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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP / AQUI VOCÊ PODE CURSO DE SERVIÇO SOCIAL MARIA BERNADETH VIEIRA DE OLIVEIRA MARIA SANTANA FERREIRA PAZ SHEILA QUEIROZ DOS SANTOS WANDERLANE BEZERRA DE SOUZA ATUAÇÃO PROFISSIONAL DO SERVIÇO SOCIAL JUNTO AOS JOVENS APRENDIZES DO PRÓ-MENOR DOM BOSCO MANAUS-AM MANAUS/AM 2017 MARIA BERNADETH VIEIRA DE OLIVEIRA MARIA SANTANA FERREIRA PAZ SHEILA QUEIROZ DOS SANTOS WANDERLANE BEZERRA DE SOUZA ATUAÇÃO PROFISSIONAL DO SERVIÇO SOCIAL JUNTO AOS JOVENS APRENDIZES DO PRÓ-MENOR DOM BOSCO MANAUS-AM Monografia apresentada ao Curso de Serviço Social da Universidade Paulista – UNIP / Aqui você pode como requisito para obtenção do Grau de Bacharel em Serviço Social. Orientadora: Prof.ª. Ellen de Moraes e Silva MANAUS/AM 2017 ATUAÇÃO PROFISSIONAL DO SERVIÇO SOCIAL JUNTO AOS JOVENS APRENDIZES DO PRÓ-MENOR DOM BOSCO MANAUS-AM Monografia apresentada ao Curso de Serviço Social da Universidade Paulista – UNIP / Aqui você pode como requisito para obtenção do Grau de Bacharel em Serviço Social. Manaus, 16 de novembro de 2017. _________________________________________ Ellen de Moraes e Silva Orientadora Especialista em Gestão de Políticas Públicas em Saúde Mestre em Segurança Pública, Cidadania e Direitos Humanos ______________________________________________ Profa. Adla Makarem Ribeiro 1ª Examinadora Especialista em Gestão de Políticas Públicas _______________________________________________ Profa. Ila Vito Lima de Souza 2ª Examinadora Especialista em Docência do Ensino Superior Especialista em Gestão de Projeto Social com Ênfase em Captação de Recursos _______________________________________________ Profa. Camila Cecilia Mascarenhas Gibbs Suplente Mestre de Serviço Social, Política Social e Sustentabilidade. “O momento que vivermos e um momento pleno de desafio”. Mais do que nunca e preciso ter esperança, para enfrenta o presente. É preciso resistir e sonhar°. (Yamamoto, 2000) AGRADECIMENTO Agradeço a Deus por ter me dado saúde e inteligência para superar todas as dificuldades que tenho enfrentado no decorre da minha vida académica, que permitiu que este momento fosse vivido para a realização deste trabalho. Agradeço a minha mãezinha Maria de Nazaré Vieira, por ter realizado esse sonho, e acreditado no meu potencial e por ter me incentivado e por que sem ela esse sonho não seria possível. Agradeço aos meus filhos que suportarem as minhas ausências e a minha falta de tempo em claros realizando esse trabalho de pesquisa, sem tempo para ajudá-los nos ensinamentos escolar e por mim ajudado de uma forma direta e indiretamente nessa caminhada, pois quero ser para eles um exemplo que vale apena estuda e para alcança nosso objetivo termos que ter perseverança. A supervisora de campo do Pró Menor Dom Bosco a Assistente Social Gerlane de Almeida de Araújo, por ter acreditado no meu potencial e me dado oportunidade para que eu exercesse a função de estagiário na instituição da qual foi meu o objeto de pesquisa. A Assistente Social Jane Moraes e Coordenadora de seleção Neuryane por ter me recebido de braços aberto e por ter me instruído no campo de estágio e por terem me incentivado nessa caminhada. A todo corpo docente dessa instituição que passaram conosco durante todos esses períodos em especial a já falecida Professora Elizabeth, onde aqui presto minha homenagem e que nos ensinou o verdadeiro sentido de ser Assistente Social com excelência, apoiando com amor a causa pública, pelos conhecimentos experiências compartilhadas e que contribuíram para o meu aprimoramento acadêmico e profissional os meus sinceros agradecimentos. À orientadora, Professora Ellen de Moraes por acreditar no meu trabalho me impulsionando a desenvolver a pesquisa de a maneira satisfatória, olhando pelo viés humanístico da questão e pela paciência a que nos foi deferida... Aos amigos e colegas da faculdade, que foram essenciais para que o curso fosse muito mais do que uma experiência intelectual, agradeço pela cooperação ao longo das fases que passamos juntos, pela amizade e companheirismo. A vocês, meus sinceros agradecimentos! Maria Bernadeth Vieira de Oliveira AGRADECIMENTO Primeiramente a Deus, por ser essencial em minha vida, que é o autor da minha vida e do meu destino. A meu pai que não está mais entre nós, que em vida me deu apoio moral e intectual, foi através da sua educação sábia que me empossou para eu chegasse até aqui, meu eterno agradecimento. Agradeço a minha família, ao meu marido, as minhas colegas de classe que não deixaram eu desistir dos meus objetivos. Ao corpo Docente, da faculdade que passaram durante todos esses períodos, pela paciência e dedicação e pelo compartilhamento de conhecimento, meus sinceros agradecimentos. A vocês os meus singelos agradecimentos! Sheila Queiroz dos Santos AGRADECIMENTO Agradecimento à Deus primeiramente, por ter mim dado saúde е força para superar às dificuldades. Foi Deus qυе permitiu qυе tudo isso acontecesse, no longo da minha vida, е não somente nestes anos como universitária, mas que em todos os momentos é o maior mestre qυе alguém pode conhecer. A Minha Família, Filhos е amigos que estiveram dando todo Apoio nessa minha caminhada. Aos meus queridos Docentes por me ter compartilhado a sua Sabedoria para com toda a nossa turma. Aqui ficam meus singelos agradecimentos. Maria Santana Ferreira Paz AGRADECIMENTO Agradeço primeiramente a Deus, por ser essencial em minha vida o autor do meu destino, meu guia, socorro presente na hora da angustia. Ao meu pai Raimundo Pantoja de Souza, meu amigo de todas as horas, a minha mãe Maria Bezerra de Souza, minha heroina e exemplo de fé e superação, pela força, garra e coragem que sempre me transmitiu meus eterno agradecimentos. Aos meus filhos Ítalos Richard e Iris Emanuele que são a minha inspiração e pela falta de tempo que tive para com o mesmo, na elaboração da manografia, o meu agradecimento. A meu esposo Altigran Ribeiro, pelo apoio amor e compreensão no decorrer de toda a vida acadêmica, meus sinceros agradecimentos. A professora Ellen Moraes, pela paciência e orientação e incentivo, que tornaram possível a conclusão desta manografia. A todo o corpo docente que me acompanharam durante toda graduação, meu eterno agradecimento. Ao meu amigo da faculdade pela compreensão e incentivo para nos momentos difíceis sempre me acompanharam em oração. A vocês, meus sinceros agradecimentos! Wanderlane Bezerra de Souza RESUMO Este Trabalho apontou no estudo sobre atuação profissional do serviço social junto aos jovens aprendizes do Pró Menor Dm Bosco Manaus-AM, o objetivo geral é conhecer a prática profissional do Assistente Social para inclusão social dos jovens atendidos pelo Pró Menor dom Bosco. Os objetivos específicos foram identificar o perfil dos jovens atendido na instituição Pró Menor Dom Bosco; apontar quais os mecanismos usados para o Assistente Social para a inclusão dos jovens. A metodologia que será aplicada pauta-se no materialismo histórico dialético, cujos procedimentos metodológicos são qualitativos, os capítulos I consistem em na história que teve a trajetória voltada para ações de caridade e filantrópica. No capítulo II, será contextualizada relacionadas as políticas sociais, no Brasil e no mundo, as suas característicase definições, enfatizando a intervenção do Estado nas questões sociais e econômicas. No capítulo III, Consiste no levantamento bibliográfico, após levantamento de todos os documentos e coleta de informações na pesquisa de campo, serão organizados e sistematizando, buscando mostrar os resultados esperado de acordo com os objetivos do presente projetos. O projeto visa contribui quanto a importância na inclusão dos jovens na instituição Pró Menor Dom Bosco Manaus-AM. Palavras-chave. Aprendiz - Inclusão Social - Prática Profissional ABSTRACT This Work pointed out in the study of professional social workers with the young apprentices of the Pro Less Dom Bosco Manaus-AM, the general objective is to meet the professional practice of Social worker for social inclusion of young people assisted by the Pro Less Don Bosco. The specific objectives were to identify the profile of young people attended the institution Pro Lower Don Bosco; point which the mechanisms used for the Social worker to the inclusion of young people. The methodology that will be applied is guided in historical materialism dialectic, whose methodological procedures are qualitative, chapters I consist of in history that had the trajectory toward charitable and philanthropic actions. In chapter II, will be contextualized related social policies in Brazil and in the world, its features and settings, emphasizing State intervention in social and economic issues. In chapter III, consists of the bibliographic survey after survey of all. The project seeks to contribute as the importance on the inclusion of young people in Minor Pro institution Don Bosco Manaus-AM. Keywords: apprentice -Social Inclusion-Professional Practice https://www.linguee.com.br/ingles-portugues/traducao/apprentice.html LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AM Amazonas UNIP Universidade Paulista ECA Estatuto da Criança e do Adolescente LOAS Lei Orgânica da Assistência Social SUAS Sistema Único de Assistência Social SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem na indústria SENAC Serviço Nacional do Comercial SENAR Serviço Nacional de Aprendizagem Rural SENAT Serviço Nacional de Aprendizagem Transporte SECOOP Serviço Nacional de Aprendizagem de Cooperativismo TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecimento SUMÁRIO INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 12 CAPÍTULO l - PROCESSO HISTÓRICO DO SERVIÇO SOCIAL: DA FILANTROPIA A PRÁTICA PROFISSIONAL NA CONTEMPORANEIDADE .................................. 15 1.1 BREVE CONTEXTO HISTORICO DA PRÁTICA FILANTRÓPICA E SUA RELAÇÃO COM ADVENTO DO CAPITALISMO ......... Error! Bookmark not defined. Serviço Social na Contemporaneidade ..................................................................... 21 1.2 A GENÊSE DO SERVIÇO SOCIAL ....................... Error! Bookmark not defined. Damas da Caridade no Serviço Social ...................................................................... 29 CAPÍTULO II ............................................................................................................. 36 CONTEXTUALIZANDO POLÍTICA NA ASSISTÊNCIA SOCIAL. ............................ 36 2.1 POLÍTICAS SOCIAIS NA ASSISTÊNCIA SOCIAL NO MUNDO ......................... 36 2.2 POLÍTICAS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NO BRASIL .......... Error! Bookmark not defined. Histórico das Políticas de Assistência Social no Brasil .............................................. 47 Política de Assistência Social na Atualidade ............................................................. 51 CAPITULO III ............................................................................................................ 56 ATUAÇÃO PROFISSIONAL DO SERVIÇO SOCIAL JUNTO AOS JOVENS APRENDIZES DO PRÓ-MENOR DOM BOSCO MANAUS-AM ............................... 56 3.1 HISTÓRIA DO PRÓ-MENOR DOM BOSCO ......... Error! Bookmark not defined. 3.2 COMPETÊNCIA DO SERVIÇO SOCIAL NO PRÓ-MENOR DOM BOSCO ........ 58 3.3 DEMANDAS DO ASSISTENTE SOCIAL NO PRÓ-MENOR DOM BOSCO .. Error! Bookmark not defined. RESULTADO DA PESQUISA QUALITATIVA ........................................................... 62 CONCLUSÃO ................................................................. Error! Bookmark not defined. ANEXO ..................................................................................................................... 71 APÊNDICE ................................................................................................................ 80 12 INTRODUÇÃO O presente trabalho mostra a pratica do assistente social na inclusão dos jovens atendidos na instituição Pro Menor Dom Bosco Manaus, tendo como objetivos específicos: Identificar o perfil dos jovens atendidos pelo Pro Menor Dom Bosco, conhecer as demandas do assistente social no Pro Menor Dom Bosco e apontar quais o mecanismo usado pela assistência social para inclusão social dos jovens. O atendimento realizado na instituição Pró Menor Dom Bosco são sócios assistenciais básicos direcionados para; crianças adolescentes, jovens e família em situação de vulnerabilidade social, vindos de sistema familiares como vínculos frágeis; com problemas econômicos e sociais que refletem na formação de cada um deles. A ação social desta instituição visa reverter esta situação, oferecendo as crianças, adolescente, jovens e suas famílias atendidas, uma proteção integral básica, de enfrentamento a violência, aos abusos, a prostituição e a exploração do trabalho infantil. Para tanto, se propõe em oferecer: complementação alimentar, educação formação crista e cidadã, aprendizado profissional, inclusão no mercado de trabalho; promovendo o fortalecimento dos vínculos familiares e a oportunidade de inclusão social gerado de vida mais digna e mais humana. O Pró Menor Dom Bosco e uma instituição de caráter filantrópica, social, educacional e religioso, sem fins lucrativos, mantida através de convênios e da caridade de benfeitores, voltada desde sua fundação, para a educação e apoio as crianças, adolescente e jovens. Sua finalidade e oferecer educação, capacitação profissional e evangelização juvenil. A pratica profissional do Serviço Social são quesitos de debates e discussões na literatura do Serviço Social. Fazem-se necessários debates seja nos âmbitos acadêmico e profissional para desvelarmos os dilemas e desafios presentes na pratica cotidiana do assistente social. Na conjuntura atual e notória a exclusão, bem como a precariedade deste profissional no mercado. Esta pesquisa foi grande relevância, pois o tema se impõe pela necessidade de discussões acerca da pratica profissional do Assistente Social e o papel por ele a ser desempenhado na instituição uma vez na com de trabalho. Igualmente, torna-se relevante do ponto de vista social no Pro Menor Dom Bosco, sua metodologia, seus instrumentos e avaliação. Já do ponto de vista acadêmico, esta pesquisa e valida porque, através do seu resultado, em meio a inúmeras reflexões, será possível contribuir para ampliar o conhecimento de outros pesquisadores. Além do mais, e um assunto pouco explorado e atual no âmbito Serviço Social. O Assistente Social está inserido dentro das instituições não governamentais e privado e tem sua prática norteada pelo Código de Ética da profissão e pela Lei Nº 8.622/1993 de regulamentação da profissão, assim garantidos direitos sociais e implementando e efetivando o mesmo, com estratégias e resposta a questão social. Sendo o assistente social como profissional que trabalha para a inclusão social por isso e necessário conhecer a pratica profissional no Pró Menor Dom Bosco. Os jovens são amparados por políticas sociaispropostas a todas as faixas etárias e tais políticas não estariam sendo orientados a partir da ideia de que os jovens representam o futuro em um aspecto de formação de valores e atitudes das novas gerações. Devido essa situação e importante saber como acontece a inclusão social dos jovens atendidos na instituição Pró Menor Dom Bosco. A pratica do assistente social está ligado com inúmeros acontecimentos sociais, onde a questão social e suas expressões têm reflexo, a desigualdades sociais aumentam cada vez mais, para que os jovens tenham oportunidades de serem inseridos em programas sociais no qual terão umas oportunidades em suas vidas. A partir do que foi mencionado sobre o profissional como se dá a relevância social e de grande importância, por meio dele que se consegue desenvolver atividades de proteção aos adolescentes e jovens bem como suas famílias. Os jovens atendidos no programa de aprendizagem no Pró Menor Dom Bosco passam por um processo seletivo que tem como objetivo conhecer a reais necessidades das famílias dos jovens. Nas instituições os profissionais viabilizam direitos, conforme a liberdade que lhe assiste detém o meio para oferece resposta a questão social e suas inúmeras expressões, atuam para que os direitos sejam respeitados e viabilizar conforme as legislações brasileiras que imperam os direitos sociais. A expressão da questão social e o objeto de intervenção profissional do assistente social, por que o profissional do serviço social, por isso o profissional do serviço social tem dever em oferecer resposta as mazelas sociais, realizando diagnósticos sociais, pesquisando e planejando. A metodologia utilizada foi a perspectiva marxista, bibliográfica, descritiva, cujo procedimento da abordagem foi qualitativo, tais como: entrevista semiestruturada e registro documentos. Sendo uma pesquisa de campo e documental Este trabalho está divido em três Capítulos: No primeiro capítulo I serão abordados, os processos históricos do serviço social, ao longo de sua história, desta forma, serão vislumbrados os fatores que culminaram com a consolidação do Serviço Social enquanto profissão, para compreender o contexto das origens do Serviço Social, neste capítulo será elencada fatores acerca da consolidação do capitalismo, as revoluções ocorridas na época. Em seguida no capítulo II serão discorridas questões relacionadas às políticas sociais, no mundo, buscando contextualizar suas características e definições, enfatizando a intervenção do Estado nas questões sociais e econômicas, com isso, serão levados em consideração seus aspectos conceituais e históricos. Logo após serão analisados ainda alguns aspectos que têm contribuído para o fortalecimento das políticas sociais no Brasil, seus impactos na redução da pobreza, assim como demonstrar suas origens e objetivos para o país. Para finalizar no capitulo III explanaremos sobre o contexto Histórico da instituição Pró Menor Dom Bosco e com significações dos temas chaves do trabalho e com a prática profissional do Serviço Social e como e importante a qualificação dos jovens na formação profissional. CAPÍTULO l PROCESSO HISTÓRICO DO SERVIÇO SOCIAL: DA FILANTROPIA A PRÁTICA PROFISSIONAL NA CONTEMPORANEIDADE [...] a origem do Serviço Social como profissão tem, pois, a marca profunda do capitalismo e do conjunto de variáveis que a ele estão subjacentes – alienação, contradição, antagonismo –, pois foi nesse vasto caudal que ele foi engendrado e desenvolvido.] (Martinelli, 2005,). Para compreender o processo de trabalho do Assistente Social, é importante conhecer a história da profissão, que teve sua trajetória voltada para ações de caridade e filantropia, com perspectiva assistencialista, de troca e favor, quando surge a industrialização e urbanização na década de 1930, o Estado atuava como regulador social, porém, não conseguir todas as demandas existentes, assim as entidades caritativas realizavam o trabalho voltado para a população menos favorecida, afim, de atender as demandas sociais. O Serviço Social em sua origem americana, denominado social work (trabalho social) foi estruturado por organizações religiosas, principalmente pela Igreja Católica Romana, onde tinha sua prática baseada e inspirada na providência divina, já que “o trabalho social se baseava no reforço da moralidade e da submissão das classes dominadas. Desta maneira, o controle social da família operária para adequar e ajustar seu comportamento às exigências da ordem social estabelecida” (FALEIROS, 2001, p. 88). Com a inclusão das indústrias nas cidades, surge o sistema capitalista, um sistema que transforma o que já era existente, que institui uma nova forma de organização social, inserindo na sociedade um novo modelo de produção das relações sociais, com isto, aumenta a exploração das classes mais vulneráveis, o que aumenta a desigualdade social. 1.1 BREVE CONTEXTO HISTORICO DA PRÁTICA FILANTRÓPICA E SUA RELAÇÃO COM ADVENTO DO CAPITALISMO A Filantropia significa humanitarismo, é a atitude de ajudar o próximo, de fazer caridade, seja ela através de donativos, como roupas, comida, dinheiro, ocorrendo por várias formas de atribuições. A Filantropia se relaciona com as práticas sociais de caridade, uma das contribuintes da caridade, foi a Igreja católica junto às damas da caridade colaboram com a promoção dos direitos dos menos favorecidos e excluídos da sociedade. Nas lutas de classe em que os problemas e questões sociais surgem os serviços sociais que ofereceram condições para responder às necessidades de sobrevivência da classe trabalhadora no que diz respeito aos seus direitos. O sistema capitalista passou a desenvolver nos indivíduos, um modo de pensar sobre a forma capitalista, onde passam a aprender as relações de produção e a reprodução na sociedade. O processo capitalista de produção expressa, portanto, uma maneira historicamente determinada dos homens produzirem e reproduzirem as condições materiais da existência humana e as relações sociais através das quais levam o efeito a produção. (IAMAMOTO, 2006, p.31) O capitalismo deu início na sua configuração nos séculos finais da Idade Média, quando paulatinamente os meios artesanais de trabalho eram concentrados principalmente nas corporações de ofício. Era o início da ruptura com a forma de organização social, baseada na servidão entre senhores e servos. No início, o Serviço Social tem sua origem baseada no auxílio aos marginalizados e excluídos da sociedade, era realizado em forma de caridade. (TAVARES, 2012, p. 88) Tavares (2012, p.90) também afirma que: A relação que o homem estabelecia através da troca de seus trabalhos equivalente materializado em objetos, o caráter social de seus trabalhos aparece como sendo relação entre os produtos e seus trabalhos, entre coisas, independente de seus produtos. O capital não se refere apenas a uma soma de valores monetários, mas supõe a transformação de matérias- primas em produção de mercadoria que possam ser consumidas por uma sociedade que tenha condições de materializar essa relação através da compra. Em primeira instância como uma atividade diretamente ligada a doutrinas neotomistas, como condutas e práticas puramente filantrópicas e assistencialistas, desenvolvidas por um grupo de visitadoras sociais, composta pelas damas da sociedade, ou seja, senhoras que compunham a burguesia. Conforme cita Tavares (2012, p. 92) “essa assistência era oferecida por um caráter totalmente não profissional, abstendo-se de contribuições voluntárias dos que detinham a riqueza, para aqueles desprovidos dela”. De certa forma, a caridade no início da história do Serviço Social, não era pela troca de capital era apenas troca de favores. A partir daí surgem os conflitos, entre asclasses, patrões e empregados, o que geram lutas incansáveis por parte dos trabalhadores, em busca de melhores condições de trabalho e um reconhecimento financeiro. As relações sociais se dão no jugo da dominação e exploração que estão presentes na sociedade capitalista, o trabalhador nessas condições de dominação e exploração também se vê como um mero reprodutor de mercadorias, mas, ao mesmo tempo, tem no seu trabalho e na sua produção o meio pelo qual pode reivindicar seus direitos. (REISDORFER, 2011, p. 19) A Filantropia está mais relacionada com poder de dar algo, até mesmo tempo e atenção, para outras pessoas ou para causas importantes com o objetivo apenas de se sentir bem, podendo ser praticada em igrejas, hospitais e escolas. As relações sociais se produzem em um contexto de exploração da força de trabalho da classe trabalhadora como benefícios aos sistemas capitalistas. (TAVARES, 2012, p. 93) Uma das possíveis manifestações de filantropia é o voluntariado, quando alguém investe parte do seu tempo para contribuir com uma causa solidária sem receber uma compensação financeira. O profissional assistente social, desde o início de todo esse processo, vem apresentando novas configurações, pois historicamente foram construídas sob a égide da caridade e assistencialismo. (REISDORFER, 2011, p. 21) O capitalismo e o Serviço social estão juntos, já que, foi pela utilidade de ajudar os necessitados que surgiu o serviço social juntamente com a caridade. E em todos os locais seja no Brasil ou fora do Brasil à base do capitalismo é o mesmo da origem do assistente social, estar ligado às mesmas fontes como a opressão, submissão da classe vulnerável sobre o mais rico. “A partir de muitas lutas que a classe trabalhadora conseguiu que seus direitos fossem respeitados, e o Serviço Social foi estabelecido como uma profissão que procede até os dias atuais” (REISDORFER, 2011, p. 3 O Serviço Social teve seu começo baseado nas características assistencialistas, benesse e caridade, surgindo a partir da industrialização e por muito tempo sua atuação não teve base teórica e sem fundamento científico. O Serviço Social começa a sua trajetória sob uma perspectiva assistencialista, vinculada a ações sociais que eram protagonizadas pela Igreja católica. Nesse sentido, pretende-se apresentar algumas reflexões, acerca das fontes teóricas que permeiam os momentos históricos do Serviço Social. De acordo com Yamamoto (2006, p.51): chama nossa atenção para o fato de que a totalidade concreta em movimento se encontra sempre, em processo de estruturação onde o Serviço Social passa a inicia suas conquistas da valorização e o reconhecimento da profissão”. A reprodução das realidades sociais atinge a totalidade da vida cotidiana, expressando-se tanto no trabalho, na família, no lazer, na escola, no poder, como também na profissão. Assim, a autora coloca que o Serviço Social é construído historicamente como uma profissão de ajuda, relacionada ao processo de desenvolvimento da sociedade, considerando os aspectos sociais, históricos e econômicos que permeavam as relações. Mas, que através de vários movimentos sociais e lutas foi reconhecida como uma profissão interventiva que promove os direitos a classe menos favorecida, direitos violados, entre outros. Em definição, o Serviço Social é uma expressão concreta dos direitos do cidadão, embora seja efetivamente dirigido àquelas que participam do produto social por intermédio da sessão de seu trabalho, já que não dispõe do capital nem da propriedade da terra. São serviços prestados para suprir a necessidade de todos os membros que tem direito na sociedade, já que esse trabalho em sempre em torno do ser humano. (REISDORFER, 2011, p. 34) O interessante, que a reflexão teórica sobre Serviço Social no movimento de reprodução da sociedade não se identifica com a defesa da tese unilateral que tende a acentuar, aprioristicamente, o caráter conservador da profissão como esforço e apoio ao poder vigente. (IAMAMOTO, 2006, p.73) Logo, a construção teórica do Serviço Social é permeada por vários aspectos, pautada em um conjunto de princípios e conceitos filosóficos, sociológicos e científicos que permitem a identificação da natureza do Serviço Social. Há de considerar que os conhecimentos e teorias do Serviço Social se dão de modo dinâmico, pois se constroem de acordo com o momento histórico e social de cada período (REISDORFER, 2011, p. 13). O Serviço Social atua na base das inter-relações do binômio indivíduo- sociedade, como prática institucionalizada, o Serviço Social se caracteriza pela atuação junto a indivíduos com desajustamentos familiares e sociais. Tais desajustamentos muitas vezes decorrem de estruturas sociais inadequadas. (DOCUMENTO DE ARAXÁ, 1965, p. 11; citado por REISDORFER, 2011, p.28) De certa forma, o Serviço Social, em sua trajetória histórica, está ligado à doutrina religiosa, mais especificamente à Igreja Católica, assim, para que o Serviço Social fosse reconhecido como profissão, era necessário sistematizar o trabalho, adotando procedimentos e técnicas que conferissem o caráter profissional. De fato, acrescenta Yasbek (2009, p.15): com o surgimento dos conflitos sociais vindo da industrialização e com a concentração da população em grandes centros urbana, aconteceu várias manifestações reivindicando seus direitos”. Com isso, o Serviço Social, em sua trajetória histórica, está ligado à doutrina religiosa, mas especificamente à Igreja Católica. Também enfatizamos o papel da Igreja que se confundia com posicionamento político, ligados aos movimentos reacionários. Contudo, era preciso que a igreja transformasse essa ideia e demonstrasse interesse em difundir seu trabalho social em vistas a consolidar um novo posicionamento, conseguindo assim a adesão da maior da sociedade. (REISDORFER, 2011, p. 13) No Brasil, até a década de 1940, os Assistentes Sociais careciam de instrumentos técnicos específicos do Serviço Social para suas atividades profissionais. Em vista disto, alguns profissionais receberam bolsas de estudos para buscar especialização em universidade norte-americana e, assim, trazer para o Brasil os procedimentos e instrumentais que estavam sendo utilizados pelo Serviço Social: de casos, de grupo, organização de comunidade e de desenvolvimento de comunidade. “A história do Serviço Social remota a uma prática da assistência social voltada a ações filantrópicas e de benesses, com característica de trabalho voluntário e de cunho assistencialista” (REISDORFER, 2011, p. 130). Então foi a partir de 1930, o estado assume um papel de regulador das questões sociais que surgem com o processo de urbanização e industrialização, cabia ao estado assegurar o bem-estar da sociedade como forma de manutenção e legitimação do próprio poder instruído. Portanto, pode-se dizer que o Serviço Social foi influenciado mais pela doutrina católica do que por ideias e pensamentos positivistas, e com a Proclamação da república, em 1889, aos poucos, o positivismo foi perdendo força e a Igreja passou por um período de enfraquecimento de suas doutrinas. Segundo Iamamoto (2006, p. 74), ora, o Serviço Social, como instituição competente da organização da sociedade, não pode fugir a essa realidade, as condições que pecularizam o exercício profissional são uma concretização da dinâmica das relações sociais vigentes na sociedade, em determinadas conjunturas históricas já que surgiu junto à industrialização. Refletindo a colocação da autora, o Serviço Social se gesta e se desenvolve como profissão reconhecida na divisão social do trabalho, tendo por pano de fundo o desenvolvimento capitalista industrial e a expansão urbana. Processo esses aqui apreendidos sob o ângulo das novas classes sociais emergentes, constituição e expansão do proletariado e da burguesiaindustrial e das modificações verificadas na composição de grupos e frações de classes que compartilham o poder de Estado em conjuntura histórica específicas. Através de muitas lutas o primeiro documento conhecido como Documento de Araxá, reuniu em seminário 38 Assistentes Sociais de vários Estados e aconteceu na cidade de Araxá-MG, de 19 a 26 de março de 1967 e foi considerado um marco fundamental no movimento de conceituação, pois iniciou as discussões acerca do que era o Serviço Social, apresentando uma visão cientifica e pratica da profissão. (REISDORFER, 2011, p.28) Desta forma, o Serviço Social no Brasil afirma-se como uma profissão, estreitamente integrado ao setor público em especial, diante da progressiva ampliação do controle e do âmbito da ação do Estado junto a Sociedade Civil. Vincula-se, também, a organizações patronais privadas, de caráter empresarial, dedicadas às atividades produtivas propriamente ditas e à prestação de serviços sociais à população. De acordo com Vieira (2007, p. 79), “a necessidade de conhecer bem levou os assistentes sociais a se aproximarem de procedimentos de caráter científico a pesquisa, do uso da estatística, e método monográficos”. Cabe destacar ainda, que a postura dos Assistentes Sociais e a profissão do Serviço Social sofreram todas as influências teóricas e filosóficas logo no início de sua trajetória, e isso contribuiu com muita significância para a sua atuação. A prática se dar no processo coletivo de trabalho e para entender esse contexto é preciso ter conhecimento da realidade social e investir em ações que possam contribuir na melhoria de vida da população. Serviço Social na Contemporaneidade O cenário histórico-conjuntural da sociedade brasileira e suas incidências apresentam as expressões da questão social, além de configurar a reestruturação profissional do assistente social diante das transformações na contemporaneidade. Pensando em trabalho e no Serviço Social, devemos fazer algumas breves reflexões históricas a seu suspeito como enfatizar a autora a seguir. Segundo Iamamoto (2008, p. 83-84) coloca: “um dos veios analíticos, inaugurado na década de 1980, consiste em o Serviço Social como uma especialização do trabalho coletivo, dentro da divisão técnica do trabalho, partícipe da produção e reprodução das relações sociais”. Hoje é possível perceber que novas questões sociais se apresentam como desafios profissionais do serviço social, além daquelas já reconhecidas, dentre elas, podemos citar a questão dos direitos humanos, cidadania e autonomia, novas composições familiares, economia solidaria e ainda os impactos sociais de questões ambientais. Nesta perspectiva, podemos observar que está especialização laboral do assistente social pode ser considerada um resultado das transformações do mundo moderno onde a globalização vem se inovando com as novas tecnologias. Com isso, as mudanças se apresentam claramente, com diversas demandas impostas ao profissional do Serviço Social. Desta forma, a necessidade de compreender mais fundo esta categoria profissional, que: “além de indispensável para a compreensão da atividade econômica, faz referência ao próprio modo de ser dos homens e da sociedade”. (NETTO; BRAZ, 2007, p. 29) Portanto, o Assistente Social deve ter a habilidade de reconhecer as necessidades da sociedade na atual conjuntura, observar as tendências se seu campo profissional e explorar as novas possibilidades. Como coloca o autor acima, o profissional deve compreender o contexto social que vai atuar desde a parte social até a parte econômica do seu país. Por muito tempo o Serviço Social ocupou-se de questões essencialmente relacionadas às Políticas Públicas, especialmente das reduções da pobreza, no acesso à saúde e na promoção a inclusão social. Mas, ao passar dos anos passou a incorporar atividades relacionadas a diversos seguimentos na sociedade relacionada às Políticas como: atendimento as crianças e adolescentes (regulamentada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, em 1990), atendimentos aos idosos com a regulamentação do Estatuto do Idoso, em 2003, entre também questões de violências domésticas, entre outros. (PIERISTZ, 2012, p. 101) Nossa sociedade tecnologicamente vem crescendo gradativamente, desde que o homem se conhece enquanto homem, ou seja, não somente como individual, mas como ser coletivo, sua vida é mediatizada pelo trabalho. “O trabalho, portanto, é constituinte de sua essência enquanto ser social é nessa realidade social que o Serviço social atua de forma consistente assumindo seu papel de junto as questões sociais”. (TAVARES, 2012, p.88) A atuação do Assistente Social na atualidade deve atuar de forma transformadora, identificando as diversas questões sociais através de suas ações. Pode-se colocar que, que uma das questões centrais para a prática profissional do Assistente Social é a intencionalidade da ação, ou seja, a consciência relativa da mesma. O Assistente Social deve constantemente, refletir sobre a sua ação e a estratégias que desenvolverá para mediar os seus instrumentos e técnicas da ação profissional. Como todos sabem vivemos em um mundo de constantes transformações políticas, econômicas, ecológicas/ambientais, geográficas, territoriais, sociais e culturais. Estes fatores influenciam diretamente na prática profissional do assistente social, desencadeando diversos desafios no cotidiano profissional. De acordo com Yamamoto (2006, p. 321): o momento que vivemos é um momento pleno de desafios, mais, do que nunca é preciso ter coragem, é preciso ter esperança para enfrentar o presente. “É preciso resistir e sonhar, é necessário alimentar os sonhos e concretizá-los dia a dia no horizonte de novos tempos mais humanos, mais, solidários” e com melhor qualidade de vida. O profissional de Serviço Social na contemporaneidade vem passando por vários desafios, a realidade social do cotidiano das diversas questões sociais, exige um conhecimento profundo dessa realidade. Contudo, o assistente social deve conhecer os problemas sociais e buscar junto aos programas soluções para superá- los. Os Assistentes Sociais são desafiados neste tempo de divisas, de gente cortada em suas possibilidades de trabalho e de obter meios de sobrevivência, ameaçada da própria vida. Tempos de crise, em que cresce o desemprego, o subemprego, a luta por meios para sobreviver no campo e na cidade. Tempos extremamente difíceis para todos aqueles que vivem do trabalho: para defesa do trabalho e para a organização dos trabalhadores. Tendo em vista, o argumento da autora que foi publicado em 2008, hoje com mais de oito anos, o Brasil vem passando por crises constantes, seja na Política que de certa forma, influência na parte econômica, social e cultural. “Tempos pautados pela hegemonia do capital, do mercado e da revolução tecnológica e científica, que possui por consequência a redução da demanda do trabalho e o aumento da pauperização da população”, vem desencadeando um acelerado processo de exclusão econômica, política e social. (TAVARES, 2012, p.94) Com isso, nossas crianças e adolescentes, homens, mulheres, idosos, portadores de deficiências físicas, entre outros, são alvo direto dos mais diversos tipos de violência, discriminação e exclusão, formando um contexto interminável de expressões da questão social, objeto direto da prática profissional do assistente social. É nesse contexto sócio histórico contemporâneo que os assistentes sociais desenvolvem sua prática profissional, buscando estratégias de enfrentamento e superação das mais diversas expressões da questão social. Um dos maiores desafios que o Assistente Social vive no presente é, “desenvolver sua capacidade de decifrar a realidade e construir propostas criativas de trabalho, capazes de preservar e efetivar direitos, a partirde demandas emergentes do cotidiano”. (IAMAMOTO, 2008, p.20) Ser um profissional propositivo e não só um executivo, deve aplicar seus métodos conforme a realidade assistida em sua atuação, em relação ao cotidiano da população usuária, para assim, proporcionar possibilidades de enfretamento das questões sociais. O Assistente Social é um profissional que possui competência e habilidade para exercer um poder de negociação junto às instituições públicas, privadas e ONGs na busca de possibilidades e alternativas de enfrentamento dos diversos problemas sociais que lhes são apresentados como demanda de trabalho. Diante disso, complementa que esta afirmação expondo que “a abordagem do Serviço Social como trabalho supõe aprender a chamada “prática profissional” profundamente condicionada pelas relações entre o Estado e a Sociedade Civil, ou seja, pelas relações entre as classes na sociedade”. (IAMAMOTO, 2008, p. 22-23) Para exercer suas práticas para o profissional assistente social possui como apoio teórico o regulamento e o Código de Ética, que norteia o seu agir profissional. Contudo, diante de tudo que foi visto até este momento o Serviço Social na contemporaneidade tem muitos desafios mais, como sua prática profissional é uma profissão que se ocupa, entre outras questões, com relação sociais, o profissional deve estar em constante formação, se qualificando conforme a demanda que vai atuar. Pois, sabemos que a sociedade atual vem passando por grandes mudanças, ocorrendo uma grande competitividade nesse mercado. Afirma Amorim (2007, p.1) que: O serviço social é uma profissão inserida na divisão social e técnica do trabalho, bem como na totalidade das relações sociais, por isso é historicamente determinado pelas relações entre classes em confronto na sociedade capitalista. A sua intervenção profissional desenvolve-se nas organizações estatais, empresariais, majoritariamente, através da execução direta de serviços sociais. Assim, o assistente social, ao ser inserido na divisão social e técnica do trabalho, como vendedor de sua força de trabalho, tem que atender as demandas constituídas às quais vinculados, e isso que marca o seu perfil de assalariado. Com essas características o profissional Assistente Social cria técnicas de intervenções para adaptar à realidade ao novo tipo de demanda, já que o Serviço Social possui um âmbito de ação extremante abrangente. A transformação que a sociedade atual vem passando em todos os âmbitos requer do assistente social uma gama de atribuições instrumentais e técnicas suficientes para proporcionar repostas necessárias a população usuária. Nessa direção, compreendemos que os Assistentes Sociais, por meios de suas mediações dos conflitos gerados pelo capital trabalho, as questões sociais, que historicamente vem se transformando, buscam as respostas destas questões por meio de sua intervenção mediadora da realidade social, assim, o seu agir profissional. “De nenhuma forma pode-se esquecer que estas desigualdades sociais se apresentam de forma diferente no decorrer da própria história da humanidade”. (TAVARES, 2012, p. 116) Nesse sentido, podemos observar que, hoje, o Assistente Social também exerce outras funções nas instituições privadas e estas podem ser desenvolvidas em conjuntura com outros profissionais. E essas novas funções se apresentam com um nível mais elevado tipo: gerência de departamento de recursos humanos da organização, como analistas de comportamentos produtivos, mediador das relações pessoais nas empresas entre outras atribuições. Verificamos na atualidade a formação profissional demanda cada vez mais qualificada na teórica e prática nas ações da prática profissional do assistente social. Neste sentido, “a contemporaneidade exige cada vez mais profissionais qualificados, dotados de conhecimento especializados e atualizados, flexibilidade intelectual no encaminhamento de diferentes situações e capacidade de análise para decodificar a realidade social”. (OLIVEIRA, 2003, p. 43) Portanto, podem 1.3 verificar que, no decorrer destas últimas décadas, houve a construção de um projeto ético-político profissional, que desencadeou: o Código de Ética em 1993, A Lei da Regulamentação Lei nº 8.662/1993 e as Novas Diretrizes Gerais do Corso de Serviço Social de 1999. Tornando cada vez mais forte a formação profissional do assistente social, com maior qualidade, consolidando a sua especialidade no mundo do trabalho. 1.2 A GENÊSE DO SERVIÇO SOCIAL Neste capítulo serão abordados, os processos históricos do Serviço Social, ao longo de sua história, desta forma, serão vislumbrados os fatores que culminaram com a consolidação do Serviço Social enquanto profissão. Neste sentido, para compreender o contexto das origens do Serviço Social, neste capítulo serão elencados fatores acerca da consolidação do capitalismo, as revoluções ocorridas na época, como por exemplo, a Revolução Industrial e o acirramento das lutas de classes. Diante disto, o capitulo busca, ainda, enfatizar as transformações que ocorrerem neste período em todo o mundo, assim como, o papel do Serviço Social diante das novas configurações que estavam emergindo paralelamente com todas as mudanças sociais que estavam ocorrendo. Serão discorridos ainda, a participação das “Damas da caridade” figuras de relevante importância para a sociedade, elas surgiram na Europa e foram as primeiras a realizarem um papel social e que tiveram significativos impactos para a assistência social. Desta forma, compreende-se que foi a partir da atuação das “damas da caridade” que nasceram os primeiros debates acerca da necessidade de profissionalizar o Serviço Social. Sendo assim destaca-se a participação de Mary Richmond que se deteve em registrar de forma mais sistemática o que seria na realidade o serviço social. Para finalizar o Capítulo I, fará ainda, um destaque histórico da gênese do Serviço Social, dentro do contexto nacional, ou seja, serão elencadas as O assistente social está inserido dentro das Instituição não governamentais e privadas, garantido direitos sociais e implementando e efetivando, os mesmo com estratégias e resposta a questão social. O Assistente Social trabalha para a inclusão social de adolescente e jovem em situação de vulnerabilidade social e econômica. questões pertinentes ao Brasil, demonstrando como se deu a construção do serviço social e suas implicações para a nova realidade que estava surgindo à época. Desta forma, neste capítulo, busca-se demonstrar o contexto histórico do surgimento do serviço social e sua importância para a construção de um mundo melhor, com menos conflitos sociais. Para compreender a gênese do Serviço Social há de considerar, inicialmente, as transformações ocorridas com as revoluções europeias do século XVIII, estas tiveram significativa importância para a consolidação do capitalismo e, ao mesmo tempo que rompem com o sistema tradicional de forma de organização social De acordo com Santos (2006), o capitalismo teve participação fundamental no surgimento do Serviço Social, tendo em vista a que a diferenciação e os antagonismos entre as classes se acentuavam e o desenvolvimento do capitalismo, em sua fase mercantil, introduzia significativas alterações na estrutura, relações e processos sociais. Desta forma, o autor demonstra que o surgimento do serviço social está diretamente vinculado às transformações que se consolidaram no decorrer de vários séculos tendo como fator principal à efervescência de fatos sociais, culturais e econômicos provindos do capitalismo já citado acima, das revoluções industrial e francesa, lutas de classes, surgimento da burguesia, dentre outras coisas. Segundo Bertti e Cunha (2014, p. 24), com a consolidação da Revolução Industrial na Europa Ocidental e Estados Unidos, as fábricas se constituem como umnovo modelo de produção, surgindo então, o capitalismo industrial, no entanto, as autoras destacam, que essas fábricas demandavam um quantitativo muito grande de mão de obra. Sendo assim, surgem então os primeiros problemas sociais uma vez que, uma grande quantidade de trabalhadores passa a viver em volta da indústria, sendo designados enquanto proletariados à classe social que aliena sua força de trabalho ao empresário capitalista. A população operária era explorada pela classe dominante, e o Estado era subordinado a ela, pois tinha como propósito proteger o capital e seus possuidores. Vale destacar ainda, que nos primórdios, as fábricas não eram munidas dos melhores ambientes de trabalho. As condições eram extremamente precárias, a remuneração era baixa e o trabalho feminino e infantil se fazia constantemente presente. Os empregados trabalhavam por longas jornadas de trabalho, sujeitando- se a castigos físicos por parte de seus patrões. Inexistiam quaisquer direitos trabalhistas, como férias, décimo terceiro salário, auxílio doença etc. Diante exploração vivenciada pela população fabril foi tão relevante que a levou a conflitar com a finalidade de melhorar suas condições de trabalho, por meio de inúmeras manifestações. Assim, restou à burguesia a busca por novas táticas, uma vez que seu objetivo residia na expansão de seu modo de produção, dominando a exploração e a opressão para com os seus subordinados. Porém, isso só gerou mais miséria por parte da classe trabalhadora, a qual continuou se colocando contra a classe dominante. Mediante essa situação, a classe dominante tomou consciência de que era preciso fazer algo para controlar o teor das manifestações e conter a propagação da pobreza. Dessa maneira, ocorreram as primeiras práticas assistencialistas, as quais viabilizavam a conservação das ordens capitalistas, fazendo com que os proletariados não mais questionassem, mas sim, aceitassem suas condições de vida e de trabalho. Para Bertti e Cunha (2014), conforme a expansão do capitalismo pelo mundo, cresciam também, os níveis de pobreza do proletariado, com isso, os grandes empresários das industrias, juntamente com a Igreja Católica e as autoridades locais, se uniram no intuito de transformar a assistência pública. Para solucionar esses problemas, incumbiram os reformistas sociais de exercerem sua função realizando um inquérito da vida pessoal e familiar do atendido, e o mesmo tinha que assumir a dependência em relação ao poder público, sendo dessa forma controlado. A nova tática ainda era incumbida para assegurar a manutenção e propagação e/ou extensão do capitalismo. Inúmeros outros conflitos continuaram a ocorrer, levando a burguesia, a Igreja e o Estado a unirem-se, acarretando, assim, na origem da Sociedade de Organização da Caridade, no ano de 1869. A mencionada Sociedade organizou os reformistas sociais, os quais se responsabilizavam pela reforma e regulamentação da prática da assistência da sociedade. A partir de então, apareceram os primeiros assistentes sociais, os quais executavam práticas referentes à assistência social. A profissionalização dos mesmos acontecia por meio da prestação de serviços, designado como Serviço Social, denominação essa que fora utilizada pelos Estados Unidos, em 1904. Ainda de acordo as autoras Bertti e Cunha (2014), foi criada, no ano de 1908, na Inglaterra, a primeira escola de Serviço Social. Posteriormente à sua fundação, inúmeras outras escolas foram criadas por conhecimentos e atendimentos especializados, sempre apoiados pela Igreja Católica. Com o decorrer dos anos, a ação social estava cada vez mais ligada à política, agindo com o objetivo de acalmar os ânimos dos trabalhadores, controlando, dessa forma, as suas manifestações; também ocultavam o semblante da miséria, atendendo aqueles que nela residiam. Nos anos seguintes do fim da guerra, a relação com a Igreja Católica fora trocada para o Estado, remetendo a prática social para outro contorno. Em 1917, com a obra “Diagnóstico Social”, da autora Mary Richmond, o serviço social apresentou um considerável avanço enquanto profissão, levando em conta o entendimento do sujeito, enfatizando o fortalecimento do ego para a obtenção do êxito no tangível à solução de problemas internos e externos. Portanto, para Iamamoto (2004), o serviço social não deve ser analisado apenas uma nova maneira de realizar a caridade, mas sim, como uma forma de intervenção ideológica na vida dos trabalhadores, ainda que seu fundamento seja a atividade assistencial; no entanto, os efeitos produzidos são essencialmente políticos, por meio do “enquadramento” dos trabalhadores nas relações sociais vigentes, reforçando a recíproca colaboração entre capital e trabalho. De acordo com Yamamoto (2006), a implantação do Serviço Social, se dá no decorrer deste processo histórico. Não se estabelece, portanto, em ações coercitivas de oriundas do Estado, uma vez que, ela se origina a partir da iniciativa particular de determinados grupos e frações de classe, que se manifestam, principalmente, por meio da intervenção da Igreja Católica. Possui em seu início uma base social bem restrita e fontes de recrutamento e formação de agentes sociais informados por uma ideologia igualmente determinada. A especificidade maior que reveste o Serviço Social desde sua implantação não está, no entanto, no âmbito das características que mais evidentemente o marcam. Historicamente se localiza na demanda social que legitima o empreendimento. Dentro deste contexto, Netto (2011) compreende que “é somente na intercorrência do conjunto de processos econômicos, sócio-políticos e teórico- culturais [...] que se instaura o espaço histórico-social que possibilita a emergência do Serviço Social como profissão”, e ainda conclui que compreensões diferenciadas que desconsideram essa dimensão histórica da realidade “transformam-se [em] [...] crônica essencialmente historiográfica e linear” (Ibidem). Portanto, de acordo com Netto, não se analisa a gênese profissional tendo como ponto de partida a própria história linear da profissão, isto é, como uma “evolução da ajuda”, “racionalização da filantropia” ou “organização da caridade”, mas a profissionalização vincula-se “à dinâmica da ordem monopólica” (Ibidem). Nesse sentido, longe de se pensar ideologicamente, compreende-se a profissão como produto histórico da ordem monopólica do capital, colocando o contexto histórico-social como protagonista no processo de análise da realidade do Serviço Social. Damas da Caridade no Serviço Social Conforme Estevão (1992) ao traçar uma linha do tempo para contar a história de como surgiu o serviço social a enfatiza como algo que ocorreu paralelamente a construção da história da sociedade e conclui dizendo que este é fruto da união entre cidade e indústria. Seguindo os passos da história, o primeiro a ser colocado pela autora supracitada é o estado em que viveu a assistência social quando do trabalho realizado pelas Damas de Caridade até o despertar teórico de Mary Richmond que se deteve em registrar de forma mais sistemática o que seria na realidade o serviço social. É aí que se dá o seu nascimento e que se passa a sua infância. É o surgimento do capitalismo o fato que marca a necessidade da classe burguesa se defender da mais pobre, instituindo então com sua recém-chegada o poder as tarefas que se destinam aos que não tinha muitas posses, mas tudo funcionava como obra da caridade instituída pela associação entre igreja e classe política. Segundo Estevão (1992), somente a partir da segunda metade do século XIX é que algumas pessoas, na França e na Alemanha, organizam um trabalho assistencial mais técnico, pois se dividiam os grupos de caridade em grupos de vizinhança. Porém, o trabalho era voluntário e realizado de forma verticalizada, ou seja, osque tinham bens ajudavam aos pobres. Foi daí que surgiram as denominadas “Damas de Caridade”. Elas, na verdade observavam as necessidades por meio de visitas para poder partir para a ajuda. Foi deste trabalho, que segundo a autora instituiu-se um marco importante para a Organização da Assistência Social: a fundação em 1869 da Sociedade de Organização da Caridade na cidade de Londres. Este é o momento em que se instauram princípios de organização da assistência social que são disseminados por todos os países capitalistas em que se desenvolve a instalação de escolas se serviço social, pois a sociedade vive essa necessidade, imposta pelas constantes crises. Até aqui, segundo Estevão (1992), ninguém se preocupava em definir, de forma mais sistemática e teórica o que seria o serviço social ou quais as diferenças entre a assistência social praticada pelas Organizações de Caridade e o Serviço Social propriamente dito. Mais precisamente em 1965, questionamentos levantados pelo próprio serviço social inserem no contexto do seu foco central as questões políticas. É nesse enfoque, que os Assistentes Sociais deixam de falar em pobre, carente, desenvolvimento de comunidade e patologia social para direcionar o discurso às mudanças de estrutura, trabalhadores, compromisso com a população e revolução. No entanto, haviam entraves a serem considerados porque até esse momento o assistente social seguia: ou os rumos indicados pelo sistema político, quando o trabalho era realizado em instituições públicas ou os ditames do patrão, quando estava ligado a uma empresa. “Fazer serviço social era reproduzir a ideologia burguesa, capitalista e exploradora”. Para mudar esse quadro o Serviço Social passou a ser chamado de “Trabalho Social”. Só que, no espaço de tempo em que as mudanças aconteceram, havia um cenário histórico como fator preponderante, no sentido de influenciar os estudos que fundavam o sentido do verdadeiro Serviço Social (ESTÊVÃO, 1992, p. 38). Sendo assim, para a autora, as transformações mais profundas que funcionavam como fatores de constituição do conceito de assistência social na atualidade se iniciaram nos anos 1970, quando os direitos humanos foram instituídos pela Organização das Nações Unidas (ONU) e o Serviço Social se deitou no “Divã do analista” (Estevão, 1992, p. 1). Ainda havia a naturalização da mercantilização da vida, essa reforma social e moral busca, entre outros objetivos, transformar o cidadão sujeito de direitos num cidadão consumidor; o trabalhador num empreendedor; o desempregado num cliente da assistência; e a classe trabalhadora em sócia dos grandes negócios (Mota, 2008). Demarcando a origem do Serviço Social como profissão, registra-se que em 1899, na cidade de Amsterdã, funda-se a primeira Escola de Serviço Social do mundo, configurando-se como um marco na profissão secularizada. Nesse contexto nasce a Sociologia que dará suporte teórico a profissão. No entanto, mesmo constituída como profissão, os profissionais de Serviço Social ingenuamente sustentavam a ideia de que os pobres eram a causa de sua própria situação (Estevão, 1985). Conforme Estevão, (1985) no processo de legitimação da profissão, Mary Richmond assistente social norte-americana, no início do século XX, teve a sensibilidade de começar a refletir e a sistematizar cientificamente a respeito do que é Serviço Social e de como essa profissão deveria ser exercida. “Ela é a primeira a escrever sobre a diferença entre “Assistência Social”, ou caridade, ou filantropia, e o Serviço Social propriamente dito”. Além de desenvolver a técnica de tratar os indivíduos isoladamente (Serviço Social de Caso), o qual metodologicamente buscava compreender e resolver os problemas dos indivíduos de forma particular, sem levar em consideração os diversos fatores internos e externos da realidade de cada sujeito, afirma Estevão (1985). Com relação ao Brasil, a origem do Serviço Social, bem como, sua institucionalização, está inserido nas décadas de 1930 e 1940, e não deve ser entendido como um acontecimento isolado ou natural, pelo contrário, deve ser considerado o resultado de dois processos que, relacionados, geraram as condições sócio históricas necessárias para que a profissão iniciasse seu percurso histórico no cenário brasileiro. Segundo Yamamoto (2011), a gênese do Serviço Social no Brasil, enquanto profissão inscrita na divisão social do trabalho está relacionada ao contexto das grandes mobilizações da classe operária nas duas primeiras décadas do século XX, pois o debate acerca da “questão social”, que atravessa a sociedade nesse período, exige um posicionamento do Estado, das frações dominantes e da Igreja. A cultura e exportação do café foram decisivas na política econômica do país, o que levou a uma concentração em terras mais férteis e ao atraso no processo de industrialização, produzindo um crescente número de desempregados como forma de reduzir os salários e aumentar a exploração. Para Martinelli (1997 p. 29) ao definir o capitalismo na vertente do pensamento marxista, “o capital é uma relação social e o capitalismo um determinado modo de produção, marcado não apenas pela troca monetária, mas essencialmente pela dominação do processo de produção pelo capital” Assim, esse grande número de desempregados determinantes do aparecimento de uma nova classe constituída pelos que nada tinham, exceto a força de trabalho” – sem os meios de produção, ficava à espera dos detentores do capital, que “ representavam apenas uma minoria da sociedade”. Tendo como competência elaborar, implementar e executar políticas sociais, mais especificamente políticas públicas, profissionais nos termos de Netto, (1992) apresentam-se como “um executor terminal de políticas sociais, intervindo diretamente com a população usuária” (NETTO, 1992 apud IAMAMOTO, 2008 p. 20). Pois sua função enquanto profissão para classe burguesa deve seguir na direção de amenizar conflitos, uma vez que “se alicerça tanto no processo conservador de manutenção da ordem como no processo renovador [...] de mudança do comportamento em função das normas de higiene social, controle bi psíquico, recuperação dos indivíduos” (FALEIROS, 2005 p. 13). Nessa direção, na operacionalização de sua intervenção os assistentes sociais recém-formados em 1936, atuariam na mudança de hábitos das famílias e pessoas, na perspectiva de melhorar os comportamentos, condições de higiene, à moral e à sua inserção na ordem social. Foi neste período conturbado que surgiu o Serviço Social no Brasil, numa sociedade urbano-industrial dos anos de 1930, numa conjuntura característica do desenvolvimento capitalista marcada por conflitos de classe, pelo crescimento numérico e qualitativo da classe operária urbana e pelas suas lutas sociais contra a exploração do trabalho e pela defesa dos direitos de cidadania. O Serviço Social surgiu com o desdobramento da Ação Social e da Ação Católica da Igreja, monopólio na formação de agentes sociais especializados. Yamamoto e Carvalho relatam sobre esse processo: A implantação do Serviço Social não é [...] um processo isolado. Relaciona- se diretamente às profundas transformações econômicas e sociais [...]. Seu surgimento se dá no seio do bloco católico, que manterá por um período relativamente longo um quase monopólio de formação dos agentes sociais especializados, tanto a partir de sua própria base social, como de sua doutrina e ideologia. O Serviço Social não só se origina do interior do bloco católico, como se desenvolve no momento em que a igreja se mobiliza para a recuperação e defesa de seus interesses e privilégios corporativos, e para a reafirmação de sua influência normativa na sociedade.[...].O Serviço Social começa a surgir como um “departamento” especializado da Ação Social e da Ação Católica, num momento extremamente importante paraa definição do papel da Igreja dentro das novas características que progressivamente vai assumindo a sociedade brasileira. (IAMAMOTO, 1998, p. 213). Conforme estudos de Bochetti (2003), no Brasil, a assistência social também segue a mesma linha de concepção histórica baseada na caridade, filantropia e na solidariedade religiosa. Até a década de 1940, essa corrente perdurou. Em 1947 foi criada a Legião Brasileira de Assistência (LBA) com o objetivo de atender as famílias das pracinhas combatentes da Segunda Guerra Mundial. Inicialmente caracterizou- se por um atendimento materno-infantil. Posteriormente, esta instituição foi crescendo e sua linha programática foi acompanhando as demandas do desenvolvimento econômico e social do país, bem como da população em estado de vulnerabilidade social. Estevão (1992) coloca como momentos marcantes para a grande virada de concepções, dois: a rearticulação da Associação Profissional dos Assistentes Sociais de São Paulo (APASP) que ocorreu em 1978 e o III Congresso Brasileiro de Serviço Social que ocorreu em 1979. Esses fatos contribuíram para que a Assistência Social de hoje seja vista como um instrumento do cidadão na luta para que os seus direitos sejam cumpridos dentro de uma sociedade que proclama a democracia. Para Faleiros, (2001, p. 89) a estratégia de ajustar a falta de entrosamento e defeito do indivíduo nas relações sociais, o trabalho social tinha papel imprescindível de corrigir os abusos e atenuar as rebeliões no intuito de aliviar o sofrimento e melhorar a situação de milhares de seres humanos, ao tentar realizar essa tarefa o trabalhador social tinha uma visão ingênua e maniqueísta: “Ingênua porque pressupunha a solução dos problemas globais partindo de cada um deles isoladamente. Maniqueísta porque dividia o mundo entre bons e maus, abusadores e não abusadores rebeldes e integrados” Diante disso, as igrejas tinham também, uma missão social de impor a paz política e a de fazer caridade, com intuito muito claro de apaziguar os conflitos da população que sofria com todas as formas de desigualdades e explorações. A justificativa dessas instituições era cumprir os seus deveres com os pobres, afirma Estevão, (1985). Assim, a classe dominante propagava aos sujeitos a culpa pela sua própria condição, considerando-os culpados por sua pobreza e seus fracassos, conforme destaca Faleiros, (2001). Nessa conjuntura, não existia a profissão de Serviço Social, ou seja, a profissão não era regulamentada, mas das damas de caridades “assistentes sociais”, contribuíam voluntariamente para realizar atividades solicitadas pelas igrejas. Um marco importante para a organização da Assistência Social é a fundação em 1869 da Sociedade de Organização da Caridade em Londres (Estevão, 1985). Para Yamamoto e Carvalho (2008), as atividades da caridade tradicional ganham uma nova conformação e certo caráter organizativo, contando com famílias da burguesia paulista e carioca, que passam a contar com o aporte do Estado, o que possibilita realizar obras sociais mais abrangentes. Podemos destacar o surgimento de duas instituições assistenciais, em 1920, no Rio de Janeiro, a Associação das Senhoras Brasileiras e, no ano de 1923, a Liga das Senhoras Católicas, em São Paulo. Essas instituições surgem dentro do movimento de reação católica e visam atender algumas demandas oriundas do processo de desenvolvimento capitalista. Essas ações podem ser consideras como o embrião do Serviço Social brasileiro. Os períodos que compreendem os anos de 1930, 40 e 50 foram períodos básicos do processo de consolidação do sistema industrial brasileiro. Ao mesmo tempo em que houve um expressivo crescimento da industrialização, percebe-se o avanço do desenvolvimento econômico, social e político. Esse contexto, sem dúvida, intensificou as relações sociais, peculiares ao sistema social capitalista. Nesta citação, Yamamoto (1992) identifica onde se apoia o Serviço Social, no início da formação profissional: O Centro de Estudos e Ação Social de São Paulo (CEAS) é considerado como manifestação original do Serviço Social no Brasil, surge com o incentivo e sob o controle da hierarquia. Aparece como condensação da necessidade sentida por sacerdotes da Ação Social e Ação Católica [...] Seu início oficial será a partir do “Curso Intensivo de Formação Social para Moças” promovido pelas Cônegas de Santo Agostinho, para o qual fora convidada Mlles. Adele Loneaux da Escola Católica de Serviço Social de Bruxelas. “Ao encerrar-se o curso, será feito um apelo para a organização de uma ação social visando atender o bem-estar da sociedade”. (YAMAMOTO, 1992, p. 168). Nesta lógica, a autora destaca a fundamentação da origem do serviço social, no que diz respeito a formação do profissional e sua importância em promover o bem-estar da sociedade. As ações do CEAS se desenvolvem e ganha vulto na sociedade, orientando suas atividades para uma formação técnica especializada, visando difundir a doutrina social da Igreja. Para isso, atua diretamente junto ao proletariado. Segundo Yamamoto (2013) e Aguiar (2011), no ano de 1932, o CEAS envia para a Bélgica duas de suas fundadoras, para que essas estudem a organização e o ensino do Serviço Social. Até que, no dia 15 de fevereiro de 1936, instala-se, no Brasil, a Escola de Serviço Social de São Paulo, a primeira do país. Assim como ocorria em outras cidades, naquela época, a capital federal realiza em 1936, pela primeira vez, a Semana de Ação Social. A dinâmica constitutiva da cidade do Rio de Janeiro, por seu desenvolvimento econômico, importância política e diversidade de serviços, faz com que haja uma maior participação das instituições públicas nas ações assistenciais. Nesse ano, ainda, realizam-se o “primeiro curso intensivo de Serviço Social com duração de 3 meses” e também um curso prático de Serviço Social, que já apresenta um caráter de difusão do conhecimento, visto que conta com a participação das “duas primeiras Assistentes Sociais paulistas, recém-formadas na Bélgica”. As experiências de São Paulo e do Rio de Janeiro foram determinantes para o desenvolvimento do Serviço Social brasileiro e exerceram forte influência no surgimento de outras escolas por todo o país. CAPÍTULO II CONTEXTUALIZANDO POLÍTICA NA ASSISTÊNCIA SOCIAL. A política social é a formação patrões de proteção social são desdobramento e até resposta e formas de enfretamento geral setorializada e fragmentada. (Behring & Boschetti, 2006) Neste capítulo serão discorridas questões relacionadas às políticas sociais, no mundo, buscando contextualizar suas características e definições, enfatizando a intervenção do Estado nas questões sociais e econômicas, com isso, serão levados em consideração seus aspectos conceituais e históricos. O objetivo deste capítulo é demonstrar em que momento o poder do Estado fica mais evidentes e qual a participação deste na redução e/ou combate das mazelas sociais que se acirravam pelo pais juntamente com a ascensão do capitalismo. Serão abordados ainda as questões sociais e as políticas públicas no sentido de responder aos anseios das classes menos favorecidas, e como as políticas públicas. Com isso, serão consideradas nuances que fizeram parte da construção das políticas sociais. Portanto, fica em evidência que a “questão social” surge da relação contraditória capital-trabalho, onde há uma classe dominante, que dita as regras no sistema capitalista, e uma classe explorada que vende sua força de trabalho e sofre as consequências desse processo exploratório, como a pobreza, o desemprego, a negação dos seus direitos, dentre outros, gerando, assim, a disputa de classe. Para finalizar,serão analisados ainda alguns aspectos que têm contribuído para o fortalecimento das políticas sociais no Brasil, seus impactos na redução da pobreza, assim como demonstrar suas origens e objetivos para o país. 2.1 POLÍTICAS SOCIAIS NA ASSISTÊNCIA SOCIAL NO MUNDO De acordo com Demo, (2006) a Política Social pode ser compreendida como um modo de combater ou enfrentar as desigualdades sociais existentes em um país, através da criação de programas que visam uma melhora na qual idade de vida da sociedade, pois, por traz da política social, existe a questão social, sendo está o objeto de trabalho do Serviço Social. Os debates acerca das políticas sociais vêm se ampliando sua importância na medida em que estas têm-se constituído como estratégias fundamentais de enfrentamento das manifestações da questão social na sociedade capitalista atual. Para Behring, (2000), não se pode precisar um período específico do surgimento das primeiras identificações chamadas políticas sociais, visto que, como processo social, elas se originam na confluência dos movimentos de ascensão do capitalismo como a Revolução Industrial, das lutas de classe e do desenvolvimento da intervenção estatal. Sua origem relaciona-se aos movimentos de massa socialmente democratas e à formação dos estados-nação na Europa Ocidental do final do século XIX, porém sua generalização situa-se na transição do capitalismo concorrencial para o capitalismo monopolista, especialmente em sua fase tardia, após a Segunda Guerra Mundial. (Behring & Boschetti, 2006, p.47). Neste sentido, Neto (1992) descreve que, o poder do Estado fica muito mais evidente no capitalismo monopolista, pois segundo o autor, nesta manifestação do capitalismo, a única operação estatal é para a manutenção da acumulação de capita. Para ocorrer a articulação das funções políticas e econômicas do Estado burguês, o qual age como “comitê executivo” dos objetivos da classe à qual representa (classe dominante), se busca uma legitimação por meio do jogo democrático. De acordo com Neto (1992) o processo do capitalismo monopolista, trouxe consigo significativas transformações na forma de organização do modo de produção, uma vez que, ao mesmo tempo em que potência contradições próprias do capitalismo, traz novas manifestações contraditórias e antagônicas. A ordem monopólica, busca através de complexos processos, ponderar os valores negativos do capitalismo, propiciando a manutenção da acumulação. Segundo Vieira (1992) a política social surge no capitalismo com as mobilizações operárias e a partir do século XIX com o surgimento desses movimentos populares, é que ela é compreendida como estratégia governamental. Com a Revolução Industrial na Inglaterra, do século XVIII a meados do século XIX, esta trouxe consequências como a urbanização exacerbada, o crescimento da taxa de natalidade, fecunda o germe da consciência política e social, organizações proletárias, sindicatos, cooperativas na busca de conquistar o acolhimento público e as primeiras ações de política social. Ainda nesta recente sociedade industrial, inicia- se o conflito entre os interesses do capital e os do trabalho. O autor destaca ainda que, pode-se afirmar que não há política social desligada das lutas sociais. De modo geral, o Estado assume algumas das reivindicações populares, ao longo de sua existência histórica. Os direitos sociais dizem respeito inicialmente à consagração jurídica de reivindicações dos trabalhadores. Certamente, não se estende a todas as reivindicações, mas na aceitação do que é conveniente ao grupo dirigente do momento. Para compreender algumas particularidades da Revolução Industrial do ponto de vista econômico é necessário, de acordo com Polanyi (2000), retornarmos ao período da dinastia Tudor, pois, foi nesta dinastia que se iniciou o processo de cerca mento dos campos, os chamados enclosures, ao substituir as lavouras por pastagens para a produção de lã (matéria-prima para a nascente indústria têxtil inglesa), conduziram os britânicos ao processo do êxodo rural e elevação do valor da terra. Sendo a terra o principal meio de produção – naquele contexto -, esta situação trouxe implicações à população camponesa. O elo dos ingleses com o campo se mantém ao longo do tempo, a sociedade pré-industrial continuava estreitamente ligada aos direitos sobre a terra e dela dependente. Neste contexto, a legislação a respeito da pobreza precisou adaptar as novas situações. A Lei dos Pobres foi implantada na Inglaterra pela primeira vez em 1601, durante o reinado da Rainha Elizabeth I. Essa lei é resultado da consolidação de leis anteriores que penalizava os pobres por mendicância e vagabundagem, obrigando- os ao trabalho, num verdadeiro ataque à pessoa corpórea. Na intenção de acabar com os mendigos profissionais, o que prevaleceu foi o rigor da lei, a obrigatoriedade do trabalho e a internação nas “casas correcionais” as workhouses que se assemelhavam a prisões. Essas “casas de correção” eram instituições fundadas com o objetivo de “[...] atender e formar a camada alijada da sociedade – homens, mulheres, enfermos, ociosos, criminosos e crianças - nos padrões requisitados pelo sistema que se organizava, e com isso legitimar a formação da nova sociedade.” (DORIGON, 2006, p. 10). A Lei dos Pobres constitui uma ação genuinamente britânica criada para lidar com a questão social. No princípio de sua criação tinha uma finalidade. Ao longo da sua existência foi preciso várias adaptações para atender à exigência da relação entre patrões e trabalhadores. Para Mantoux (s/d, p. 442-443) a Lei dos Pobres permite entender a situação das classes trabalhadoras na Inglaterra “constitui um dos capítulos mais originais da legislação inglesa, e do reinado de Elizabeth”. A finalidade original da lei era a repressão à mendicância e à vagabundagem, bem como um alívio à pobreza existente. Dois sentimentos rotavam no seio da lei, sendo um de “caridade cristã” e o outro de um “violento preconceito social”. De acordo com Boschetti (2009, p. 92) a política em suas configurações recente e restrita tem a conotação de política pública a qual engloba a política social, isso implica em afirmar que a política social é uma espécie de gênero política pública. Howlett e Ramesh (1995, p. 2) enfocam que a política pública faz parte do ramo de conhecimento denominado policy Science que surgiu nos Estados Unidos e na Europa, no segundo pós-guerra. O aparecimento desse novo ramo se deu quando pesquisadores procuraram entender a dinâmica das relações entre governos e cidadãos, extrapolando o estrito apego às tradicionais dimensões normativas e morais e as minúcias dos funcionamentos de instituições especificam. Com efeito, antes da policy Science predominavam, de um lado, enfoques teóricos ou filosóficos que se dedicavam à prescrição de objetivos e ações dos governos, com vistas ao bem como. Isso gerou, conforme Boschetti (2009, p. 92) “uma rica discussão sobre a natureza da sociedade e o papel do Estado e os direitos e responsabilidades dos cidadãos e dos governos”, porém, com o crescente distanciamento que se verificou entre prescrição e ação dos Estados modernos, novas abordagens teóricas e metodológicas emergiram com o intuito de conciliar teoria e prática. Disto resultou a valorização da análise empírica das políticas realmente existentes para a construção da teoria. O Estado interventor utiliza-se de ideologias econômico-políticas para manter o modo de produção capitalista. Partindo de estudos que efetivavam a criação de novas estratégias, acontecem discussões de defesa da necessidade do desenvolvimento de um “Capitalismo Democrático”, no qual o Estado intervém na economia e no social. Passa a ocorrer, então, conforme Adam Prseworski (1995), a defesa do Pleno Emprego, através do Keynesianismo e da “igualdade”
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