 
e Grupo Modernista-Regionalista de Recife. 
Na década de 30, temos o início do período conhecido como Segunda Fase do Modernismo ou Fase de 
Consolidação (1930-1945), que é caracterizado pelo predomínio da prosa de ficção. A partir deste 
período, os ideais difundidos em 1922 se espalham e se normalizam, os esforços anteriores para 
redefinir a linguagem artística se une a um forte interesse pelas temáticas nacionalistas, percebe-se 
um amadurecimento nas obras dos autores da primeira fase, que continuam produzindo, e também o 
surgimento de novos poetas, entre eles Carlos Drummond de Andrade. 
Temos ainda a Terceira Fase do Modernismo (1945- até 1960); alguns estudiosos consideram a fase de 
1945 até os dias de hoje como Pós-Modernista, no entanto, as fontes utilizadas para a confecção deste 
artigo, tratam como Terceira Fase do Modernismo o período compreendido entre 1945 e 1960 e como 
Tendências Contemporâneas o período de 1960 até os dias de hoje. Nesta terceira fase, a prosa dá 
sequência às três tendências observadas no período anterior – prosa urbana, prosa intimista e prosa 
regionalista, com uma certa renovação formal; na poesia temos a permanência de poetas da fase 
anterior, que se encontram em constante renovação, e a criação de um grupo de escritores que se 
autodenomina “geração de 45”, e que buscam uma poesia mais equilibrada e séria, sendo chamados 
de neoparnasianos. 
Principais representantes do Pré-Modernismo e do Modernismo no Brasil: 
Pintura: Anita Malfatti, Lasar Segall, Di Cavalcanti, Tarsila do Amaral, Candido Portinari, Rego Monteiro, 
Alfredo Volpi; 
Literatura: Euclides da Cunha, Monteiro Lobato, Lima Barreto, Augusto dos Anjos, Mário de Andrade, 
Oswald de Andrade, Alcântara Machado, Manuel Bandeira, Cassiano Ricardo, Carlos D. de Andrade, 
Cecília Meireles, Vinicius de Morais, Murilo Mendes, Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz, Jorge de 
Lima, José Lins do Rego, Thiago de Mello, Ledo Ivo, Ferreira Gullar, João Cabral de Melo Neto, Clarice 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
150 
 
Lispector, Guimarães Rosa, Olavo Bilac, Menotti Del Picchia, Guilherme de Almeida, Ronald de 
Carvalho, Ribeiro Couto, Raul Bopp, Graça Aranha, Murilo Leite, Mário Quintana, Jorge Amado, Érico 
Veríssimo. 
ESCRITORES DO MODERNISMO E SUAS OBRAS 
Música: Alberto Nepomuceno, Heitor Villa-Lobos e Guiomar de Novais 
Escultura: Victor Brecheret 
Teatro: Benedito Ruy Barbosa, Nelson Rodrigues 
Arquitetura: Lúcio Costa, Oscar Niemayer 
 
AULA Nº 27 
IMPRESSIONISMO 
 
 
Surgido na França em 1874, o Impressionismo foi um movimento artístico que passou a explorar, de 
forma conjunta, a intensidade das cores e a sensibilidade do artista. A denominação “impressionismo” 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
151 
 
foi dada após a declaração pejorativa do crítico de arte francês Louis Leroy ao ver a tela “Impression 
du Soleil Levant”, de Monet, um dos principais artistas do movimento. 
 
 Impression du Soleil Levant- Monet 
Os impressionistas buscavam retratar em suas obras osefeitos da luz do sol sobre a natureza, por isso, 
quase sempre pintavam ao ar livre. A ênfase, portanto, era dada na capacidade da luz solar em 
modificar todas as cores de um ambiente, assim, a retratação de uma imagem mais de uma vez, porém 
em horários e luminosidades diferentes, era algo normal. O impressionismo explora os contrastes e a 
claridade das cores, resplandecendo a ideia de felicidade e harmonia. 
Para os impressionistas, os objetos deveriam ser retratados como se estivessem totalmente 
iluminados pelo sol, valorizando as cores da natureza. Além disso, as figuras não deveriam ter 
contornos nítidos e o preto jamais poderia ser utilizado; até as sombras deveriam ser luminosas e 
coloridas. 
Os principais artistas impressionistas foram Monet, Manet, Renoir, Camile Pissaro, Alfred Sisley, 
Vincent Van Gogh, Degas, Cézanne, Caillebotte, Mary Cassatt, Boudin, Morisot, etc. No Brasil, o 
representante máximo do impressionismo foi Eliseu Visconti, o qual teve contato com a obra dos 
impressionistas e soube transformar as características do movimento conforme a cor e a atmosfera 
luminosa do nosso país. 
 
QUESTÕES 
01. Só não notamos a presença do Impressionismo quando o autor: 
a) retrata a verdade de um dado momento, justapondo idéias várias; 
b) dá mais ênfase às emoções sentimentos e atitudes individuais do que aos fatos em si; 
c) usa uma linguagem expressiva, suprimindo conjunções e liberando as frases; 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
152 
 
d) procura retratar fielmente a realidade, detendo-se em minuciosa descrição; 
e) inventa e interpreta uma paisagem imprecisa. 
02. Assinale o que não se refere ao Impressionismo: 
a) é considerado um produto do Realismo-Naturalismo, no seu início, e do Simbolismo no outro 
extremo; 
b) o mais importante é o instantâneo e único, tal como aparece ao olho do observador; 
c) não relatar os objetos, mas sim as sensações e emoções que despertam; 
d) transfere o registro das reações externas para o das relações internas, isto é, das impressões 
despertadas no espírito pelo contato com as coisas, cenas, paisagens ou pessoas; 
e) reproduz a realidade de maneira impessoal, minuciosa. 
As questões de números 03 a 05 referem-se ao texto seguinte: 
EU, O INTERNATO E O DIRETOR 
Nas ocasiões de aparato é que se podia tomar o pulso ao homem, não só as condecorações gritavam-
lhe do peito como uma couraça de grilos: Ateneu! Ateneu! Aristarco todo era um anúncio. Os gestos, 
calmos, soberanos, eram de um rei – o autocrata excelso dos silabários; a pausa hierática do andar 
deixava sentir o esforço, a cada passo, que fazia para levar adiante, de empurrão, o progresso do 
ensino público; o olhar fulgurante, sob a crispação áspera dos supercílios de monstro japonês, 
penetrando de luz as almas circunstantes – era a educação da inteligência; o queixo, severamente 
escanhoado, de orelha a orelha, lembrava a lisura das consciências limpas – era a educação mora. A 
própria estatura, na imobilidade do gesto, na mudez do vulto, a simples estatura dizia dele: aqui está 
um grande homem... não veem os côvados de Golias?!... Retorça-se sobre tudo isto um par de bigodes, 
volutas maciças de fios alvos, torneadas a capricho, cobrindo os lábios, fecho de prata sobre o silêncio 
de ouro, que tão belamente impunha como o retraimento fecundo do seu espírito teremos esboçado 
moralmente, materialmente, o perfil do ilustre diretor. Em suma, um personagem que, ao primeiro 
exame, produzia-nos a impressão de um enfermo, desta enfermidade atroz e estranha: a obsessão da 
própria estátua. Como tardasse a estátua, Aristarco inteiramente satisfazia-se com a afluência dos 
estudantes ricos para o seu instituto. 
03. Assinale a afirmativa que não serve como característica do Impressionismo: 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
153 
 
a) Não as coisas, mas a sensações das coisas. 
b) O artista procura captar o momento. Estio profundamente sensorial. 
c) O que interessa é a relação interna provocada na mente do artista. 
d) O momento vivido é expresso tal como é visto num momento dado. 
e) Predomínio da denotação. 
04. Indique a letra onde não se vê característica de estilo impressionista e, por conseguinte, não se 
nota no texto: 
a) Valorização da cor. 
b) Predomínio das sensações. 
c) Metáforas e comparações em profusão. 
d) Riqueza de imagens. 
e) Uso de aliterações, assonâncias, coliterações. 
05. Assinale no texto a passagem onde melhor se elucida o Impressionismo: 
a) “Não só as condecorações gritavam-lhe do peito como uma couraça de grilos: Ateneu, Ateneu!” 
b) “Aristarco todo era um anúncio”. 
c) “Os gestos calmos, soberanos, eram de um rei – autocrata excelso dos silabários.” 
d) “O olhar fulgurante sob a crispação áspera dos supercílios de monstro japonês.” 
e) “Reforça-se sobre tudo isto um par de bigodes, volutas maciças de fios avos.” 
 As questões de números 06 a 10 referem-se ao mesmo texto: 
EU, O INTERNATO E O DIRETOR 
 Nas ocasiões de aparato é que se podia tomar o pulso ao homem, não só as condecorações gritavam-
lhe do peito como uma couraça de grilos: Ateneu! Ateneu! Aristarco todo era um anúncio. Os gestos, 
calmos, soberanos, eram de um rei – o autocrata excelso dos silabários; a pausa hierática do andar 
deixava sentir o esforço, a cada passo, que fazia para levar adiante, de empurrão, o progresso do 
ensino público; o olhar fulgurante, sob a crispação áspera dos supercílios de monstro japonês, 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
154 
 
penetrando de luz as almas circunstantes – era a educação da inteligência; o queixo, severamente 
escanhoado, de orelha a orelha, lembrava a lisura das consciências limpas – era a educação mora. A 
própria estatura, na imobilidade do gesto, na mudez do vulto, a simples estatura dizia dele: aqui está 
um grande homem... não veem os côvados de Golias?!... Retorça-se sobre tudo isto um par de bigodes, 
volutas maciças de fios alvos, torneadas a capricho, cobrindo os lábios, fecho de prata sobre o silencio 
de ouro, que tão belamente impunha como o retraimento fecundo do seu espírito teremos esboçado 
moralmente, materialmente, o perfil do ilustre diretor. Em suma, um personagem que, ao primeiro 
exame, produzia-nos a impressão de um enfermo, desta enfermidade atroz e estranha: a obsessão da 
própria estátua. Como tardasse a estátua, Aristarco inteiramente satisfazia-se com a afluência dos 
estudantes ricos para o seu instituto. 
06. O escritor impressionista parte da observação visual externa e projeta a sua visão interna da coisa 
descrita. Mostre onde isso não ocorre: 
a) “Aristarco era um anúncio.” 
b) “O olhar... era a educação da inteligência.” 
c) "O queixo... era a educação mora.” 
d) “A própria estátua... aqui está um grande homem.” 
e) “Reforça-se... um par de bigodes... O perfil do ilustre diretor.” 
07. Uma característica do Impressionismo de Raul Pompéia está em ver as coisas apenas de um ângulo: 
o da caricatura, com alguma dose de ironia. Nas descrições de Aristarco, onde não vemos esta nota: 
a) “Autocrata excelso dos silabários.” 
b) “O olhar fulgurante.” 
c) “Aqui está um grande homem.” 
d) “Não veem os côvados de Golias?!” 
e) “Como tardasse a estátua...” 
08. Onde o autor melhor descreve Aristarco, levando-se em conta a ideia que o autor quer dar ao leito 
da personagem? 
a) “Aristaco todo era um anúncio.” 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
155 
 
b) “Os gestos... Eram de um rei.” 
c) “A pausa hierática do andar.” 
d) “Não veem os côvados de Golias?!” 
e) “A obsessão da própria estátua.” 
 09. O autor, descrevendo Aristarco, elegeu o plano: 
a) metafórico; 
b) metanímico; 
c) anafórico; 
d) paralelístico; 
e) hiperbólico. 
10. Assinale a letra onde se notam os nomes dos representantes máximos do Impressionismo 
brasileiro, além de Raul Pompéia: 
a) Tasso da Silveira, Aluísio Azevedo. 
b) Guimarães Rosa, Cecília Meireles. 
c) Graça Aranha, Adelino Magalhães. 
d) Mário de Andrade, João Cabral de Melo Neto.e) Cassiano Ricardo, Guilherme de Almeida. 
Gabarito: 
01. D 02. E 03. E 04. E05. D 06. E 07. B 08. A09. E 10. C 
 
 
 
 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
156 
 
AULA Nº 28 
PÓS-IMPRESSIONISMO 
 
Pós-impressionismo designa-se por um grupo de artistas e de movimentos diversos que seguiram suas 
tendências para encontrar novos caminhos para a pintura. Estes acentuaram a pintura nos seus valores 
específicos – a cor e bidimensionalidade.Chamam-se genericamente pós-impressionistas aos artistas 
que não mais representavam fielmente os preceitos originais do Impressionismo, ainda que não 
tenham se afastado muito dele ou estejam agrupados formalmente em novos grupos. Tiveram a sua 
origem no impressionismo mas se insurgiram contra ele devido a sua superficialidade ilusionista da 
análise à realidade. 
Pós-impressionismo é o nome que se dá a diferentes estilos e tendências artísticas cuja origem 
encontra-se no Impressionismo, tanto como uma reação contrária a ele como visando um 
desenvolvimento maior da escola. 
A maiorias dos artistas considerados pós-impressionistas participaram das exibições impressionistas, 
mas acabaram por tomar outros rumos na realização de sua arte. A forma das pinturas, o tratamento 
das cores ou a linha podiam ser objetos de discordância com os impressionistas. 
Como o nome já menciona, o Pós-impressionismo foi a expressão utilizada para definir a pintura e, 
posteriormente, a escultura no final do Impressionismo, por volta de 1885, marcando também o início 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
157 
 
do Cubismo, já no início do século XX. A maioria de seus artistas iniciou-se como Impressionista, 
partindo daí para diversas tendências distintas. 
 
PINTURA 
Na pintura, o mais velho dos Pós-Impressionistas foi Paul Cézanne (1839-1906), com obras fortemente 
estruturadas, utilizando formas geométricas bastante simples, desrespeitando a natureza e a 
realidade. 
Especializando-se em fazer “naturezas-mortas”, Cézanne buscou trazer à vista o que é permanente, 
estando aquém do que pode ser acidental. Entre suas obras destacam-se Fruteira, Copo e Maçãs, no 
qual a preocupação com o “sólido e durável” era sua temática. 
 
 
Um dos pós-impressionistas mais famosos é, sem dúvida, Vincent Willem Van Gogh (1853-1890), que 
dentro do impressionismo não tinha liberação artística suficiente para melhor exprimir suas emoções. 
Durante sua juventude foi pregador religioso, tomando-se pintor por volta dos trinta anos. Sua vida 
com a pintura foi dividida em quatro fases: iniciando na Holanda, seus quadros possuíam os contrastes 
de claro-escuro; em Paris, como Impressionista, suas angústias manifestavam-se em suas obras; em 
Arles, ao sul da França, conseguiu libertar-se do Naturalismo, transformando o estilo em um colorido 
abstrato; e, após várias crises nervosas, transferiu-se para Anvers, uma cidade tranquila ao norte da 
França, onde em três meses conseguiu pintar cerca de oitenta quadros, destacando-se dentre eles 
Trigal com Corvos. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
158 
 
 
 
ESCULTURA 
A grande maioria da escultura pós-impressionista foi influenciada por Auguste Rodin. Os escultores 
conseguiram criar figuras harmoniosas num total equilíbrio com o ambiente. Um dos artistas que mais 
se destacou neste período foi Aristide Maillol, admirador da escultura grega primitiva, usava figuras 
femininas nuas como um símbolo da vitória e misturava em suas peças a emoção com a sobriedade. 
 
 
ARQUITETURA 
A arquitetura não foi uma manifestação artística muito desenvolvida no pós-impressionismo. Podemos 
dizer que somente após o término da Primeira Guerra Mundial a influência do expressionismo 
manifestou-se na arquitetura, antes de os edifícios e construções se tornarem simples e com grau de 
funcionalidade de acordo com o novo estilo moderno da época. Dentre as realizações, destaca-se a 
Torre Eintein, em Potsdam, obra de Erich Mendelsohn. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
159 
 
 
O pós-impressionismo surgiu em oposição à máquina fotográfica, que surgiu no século XX tomando o 
lugar dos artistas, que, na tentativa de recuperar o espaço perdido para a máquina, começaram a 
desenvolver novas técnicas de pintura como o cubismo, o pontilhado entre outros. 
 
AULA Nº 29 
EXPRESSIONISMO 
 
Acima de tudo, o Expressionismo é uma tendência permanente e universal da arte, como manifestação 
exterior de uma necessidade interna. Relaciona-se diretamente com o subjetivo, expresso por temas 
dramáticos e obsessivos. 
Manifesta-se no século XX em várias vanguardas, como o Fauvismo, o Expressionismo Alemão - A 
Ponte/Die Brücke, O Cavaleiro Azul/ Der Blaue Reiter, A Tempestade/ Der Sturm, Grupo Novembro/ 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
160 
 
November Gruppe, Nova Objetividade/ Neue Sachlichkeit; o Expressionismo Flamengo - Laethem-
Saint-Martin, Dada, Pintura Metafísica e Surrealismo. 
No pós-guerra, o Expressionismo emerge através do Expressionismo Abstrato, com o Action Painting 
e, recentemente, na pós-modernidade, com o neo-expressionismo. 
No contexto estilístico, as linhas e as cores expressam as emoções em lugar de representar o mundo 
exterior. A linha é emocional, deformadora, nervosa, angulosa. A cor contém alto grau expressivo, com 
ênfase no uso de cores contrastantes e puras. 
O Expressionismo é a arte do instinto. Trata-se de uma pintura dramática, subjetiva, "expressando" 
sentimentos humanos. Utilizando cores patéticas, dá forma plástica ao amor, ao ciúme, ao medo, à 
solidão, à miséria humana, à prostituição. Deforma-se a figura, para ressaltar o sentimento. 
Predominância dos valores emocionais sobre os intelectuais. 
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS: 
Pesquisa no domínio psicológico 
Cores resplandecentes, vibrantes, fundidas ou separadas 
Dinamismo improvisado, abrupto, inesperado 
Pasta grossa, martelada, áspera 
Técnica violenta: o pincel ou espátula vai e vem, fazendo e refazendo, empastando ou provocando 
explosões 
Preferência pelo patético, trágico e sombrio 
OBSERVAÇÃO 
Alguns historiadores determinam para esses pintores o movimento "Pós Impressionista". Os pintores 
não queriam destruir os efeitos impressionistas, mas queriam levá-los mais longe. Os três primeiros 
pintores abaixo estão incluídos nessa designação. 
 
 
 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
161 
 
PRINCIPAIS ARTISTAS 
 
GAUGUIN 
Depois de passar a infância no Peru, Gauguin voltou com os pais para a França, mais precisamente 
para Orléans. Em 1887 entrou para a marinha e mais tarde trabalhou na bolsa de valores. 
Aos 35 anos tomou a decisão mais importante de sua vida: dedicar-se totalmente à pintura. Começou 
assim uma vida de viagens e boemia, que resultou numa produção artística singular e determinante 
das vanguardas do século XX. Sua obra, longe de poder ser enquadrada em algum movimento, foi tão 
singular como a de seus amigos Van Gogh ou Cézanne. 
Apesar disso, é verdade que teve seguidores e que pode ser considerado o fundador do grupo Navis, 
que, mais do que um conceito artístico, representava uma forma de pensar a pintura como filosofia 
de vida. Suas primeiras obras tentavam captar a simplicidade da vida no campo, algo que ele consegue 
com a aplicação arbitrária das cores, em oposição a qualquer naturalismo, como demonstra o seu 
famoso Cristo Amarelo. 
 
As cores se estendem planas e puras sobre a superfície, quase decorativamente.No ano de 1891, o 
pintor parte para o Taiti, em busca de novos temas, para se libertar dos condicionamentos da Europa. 
Suas telas surgem carregadas da iconografia exótica do lugar, e não faltam cenas que mostram um 
erotismo natural, fruto, segundo conhecidos do pintor, de sua paixão pelas nativas. 
A cor adquire mais preponderância representada pelos vermelhos intensos, amarelos, verdes e 
violetas. Quando voltou a Paris, realizou uma exposição individual na galeria de Durand-Ruel, voltou 
ao Taiti, mas fixou-se definitivamente na ilha Dominique. 
ARTE FÁCIL- ENSINO MÉDIO 
 
162 
 
 
 Jovens Taitianas com Flores de Manga. 
 
CÉZANNE 
Sua tendência em converter os elementos naturais em figuras geométricas - como cilindros, cones e 
esferas - acentua-se cada vez mais, de tal forma que se torna impossível para ele recriar a realidade 
segundo "impressões" captadas pelos sentidos. 
 
 Castelo de Médan Madame Cézanne 
 
VAN GOGH 
Empenhou-se profundamente em recriar a beleza dos seres humanos e da natureza através da cor, 
que para ele era o elemento fundamental da pintura. Foi uma pessoa solitária. Interessou-se pelo 
trabalho de Gauguim, principalmente pela sua decisão de simplificar as formas dos seres, reduzir os 
efeitos de luz e usar zonas de cores bem definidas. Em 1888, deixou Paris e foi para Arles, cidade do 
sul da França, onde passou a pintar ao ar livre. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
163 
 
O sol intenso da região mediterrânea interferiu em sua pintura, e ele libertou-se completamente de 
qualquer naturalismo no emprego das cores, declarando-se um colorista arbitrário. Apaixonou-se 
então pelas cores intensas e puras, sem nenhuma matização, pois elas tinham para ele a função de 
representar emoções. Entretanto ele passou por várias crises nervosas e, depois de internações e 
tratamentos médicos, dirigiu-se, em maio de 1890, para Anvers, uma cidade tranquila ao norte da 
França. Nessa época, em três meses apenas, pintou cerca de oitenta telas com cores fortes e 
retorcidas. 
Em julho do mesmo ano, ele suicidou-se, deixando uma obra plástica composta por 879 pinturas, 1756 
desenhos e dez gravuras. Enquanto viveu não foi reconhecido pelo público nem pelo críticos, que não 
souberam ver em sua obra os primeiros passos em direção à arte moderna, nem compreender o 
esforço para libertar a beleza dos seres por meio de uma explosão de cores. 
 
Trigal com Corvos Café à Noite. 
 
 
Kairouan - August Macke 
 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
164 
 
 
 Ansiedade - Edvard Munch 
 
TOULOUSE-LAUTREC 
Pintava temas pertencentes à vida noturna de Paris, e também foi responsável pelos cartazes das 
artistas que se apresentavam no Moulin Rouge. Boêmio, morreu jovem. 
 
Ivette Guilbert que Saúda o Público. 
 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
165 
 
EDVARD MUNCH 
Foi um dos primeiros artistas doséculo XX que conseguiu conceder às cores um valor simbólico e 
subjetivo, longe das representações realistas. Seus quadros exerceram grande influência nos artistas 
do grupo Die Brücke, que conheciam e admiravam sua obra. Nascido em Loten, Noruega, Munch 
iniciou sua formação na cidade de Oslo, no ateliê do pintor Krogh. 
Realizou uma viagem a Paris, na qual conheceu Gauguin, Toulouse-Lautrec e Van Gogh. Em seu 
regresso, foi convidado a participar da exposição da Associação de Berlim. Numa segunda viagem a 
Paris, começou a se especializar em gravações e litografias, realizando trabalhos para a Ópera. Em 
pouco tempo pode se apresentar no Salão dos Independentes. A partir de 1907, morou na Alemanha, 
onde, além de exposições, realizou cenários. 
Passou seus últimos anos em Oslo, na Noruega. Uma de suas obras mais importantes é O Grito (1889). 
O Grito é um exemplo dos temas que sensibilizaram os artistas ligados a essa tendência. Nela a figura 
humana não apresenta sua linhas reais mas contorce-se sob o efeito de suas emoções. As linhas 
sinuosas do céu e da água, e a linha diagonal da ponte, conduzem o olhar do observador para a boca 
da figura que se abre num grito perturbador. 
 
 O Grito 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
166 
 
 
 Damas-Edvard Munch 
 
KIRCHNER 
Foi um dos fundadores do grupo de pintura expressionista Die Brücke. Influenciado pelo cubismo e 
fauvismo, o pintor alemão deu formas geométricas às cores e despojou-as de sua função decorativa 
por meio de contrastes agressivos, com o fim de manifestar sua verdadeira visão da realidade. Tendo 
concluído seus estudos de arquitetura na cidade de Dresden, Kirchner continuou sua formação na 
cidade de Munique. 
Pouco tempo depois reuniu-se com os pintores Heckel e Schmidt-Rottluf em Berlim, com os quais, 
motivados pela leitura de Nietzsche, fundou o grupo Die Brücke (A Ponte, numa referência à frase do 
escritor: "...a ponte que conduz ao super-homem"). 
 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
167 
 
Veio então a época em que os pintores se reuniam numa casa de veraneio em Moritzburg e se 
dedicavam apenas ao que mais lhes interessava: pintar. Dessa época são os quadros mais ousados de 
paisagens e nus, bem como cenas circenses e de variedades. 
Em 1914 Kirchner foi convocado para a guerra, e um ano depois tentou o suicídio. Quando suas mãos 
se recuperaram do ferimento, voltou a pintar ao ar livre, em sua casa ao pé dos Alpes. Quando 
finalmente sua contribuição para a arte alemã foi reconhecida, foi nomeado membro da academia de 
Berlim, em 1931, para seis anos mais tarde, durante o nazismo, ver sua obra ser destruída e 
desprestigiada pelos órgãos de censura. 
Kirchner tentou mostrar em toda a sua produção pictórica uma realidade de pesadelo e decadência. 
Sensivelmente influenciado pelos desastres da guerra, seus quadros se transformaram num 
amontoado neurótico de cores contrastantes e agressivas, produto de uma profunda tristeza.No final 
de 1938 o pintor pôs fim à própria vida. Suas obras mais importantes estão dispersas pelos museus de 
arte moderna mais importantes da Alemanha. 
 
Sick Woman- Kirchner 
 
PAUL KLEE 
Considerado um dos artistas mais originais do movimento expressionista. Convencido de que a 
realidade artística era totalmente diferente da observada na natureza, este pintor dedicou-se durante 
toda a sua carreira a buscar o ponto de encontro entre realidade e espírito. A exemplo de Kandinski, 
Klee estudou com o mestre Von Stuck em Munique. Depois de uma viagem pela Itália, entrou em 
contato com os pintores da Nova Associação de Artistas e finalmente uniu-se ao grupo de artistas do 
Der Blaue Reiter. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
168 
 
Em 1912 viajou para Paris, onde se encontrou com Delaunay, que seria de vital importância para suas 
obras posteriores. Klee escreveu: "A cor, como a forma, pode expressar ritmo e movimento". Mas a 
grande descoberta ocorreria dois anos depois, em sua primeira viagem a Túnis. 
As formas cúbicas da arquitetura e os graciosos arabescos na terracota deixaram sua marca na obra 
do pintor. Iniciou uma fase de grande produtividade, com quadros de caráter quase surrealista, 
criados, segundo o pintor, em cima de "matéria e sonhos". Entre eles merecem ser mencionados 
Anatomia de Afrodite, Demônios, Flores Noturnas e Villa R. Depois de lutar durante dois anos na 
Primeira Guerra, Klee juntou-se em 1924 ao grupo Die vier Blauen, mas antes apresentou suas obras 
em Paris, na primeira exposição dos surrealistas. 
Paralelamente, começou a trabalhar como professor em Dusseldorf e mais tarde na escola da Bauhaus 
em Weimar. Em 1933, Klee emigrou para a Suíça. Sua última exposição em vida aconteceu em Basiléia, 
em 1940. Além de sua obra pictórica, Klee deixou vários trabalhos escritos que resumem seu 
pensamento artístico. 
 
 Pequeno Porto - Paul Klee 
 
AMADEO MODIGLIANI 
Iniciou sua formação como pintor no ateliê de Micheli, em Livorno, sua cidade natal. Em 1902 entrou 
na Academia de Florença e um ano mais tarde na de Veneza. Três anos depois mudou-se para Paris, 
onde teve aulas na academia de Colarossi. Nessa cidade travou conhecimento com os pintores Utrillo, 
Picasso e Braque. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
169 
 
Em 1908 participou do Salão dos Independentes e lá conheceu Juan Gris e Brancusi. Produziu então 
suas primeiras esculturas motivado pelas peças de arte africana chegadas à Françadas colônias. Esse 
aspecto de máscara foi uma das constantes nos seus retratos e nus sensuais. 
Modigliani teve em comum com os cubistas e expressionistas o distanciamento das academias, a 
revalorização da cor e o estudo das formas puras. Sua visão tão subjetiva dos seres humanos e a 
emotividade de suas cores o aproximam mais do reduzido grupo de expressionistas franceses, 
composto por Rouault e Soutine. 
Apesar disso, pode-se muito bem dizer que sua obra, elegante, recatada e ao mesmo tempo 
misteriosa, pertence, juntamente com a dos mestres Cézanne e Van Gogh, para citar alguns, à dos 
gênios solitários. 
 
 
Young Girl Seated- Modigliani 
 
 
 
 
 
 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
170 
 
AULA Nº 30 
SURREALISMO 
 
O movimento surrealista nasceu no início do século XX, em Paris, fruto das teses de Sigmund Freud, 
criador da Psicanálise, e do contexto político indefinido que marcou este período, especialmente a 
década de 20. O Surrealismo questionava as crenças culturais então vigentes na Europa, bem como a 
postura humana, vulnerável frente a uma realidade cada vez mais difícil de compreender e dominar. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
171 
 
 
 Pintura de Vladimir Kush 
Esta escola artística e literária se insinua no interior dos movimentos de vanguarda modernistas, 
englobando antigos adeptos do Dadaísmo – linhagem cultural nascida em Zurique, em 1916, que 
primava pela irracionalidade, pela censura a toda atitude moderada e era marcada por uma descrença 
total e um negativismo radical. 
A teoria freudiana tem um grande peso na constituição do ideário surrealista, que valoriza acima de 
tudo o desempenho da esfera do inconsciente no processo da criação. O surrealismo procura expressar 
a ausência de racionalidade humana e as manifestações do subconsciente. Além dos dadaístas, ele se 
inspira também na arte metafísica de Giorgio de Chirico. 
Os surrealistas deslizam pelas águas mágicas da irrealidade, desprezando a realidade concreta e 
mergulhando na esfera da absoluta liberdade de expressão, movida pela energia que emana da psique. 
Eles almejam alcançar justamente o espaço no qual o homem se libera de toda a repressão exercida 
pela Razão escapando, assim, do controle constante do Ego. 
Os adeptos do Surrealismo se valem dos mesmos instrumentos que a Psicanálise, o método da livre 
associação e a investigação profunda dos impulsos oníricos, embora se esforcem para adaptar este 
manancial de recursos aos seus próprios fins. Desta forma eles objetivavam retratar o espaço 
descoberto por Freud no interior da mente humana, o inconsciente, através da abstração ou de 
imagens simbólicas. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
172 
 
O marco oficial da instituição deste movimento é o lançamento do Manifesto do Surrealismo, em 
outubro de 1924, por André Breton, que também o subscreveu. Este documento tinha o propósito de 
criar uma nova expressão artística acessível através do resgate das emoções e do impulso humano. 
 
 
A persistência da Memória (Salvador Dali - 1931) 
Isto só seria viável a partir do momento em que cada ser conquistasse o conhecimento de si mesmo, 
para então atingir o momento crítico no qual o interior e o exterior se revelam completamente 
coerentes diante da percepção humana. Ao mesmo tempo em que o Surrealismo pregava, como os 
dadaístas, a demolição do corpo social, ele propunha a gestação de uma nova sociedade, sustentada 
sobre outros alicerces. 
O Surrealismo – expressão que foi apresentada inicialmente pelo poeta cubista Guillaume Apolinaire, 
em 1917 – contava em suas fileiras com nomes famosos como os de Max Ernst, René Magritte e 
Salvador Dalí, nas artes plásticas; André Breton, no campo da literatura; e Buñuel, no cinema. Eles 
lançam, em 1929, o Segundo Manifesto Surrealista, publicando ao mesmo tempo o periódico O 
Surrealismo a Serviço da Revolução. Na década de 30 esta escola se expande e inspira vários outros 
movimentos, tanto no continente europeu quanto no americano. No Brasil ela se torna uma das várias 
vertentes absorvidas pelo Modernismo. 
 
 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
173 
 
3º ANO 
Aqui nós iremos falar um pouco sobre alguns movimentos artísticos, mas como o tempo é pouco para 
tantas aulas, vamos nos ater mesmo é no Enem. Afinal, é através do Enem que nossos alunos irão ter 
condição de ingressar em uma boa faculdade Federal. Vamos rever alguns movimentos em razão de 
terrem caído mais de uma vez nas questões das provas. Vamos tentar falar a linguagem que o Enem 
exige. 
AULA Nº 01 
CONHEÇA AS CINCO COMPETÊNCIAS AVALIADAS NO ENEM 
 
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) consiste em quatro provas e uma redação. E em todo o 
exame, além das disciplinas em si, existe uma série de habilidades que são avaliadas. Ou seja, 
independentemente da matéria que está sendo cobrada (Matemática, Português ou História, por 
exemplo), o Enem avalia cinco competências principais em todas as suas provas. 
É EXTREMAMENTE IMPORTANTE QUE SE CONHEÇAM ESSAS COMPETÊNCIAS! 
As cinco competências principais, comuns a todas as disciplinas avaliadas no Enem, são chamadas de 
Eixos Cognitivos e são publicadas todos os anos no Edital do Enem. São elas: 
COMPETÊNCIA 1: Dominar linguagens (DL) 
Dominar a norma culta da Língua Portuguesa e fazer uso das linguagens matemática, artística e 
científica e das línguas espanhola ou inglesa. 
COMPETÊNCIA 2: Compreender fenômenos (CF) 
Construir e aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento para a compreensão de fenômenos 
naturais, de processos histórico-geográficos, da produção tecnológica e das manifestações artísticas. 
COMPETÊNCIA 3: Enfrentar situações-problema (SP) 
Selecionar, organizar, relacionar, interpretar dados e informações representados de diferentes formas, 
para tomar decisões e enfrentar situações problema. 
COMPETÊNCIA 4: Construir argumentação (CA) 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
174 
 
Relacionar informações, representadas em diferentes formas, e conhecimentos disponíveis em 
situações concretas, para construir argumentação consistente. 
COMPETÊNCIA 5: Elaborar propostas (EP) 
Recorrer aos conhecimentos desenvolvidos na escola para elaboração de propostas de intervenção 
solidária na realidade, respeitando os valores humanos e considerando a diversidade sociocultural. 
Essas cinco competências são avaliadas nas quatro áreas de conhecimento do Enem (Ciências 
Humanas e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias, Linguagens, Códigos e suas 
Tecnologias e Matemática, Códigos e suas Tecnologias) e também na Redação. 
 
NA ARTE 
Esta é a competência de número quatro: Compreender a arte como saber cultural e estético gerador 
de significação e integrador da organização do mundo e da própria identidade. 
Arte é vida; é alma. É o algo a mais que o ser humano sempre necessitou para se completar. O homem 
precisa da arte para expressar seus desejos, seus anseios. A maneira de isso acontecer precisa ser de 
forma subjetiva. 
É necessário que nos relacionemos com a Arte, para aprendermos conosco mesmos a conhecer nosso 
interior. 
Temos que entender que a arte é um saber cultural coletivo que gera significado e que integra a 
organização do mundo e da própria identidade. 
Habilidade 12 - Reconhecer diferentes funções da arte, do trabalho, da produção dos artistas em seus 
meios culturais. 
O artista expressa o seu tempo, através do que ele vê. 
Habilidade 13 – Analisar as diversas produções artísticas como meio de explicar diferentes culturas, 
padrões de beleza e preconceitos. 
Habilidade 14 – Reconhecer o valor da diversidade artística e das inter-relações de elementos que se 
apresentam nas manifestações da vários grupos sociais. 
 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
175 
 
AULA Nº 02 
ENTENDENDO A ARTE 
Vamos começar a pensar exatamente da forma como o Enem quer que façamos: 
PENSANDOSOBRE O TEMA 
Você já viu alguma imagem e ficou na dúvida se ela era ou não uma obra de arte? Quais foram as 
imagens? 
Como você faria para distinguir a imagem de um cartaz de filme de cinema ou de uma tela pintada 
como sendo arte? 
Você sabe o que é arte e para quê ela serve? 
DEFINIÇÃO DE ARTE 
O termo arte vem do latim “ars” que significa “arranjo”, “habilidade”. O mundo da arte é concreto e 
vivo,podendo ser produzido, apreciado e compreendido. Através da experiência artística o ser 
humano desenvolve sua imaginação e criação aprendendo a conviver com seus semelhantes, 
respeitando as diferenças e sabendo modificar sua realidade. 
A arte é uma das primeiras manifestações da humanidade como forma de o ser humano marcar sua 
presença criando objetos e formas (pintura nas cavernas, templos religiosos, roupas, quadros, 
filmes etc) que representam sua vivência no mundo, comunicando e expressando suas idéias, 
sentimentos e sensações para os outros. 
Desta maneira, quando o ser humano faz arte, ele cria um objeto artístico que não precisa nos 
mostrar exatamente como as coisas são no mundo natural ou vivido e sim, como as coisas podem ser, 
de acordo com a sua visão. 
A função da arte e o seu valor, portanto, não estão no retrato fiel da realidade, mas sim, na 
representação simbólica do mundo humano. 
Dentre os possíveis e variados conceitos que a arte pode ter podemos sintetizá-los do seguinte modo: 
A arte é uma experiência humana de conhecimento estético que transmite e expressa idéias e 
emoções na forma de um objeto artístico (desenho, pintura, escultura, arquitetura, teatro, 
música, dança etc) e que possui em si o seu próprio valor. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
176 
 
Portanto, para apreciarmos a arte é necessário aprender sobre ela. Aprender a observar, a analisar, a 
refletir, a criticar e a emitir opiniões fundamentadas sobre gostos, estilos, materiais e modos diferentes 
de fazer arte. 
ELEMENTOS NECESSÁRIOS PARA EXISTIR A ARTE 
Para existir a arte são necessários três elementos: 
O ARTISTA 
O OBSERVADOR 
A OBRA DE ARTE 
O primeiro elemento é o artista, aquele que cria a obra, partindo do seu conhecimento concreto, 
abstrato e individual transmitindo e expressando suas idéias, sentimentos, emoções em um objeto 
artístico (pintura, escultura, desenho etc) que simbolize esses conceitos. Para criar a obra o artista 
necessita conhecer e experimentar os materiais com que trabalha, quais as técnicas que melhor se 
encaixam à sua proposta de arte e como expor seu conhecimento de maneira formal no objeto 
artístico. 
O outro elemento é o observador, que faz parte do público que tem o contato com a obra, partindo 
num caminho inverso ao do artista – observa a obra para chegar ao conhecimento de mundo 
que ela contém. Para isso, o observador precisa de sensibilidade, disponibilidade para entendê-
la e algum conhecimento de História e História da Arte, assim poderá entender o contexto em 
que a obra foi produzida e fazer relação com o seu próprio contexto. 
Por fim, a obra de arte ou o objeto artístico, faz parte de todo o processo, indo da criação do 
artista até o entendimento e apreciação do observador. A obra de arte guarda um fim em si mesma, 
sem precisar de um complemento ou “tradução” desde que isso não faça parte da proposta do artista. 
 
*Minha Sugestão é que se façam grupos de debate a respeito dos tópicos estudados. O Enem 
quer saber como o jovem pode contribuir para a melhoria da sociedade e, na Arte, isto é muito 
mais cobrado, uma vez que esta é capaz de transformar o ser humano. 
Seus alunos precisam ir criando ideias que dizem respeito ao social, porque isso ajudá-los-á 
até mesmo na Redação. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
177 
 
AULA Nº 03 
FUNÇÕES DA ARTE 
Cada sociedade vê a arte de um modo diferente, segundo a sua função. Nas sociedades indígenas e 
africanas originais a arte não era separada do convívio do dia-a-dia, mas presente nas vestimentas, nas 
pinturas, nos artefatos, na relação com o natural e o sobrenatural, onde cada membro da comunidade 
podia exercer uma função artística. 
Somente no séc. XX a arte foi reconhecida e valorizada por si, como objeto que possibilita uma 
experiência de conhecimento estético. 
Ao longo da história da arte podemos distinguir três funções principais para a arte: 
a PRAGMÁTICA ou UTILITÁRIA; 
a NATURALISTA; 
a FORMALISTA. 
 
FUNÇÃO PRAGMÁTICA OU UTILITÁRIA 
A arte serve como meio para se alcançar um fim não-artístico, não sendo valorizada por si mesma, mas 
pela sua finalidade. 
Segundo este ponto de vista a arte pode estar a serviço para finalidades pedagógicas, religiosas, 
políticas ou sociais. 
Não interessa aqui se a obra tem ou não qualidade estética, mas se a obra cumpre seu papel social de 
atingir a finalidade a que ela se prestou. 
 
FUNÇÃO NATURALISTA 
O que interessa é a representação da realidade ou da imaginação o mais natural possível para 
que o conteúdo possa ser identificado e compreendido pelo observador. 
A obra de arte naturalista mostra uma realidade que está fora dela, retratando objetos, pessoas ou 
lugares. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
178 
 
Para a função naturalista o que importa é a correta representação (perfeição da técnica) para que 
possamos reconhecer a imagem retratada; a qualidade de representar o assunto por inteiro; e o poder 
de transmitir de maneira convincente o assunto para o observador. 
 
FUNÇÃO FORMALISTA 
Atribui maior qualidade na forma de apresentação da obra preocupando-se com seus significados 
e motivos estéticos. 
A função formalista trabalha com os princípios que determinam a organização da imagem – os 
elementos e a composição da imagem. 
Com o formalismo nas obras, o estudo e entendimento da arte passaram a ter um caráter 
menos ligado às duas funções anteriores importando-se mais em transmitir e expressar idéias e 
emoções através de objetos artísticos. 
Foi só a partir do séc. XX que a função formalista predominou nas produções artísticas através da arte 
moderna, com novas propostas de criação. O conceito de arte que temos hoje em dia é derivado desta 
função. 
As obras de arte, especialmente as visuais, possuem duas tendências diferentes na forma de 
apresentação de uma obra: a figurativa e a abstrata. 
ARTE FIGURATIVA OUFIGURATIVISMO - Retrata e expressa a figura de um lugar, objeto, pessoa ou 
situação de forma que possa ser identificado, reconhecido. Abrange desde a figuração realista, 
parecida com o real até a estilizada (não tão próximo do real; apenas sugere). O figurativismo 
segue regras e padrões de representação da imagem retratada. 
 
ARTE ABSTRATA OU ABSTRACIONISMO -É um termo genérico utilizado para classificar toda forma 
de arte que se utiliza somente de formas, cores ou texturas, sem retratar nenhuma figura, 
rompendo com a figuração, com a representação naturalista da realidade. Podemos classificar o 
abstracionismo em duas tendências básicas: a geométrica e a informal. 
 
 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
179 
 
QUESTÕES 
1. A partir do que foi estudado, qual foi o seu entendimento sobre a ARTE? (resposta pessoal) 
2. Quais são os elementos necessários para existir a arte? 
3. Quais são as funções da arte? Explique cada uma delas. 
4. O que é Arte Figurativa? 
5. O que é Arte Abstrata? 
* Pode explorar bastante este material. É tema recorrente de vestibulares e do Enem. 
 
AULA Nº 04 
ELEMENTOS BÁSICOS DA LINGUAGEM VISUAL 
Linguagem visual é todo tipo de comunicação que se dá através de imagens e símbolos. 
Os elementos visuais constituem a substância básica daquilo que vemos, são a matéria-prima de toda 
informação visual. Entretanto, esses elementos, isolados, não representamnada, não têm significados 
preestabelecidos, nada definem antes de entrarem num contexto formal. 
De acordo com o estudo de vários autores, podem-se identificar como principais elementos 
visuais: o ponto, a linha, a forma, o plano, a textura, e a cor. 
 
A LINHA É A EXPRESSIVIDADE: 
 
a) Introdução: A expressividade e o ritmo da linha são uma questão de associação de idéias. Por se 
tratar de um meio de expressão plástica, nem sempre sugerirão as mesmas coisas para quem as 
observa. 
As linhas traçadas sobre o papel constituem uma linguagem plástica de expressão e esta 
expressividade pode ser determinada pela relação com as coisas reais que conhecemos. Por exemplo: 
dizemos que a linha curva expressa movimentos curtos por que ela nos faz recordar objetos ou coisas 
que, ao se moverem, nos dão essa sensação, como as ondas do mar, uma serpente se rastejando pelo 
chão, uma bola, etc. 
 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
180 
 
Vamos ver alguns exemplos: 
 
- A Linha reta na posição horizontal, tem significado de plano, estático. Ela nos dá sensação de 
amplitude, de espaço, convida-nos ao descanso, proporciona quietude e paz. 
 
 
- A linha reta na posição vertical, tem significado de movimento, de altura, lembra-nos uma árvore, 
um homem em pé. 
 
- A linha reta na posição inclinada, é uma linha em fuga. Ela se desloca na posição de seu ângulo. 
Expressa vitalidade, movimento, instabilidade. 
 
- A linha curva, exprime alegria, animação. O sorriso se expressa sempre por uma linha curva com as 
extremidades para cima. 
 
 
 
 
- As linhas onduladas, nos dão idéia de movimento, ritmo, graça. 
 
- As linhas quebradas, ou poligonais nos dão a idéia de força, agressividade, tensão. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
181 
 
 
- As linhas mistas são representadas por um conjunto de retas e curvas. Transmitem dinamismo e 
confusão, movimento. 
 
 Há diversos trabalhos bem interessantes que se pode fazer utilizando-se os diversos tipos de 
linhas. Sugira trabalhos abstratos usando uma ou mais linhas, com muita cor: 
 
 
AULA Nº 05 
TEORIAS DA ARTE 
As teorias da arte têm por objetivo explicar a natureza da obra de arte em geral. Alguns críticos 
consideram essa tarefa inevitavelmente fadada ao fracasso. Segundo eles, a arte é um 
fenômeno demasiado diversificado para que possa ser encontrada uma essência comum a 
todas as suas manifestações, o que equivale a dizer que não podemos encontrar condições 
necessárias e suficientes para a sua identificação, ou seja, condições que uma vez presentes 
nos garantam que estamos diante de obras de arte. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
182 
 
No que se segue quero expor e discutir brevemente algumas teorias mais influentes acerca da 
natureza da arte em algumas de suas variantes, em busca do que possa parecer mais 
esclarecedor. 
1. REPRESENTACIONALISMO 
O representacionalismo é a mais antiga concepção sobre a natureza da arte, sugerindo que a 
sua função é a de representar alguma coisa. Platão e Aristóteles concebiam a arte como 
imitação ou mímese, ou seja, uma representação naturalista da realidade. Assim, a pintura 
imita a natureza, o drama imita a ação humana. Essa concepção já era problemática na 
antiguidade. A música instrumental, por exemplo, não parece imitar coisa alguma. E a pintura 
moderna tornou essa concepção ainda menos plausível. Um quadro que intenta copiar a 
realidade é chamado pejorativamente de Trompe D'oeil e geralmente visto como alguma 
coisa sem valor estético. Esse juízo não pode ser generalizado. A série dos auto-retratos de 
Rembrandt, nos quais ele honesta e corajosamente retrata a sua própria decadência, são 
obras de arte. Mas grande parte da pintura, da literatura, quase toda a música, não são 
certamente cópias literais de coisa alguma. 
2. FORMALISMO 
Segundo as teorias formalistas, o que caracteriza a obra de arte é a sua forma e não o seu 
caráter representativo. Um paradigma do formalismo é a teoria proposta por Clive Bell em 
1914 com o objetivo de defender o neo-impressionismo de pintores como Paul Cézanne. Para 
Bell o que caracteriza as artes plásticas e talvez a música é a presença da forma significante. 
O conceito de forma significante é simples, não podendo ser definido. Mas na pintura ele 
resulta da combinação de formas, linhas e cores. Considere, por exemplo, a Composição em 
Vermelho, Amarelo e Azul de Mondrian. O que faz a singularidade dessa pintura é a 
inesperada harmonia entre as cores puras, as formas e dimensões de seus retângulos, o que 
deve constituir uma forma significante. Característico da forma significante é que ela produz 
uma emoção estética em pessoas com sensibilidade para a arte. 
3. TEORIA INSTITUCIONAL 
A teoria institucional da arte surgiu na década de sessenta, tendo sido sustentada por George 
Dickie. Essa teoria enfatiza a importância da comunidade de conhecedores de arte na 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
183 
 
definição e ampliação dos limites daquilo que pode ser chamado de arte. Dickie define a obra 
de arte como um artefato que possui um conjunto de aspectos que lhe conferem o status de 
candidato à apreciação das pessoas da instituição do mundo da arte. A importância disso pode 
ser ilustrada pela obra de Alfred Wallis. Wallis era um marinheiro que nada entendia de arte 
e que aos 70 anos, após a morte da esposa, decidiu pintar barcos na madeira para afugentar 
a solidão. Casualmente, dois pintores de passagem pelo lugar gostaram de suas telas e o 
descobriram como artista. Como resultado as obras de Wallis podem ser hoje vistas em vários 
museus ingleses. Como disse um crítico, Wallis tornou-se um artista sem sequer saber que 
era. 
4. COLLINGWOOD E A TEORIA DA ARTE COMO EXPRESSÃO 
Segundo as teorias expressivistas, a arte é expressão de emoções. As teorias expressivistas da 
arte são mais novas, embora sinais dela já pudessem ser encontrados na antiguidade, como 
na teoria aristotélica da função catártica da obra de arte como purgação das emoções. Para 
os expressivistas a arte é para o mundo interior das emoções como a ciência para o mundo 
exterior. A ciência tem como objeto eventos físicos enquanto a arte tem como objeto as 
emoções humanas que ela exprime. 
Uma versão ingênua da teoria expressivista é tipicamente atribuída a Leon Tolstoy. Primeiro 
o artista precisa ter um sentimento: Tolstoy foi à guerra e voltou cheio de sentimentos. Ele 
produz então uma obra de arte destinada a expressá-los, digamos, Guerra e Paz. Por sua vez, 
a obra evoca no leitor os mesmos sentimentos que o artista teve ao passar pela guerra. O 
esquema é simples: emoções no artista, obra de arte nas mesmas emoções no auditório. A 
obra de arte é apenas um veículo de transmissão de emoções. Essa versão do expressivismo 
é ingênua porque não é capaz de distinguir a obra de arte de qualquer coisa que transmita um 
sentimento. Uma notícia de jornal sobre a guerra pode ter profundo efeito emocional, mas 
isso não a torna uma obra de arte. Se uma pessoa está se afogando em um rio e grita por 
socorro, ela expressa um sentimento de desespero pela asfixia, enquanto a pessoa que o ouve 
entende muito bem o que ela está sentindo. Mas isso não faz de seus gritos obras de arte! 
 
 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
184 
 
AULA Nº 06 
ÁREAS DE CONHECIMENTO DA ARTE 
É importante lembrar que na disciplina de Arte temos quatro áreas de conhecimento: as artes visuais, 
a dança, a música e o teatro. O aluno precisa saber identificar os movimentos artísticos, as 
características da composição da obra, o período histórico em que ela aconteceu, como e por quê 
aconteceu cada movimento. 
Na dança, é necessário que ele identifique os gêneros da dança, como por exemplo, a dança folclórica, 
que tem caído em provas do Enem. 
Na música, o aluno precisa entender os elementos formadores do som, como o timbre, intensidade, 
altura, densidade, duração, como se organizam esses sons, que é a melodia, oritmo, harmonia, 
gêneros musicais, como o samba, o rock, o jazz. Quais são os instrumentos usados para esses gêneros, 
bem como período e contexto histórico em que determinada música está inserida. 
No teatro, saber identificar os gêneros teatrais, entre tragédia e comédia. Organização do texto cênico, 
entender como é composto o teatro, os elementos que o compõem: personagens, figurino, 
iluminação. As técnicas teatrias, como por exemplo, o teatro do oprimido, o teatro de sombras, etc. 
VAMOS ESTUDAR UM POUCO SOBRE A DANÇA. 
Trataremos do conteúdo de dança, iniciando pela dança clássica, passando pela dança moderna, até 
chegarmos à dança contemporânea. 
A dança é a mais antiga das artes. Toda as civilizações possuíram algum tipo de dança. 
Mas antigamente, a dança era uma forma de comunicação entre os povos e seus deuses. Dançar e 
viver se mesclavam; um dependia do outro. 
Com o passar do tempo, a dança passa a significar poder, indo para as cortes com o propósito de 
entretenimento. Foi no reinado do rei Luis XIV que a dança teve o seu apogeu.Foi nesta época que 
surgiram os primeiros dançarinos profissionais, os primeiros mestres de dança, bem como o primeiro 
sistema de ensino de dança, os primeiros códigos de movimento. 
Aos poucos, os bailarinos foram passando da corte e dos salões para os palcos. 
 
 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
185 
 
BALÉ CLÁSSICO 
 
O balé clássico foi criado para significar e enaltecer a leveza do corpo humano, para negar a lei da 
gravidade e fazer com que os bailarinos parecessem voar. Em 1905 foi lançada a “A Morte do Cisne”, 
em que a bailarina representa as últimas horas de um cisne. Esta obra foi tirada do poema. Os 
movimentos são sempre leves, os braços da bailarina sempre longilíneos e se movimentando e esta o 
tempo todo em sapatilha de ponta, uma tecnologia criada à epoca para dar a sensação de se estar fora 
do chão. 
Isadora Duncan foi uma bailarina que não se sentiu à vontade com a rigidez dos padrões estéticos da 
dança clássica. Sentia que aquele tipo de dança não representava sua vida. Ela queria dançar o que 
vinha de dentro de sua alma. Tirou as sapatilhas dos pés e começou a dançar com mais liberdade. 
O império da dança clássica seguiu durante anos com normas e códigos préestabelecidos, posições e 
regras para o uso do corpo, vestimentas, enredos, trilha sonora e cenários, representando a estética 
social. Porém, com o passar dos anos essas regras e normas já não mais satisfaziam e novos conceitos 
começam a surguir, questionando o corpo e trazendo a DANÇA MODERNA. 
 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
186 
 
Os corpos já buscavam outras posições e representações bem diferentes do balé clássico. Um dos 
primeiros números de dança moderna foi “A Mesa Verde”. O coreógrafo Kurt Joss lança um vídeo em 
que os bailarinos, em uma mesa verde usam máscaras, movimentos com adereço totalmente 
desconhecidos do balé clássico. Era uma espécie de dança-teatro. 
Houve uma grande ruptura dos padrões clássicos. Os pés, já sem sapatilhas; o corpo aceitava a lei da 
gravidade em quedas torções. O tronco era constantemente descentralizado, as posições buscavam 
desafiar a verticalidade do balé, mas tudo seguia uma técnica organizada. 
 
AULA Nº 07 
DANÇA CONTEMPORÂNEA 
 
A dança contemporânea não segue nenhum padrão estético específico. É uma mistura de técnicas de 
dança, de estéticas apropriadas, de várias linguagens, onde tudo pode acontecer. 
A dança contemporânea é a manifestação da nossa sociedade atual, onde o conceito de belo não está 
mais inatingível como quando foi criado o conceito do virtuosismo acadêmico, e sim, nos olhos de 
quem vê. O que é belo depende da experiência estética de cada um. E nesse contexto, a dança é 
inundada por tudo e por nada. Não precisa ser extremamente técnica para ser bela. Não precisa negar 
nem afirmar nada. Pode ser leve, ser torto. Um corpo é belo e é capaz de comunicar e dançar toda a 
potencialidade aproveitada e toda a sua individualidade. 
O bailarino, agora, passa de intérprete para intérprete criador. O coreógrafo é um diretor de cena. Ele 
agora soma com os bailarinos tudo o que vai acontecer e dirige as cenas. A despreocupação, a 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
187 
 
improvisação, as técnicas de composição coreográficas são usadas para criar a perfomance da dança 
contemporânea. Há uma mistura de vários significados e várias possibilidades. 
A dança acompanha a tradição da sociedade onde vivemos. A arte reflete o potencial cultural das 
pessoas que ali convivem. 
 
DANÇA FOLCLÓRICA 
 
O tema das danças folclóricas também é recorrente nas questões do Enem. 
Veja algumas: 
1- O folclore é o retrato da cultura de um povo. A dança popular e folclórica é uma forma de 
representar a cultura regional, pois retrata seus valores, crenças, trabalho conhecê-la, é de 
alguma forma se apropriar dela, é enriquecer a própria cultura. 
BREGOLATO, R. A. Cultura Corporal da Dança. São Paulo: Ícone, 2007. 
As manifestações folclóricas perpetuam uma tradição cultural, é obra de um povo que a cria, recria e 
a perpetua. Sob essa abordagem deixa-se de identificar como dança folclórica brasileira: 
A. O Bumba-meu-boi, que é uma dança teatral onde personagens contam uma história 
envolvendo crítica social, morte e ressurreição. 
B. A Quadrilha das festas juninas, que associam festejos religiosos a celebrações de origens 
pagãs envolvendo as colheitas e a fogueira. 
C. O Congado, que é uma representação de um reinado africano onde se homenageia santos 
através de música, cantos e dança. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
188 
 
D. o Balé, em que se utilizam músicos, bailarinos e vários outros profissionais para contar 
uma história em forma de espetáculo. 
E. O Carnaval, em que o samba derivado do batuque africano é utilizado com o objetivo de 
contar ou recriar uma história nos desfiles. 
Resolução 
Letra D: A dança é considerada uma manifestação folclórica quando retrata a cultura de uma 
determinada região. Dentre as opções, o Balé não é uma dança folclórica brasileira, pois é uma dança 
que pode contar qualquer história em forma de espetáculo. 
2- Própria dos festejos juninos, a quadrilha nasceu como dança aristocrática, oriunda dos salões 
franceses, depois difundida por toda a Europa. No Brasil, foi introduzida como dança de salão 
e, por sua vez, apropriada e adaptada pelo gosto popular. Para sua ocorrência, é importante a 
presença de um mestre “marcante” ou “marcador”, pois é quem determina as figurações 
diversas que os dançadores desenvolvem. Observa-se a constância das seguintes marcações: 
“Tour”, “En avant”, “Chez des dames”, “Chez des cheveliê”, “Cestinha de flor”, “Balancê”, 
“Caminho da roça”, “Olha a chuva”, “Garranchê”, “Passeio”, “Coroa de flores”, “Coroa de 
espinhos” etc. 
No Rio de Janeiro, em contexto urbano, apresenta transformações: surgem novas figurações, 
o francês aportuguesado inexiste, o uso de gravações substitui a música ao vivo, além do 
aspecto de competição, que sustenta os festivais de quadrilha, promovidos por órgãos de 
turismo. 
CASCUDO. L.C. Dicionário do folclore brasileiro. Rio de Janeiro: Melhoramentos. 1976. 
 
As diversas formas de dança são demonstrações da diversidade cultural do nosso país. Entre 
elas, a quadrilha é considerada uma dança folclórica por: 
 
A- Possuir como característica principal os atributos divinos e religiosos e, por isso, identificar uma 
nação ou região. 
B- Abordar as tradições e costumes de determinados povos ou regiões distintas de uma mesma 
nação. 
 C- Apresentar cunho artístico e técnicas apuradas, sendo também, considerada dança-espetáculo. 
 D- Necessitar de vestuário específico para a sua prática, o qual define seu país de origem. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
189 
 
 E- Acontecer em salões e festas e ser influenciada por diversos gêneros musicais. 
Resolução: A quadrilha pode ser considerada uma dança folclórica porque elacarrega tradições 
e costumes de determinados povos ou regiões. Segundo o texto, a dança quadrilha teve origem 
nos salões franceses, sendo posteriormente difundida por toda a Europa e chegando também 
ao Brasil. Aqui, porém, perdeu-se o caráter aristocrático e a quadrilha ganhou popularidade, 
sofrendo adaptações regionais. 
1.(ENEM/2009) Os melhores críticos da cultura brasileira trataram-na sempre no plural, isto é, 
enfatizando a coexistência no Brasil de diversas culturas. Arthur Ramos distingue as culturas não 
europeias (indígenas, negras) das europeias (portuguesa, italiana, alemã, etc.), e Darcy Ribeiro fala de 
diversos Brasis: crioulo, caboclo, sertanejo, caipira e de Brasis sulinos, a cada um deles correspondendo 
uma cultura específica. 
MORAIS, F. O Brasil na visão do artista: o país e sua cultura. São Paulo: Sudameris, 2003. 
 
Considerando a hipótese de Darcy Ribeiro de que há vários Brasis, a opção em que a obra mostrada 
representa a arte brasileira de origem negro-africana é: 
 
2.(ENEM/2010) O folclore é o retrato da cultura de um povo. A dança popular e folclórica é uma forma 
de representar a cultura regional, pois retrata seus valores, crenças, trabalho e significados. Dançar a 
cultura de outras regiões é conhecê-la, é de alguma forma se apropriar dela, é enriquecer a própria 
cultura. 
BREGOLATO, R. A. Cultura Corporal da Dança. São Paulo: Ícone, 2007. 
 
As manifestações folclóricas perpetuam uma tradição cultural, é obra de um povo que a cria, recria e 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
190 
 
a perpetua. Sob essa abordagem deixa-se de identificar como dança folclórica brasileira: 
a) o Bumba-meu-boi, que é uma dança teatral onde personagens contam uma história envolvendo 
crítica social, morte e ressurreição. 
b) a Quadrilha das festas juninas, que associam festejos religiosos a celebrações de origens pagãs 
envolvendo as colheitas e a fogueira. 
c) o Congado, que é uma representação de um reinado africano onde se homenageia santos através 
de música, cantos e dança. 
d) o Balé, em que se utilizam músicos, bailarinos e vários outros profissionais para contar uma história 
em forma de espetáculo. 
e) o Carnaval, em que o samba derivado do batuque africano é utilizado com o objetivo de contar ou 
recriar uma história nos desfiles. 
3.(ENEM/2009) O artesanato traz as marcas de cada cultura e, desse modo, atesta a ligação do homem 
com o meio social em que vive. Os artefatos são produzidos manualmente e costumam revelar uma 
integração entre homem e meio ambiente, identificável no tipo de matéria-prima utilizada. 
Pela matéria-prima (o barro) utilizada e pelos tipos humanos representados, em qual região do Brasil 
o artefato acima foi produzido? 
 
 
a) Sul. 
b) Norte. 
c) Sudeste. 
d) Nordeste. 
e) Centro-Oeste. 
 
4.(ENEM/2007) Não só de aspectos físicos se constitui a cultura de um povo. Há muito mais, contido 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
191 
 
nas tradições, no folclore, nos saberes, nas línguas, nas festas e em diversos outros aspectos e 
manifestações transmitidos oral ou gestualmente, recriados coletivamente e modificados ao longo do 
tempo. A essa porção intangível da herança cultural dos povos dá-se o nome de patrimônio cultural 
imaterial. 
Internet: <www.unesco.org.br>. 
 
Qual das figuras abaixo retrata patrimônio imaterial da cultura de um povo? 
 
 
5.(ENEM/2008) - A linguagem utilizada pelos chineses há milhares de anos é repleta de símbolos, os 
ideogramas, que revelam parte da história desse povo. Os ideogramas primitivos são quase um desenho 
dos objetos representados. Naturalmente, esses desenhos alteraram-se com o tempo, como ilustra a 
seguinte evolução do ideograma, que significa cavalo e em que estão representados cabeça, cascos e 
cauda do animal. 
 
 
 
Considerando o processo mencionado acima, escolha a sequência que poderia representar a 
evolução do ideograma chinês para a palavra luta. 
 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
192 
 
 
6 (ENEM/2008) Os signos visuais, como meios de comunicação, são classificados em categorias de 
acordo com seus significados. A categoria denominada indício corresponde aos signos visuais que têm 
origem em formas ou situações naturais ou casuais, as quais, devido à ocorrência em circunstâncias 
idênticas, muitas vezes repetidas, indicam algo e adquirem significado. Por exemplo, nuvens negras 
indicam tempestade. Com base nesse conceito, escolha a opção que representa um signo da categoria 
dos indícios. 
 
 
 
Gabarito: 1A - 2D - 3D - 4C - 5B - 6B 
 
AULA Nº 08 
ARTE CONTEMPORÂNEA 
É a arte do nosso tempo. Marcada pela quebra de padrões, pela liberdade total de criar, representar 
e propor situações e também pela pesquisa e uso das novas tecnologias (vídeo, holografia, som, 
computador, etc.). A arte contemporânea se aproxima da vida. Nela, tudo pode ser incorporado. O 
expectador é provocado e convidado às mais variadas reflexões sobre a arte e sobre a vida. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
193 
 
A arte se integra à própria vida. Beleza, feiúra, ironia, política, percepções, sensações, sucata, lixo, e 
até o próprio corpo, tudo pode ser material artístico. Ainda na década de 60 surge a Arte Conceitual, 
cuja arte passa a questionar a própria função da arte. O suporte da arte passa a ser a idéia, o conceito. 
Em oposição à arte conceitual, na Arte Formal (principalmente a abstração geométrica) os artistas 
aprofundam as pesquisas dos elementos visuais iniciadas pelos pintores modernos. A arte é plural e 
permite uma multiplicidade nunca antes vista neste campo. 
As instalações imperam nas exposições contemporâneas. A arte não precisa mais ser eterna, nem é 
feita para perdurar. O efêmero, o momento e a passagem do tempo marcam boa parte das obras 
contemporâneas. 
A pesquisa e o uso de materiais variados e inusitados estão presentes nas obras. Na Arte 
Contemporânea há exploração de todos os sentidos, não só da visão, mas também o tato, paladar e 
audição, exigindo do público, muitas vezes, uma participação ativa para que a obra se realize. 
Mudaram os tempos, mudou a arte e sua função. Não esqueçamos que a arte é histórica, e cada vez 
mais política e provocativa; porém, sempre original e criativa. 
Vejamos alguns conceitos que se transformam na arte da contemporaneidade, no que diz respeito: 
1- AO PÚBLICO 
Na arte contemporânea, o espectador deixa de ser um contemplador passivo do estético para se tornar 
um agente participante, um leitor ativo de mensagens. Muitas vezes a obra só se realiza na sua 
presença e com a sua participação. 
Sensibilizar o espectador é, então, menos importante do que fazê-lo refletir. 
2- AO ARTISTA 
Este, além de ser um criador, passa a ser um propositor de ideias e/ou experiências, um manipulador 
de signos. 
3- À ORIGINALIDADE E À AUTORIA 
A apropriação de objetos do cotidiano questiona o conceito de originalidade. 
A terceirização de etapas de construção da obra questiona o conceito de autoria. 
4- ÀS RELAÇÕES ENTRE AS OBRAS E O TEMPO 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
194 
 
Obras efêmeras são criadas, fazendo-nos pensar sobre o conceito de obra-prima, que “dura para 
sempre”. 
Obras que se consomem no tempo, como as performances, permanecem apenas nos registros 
(fotografias, vídeos, etc.) e estes tomam o seu lugar como agentes nos espaços expositivos. 
A obra pode deixar de ser um objeto autônomo, resultado de um trabalho terminado, para se tornar 
um processo em desenvolvimento, inacabado por sua própria natureza (work in progress). 
 
AULA Nº 09 
Arte Conceitual 
 
A Arte Conceitual é aquela que considera a ideia, o conceito, como obra. O importante não é o 
resultado do processo artístico, mas o processo em si, a ideia que a obra encerra. Surgiu como 
vanguarda artística no final da década de 1960 na Europa e nos Estados Unidos. Esta é a época do 
movimento hippie, dos protestos contra a guerra do Vietnan e das grandes contestações sociais,como 
o feminismo, o homossexualismo e as questões ambientais. A arte buscava chocar, protestar, 
instigando o espectador a refletir sobre o papel da arte na sociedade e da arte como mercadoria. 
A arte deixa de ser primordialmente visual, feita para ser olhada, e passa a ser considerada como idéia 
e pensamento, como objeto. As idéias de Marcel Duchamp foram de uma enorme importância paraos 
artistas conceituais. Ao questionar a arte através de seus ready-mades, Duchamp tornou-se o grande 
precursor da Arte Conceitual. 
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Já que as ideias são o mais importante para a arte conceitual, não há exigência de que a obra artística 
seja construída pelas mãos do artista. Ele pode, muitas vezes, delegar o trabalho físico para outra 
pessoa que tenha habilidade técnica. O que importaé a invenção da obra, o conceito, que é elaborado 
antes de sua materialização. 
A arte conceitual utiliza diversas linguagens como a fotografia, o vídeo e a própria linguagem verbal 
oral ou escrita, sendo muitas obras conceituais constituídas somente do texto linguístico. 
 
Joseph Kosuth (*Ohio 1945) 
Um importante artista da arte conceitual é Joseph Kosuth. Em sua instalação “Uma e três Cadeiras” 
ele expõe uma cadeira comum de madeira. Na parede do lado esquerdo da cadeira, ele cola uma 
fotografia dela em tamanho natural e do lado direito, o verbete do dicionário explicando o que é uma 
cadeira (substantivo feminino, assento com costas para uma pessoa, pode ser de palha, madeira, 
metal, plástico...). 
 
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O que Kosuth quer dizer com essa instalação é que o conceito é superior ao objeto em si ou sua 
representação imagética (a fotografia), já que o significado de uma cadeira abrange toda e 
qualquer cadeira no planeta e a cadeira “real” é apenas um exemplo individual do seu conceito. 
A fotografia representa apenas uma cadeira ou cadeiras de uma só espécie e simboliza a pintura na 
História da Arte. 
Desta forma Kosuth critica a representação da realidade na arte e coloca a questão do conceito em 
primeiro plano. Segundo ele, “Ser um artista hoje significa questionar a natureza da arte”. E esta é, em 
última instância, a principal ideia da arte conceitual. 
 
NOVAS LINGUAGENS 
Na arte da contemporaneidade, novas linguagens artísticas são desenvolvidas (instalação, vídeo arte, 
vídeo-instalação, assemblage, performance, body-art, arte digital, etc.), de acordo com a incorporação 
das novas tecnologias e de novas formas de pensar. Vejamos mais detalhadamente algumas dessas 
novas linguagens: 
 
INSTALAÇÃO 
 
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É a partir da década de 60 que o termo “instalação”, que até então significava a montagem (a 
instalação) de uma exposição, passa a nomear essa operação artística em que o espaço, o entorno, 
torna-se parte constituinte da obra. A instalação como linguagem artística se popularizou na década 
de 70, designando ambientes construídos e ocupados por objetos diversos, podendo estimular outros 
sentidos além da visão, como olfato, tato e audição. 
A instalação nos traz algumas questões, como: 
Quando se trata de instalações no tempo/espaço definido de um museu ou espaço público aberto, 
podemos nos perguntar sobre o que resta de uma obra quando for desmontada? Ou ainda: é legítimo 
remontar uma instalação em lugar diverso do proposto inicialmente e que transformações isto traria 
para a obra? 
* Como atividade, que tal sugerir que eles façam uma obra contemporânea na própria sala de aula, 
usando da “instalação”. Seria bem interessante sugerir algum tema, como Química, por exemplo. Seria 
uma exposição com duração de uma ou duas semanas. Na hora do recreio, os outros alunos podem ir 
visitá-la. Pode ser feita também no pátio da escola. Veja esta possibilidade. 
 
AULA Nº 10 
PERFORMANCE 
 
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Assim como a instalação, a performance é um termo que muda de sentido ao se tornar uma linguagem 
artística das artes visuais. Os saraus futuristas e os eventos dadaístas e surrealistas são os precursores 
do que viria a ser nomeado na década de 70 como performance,incluindo os “hapennings”, as “ações” 
e a “body art”. 
Performance é, então, uma forma de arte que pode combinar elementos do teatro, da música, da 
dança e das artes visuais. Situa-se no limite entre o teatro e as artes plásticas, onde o artista funciona 
como uma escultura viva, “interpretando” sua mensagem. 
Tipo de obra efêmera, a performance muitas vezes se perde no tempo pela inexistência de registros, 
mas como obra do instante ou do desenrolar de um processo pode, de certo modo, perdurar no tempo 
pela documentação fotográfica, por vídeos e filmes que perenizam o gesto fugaz. 
Assim, para o espectador, a performance é sempre uma visualização da consciência do tempo e, 
mesmo que haja registros, as percepções táteis, corporais e manipulatórias são limitadas pelas 
imagens fotográficas ou videográficas. 
Essa associação com a fotografia e outras mídias eletrônicas traz mais uma questão na 
contemporaneidade: 
 
 Cildo Meirelles- Exposição Arte/Cidade, 1997, SP 
“Os trilhos avançam através de uma área desativada e erma, cortando a cidade como uma chaga. 
Abandonados, deixados à margem da circulação, estes lugares são palco de uma ocupação provisória, 
de pessoas de passagem, em busca de esconderijo. 
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Tornaram-se focos de tráfico e assaltos. Inscrições alertando forasteiros ou relatando cenas de 
agressão só acrescentam mais uma camada de violência às paredes. Ao cobrir as paredes do que 
restou de uma sala da Matarazzo com 7.000 seringas, Cildo Meirelles não está apenas aludindo 
às transações que se fazem por ali, mas amplificando o sofrimento que se afligiu aos lugares e às 
pessoas. As seringas, espetadas uma após a outra em paredes e pisos, formam um tapete que 
recobre tudo. A beleza resultante do líquido vermelho, destacado da parede, sangue e sublimação 
estética, é convulsiva”. 
Se vamos a um museu e vemos as fotos de uma performance realizada há alguns anos por umartista, 
que limites há entre obra e registro nesta situação, se este ocupa o lugar da obra e é a única forma de 
termos acesso à sua percepção? Essa “presença ausente” é o que caracteriza especialmente as 
performances, que dependem dos registros para se perpetuarem no tempo, contradizendo 
assim, sua própria estrutura fugaz. Mas a contradição não é um problema para a arte 
contemporânea, ela é, ao contrário, bem vinda, pois é parte da vida. A arte contemporânea 
suporta a coexistência de idéias e conceitos díspares; é parte de sua proposta a convivência com 
conceitos contraditórios, não havendo a necessidade de se optar por um ou outro para a legitimação 
de cada um. 
Dois artistas que marcaram presença nas décadas de 60 e 70 no Brasil com propostas artísticas 
experimentais foram Lygia Clark e Hélio Oiticica. 
 
 
 
 
 
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200 
 
VIDEOARTE 
 
Linguagem artística que faz uso das imagens eletrônicas, rompendo com os padrões estéticos 
estabelecidos pelas narrativas da televisão e do cinema. No Brasil, o início da videoarte data do 
princípio da década de 70, em plena ditadura, quando a ficção estava em alta na TV e a videoarte 
surge como uma linguagem de contracultura, desmascarando uma realidade sufocante. 
Como exemplo podemos citar o ato do artista Paulo Herkenhoff de engolir páginas de jornal cujo texto 
fora adulterado pela censura vigente. Esta ação simbólica foi captada pela câmera em tempo real, 
sem cortes, em filmagem direta, onde as falhas são significativamente incorporadas à narrativa.ARTE ELETRÔNICA 
 
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O acesso dos artistas ao computador lhes deu a oportunidade de explorar as possibilidades dessa 
tecnologia como um meio de expressão, criando uma nova linguagem artística. 
Com o início da internet na década de 90 surge o primeiro site que apresenta uma linguagem visual 
artística na web; ele se apropria dos códigos de Html e imagens, propõe a interação com o internauta, 
onde um link leva a uma outra composição imagética, num movimento automático, guiado ao acaso. 
A internet oferece ao artista o acesso a um público mais amplo e menos especializado. 
A utilização diária do computador pela pessoa comum trouxe reflexões filosóficas sobre essa nova 
forma de estar no mundo. O conceito de Telepresença é um exemplo disso. Segundo Ronaldo Lemos: 
“Duas pessoas, uma em Nova York e outra em Tóquio se falavam pelo Skype. Quando terminaram a 
conversa nenhum deles desligou. O assunto acabou, mas eles resolveram não desligar. Então, um ouvia 
o outro abrindo um armário, espirrando do outro lado, teclando... 
A grande característica da internet é a nova relação temporal e espacial que se estabelece. A rede nos 
traz uma nova concepção de presença não corpórea, que nos dá a possibilidade, ou melhor, o poder 
de controlar o espaço, o tempo e o corpo. 
A telepresença reflete uma sociedade em rede e o caráter global das novas relações. Alguns trabalhos 
artísticos em meios como a internet exploram essa experiência presencial a distância.” 
Seguindo este pensamento, a arte dos novos meios seria uma resposta dos artistas à revolução das 
tecnologias da informação e a digitalização dos modelos culturais. A internet disponibiliza uma hiper 
abundância de imagens, sons e textos, que aliados à dupla função Ctrl C - Ctrl V, abre possibilidades 
de novas apropriações e combinações. 
É importante, porém, percebermos que as novas tecnologias são recursos que podem ser utilizados 
para o desenvolvimento de linguagens artísticas. Mas a tecnologia não é arte por si só. Para uma 
tecnologia se tornar arte é preciso que esteja inserida no processo de desenvolvimento da 
linguagem de um artista. Alguns sinônimos para esta nova tendência são: arte digital, arte eletrônica, 
arte multimídia, arte interativa, que se multiplicam em muitas possibilidades: software art, gam e 
art, Web art, internet art, site-specific. 
 
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202 
 
AULA Nº 11 
OBJETOS ENCONTRADOS (OBJET TROUVÉ) 
 
São objetos cotidianos colados em telas ou utilizados em assemblages ou instalações. A técnica foi 
inicialmente utilizada pelos cubistas, por volta de 1911, que incorporavam papéis impressos, palhas 
de encosto de cadeira, etc., em suas colagens. 
O artista brasileiro Artur Bispo do Rosário (*Sergipe 1909 ou 1911, +Rio de Janeiro 1989) colava 
“objetos encontrados”numa superfície plana. Seu trabalho tem forte conteúdo autobiográfico. Por 
conta de sua doença mental ele foi interno da Colônia Juliano Moreira no Rio de Janeiro por mais de 
50 anos, onde colecionou objetos utilizados no dia a dia do hospital psiquiátrico, utilizando-os em suas 
obras, como por exemplo, xícaras de alumínio já desgastadas pelo uso, coladas sobre uma placa de 
madeira. 
Numa outra assemblage, Biso colou vários chinelos usados sobre a madeira. Bispotambém bordou 
mantos, que desenhava e escrevia com os fios que desfiava de seu próprio uniforme! Contava histórias 
de viagens (ele havia sido marinheiro), desenhava os navios, paisagens e pessoas. 
Bispo deixou vasta obra que pode hoje ser vista em seu antigo quarto/atelier na própria Colônia Juliano 
Moreira e em museus no Brasil e no exterior. 
 
 
 
 
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ARTE AMBIENTAL (LAND ART) 
 
A Arte Ambiental é exposta ao ar livre, aproveitando o ambiente externo, das ruas e a natureza. O 
artista Walter de Maria realiza a obra “O Campo de Luz” em 1977. O artista colocou 100 para-raios no 
deserto de Quemados no Novo México, EUA. A obra acontece nos dias de tempestade. Os 
espectadores têm que assinar um termo de responsabilidade, isentando o artista de culpa, caso sejam 
eletrocutados. 
Além das instalações, das performances, da vídeoarte e da arte eletrônica, outras linguagens e outros 
termos surgem para definir novas poéticas, como internet art, holografia, xerografia, 
vídeoinstalação, work in progress, site-specific, etc. 
* Este termos são muito interessantes. Peça a seus alunos que pesquise, em grupo cada um deles e 
que apresentem para a turma. Eu sempre opto por trabalhos em power point, quando possível. Legal 
também, já que estamostrabalhando com tecnologia, que eles gravem uma espécie de documentário 
para explicar cada um dos termos. Fica um trabalho excelente, que voc ês podem utilizar no final de 
ano, nas comemorações da escola. 
Os nomes vêm para designar as coisas e os fenômenos, logo, se estes se transformam e se 
ampliam, os nomes se transformam e se ampliam também. O importante é percebermos que as 
diversas técnicas ou as novas tecnologias são procedimentos que envolvem a utilização de materiais e 
recursos, sendo, portanto, meios que podem ser utilizados para o desenvolvimento de linguagens 
artísticas, mas não o são por si só. Para uma tecnologia se tornar uma linguagem artística é 
preciso que esteja inserida em um processo que envolve o desenvolvimento de uma linguagem. 
E este processo é de responsabilidade do artista. Os artistas estão sempre atentos aos novos meios 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
204 
 
e tecnologias que podem ser utilizados para que eles desenvolvam novas linguagens artísticas, 
são eles que fazem um simples objeto ou um material qualquer se transformar em uma obra de 
arte. 
 
AULA Nº 12 
ASSEMBLAGE 
 
O termo assemblage é incorporado às artes em 1953, cunhado pelo pintor e gravador francês 
Jean Dubuffet (1901-1985) para fazer referência a trabalhos que, segundo ele, "vão além das 
colagens". O princípio que orienta a feitura de assemblages é a "estética da acumulação": todo 
e qualquer tipo de material pode ser incorporado à obra de arte. O trabalho artístico visa 
romper definitivamente as fronteiras entre arte e vida cotidiana; ruptura já ensaiada pelo 
dadaísmo, sobretudo pelo ready-made de Marcel Duchamp (1887-1968) e pelas obras Merz 
(1919), de Kurt Schwitters (1887-1948). A ideia forte que ancora as assemblages diz respeito 
à concepção de que os objetos díspares reunidos na obra, ainda que produzam um novo 
conjunto, não perdem o sentido original. Menos que síntese, trata-se de justaposição de 
elementos, em que é possível identificar cada peça no interior do conjunto mais amplo. A 
referência de Dubuffet às colagens não é casual. Nas artes visuais, a prática de articulação de 
materiais diversos numa só obra leva a esse procedimento técnico específico, que se incorpora 
à arte do século XX com o cubismo de Pablo Picasso (1881-1973) e Georges Braque (1882-
1963). Ao abrigar no espaço do quadro elementos retirados da realidade - pedaços de jornal, 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
205 
 
papéis de todo tipo, tecidos, madeiras, objetos etc. -, a colagem liberta o artista de certas 
limitações da superfície. A pintura passa a ser concebida como construção sobre um suporte, 
o que pode dificultar o estabelecimento de fronteiras rígidas entre pintura e escultura. Em 
1961, a exposição The art of Assemblage, realizada no Museum of Modern Art de Nova York, 
reúne não apenas obras de Dubuffet, mas também as combine paintings de Robert 
Rauschenberg (1925-2008) e a junk sculpture, e isso leva a pensar que a assemblage como 
procedimento passe a ser utilizada nas décadas de 1950 e 1960, na Europa e nos Estados 
Unidos, por artistas muito diferentes entre si. 
Na obra de Dubuffet, a ênfase recai sobre a matéria, desde as Texturologias,produzidas em 
fins da década de 1950, que se caracterizam, como o título indica, pelas texturas 
experimentadas com cores e materiais diversos. Na sequência, o artista caminha na direção 
das assemblages pela incorporação de materiais não artísticos nas telas: areia, gesso, asas de 
borboleta, resíduo industrial etc. Na Itália, Alberto Burri (1915-1995), autor de pinturas e 
colagens, volta-se na década de 1950 para pesquisas semelhantes, explorando as 
potencialidades expressivas da matéria com resultados distintos. Os trabalhos são fruto do 
ato de soldar, costurar e colar sacos, madeiras, papéis queimados, paus, latas e plásticos (Saco, 
1953, Combustões, 1957, e Ferros, 1958). Suas pesquisas com lixo e sucata prefiguram a arte 
junk norte-americana e a arte povera italiana. Na Espanha, a "pintura matérica" realizada por 
Antoni Tápies (1923-2012), no mesmo período, utiliza cimento, argila, pó de mármore, 
materiais de refugo (restos de papel, barbante e tecidos), partes de móveis velhos etc. Sua 
crença nas possibilidades abertas pelo uso artístico de materiais cotidianos encontra-se 
explicitada no ensaio Nada É Louco (1970). Nos Estados Unidos, Rauschenberg denomina 
combine paintings as assemblages que começa a ensaiar em 1951 pela aplicação de diversos 
materiais sobre a tela, sobretudo papéis e materiais planos. A partir de 1953, o leque de 
elementos utilizado se amplia (Bed, 1955, e Canyon, 1959). A abertura da pesquisa com 
materiais remete às influências do músico John Cage, com quem aprende a assimilar 
informações díspares do entorno, das cidades e da vida cotidiana. As combine paintings de 
Rauschenberg propõem múltiplas associações e leituras na medida em que não há temas 
predeterminados ou sentidos últimos que organizem os conjuntos. Nessa medida, estão muito 
distantes dos experimentos surrealistas, que usam a justaposição de materiais pela livre 
associação como chave de acesso ao inconsciente. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
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As chamadas junk sculptures - que vêm à luz por meio dos trabalhos pioneiros de David Smith 
(1906-1965) - fazem uso de refugo industrial, sucatas e materiais descartados de todo tipo, o 
que já havia sido testado pelas esculturas de Pablo Picasso e Julio González (1876-1942). Os 
conjuntos evocam o ambiente caótico das cidades, o fluxo desordenado das ruas dos grandes 
centros, por exemplo, H.A.W.K (1959), de John Chamberlain (1927), construído com carcaças 
de automóveis, ou os trabalhos de Ettore Colla (1899-1968), que realiza suas obras com 
componentes de máquinas, sucatas e objetos quebrados, ou ainda as obras de Mark di Suvero 
(1933), com resíduos industriais (Mohican, 1967). Podem-se lembrar também as 
"acumulações junk" de Jim Dine (1935), combinando pinturas e ferramentas variadas (Five 
Feet of Colorful Tools, 1962) e as máquinas de Jean Tinguely (1925-1991), entre elas, 
Homenagem a Nova York: Obra de Arte que Se Autoconstrói e Se Autodestrói (1960), feita 
com fragmentos de máquinas, pedaços de bicicleta, piano vertical etc. Na Inglaterra, as 
esculturas de Anthony Caro (1924), da década de 1960, executadas com vigas, tubulações de 
alumínio, placas de aço etc., seguem as trilhas abertas pela obra de D. Smith. 
Assemblages foram também realizadas no interior do chamado Novo Realismo da década de 
1960, que tem como princípio a utilização de imagens triviais do imaginário da sociedade de 
massas e objetos de uso cotidiano (cartazes publicitários, imagens cinematográficas, fotos de 
revistas, plásticos, luzes néon etc.), trabalhados com base na ideia de bricolagem. Destacam-
se os nomes de Arman (1928), conhecido por suas assemblages de objetos descartados 
(Arteriosclerose, 1961, e Acumulação de Bules Partidos, 1964) e Domenico Rotella (1918), que 
trabalha com cartazes publicitários rasgados (O Asfalto na Noite, 1962). No Brasil, é possível 
localizar procedimentos próximos ao da assemblage em alguns trabalhos de Wesley Duke Lee 
(1931-2010), Nelson Leirner (1932) e Rubens Gerchman (1942-2008) como O Rei do Mau 
Gosto (1966) - com tecido, vidro, asas de borboleta e tinta acrílica - Rochelle Costi (1961) - 
Toalha, Vegetais Mofados e Toalha, Flores Mortas (ambos de 1997) - e Leda Catunda (1961), 
Jardim das Vacas (1988) e Camisetas (1989). 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
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* Acho que vale a pena incentivar seus alunos a fazerem um trabalho de assemblage. É muito 
intressante este tipo de arte. Eles podem juntar o que quiserem e colar em uma tábua, ou quem sabe 
ateé uma tela mesmo. Se os materiais utilizados não forem muito pesados, até um papelão mais groso 
serve. Vale tudo neste trabalho! E claro, vale uma exposição, ainda que seja nos corredores da escola. 
 
AULA Nº 13 
COMPARANDO A ARTE MODERNA COM A ARTE CONTEMPORÂNEA 
Agora vamos olhar comparativamente para os movimentos modernos e contemporâneos na arte: 
- Se a obra moderna faz de seu objeto principal a materialidade da cor e da forma, a obra 
contemporânea faz de si mesma, um objeto, a arte-objeto. 
- Se a Arte Moderna propõe uma revolução no universo das sensações e da forma, a Arte 
Contemporânea a propõe no campo das ideias, abrangendo esferas não artísticas como a política, o 
corpo, a sexualidade, a filosofia, a ética e demais interfaces estabelecidas pela produção cultural 
de nossos dias. 
- Enquanto a Arte Moderna ressalta a autonomia da obra de arte, separando-a da vida real, a 
Contemporânea contextualiza a obra, aproximando-a da vida e do seu contexto social. 
- Com a Arte Contemporânea o espectador está definitivamente banido do seu lugar demero 
contemplador da arte; ele é intimado a participar, a pensar, a penetrar no universo de criação. 
- A Arte Contemporânea extrapola os limites anteriores, criando novas e infinitas linguagens e 
meios expressivos para a arte. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
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- Enquanto a arte moderna nega a arte do passado, a arte contemporânea não acredita que o passado 
seja algo de que é preciso se libertar, ou que tudo tenha que ser completamente diferente. Ao 
contrário, pretende que o passado esteja disponível para qualquer uso que os artistas queiram lhe dar. 
Podemos concluir, a partir do que vimos acima, que são bastante complexas as transformações 
propostas tanto pela modernidade como pela contemporaneidade na arte. Mas é importante 
que percebamos que os movimentos nascem uns dos outros, desenvolvem-se uns a partir dos outros 
e de seus contextos. E, é importante destacar, se revisitam continuamente. Como diz o historiador da 
arte Giulio Argan, “em arte há mudança, sem progresso”. O pensamento de Argan questiona o 
conceito de evolução linear associada à idéia de progresso. Ressalta o movimento de ir e vir dos 
movimentos artísticos, o aspecto cíclico e consequentemente interligado entre os diversos momentos 
da história da arte e seus movimentos estéticos e filosóficos. Por isso, você vai ver em algumas obras 
contemporâneas, citações ou reminiscências de obras modernas e acadêmicas, assim como vai ver 
também, em obras modernas, antecipações de aspectos encontrados na Arte Contemporânea. 
Mas é fundamental lembrarmos que, assim como a arte moderna não pode ser analisada sob 
o ponto de vista da arte acadêmica, a arte contemporânea não pode ser pensada, estudada e 
compreendida da mesma maneira que a arte moderna. 
Não podemos analisar um tipo de arte a partir de parâmetros de outro tipo de arte. Cada movimento 
artístico deve ser analisado de acordo com o seu contexto e a partir dele. 
Concluindo, lembremo-nos sempre que uma obra de arte não é um ponto final, que condensa 
concepções e preceitos; ela implica em um processo iniciador, o ponto de partida para se repensar e 
refletir a arte e a vida. 
 
AULA Nº 14 
ARTE CLÁSSICA 
Os gregos iniciaram essa história de beleza clássica, porque eles tinham umavisão sobre a idealização 
da perfeição, da beleza que transcendesse ao natural, ao mundo. Para eles, a arte era um meio de 
encontrar essa beleza ideal. Em suas obras, era isso o que eles transmitiam: a beleza ideal, perfeita. 
No chamado “Século de Péricles”, deu-se o apogeu da arte clássica, em Atenas. O Discóbolo de Myron 
é a escultura que marca esta fase. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
209 
 
 
Veem-se os músculos, as feições de forma muito nítidas, deixando clara a importância do homem 
naquele período. Para os gregos, àquela época, o homem era o centro de tudo. Mesmo quando deuses 
são representados nas artes, eles surgem com feições, com corpos humanos. 
Após o período clássico, a cultura grega mistura-se com outras culturas, de outros países, em razão 
das invasões, dos conflitos que havia na época. Dá-se o que se chamou de período Helenístico. A ideia 
de beleza sobre-humana desaparece e os gregos passam a representar o homem como um ser real, 
com todas as imperfeições a que tinha direito. 
No Império Romano, tempos mais tarde, precisamente no século de Augusto, a cultura clássica volta 
e aí, aparecem as figuras dos grandes imperadores romanos, como seres perfeitos, onipotentes. Os 
imperadores mandavam esculpir seus bustos e os espalhavam por toda a Roma para mostrar seu 
poder, semelhante ao poder dos deuses. 
Porém, logo após o Século de Augusto, as pessoas voltam-se a um período mais prático, buscando 
novamente a realidade dentro da arte. 
Durante a Idade Média, temos uma avalanche de representações cristãs. A arte passa a enfatizar o 
divino, o sobrenatural, e neste momento, o clássico desaparece; o foco agora é a representação do 
divino. 
Esses valores humanistas voltam na época do Renascimento, que tem seu apogeu em 1500, quando 
encontramos os grandes exemplos dessa arte clássica, chamada renascentista, que exalta novamente 
o homem como o centro de tudo. Michelangelo esculpe aquela que seria o marco da escultura 
renascentista: David. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
210 
 
 
Michelangelo esculpiu David com conhecimento de causa, isto é, ele era anatomista; dissecava corpos 
para conhecer seu funcionamento. Assim, nesta escultura, os detalhes são impressionantemente 
perfeitos - matematicamente projetados. Porém, David não é real; é a busca do ideal de perfeição; 
algo que se sobrepõe ao real. 
Com quase cinco metros de altura sobre o pedestal, a cabeça de David acaba sendo maior que o resto 
do corpo, a fim de que ela, pela distância de quem vê a escultura por baixo, não fique muito pequena. 
Michelangelo calculou o tamanho que a cabeça deveria ter para que fosse vista em tamanho natural. 
O termo Renascimento diz respeito ao renascer de uma cultura, de uma filosofia, de uma civilização 
toda. A filosofia greco-romana volta a ser discutida nas esculturas, nas pinturas. A igreja começa a 
desaparecer, dando lugar a temas relacionados à Grécia e a Roma Antiga, a mitologia, a filosofia e à 
ciência. A pintura na Capela Sistina, feita por Michelangelo, mostra essa mistura do sagrado com a 
anatomia humana, com a ciência. A fé e a razão se misturam nessa época e esta é a grande potência 
do Renascimento. 
 
A perspectiva tem um avanço visual muito grande. Como exemplo, os trabalhos de Leonardo da Vinci. 
A Monalisa é uma pintura onde se vê luz e sombra, novamente o contraste, além de uma naturalidade 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
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na expressão do rosto, uma naturalidade que ultrapassa a noção do que é real, do que é humano. Ao 
trabalhar este quadro, da Vinci usou uma regra matemática chamada Divina proporção, em que 
identificou todos os pontos para enquadrar com total perfeição o rosto da Monalisa, a fim de obter 
uma construção harmônica matematicamente com as outras partes do corpo. 
Ao fundo, vê-se uma paisagem em perspectiva, também uma relação matemática. O uso da técnica do 
esfumato perfeito torna a Monalisa o quadro mais famoso do mundo, além do fato de ela representar 
uma mulher comum, não uma santa ou uma deusa. 
 
Há quem diga que da Vinci prometeu o céu para o mundo das artes, mas quem realmente o entregou 
foi Rafael Sanzio. Seu estilo é totalmente diferente do estilo de da Vinci. Rafael é a simbologia máxima 
do que é a arte clássica. Ele pegou todos os ideais da Grécia Antiga e usou em sua arte, que transcende 
a tudo o que é de mais belo. Muitas escolas mais tarde iriam copiá-lo. Rafael acabou se tornando o 
mote para as academias de arte em que se ensinava a arte clássica. Quem quer aprender sobre esse 
estilo de arte, deve buscar nas obras de Rafael Sanzio a inspiração, pois em suas obras estão contidos 
todos os elementos de uma arte clássica, como as linhas de contorno que envolvem as figuras por ele 
desenhadas, como se a protegendo de se misturar com outro elemento do quadro. Todos os corpos 
são trabalhados matematicamente, dentro de proporções vistas como o ideal. Cada figura de Rafael 
em suas obras tem um local definido e claro. Seus elementos nunca se misturam, inclusive o fundo, 
que é pintado como uma figura alegórica, que está ali apenas para ilustrar o quadro, sem tirar o foco 
principal. Outra característica é que os quadros de Rafael são fechados em si, quer dizer, o que precisou 
ser apresentado, foi. Não há uma ideia de um espaço imaginário, algo que “vasa”, que sobra. O quadro 
se completa. A iluminação também é um traço bem característico de Sanzio. É uma luz divina, que 
ilumina a todos os elementos do quadro. 
Há, nas obras de Rafael uma predominância do Classicismo dentro do Renascimento. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
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Madona Sistina, de Rafael Sanzio 
 
AULA Nº 15 
A ARTE ANTI-CLÁSSICA 
A Arte Clássica foi combatida pela chamada Anti-clássica, ou Arte Barroca. O Barroco foi o movimento 
que surgiu depois da Arte Clássica, combatendo os ideais clássicos, mostrando outra maneira de se ver 
a beleza, outra forma de ver o mundo, que apesar de ser uma maneira idealizada, é uma idealização 
voltada, não mais para a razão, mas para a emoção. 
Rubens, um artista barroco é um exemplo de como as questões anti-clássicas são colocadas nesse 
período. 
 
 Sagrada família com cesto- Rubens 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
213 
 
As figuras agora não têm mais as linhas de contorno; elas se misturam com o fundo e umas com as 
outras. O desenho já não é mais tão valorizado. Neste momento, as cores, as tintas são o foco. Não 
mais uma multiplicidade dos elementos, onde cada um tem seu local. Os corpos estão colados uns aos 
outros. O fundo já não é mais algo tão deslocado da pintura. Há uma interação entre figura e fundo. 
Além disso, não há uma pose parada. São elementos que se movimentam, pessoas espontaneamente 
colocadas na pintura, como se estivesse em um momento casual. O foco de luz do Barroco ilumina 
apenas algumas partes de figuras ou de objetos, enquanto a maior parte do quadro fica na penumbra. 
No universo da arte, sempre iremos encontrar o combate entre o que é clássico e o que é anti-clássico. 
O Barroco dá origem a outro movimento, cujo caráter se apresenta mais leviano e mais decorativo, 
que recebeu o nome de Rococó, que se desenvolveu principalmente na França, entre o final do século 
XVIII até 1830. Este movimento será combatido por outro, novamente encabeçado pelos ideais 
clássicos, o Neo-classicismo. Este movimento associou os ideais clássicos da Grécia e Roma antiga aos 
conceitos Filosofia do Iluminismo, mantendo uma relação forte com a Revolução Francesa. Os ideais 
são reorganizados, dando uma ênfase muito grande aos feitos heroicos e também ao ensino da arte. 
Neste período há um aumento, uma difusão muito grande de escolas de arte, que vão ensinar a arte 
clássica – as academias de belas artes – copiando as obras de Rafael Sanzio, principal fonte de 
inspiração. A beleza expressada agora é a beleza nobre, de batalhas; uma exaltação aos grandesguerreiros, reis, generais, imperadores, conquistadores. 
 
Napoleão - Jacques- Louis Davids 
Quando a corte portuguesa vem para o Brasil, em 1808, traz consigo a arte Neo-clássica. D. João abriu 
diversas escolas de artes e cultura com o intuito de civilizar o povo brasileiro; então, em 1816 
aconteceu a Missão Artística Francesa, que trouxe alguns artistas franceses neo-clássicos para o Rio de 
Janeiro, para que ensinassem pintura, escultura e arquitetura na Escola Imperial de Ciências, Artes e 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
214 
 
Ofícios, que somente dez anos mais tarde seria fundada, desta vez com o nome de Academia Imperial 
de Belas Artes. 
Entre esses artistas, Jean- Baptiste Debret se destacava. Era o mais famoso, o que dominava mais a 
essência do academicismo. Debret encantou-se com as belezas do Brasil e saiu pelo país retratando 
nossas paisagens, costumes, tanto das cidades como das selvas, matas. Ao voltar para a Europa, lanço 
um livro com todas as imagens que havia feito, chamado A Viagem Pitoresca pelo Brasil. 
 
 Entrudo- Debret 
Os valores, os ideais de representação perfeita do ser humano, da natureza, inspirados na Grécia 
Antiga vêm desde o século V a.C. e chegam até o final de 1800 aqui no Brasil. Logo depois, vem a Arte 
Moderna, que vai combater esses ideais. 
 
AULA Nº 16 
A ARTE MODERNA 
Apesar de esse movimento ter o nome de moderno, ele “já era”, quer dizer, acabou há tempos. Às 
vezes nós não nos damos conta disso e acabamos por chamar a arte que surge em nossos dias de 
Moderna. Estamos no período contemporâneo da arte; que isto fique bem claro para os alunos. A Arte 
Moderna permaneceu até meados de 1960, mas a partir daí, as temáticas, as obras, os trabalhos 
artísticos e culturais começaram a mudar drasticamente, dando um fim ao Modernismo. Assim, as 
obras atuais não são modernas, apesar da palavra. 
O Modernismo não tem uma data de nascimento; não tem um começo. Ele foi se instalando aos 
poucos, até atingir o ponto de ser considerado um movimento artístico. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
215 
 
Um dos primeiros artistas desse movimento é Manet (não Monet). Manet foi um dos primeiros a se 
dar conta de que o quadro não precisa ter a obrigatoriedade de transmitir uma perspectiva perfeita, 
uma volumetria bem acabada. Ele começa a desafiar o belo da arte clássica, irreal, utópico. Manet 
começa a trabalhar temas que eram considerados tabus, como os submundos das cidades, o cotidiano 
das pessoas comuns e até mesmo temas que chocavam a opinião pública. 
 
 Olympia- Manet 
Nesta obra, por exemplo, ele retrata uma prostituta em pose de deusa, de Vênus. Ela que já havia sido 
retratada no Renascimento, com toda a perfeição, agora representa uma prostituta nua, desafiando o 
observador, como se dissesse: Eu sou moderna, sou prostitua e você tem que aceitar isto. 
O Modernismo é assim: arte como objeto de novas ideias, não somente de admiração, como antes, 
mas de transformação das próprias ideias, dos conceitos arraigados. 
Manet será um incentivo, a coragem para outros artistas a desafiarem os conceitos clássicos. A arte 
começa a enterrar tudo o que era clássico, antigo e passa a buscar coisas novas. A fotografia traz um 
advento muito mais ocasional, mais espontâneo. 
A relação da máquina fotográfica com a luz solar artificial acaba por espantar diversos artistas, que se 
auto-denominarão impressionistas. E agora, sim, surge a figura de Monet. 
 
 Impressão Nascer do Sol- Monet 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
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Monet é o criador do movimento Impressionista. As luzes, o reflexo da luz, a aplicação das cores 
primárias diretamente no quadro, que será todo marcado por pinceladas. Um quadro impressionista, 
visto de perto, parece um amontoado de borrões de tinta; a imagem só se forma quando o espectador 
se afasta da obra. O Impressionismo afasta totalmente a arte do sentido clássico definitivamente. 
Agora a valorização é a do instante, da luz, da cor encontrada na luminosidade. 
Monet vai inspirar diversos outros artistas, como Renoir, Degas, que trabalhará a luz artificial, locais 
fechados como teatros, representando bailarinas, óperas, num mundo moderno, cultural, vibrante. O 
Modernismo estará ligado à modernização das cidades, das pessoas. É uma visão atual dos fatos, do 
que acontece no momento na sociedade. 
Dentro do Impressionismo, houve vários artistas que, apesar de se interessarem, de terem aprendido, 
experimentado a técnica impressionista, não se deram por satisfeitos; queriam mais. Não bastava para 
eles uma arte que representasse a cidade através da luz solar. Um exemplo desses artistas é Van Gogh. 
 
Noite Estrelada- Van Gogh 
Van Gogh queria muito mais da arte. Para ele, a arte, muito mais do que representar luz e sombra, 
deveria representar sentimentos, emoções, através das pinceladas, da cor, da gama de cores utilizadas 
no Impressionismo. Para Van Gogh, a obra de arte é um meio expressivo, onde ele pode colocar todos 
os demônios interiores, através das suas pinceladas. Ele busca emocionar o observador, não com o 
tema, mas com a forma com que ele trabalha aquele tema. 
Outro artista é Paul Cézanne, que trabalha com as imagens geometrizadas, simplificadas pela forma 
geométrica. Além dele, surge também Paul Gauguin, que pretende transmitir sensações de quente, 
frio, vibrante, movimentado, através das cores, dos matizes que ele aplica no quadro. 
Este grupo de artistas será chamado de pós-impressionistas. Eles abrem caminho, deixam ideias 
inovadoras para serem seguidas pelo que seria chamado de vanguarda europeia. As vanguardas 
europeias vão representar o apogeu, a explosão da Arte Moderna. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
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A partir daí, o mundo passa por uma série de avanços científicos, tecnológicos, industriais e também 
culturais, como por exemplo, a invenção do cinema, a consolidação da fotografia como obra de arte. 
Surgem grandes personalidades da ciência, trazendo ao mundo revelações que mudariam tudo o que 
se sabia a respeito de quem somos, de onde viemos. Einstein traz-nos a Teoria da Relatividade, Freud 
vem dizendo que não nos conhecemos, falando sobre o nosso inconsciente, desenvolvendo diversas 
teorias e teses sobre o ser humano. Neste momento, o ser humano passa a olhar a vida de outra forma. 
Surge o automóvel, o avião, que começam a diminuir as distâncias entre os povos. Rádio, telefone, 
velocidade, informações, e novas ideias surgem como avalanche e o homem acompanha a velocidade 
e passa a ser mais rápido também. Esse período artístico dá-se em 1905. 
O homem começa, então, a debater sobre o que vem a ser a Arte e qual a sua função no mundo. A 
arte passa a ser vista como um meio de comunicação capaz de transmitir ideias, conceitos, filosofias e 
visões de mundo. O Fovismo foi o primeiro movimento a seguir essa linha. Matisse foi um dos 
idealizadores. 
 
 Dança- Matisse 
Os fovistas veem a arte como um meio de expressão através das cores. Eles querem mostrar que as 
cores são capazes de transmitir os sentimentos, as emoções. Eles absorvem as ideias de Gauguin e as 
trabalham dentro da pintura, sempre utilizando muitas cores, cada vez mais expressivas, mais 
chamativas. 
Logo depois do fovismo, surge outro movimento de vanguarda chamado de expressionismo, 
consolidando-se aproximadamente por volta de 1908. Kandinsky foi um dos grandes idealizadores do 
Expressionismo, que vai trabalhar as cores e as formas dentro do quadro, com um caráter bastante 
expressivo. Os expressionistas acreditavam nas mesmas coisas que Van Gogh; na verdade, é um 
movimento que se ergueu sobre as ideias de Van Gogh, da arte como expressão do sentimento, uma 
arte debatedora do inconsciente humano.ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
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O Expressionismo se dividiu em dois grupos. De um lado, o grupo de Kandinsky, o Cavaleiro Azul, um 
grupo com uma visão mais pessimista a respeito do mundo. É neste grupo que nasce a arte abstrata. 
O outro é o Grupo da Ponte, baseados nas ideias de Nietzsche. O líder desse grupo foi Kirchner. A ideia 
que eles tinham sobre a arte é que esta é uma ponte, que liga um mundo ruim a um mundo melhor. 
No universo das vanguardas europeias temos também a vanguarda feita por Pablo Picasso. 
 
 Les Demoiselles d'Avignon – Picasso 
Esta obra representa um grupo de prostitutas da cidade de Avignon, de um prostíbulo que Picasso 
havia frequentado durante a juventude. É uma representação cubista. Esta vanguarda tinha o intuito 
de mostrar uma realidade de uma maneira fragmentada, quebrada e encaixada em formas 
geométricas. O principal foco de discussão de Picasso era a geometrização do mundo, associada a 
múltiplos pontos de vista, como se o observador pudesse ver o mesmo objeto de vários ângulos 
diferentes ao mesmo tempo. 
Cézanne buscava em suas obras a relativização do tempo; como se a obra mostrasse o mesmo objeto 
em diversas posições ao mesmo tempo. Neste ponto ele se encontra com a teoria da relatividade, de 
Einstein, alémde trabalhar com a matemática e a geometria. 
Junto com Braque, Picasso divide os louros da fama pelo trabalho Cubista que desenvolveu. 
O movimento mais agressivo de arte durante as vanguardas europeias é o Futurismo - este movimento 
a partir das ideias de Marinetti, que verbalizou em um discurso suas ideias. O Futurismo é um 
movimento baseado na máquina, na velocidade, um movimento que amava tudo o que fosse novo. Os 
futuristas rejeitam tudo o que é passado. Dentro de seu manifesto, eles pretendem destruir tudo o 
que fosse de antigo. O Futurismo incentiva que se destrua, física e psicologicamente, tudo o que fosse 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
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clássico. Os futuristas declaram seu amor à guerra. A pintura futurista mostra o radicalismo de suas 
ideias. É um movimento que busca a arte sempre à frente de seu tempo, sempre no futuro. 
 
 Dinamismo de um Cão na Coleira - Giacomo Balla 
É muito comum observar nos quadros futuristas imagens borradas, demonstrando movimento, como 
no exemplo acima. Isso será visto em quadros de trens, máquinas de guerra, carros, e tudo o mais que 
esteja envolvido com tecnologia e movimento, com o ir avante, o movimentar-se. 
Em se tratando do movimento mais questionador, mais irônico, mais sarcástico das vanguardas 
europeias, temos o Dadaísmo. 
 
 A Fonte - Marcel Duchamp 
O Dadaísmo é um movimento extremamente questionador. Marcel Duchanp faz o espectador pensar: 
por que o artista considerou um mictório como obra de arte? E é exatamente isto o que o artista 
dadaísta quer: o questionamento, a provocação. O espectador precisa pensar sobre a arte, sobre sua 
função, seus objetivos. A proposta do Dadaísmo é questionar a racionalidade que não conseguiu 
aplacar a ira da guerra. Este movimento situa-se entre o final da Primeira Guerra Mundial e o início da 
segunda. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
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Um mundo tão racional, tão para frente, tão no futuro, tão evoluído, começara a se matar, a 
exterminar-se... O Dadaísmo coloca essas questões em pauta na sua arte, associado à loucura. Na 
verdade, a beleza da arte dadaísta é exatamente esses questionamentos. Para eles, o questionamento 
é a arte; a arte é a questão, e não as respostas. 
 
AULA Nº 17 
SURREALISMO 
A ausência de lógica levantada pelos dadaístas segue no movimento Surrealista, porém, no 
Surrealismo os artistas não desejam saber o que é a arte, mas: O que é o ser humano? O que ele pensa? 
As obras surrealistas irão envolver o inconsciente, o subconsciente, os nossos desejos, nossas 
aspirações, tristezas, alegrias, angústias. 
O Surrealismo surge na década de 1920 e é encabeçado por André Breton; é ele quem desenvolve toda 
a ideia do movimento, mas o artista que mais se destaca é Salvador Dalí. 
 
 A Persistência da Memória-Salvador Dalí 
Dalí foi o artista que mais produziu. Produzia filmes, peças de teatro e, claro, muitos quadros.Mas 
apesar disso, ele chegou a ser expulso do movimento surrealista por ser acusado de suas obras não 
estarem de acordo com o movimento. Isso se deu porque o surrealismo tendia a criticar o cristianismo, 
a religião em geral, e Salvador Dalí era um católico muito fervoroso, muito religioso e acabou entrando 
em conflito com André Breton, o que levou a sua expulsou do movimento. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
221 
 
O Surrealismo vai mostrar uma realidade muito distorcida, baseada nos sonhos, nas simbologias, nas 
ideias de Freud, que empresta suas teorias psicanalistas aos quadros. 
Alguns dos artistas surrealistas deixavam seu subconsciente livre para criar, inclusive, chegavam a usar 
drogas para que pudessem “voar” com mais liberdade, ficavam durantedias sem dormir, para que a 
cabeça ficasse mais desligada. Buscavam fugir do consciente para que o subconsciente pudesse aflorar. 
Joan Miró é outro nome que trabalha muito o recurso da pintura automática, em que apenas o 
subconsciente manda na obra de arte. 
Vamos fazer uma atividade: 
Peça aos alunos que fechem os olhos e risquem com um lápis em uma folha, livremente. Depois de 
alguns segundos, que podem ser marcados com uma música relaxante, peça-lhes que abram os olhos 
e vejam o que conseguiram formar. Depois, irão colorir os espaços com liberdade também. Esse 
exercício pode ser variado com tipos de músicas diferentes: rock, clássica, jazz, samba, enfim... 
Não se esqueça de pedir-lhes que deem um título à obra. 
 
 Estrela solitária num sol ao anoitecer 
 
AULA Nº 18 
ARTE ABSTRATA 
Durante a vanguarda, o tema, a figura dentro da obra de arte sempre acabou tendo uma relevância 
menor, se comparados com os meios de produção. Por exemplo, dentro do Cubismo, é muito mais 
importante a forma como o Cubismo foi executado, do que a própria obra em si. No fovismo também 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
222 
 
acontece isso e essa tendência de deixara figura de lado foi se intensificando cada vez mais até que 
alguns artistas vão começar a tirar realmente a figura de dentro do quadro e compreender que o 
conjunto de cores, linhas e formas seriam capazes de criar uma obra de arte, um sentimento, uma 
expressão. Um dos pioneiros da arte abstrata é Wassily Kandinsky. 
 
 Amarelo, Vermelho e Azul 
Kandinsky abandona totalmente a figura. Em seus quadros não se vê apenas um objeto, mas diversos, 
dependendo de quem o olhe. Na verdade, nada do que se pensar das obras de Kandinsky será o que 
verdadeiramente estas representam, porque se trata de linhas, retas, quadrados, cores, manchas de 
cor. Para ele, uma obra de arte não necessitava de uma figura para passar uma emoção, uma 
expressão. Segundo este artista, a obra de arte traz em si um potencial espiritual, quando é feita 
através dos elementos básicos: cores, linhas e pontos. Kandinsky busca em suas obras retirar a 
espiritualidade, numa visão totalmente metafísica, em que se insere a simbologia das cores e os efeitos 
desta sobre o observador, o que será muito importante para o desenvolvimento e a consolidação da 
obra de arte abstrata dentro das vanguardas europeias e principalmente na arte pós Segunda Guerra 
Mundial, nos Estados Unidos. 
A arte abstrata tem uma longa história, que se inicia no Expressionismo e vai avançando nos diversos 
movimentos. Surge Malevich, dentro do suprematismorusso, que produz quadros com grandes planos 
de cor, poucas formas geométricas. É uma obra de arte mais sóbria, mais intelectual. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
223 
 
 
Mais tarde surge Mondrian, que reduziu seus quadros a linhas retas, pretas e cinzas, planos brancos, 
azuis, vermelhos e amarelos. Para ele, o quadro deveria representar uma beleza universal através 
desses elementos universais, básicos do desenho. 
 
Esse avanço da abstração vai chegar até os Estados Unidos, principalmente do pós guerra, que aparece 
muiito no trabalho de Pollock. 
 
Após a Segunda Guerra Mundial, nos Estados Unidos a arte e acultura em geral vão ganhar um 
desenvolvimento muito grande. Neste momento, este país já é a elite mundial, já é o centro do mundo, 
mas culturalmente, não tem grande destaque, não tem uma vida interior que chame a atenção de 
outros países. Assim, o governo americano começa a investir no ramo das artes para incentivar grandes 
artistas; em princípio, os artistas clássicos, mas logo os artistas modernos começam a ganhar ênfase 
artística dentro da sociedade norte-americana. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
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Pollock se destaca com sua arte abstrata, conhecida como expressionismo abstrato, quem tem muito 
emcomum com o expressionismo de Kandinsky, da Europa, porém, com uma visão totalmente nova 
da arte abstrata. Ele vê o quadro como um lugar para mostrara ação do artista, para mostrar o 
movimento do artista, para mostrar a ligação cinestésica entre oartista e a obra de arte. Pollockdeseja 
que o observador veja a sua dança sobre a obra que produz, quando derrama sua tinta sobre a tela. 
Esse processo artístico que Pollock desenvolve nos Estados Unidos é chamado de pintura de 
ação(action paint). Era um amante do jazz, e como este ritmo, Pollock também usa de improviso em 
sua arte, tentando encaixar cada plano de cor, como se o quadro fosse um objeto único, pintando da 
mesma forma todos os espaços, como um todo. Este processo que trabalha a superfície como um todo 
é chamado de all over, e é muito utilizado no expressionismo abstrato, na corrente action paint. 
Como outro estilo de pintura dentro do expressonismo abstrato ainda temos a pintura de campo de 
cor. 
 
 Risco Assumido- Rotcko 
Esse estilo trabalha o estático. Enquanto a action paint trabalha o movimento na obra de arte, a pintura 
de campo de cor trabalha a meditação sobre a obra de arte. Os artistas da action paint procuram a 
dança, o movimento e os artistas do campo de cor irão procurar a calma, a meditação, a contemplação. 
Rotcko, um dos grandes artistas dessa pintura, vai filosofar sobre as cores que ele utiliza, as 
transparências que ele traz em sua obra, e vai pensar muito no jeito que esta obra será apresentada 
ao espectador. O que ele esperava era que oespacetador tivesse uma experiênica metafísica com sua 
obra. Para ele, as cores de sua obra deveriam abraçar o espectador, as transparências deveriam dar 
ao espectador o que ele desejasse buscar na obra. Seu quadrro deveria ser uma janela para um outro 
mundo; um mundo de espíritos, que transcende o mundo real, onde há apenas as caracerísticas do 
sentimento.Rotcko queria que seu quadro significasse uma experiência transcedental, através da 
meditação, da contemplação, da calma. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
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AULA Nº 19 
O MODERNISMO BRASILEIRO 
O Modernismo brasileiro começou em São Paulo no início do século XX, por volta de 1900. São Paulo 
estava em grande desenvolvimento com o plantio do café. A cidade enriqueceu muito rapidamente 
nesta época, atraindo uma elite cultural, o que fazia com que a cidade necessitasse de uma cultura 
moderna, inovada; nada que lembrasse a arte clássica, antiga. 
O Rio de Janeiro estava impregnado pelo Classicismo da Academia Imperial de Belas Artes e, apesar 
de ser a capital e ser bem maior que São Paulo, não se mostrou tão aberta ao novo. 
O Modernismo brasileiro segue as vertentes, principalmente das vanguardas europeias – fovismo, 
cubismo, expressionismo e futurismo. Este chegou ao Brasil em 1912, através do manifesto futurista 
escrito por Filippo Tommaso Marinett. 
Aqui, no Brasil, quem teve acesso primeiramente a esse manifesto foi Oswald de Andrade, que já 
começou a debater esse manifesto e a querer adaptá-lo à cultura brasileira. A ideia era só uma: jogar 
fora o passado cultural e adentrar no novo. Oswald queria enterrar a herança colonizadora e fazer algo 
que fosse genuinamente brasileiro. 
Em 1913, outra influência chega ao Brasil, trazendo com mais força as vanguardas europeias: a 
exposição de Lasar Segall. 
 
 O Morro Vermelho- Lasar Segall 
Lasar Segall, em 1913, faz uma exposição no Brasil, onde apresenta o Expressionismo. Apaixonou-se 
pelo país, por suas cores, suas raças, sua natureza e logo veio residir aqui. Naturalizou-se brasileiro, 
casando-se com uma brasileira. Suas pinturas, nesta fase, destacam as características do povo 
brasileiro. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
226 
 
No primeiro momento, Lasar Segall foi muito importante por ter sido o únicocontato com a arte de 
vanguarda, a arte modernista europeia. 
Quatro anos depois, em 1917, aconteceu a exposição de Anita Malfatti, que arrebatou muitos 
espectadores e criou muita polêmica aqui no país. 
 
 A Boba- Anita Malfatti 
Anita Malfatti era de uma família abastada e havia estudado na Europa e nos Estados Unidos, como 
vários artistas que haviam fugido da Primeira Guerra Mundial. Malfatti teve um contato muito grande 
com o fovismo, a vanguarda da cor, com o Expressionismo, a vanguarda dos sentimentos e emoções 
através dos traços, de tintas e cores e também com o Cubismo, que é a geometrização da forma. Anita 
tenta, em seu trabalho, sintetizar todos esses elementos ao mesmo tempo. 
A recepção que Anita recebeu não foi das melhores. Monteiro Lobato escreve uma crítica difamando-
a, acusando-a, inclusive de ter problemas mentais, por ela olhar para a natureza e a representar 
daquela forma. Um tio de Anita, que havia patrocinado a exposição, ao chegar ao Brasil, acaba por 
retirar das paredes vários quadros, com sua bengala, raivosamente. 
Um grande burburinho é criado em torno da obra de Anita Malfatti, o que acabou se tornando bom 
para a artista porque, com tantas críticas negativas, seu nome estava sendo falado em todos os lugares. 
Muitos artistas, que também buscavam algo novo, viram na figura de Anita o começo de tudo o que 
eles queriam e começaram a “segui-la”. 
Anita, ao invés de desistir, em razão da crítica, ela mostrou-se uma mulher à frente do seu tempo e 
começou a conquistar seguidores que ajudaram na consolidação do Modernismo no Brasil, que mais 
tarde realizariam a Semana de Arte Moderna, em 1922. 
Um dos artistas fundamentais para essa Semana foi o escultor Victor Brecheret. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
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AULA Nº 20 
VICTOR BRECHERET 
 
 Cabeça de Cristo- Victor Brecheret 
Victor Brecheret voltou para o Brasil em 1920 e entrou em contato com o grupo que circundava Anita 
Malfatti. Entre eles estava Di Cavalcanti, que muito se entusiasmou ao ver o trabalho moderno de 
Brecheret. Mário de Andrade, ao ver o Cristo de trancinhas emocionou-se. É dito que o livro deste 
autor, A Pauliceia Desvairada, foi inspirada no Cristo inteiramente moderno de Brecheret. 
 Pela importância deste trabalho para a arte basileira, eu sugiro uma releitura. Convide seus 
alunos a fazerem um desenho, ou uma colagem, ou quem sabe, uma escultura de argila, em 
que eles retratem Cristo. Da forma como eles imaginam que Cristo seria. Dê-lhes toda a 
liberdade para poderem expressar o que quiserem. 
 
AULA Nº 21 
SEMANA DE ARTE MODERNA 
Neste trio, Anita Malfatti, Victor Brecheret e Di Cavalcanti, estáo embrião da Semana de Arte Moderna 
de 1922. 
A Semana de Arte Moderna veio mostrar realmente que a arte moderna havia definitivamente 
começado. Apesar de o movimento já ter se iniciado com Anita Malfatti, em 1917, era necessário algo 
que fizesse com que fosse contado o tempo, que começasse efetivamente o Modernismo. O 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
228 
 
movimento foi planejado para os dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922. O grande idealizador da 
Semana de Arte Moderna foi Di Cavalcanti. 
 
 O Samba- Di Cavalcanti 
Di queria, acima de tudo, ver o Brasil competindo com a arte europeia; queria mostrar a arte 
genuinamente brasileira, que fosse totalmente contra a arte clássica. 
Alugaram o Teatro Municipal de São Paulo e promoveram esse evento para dar o pontapé inicial ao 
movimento. 
Uma semana antes do movimento, havia tido um terremoto na cidade de São Paulo, o queacabou 
sendo de grande importância para a divulgação do evento. Ao se falar sobre o movimento, dizia-se que 
São Paulo iria tremer novamente, mas agora, tremeria com a cultura nova que estava surgindo. Seriam 
abaladas as estruturas do belo, da moral, da arte. 
A grande palavra era FUTURISMO. Todos os artistas envolvidos eram futuristas. No recibo de 
pagamento de aluguel do teatro vinha descrito: Semana de Arte Futurista de São Paulo. Porém, em 
razão de evitarem um mal entendido, resolveram colocar no folder de apresentação Semana de Arte 
Moderna, porque acreditavam que as pessoas pudessem confundir futurismo com algo relacionado à 
ciência. 
A Semana foi dividida em três dias temáticos: o primeiro dia ficou voltado para as artes plásticas, a 
pintura e a escultura; o segundo para a literatura e a poesia e o terceio dia para a música, e aí, 
destacamos o grande Villa Lobos. 
Nas artes plásticas, os principais nomes, os três que iniciaram a ideia da Semana: Malfatti, Brecheret 
Di Cavalcanti. 
Na Literatura, muitos poemas de Osvald de Andrade, Menotti Dell Pitcchia, Mário de Andrade. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
229 
 
Carlos Drumond de Andrade também possui um papel importante na Semana, escrevendo artigos de 
jornais, uma vez que ainda não escrevia livros. 
Manoel Bandeira era carioca, mas participou simbolicamente, porque ele enviou um poema moderno 
para participar. Ele não quis participar da Semana porque a via como uma afronta aos valores clássicos 
e ele se considerava um classicista. Enviou, mesmo assim, o poema Sapos,que foi “coachado” pelas 
pessoas enquanto alguém tentava declamá-lo. 
A Semana foi bastante complicada. Vaias aconteciam o tempo todo. Foi uma semana marcada pelos 
escândalos. As pessoas iam ao Teatro, não para ver a arte, mas para brigar, criar tumultos, chingar. 
Muitas obras apresentadas na Semana de Arte Moderna foram rejeitadas. 
Mas os modernistas queriam mesmo era incomodar, desafiar com o moderno. Eles queriam tirar as 
pessoas do lugar-comum em que se encontravam. Eles queriam acabar de vez com o Classicismo. 
Deveria ser a derrubada da arte velha e o nascimento da arte nova. 
Os artistas que participaram da Semana foram para a Europa para estudar, especializar-se mais e, 
quando voltaram, em 1924, quizeram dar continuidade aos trabalhos da Semana de Arte Moderna de 
1922 e então, temos a inclusão de uma artista muito importante para o Modernismo Brasileiro, que 
foi Tarsila do Amaral. Ela estava em Paris, na data da Semana e não compareceu ao evento. 
 
 A Cuca- Tarsila do Amaral 
Tarsila, junto com Oswald de Andrade e os demais modernistas dão seguimento ao movimento 
modernista e ela começa a se destacar como uma das principais artistas e uma grande ativista do 
movimento brasileiro. Todos os movimentos posteriores são praticameteencabeçados por ela. 
O primeiro desses movimentos é o Movimento Pau-Brasil, que busca mostrar o Brasil em seu aspecto 
urbano, através de prédios, estradas de ferro, num cubismo simplificado, e o Brasil orgânico, com suas 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
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matas, selvas – um Brasil de contrastes. Tarsila mostraessa dualidade do Brail: o urbanoe o rural, 
sempre em forma cubista. 
 
 Estrada de Ferro- Tarsila do Amaral 
Um segundo movimento, o verde-amarelista, vem para criticaro Pau-Brasil. Esse movimento foi 
fundado por Plínio Salgado, que possuía um visão muito mais ufanista do Brasil. Ele considerava que o 
movimento pau-brasilera afrancesado. Para ele, uma arte brasileira deveria ter bases totalmente 
voltadas para o Brasil – o selvagem, o indígena, as tribos. Plínio Salgado defendia, inclusive a mudança 
do idioma do Português para o tupi-guarani. Durante um tempo, este conflito fica apagado, mas em 
1928 ele volta, quando Tarsila e Oswald dão origem a outro movimento, chamado Movimento 
Antropofágico. 
Este movimento nasceu graças ao quadro chamado Abaporu 
 
Aba- Homem 
Poru- Canibal 
O homem canibal, que se alimenta da carne humana. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
231 
 
Os índios canibais só se alimentavam de homens fortes, corajosos, para poderem “herdar” essa força. 
A visão filosófica deste quadro seria simbolizar as vertentes europeias, que seriam digeridas, 
aproveitando-se o melhor delas, transformando esse melhor em arte pura brasileira, totalmente 
remoldada dentro dos padrões brasileiros. Esta vertente foi o que ficou afixada na Arte Moderna 
Brasileira; o movimento antropofágico foi muito importnte. 
O tropicalismo, mais tarde, assume que também pega a cultura estrangeira e transforma em cultura 
brasileira. 
 
AULA Nº 22 
ARTE CÊNICA 
INTRODUÇÃO AO TEATRO 
 
O teatro é o lugar onde um grupo de pessoas assiste a outro grupo de pessoas que 
representam. Os que representam são chamados de atores e o local onde desempenham sua 
função é chamado palco. O público ou espectadores são aqueles que assistem à representação 
e a plateia é o local onde ficam acomodados. 
Os atores que estão no palco interpretam papéis e personagens, ou seja, "representam" ou 
tornam presentes os gestos e ações de outras pessoas, de animais, ou até de objetos. 
 
 
 
 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
232 
 
TEATRO COMO UMA ARTE 
 
No teatro, é interessante saber, estão presentes as mais diversas modalidades artísticas: música, 
dança, desenho, pintura, literatura, escultura, expressão corporal, maquiagem. O teatro e os 
profissionais que nele atuam (diretor, ator, atriz), bem como os elementos que a ele pertencem 
(cenário, figurino, trilha sonora, iluminação), oferecem-nos a oportunidade de conhecer e confrontar 
culturas em momentos históricos distintos, possibilitando a ampliação dos nossos conhecimentos e do 
nosso repertório artístico. 
Esses elementos, entretanto, só terão significado se você souber decodificar as expressões faciais, os 
gestos, as ações, os cenários, o fundo musical, os figurinos. 
No teatro, os atores representam ou interpretam papéis comunicando as ideias por meio do diálogo 
entre palco e plateia. Papel é o personagem representado pelo ator, e palco ou espaço cênico é o local 
onde os atores trabalham, atuando, representando, fazendo-se passar por outra pessoa. 
 
TEATRO GREGO 
O teatro nasceu, mais ou menos, no século VI a.C na velha Grécia. 
A consolidação do teatro, enquanto espetáculo, na Grécia Antiga deu-se em função das manifestações 
em homenagem ao deus do vinho, Dionísio. A cada nova safra de uva, era realizada uma festa em 
agradecimento ao deus, através de procissões. 
Com o passar do tempo, essas procissões, que eram conhecidas como "Ditirambos", foram ficando 
cada vez mais elaboradas, e surgiram os “diretores de coro” (os organizadores das procissões). 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
233 
 
Nas procissões, os participantes se embriagavam, cantavam, dançavam e apresentavam diversas cenas 
das peripécias de Dionísio. Em procissões urbanas, reuniam-se aproximadamentevinte mil pessoas, 
enquanto que em procissões de localidades rurais (procissões campestres), as festas eram menores. 
O primeiro diretor de coro foi Téspis, que foi convidado pelo tirano Préstato para dirigir a procissão de 
Atenas. Téspis desenvolveu o uso de máscaras para representar, pois em razão do grande número de 
participantes, era impossível todos escutarem os relatos, porém podiam visualizar o sentimento da 
cena pelas máscaras. 
FIGURA 
O "Coro" era composto pelos narradores da história, que através de representação, canções e danças, 
relatavam as histórias do personagem. Ele era o intermediário entre o ator e a plateia, e trazia os 
pensamentos e sentimentos à tona, além de trazer também a conclusão da peça. Também podia haver 
o “Corifeu”, que era um representante do coro que se comunicava com a plateia. 
Em uma dessas procissões, Téspis inovou ao subir em um "tablado" (Thymele - altar), para responder 
ao coro, e assim, tornou-se o primeiro respondedor de coro (hypócrites). Em razão disso, surgiram os 
diálogos e Téspis tornou-se o primeiro ator grego. 
O teatro da tragédia passou para a comédia, que foram os gêneros básicos do Teatro Grego. Viveu a 
proibição da Igreja no início da Era Cristã, e se tornoumambembe, sendo apresentado em praças e 
feiras por saltimbancos. Depois a Igreja passou a dedicar maior atenção ao teatro e surgiram peças de 
caráter litúrgico, marcando o período do teatro sagrado ou teatro de mistérios, ou farsa. Com a 
Renascença foi eletizado, pois só era apresentado em palácios, para um pequeno público, constituído 
por elementos da nobreza. Nessa época, surgiu a preocupação com os cenários e grandes mestres da 
pintura foram convidados para confeccioná-los. 
MONTAGEM DE UMA PEÇA TEATRAL 
O sucesso de uma peça teatral depende do trabalho conjunto de várias pessoas, começando pelo 
diretor até o simples mister da camareira. 
A EQUIPE ARTÍSTICA 
a) Diretor: planifica o espetáculo, ensaia os atores, orienta as cenas, etc. 
b) Ator: a pessoa que representa 
c) Cenarista ou cenógrafo: encarregado dos cenários 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
234 
 
d) Figurinista 
e) Maquiador 
A EQUIPE TÉCNICA 
a) Contra – regra: o sucesso de uma peça teatral depende muito do contra-regra, pois sua função é a 
de fiscalizar todos os elementos que compõem o espetáculo. 
b) Iluminador 
c) Sonoplasta 
d)Maquinista: encarregado pela armação dos cenários, pelas mudanças de cena, abertura e 
fechamento da cortina. 
A EQUIPE AUXILIAR 
a) Camareira 
b) Zelador 
FASES DA MONTAGEM DE UMA PEÇA 
Uma peça, antes de ser apresentada ao público, passa por diversas fases que chamamos de fases de 
montagem de uma peça teatral. 
A primeira fase de uma montagem teatral é a interpretação oral. Nesta fase a leitura da peça deve ser 
repetida várias vezes, para que os atores percebam o sentido de cada palavra e a intenção do autor. 
A segunda fase é a atuação em cena. Nesta fase o diretor se preocupa com a expressão corporal, 
procurando aperfeiçoar os gestos e a movimentação dos atores no palco, dentro dos limites dos 
cenários. Esta fase é conhecida como marcação da peça. 
A terceira e última fase é a do ensaio geral. Neste ensaio, os cenários, os figurinos, a sonoplastia e a 
iluminação deverão estar como se fosse o dia da estreia. Este é o momento de se corrigirem as últimas 
falhas de interpretação e de montagem. 
 
 
 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
235 
 
AULA Nº 23 
MÚSICA 
Antes de tudo, a música é a arte dos sons. O vento que assobia, o som de gotas de chuvas caindo sobre 
um telhado de zinco, o trovão que amedronta, o barulho do escapamento do carro... Tudo isso são 
sons. Para que essa matéria-prima se transforme em música, é preciso que a inteligência e a 
sensibilidade humanas se reinventem. O ser humano organiza os sons, dando-lhes um ritmo, 
regulando sua duração e sua intensidade, combinando-os em infinitas variações e, assim, faz arte e 
cria música. 
* Sugiro um belíssimo filme, que mostra exatamente esta face da música: O Som do Coração. Peça-
lhes que assistam e depois que redijam um texto crítico a respeito do filme. 
MÚSICA NA ANTIGUIDADE 
A história da música começa na Pré-História. Certamente, é difícil explicar como tudo começou, mas, 
através de estudos realizados, chegou-se à conclusão de que provavelmente, o homem da Pré-História 
começou a fazer música por meio de gritos, batendo pés, palmas, coisas e até fazendo apitos 
confeccionados há cerca de 20 mil anos com pedaço de chifre ou de ossos. É bem provável que tenham 
sido usados para imitar o canto dos pássaros. 
 
Quando se estuda História Antiga, constata-se nas grandes civilizações (Egito, Grécia e Roma) a 
presença de uma imensa variedade de instrumentos musicais. 
No Egito, a música era tão importante que muitas mulheres que tocavam instrumentos eram 
sepultadas próximo dos túmulos reais. 
A música era incluída em todas as partes da vida. Nos templos, havia cerimônias; os músicos tocavam 
flautas e sistros (espécie de guizos). 
Já o exército usava instrumentos de prata e de bronze, como as trombetas. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
236 
 
GREGOS: A palavra música vem do grego mousike, em homenagem às nove musas que eram as deusas 
da inspiração. 
Os gregos faziam festa em homenagem ao deus Dionísio e a tantos outros, sempre com 
acompanhamento musical. 
Os gregos pintavam cenas de música nos vasos. Os principais instrumentos eram a harpa ou lira, a qual 
chamavam de cítara. 
Em Atenas havia anualmente uma competição de canto. Na praça, cantavam-se um hino: o ditirambo. 
Na ocasião, as pessoas vestiam trajes especiais. 
ROMA: Os romanos, assim como os gregos, usavam música nas peças de teatro. As lutas de gladiadores 
também eram acompanhados por músicas próprias para a ocasião. 
Os romanos tocavam trombetas, flautas, pratos e tambores. As pessoas ricas realizavam concertos nas 
vilas. Os cantores eram muito bem pagos. O imperador Nero cantava e tocava citara. 
FORMAÇÃO DA MÚSICA BRASILEIRA: Influência Indígena, Africana e Portuguesa. 
A MÚSICA NO BRASIL ANTES DO DESCOBRIMENTO: A música brasileira, inicia-se com a existência dos 
índios. As tribos indígenas utilizam a música em seus rituais, nos casamentos, em festividades, etc. 
O DESCOBRIMENTO: Com a vinda de Cabral e a catequese realizada pelos jesuítas, os índios 
aprenderam a tocar instrumentos europeus (órgão, flauta, etc) em lugar dos primitivos (chocalhos, 
flauta de osso, etc.). O que chamamos hoje de música brasileira, seja popular ou erudita é, por suas 
raízes, luso-africana. 
OS NEGROS E A MÚSICA: Os africanos cantam e dançam em todas as atividades da vida: ao nascer e 
ao morrer, quando casam, trabalham ou guerreiam e, sobretudo, quando há cerimônias religiosas. 
Para o negro africano, as máscaras, as esculturas, a decoração, a música e a dança são meios de 
comunicação, de promoção e de identificação da tribo, e de ligação com diversas divindades. 
A maior contribuição à arte negra, no Brasil, foi para a música, com instrumentos e ritmos (samba, 
batuque, etc.) e na formação do sincretismo religioso (umbanda, candomblé, etc.). Em 1549, o ensino 
da música alastrou-se pelo litoral do país, organizado pelos jesuítas. 
Na formação da arte brasileira temos a influência da arte indígena, da arte negra e da arte portuguesa. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
237 
 
Outros povos tiveram ainda influência em nossa música: espanhóis (durante o domínio espanhol), 
franceses, holandeses. 
Veja, agora, a contribuição que a música brasileira recebeu das três raças: 
ÍNDIO: Ritmo discursivo; som nasal; danças e bailados; instrumentos (chocalho). 
NEGRO: Riqueza rítmica própria; danças (dramáticas); instrumentos (ganzá, atabaque, etc.) 
PORTUGUÊS: Moda, fado; danças (roda infantil, caninha-verde, danças dramáticas); instrumentos 
(guitarra ou violão, cavaquinho, flauta, etc.) 
 
BOSSA NOVA E O PROTESTO MUSICAL 
 
A BOSSA-NOVA: No final dos anos 1950e início dos anos 1960, um movimento musical, que foi 
chamado bossa-nova, teve uma significativa participação dos estudantes universitários. 
Mais tarde surgiu outro grande movimento inovador de nossa música popular, o tropicalismo, no final 
dos anos 1960, trazendo uma nova estética, um novo gosto musical. Entre esses dois movimentos, 
surge um outro, chamado jovem guarda, com influências do rock´n´roll, cujo público eram de jovens e 
adolescentes, e tendo Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléia como líderes. Estes três 
movimentos seguiram paralelamente, porém, com características distintas. 
A bossa-nova, com influências do samba e do jazz, traz novas batidas no violão, arranjos musicais mais 
elaborados, voz mais intimista, uso de linguagem simples. Ela surge na classe média carioca e vai ter 
apoio nos meios de comunicação em São Paulo, que reconhecem os valores deste novo estilo musical. 
João Gilberto, violonista, cantor e compositor, cantando Chega de Saudade, Desafinado, teve como 
companheiros neste movimento o maestro e compositor Antônio Carlos Jobim, o ex-diplomata e poeta 
Vinícius de Moraes, Baden Powell, Francis Hime, Ronaldo Bôscoli, Roberto Menescal, Sílvia Teles, 
Johnny Alf, entre outros. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
238 
 
Em sua segunda fase, a bossa-nova vai explorar temas políticos e sociais, com canções de protesto 
contra o subdesenvolvimento, a exploração no trabalho e a favor da reforma agrária. É quando 
aparecem shows como Opinião, Arena conta Zumbi, Liberdade, Liberdade. João do Vale, Sérgio 
Ricardo, Carlos Lyra, Marcos e Paulo Sérgio Valle, Chico Buarque, Geraldo Vandré, Edu Lobo lideraram 
essa tendência. 
A bossa-nova ultrapassou os limites nacionais devido à sua qualidade musical, obtendo o 
reconhecimento dos norte-americanos. Em um show apresentado no Carnegie Hall, nos Estados 
Unidos, João Gilberto e Antônio Carlos Jobim conquistaram o público e os músicos de vanguarda do 
jazz americano. 
O TROPICALISMO 
 
O tropicalismo trouxe novas ideias musicais no final dos anos 1960, tendo como característica mais 
marcante a antropofagia, isto é, incorporava e assimilava vários elementos de outras áreas da cultura, 
nacional ou internacional. O tropicalismo integrou elementos da música de vanguarda vindos de 
setores diferentes da chamada música erudita e rompeu com a forma tradicional de fazer música. Os 
principais expoentes deste movimento foram Gilberto Gil e Caetano Veloso, líderes do movimento. 
Tom Zé, Gal Costa, Maria Bethânia, e também os arranjadores oriundos da música erudita de 
vanguarda, Rogério Duprat, Júlio Medaglia e Damiano Cozzella. As músicas tropicalistas incorporaram 
guitarra elétrica, samba de roda, bolero urbano, repente nordestino, música de vanguarda e outros 
elementos mais. 
 
 
 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
239 
 
AULA Nº 24 
ARTE BRASILEIRA 
CONCEITO: A arte é a manifestação dos sentimentos humanos por meio de imagens e símbolos. Os 
sentimentos manifestam-se por meio da palavra escrita ou falada, pela pintura, escultura, desenho, 
gravura, arquitetura, música, dança, fotografia, decoração, mobiliário, etc. 
Na formação da arte brasileira temos a influência da arte indígena, da arte negra e da arte portuguesa. 
1. PINTURA CORPORAL 
 
A pintura corporal servia para distinguir as classes em que se subdividia a sociedade indígena. Eram 
utilizados: o vermelho e o amarelo do urucum; o azul do jenipapo; o preto do pó de carvão. As cores 
eram fixadas com seiva de babaçu. A aplicação das cores era realizada com os dedos, com estiletes de 
palha ou madeira. Para pintar os rostos, utilizavam carimbos feitos de barro ou madeira. 
2. ARTE PLUMÁRIA 
 
As penas são usadas na ornamentação do corpo e podem servir para: 
a) Desenhos corporais: penas coladas sobre uma camada de resina, cobrindo o corpo, do tronco até 
os joelhos; 
b)Artefatos confeccionados com penas: eram confeccionados para serem usados em rituais e também 
para adornar colares, cocares, mantos, etc. 
3. ARTE DE PEDRA 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
240 
 
 
Os índios faziam instrumentos de pedras que eram utilizados para a caça, rituais e adornos. Ex.: 
machados, esculturas de aves, peixes ou mamíferos. 
3. CERÂMICA 
 
Era ornamental, ritual e utilitária. Os índios faziam do barro cuias, vasos zoomórficos (nas 
extremidades aparecem a cabeça e a cauda de um animal), chocalhos, etc. Utilizavam para isso a argila, 
dando-lhe polimento com a folha de uma árvore. Recobrem a argila com uma mistura de urucum, 
barro e água, para levá-Ia ao forno. Depois de cozidas, as peças são cobertas com urucum e óleo de 
picuí e pintados. Aplicam fuligem na parte interna. 
4. TRANÇADOS 
 
Os índios fazem cestos de palha, trançados em espiral ou teia. Misturam palha clara a palha tingida. As 
esteiras de palha são utilizadas como leito para recobrir as cabanas ou proteger alimentos. 
 
A INFLUÊNCIA DOS NEGROS NAS ARTES 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
241 
 
 
O negro urbano veio a ser o que há de mais vigoroso e belo na cultura popular brasileira. Com base 
nela é que se estrutura o nosso Carnaval, o culto de Iemanjá, a capoeira e inumeráveis manifestações 
culturais. Mas o negro aproveita cada oportunidade que lhe é dada para expressar o seu valor. Isso 
ocorre em todos os campos em que não se exige escolaridade. É o caso da música popular, do futebol 
e de numerosas formas menos visíveis de competição e de expressão. O negro veio a ser, por isso, 
apesar de todas as vicissitudes que enfrenta, o componente mais criativo da cultura brasileira e aquele 
que junto com os índios mais singulariza o nosso povo. 
 
A ARTE AFRICANA (NEGRA) 
 
A raça negra, a mais escravizada do mundo, apesar de arrancada de sua terra, nunca perdeu sua altivez 
espiritual e conservou sua extraordinária criatividade artística. 
Os africanos cantam e dançam em todas as vicissitudes da vida: ao nascer e ao morrer; quando casam, 
trabalham ou guerreiam e, sobretudo, quando há cerimônias religiosas. Para o negro africano, as 
máscaras, as esculturas, a decoração, a música e a dança, são meios de comunicação, de promoção e 
de identificação da tribo, e de ligação com diversas divindades. 
A maior contribuição à arte negra, no Brasil foi para a música, com instrumentos e ritmos (samba, 
batuque), e na formação do sincretismo religioso (umbanda, candomblé, etc.). 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
242 
 
AULA Nº 25 
A FOTOGRAFIA 
 
 Sebastião Salgado 
Há muitos anos, as pessoas que queriam ter um retrato encomendavam uma pintura, um desenho ou 
uma escultura a um artista. A pessoa retratada tinha de ficar parada muitas horas, posando para o 
artista, que precisava ter muita habilidade para conseguir a semelhança. Hoje em dia, graças à 
fotografia, é muito simples fazer um retrato. 
Mas as fotografias não servem apenas para fazer retratos. Vivemos rodeados de imagens fotográficas. 
Algumas aparecem em jormais e revistas e servem para informar sobre acontecimentos de muitos 
lugares do mundo ou são utilizadas como ilustração, para completar o que dizem os textos. É muito 
frequente encontrar nos anúncios publicitários, em grandes cartazes ou nas revistas. E também são 
muitas as pessoas que utilizam a fotografia para fazer obras de arte. 
As fotos servem para recordar as pessoas queridas, os lugares que visitamos, as coisas que fizemos 
durante uma viagem..Também são úteis as fotos históricas, que nos permitem ver como eram as 
pessoas, os objetos e os lugares de outros tempos. 
 
COMO AS FOTOGRAFIAS SÃO FEITAS 
A palavra “Fotografia” vem do grego e significa “desenho de luz”. Chama-se assim porque as imagens 
são conseguidas utilizando-se luz e alguns materiais especiais, como um rolo de filme para fotos e 
papel fotográfico, que se torna mais escuro com a luz. 
Para fazer uma foto necessita-se, em primeiro lugar, de uma máquina fotográfica. Apesarde existirem 
muitos tipos, por dentro todas são parecidas. Por exemplo, todas as câmeras têm lentes, que servem 
para dirigir os raios de luz que passam pelo orifício e para proporcionar imagens mais nítidas. Além 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
243 
 
disso, há mecanismos que servem para medir a quantidade de luz que queremos que passe através do 
orifício da câmera ou para enfocar as imagens. 
Vejamos, como um exemplo, os passos necessários para podermos fazer uma fotografia. 
Suponhamos que queremos tirar uma foto do pátio do colégio. A primeira coisa a fazer é por o filme 
dentro da câmera. 
O pátio do colégio deve impressionar o filme, ou seja, fazer incidir luz sobre ele. Por isso, a seguir, 
devemos enfocá-lo com a câmera e “disparar”, apertando o botão. Para que a imagem do pátio 
apareça no filme, é preciso levá-lo para revelar. 
Para revelar o filme, utilizam-se produtos químicos que fazem mais rápido o escurecimento das zonas 
onde incidiu a luz e que fixam as imagens para evitar que continuem escurecendo. Tanto a revelação 
como a aplicação do fixador devem ser feitas totalmente no escuro. 
Como se consegue que o negativo tenha de novo a aparência do pátio, com as luzes e as sombras iguais 
às do pátio real? É preciso que o positivo, que se faz passando a imagem do pátio do filme para o pátio 
do papel fotográfico. Isso deve ser feito em um quarto escuro e utiliza-se papel fotográfico, que é um 
papel sensível à luz, como o filme. 
 
A LINGUAGEM FOTOGRÁFICA 
Embora as fotografias pareçam semelhantes à realidade, nunca são iguais a ela. Por isso, permitem 
que a pessoa que faz a fotografia possa se expressar de várias maneiras, utilizando diferentes recursos. 
O primeiro recurso de que se dispõe é a escolha do que vai ser fotografado, ou seja, o enquadramento. 
Mediante o enquadramento, a pessoa que tira a fotografia presta atenção a uma parte do que está 
vendo, e essa é a imagem que a sua câmera registrará. 
Imagens poderão ser bastante diferentes. Por exemplo, uma poderia fotografar a árvore toda e a outra 
só um galho, ou uma folha. 
Também é possível intervir no tamanho das coisas fotografadas. Para isso pode-se usar a escala de 
planos, que consiste em fazer com que o objeto ou a pessoa que vamos fotografar ocupe toda a 
imagem ou só uma parte dela. 
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
244 
 
O ponto de vista também pode ser utilizado nas fotografias para fazer com que as coisas pareçam 
maiores ou menores do que são. Esse recurso se chama angulação. Se fotografarmos algo olhando de 
baixo, parecerá maior e mais importante. Se fotografarmos de cima, parecerá que o estamos 
denominando e ficará menor do que é na realidade. 
 
AULA Nº 26 
MÚSICA ELETRÔNICA 
 
Concerto de Jean Michel Jarre, artista de música eletrônica, no La Défense em 14 de julho de 1990 
A Música eletrônica é toda música criada ou modificada através do uso de equipamentos e 
instrumentos electrônicos, tais como sintetizadores, gravadores digitais, computadores ou softwares 
de composição. 
 
 Os softwares são desenvolvidos de forma a facilitar a criação. Por sua história, passou de uma vertente 
da música erudita (fruto do trabalho de compositores visionários) a um elemento da música popular, 
primeiramente bastante relacionado ao rock e posteriormente discernindo-se como um gênero 
musical próprio (principalmente relacionado com a música popular nos sub-estilos considerados 
dançantes tais como o techno, acid, house,trance e drum 'n' bass, desenvolvidos a partir do auge 
da música discono final da década de 1970). Atualmente existem várias ramificações do estilo, tanto 
eruditas como populares. 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jean_Michel_Jarre
http://pt.wikipedia.org/wiki/La_D%C3%A9fense
http://pt.wikipedia.org/wiki/14_de_julho
http://pt.wikipedia.org/wiki/1990
http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%BAsica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Composi%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Software
http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%BAsica_erudita
http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%BAsica_popular
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rock
http://pt.wikipedia.org/wiki/G%C3%AAnero_musical
http://pt.wikipedia.org/wiki/G%C3%AAnero_musical
http://pt.wikipedia.org/wiki/Techno
http://pt.wikipedia.org/wiki/Acid
http://pt.wikipedia.org/wiki/House_music
http://pt.wikipedia.org/wiki/Trance
http://pt.wikipedia.org/wiki/Drum_%27n%27_bass
http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%BAsica_disco
http://pt.wikipedia.org/wiki/D%C3%A9cada_de_1970
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
245 
 
Originalmente relutada por ter sua tecnologia evoluída muito mais rapidamente que sua estética, só 
passou a ter princípios e tradição após a Segunda Guerra Mundial, com o trabalho de franceses 
namúsica concreta e de alemães na Elektronische Musik. 
obs.: É importante salientar que, por definição, música eletrônica é toda música criada através do uso 
de equipamentos e instrumentos eletrônicos. Entretanto, a partir da grande popularização da música 
eletrônica dançante a partir da década de 1980, esta passou a ser conhecida pelo público geral pela 
denominação simples de música eletrônica, o que prevalece até hoje. 
 
DÉCADA DE 1850 A 1940: OS PRIMEIROS ARTISTAS E EQUIPAMENTOS 
A habilidade de gravar sons é absolutamente necessária para a produção de música eletrônica, e é 
certamente bastante útil. O primeiro precursor do fonógrafofoi inventado em 1857 quando Leon 
Scott gravou pela primeira vez impressões de som em cilindros revestidos em carbono. Duas décadas 
depois, em 1878, Thomas A. Edison patenteou o fonógrafo, que utilizava cilindros similarmente ao 
dispositivo de Scott. Apesar do mecanismo ter se mantido inalterado por um tempo, Emile 
Berliner desenvolveu o fonógrafo em disco em 1897. 
Data de 1897 o mais antigo instrumento musical electroacústico. Foi uma invenção de Thaddeus Cahill, 
conhecida comodinamofone ou telarmônio. A máquina consistia num dínamo elétrico, associado 
a indutores electromagnéticos capaz de produzir diferentes frequências sonoras. Estes sinais eram 
comandados por um teclado e um painel de controles e difundidos pela linha telefônica, cujos 
terminais estavam equipados com amplificadores acústicos, colocados em locais públicos. Veio a 
verificar-se que a emissão musical interferia com as chamadas telefônicas, o que era insustentável. O 
instrumento tinha a capacidade de sintetizar sons com os timbres desejados, por sobreposição de 
parciais harmônicos. O sistema que permitia este desempenho tornava a máquina extremamente 
complexa e de dimensões gigantescas. O compositor Ferrucio Busoni mostrou interesse pela invenção, 
potencialmente geradora de novos conceitos harmônicos, não tendo no entanto apoiado diretamente 
o projeto. A tecnologia foi posteriormente usada para o desenvolvimento doórgão Hammond. 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Est%C3%A9tica_musical
http://pt.wikipedia.org/wiki/Segunda_Guerra_Mundial
http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%BAsica_concreta
http://pt.wikipedia.org/wiki/D%C3%A9cada_de_1980
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fon%C3%B3grafo
http://pt.wikipedia.org/wiki/1857
http://pt.wikipedia.org/wiki/Leon_Scott
http://pt.wikipedia.org/wiki/Leon_Scott
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cilindro
http://pt.wikipedia.org/wiki/Carbono
http://pt.wikipedia.org/wiki/1878
http://pt.wikipedia.org/wiki/Thomas_A._Edison
http://pt.wikipedia.org/wiki/Emile_Berliner
http://pt.wikipedia.org/wiki/Emile_Berliner
http://pt.wikipedia.org/wiki/1897
http://pt.wikipedia.org/wiki/Thaddeus_Cahill
http://pt.wikipedia.org/wiki/Dinamofone
http://pt.wikipedia.org/wiki/Telarm%C3%B3nio
http://pt.wikipedia.org/wiki/D%C3%ADnamo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Eletricidade
http://pt.wikipedia.org/wiki/Indutor
http://pt.wikipedia.org/wiki/Eletromagnetismo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Frequ%C3%AAncia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Instrumento_de_teclas
http://pt.wikipedia.org/wiki/Amplificador
http://pt.wikipedia.org/wiki/Timbre
http://pt.wikipedia.org/wiki/Harm%C3%B3nica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ferrucio_Busonihttp://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%93rg%C3%A3o_Hammond
ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
246 
 
Entre 1901 e 1910, Cahill desenvolveu três versões maiores e mais complexas que o original – a 
primeira pesando sete toneladas, e a última, acima de duzentas. Com a queda do interesse público, 
em 1912 a empresa de Cahill estava falida. 
 
 Um modelo das Ondas Martenot 
 
O TEREMIM E O MOVIMENTO FUTURISTA 
Com o final da Primeira Guerra Mundial, os primeiros avanços foram no sentido de tornar os 
equipamentos mais econômicos e compactos. Uma dessas invenções foi o teremim, desprovido de 
teclado, munido de dois detectores de movimento que controlavam o volume e a altura do som a 
partir do movimento livre das mãos do executante. Um outro exemplo de instrumento é o Ondas 
Martenot, inventado em 1928 por Maurice Martenot e usado em obras como "Turangalîla" e "Trois 
Petites Liturgies" de Olivier Messiaen. Mais tarde surgiram instrumentos polifônicos como o Givelet e 
o órgão Hammond, cujos potenciais foram imediatamente reconhecidos e explorados. O Givelet tinha 
a capacidade de ser programado, o que foi mais tarde largamente ultrapassado pelos sintetizadores e 
pelos computadores que viriam a surgir cerca de 25 anos mais tarde. Produzido por Laurens 
Hammond a partir da fundação de sua empresa em 1929, o órgão Hammond era baseado nos 
princípios do telarmônio junto com outras tecnologias como as primeiras unidades de reverberação. 
O movimento futurista, iniciado na Itália pelo poeta Filippo Marinetti, rapidamente expandiu-se 
pela Europa, na defesa da liberdade da expressão artística, que se revelou na música pela utilização de 
técnicas de produção sonora não convencionais até então, dando-se valor ao que é considerado 
"barulho". Luigi Russolo propôs, na década de 1910, emThe Art of Noises, a composição musical a partir 
de fontes sonoras do meio ambiente, na busca da variedade infinita dos ruídos. O efeito prático desta 
proposta foi a construção de instrumentos produtores de ruído como o Intonarumori. O primeiro 
concerto da série The Art of Noises ocorreu em 21 de abril de 1914, e em junho concertos similares 
ocorreram em Paris. 
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ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
247 
 
 
 Uma fita cassete usada em magnetofones 
NOVOS EQUIPAMENTOS MAGNÉTICOS 
Darius Milhaud e Percy Grainger utilizaram a capacidade de gravação e reprodução em vinil para 
deformar sons gravados através da variação da velocidade de leitura. Hindemith interessou-se 
especialmente pela capacidade de reproduzir os sons dos instrumentos acústicos electronicamente, 
ideia que Varèse conseguiu contornar. Na década de 1930, os principais avanços foram nos sistemas 
de gravação. Depois de tentado um sistema de gravação óptica, revelou-se mais vantajosa a gravação 
em suporte magnético. O maior avanço ocorreu na Alemanha em 1935, com a invenção 
do magnetofone, que utilizava fitas plásticas impregnadas de partículas de ferro. A fita magnética não 
permitia, no entanto, a visualização por meio de gráficos do som, desvantagem que teve pouca 
importância. Até 1945, as principais linhas de desenvolvimento foram na concepção do som musical, 
no interesse pelos princípios da acústica, que permitiram o avanço no campo da música electrônica. 
 
DÉCADA DE 1940 E 1950: MÚSICA CONCRETA E ELEKTRONISCHE MUSIK 
A Segunda Guerra Mundial forçou o desenvolvimento tecnológico a vários níveis que, cessado o fogo, 
revelou-se determinante no progresso da música electrônica. O clima de reconstrução econômica 
proporcionou incentivos de várias instituições, sobretudo das emissoras de rádio, que dispunham 
de estúdios bem equipados. Em 1946, o ENIAC foi inventado, o primeiro computador no sentido 
moderno da palavra. Em Paris e Colônia estabeleceram-se duas diferentes correntes na música 
electroacústica que duraram toda a segunda metade do século XX: respectivamente a corrente 
damúsica concreta e a Elektronische Musik. 
A partir do fim da década de 1950 o termo música eletroacústica começa a ser adotado. Ele designa a 
música de instrumentos acústicos gravados, cujas gravações podem ser manipuladas, combinadas, 
montadas e superpostas. 
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ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
248 
 
ERASE-RECORD-REPLAY 
A tecnologia erase-record-replay, desenvolvida inicialmente para a produção de eco, foi aí explorada 
de outras formas, na criação de loops, por exemplo. Outra das características importantes na obra é a 
utilização da espacialização, através da colocação de altifalantes de forma conveniente no espaço de 
execução. Outros compositores, tais como Brün, Hambräus, Heiss, 
Kagel, Koenig, Ligeti e Pousseur contribuíram para a extensa produção do estúdio de Colônia. Estes 
criadores do electronische musikconstituíram a face oposta à corrente francesa da música concreta, 
complementando-se no desenvolvimento da electroacústica até meados da década de 1960. 
 
MÚSICA COMPUTACIONAL 
Surge o conceito da música computacional, gerada ou composta com o auxílio de um computador. É 
também um ramo de estudo que examina tanto a teoria quanto à aplicação de tecnologias na área de 
música. Muito do trabalho nessa área está na relação entre a teoria musical e a matemática. A primeira 
composição de computador foi gerada na Austrália porGeoff Hill no computador CSIRAC . 
Posteriormente, Lejaren Hiller usou um computador na década de 1950 para produzir trabalhos que 
eram então executados por músicos convencionais. Ele é o compositor da Suite Illiac (1956), a primeira 
inteiramente automática e programada.O trabalho de Max Mathews nos Laboratórios Bell resultaram 
no influenteprograma de computador MUSIC I. Pierre Barbaud, que já havia proposto em 1950 a 
introdução da matemática na composição musical, fundou o grupo de música algorítmica 
em 1958 junto com Roger Blanchard.13 
 
EXPANSÃO MUNDIAL 
A partir da década de 1950, diversos grupos de pesquisa desse novo ramo de música fomentado por 
franceses e alemães estavam sendo abertos pelo mundo. O laboratório de música experimental 
da Universidade de Colúmbia, Estados Unidos (1953), o estúdio experimental de Herman 
Scherchen na Suíça (1954), um estúdio de música experimental noJapão (1954), o Studio di 
Fonologia da italiana RAI (1955), um estúdio de música experimental na Polônia (1957). A 
intensificação das pesquisas resultou em novos instrumentos, como um sintetizador controlado por 
uma fita de papel perfurado, começando a era dos sintetizadores. 
 
DÉCADA DE 1960 E 1970: SINTETIZADORES PESSOAIS E A MÚSICA POPULAR 
 
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ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
249 
 
 
Minimoog Voyager, um sintetizadoranalógico 
Devido à complexidade em compor com um sintetizador ou computador, a maioria dos 
compositores continuava a explorar a música eletrônica usando omúsica concreta ainda na década 
de 1960. Mas como tal estilo não era gracioso, alguns compositores iniciaram pesquisas para 
melhorar a tecnologia nesse sentido, levando a três times independentes buscando o 
desenvolvimento do primeiro sintetizador pessoal. 
O primeiro desses sintetizadores foi o Buchla, aparecido em 1963, produto do trabalho do 
compositor Morton Subotnick. Outro sintetizador foi o criado porRobert Moog, sendo o primeiro a 
usar um teclado ao estilo de piano. Em1964, Moog convidou o compositor Herb Deutsch para 
visitar seu estúdio emTrumansburg. Moog já havia encontrado-se com Deutsch um ano antes, 
ouvido sua música, e decidido seguir a sugestão do compositor para a construção de módulos 
para música eletrônica. 
 
ADOÇÃO PELA MÚSICA POPULAR 
Apesar de a música eletrônica ter começado nas ramificações da composição clássica, após alguns anos 
ela foi adotada pela cultura popular. Um dos primeiros exemplos é o tema para televisão do 
seriado Doctor Who composto por Delia Derbyshire, em 1963. 
No final da década de 1960 Wendy Carlos popularizou a música de sintetizador com os dois notáveis 
álbuns, Switched-On Bach e The Well-Tempered Synthesizer, que reproduziram peças de J. S. Bach 
usando o Moog. O equipamento gerava somente um nota por vez, então, para gerar a composição, 
Carlos teve que sobrepor as gravações em um amplo trabalho de estúdio. As primeiras máquinas 
também eram bastante instáveis, e perdiam a afinação com facilidade. Apesar disso, muitos músicos 
como Keith Emerson do Emerson Lake and Palmer começaram a usar os equipamentos, inclusive em 
turnê. O teremim, que é extremamente difícil de ser executado, foi também usado na música popular. 
O teremim elétrico foi usado em "Good Vibrations" do The Beach Boys. Já os Beatles usaram 
o mellotron em "Strawberry Fields Forever" e o pedal de volume em "Yes It Is". 
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ARTE FÁCIL - ENSINO MÉDIO 
 
250 
 
 
 O Kraftwerk em concerto 
Assim que a tecnologia evoluiu e os sintetizadores tornaram-se mais baratos, foram sendo adotados 
por várias bandas de rock,17 tais como The Silver Apples e Pink Floyd, usando os equipamentos como 
substitutos ao órgão. 
 
DÉCADA DE 1980 A 2000: A MÚSICA ELETRÔNICA PARA O GRANDE PÚBLICO 
 
 
 Conectores MIDI em um aparelho eletrônico 
 
No final da década de 1970 e início da década de 1980 houve grande interesse na inovação em 
instrumentos de música eletrônica, amplamente pela substituição dos sintetizadores analógicos 
por versões digitais, além dos primeiros samplers. Na época os samplers eram, tal qual os 
primeiros sintetizadores, espaçosos e caros, mas em meados da década de 1980 foram 
desenvolvidos para tornarem-se mais disponíveis aos músicos. 
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