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DAVID RICARDO

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O mercado internacional é caracterizado pelas trocas de produtos e serviços entre as nações. Os países ao satisfazer a demanda interna, comercializam o excedente, trocando por todo produto ou serviço, do qual não conseguem produzir somente com os meios de produção internos. Conforme observado na evolução histórica, o sistema mercantilista devido a sua prática protecionista limitava o potencial dos novos mercados no cenário internacional, em virtude disto, a teoria do comércio internacional, desenvolveu-se a partir das contribuições dos teóricos clássicos, primeiro com Adam Smith, e seu contributo das Vantagens Absolutas, que foi aprimorado por David Ricardo com análise das Vantagens Comparativas.
Desta forma, a teoria de David Ricardo (1817) ampliou o conceito de vantagens absolutas, redarguindo que uma nação pode possuir vantagem sobre a produção de mais de um bem ou serviços, o que destaca sua economia interna em relação ao comércio exterior, denominada como vantagens comparativas ou relativas, publicado em seu livro Princípios de Economia Política e Tributação.
Levando-se em consideração esses aspectos, a ineficiência produtiva não limitaria o acesso ao mercado internacional e podendo haver benefícios com a livre troca para todos os envolvidos, rompendo com a ideia de que uma nação somente ganhará à custa da perda da outra nação. 
A esse respeito Arbache (2003) afirma que “a teoria do comércio internacional originou-se do modelo de Ricardo sobre as vantagens comparativas dos países. Esse modelo baseia-se na produtividade do trabalho como determinante do comércio, ou seja, as vantagens comparativas ricardianas clássicas proveem do diferencial de produtividade da mão-de-obra entre os países. Entre as principais críticas ao modelo ricardiano estão os pressupostos de que só o trabalho é utilizado na produção de bens e serviços, e que o coeficiente trabalho-produto é fixo. Os fatos mostram que as diferenças no uso do capital também contribuem para a produtividade do trabalho. Dessa forma, países abundantes em capital poderiam alocar esse fator de forma a ampliar a produtividade da sua mão-de-obra”.
ARBACHE, Jorge Saba. Comércio internacional, Competitividade e mercado de trabalho: algumas evidências para o Brasil. Brasília: 2003. Disponível em: http://ipea.gov.br/agencia/images/stories/PDFs/livros/Capitulo_5_comerciointernacional.pdf
Assim sendo, o Modelo Ricardiano apresenta a definição de um único fator de produção, a produtividade do trabalho, como diferencial para deter vantagens no comércio internacional. No Brasil, o setor que predomina o mercado internacional, é a agropecuária, responsável pelo superávit da balança comercial nos últimos anos, desta forma, torna-se imprescindível, identificar as estratégias utilizadas para a internacionalização do setor agropecuário brasileiro.
DALL‟AGNOL, Amélio. AS LIÇÕES DO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO. Folha Londrina. 04 de novembro de 2017. Disponível em: http://www.gsnoticias.com.br/noticia-detalhe/agro/as-licoes-agronegocio-brasileiro
EMBRAPA. A virada da produção agrícola brasileira. BLOG EMBRAPA SOJA. Disponível em: http://blogs.canalrural.com.br/embrapasoja/2017/06/06/virada-da-producao-agricola-brasileira/ 
Fries e Coronel, 2014 & Martinelli et al. 2011 confirma que participação dos produtos agropecuários brasileiros no mercado internacional deve-se à combinação de vários fatores, tais como desenvolvimento de tecnologia voltada ao clima tropical, ampliação do investimento em novos conhecimentos, disponibilidade de recursos escassos (terras agricultáveis) e sustentação do crescimento da produtividade.
FRIES, C. D.; CORONEL, D. A. A competitividade das exportações gaúchas de soja em grão (2001-2012). Pesquisa e Debate, v. 25. n. 1, p. 163-189, 2014. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/rpe/article/view/20954 
A Revista Valor Econômico destacou o pronunciamento do ministro da Economia, Paulo Guedes, que arguiu com a pandemia de covid-19, esperava-se que a economia brasileira sofresse uma retração de 10% neste ano, com pelo menos 3,5% de queda decorrente do “choque externo”, mas que isso não se verificou. Para ele, “está muito claro que o Brasil tem vantagem comparativa muito forte no agronegócio”. O país tem abundância de recursos hídricos e de sol, além de dominar uma tecnologia que permite três safras ao ano, afirmou. “Somos potência agrícola não só do presente, mas do futuro.”
Simão; Edna e Ribeiro; Mariana, Valor — Brasília. 10 de agosto de 2020. Disponível: https://valor.globo.com/brasil/noticia/2020/08/10/guedes-diz-que-pais-nao-sofreu-choque-externo-gracas-ao-agronegocio.ghtml
Observa-se é que as nações consideradas desenvolvidas, ou seja, altamente industrializada, exportam tecnologia e importam as matérias-primas sendo o inverso praticado nas nações periféricas, que na sua maioria tem como sua força competitiva a exportação de commodites, como a exemplo o Brasil. Pode-se constatar, na ótica da teoria clássica e também analisando os outros fatores competitivos do mercado atual, mão de obra, tecnologia, mercado segmentado, preço, custo e as barreiras políticas-econômicas entre outros que comparativamente é na comercialização o setor do agronegócio onde o Brasil detém vantagem em relação às outras nações.

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