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A Teoria de Malthus e o Controle Populacional

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Malthus baseado no contexto social decorrente da Revolução Industrial, no final do século XVIII com desemprego, pobreza, doenças, habitações precárias, transformações no campo, êxodo agrícola e migração populacional para as cidades, provocando oferta abundante de mão-de-obra e queda dos salários, realizará uma análise da relação entre a produção de meios de subsistência e a evolução demográfica afirmando que jamais teríamos uma sociedade harmoniosa, devido a tendência (estatística) de que as populações sempre cresceriam mais que os meios de sua subsistência.
Em sua teoria afirmou que a população, quando não controlada cresce numa progressão geométrica. Os meios de subsistência crescem apenas numa progressão aritmética. (MALTHUS, 1982: p. 282, cap. I). Defende que o aumento expressivo da população e a pobreza, ela é inerente aos problemas naturais, invés dos sociais. Tendo, então, como pressuposto que deve prevalecer solução natural.
Nesse aspectos, Malthus indicou controles para a explosão demográfica, defendendo sujeição moral (retardar o casamento, elevar o preço das mercadorias, reduzir os salários, praticar a castidade antes do casamento e somente ter o número de filhos que pudesse sustentar com suas próprias terras) como uma barreira “moral” às restrições de ordem “natural”, ou seja, a fome e a peste, todas essas como elementos reguladores do “excedente populacional”.
Mas sua teoria passou as ser refutada, quando observada que as novas tecnologias possibilitariam a expansão agrícola, resolvendo assim os problemas elencados por Malthus. No entanto, Luiz Alberto Machado, economista e colaborador do Espaço Democrático determina que “é necessário lembrar, entretanto, que a esmagadora maioria da população mundial não vive em países desenvolvidos, mas em países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, em muitos dos quais – sobretudo na América Latina, em parte da Ásia, e na África Subsaariana – ainda prevalece um binômio perverso: baixíssima produtividade e elevado crescimento demográfico. Nesses – repito: onde vive a maior parte da população do mundo – o alerta malthusiano permanece mais atual do que nunca. O Covid-19, ao provocar a expansão considerável do número de mortos por razões epidemiológicas e demandar uma ação mais efetiva do governo na gestão macroeconômica, está provando uma vez mais a atualidade do pensamento de Thomas Malthus”. 
https://espacodemocratico.org.br/artigos/a-atualidade-de-thomas-malthus/
Ainda com base na teoria de Malthus os governantes chineses criaram a "política do filho único" em 1979, com a intenção de controlar o número de nascidos no país, que até o momento já passa de 1,3 bilhão de pessoas.
Já faz parte dos nossos noticiários exemplos de controle populacional, a exemplo da China como informa a reportagem do G1, sobre a Índia, com a segunda maior população do mundo. O primeiro programa de planejamento familiar foi criado em 1952, e ficou conhecido como norma da pequena família, buscando a estabilidade da população, que atualmente tem mais de 1 bilhão de pessoas. A política com inspirações conceituais malthusianas visou incentivar famílias a não terem mais de dois filhos e educar a população em relação a métodos contraceptivos. Em três décadas, a Índia conseguiu baixar a taxa de fecundidade de 6 para menos de 3 filhos por mulher. 
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/10/bonus-bebe-e-filho-unico-sao-exemplos-de-controle-populacional.html
Em reportagem do portal G1 de France Presse questiona: Quanto seriam demais em um mundo superpopuloso? Noticia o posicionamento Geoff Dabelko, diretor do Programa de Mudanças e Segurança Ambiental do Centro Woodrow Wilson, em Washington, citou a Somália como um estudo de caso do que acontece quando as mulheres não têm acesso a métodos anticoncepcionais. Castigado por uma guerra civil e pela pobreza, a população do país está projetada para crescer dos atuais 10 milhões para 22,6 milhões em 2050. Com uma média de sete filhos por família, a Somália tem a oitava maior taxa de natalidade do mundo. Mesmo antes de o país mergulhar em uma crise generalizada, um terço de suas crianças estava severamente abaixo do peso, segundo o Unicef. Noventa e nove por cento das mulheres somalis casadas não têm acesso a planejamento familiar.
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/10/quantos-seriam-demais-em-um-mundo-superpopuloso.html 
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/05/crise-de-fome-recente-na-somalia-provocou-258000-mortes.html 
Muitos aspectos da Teoria de Malthus levou em consideração o contexto social que estava inserido sem projetar os avanços tecnológicos, mas isso não bloqueou a busca em seus conceitos de inspirações de políticas e leis, sendo reeditados, vez ou outra, para o contexto atual o princípio da população, procedimento que somente se justifica por sua evidente conveniência ideológica.

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