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tcc completo para imprimir grupo 07 11 2017 docx em pdf

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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP / AQUI VOCÊ PODE 
CURSO DE SERVIÇO SOCIAL 
 
 
MARIA BERNADETH VIEIRA DE OLIVEIRA 
MARIA SANTANA FERREIRA PAZ 
SHEILA QUEIROZ DOS SANTOS 
WANDERLANE BEZERRA DE SOUZA 
 
 
 
 
 
 
 
ATUAÇÃO PROFISSIONAL DO SERVIÇO SOCIAL JUNTO AOS JOVENS 
APRENDIZES DO PRÓ-MENOR DOM BOSCO MANAUS-AM 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MANAUS/AM 
2017 
 
 
 
 
 
 
MARIA BERNADETH VIEIRA DE OLIVEIRA 
MARIA SANTANA FERREIRA PAZ 
SHEILA QUEIROZ DOS SANTOS 
WANDERLANE BEZERRA DE SOUZA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATUAÇÃO PROFISSIONAL DO SERVIÇO SOCIAL JUNTO AOS JOVENS 
APRENDIZES DO PRÓ-MENOR DOM BOSCO MANAUS-AM 
 
Monografia apresentada ao Curso de Serviço 
Social da Universidade Paulista – UNIP / Aqui 
você pode como requisito para obtenção do Grau 
de Bacharel em Serviço Social. 
 
 
 Orientadora: Prof.ª. Ellen de Moraes e Silva 
 
 
 
 
 
 
MANAUS/AM 
2017 
 
 
ATUAÇÃO PROFISSIONAL DO SERVIÇO SOCIAL JUNTO AOS JOVENS 
APRENDIZES DO PRÓ-MENOR DOM BOSCO MANAUS-AM 
 
Monografia apresentada ao Curso de Serviço Social da Universidade Paulista – 
UNIP / Aqui você pode como requisito para obtenção do Grau de Bacharel em 
Serviço Social. 
 
 
Manaus, 16 de novembro de 2017. 
 
_________________________________________ 
Ellen de Moraes e Silva 
Orientadora 
Especialista em Gestão de Políticas Públicas em Saúde 
Mestre em Segurança Pública, Cidadania e Direitos Humanos 
 
______________________________________________ 
Profa. Adla Makarem Ribeiro 
1ª Examinadora 
Especialista em Gestão de Políticas Públicas 
 
_______________________________________________ 
Profa. Ila Vito Lima de Souza 
2ª Examinadora 
Especialista em Docência do Ensino Superior 
Especialista em Gestão de Projeto Social com Ênfase em Captação de 
Recursos 
 
_______________________________________________ 
Profa. Camila Cecilia Mascarenhas Gibbs 
Suplente 
Mestre de Serviço Social, Política Social e Sustentabilidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 “O momento que vivermos e um momento pleno 
de desafio”. Mais do que nunca e preciso ter 
esperança, para enfrenta o presente. É preciso 
resistir e sonhar°. 
 
(Yamamoto, 2000) 
 
 
 
AGRADECIMENTO 
 
Agradeço a Deus por ter me dado saúde e inteligência para superar todas as 
dificuldades que tenho enfrentado no decorre da minha vida académica, que 
permitiu que este momento fosse vivido para a realização deste trabalho. 
Agradeço a minha mãezinha Maria de Nazaré Vieira, por ter realizado esse 
sonho, e acreditado no meu potencial e por ter me incentivado e por que sem ela 
esse sonho não seria possível. 
Agradeço aos meus filhos que suportarem as minhas ausências e a minha 
falta de tempo em claros realizando esse trabalho de pesquisa, sem tempo para 
ajudá-los nos ensinamentos escolar e por mim ajudado de uma forma direta e 
indiretamente nessa caminhada, pois quero ser para eles um exemplo que vale 
apena estuda e para alcança nosso objetivo termos que ter perseverança. 
A supervisora de campo do Pró Menor Dom Bosco a Assistente Social 
Gerlane de Almeida de Araújo, por ter acreditado no meu potencial e me dado 
oportunidade para que eu exercesse a função de estagiário na instituição da qual foi 
meu o objeto de pesquisa. 
A Assistente Social Jane Moraes e Coordenadora de seleção Neuryane por 
ter me recebido de braços aberto e por ter me instruído no campo de estágio e por 
terem me incentivado nessa caminhada. 
A todo corpo docente dessa instituição que passaram conosco durante todos 
esses períodos em especial a já falecida Professora Elizabeth, onde aqui presto 
minha homenagem e que nos ensinou o verdadeiro sentido de ser Assistente Social 
com excelência, apoiando com amor a causa pública, pelos conhecimentos 
experiências compartilhadas e que contribuíram para o meu aprimoramento 
acadêmico e profissional os meus sinceros agradecimentos. 
À orientadora, Professora Ellen de Moraes por acreditar no meu trabalho me 
impulsionando a desenvolver a pesquisa de a maneira satisfatória, olhando pelo viés 
humanístico da questão e pela paciência a que nos foi deferida... 
Aos amigos e colegas da faculdade, que foram essenciais para que o curso 
fosse muito mais do que uma experiência intelectual, agradeço pela cooperação ao 
longo das fases que passamos juntos, pela amizade e companheirismo. 
A vocês, meus sinceros agradecimentos! 
Maria Bernadeth Vieira de Oliveira 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTO 
 
Primeiramente a Deus, por ser essencial em minha vida, que é o autor da 
minha vida e do meu destino. 
A meu pai que não está mais entre nós, que em vida me deu apoio moral e 
intectual, foi através da sua educação sábia que me empossou para eu chegasse 
até aqui, meu eterno agradecimento. 
Agradeço a minha família, ao meu marido, as minhas colegas de classe que 
não deixaram eu desistir dos meus objetivos. 
Ao corpo Docente, da faculdade que passaram durante todos esses períodos, 
pela paciência e dedicação e pelo compartilhamento de conhecimento, meus 
sinceros agradecimentos. 
 
A vocês os meus singelos agradecimentos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sheila Queiroz dos Santos 
 
 
 
AGRADECIMENTO 
 
 Agradecimento à Deus primeiramente, por ter mim dado saúde е força para 
superar às dificuldades. 
Foi Deus qυе permitiu qυе tudo isso acontecesse, no longo da minha vida, е 
não somente nestes anos como universitária, mas que em todos os momentos é o 
maior mestre qυе alguém pode conhecer. 
A Minha Família, Filhos е amigos que estiveram dando todo Apoio nessa 
minha caminhada. 
Aos meus queridos Docentes por me ter compartilhado a sua Sabedoria para 
com toda a nossa turma. 
 
Aqui ficam meus singelos agradecimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Maria Santana Ferreira Paz 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTO 
 
Agradeço primeiramente a Deus, por ser essencial em minha vida o autor do 
meu destino, meu guia, socorro presente na hora da angustia. 
 Ao meu pai Raimundo Pantoja de Souza, meu amigo de todas as horas, a 
minha mãe Maria Bezerra de Souza, minha heroina e exemplo de fé e superação, 
pela força, garra e coragem que sempre me transmitiu meus eterno agradecimentos. 
Aos meus filhos Ítalos Richard e Iris Emanuele que são a minha inspiração e 
pela falta de tempo que tive para com o mesmo, na elaboração da manografia, o 
meu agradecimento. 
A meu esposo Altigran Ribeiro, pelo apoio amor e compreensão no decorrer 
de toda a vida acadêmica, meus sinceros agradecimentos. 
A professora Ellen Moraes, pela paciência e orientação e incentivo, que 
tornaram possível a conclusão desta manografia. 
A todo o corpo docente que me acompanharam durante toda graduação, meu 
eterno agradecimento. 
Ao meu amigo da faculdade pela compreensão e incentivo para nos 
momentos difíceis sempre me acompanharam em oração. 
 
A vocês, meus sinceros agradecimentos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Wanderlane Bezerra de Souza 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
 
 Este Trabalho apontou no estudo sobre atuação profissional do serviço social 
junto aos jovens aprendizes do Pró Menor Dm Bosco Manaus-AM, o objetivo geral é 
conhecer a prática profissional do Assistente Social para inclusão social dos jovens 
atendidos pelo Pró Menor dom Bosco. Os objetivos específicos foram identificar o 
perfil dos jovens atendido na instituição Pró Menor Dom Bosco; apontar quais os 
mecanismos usados para o Assistente Social para a inclusão dos jovens. A 
metodologia que será aplicada pauta-se no materialismo histórico dialético, cujos 
procedimentos metodológicos são qualitativos, os capítulos I consistem em na 
história que teve a trajetória voltada para ações de caridade e filantrópica. No 
capítulo II, será contextualizada relacionadas as políticas sociais, no Brasil e no 
mundo, as suas característicase definições, enfatizando a intervenção do Estado 
nas questões sociais e econômicas. No capítulo III, Consiste no levantamento 
bibliográfico, após levantamento de todos os documentos e coleta de informações 
na pesquisa de campo, serão organizados e sistematizando, buscando mostrar os 
resultados esperado de acordo com os objetivos do presente projetos. O projeto visa 
contribui quanto a importância na inclusão dos jovens na instituição Pró Menor Dom 
Bosco Manaus-AM. 
 
 
Palavras-chave. Aprendiz - Inclusão Social - Prática Profissional 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
 
 
This Work pointed out in the study of professional social workers with the 
young apprentices of the Pro Less Dom Bosco Manaus-AM, the general objective is 
to meet the professional practice of Social worker for social inclusion of young people 
assisted by the Pro Less Don Bosco. The specific objectives were to identify the 
profile of young people attended the institution Pro Lower Don Bosco; point which the 
mechanisms used for the Social worker to the inclusion of young people. The 
methodology that will be applied is guided in historical materialism dialectic, whose 
methodological procedures are qualitative, chapters I consist of in history that had 
the trajectory toward charitable and philanthropic actions. In chapter II, will be 
contextualized related social policies in Brazil and in the world, its features and 
settings, emphasizing State intervention in social and economic issues. In chapter III, 
consists of the bibliographic survey after survey of all. The project seeks to contribute 
as the importance on the inclusion of young people in Minor Pro institution Don 
Bosco Manaus-AM. 
 
Keywords: apprentice -Social Inclusion-Professional Practice 
 
 
 
https://www.linguee.com.br/ingles-portugues/traducao/apprentice.html
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
AM Amazonas 
UNIP Universidade Paulista 
ECA Estatuto da Criança e do Adolescente 
LOAS Lei Orgânica da Assistência Social 
SUAS Sistema Único de Assistência Social 
SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem na indústria 
SENAC Serviço Nacional do Comercial 
SENAR Serviço Nacional de Aprendizagem Rural 
SENAT Serviço Nacional de Aprendizagem Transporte 
SECOOP Serviço Nacional de Aprendizagem de Cooperativismo 
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecimento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 12 
CAPÍTULO l - PROCESSO HISTÓRICO DO SERVIÇO SOCIAL: DA FILANTROPIA 
A PRÁTICA PROFISSIONAL NA CONTEMPORANEIDADE .................................. 15 
1.1 BREVE CONTEXTO HISTORICO DA PRÁTICA FILANTRÓPICA E SUA 
RELAÇÃO COM ADVENTO DO CAPITALISMO ......... Error! Bookmark not defined. 
Serviço Social na Contemporaneidade ..................................................................... 21 
1.2 A GENÊSE DO SERVIÇO SOCIAL ....................... Error! Bookmark not defined. 
Damas da Caridade no Serviço Social ...................................................................... 29 
 
CAPÍTULO II ............................................................................................................. 36 
CONTEXTUALIZANDO POLÍTICA NA ASSISTÊNCIA SOCIAL. ............................ 36 
2.1 POLÍTICAS SOCIAIS NA ASSISTÊNCIA SOCIAL NO MUNDO ......................... 36 
2.2 POLÍTICAS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NO BRASIL .......... Error! Bookmark not 
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Histórico das Políticas de Assistência Social no Brasil .............................................. 47 
Política de Assistência Social na Atualidade ............................................................. 51 
 
CAPITULO III ............................................................................................................ 56 
ATUAÇÃO PROFISSIONAL DO SERVIÇO SOCIAL JUNTO AOS JOVENS 
APRENDIZES DO PRÓ-MENOR DOM BOSCO MANAUS-AM ............................... 56 
3.1 HISTÓRIA DO PRÓ-MENOR DOM BOSCO ......... Error! Bookmark not defined. 
3.2 COMPETÊNCIA DO SERVIÇO SOCIAL NO PRÓ-MENOR DOM BOSCO ........ 58 
3.3 DEMANDAS DO ASSISTENTE SOCIAL NO PRÓ-MENOR DOM BOSCO .. Error! 
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RESULTADO DA PESQUISA QUALITATIVA ........................................................... 62 
 
CONCLUSÃO ................................................................. Error! Bookmark not defined. 
 
ANEXO ..................................................................................................................... 71 
 
APÊNDICE ................................................................................................................ 80 
 
 
 
 
12 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
O presente trabalho mostra a pratica do assistente social na inclusão dos 
jovens atendidos na instituição Pro Menor Dom Bosco Manaus, tendo como 
objetivos específicos: Identificar o perfil dos jovens atendidos pelo Pro Menor Dom 
Bosco, conhecer as demandas do assistente social no Pro Menor Dom Bosco e 
apontar quais o mecanismo usado pela assistência social para inclusão social dos 
jovens. 
O atendimento realizado na instituição Pró Menor Dom Bosco são sócios 
assistenciais básicos direcionados para; crianças adolescentes, jovens e família em 
situação de vulnerabilidade social, vindos de sistema familiares como vínculos 
frágeis; com problemas econômicos e sociais que refletem na formação de cada um 
deles. A ação social desta instituição visa reverter esta situação, oferecendo as 
crianças, adolescente, jovens e suas famílias atendidas, uma proteção integral 
básica, de enfrentamento a violência, aos abusos, a prostituição e a exploração do 
trabalho infantil. Para tanto, se propõe em oferecer: complementação alimentar, 
educação formação crista e cidadã, aprendizado profissional, inclusão no mercado 
de trabalho; promovendo o fortalecimento dos vínculos familiares e a oportunidade 
de inclusão social gerado de vida mais digna e mais humana. 
O Pró Menor Dom Bosco e uma instituição de caráter filantrópica, social, 
educacional e religioso, sem fins lucrativos, mantida através de convênios e da 
caridade de benfeitores, voltada desde sua fundação, para a educação e apoio as 
crianças, adolescente e jovens. Sua finalidade e oferecer educação, capacitação 
profissional e evangelização juvenil. 
A pratica profissional do Serviço Social são quesitos de debates e discussões 
na literatura do Serviço Social. Fazem-se necessários debates seja nos âmbitos 
acadêmico e profissional para desvelarmos os dilemas e desafios presentes na 
pratica cotidiana do assistente social. 
Na conjuntura atual e notória a exclusão, bem como a precariedade deste 
profissional no mercado. Esta pesquisa foi grande relevância, pois o tema se impõe 
pela necessidade de discussões acerca da pratica profissional do Assistente Social e 
o papel por ele a ser desempenhado na instituição uma vez na com de trabalho. 
 
 
Igualmente, torna-se relevante do ponto de vista social no Pro Menor Dom Bosco, 
sua metodologia, seus instrumentos e avaliação. Já do ponto de vista acadêmico, 
esta pesquisa e valida porque, através do seu resultado, em meio a inúmeras 
reflexões, será possível contribuir para ampliar o conhecimento de outros 
pesquisadores. Além do mais, e um assunto pouco explorado e atual no âmbito 
Serviço Social. 
O Assistente Social está inserido dentro das instituições não governamentais 
e privado e tem sua prática norteada pelo Código de Ética da profissão e pela Lei Nº 
8.622/1993 de regulamentação da profissão, assim garantidos direitos sociais e 
implementando e efetivando o mesmo, com estratégias e resposta a questão social. 
Sendo o assistente social como profissional que trabalha para a inclusão social por 
isso e necessário conhecer a pratica profissional no Pró Menor Dom Bosco. 
Os jovens são amparados por políticas sociaispropostas a todas as faixas 
etárias e tais políticas não estariam sendo orientados a partir da ideia de que os 
jovens representam o futuro em um aspecto de formação de valores e atitudes das 
novas gerações. Devido essa situação e importante saber como acontece a inclusão 
social dos jovens atendidos na instituição Pró Menor Dom Bosco. 
A pratica do assistente social está ligado com inúmeros acontecimentos 
sociais, onde a questão social e suas expressões têm reflexo, a desigualdades 
sociais aumentam cada vez mais, para que os jovens tenham oportunidades de 
serem inseridos em programas sociais no qual terão umas oportunidades em suas 
vidas. A partir do que foi mencionado sobre o profissional como se dá a relevância 
social e de grande importância, por meio dele que se consegue desenvolver 
atividades de proteção aos adolescentes e jovens bem como suas famílias. 
Os jovens atendidos no programa de aprendizagem no Pró Menor Dom Bosco 
passam por um processo seletivo que tem como objetivo conhecer a reais 
necessidades das famílias dos jovens. 
Nas instituições os profissionais viabilizam direitos, conforme a liberdade que 
lhe assiste detém o meio para oferece resposta a questão social e suas inúmeras 
expressões, atuam para que os direitos sejam respeitados e viabilizar conforme as 
legislações brasileiras que imperam os direitos sociais. A expressão da questão 
social e o objeto de intervenção profissional do assistente social, por que o 
profissional do serviço social, por isso o profissional do serviço social tem dever em 
 
 
oferecer resposta as mazelas sociais, realizando diagnósticos sociais, pesquisando 
e planejando. 
A metodologia utilizada foi a perspectiva marxista, bibliográfica, descritiva, 
cujo procedimento da abordagem foi qualitativo, tais como: entrevista 
semiestruturada e registro documentos. Sendo uma pesquisa de campo e 
documental 
Este trabalho está divido em três Capítulos: No primeiro capítulo I serão 
abordados, os processos históricos do serviço social, ao longo de sua história, desta 
forma, serão vislumbrados os fatores que culminaram com a consolidação do 
Serviço Social enquanto profissão, para compreender o contexto das origens do 
Serviço Social, neste capítulo será elencada fatores acerca da consolidação do 
capitalismo, as revoluções ocorridas na época. 
Em seguida no capítulo II serão discorridas questões relacionadas às políticas 
sociais, no mundo, buscando contextualizar suas características e definições, 
enfatizando a intervenção do Estado nas questões sociais e econômicas, com isso, 
serão levados em consideração seus aspectos conceituais e históricos. 
Logo após serão analisados ainda alguns aspectos que têm contribuído para 
o fortalecimento das políticas sociais no Brasil, seus impactos na redução da 
pobreza, assim como demonstrar suas origens e objetivos para o país. 
Para finalizar no capitulo III explanaremos sobre o contexto Histórico da 
instituição Pró Menor Dom Bosco e com significações dos temas chaves do trabalho 
e com a prática profissional do Serviço Social e como e importante a qualificação 
dos jovens na formação profissional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO l 
PROCESSO HISTÓRICO DO SERVIÇO SOCIAL: DA FILANTROPIA A 
PRÁTICA PROFISSIONAL NA CONTEMPORANEIDADE 
 
[...] a origem do Serviço Social como profissão tem, 
pois, a marca profunda do capitalismo e do conjunto 
de variáveis que a ele estão subjacentes – alienação, 
contradição, antagonismo –, pois foi nesse vasto 
caudal que ele foi engendrado e desenvolvido.] 
 
 (Martinelli, 2005,). 
 
 
Para compreender o processo de trabalho do Assistente Social, é importante 
conhecer a história da profissão, que teve sua trajetória voltada para ações de 
caridade e filantropia, com perspectiva assistencialista, de troca e favor, quando 
surge a industrialização e urbanização na década de 1930, o Estado atuava como 
regulador social, porém, não conseguir todas as demandas existentes, assim as 
entidades caritativas realizavam o trabalho voltado para a população menos 
favorecida, afim, de atender as demandas sociais. 
O Serviço Social em sua origem americana, denominado social work (trabalho 
social) foi estruturado por organizações religiosas, principalmente pela Igreja 
Católica Romana, onde tinha sua prática baseada e inspirada na providência divina, 
já que “o trabalho social se baseava no reforço da moralidade e da submissão das 
classes dominadas. Desta maneira, o controle social da família operária para 
adequar e ajustar seu comportamento às exigências da ordem social estabelecida” 
(FALEIROS, 2001, p. 88). 
Com a inclusão das indústrias nas cidades, surge o sistema capitalista, um 
sistema que transforma o que já era existente, que institui uma nova forma de 
organização social, inserindo na sociedade um novo modelo de produção das 
relações sociais, com isto, aumenta a exploração das classes mais vulneráveis, o 
que aumenta a desigualdade social. 
 
 
 
1.1 BREVE CONTEXTO HISTORICO DA PRÁTICA FILANTRÓPICA E SUA 
RELAÇÃO COM ADVENTO DO CAPITALISMO 
 
A Filantropia significa humanitarismo, é a atitude de ajudar o próximo, de 
fazer caridade, seja ela através de donativos, como roupas, comida, dinheiro, 
ocorrendo por várias formas de atribuições. A Filantropia se relaciona com as 
práticas sociais de caridade, uma das contribuintes da caridade, foi a Igreja católica 
junto às damas da caridade colaboram com a promoção dos direitos dos menos 
favorecidos e excluídos da sociedade. 
Nas lutas de classe em que os problemas e questões sociais surgem os 
serviços sociais que ofereceram condições para responder às necessidades de 
sobrevivência da classe trabalhadora no que diz respeito aos seus direitos. O 
sistema capitalista passou a desenvolver nos indivíduos, um modo de pensar sobre 
a forma capitalista, onde passam a aprender as relações de produção e a 
reprodução na sociedade. 
O processo capitalista de produção expressa, portanto, uma maneira 
historicamente determinada dos homens produzirem e reproduzirem as condições 
materiais da existência humana e as relações sociais através das quais levam o 
efeito a produção. (IAMAMOTO, 2006, p.31) 
O capitalismo deu início na sua configuração nos séculos finais da Idade 
Média, quando paulatinamente os meios artesanais de trabalho eram concentrados 
principalmente nas corporações de ofício. Era o início da ruptura com a forma de 
organização social, baseada na servidão entre senhores e servos. No início, o 
Serviço Social tem sua origem baseada no auxílio aos marginalizados e excluídos 
da sociedade, era realizado em forma de caridade. (TAVARES, 2012, p. 88) Tavares 
(2012, p.90) também afirma que: 
 
A relação que o homem estabelecia através da troca de seus trabalhos 
equivalente materializado em objetos, o caráter social de seus trabalhos 
aparece como sendo relação entre os produtos e seus trabalhos, entre 
coisas, independente de seus produtos. O capital não se refere apenas a 
uma soma de valores monetários, mas supõe a transformação de matérias-
primas em produção de mercadoria que possam ser consumidas por uma 
sociedade que tenha condições de materializar essa relação através da 
compra. 
 
Em primeira instância como uma atividade diretamente ligada a doutrinas 
neotomistas, como condutas e práticas puramente filantrópicas e assistencialistas, 
 
 
desenvolvidas por um grupo de visitadoras sociais, composta pelas damas da 
sociedade, ou seja, senhoras que compunham a burguesia. 
Conforme cita Tavares (2012, p. 92) “essa assistência era oferecida por um 
caráter totalmente não profissional, abstendo-se de contribuições voluntárias dos 
que detinham a riqueza, para aqueles desprovidos dela”. De certa forma, a caridade 
no início da história do Serviço Social, não era pela troca de capital era apenas troca 
de favores. 
A partir daí surgem os conflitos, entre asclasses, patrões e empregados, o 
que geram lutas incansáveis por parte dos trabalhadores, em busca de melhores 
condições de trabalho e um reconhecimento financeiro. As relações sociais se dão 
no jugo da dominação e exploração que estão presentes na sociedade capitalista, o 
trabalhador nessas condições de dominação e exploração também se vê como um 
mero reprodutor de mercadorias, mas, ao mesmo tempo, tem no seu trabalho e na 
sua produção o meio pelo qual pode reivindicar seus direitos. (REISDORFER, 2011, 
p. 19) 
A Filantropia está mais relacionada com poder de dar algo, até mesmo tempo 
e atenção, para outras pessoas ou para causas importantes com o objetivo apenas 
de se sentir bem, podendo ser praticada em igrejas, hospitais e escolas. As relações 
sociais se produzem em um contexto de exploração da força de trabalho da classe 
trabalhadora como benefícios aos sistemas capitalistas. (TAVARES, 2012, p. 93) 
Uma das possíveis manifestações de filantropia é o voluntariado, quando 
alguém investe parte do seu tempo para contribuir com uma causa solidária sem 
receber uma compensação financeira. O profissional assistente social, desde o início 
de todo esse processo, vem apresentando novas configurações, pois historicamente 
foram construídas sob a égide da caridade e assistencialismo. (REISDORFER, 2011, 
p. 21) 
O capitalismo e o Serviço social estão juntos, já que, foi pela utilidade de 
ajudar os necessitados que surgiu o serviço social juntamente com a caridade. E em 
todos os locais seja no Brasil ou fora do Brasil à base do capitalismo é o mesmo da 
origem do assistente social, estar ligado às mesmas fontes como a opressão, 
submissão da classe vulnerável sobre o mais rico. “A partir de muitas lutas que a 
classe trabalhadora conseguiu que seus direitos fossem respeitados, e o Serviço 
Social foi estabelecido como uma profissão que procede até os dias atuais” 
(REISDORFER, 2011, p. 3 
 
 
O Serviço Social teve seu começo baseado nas características 
assistencialistas, benesse e caridade, surgindo a partir da industrialização e por 
muito tempo sua atuação não teve base teórica e sem fundamento científico. O 
Serviço Social começa a sua trajetória sob uma perspectiva assistencialista, 
vinculada a ações sociais que eram protagonizadas pela Igreja católica. Nesse 
sentido, pretende-se apresentar algumas reflexões, acerca das fontes teóricas que 
permeiam os momentos históricos do Serviço Social. 
De acordo com Yamamoto (2006, p.51): 
 
chama nossa atenção para o fato de que a totalidade concreta em 
movimento se encontra sempre, em processo de estruturação onde o 
Serviço Social passa a inicia suas conquistas da valorização e o 
reconhecimento da profissão”. A reprodução das realidades sociais atinge a 
totalidade da vida cotidiana, expressando-se tanto no trabalho, na família, 
no lazer, na escola, no poder, como também na profissão. 
 
Assim, a autora coloca que o Serviço Social é construído historicamente como 
uma profissão de ajuda, relacionada ao processo de desenvolvimento da sociedade, 
considerando os aspectos sociais, históricos e econômicos que permeavam as 
relações. Mas, que através de vários movimentos sociais e lutas foi reconhecida 
como uma profissão interventiva que promove os direitos a classe menos favorecida, 
direitos violados, entre outros. 
Em definição, o Serviço Social é uma expressão concreta dos direitos do 
cidadão, embora seja efetivamente dirigido àquelas que participam do produto social 
por intermédio da sessão de seu trabalho, já que não dispõe do capital nem da 
propriedade da terra. São serviços prestados para suprir a necessidade de todos os 
membros que tem direito na sociedade, já que esse trabalho em sempre em torno do 
ser humano. (REISDORFER, 2011, p. 34) 
O interessante, que a reflexão teórica sobre Serviço Social no movimento de 
reprodução da sociedade não se identifica com a defesa da tese unilateral que tende 
a acentuar, aprioristicamente, o caráter conservador da profissão como esforço e 
apoio ao poder vigente. (IAMAMOTO, 2006, p.73) 
Logo, a construção teórica do Serviço Social é permeada por vários aspectos, 
pautada em um conjunto de princípios e conceitos filosóficos, sociológicos e 
científicos que permitem a identificação da natureza do Serviço Social. Há de 
considerar que os conhecimentos e teorias do Serviço Social se dão de modo 
 
 
dinâmico, pois se constroem de acordo com o momento histórico e social de cada 
período (REISDORFER, 2011, p. 13). 
O Serviço Social atua na base das inter-relações do binômio indivíduo-
sociedade, como prática institucionalizada, o Serviço Social se caracteriza pela 
atuação junto a indivíduos com desajustamentos familiares e sociais. Tais 
desajustamentos muitas vezes decorrem de estruturas sociais inadequadas. 
(DOCUMENTO DE ARAXÁ, 1965, p. 11; citado por REISDORFER, 2011, p.28) 
De certa forma, o Serviço Social, em sua trajetória histórica, está ligado à 
doutrina religiosa, mais especificamente à Igreja Católica, assim, para que o Serviço 
Social fosse reconhecido como profissão, era necessário sistematizar o trabalho, 
adotando procedimentos e técnicas que conferissem o caráter profissional. 
De fato, acrescenta Yasbek (2009, p.15): 
 
com o surgimento dos conflitos sociais vindo da industrialização e com a 
concentração da população em grandes centros urbana, aconteceu várias 
manifestações reivindicando seus direitos”. Com isso, o Serviço Social, em 
sua trajetória histórica, está ligado à doutrina religiosa, mas especificamente 
à Igreja Católica. 
 
Também enfatizamos o papel da Igreja que se confundia com posicionamento 
político, ligados aos movimentos reacionários. Contudo, era preciso que a igreja 
transformasse essa ideia e demonstrasse interesse em difundir seu trabalho social 
em vistas a consolidar um novo posicionamento, conseguindo assim a adesão da 
maior da sociedade. (REISDORFER, 2011, p. 13) 
No Brasil, até a década de 1940, os Assistentes Sociais careciam de 
instrumentos técnicos específicos do Serviço Social para suas atividades 
profissionais. Em vista disto, alguns profissionais receberam bolsas de estudos para 
buscar especialização em universidade norte-americana e, assim, trazer para o 
Brasil os procedimentos e instrumentais que estavam sendo utilizados pelo Serviço 
Social: de casos, de grupo, organização de comunidade e de desenvolvimento de 
comunidade. 
“A história do Serviço Social remota a uma prática da assistência social 
voltada a ações filantrópicas e de benesses, com característica de trabalho 
voluntário e de cunho assistencialista” (REISDORFER, 2011, p. 130). 
 Então foi a partir de 1930, o estado assume um papel de regulador das 
questões sociais que surgem com o processo de urbanização e industrialização, 
 
 
cabia ao estado assegurar o bem-estar da sociedade como forma de manutenção e 
legitimação do próprio poder instruído. Portanto, pode-se dizer que o Serviço Social 
foi influenciado mais pela doutrina católica do que por ideias e pensamentos 
positivistas, e com a Proclamação da república, em 1889, aos poucos, o positivismo 
foi perdendo força e a Igreja passou por um período de enfraquecimento de suas 
doutrinas. 
Segundo Iamamoto (2006, p. 74), ora, o Serviço Social, como instituição 
competente da organização da sociedade, não pode fugir a essa realidade, as 
condições que pecularizam o exercício profissional são uma concretização da 
dinâmica das relações sociais vigentes na sociedade, em determinadas conjunturas 
históricas já que surgiu junto à industrialização. 
Refletindo a colocação da autora, o Serviço Social se gesta e se desenvolve 
como profissão reconhecida na divisão social do trabalho, tendo por pano de fundo o 
desenvolvimento capitalista industrial e a expansão urbana. Processo esses aqui 
apreendidos sob o ângulo das novas classes sociais emergentes, constituição e 
expansão do proletariado e da burguesiaindustrial e das modificações verificadas na 
composição de grupos e frações de classes que compartilham o poder de Estado 
em conjuntura histórica específicas. 
Através de muitas lutas o primeiro documento conhecido como Documento de 
Araxá, reuniu em seminário 38 Assistentes Sociais de vários Estados e aconteceu 
na cidade de Araxá-MG, de 19 a 26 de março de 1967 e foi considerado um marco 
fundamental no movimento de conceituação, pois iniciou as discussões acerca do 
que era o Serviço Social, apresentando uma visão cientifica e pratica da profissão. 
(REISDORFER, 2011, p.28) 
Desta forma, o Serviço Social no Brasil afirma-se como uma profissão, 
estreitamente integrado ao setor público em especial, diante da progressiva 
ampliação do controle e do âmbito da ação do Estado junto a Sociedade Civil. 
Vincula-se, também, a organizações patronais privadas, de caráter empresarial, 
dedicadas às atividades produtivas propriamente ditas e à prestação de serviços 
sociais à população. 
De acordo com Vieira (2007, p. 79), “a necessidade de conhecer bem levou 
os assistentes sociais a se aproximarem de procedimentos de caráter científico a 
pesquisa, do uso da estatística, e método monográficos”. 
 
 
Cabe destacar ainda, que a postura dos Assistentes Sociais e a profissão do 
Serviço Social sofreram todas as influências teóricas e filosóficas logo no início de 
sua trajetória, e isso contribuiu com muita significância para a sua atuação. A prática 
se dar no processo coletivo de trabalho e para entender esse contexto é preciso ter 
conhecimento da realidade social e investir em ações que possam contribuir na 
melhoria de vida da população. 
 
Serviço Social na Contemporaneidade 
 
O cenário histórico-conjuntural da sociedade brasileira e suas incidências 
apresentam as expressões da questão social, além de configurar a reestruturação 
profissional do assistente social diante das transformações na contemporaneidade. 
Pensando em trabalho e no Serviço Social, devemos fazer algumas breves reflexões 
históricas a seu suspeito como enfatizar a autora a seguir. 
Segundo Iamamoto (2008, p. 83-84) coloca: “um dos veios analíticos, 
inaugurado na década de 1980, consiste em o Serviço Social como uma 
especialização do trabalho coletivo, dentro da divisão técnica do trabalho, partícipe 
da produção e reprodução das relações sociais”. 
Hoje é possível perceber que novas questões sociais se apresentam como 
desafios profissionais do serviço social, além daquelas já reconhecidas, dentre elas, 
podemos citar a questão dos direitos humanos, cidadania e autonomia, novas 
composições familiares, economia solidaria e ainda os impactos sociais de questões 
ambientais. 
Nesta perspectiva, podemos observar que está especialização laboral do 
assistente social pode ser considerada um resultado das transformações do mundo 
moderno onde a globalização vem se inovando com as novas tecnologias. Com isso, 
as mudanças se apresentam claramente, com diversas demandas impostas ao 
profissional do Serviço Social. 
Desta forma, a necessidade de compreender mais fundo esta categoria 
profissional, que: “além de indispensável para a compreensão da atividade 
econômica, faz referência ao próprio modo de ser dos homens e da sociedade”. 
(NETTO; BRAZ, 2007, p. 29) 
 
 
Portanto, o Assistente Social deve ter a habilidade de reconhecer as 
necessidades da sociedade na atual conjuntura, observar as tendências se seu 
campo profissional e explorar as novas possibilidades. Como coloca o autor acima, o 
profissional deve compreender o contexto social que vai atuar desde a parte social 
até a parte econômica do seu país. 
Por muito tempo o Serviço Social ocupou-se de questões essencialmente 
relacionadas às Políticas Públicas, especialmente das reduções da pobreza, no 
acesso à saúde e na promoção a inclusão social. Mas, ao passar dos anos passou a 
incorporar atividades relacionadas a diversos seguimentos na sociedade relacionada 
às Políticas como: atendimento as crianças e adolescentes (regulamentada pelo 
Estatuto da Criança e do Adolescente, em 1990), atendimentos aos idosos com a 
regulamentação do Estatuto do Idoso, em 2003, entre também questões de 
violências domésticas, entre outros. (PIERISTZ, 2012, p. 101) 
Nossa sociedade tecnologicamente vem crescendo gradativamente, desde 
que o homem se conhece enquanto homem, ou seja, não somente como individual, 
mas como ser coletivo, sua vida é mediatizada pelo trabalho. “O trabalho, portanto, é 
constituinte de sua essência enquanto ser social é nessa realidade social que o 
Serviço social atua de forma consistente assumindo seu papel de junto as questões 
sociais”. (TAVARES, 2012, p.88) 
A atuação do Assistente Social na atualidade deve atuar de forma 
transformadora, identificando as diversas questões sociais através de suas ações. 
Pode-se colocar que, que uma das questões centrais para a prática profissional do 
Assistente Social é a intencionalidade da ação, ou seja, a consciência relativa da 
mesma. O Assistente Social deve constantemente, refletir sobre a sua ação e a 
estratégias que desenvolverá para mediar os seus instrumentos e técnicas da ação 
profissional. 
Como todos sabem vivemos em um mundo de constantes transformações 
políticas, econômicas, ecológicas/ambientais, geográficas, territoriais, sociais e 
culturais. Estes fatores influenciam diretamente na prática profissional do assistente 
social, desencadeando diversos desafios no cotidiano profissional. 
De acordo com Yamamoto (2006, p. 321): 
 
o momento que vivemos é um momento pleno de desafios, mais, do que 
nunca é preciso ter coragem, é preciso ter esperança para enfrentar o 
presente. “É preciso resistir e sonhar, é necessário alimentar os sonhos e 
 
 
concretizá-los dia a dia no horizonte de novos tempos mais humanos, mais, 
solidários” e com melhor qualidade de vida. 
 
O profissional de Serviço Social na contemporaneidade vem passando por 
vários desafios, a realidade social do cotidiano das diversas questões sociais, exige 
um conhecimento profundo dessa realidade. Contudo, o assistente social deve 
conhecer os problemas sociais e buscar junto aos programas soluções para superá-
los. 
Os Assistentes Sociais são desafiados neste tempo de divisas, de gente 
cortada em suas possibilidades de trabalho e de obter meios de sobrevivência, 
ameaçada da própria vida. Tempos de crise, em que cresce o desemprego, o 
subemprego, a luta por meios para sobreviver no campo e na cidade. Tempos 
extremamente difíceis para todos aqueles que vivem do trabalho: para defesa do 
trabalho e para a organização dos trabalhadores. 
Tendo em vista, o argumento da autora que foi publicado em 2008, hoje com 
mais de oito anos, o Brasil vem passando por crises constantes, seja na Política que 
de certa forma, influência na parte econômica, social e cultural. 
“Tempos pautados pela hegemonia do capital, do mercado e da revolução 
tecnológica e científica, que possui por consequência a redução da demanda do 
trabalho e o aumento da pauperização da população”, vem desencadeando um 
acelerado processo de exclusão econômica, política e social. (TAVARES, 2012, p.94) 
Com isso, nossas crianças e adolescentes, homens, mulheres, idosos, 
portadores de deficiências físicas, entre outros, são alvo direto dos mais diversos 
tipos de violência, discriminação e exclusão, formando um contexto interminável de 
expressões da questão social, objeto direto da prática profissional do assistente 
social. 
É nesse contexto sócio histórico contemporâneo que os assistentes sociais 
desenvolvem sua prática profissional, buscando estratégias de enfrentamento e 
superação das mais diversas expressões da questão social. 
Um dos maiores desafios que o Assistente Social vive no presente é, 
“desenvolver sua capacidade de decifrar a realidade e construir propostas criativas 
de trabalho, capazes de preservar e efetivar direitos, a partirde demandas 
emergentes do cotidiano”. (IAMAMOTO, 2008, p.20) 
Ser um profissional propositivo e não só um executivo, deve aplicar seus 
métodos conforme a realidade assistida em sua atuação, em relação ao cotidiano da 
 
 
população usuária, para assim, proporcionar possibilidades de enfretamento das 
questões sociais. 
O Assistente Social é um profissional que possui competência e habilidade 
para exercer um poder de negociação junto às instituições públicas, privadas e 
ONGs na busca de possibilidades e alternativas de enfrentamento dos diversos 
problemas sociais que lhes são apresentados como demanda de trabalho. 
Diante disso, complementa que esta afirmação expondo que “a abordagem do 
Serviço Social como trabalho supõe aprender a chamada “prática profissional” 
profundamente condicionada pelas relações entre o Estado e a Sociedade Civil, ou 
seja, pelas relações entre as classes na sociedade”. (IAMAMOTO, 2008, p. 22-23) 
Para exercer suas práticas para o profissional assistente social possui como 
apoio teórico o regulamento e o Código de Ética, que norteia o seu agir profissional. 
Contudo, diante de tudo que foi visto até este momento o Serviço Social na 
contemporaneidade tem muitos desafios mais, como sua prática profissional é uma 
profissão que se ocupa, entre outras questões, com relação sociais, o profissional 
deve estar em constante formação, se qualificando conforme a demanda que vai 
atuar. Pois, sabemos que a sociedade atual vem passando por grandes mudanças, 
ocorrendo uma grande competitividade nesse mercado. 
Afirma Amorim (2007, p.1) que: 
 
O serviço social é uma profissão inserida na divisão social e técnica do 
trabalho, bem como na totalidade das relações sociais, por isso é 
historicamente determinado pelas relações entre classes em confronto na 
sociedade capitalista. A sua intervenção profissional desenvolve-se nas 
organizações estatais, empresariais, majoritariamente, através da execução 
direta de serviços sociais. Assim, o assistente social, ao ser inserido na 
divisão social e técnica do trabalho, como vendedor de sua força de 
trabalho, tem que atender as demandas constituídas às quais vinculados, e 
isso que marca o seu perfil de assalariado. 
 
Com essas características o profissional Assistente Social cria técnicas de 
intervenções para adaptar à realidade ao novo tipo de demanda, já que o Serviço 
Social possui um âmbito de ação extremante abrangente. A transformação que a 
sociedade atual vem passando em todos os âmbitos requer do assistente social uma 
gama de atribuições instrumentais e técnicas suficientes para proporcionar repostas 
necessárias a população usuária. 
Nessa direção, compreendemos que os Assistentes Sociais, por meios de 
suas mediações dos conflitos gerados pelo capital trabalho, as questões sociais, que 
 
 
historicamente vem se transformando, buscam as respostas destas questões por 
meio de sua intervenção mediadora da realidade social, assim, o seu agir 
profissional. 
“De nenhuma forma pode-se esquecer que estas desigualdades sociais se 
apresentam de forma diferente no decorrer da própria história da humanidade”. 
(TAVARES, 2012, p. 116) 
Nesse sentido, podemos observar que, hoje, o Assistente Social também 
exerce outras funções nas instituições privadas e estas podem ser desenvolvidas 
em conjuntura com outros profissionais. E essas novas funções se apresentam com 
um nível mais elevado tipo: gerência de departamento de recursos humanos da 
organização, como analistas de comportamentos produtivos, mediador das relações 
pessoais nas empresas entre outras atribuições. 
Verificamos na atualidade a formação profissional demanda cada vez mais 
qualificada na teórica e prática nas ações da prática profissional do assistente social. 
Neste sentido, “a contemporaneidade exige cada vez mais profissionais qualificados, 
dotados de conhecimento especializados e atualizados, flexibilidade intelectual no 
encaminhamento de diferentes situações e capacidade de análise para decodificar a 
realidade social”. (OLIVEIRA, 2003, p. 43) 
Portanto, podem 1.3 verificar que, no decorrer destas últimas décadas, houve 
a construção de um projeto ético-político profissional, que desencadeou: o Código 
de Ética em 1993, A Lei da Regulamentação Lei nº 8.662/1993 e as Novas Diretrizes 
Gerais do Corso de Serviço Social de 1999. Tornando cada vez mais forte a 
formação profissional do assistente social, com maior qualidade, consolidando a sua 
especialidade no mundo do trabalho. 
 
1.2 A GENÊSE DO SERVIÇO SOCIAL 
 
Neste capítulo serão abordados, os processos históricos do Serviço Social, ao 
longo de sua história, desta forma, serão vislumbrados os fatores que culminaram 
com a consolidação do Serviço Social enquanto profissão. 
Neste sentido, para compreender o contexto das origens do Serviço Social, 
neste capítulo serão elencados fatores acerca da consolidação do capitalismo, as 
revoluções ocorridas na época, como por exemplo, a Revolução Industrial e o 
acirramento das lutas de classes. Diante disto, o capitulo busca, ainda, enfatizar as 
 
 
transformações que ocorrerem neste período em todo o mundo, assim como, o 
papel do Serviço Social diante das novas configurações que estavam emergindo 
paralelamente com todas as mudanças sociais que estavam ocorrendo. 
Serão discorridos ainda, a participação das “Damas da caridade” figuras de 
relevante importância para a sociedade, elas surgiram na Europa e foram as 
primeiras a realizarem um papel social e que tiveram significativos impactos para a 
assistência social. Desta forma, compreende-se que foi a partir da atuação das 
“damas da caridade” que nasceram os primeiros debates acerca da necessidade de 
profissionalizar o Serviço Social. Sendo assim destaca-se a participação de Mary 
Richmond que se deteve em registrar de forma mais sistemática o que seria na 
realidade o serviço social. 
Para finalizar o Capítulo I, fará ainda, um destaque histórico da gênese do 
Serviço Social, dentro do contexto nacional, ou seja, serão elencadas as O 
assistente social está inserido dentro das Instituição não governamentais e privadas, 
garantido direitos sociais e implementando e efetivando, os mesmo com estratégias 
e resposta a questão social. O Assistente Social trabalha para a inclusão social de 
adolescente e jovem em situação de vulnerabilidade social e econômica. questões 
pertinentes ao Brasil, demonstrando como se deu a construção do serviço social e 
suas implicações para a nova realidade que estava surgindo à época. Desta forma, 
neste capítulo, busca-se demonstrar o contexto histórico do surgimento do serviço 
social e sua importância para a construção de um mundo melhor, com menos 
conflitos sociais. 
Para compreender a gênese do Serviço Social há de considerar, inicialmente, 
as transformações ocorridas com as revoluções europeias do século XVIII, estas 
tiveram significativa importância para a consolidação do capitalismo e, ao mesmo 
tempo que rompem com o sistema tradicional de forma de organização social 
De acordo com Santos (2006), o capitalismo teve participação fundamental no 
surgimento do Serviço Social, tendo em vista a que a diferenciação e os 
antagonismos entre as classes se acentuavam e o desenvolvimento do capitalismo, 
em sua fase mercantil, introduzia significativas alterações na estrutura, relações e 
processos sociais. Desta forma, o autor demonstra que o surgimento do serviço 
social está diretamente vinculado às transformações que se consolidaram no 
decorrer de vários séculos tendo como fator principal à efervescência de fatos 
sociais, culturais e econômicos provindos do capitalismo já citado acima, das 
 
 
revoluções industrial e francesa, lutas de classes, surgimento da burguesia, dentre 
outras coisas. 
Segundo Bertti e Cunha (2014, p. 24), com a consolidação da Revolução 
Industrial na Europa Ocidental e Estados Unidos, as fábricas se constituem como 
umnovo modelo de produção, surgindo então, o capitalismo industrial, no entanto, 
as autoras destacam, que essas fábricas demandavam um quantitativo muito grande 
de mão de obra. Sendo assim, surgem então os primeiros problemas sociais uma 
vez que, uma grande quantidade de trabalhadores passa a viver em volta da 
indústria, sendo designados enquanto proletariados à classe social que aliena sua 
força de trabalho ao empresário capitalista. 
A população operária era explorada pela classe dominante, e o Estado era 
subordinado a ela, pois tinha como propósito proteger o capital e seus possuidores. 
Vale destacar ainda, que nos primórdios, as fábricas não eram munidas dos 
melhores ambientes de trabalho. As condições eram extremamente precárias, a 
remuneração era baixa e o trabalho feminino e infantil se fazia constantemente 
presente. Os empregados trabalhavam por longas jornadas de trabalho, sujeitando-
se a castigos físicos por parte de seus patrões. Inexistiam quaisquer direitos 
trabalhistas, como férias, décimo terceiro salário, auxílio doença etc. 
Diante exploração vivenciada pela população fabril foi tão relevante que a 
levou a conflitar com a finalidade de melhorar suas condições de trabalho, por meio 
de inúmeras manifestações. Assim, restou à burguesia a busca por novas táticas, 
uma vez que seu objetivo residia na expansão de seu modo de produção, 
dominando a exploração e a opressão para com os seus subordinados. Porém, isso 
só gerou mais miséria por parte da classe trabalhadora, a qual continuou se 
colocando contra a classe dominante. Mediante essa situação, a classe dominante 
tomou consciência de que era preciso fazer algo para controlar o teor das 
manifestações e conter a propagação da pobreza. 
Dessa maneira, ocorreram as primeiras práticas assistencialistas, as quais 
viabilizavam a conservação das ordens capitalistas, fazendo com que os 
proletariados não mais questionassem, mas sim, aceitassem suas condições de vida 
e de trabalho. 
Para Bertti e Cunha (2014), conforme a expansão do capitalismo pelo mundo, 
cresciam também, os níveis de pobreza do proletariado, com isso, os grandes 
empresários das industrias, juntamente com a Igreja Católica e as autoridades locais, 
 
 
se uniram no intuito de transformar a assistência pública. Para solucionar esses 
problemas, incumbiram os reformistas sociais de exercerem sua função realizando 
um inquérito da vida pessoal e familiar do atendido, e o mesmo tinha que assumir a 
dependência em relação ao poder público, sendo dessa forma controlado. 
A nova tática ainda era incumbida para assegurar a manutenção e 
propagação e/ou extensão do capitalismo. Inúmeros outros conflitos continuaram a 
ocorrer, levando a burguesia, a Igreja e o Estado a unirem-se, acarretando, assim, 
na origem da Sociedade de Organização da Caridade, no ano de 1869. A 
mencionada Sociedade organizou os reformistas sociais, os quais se 
responsabilizavam pela reforma e regulamentação da prática da assistência da 
sociedade. A partir de então, apareceram os primeiros assistentes sociais, os quais 
executavam práticas referentes à assistência social. A profissionalização dos 
mesmos acontecia por meio da prestação de serviços, designado como Serviço 
Social, denominação essa que fora utilizada pelos Estados Unidos, em 1904. 
Ainda de acordo as autoras Bertti e Cunha (2014), foi criada, no ano de 1908, 
na Inglaterra, a primeira escola de Serviço Social. Posteriormente à sua fundação, 
inúmeras outras escolas foram criadas por conhecimentos e atendimentos 
especializados, sempre apoiados pela Igreja Católica. Com o decorrer dos anos, a 
ação social estava cada vez mais ligada à política, agindo com o objetivo de acalmar 
os ânimos dos trabalhadores, controlando, dessa forma, as suas manifestações; 
também ocultavam o semblante da miséria, atendendo aqueles que nela residiam. 
Nos anos seguintes do fim da guerra, a relação com a Igreja Católica fora 
trocada para o Estado, remetendo a prática social para outro contorno. Em 1917, 
com a obra “Diagnóstico Social”, da autora Mary Richmond, o serviço social 
apresentou um considerável avanço enquanto profissão, levando em conta o 
entendimento do sujeito, enfatizando o fortalecimento do ego para a obtenção do 
êxito no tangível à solução de problemas internos e externos. 
Portanto, para Iamamoto (2004), o serviço social não deve ser analisado 
apenas uma nova maneira de realizar a caridade, mas sim, como uma forma de 
intervenção ideológica na vida dos trabalhadores, ainda que seu fundamento seja a 
atividade assistencial; no entanto, os efeitos produzidos são essencialmente 
políticos, por meio do “enquadramento” dos trabalhadores nas relações sociais 
vigentes, reforçando a recíproca colaboração entre capital e trabalho. 
 
 
De acordo com Yamamoto (2006), a implantação do Serviço Social, se dá no 
decorrer deste processo histórico. Não se estabelece, portanto, em ações coercitivas 
de oriundas do Estado, uma vez que, ela se origina a partir da iniciativa particular de 
determinados grupos e frações de classe, que se manifestam, principalmente, por 
meio da intervenção da Igreja Católica. Possui em seu início uma base social bem 
restrita e fontes de recrutamento e formação de agentes sociais informados por uma 
ideologia igualmente determinada. A especificidade maior que reveste o Serviço 
Social desde sua implantação não está, no entanto, no âmbito das características 
que mais evidentemente o marcam. Historicamente se localiza na demanda social 
que legitima o empreendimento. 
Dentro deste contexto, Netto (2011) compreende que “é somente na 
intercorrência do conjunto de processos econômicos, sócio-políticos e teórico-
culturais [...] que se instaura o espaço histórico-social que possibilita a emergência 
do Serviço Social como profissão”, e ainda conclui que compreensões diferenciadas 
que desconsideram essa dimensão histórica da realidade “transformam-se [em] [...] 
crônica essencialmente historiográfica e linear” (Ibidem). 
Portanto, de acordo com Netto, não se analisa a gênese profissional tendo 
como ponto de partida a própria história linear da profissão, isto é, como uma 
“evolução da ajuda”, “racionalização da filantropia” ou “organização da caridade”, 
mas a profissionalização vincula-se “à dinâmica da ordem monopólica” (Ibidem). 
Nesse sentido, longe de se pensar ideologicamente, compreende-se a profissão 
como produto histórico da ordem monopólica do capital, colocando o contexto 
histórico-social como protagonista no processo de análise da realidade do Serviço 
Social. 
 
Damas da Caridade no Serviço Social 
 
Conforme Estevão (1992) ao traçar uma linha do tempo para contar a história 
de como surgiu o serviço social a enfatiza como algo que ocorreu paralelamente a 
construção da história da sociedade e conclui dizendo que este é fruto da união 
entre cidade e indústria. Seguindo os passos da história, o primeiro a ser colocado 
pela autora supracitada é o estado em que viveu a assistência social quando do 
trabalho realizado pelas Damas de Caridade até o despertar teórico de Mary 
 
 
Richmond que se deteve em registrar de forma mais sistemática o que seria na 
realidade o serviço social. É aí que se dá o seu nascimento e que se passa a sua 
infância. É o surgimento do capitalismo o fato que marca a necessidade da classe 
burguesa se defender da mais pobre, instituindo então com sua recém-chegada o 
poder as tarefas que se destinam aos que não tinha muitas posses, mas tudo 
funcionava como obra da caridade instituída pela associação entre igreja e classe 
política. 
Segundo Estevão (1992), somente a partir da segunda metade do século XIX 
é que algumas pessoas, na França e na Alemanha, organizam um trabalho 
assistencial mais técnico, pois se dividiam os grupos de caridade em grupos de 
vizinhança. Porém, o trabalho era voluntário e realizado de forma verticalizada, ou 
seja, osque tinham bens ajudavam aos pobres. Foi daí que surgiram as 
denominadas “Damas de Caridade”. Elas, na verdade observavam as necessidades 
por meio de visitas para poder partir para a ajuda. 
Foi deste trabalho, que segundo a autora instituiu-se um marco importante 
para a Organização da Assistência Social: a fundação em 1869 da Sociedade de 
Organização da Caridade na cidade de Londres. Este é o momento em que se 
instauram princípios de organização da assistência social que são disseminados por 
todos os países capitalistas em que se desenvolve a instalação de escolas se 
serviço social, pois a sociedade vive essa necessidade, imposta pelas constantes 
crises. Até aqui, segundo Estevão (1992), ninguém se preocupava em definir, de 
forma mais sistemática e teórica o que seria o serviço social ou quais as diferenças 
entre a assistência social praticada pelas Organizações de Caridade e o Serviço 
Social propriamente dito. Mais precisamente em 1965, questionamentos levantados 
pelo próprio serviço social inserem no contexto do seu foco central as questões 
políticas. É nesse enfoque, que os Assistentes Sociais deixam de falar em pobre, 
carente, desenvolvimento de comunidade e patologia social para direcionar o 
discurso às mudanças de estrutura, trabalhadores, compromisso com a população e 
revolução. No entanto, haviam entraves a serem considerados porque até esse 
momento o assistente social seguia: ou os rumos indicados pelo sistema político, 
quando o trabalho era realizado em instituições públicas ou os ditames do patrão, 
quando estava ligado a uma empresa. 
 
“Fazer serviço social era reproduzir a ideologia burguesa, capitalista e 
exploradora”. Para mudar esse quadro o Serviço Social passou a ser 
 
 
chamado de “Trabalho Social”. Só que, no espaço de tempo em que as 
mudanças aconteceram, havia um cenário histórico como fator 
preponderante, no sentido de influenciar os estudos que fundavam o sentido 
do verdadeiro Serviço Social (ESTÊVÃO, 1992, p. 38). 
 
Sendo assim, para a autora, as transformações mais profundas que 
funcionavam como fatores de constituição do conceito de assistência social na 
atualidade se iniciaram nos anos 1970, quando os direitos humanos foram 
instituídos pela Organização das Nações Unidas (ONU) e o Serviço Social se deitou 
no “Divã do analista” (Estevão, 1992, p. 1). Ainda havia a naturalização da 
mercantilização da vida, essa reforma social e moral busca, entre outros objetivos, 
transformar o cidadão sujeito de direitos num cidadão consumidor; o trabalhador 
num empreendedor; o desempregado num cliente da assistência; e a classe 
trabalhadora em sócia dos grandes negócios (Mota, 2008). 
Demarcando a origem do Serviço Social como profissão, registra-se que em 
1899, na cidade de Amsterdã, funda-se a primeira Escola de Serviço Social do 
mundo, configurando-se como um marco na profissão secularizada. Nesse contexto 
nasce a Sociologia que dará suporte teórico a profissão. No entanto, mesmo 
constituída como profissão, os profissionais de Serviço Social ingenuamente 
sustentavam a ideia de que os pobres eram a causa de sua própria situação 
(Estevão, 1985). 
Conforme Estevão, (1985) no processo de legitimação da profissão, Mary 
Richmond assistente social norte-americana, no início do século XX, teve a 
sensibilidade de começar a refletir e a sistematizar cientificamente a respeito do que 
é Serviço Social e de como essa profissão deveria ser exercida. “Ela é a primeira a 
escrever sobre a diferença entre “Assistência Social”, ou caridade, ou filantropia, e o 
Serviço Social propriamente dito”. Além de desenvolver a técnica de tratar os 
indivíduos isoladamente (Serviço Social de Caso), o qual metodologicamente 
buscava compreender e resolver os problemas dos indivíduos de forma particular, 
sem levar em consideração os diversos fatores internos e externos da realidade de 
cada sujeito, afirma Estevão (1985). 
Com relação ao Brasil, a origem do Serviço Social, bem como, sua 
institucionalização, está inserido nas décadas de 1930 e 1940, e não deve ser 
entendido como um acontecimento isolado ou natural, pelo contrário, deve ser 
considerado o resultado de dois processos que, relacionados, geraram as condições 
 
 
sócio históricas necessárias para que a profissão iniciasse seu percurso histórico no 
cenário brasileiro. 
Segundo Yamamoto (2011), a gênese do Serviço Social no Brasil, enquanto 
profissão inscrita na divisão social do trabalho está relacionada ao contexto das 
grandes mobilizações da classe operária nas duas primeiras décadas do século XX, 
pois o debate acerca da “questão social”, que atravessa a sociedade nesse período, 
exige um posicionamento do Estado, das frações dominantes e da Igreja. 
A cultura e exportação do café foram decisivas na política econômica do país, 
o que levou a uma concentração em terras mais férteis e ao atraso no processo de 
industrialização, produzindo um crescente número de desempregados como forma 
de reduzir os salários e aumentar a exploração. Para Martinelli (1997 p. 29) ao 
definir o capitalismo na vertente do pensamento marxista, “o capital é uma relação 
social e o capitalismo um determinado modo de produção, marcado não apenas pela 
troca monetária, mas essencialmente pela dominação do processo de produção pelo 
capital” Assim, esse grande número de desempregados determinantes do 
aparecimento de uma nova classe constituída pelos que nada tinham, exceto a força 
de trabalho” – sem os meios de produção, ficava à espera dos detentores do capital, 
que “ representavam apenas uma minoria da sociedade”. 
Tendo como competência elaborar, implementar e executar políticas sociais, 
mais especificamente políticas públicas, profissionais nos termos de Netto, (1992) 
apresentam-se como “um executor terminal de políticas sociais, intervindo 
diretamente com a população usuária” (NETTO, 1992 apud IAMAMOTO, 2008 p. 20). 
Pois sua função enquanto profissão para classe burguesa deve seguir na direção de 
amenizar conflitos, uma vez que “se alicerça tanto no processo conservador de 
manutenção da ordem como no processo renovador [...] de mudança do 
comportamento em função das normas de higiene social, controle bi psíquico, 
recuperação dos indivíduos” (FALEIROS, 2005 p. 13). 
Nessa direção, na operacionalização de sua intervenção os assistentes 
sociais recém-formados em 1936, atuariam na mudança de hábitos das famílias e 
pessoas, na perspectiva de melhorar os comportamentos, condições de higiene, à 
moral e à sua inserção na ordem social. 
Foi neste período conturbado que surgiu o Serviço Social no Brasil, numa 
sociedade urbano-industrial dos anos de 1930, numa conjuntura característica do 
desenvolvimento capitalista marcada por conflitos de classe, pelo crescimento 
 
 
numérico e qualitativo da classe operária urbana e pelas suas lutas sociais contra a 
exploração do trabalho e pela defesa dos direitos de cidadania. O Serviço Social 
surgiu com o desdobramento da Ação Social e da Ação Católica da Igreja, 
monopólio na formação de agentes sociais especializados. Yamamoto e Carvalho 
relatam sobre esse processo: 
 
A implantação do Serviço Social não é [...] um processo isolado. Relaciona-
se diretamente às profundas transformações econômicas e sociais [...]. Seu 
surgimento se dá no seio do bloco católico, que manterá por um período 
relativamente longo um quase monopólio de formação dos agentes sociais 
especializados, tanto a partir de sua própria base social, como de sua 
doutrina e ideologia. O Serviço Social não só se origina do interior do bloco 
católico, como se desenvolve no momento em que a igreja se mobiliza para 
a recuperação e defesa de seus interesses e privilégios corporativos, e para 
a reafirmação de sua influência normativa na sociedade.[...].O Serviço 
Social começa a surgir como um “departamento” especializado da Ação 
Social e da Ação Católica, num momento extremamente importante paraa 
definição do papel da Igreja dentro das novas características que 
progressivamente vai assumindo a sociedade brasileira. (IAMAMOTO, 
1998, p. 213). 
 
Conforme estudos de Bochetti (2003), no Brasil, a assistência social também 
segue a mesma linha de concepção histórica baseada na caridade, filantropia e na 
solidariedade religiosa. Até a década de 1940, essa corrente perdurou. Em 1947 foi 
criada a Legião Brasileira de Assistência (LBA) com o objetivo de atender as famílias 
das pracinhas combatentes da Segunda Guerra Mundial. Inicialmente caracterizou-
se por um atendimento materno-infantil. Posteriormente, esta instituição foi 
crescendo e sua linha programática foi acompanhando as demandas do 
desenvolvimento econômico e social do país, bem como da população em estado de 
vulnerabilidade social. 
Estevão (1992) coloca como momentos marcantes para a grande virada de 
concepções, dois: a rearticulação da Associação Profissional dos Assistentes Sociais 
de São Paulo (APASP) que ocorreu em 1978 e o III Congresso Brasileiro de Serviço 
Social que ocorreu em 1979. Esses fatos contribuíram para que a Assistência Social 
de hoje seja vista como um instrumento do cidadão na luta para que os seus direitos 
sejam cumpridos dentro de uma sociedade que proclama a democracia. 
Para Faleiros, (2001, p. 89) a estratégia de ajustar a falta de entrosamento e 
defeito do indivíduo nas relações sociais, o trabalho social tinha papel imprescindível 
de corrigir os abusos e atenuar as rebeliões no intuito de aliviar o sofrimento e 
melhorar a situação de milhares de seres humanos, ao tentar realizar essa tarefa o 
 
 
trabalhador social tinha uma visão ingênua e maniqueísta: “Ingênua porque 
pressupunha a solução dos problemas globais partindo de cada um deles 
isoladamente. Maniqueísta porque dividia o mundo entre bons e maus, abusadores 
e não abusadores rebeldes e integrados” 
Diante disso, as igrejas tinham também, uma missão social de impor a paz 
política e a de fazer caridade, com intuito muito claro de apaziguar os conflitos da 
população que sofria com todas as formas de desigualdades e explorações. A 
justificativa dessas instituições era cumprir os seus deveres com os pobres, afirma 
Estevão, (1985). Assim, a classe dominante propagava aos sujeitos a culpa pela sua 
própria condição, considerando-os culpados por sua pobreza e seus fracassos, 
conforme destaca Faleiros, (2001). 
Nessa conjuntura, não existia a profissão de Serviço Social, ou seja, a 
profissão não era regulamentada, mas das damas de caridades “assistentes sociais”, 
contribuíam voluntariamente para realizar atividades solicitadas pelas igrejas. Um 
marco importante para a organização da Assistência Social é a fundação em 1869 
da Sociedade de Organização da Caridade em Londres (Estevão, 1985). 
Para Yamamoto e Carvalho (2008), as atividades da caridade tradicional 
ganham uma nova conformação e certo caráter organizativo, contando com famílias 
da burguesia paulista e carioca, que passam a contar com o aporte do Estado, o que 
possibilita realizar obras sociais mais abrangentes. Podemos destacar o surgimento 
de duas instituições assistenciais, em 1920, no Rio de Janeiro, a Associação das 
Senhoras Brasileiras e, no ano de 1923, a Liga das Senhoras Católicas, em São 
Paulo. Essas instituições surgem dentro do movimento de reação católica e visam 
atender algumas demandas oriundas do processo de desenvolvimento capitalista. 
Essas ações podem ser consideras como o embrião do Serviço Social brasileiro. 
Os períodos que compreendem os anos de 1930, 40 e 50 foram períodos 
básicos do processo de consolidação do sistema industrial brasileiro. Ao mesmo 
tempo em que houve um expressivo crescimento da industrialização, percebe-se o 
avanço do desenvolvimento econômico, social e político. Esse contexto, sem dúvida, 
intensificou as relações sociais, peculiares ao sistema social capitalista. 
Nesta citação, Yamamoto (1992) identifica onde se apoia o Serviço Social, no 
início da formação profissional: 
O Centro de Estudos e Ação Social de São Paulo (CEAS) é considerado 
como manifestação original do Serviço Social no Brasil, surge com o 
incentivo e sob o controle da hierarquia. Aparece como condensação da 
 
 
necessidade sentida por sacerdotes da Ação Social e Ação Católica [...] Seu 
início oficial será a partir do “Curso Intensivo de Formação Social para 
Moças” promovido pelas Cônegas de Santo Agostinho, para o qual fora 
convidada Mlles. Adele Loneaux da Escola Católica de Serviço Social de 
Bruxelas. “Ao encerrar-se o curso, será feito um apelo para a organização 
de uma ação social visando atender o bem-estar da sociedade”. 
(YAMAMOTO, 1992, p. 168). 
 
Nesta lógica, a autora destaca a fundamentação da origem do serviço social, 
no que diz respeito a formação do profissional e sua importância em promover o 
bem-estar da sociedade. 
As ações do CEAS se desenvolvem e ganha vulto na sociedade, orientando 
suas atividades para uma formação técnica especializada, visando difundir a 
doutrina social da Igreja. Para isso, atua diretamente junto ao proletariado. Segundo 
Yamamoto (2013) e Aguiar (2011), no ano de 1932, o CEAS envia para a Bélgica 
duas de suas fundadoras, para que essas estudem a organização e o ensino do 
Serviço Social. Até que, no dia 15 de fevereiro de 1936, instala-se, no Brasil, a 
Escola de Serviço Social de São Paulo, a primeira do país. 
Assim como ocorria em outras cidades, naquela época, a capital federal 
realiza em 1936, pela primeira vez, a Semana de Ação Social. A dinâmica 
constitutiva da cidade do Rio de Janeiro, por seu desenvolvimento econômico, 
importância política e diversidade de serviços, faz com que haja uma maior 
participação das instituições públicas nas ações assistenciais. Nesse ano, ainda, 
realizam-se o “primeiro curso intensivo de Serviço Social com duração de 3 meses” 
e também um curso prático de Serviço Social, que já apresenta um caráter de 
difusão do conhecimento, visto que conta com a participação das “duas primeiras 
Assistentes Sociais paulistas, recém-formadas na Bélgica”. 
As experiências de São Paulo e do Rio de Janeiro foram determinantes para 
o desenvolvimento do Serviço Social brasileiro e exerceram forte influência no 
surgimento de outras escolas por todo o país. 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO II 
CONTEXTUALIZANDO POLÍTICA NA ASSISTÊNCIA SOCIAL. 
 
A política social é a formação patrões de proteção 
social são desdobramento e até resposta e formas de 
enfretamento geral setorializada e fragmentada. 
 
(Behring & Boschetti, 2006) 
 
Neste capítulo serão discorridas questões relacionadas às políticas sociais, 
no mundo, buscando contextualizar suas características e definições, enfatizando a 
intervenção do Estado nas questões sociais e econômicas, com isso, serão levados 
em consideração seus aspectos conceituais e históricos. O objetivo deste capítulo é 
demonstrar em que momento o poder do Estado fica mais evidentes e qual a 
participação deste na redução e/ou combate das mazelas sociais que se acirravam 
pelo pais juntamente com a ascensão do capitalismo. 
Serão abordados ainda as questões sociais e as políticas públicas no sentido 
de responder aos anseios das classes menos favorecidas, e como as políticas 
públicas. Com isso, serão consideradas nuances que fizeram parte da construção 
das políticas sociais. Portanto, fica em evidência que a “questão social” surge da 
relação contraditória capital-trabalho, onde há uma classe dominante, que dita as 
regras no sistema capitalista, e uma classe explorada que vende sua força de 
trabalho e sofre as consequências desse processo exploratório, como a pobreza, o 
desemprego, a negação dos seus direitos, dentre outros, gerando, assim, a disputa 
de classe. 
Para finalizar,serão analisados ainda alguns aspectos que têm contribuído 
para o fortalecimento das políticas sociais no Brasil, seus impactos na redução da 
pobreza, assim como demonstrar suas origens e objetivos para o país. 
 
2.1 POLÍTICAS SOCIAIS NA ASSISTÊNCIA SOCIAL NO MUNDO 
 
De acordo com Demo, (2006) a Política Social pode ser compreendida como 
um modo de combater ou enfrentar as desigualdades sociais existentes em um país, 
através da criação de programas que visam uma melhora na qual idade de vida da 
sociedade, pois, por traz da política social, existe a questão social, sendo está o 
objeto de trabalho do Serviço Social. 
 
 
Os debates acerca das políticas sociais vêm se ampliando sua importância na 
medida em que estas têm-se constituído como estratégias fundamentais de 
enfrentamento das manifestações da questão social na sociedade capitalista atual. 
Para Behring, (2000), não se pode precisar um período específico do surgimento 
das primeiras identificações chamadas políticas sociais, visto que, como processo 
social, elas se originam na confluência dos movimentos de ascensão do capitalismo 
como a Revolução Industrial, das lutas de classe e do desenvolvimento da 
intervenção estatal. Sua origem relaciona-se aos movimentos de massa socialmente 
democratas e à formação dos estados-nação na Europa Ocidental do final do século 
XIX, porém sua generalização situa-se na transição do capitalismo concorrencial 
para o capitalismo monopolista, especialmente em sua fase tardia, após a Segunda 
Guerra Mundial. (Behring & Boschetti, 2006, p.47). 
Neste sentido, Neto (1992) descreve que, o poder do Estado fica muito mais 
evidente no capitalismo monopolista, pois segundo o autor, nesta manifestação do 
capitalismo, a única operação estatal é para a manutenção da acumulação de 
capita. Para ocorrer a articulação das funções políticas e econômicas do Estado 
burguês, o qual age como “comitê executivo” dos objetivos da classe à qual 
representa (classe dominante), se busca uma legitimação por meio do jogo 
democrático. 
De acordo com Neto (1992) o processo do capitalismo monopolista, trouxe 
consigo significativas transformações na forma de organização do modo de 
produção, uma vez que, ao mesmo tempo em que potência contradições próprias do 
capitalismo, traz novas manifestações contraditórias e antagônicas. A ordem 
monopólica, busca através de complexos processos, ponderar os valores negativos 
do capitalismo, propiciando a manutenção da acumulação. 
Segundo Vieira (1992) a política social surge no capitalismo com as 
mobilizações operárias e a partir do século XIX com o surgimento desses 
movimentos populares, é que ela é compreendida como estratégia governamental. 
Com a Revolução Industrial na Inglaterra, do século XVIII a meados do século XIX, 
esta trouxe consequências como a urbanização exacerbada, o crescimento da taxa 
de natalidade, fecunda o germe da consciência política e social, organizações 
proletárias, sindicatos, cooperativas na busca de conquistar o acolhimento público e 
as primeiras ações de política social. Ainda nesta recente sociedade industrial, inicia-
se o conflito entre os interesses do capital e os do trabalho. 
 
 
O autor destaca ainda que, pode-se afirmar que não há política social 
desligada das lutas sociais. De modo geral, o Estado assume algumas das 
reivindicações populares, ao longo de sua existência histórica. Os direitos sociais 
dizem respeito inicialmente à consagração jurídica de reivindicações dos 
trabalhadores. Certamente, não se estende a todas as reivindicações, mas na 
aceitação do que é conveniente ao grupo dirigente do momento. 
Para compreender algumas particularidades da Revolução Industrial do ponto 
de vista econômico é necessário, de acordo com Polanyi (2000), retornarmos ao 
período da dinastia Tudor, pois, foi nesta dinastia que se iniciou o processo de cerca 
mento dos campos, os chamados enclosures, ao substituir as lavouras por 
pastagens para a produção de lã (matéria-prima para a nascente indústria têxtil 
inglesa), conduziram os britânicos ao processo do êxodo rural e elevação do valor 
da terra. Sendo a terra o principal meio de produção – naquele contexto -, esta 
situação trouxe implicações à população camponesa. O elo dos ingleses com o 
campo se mantém ao longo do tempo, a sociedade pré-industrial continuava 
estreitamente ligada aos direitos sobre a terra e dela dependente. Neste contexto, a 
legislação a respeito da pobreza precisou adaptar as novas situações. 
A Lei dos Pobres foi implantada na Inglaterra pela primeira vez em 1601, 
durante o reinado da Rainha Elizabeth I. Essa lei é resultado da consolidação de leis 
anteriores que penalizava os pobres por mendicância e vagabundagem, obrigando-
os ao trabalho, num verdadeiro ataque à pessoa corpórea. 
Na intenção de acabar com os mendigos profissionais, o que prevaleceu foi o 
rigor da lei, a obrigatoriedade do trabalho e a internação nas “casas correcionais” as 
workhouses que se assemelhavam a prisões. Essas “casas de correção” eram 
instituições fundadas com o objetivo de “[...] atender e formar a camada alijada da 
sociedade – homens, mulheres, enfermos, ociosos, criminosos e crianças - nos 
padrões requisitados pelo sistema que se organizava, e com isso legitimar a 
formação da nova sociedade.” (DORIGON, 2006, p. 10). 
A Lei dos Pobres constitui uma ação genuinamente britânica criada para lidar 
com a questão social. No princípio de sua criação tinha uma finalidade. Ao longo da 
sua existência foi preciso várias adaptações para atender à exigência da relação 
entre patrões e trabalhadores. Para Mantoux (s/d, p. 442-443) a Lei dos Pobres 
permite entender a situação das classes trabalhadoras na Inglaterra “constitui um 
dos capítulos mais originais da legislação inglesa, e do reinado de Elizabeth”. A 
 
 
finalidade original da lei era a repressão à mendicância e à vagabundagem, bem 
como um alívio à pobreza existente. Dois sentimentos rotavam no seio da lei, sendo 
um de “caridade cristã” e o outro de um “violento preconceito social”. 
De acordo com Boschetti (2009, p. 92) a política em suas configurações 
recente e restrita tem a conotação de política pública a qual engloba a política social, 
isso implica em afirmar que a política social é uma espécie de gênero política 
pública. 
Howlett e Ramesh (1995, p. 2) enfocam que a política pública faz parte do 
ramo de conhecimento denominado policy Science que surgiu nos Estados Unidos e 
na Europa, no segundo pós-guerra. O aparecimento desse novo ramo se deu 
quando pesquisadores procuraram entender a dinâmica das relações entre governos 
e cidadãos, extrapolando o estrito apego às tradicionais dimensões normativas e 
morais e as minúcias dos funcionamentos de instituições especificam. 
Com efeito, antes da policy Science predominavam, de um lado, enfoques 
teóricos ou filosóficos que se dedicavam à prescrição de objetivos e ações dos 
governos, com vistas ao bem como. Isso gerou, conforme Boschetti (2009, p. 92) 
“uma rica discussão sobre a natureza da sociedade e o papel do Estado e os direitos 
e responsabilidades dos cidadãos e dos governos”, porém, com o crescente 
distanciamento que se verificou entre prescrição e ação dos Estados modernos, 
novas abordagens teóricas e metodológicas emergiram com o intuito de conciliar 
teoria e prática. Disto resultou a valorização da análise empírica das políticas 
realmente existentes para a construção da teoria. 
O Estado interventor utiliza-se de ideologias econômico-políticas para manter 
o modo de produção capitalista. Partindo de estudos que efetivavam a criação de 
novas estratégias, acontecem discussões de defesa da necessidade do 
desenvolvimento de um “Capitalismo Democrático”, no qual o Estado intervém na 
economia e no social. Passa a ocorrer, então, conforme Adam Prseworski (1995), a 
defesa do Pleno Emprego, através do Keynesianismo e da “igualdade”

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