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Baixa Idade Média e o Surgimento do Capitalismo

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Primeiro Questionário
Questão 1
O período que se estendeu do século XI ao século XV, correspondeu a Baixa Idade Média que foi um período específico da Idade Média. Nele, a Europa Ocidental presenciou o auge do feudalismo, correspondendo ao período do século XI ao século XIII, e depois a sua decadência e o surgimento de uma nova ordem. 
Com a queda do Império Romano do ocidente, aconteceu uma reestruturação territorial em toda a Europa. Com ela, ocorreu a Expansão Islâmica, ponto fundamental para o nascimento do Feudalismo Europeu.O período do Feudalismo tem as seguintes características: economia com base na agricultura de subsistência; ausência de comércio ou qualquer atividade mercantil; ausência de moedas ou qualquer tipo de dinheiro; predominância da troca entre indivíduos para obtenção de bens de consumo; descentralização do poder; existência do trabalho servil.
Com as Cruzadas, organizadas pela Igreja, ocorreu uma expansão ainda maior do comércio na Europa. Assim, as cidades passam a absorver os servos que saíram do campo para a região urbana e ocorre o Renascimento Comercial e Urbano, dando início ao capitalismo e originando uma nova classe social: a burguesia.
A crise do sistema feudal começou a surgir a partir do aumento demográfico e a consequente maior ocupação de áreas agricultáveis, levando ao esgotamento e saturação das terras disponíveis. Com o aumento da natalidade, havia pouco espaço e pouco recurso para as demandas de tantas pessoas.
O século XIV é marcado por inúmeras crises que reforçaram a decadência do feudalismo e possibilitaram o surgimento de novas estruturas para a sociedade, economia e política europeias. A crise do século XIV ainda foi atingida pela catástrofe que foi a Peste Negra. Nesse século, um surto de peste bubônica trazida da Ásia Central atingiu a Europa de maneira pandêmica. O século XIV também ficou conhecido por guerras que contribuíram para o agravamento da situação do continente. A solução para essas crises viria com o fortalecimento das Monarquias e com a expansão das fronteiras comerciais europeias. Mas isso já significa o fim da Idade Média e o início da Idade Moderna. 
Questão 2
Por volta do século XV, as feiras já estavam sendo substituídas por cidades comerciais, onde florescia um mercado permanente. Sistemas complexos de câmbio, compensação e facilidades creditícias se desenvolveram nesses centros comerciais, e instrumentos modernos, como letras de câmbio, tornaram-se de uso corrente. Novos sistemas de leis comerciais foram criados. 
Após 1500, mudanças econômicas e sociais importantes começaram a ocorrer com maior frequência, cada uma reforçando a anterior, e todas juntas conduzindo ao capitalismo. Entre as mais importantes estavam aquelas que criavam uma classe trabalhadora sistematicamente privada do controle sobre o processo de produção e forçada a uma situação em que a venda de sua força de trabalho era a única possibilidade de sobrevivência.
 A população da Europa Ocidental, que tinha permanecido relativamente estagnada durante um século e meio, aumentou em quase um terço, no século XVI, chegando a 70 milhões em 1600. O aumento na população foi acompanhado pelos movimentos dos cercamentos, que começou na Inglaterra, já no século XIII. A nobreza feudal, cada vez mais necessitada de dinheiro, cercava ou fechava terras até então usadas como pasto comum, utilizando-a, então, como pasto de ovelhas, para satisfazer à explosiva demanda por lã pela indústria têxtil lanífera inglesa. As ovelhas davam bons lucros e exigiam um mínimo de trabalho nas pastagens.
Os cercamentos e o crescimento populacional destruíram os laços feudais remanescentes, criando uma grande e nova força de trabalho – uma força de trabalho sem-terra, sem quaisquer ferramentas ou instrumentos de produção, apenas com a força do trabalho para vender. Muitos agricultores e artesãos, que tinham sido, então, expulsos da terra e impedidos de ter acesso a seus meios originais de produção, tornaram-se vadios e mendigos. Um número ainda maior procurou garantir sua subsistência, apossando-se ilegalmente de terras marginais e não usadas, onde podiam plantar para seu próprio uso. 
Durante os séculos XVI e XVII, o sistema doméstico de trabalho foi ampliado até tornar-se comum em quase todos os tipos de indústria. Embora ainda não fosse o tipo moderno de produção fabril, o maior grau de especialização do sistema permitiu significativos aumentos de produtividade. Os avanços técnicos da construção naval e da navegação também baixaram os custos do transporte. Assim, durante esse período, a produção e o comércio capitalista prosperaram e cresceram muito depressa. A nova classe capitalista (classe média ou burguesia) substituiu, lenta, porém inexoravelmente, a nobreza como classe que dominava o sistema econômico e social.
c) Responder as perguntas a seguir:
1)Explicar e descrever as principais características do Mercantilismo (fazer uma redação com contextualização)
Em fins do século XVI e início do século XVIII, quase todas as grandes cidades da Inglaterra, França, Espanha e dos Países Baixos (Bélgica e Holanda) já tinham se transformado em prósperas economias capitalistas, dominadas pelos mercadores capitalistas, que controlavam não só o comércio, mas também grande parte da indústria. Nos modernos Estados-nação, coalizões de monarcas e capitalistas tinham retirado o poder efetivo da nobreza feudal de muitas áreas importantes, principalmente nas relacionadas com a produção e o comércio. Essa época do início do capitalismo é conhecida como mercantilismo.
A fase inicial do mercantilismo – geralmente chamada bulionismo – originou-se no período em que a Europa estava passando por uma aguda escassez de ouro e prata em barra, não tendo, portanto, moeda suficiente para atender ao volume crescente do comércio. Foram estabelecidas políticas bulionistas para atrair ouro e prata para um país e mantê-los no próprio país, proibindo-se sua exportação. Essas restrições duraram desde o fim da Idade Média até os séculos XVI e XVII.
Embora as práticas e ideias não tenham sido aplicados de maneira homogênea, o mercantilismo apresentou alguns elementos comuns nas diferentes nações europeias, portanto, suas principais características são: Controle estatal da economia; Balança comercial favorável; Monopólio; Protecionismo; Ideal metalista.
A política econômica mercantilista estava voltada para três objetivos principais: o desenvolvimento da indústria, o crescimento do comércio e a expansão do poderio naval. Para incentivar o desenvolvimento da Indústria, o governo concedia a grupos particulares o monopólio de determinados ramos da produção ou criava as manufaturas do Estado. A meta era a obtenção da auto-suficiência econômica e a produção de excedentes exportáveis.
A aplicação das medidas mercantilistas dependia da situação de cada nação, em alguns casos a colonização foi utilizada, em outros o desenvolvimento industrial manufatureiro metropolitano é que foi decisivo na escolha da política econômica.
 O conjunto de políticas econômicas, o Mercantilismo, está diretamente vinculado com o processo de transição (Idade Moderna), que reforçou os Estados Nacionais, a burguesia comercial, a expansão marítima e o sistema colonial.
2) Descreva os diferentes tipos de mercantilismo.
A Espanha adotou o mercantilismo metalista e enriqueceu com o ouro e a prata, explorados no continente americano, mas como não desenvolveu o comércio, a agricultura e a indústria, passou a importar produtos pagos com ouro e prata. Como as importações superavam as exportações (déficit), a economia espanhola no século XVII, entrou numa crise que durou um longo período. 
Na França o mercantilismo estava voltado para o desenvolvimento de manufaturas de luxo para atender ao mercado espanhol e procurou expandir suas companhias de comércio, bem como a construção naval. Essa política econômica ficou conhecida como mercantilismo industrial ou colbertismo, referência ao ministro Colbert, quem mais a incentivou.
 Portugal foi o país que demonstrou maiorflexibilidade na aplicação do mercantilismo. No século XVI, com a descoberta do caminho marítimo para as Índias, pois em prática o mercantilismo comercial, comprando e revendendo mercadorias do Oriente.Com a exploração das terras americanas, se tornou o pioneiro do mercantilismo de plantagem, baseado na produção destinada ao mercado internacional. 
No século XVIII, com o ouro de Minas Gerais, praticou o mercantilismo metalista. Com a crise do ouro, surgiu o mercantilismo industrial, com a produção de artigos destinados ao abastecimento do mercado colonial.
3) Descreva as principais ideias sobre valor e lucro no Mercantilismo. (pag. 44 a 48 do Hunt)
O capital mercantil gerava lucro quando o preço pelo qual uma mercadoria era vendida era suficientemente alto para cobrir o preço pago por ela, mais as despesas de manuseio, armazenagem, transporte e venda da mercadoria e, mais ainda, um excedente sobre esses custos. Esse excedente era o lucro do mercador. Em outras palavras, os preços eram determinados pelos custos de produção, inclusive uma remuneração implícita e apropriada do trabalho dos artesãos
Existem três noções importantes sempre presentes em quase todos os primeiros registros mercantilistas escritos sobre a teoria do valor. A primeira é o “valor” ou “valor natural” das mercadorias – que era, simplesmente, seu preço real de mercado. A segunda refere-se às forças da oferta e da demanda, que determinavam o valor de mercado. A terceira é que os autores mercantilistas quase sempre discutiam “valor intrínseco” ou valor de uso como o fator mais importante na determinação da demanda, sendo, portanto, um determinante causal importante do valor de mercado.
4) Descreva e explique a filosofia do individualismo no Mercantilismo (como nasceu e se desenvolveu). Mostre as principais mudanças advindas deste tipo de pensamento e seus contextos. (pag. 49 a 56 do Hunt e outras).
Em fins do século XVII, um número cada vez maior de capitalistas, em especial os que tinham origens nas guildas, havia se tornado muito inibido na busca por lucros, pela complexidade das restrições e regulamentações mercantilistas que beneficiaram, inicialmente, as grandes companhias de comércio; os capitalistas procuravam livrar-se dessas restrições. Também não gostavam dos remanescentes mercantilistas do antigo paternalismo cristão, que condenavam o comportamento ambicioso, aquisitivo, e a vontade de acumular riquezas. 
A economia de mercado capitalista, que se ampliava significativamente em áreas muito importantes da produção e do comércio, precisava de um comportamento baseado na iniciativa individual, aquisitivo, para funcionar bem. Nesse contexto, começaram a afirmar que os motivos pessoais e egoístas eram os motivos básicos – quando não os únicos – que levavam o homem a agir. As doutrinas individualistas e egoístas foram ansiosamente defendidas por esses homens e começaram a dominar o pensamento econômico, até mesmo entre os mercadores.
d) Fisiocratas e as Reformadores sociais
1. Qual era a meta dos Fisiocratas?
Os fisiocratas estavam interessados em reformar a França, que estava passando por desordens econômicas e sociais, causadas principalmente por uma combinação heterogênea de muitas das piores características do feudalismo e do capitalismo comercial. Quesnay formulou um modelo simples de como uma sociedade deveria ser estruturada, a fim de refletir a lei natural, e, com base nesse modelo, os fisiocratas advogavam a reforma política: a abolição das guildas e a remoção de todas as tarifas, impostos, subsídios, restrições e regulamentações existentes que prejudicassem a indústria e o comércio. Propuseram a substituição da agricultura em pequena escala e ineficiente, então vigente, pela agricultura capitalista em grande escala. Mas a proposta de reforma pela qual os fisiocratas são mais lembrados foi a recomendação de que toda a renda do governo fosse obtida através de um único imposto, para todo o país, sobre as atividades agrícolas.
2. Quais suas principais ideias?
Principais características (ideais econômicos) da Fisiocracia
(1) a noção de trabalho produtivo e improdutivo e de excedente econômico; 
(2) a interdependência mútua dos processos de produção; 
(3) os fluxos circulares da moeda e das mercadorias e as crises econômicas que podem ser causadas pelo entesouramento do dinheiro.
3. O que os diferenciavam dos mercantilistas? Explique
Para os fisiocratas, a agricultura era o verdadeiro e único modo de gerar riquezas pelo fato de que a mesma proporciona grandes lucros e exige poucos investimentos, por isso deveria ser valorizada, contrariando assim, o pensamento mercantilista da acumulação de metais. Segundo a teoria, como a agricultura era a única fonte de riquezas, deveria haver um único imposto, pago pelos proprietários de terra, livrando o restante da sociedade de grandes quantidades de tributos. 
4. Por que as reformas dos Fisiocratas estavam destinas a serem inatingíveis? Explique
As reformas estavam destinadas a ser inatingíveis, porque os fisiocratas não questionavam o direito da nobreza feudal de receber a renda de suas terras, enquanto a nobreza percebia – bastante corretamente – que os esquemas fisiocratas levariam ao empobrecimento da classe proprietária de terras e à ascensão da classe capitalista. Mudanças sociais que exigem a remoção de uma classe dominante por outra não podem ser alcançadas por meio de reformas. Exigem revolução, e a França precisou da revolução de 1789 para que mudanças parecidas com as defendidas pelos fisiocratas se tornassem possíveis.
5. Quais as ideias de Quesnay que mais impactaram na literatura econômica? Explique cada uma e se necessário procure em outros livros e dicionários.
· Ordem natural: a Natureza funcionaria conforme leis próprias.
· Centralidade na agricultura: conforme a fisiocracia, a agricultura seria a única fonte de riqueza.
· Propriedade privada:  uma pessoa tem direito àquilo que obteve pelo seu próprio trabalho.
· Laissez faire:  o Estado deveria reduzir sua intervenção nos aspectos econômicos;
· Despotismo esclarecido: apesar da políticas laissez faire, para que nenhum obstáculo se impusesse às leis naturais e a agricultura fosse modernizada, era necessário um governo, um despotismo esclarecido. Portanto, a fisiocracia defendia a manutenção da monarquia francesa.
6. Quais os tipos de classes que havia para os Fisiocratas? Explique o que era designado para cada uma delas.
Os agricultores eram, portanto, chamados de classe produtiva. Os produtores de mercadorias industrializadas eram chamados de classe estéril, não porque não produzissem, mas porque o valor do que produziam era, presumivelmente, igual aos custos necessários de matérias-primas mais os necessários salários de subsistência dos produtores. Não se achava que pudesse sobrar qualquer excedente ou lucro na atividade industrial. Havia, portanto, três classes: a classe produtiva (capitalistas e trabalhadores dedicados à produção agrícola), a classe estéril (capitalistas e trabalhadores ligados à indústria) e a classe ociosa (os donos de terras, que consumiam o excedente produzido pela classe produtiva).
7. Explique, segundo as ideias dos Fisiocratas, como se dava a interdependência dos setores e o processo de circulação monetária.
O modelo pressupõe que a produção ocorra em ciclos anuais e que tudo o que é produzido em um ano é consumido naquele ano ou se transforma nos insumos necessários para a produção do ano seguinte. O centro de atenção é a agricultura. Por exemplo, em determinado ano, o setor agrícola produz 5 bilhões. O setor industrial produz um bilhão. O produto bruto é de 6 bilhões. Um bilhão vai imediatamente substituir o ativo durável usado pela agricultura na produção, deixando um produto líquido de 5 bilhões. Do produto agrícola, 2 bilhões ficam com os produtores. Incluem as sementes para o período seguinte e os salários da administração (lucro) para os fazendeiros capitalistas e os salários dos agricultores. Todo o estoque da moeda (2 bilhões) está nas mãos dos fazendeiros capitalistas, no iníciodo período. Eles pagam 2 bilhões em moeda à classe dos proprietários rurais, como arrendamento. Essa é a renda excedente no sistema. Os proprietários de terras não desempenham qualquer função econômica em troca desse pagamento.
Após o recebimento de sua renda pela classe dos proprietários de terras, o Tableau prosseguia com uma longa lista de transações que mostravam como os produtos dos setores agrícola e industrial eram distribuídos ou alocados e como era necessário haver a perfeita circulação da moeda para essa alocação. No fim de todo o processo, se as transações fossem agregadas, veríamos que a economia voltaria ao seu estado inicial. Em cada período, o setor industrial reproduzia o mesmo valor que tivesse usado em insumos (matérias-primas e consumo de subsistência do setor agrícola); o setor agrícola reproduzia o valor de seus insumos (sementes, consumo de subsistência e ativos agrícolas duráveis usados) e um valor excedente de 2 bilhões, que era apropriado pela classe dos proprietários de terras e consumido sob a forma de produtos agrícolas e produtos industriais. Esse modelo ilustra o fato de que os dois setores de produção são interdependentes e que o produto de cada um deles é um insumo necessário para o outro. Essa interdependência tecnológica de diferentes indústrias deveria servir (conforme discutiremos mais adiante, em outro capítulo) de base para as futuras versões da teoria do valor-trabalho. O modelo também ilustra o fato de que a alocação de insumos e produtos requer a circulação contínua de moeda.

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