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EMPREENDEDORISMO NO BRASIL
Anali Barboza de Lima
Professor-Simone Schimtz
Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI
Curso (ADG238) – Prática do Módulo II
08/06/2013
RESUMO
Empreendedorismo é o processo de criar algo diferente com valor, dedicando tempo e esforços necessários, assumindo riscos financeiros, psicológicos e sociais correspondentes e recebendo as conseqüentes recompensas da satisfação econômica e social. Com base neste conceito percebe-se que no Brasil tem muitas pessoas com as características deste perfil empreendedor que são: ter objetivos pessoais e profissionais; observar as tendências; usar talentos pessoais; ampliar rede de relacionamentos; ousar mudanças; buscar equilíbrio entre trabalho, lazer, emoções e valores. 
 
 
Palavras-chave: Empreendedorismo. Inovação. Assumir riscos.
1 INTRODUÇÃO
O empreendedorismo é um tema que pode ser considerado novo nos meios acadêmicos, porém, veremos que sua história vem de muito tempo, ou melhor, de muitos séculos. Importante também começar esclarecendo que empreendedorismo não está relacionado a apenas ás pessoas que abrem um negócio novo, como muitos acreditam ser seu significado.
Veremos neste trabalho que o empreendedorismo vai muito além de criar um negócio próprio. Ele está relacionado ao comportamento e ás atitudes, ao pensamento e as ações das pessoas, sejam estas proprietárias ou funcionários de uma empresa, na área dos negócios, da educação, social ou qualquer outra. Enfim o empreendedorismo está no interior de cada um e pode ser aprendido ou desenvolvido, basta querer. 
O empreendedorismo é ainda como um processo que ocorre em diferentes ambientes e situações empresariais, provocando mudanças através da inovação realizada por indivíduos que geram ou aproveitam oportunidades, que criam e realizam atividades de valor tanto para si próprios quanto para a sociedade. Desta forma, nosso objetivo é apresentar o histórico do empreendedorismo no Brasil e sua importância no desenvolvimento da economia da sociedade.
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 CONCEITUANDO EMPREENDEDORISMO
A raíz da palavra empreendedor vem do verbo francês “entreprendre” e significa fazer algo. Existem três causas principais que movem o empreendedorismo, são elas:	
1. A natureza humana: alguns estudos mostram que os empreendedores têm necessidade de autorrealização.
2. O papel do empreendedor na economia, uma vez que ele provoca grandes mudanças e gera emprego.
3. A estrutura econômica mundial, em função da participação e do papel que a pequena e média empresa representam. 
Embora esteja frequentemente associado a novas idéias ou pequenas organizações o empreendedorismo é uma competência ou prática que também pode ser aplicada em empresas grandes ou maduras. Em alguns casos, empresas maiores que estão perdendo a capacidade de competir, se tornando altamente burocráticas e complexas, precisam inclusive ser mais empreendedoras. Mas o que significa exatamente empreendedorismo?
De modo geral, o empreendedorismo está associado a métodos e processos de descoberta, avaliação e realização de oportunidades ou com indivíduos que as descobrem, avaliam e implementam. Essas pessoas tidas como empreendedores, podem ser os fundadores ou proprietários, bem como gestores ou executivos, que conseguem desenvolver uma competência para observar o ambiente e captar as mudanças.
Empreendedorismo é, portanto, a identificação e exploração de oportunidades não exploradas anteriormente por indivíduos ou empresas. Ao considerar que os empreendedores são hábeis observadores, tanto das oportunidades do ambiente externo quanto dos aspectos internos da organização, eles acabam desenvolvendo ações velozes e intuitivas.
Dessa forma, são capazes de perceber situações por ângulos diferentes, de modo a encontrar alternativas para uma mesma questão: enquanto para algumas pessoas o mercado está saturado, esses indivíduos descobrem nichos para atuar e se adaptar a novas situações, não relacionadas apenas a novos produtos e tecnologias, como também a reformulação dos produtos e serviços já existentes ou à entrada em outros mercados.
Além disso, as mudanças da sociedade, que acontecem com velocidade superior ás demais épocas, exigem das pessoas comportamentos e habilidades diferenciadas para serem felizes no desempenho das suas funções. Assim, o indivíduo precisa preparar-se para as mudanças, até mesmo porque as constantes transformações podem deixar as empresas em dificuldade para fazer frente ás novas exigências do mercado.
Mesmo sendo um elemento vital para a perenidade das organizações, o empreendedorismo corporativo ainda é, de fato, pouco praticado e muito complexo para ser implementado.Muito do sucesso da empresa empreendedora está relacionado com a cultura da empresa.
Um passo importante para as organizações que pretendem ser empreendedoras é, sem dúvida, a tolerância a erros bem intencionados, ou seja, os profissionais devem ter a liberdade e autonomia para conduzir iniciativas, sem se ignorar os fracassos decorrentes, mas, sobretudo, aceitando o erro como parte do processo de aprendizado. E, nesse sentido, um empreendedor eficiente também deve ser capaz de avaliar as situações de risco que surgem em decorrência de suas ações.
3 A REVOLUÇÃO DO EMPREENDEDORISMO 
O mundo tem passado por várias transformaçõesem curtos períodos de tempo, principalmente no século XX, quando foi criada a maioria das invenções que revolucionaram o estilo de vida das pessoas.Geralmente, essas invenções são frutos de inovação, de algo inédito ou de uma nova visão de como utilizar coisas já existentes, mas que ninguém antes ousou olhar de outra maneira.Por trás dessas invenções, existem pessoas ou equipes de pessoas com carcterísticas especiais que são visionárias, questionam, arriscam, querem algo novo, fazem acontecer e empreendem.Os empreendedores são pessoas diferenciadas, que possuem motivação singular, apaixonadas pelo que fazem, não se contentam em ser mais um na multidão, querem ser reconhecidas e admiradas, referenciadas e imitadas, querem deixar um legado.Uma vez que os empreendedores estão revolucionando o mundo, seu comportamento é o próprio processo empreendedor devem ser estudados e entendidos.
No momento presente, não se tem um movimento predominante, mas acredita-se que o empreendedorismo irá, cada vez mais, mudar a forma de se fazer negócios no mundo.O papel do empreendedor foi sempre fundamental na sociedade.Então, por que ensino do empreendedorismo está se intensificando agora? O que é diferente do passado? Ora, o que é diferente é que o avanço tecnológico tem sido de tal ordem, que requer um número muito maior de empreendedores. A economia e os meios de produção e serviços também se sofisticaram, de forma que hoje existe uma necessidade de se formalizarem conhecimentos que eram apenas obtidos empiricamente no passado.Portanto a ênfase em empreendedorismo surge muito mais como conseqüência das mudanças tecnológicas e sua rapidez, e não é apenas um modismo.A competição na economia também força rapidez, e não é apenas um modismo.A competição na economia também força novos empresários a adotar paradigmas diferentes.
Por isso, o momento atual pode ser chamado de era do empreendedorismo, pois soa os empreendedores que estão eliminando barreiras comerciais e culturais, encurtando distâncias, globalizando e renovando os conceitos econômicos, criando novas relações de trabalho e novos empregos, quebrando paradigmas e gerando riquezas para a sociedade.A chamada nova economia, a era da Internet, mostrou recentemente e ainda tem mostrado que boas ideias inovadoras, know-how, um bom planejamento e, principalmente, uma equipe competente e motivada são ingredientes poderosos que quando somados no momento adequado, acrescidos de combustível indispensável á criação de novos negócios – o capital- podem gerar negócios grandiosos em curto espaço de tempo.Isso era algo inconcebível há alguns anos.O contexto atual é propício para o surgimento de um número cada vez maior de empreendedores.Por esse motivo, a capacitação dos candidatos a empreender está sendo prioridade em muitos países, inclusive no Brasil, haja vista a crescente preocupação das escolas e universidades a respeito do assunto, por meio da criação de cursos e matérias específicas de empreendedorismo, como uma alternativa aos jovens profissionais que se graduam anualmente nos ensinos técnico e universitário brasileiros.
Há vinte anos era considerado loucura um jovem recém formado aventurar-se na criação de um negócio próprio, pois os empregos oferecidos pelas grandes empresas nacionais e multinacionais, bem como a estabilidade que se conseguia nos empregos em repartições públicas, eram muito convidativos, com bons salários, status e possibilidade de crescimento dentro da organização.O ensino de administração era voltado a este foco: formar profissionais para administrar grandes empresas e não para criar empresas.Quando esse cenário mudou, nem os profissionais experientes, nem os jovens à procura de uma oportunidade no mercado de trabalho, nem as escolas de ensino de administração estavam preparados para o novo contexto.E mudar a visão a respeito de determinado assunto, redirecionar ações e repensar conceitos levam algum tempo até que gerem resultados práticos.O fato é que o empreendedorismo finalmente começa a ser tratado no Brasil com o grau de importância que lhe é devido, seguindo o exemplo do que ocorreu em países desenvolvidos, como os Estados Unidos, onde os empreendedores são grandes propulsores da economia.
O empreendedorismo tem sido o centro das políticas públicas na maioria dos países.O crescimento do empreendedorismo no mundo se acelerou na década de 1990 e aumentou em proporção nos anos 2000, o que pode ser observado nas ações desenvolvidas relacionadas ao tema.Alguns exemplos são: programas de incubação de empresas e parques tecnológicos; desenvolvimento de currículos integrados que estimulem o empreendedorismo em todos os níveis, da educação fundamental à pós-secundária; programas e incentivos governamentais para promover a inovação e transferência de tecnologia; subsídios governamentais para criação e desenvolvimento de novas empresas; criação de agências de suporte ao empreendedorismo e à criação de negócios; programas de desburocratização e acesso ao crédito para pequenas empresas; desenvolvimento de instrumentos para fortalecer o reconhecimento da propriedade intelectual, entre outros.
Particularmente no que se refere à educação empreendedora, os exemplos e casos de sucesso têm sido cada vez mais freqüentes, haja visto o empreendedorismo ter se disseminado rapidamente como disciplina, forma de agir, opção profissional e como instrumento de desenvolvimento econômico e social.A conjunção de um intenso dinamismo empresarial e rápido crescimento econômico, somados aos baixos índices de desemprego e às baixas taxas de inflação ocorridos, por exemplo, na década de 1990 nos Estados Unidos, aparentemente aponta para uma única conclusão: o empreendedorismo é o combustível para o crescimento econômico, criando emprego e prosperidade.O desfio atual dos americano é retomar este mesmo dinamismo para vencer a crise do mercado imobiliário de 2007/2008 e que afetou todo mundo.Economistas e especialistas americanos são unânimes em dizer que a resposta para a saída da crise continua sendo a mesma: estimular e desenvolver o empreendedorismo em todos os níveis.
Todos estes fatores levaram um grupo de pesquisadores a organizar, em 1997, o projeto GEM _ Global Entrepreneurship Monitor, uma iniciativa conjunta do Babson College, nos estados Unidos, e da London Business School, na Inglaterra, com o objetivo de medir a atividade empreendedora dos países e observar seu relacionamento com o crescimento econômico.Este pode ser considerado o projeto mais ambicioso e de maior impacto até o momento no que se refere ao acompanhamento do empreendedorismo nos países.Trata-se de uma iniciativa pioneira e que tem trazido novas informações a cada ano sobre o empreendedorismo mundial e também em nível local para os países participantes.
4 EMPREENDEDORISMO NO BRASIL
No Brasil o empreendedorismo se popularizou a partir da década de 90, o que contribuiu para a crescente desse tipo de empresa na economia do país. O papel de destaque da modalidade ganhou ainda mais força com entrada em vigor da Lei do Microempreendedor Individual, em 2008.Nos últimos cinco anos, em média, mais de 600 mil negócios, anualmente, foram registrado no Brasil.E os Microempreendedores Individuais (MEI), não computados naqueles números, já somam mais de 1,5 milhão de registros. Os números demonstram que o empreendedorismo está consolidado no país e crescendo.Segundo pesquisa da Entrepreneurship Monitor (GEM), o Brasil possui a maior Taxa de Empreendedores em Estágio Inicial (TEA) em 2010 (17,5%), quando comparados aos 59 países que participaram desta pesquisa.A TEA média brasileira de 2002 a 2010 é de 13,38%.TEA é a proporção de pessoas na faixa etária entre 18 e 64 anos na condição de empreendedores de negócios nascentes, ou seja, com menos de 42 meses de existência.Os dados demonstram a vocação empreendedora dos brasileiros, que já somam 21,1 milhões de empreendedores, números que só ficam atrás da China em indicadores absolutos.
4.1 PRINCIPAIS TAXAS E EVOLUÇÃO DO EMPREENDEDORISMO NO BRASIL ( PESQUISA GEM)· Mulher:Gênero
A questão da participação dos gêneros na atividade empreendedora, abordada no relatório GEM global 2010, destaca a situação do empreendedorismo feminino.
A mulher brasileira é historicamente uma das que mais empreende no mundo.Atualmente, entre os empreendedores iniciais 50,7% são homens e 49,3% mulheres.
· Renda:
 Ao analisar-se a renda familiar dos empreendedores brasileiros, a TEA brasileira indica que entre os brasileiros de renda mais baixa, 6,1% são empreendedores.Entre os de renda média, o mesmo índice é de 15,1% e, entre a renda mais alta é de 16%.O Brasil segue a mesma tendência da maior parte dos países analisados, onde na medida em que a renda cresce a taxa de empreendedorismo também aumenta.
 A motivação para que o empreendedor brasileiro inicie um negócio pode variar também conforme a faixa de renda.Os empreendedores por oportunidades crescem conforme a renda familiar aumenta.Os empreendedores com rendas mais baixas são os que possuem maiores taxas de empreendedorismo por necessidade, como demonstra o quadro abaixo:
TABELA 1 – MOTIVAÇÃO PARA EMPRENDEDORISMO CONFORME RENDA- BRASIL- 2010
	Faixa de Renda
(salários mínimos)
	TEA
	Motivação
	Razão oportunidade/necessidade
	
	
	Oportunidade
	Necessidade
	
	Menos 3
	16,3
	9,1
	6,9
	1,3
	De 3 a 6 anos
	19,0
	14,6
	4,2
	3,5
	Mais de 6
	19,2
	15,3
	3,7
	4,1
	Total
	17,5
	11,9
	5,4
	2,2
FONTE: GEM Brasil 2010
· Atividade Econômica:
No Brasil, o foco dos negócios criados está no atendimento do consumidor final.É um perfil de negócio com propensão á informalidade, pela baixa necessidade de recursos financeiros.O comércio continua forte, seguido pelo setor de serviços, ganhando espaço sobre o setor industrial.A figura sobre a atividade econômica mostra que 25% das atividades se concentram no comércio varejista, 15% em alojamento e alimentação( bares e lanchonetes, fornecimento de comida sob encomenda, etc.) e 10% na indústria de transformação.
Na categoria de outras atividades e serviços coletivos estão reunidos serviços de salão de beleza, músicos, lavanderias, casas lotéricas e lan houses.A atividade classificada como residência com empregados abrange os serviços domésticos como faxina, jardinagem e atendimento a demandas pessoais nas residências.
· Condições para Empreender:
Apesar das condições macroeconômicas estarem favorecendo o empreendedorismo, o Brasil ainda precisa evoluir nas políticas de apoio, infra estrutura e capital formal para os negócios.As altas taxas de empreendedorismo no brasileiro se devem muito mais ao ambiente social e cultural do que às condições favoráveis para empreender. A pesquisa GEM mais recente aponta que a crise econômica de 2009 não abalou o empreendedorismo no Brasil.Em 2010, a Taxa de Atividade Empreendedora (TEA), foi mais alta desde do início da realização da pesquisa no país (17,5%).Isso demonstra uma tendência de crescimento inclusive no empreendedorismo motivado pela oportunidade, que volta a ser maior que o dobro do motivado por necessidade.
5 CONCLUSÃO
	
 No Brasil o índice de empreendedorismo é crescente. Cada vez mais as pessoas estão encarando o desafio de empreender em busca da satisfação de seus sonhos. A grande maioria dos empreendedores brasileiros, iniciam seus negócios mediante a uma dificuldade financeira, onde investem os recursos que possuem para abrir uma empresa ou começar um negócio informal.
 Estes negócios são responsáveis pela criação de inúmeros postos de trabalho, o que contribui grandiosamente para a economia do país. 
 O empreendedorismo está sendo cotado como a grande oportunidade do futuro. O povo brasileiro já tem por característica o espírito empreendedor, que engloba, inovação, capacidade de assumir riscos e muita criatividade.Este perfil somado a um planejamento bem feito, é um bom começo para se atingir o sucesso.O que esta faltando no entanto é um incentivo maior , por parte do governo, redução de taxas, apoio pra infra estrutura , redução de juros, pra facilitar a formalização e até mesmo a criação de novas microempresas.
REFERÊNCIAS
DORNELAS, José Carlos Assis; Empreendedorismo Transformando Ideias em Negócios.
3° Ed., 2008.
TAFNER, Elisabeth Penzlien; SILVA, Everaldo da. Metodologia do Trabalho Acadêmico. Indaial: Ed. Grupo UNIASSELVI, 2008.

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