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Álgebra Linear I - Aula 18 - 2005.2
Roteiro
1 Matrizes semelhantes
A matriz A é semelhante à matriz B se, e somente se, existe uma matriz
inverśıvel P tal que
A = PBP−1.
Observe que se A é semelhante a B então B é semelhante a A: multiplicando
a expressão anterior por P−1 à esquerda e por P à direita, temos
P−1AP = P−1PBP−1P = B.
Logo
B = P−1AP = P−1A(P−1)−1.
Portanto, diremos que as matrizes A e B são semelhantes.
Duas matrizes semelhantes A e B verificam as seguintes propriedades:
1. det(A) = det(B),
2. A é inverśıvel se, e somente se, B é inverśıvel,
3. A e B têm os mesmos autovalores com a mesma multiplicidade (mas,
em geral, não têm os mesmos autovetores),
4. A e B têm o mesmo polinômio caracteŕıstico,
5. A e B têm o mesmo traço.
A afirmação sobre os determinantes segue do fato do determinante do
produto de matrizes ser o produto dos determinantes, portanto,
det(A) = det(P ) det(B) det(P−1) = det(P ) det(B)
1
det(P )
= det B.
1
A afirmação sobre a inversibilidade decorre da propriedade sobre os de-
terminantes: A é inverśıvel se, e somente se, det(A) 6= 0. Portanto, se A e B
são semelhantes det(A) = 0 se, e somente se, det(B) = 0.
Vejamos que se λ é um autovalor de B e u é um autovetor de B associado a
λ, então P (u) é um autovetor de A associado ao mesmo autovalor λ. Observe
primeiro que como P é inverśıvel e u 6= 0̄, então, P (u) 6= 0̄. Temos,
A(P (u)) = P B P−1(P (u)) = P B(u) = P (λ u) = λ P (u),
e, como P (u) 6= 0̄, P (u) é um autovetor de A associado ao autovalor λ.
O fato do polinômio caracteŕıstico de duas matrizes semelhantes A e B
ser iguais é obtido como segue. Seja A = P−1BP , então,
pA(λ) = det(A − λ I) = det(P−1 B P − P−1(λ I) P ) = det(P−1 (B − λI) P ) =
= det(P−1) det(B − λ I) det P = det(B − λ I) = pB(λ),
logo os polinômios caracteŕısticos são iguais.
A igualdade dos polinômios caracteŕısticos implica que as matrizes A e B
têm os mesmos autovalores com as mesmas multiplicidades. Como o traço
de uma matriz é igual à soma dos autovalores contados com multiplicidade,
as matrizes A e B têm o mesmo traço.
1.1 Exemplos e comentários
Observamos que se as matrizes A e B são semelhantes, e as matrizes B e C
também são semelhantes, então, A e C são semelhantes. Observe que
A = PBP−1, B = QCQ−1,
onde (obviamente) P e Q são inverśıveis. Portanto,
A = P B P−1 = P (Q C Q−1) P−1 = (P Q) C Q−1 P−1.
Como
(P Q)−1 = Q−1 P−1,
temos
A = (P Q) C (P Q)−1,
e A e C são semelhantes.
2
Observe que se A e B são inverśıveis e semelhantes, então A−1 e B−1
também são semelhantes:
A = P B P−1,
logo
A−1 = (P B P−1)−1 = (P−1)−1 B−1 P−1 = P B−1 P−1.
Usando o fato de que matrizes semelhantes têm o mesmo traço, temos
que a matriz de uma projeção em um plano de R3 não pode ser semelhante à
matriz de uma projeção em uma reta. Analogamente, matrizes de projeções
em um plano nunca são semelhantes a matrizes de espelhamentos. Embora as
matrizes de uma projeção em uma reta de R3 e de um espelhamento em um
plano tenham traço 1, não são semelhantes, pois têm diferentes autovalores
(ou diferentes determinantes).
Exemplo: Veja quais das matrizes a seguir são semelhantes.
A =
(
1 1
−1 4
)
, B =
(
2 1
1 3
)
, C =
(
3 1
−6 −2
)
, D =
(
1 2
1 0
)
.
Temos
tr(A) = 5, tr(B) = 5, tr(C) = 1, tr(D) = 1.
Portanto, as únicas matrizes que podem ser semelhantes são as matrizes A e
B e as matrizes C e D.
Também temos
det(A) = 5, det(B) = 5, det(C) = 0, det(D) = −2.
Ou seja, A e B podem ser semelhantes, mas C e D não podem ser.
O polinômio caracteŕıstico de A é
pA(λ) = (1 − λ)(4 − λ) + 1 = λ2 − 5λ + 5.
O polinômio caracteŕıstico de B é
pB(λ) = (2 − λ)(3 − λ) − 1 = λ2 − 5λ + 5.
Portanto, as matrizes A e B ainda podem ser semelhantes.
3
Vejamos que, de fato, as matrizes são semelhantes, para isso devemos
encontrar uma matriz T tal que A = T−1 B T . A seguir veremos como obter
tal matriz.
Em primeiro lugar, temos que os autovalores de A e de B são:
λ =
5 ±
√
5
2
.
Portanto, as matrizes têm dois autovalores reais diferentes.
Sejam vA e wA dois autovetores de A associados a (5+
√
5)/2 e (5−
√
5)/2,
respectivamente. Observe que {vA, wA} é uma base: os vetores vA e wA
são autovetores associados a autovalores diferentes, portanto são l.i., e dois
vetores l.i. formam uma base de R2.
Considere agora dois autovetores vB e wB de B associados a (5 +
√
5)/2
e (5 −
√
5)/2. Considere a transformação linear T : R2 → R2 definida como
segue,
T (vA) = vB, T (wA) = wB.
Como uma transformação linear está totalmente determinada conhecidas as
imagens dos vetores de uma base, a transformação linear T está única e
totalmente determinada.
Seja [T ] a matriz de T . Afirmamos que esta matriz é inverśıvel. Isto pode
ser obtido observando que o determinante de [T ] é não nulo (justifique e com-
plete). Construiremos explicitamente T−1. De fato, T−1 é a transformação
linear S determinada por
S(vB) = vA, S(wB) = wA.
Vejamos que S ◦ T = Id. Considere qualquer vetor u, devemos ver que
S ◦ T (u) = u.
Escreva u = α vA + γ wA, então,
S ◦ T (u) = S(T (α vA + γ wA)) = S(α T (vA) + γ T (wA)) =
= S(α vB + γ wB) = α S(vB) + γ S(wB) =
= α vA + γ wA = u,
como queremos provar.
4
Vejamos agora que
A = T−1 B T.
Para provar esta afirmação é suficiente ver que estas duas matrizes coincidem
em uma base, por exemplo, na base {vA, wA}. Veremos que as imagens de
vA são iguais (o caso wA é idêntico). Temos
A(vA) = ((5 +
√
5)/2)vA.
Por outra parte,
T−1 B T (vA) = T
−1 B(vB) = T
−1((5 +
√
5)/2)vB) =
= (5 +
√
5)/2)T−1(vB) = (5 +
√
5)/2)vA,
como queremos provar.
Terminaremos este exemplo com algum comentários. Em primeiro lugar
observamos que a matriz [T ] é um caso particular de matriz de mudança de
base que veremos nas próximas aulas.
Os argumentos acima mostram o seguinte:
Sejam A e B duas matrizes (por exemplo, 3 × 3) que têm os mesmos auto-
valores (todos reais e diferentes). Então, A e B são semelhantes.
A ideia é repetir o argumento do exemplo anterior. Considere autovetores
de A, digamos vA, uA, wA associados a λ, σ e γ, respetivamente, e autovetores
de B, digamos vB, uB, wB associados a λ, σ e γ. Como os autovalores são
diferentes temos que
βA = {vA, uA, wA}, βB = {vB, uB, wB}
são duas bases de R3. Considere agora transformação linear T que verifica
T (vA) = vB, T (uA) = uB, T (wA) = wB.
Como βA é uma base, T está totalmente definida.
Exatamente como no exemplo anterior temos que
A = T−1 B T.
Complete os detalhes raciocinando como no caso anterior.
5
Muita atenção, na frase anterior o adjetivo diferente é essencial. Por
exemplo, as matrizes
A =
(
2 0
0 2
)
, B =
(
2 0
1 2
)
têm o mesmo determinante (4), o mesmo traço (4), o mesmo polinômio car-
acteŕıstico ((2 − λ)2), e os mesmos autovalores (2, de multiplicidade 2), mas
não são semelhantes. Isto é devido a que o autovalor 2 tem multiplicidade
dois. A seguir estudaremos este exemplo.
As matrizes A e B não são semelhantes pois A possui uma base de autove-
tores (a base {(1, 0), (0, 1)}) e a matriz B não tem uma base de autovetores
(somente é posśıvel encontrar - no máximo - um autovetor l.i., por exemplo
(0, 1)). Se A e B fossem semelhantes,
B = PAP−1,
então {P (1, 0) e P (0, 1)} formariam uma base de autovetores de B, que
sabemos que não existe (!).
Completaremos sucintamente os detalhes das afirmações acima.
• Como P é inverśıvel, transforma vetores l.i. em vetores l.i., portanto,
{P (1, 0), P (0, 1)} é uma base.
• Em tal caso,
B(P (1, 0)) = P A P−1(P (1, 0)) = P A(1, 0) = P (2, 0) = 2 P (1, 0),
portanto P (1, 0) é autovetor de B. Analogamente, P (0, 1) é outro vetor
de B. Portanto, B possui uma base de autovetores, o que é absurdo.
2 Matriz de uma transformação linear em uma
base. Exemplo e motivação
Considere a a transformação linear T projeção no plano π : x− y + z = 0 na
direção paralela a (1, 1, 1). A matriz de T(na base canônica) é


0 1 −1
−1 2 −1
−1 1 0

 .
6
Observe que
β = {(1, 1, 1), (1, 1, 0), (0, 1, 1)}
é uma base de autovetores de T .
Usando os argumentos da seção anterior, veremos que a matriz T é semel-
hante à seguinte matriz muito simples:
D =


0 0 0
0 1 0
0 0 1

 .
Observe que três autovetores linearmente independentes de D são (1, 0, 0)
(associado a 0) e (0, 1, 0) e (0, 0, 1) (associados a 1). Veja também que as ma-
trizes T e D têm o mesmo traço, o mesmo determinante e o mesmo polinômio
caracteŕıstico.
Como nos exemplos anteriores, consideraremos a transformação linear que
leva os autovetores de T nos autovetores de D (preservando os autovalores),
ou seja consideramos a transformação linear S que verifica
S(1, 1, 1) = (1, 0, 0), S(1, 1, 0) = (0, 1, 0), S(0, 1, 1) = (0, 0, 1).
A matriz de S é
S =


1 −1 1
0 1 −1
−1 1 0

 .
Devemos verificar que
T = S−1 D S.
Ou de forma equivalente (e assim evitamos ter que calcular a matriz inversa
de S, embora determinar a inversa de S seja imediato...), multiplicando à
esquerda por S, a
S T = D S,
7
Ou seja,
S T =


1 −1 1
0 1 −1
−1 1 0




0 1 −1
−1 2 −1
−1 1 0

 =
=


0 + 1 − 1 1 − 2 + 1 −1 + 1 + 0
0 − 1 + 1 0 + 2 − 1 0 − 1 + 0
0 − 1 + 0 −1 + 2 + 0 1 − 1 + 0

 =


0 0 0
0 1 −1
−1 1 0

 ,
DS =


0 0 0
0 1 0
0 0 1




1 −1 1
0 1 −1
−1 1 0

 =


0 0 0
0 1 −1
−1 1 0

 .
Como queremos ver.
Comentário: De fato, veremos que D é a matriz de T na base β. Isto
significa que, usando as coordenadas apropriadas (ou seja escolhendo uma
base apropriada), a expressão de T é muito simples. Nosso objetivo é, dada
uma transformação linear, encontrar coordenadas (ou seja, uma base) onde
a forma de T seja o mais simples posśıvel. De fato, no exemplo anterior,
dizemos que D é uma forma diagonal de T .
3 Matrizes diagonalizáveis
Uma matriz quadrada
A =





a1,1 a1,2 . . . a1,n
a2,1 a2,2 . . . a2,n
...
...
. . .
...
an,1 an,2 . . . an,n





é diagonal quando ai,j = 0 para todo i 6= j.
Observe que os autovalores de uma matriz diagonal são os elementos da
sua diagonal.
Uma transformação linear T é diagonalizávelem quando é semelhante a
uma matriz diagonal. O racioćınio no exemplo na seção anterior mostra
que se T possui uma base de autovetores então é semelhante a uma matriz
8
diagonal (de fato, semelhante à matriz diagonal cuja diagonal está formada
pelos autovalores de T com suas multiplicidades).
De fato o processo é o o mesmo que usamos nos exemplos precedentes.
Suponhamos que estamos em R3, e assumimos que T possui uma base de
autovetores {u, v, w} associados aos autovalores λ, σ e ρ (observemos que
estes autovalores não necessitam ser todos diferentes, de fato, podem ser
todos iguais!). Afirmamos que T é semelhante à matriz
D =


λ 0 0
0 σ 0
0 0 ρ

 .
Para ver isto devemos achar uma matriz S tal que
T = S−1 D S, ou equivalentemente, S T = D S.
É suficiente considerar S definida por
S(u) = (1, 0, 0) = i, S(v) = (0, 1, 0) = j, S(w) = (0, 0, 1) = k.
Observe que
D S(u) = D(i) = λ i, D S(v) = D(j) = σ j, D S(u) = D(k) = ρk.
Por outra parte,
S T (u) = S(λ u) = λ S(u) = λ i,
S T (v) = S(σ v) = σ S(v) = σ j,
S T (w) = S(ρ w) = ρ S(w) = ρk.
Portanto, S T = D S na base {u, v, w}, logo as transformações lineares são
iguais. Ou seja,
T = S−1 D S,
portanto, por definição, T é diagonalizável.
Suponha agora que T é semelhante a D, onde D é uma matriz diagonal
como acima. Afirmamos que S−1(i), S−1(j), e S−1(k), são autovetores de T
associados a λ, σ e ρ, respetivamente. Como S é inverśıvel e i, j e k são l.i.,
{S−1(i), S−1(j), S−1(k)} é uma base, formada por autovetores de T . Vejamos
a afirmação para S−1(i):
T (S−1(i)) = S−1 D S(S−1(i)) = S−1 D(i) = S−1(λ i) = λS−1(i),
como queriamos provar.
9

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