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PROVA 1 2018 - USP QUESTÕES OBJETIVAS QUESTÃO 1 Considere a seguinte função f: ℝ→ℝ dada por: Os valores reais de e c que tornam f contínua em são:=b / 0 x = 1 a. e /2b = − 1 c = 2 b. e /3b = − 1 c = 2 c. e /2b = − 1 c = 1 d. e /4b = − 1 c = 2 e. e /4b = − 1 c = 1 Resolução Para resolver essa questão, precisamos ter em mente o que é uma função contínua. Basicamente, uma função contínua é aquela que não possui saltos bruscos em seu gráfico. Ou seja, para que a nossa função seja contínua, os limites abaixo devem ser iguais. Isto é feito para que no ponto x = 1 não haja saltos. Para descobrirmos os valores de b e c, vamos ter que começar calculando o limite que da função que está escrita em azul acima. Isso é feito abaixo. Agora vamos fazer uma manipulação, vamos chamar x - 1 de u. Perceba que quando x tende a 1, u tende a zero, pois u = x - 1 = 1 - 1 = 0. Agora, vamos multiplicar em cima e embaixo por (u+2). Você já entendeu o porquê de termos multiplicado em cima e embaixo por (u+2)? Fizemos isso para que o limite trigonométrico fundamental aparecesse. Veja: Com isso, sabemos que quando x = 1, todos limites que foram mostrados no início da resolução têm que tender a 2. Vamos calcular isso abaixo. Ou seja, a resposta é LETRA D. QUESTÃO 2 Seja f uma função derivável num intervalo aberto I que contém 1 e tal que: para todo . A equação da reta tangente ao gráfico de f no ponto (1, f(1)) é:x∈ I a. inexistente. b. .y = x + 2 c. .y = − 2 x + 2 3 d. .y = 2 x − 2 3 e. .y = 2 x − 1 Resolução Vamos começar esse exercício substituindo x = 1 na relação que foi dada. Para que a igualdade acima seja respeitada, devemos ter f(1) = 1. A equação da reta tangente a uma função f(x) no ponto (x0, f(x0)) é dada pela seguinte equação: Agora vamos substituir os dados do nosso problema: Para conseguir trabalhar com a equação acima, precisamos saber quanto vale f’(1). Bem, pra saber isso, vamos calcular a derivada de f(x) e depois aplicar em x=1. Isso é feito da seguinte forma: pega-se a relação que foi dada no enunciado e se deriva em relação a x os dois lados da igualdade. Vai ser necessário usar a regra da cadeia e do produto. Veja: Agora sim, podemos determinar a equação da reta tangente ao ponto (1, f(1)): QUESTÃO 3 Seja f: ℝ→ℝ satisfazendo a seguinte propriedade: Então podemos afirmar que: a. Existe tal que, para todo , vale .m > 0 x < − m (x)f > 0 b. está definida para todo 1/f )(x)( .x < 0 c. (x) lim x→+∞ f = 1 d. Existe , tal que para todo , temos .M > 0 x∈ ℝ f (x)| | < M e. Existe 0 tal que, para todo , vale .m > x < − m (x)f < 1 Resolução Vamos resolver essa questão entendendo cada uma das alternativas. Mas antes, vamos tentar enxergar que tipos de função que atendem à propriedade que está sendo abordada. Um função que tende a 1 quando x tende a -∞ é uma função que possui uma assíntota horizontal em y = 1. Alguns exemplos estão mostrados abaixo. a. VERDADEIRO. Essa alternativa basicamente nos diz que existe um valor negativo, a partir do qual f(x) é sempre maior que 0. Isso é verdadeiro porque se nós temos uma assíntota horizontal em y = 1 isso significa que, a partir de um dado valor, f(x) sempre será maior que zero, tendendo a 1. Veja exemplos abaixo. b. FALSO. Isso pode ser provado com um exemplo. Veja a função abaixo. c. FALSO. Isso pode até acontecer, mas não é uma regra. Podemos provar isso se olharmos para a função abaixo, por exemplo. Claramente notamos que quando x tende a +∞, a função não tende a 1. d. FALSO. Isso pode ser provado se olharmos para o exemplo abaixo. Você percebe que a função acima tende a +∞ quando x tende a +∞? Isso significa que não podemos dizer que todos valores da função serão menores que um valor positivo M. e. FALSO. Isso pode até acontecer, mas não é uma regra. Para provar isso, vamos olhar para a mesma função que olhamos nas últimas duas alternativas. Você percebe que nesse caso não conseguimos achar nenhum ponto para dizer que a partir dele todos os valores de f são menores que 1? A função acima sequer assume algum valor menor que 1. QUESTÃO 4 Sejam tais que ., ]0, [f g : ℝ → + ∞ lim x→+∞ f (x) g(x) = + ∞ Então: a. Teremos sempre que .(x)lim x→+∞ f = + ∞ b. Teremos sempre que (x)g(x)lim x→+∞ f = + ∞ c. Podemos ter .(x)g(x) 0lim x→+∞ f = d. Teremos sempre que (x) (x)lim x→+∞ f = lim x→+∞ g = + ∞ e. Podemos ter: (x)g(x)lim x→+∞ f = − ∞ Resolução Pelas propriedades dos limites, temos o seguinte: Para que o limite acima vá para +∞, temos três possibilidades, basicamente, veja: Onde a>0. Ainda existiriam algumas outras possibilidades para que isso se verifique, mas esses três casos serão suficientes para resolver a questão. Vamos analisar as alternativas. Para facilitar o entendimento, lembre que o limite do produto de duas funções é igual ao produto dos limites dessas funções. a. FALSO. Como vimos acima, no 3ª caso, o limite de f(x) quando x tende a +∞ pode ser igual a uma constante positiva, desde que o limite de g(x) quando x tende a +∞ seja igual a 0. b. FALSO. Olhe para o 3º caso novamente. Se multiplicarmos uma constante positiva por zero, o limite tenderá a zero! c. VERDADEIRO. A explicação da alternativa b, que vimos acima, automaticamente torna a alternativa c verdadeira. d. FALSO. Em nenhum dos três casos que estamos estudando o limite de g(x), quando x tende a +∞, é igual a +∞. No entanto, isso pode acontecer quando f(x) e g(x) forem polinômios, sendo f(x) de maior grau. e. FALSO. Veja os nossos três casos: em nenhum deles, se multiplicarmos o numerador pelo denominador, teremos -∞. Sugestão: faça f(x) = x e g(x) = 1/x para provar a falsidade das alternativas a, b e d. QUESTÃO 5 Dada a seguinte função: Então: a. f é contínua em 0 e é derivável em 0. b. Nenhuma das outras afirmações é verdadeira. c. f não é contínua em 0 e não é derivável em 0. d. f não é contínua em 0 e é derivável em 0. e. f é contínua em 0 e não é derivável em 0. Resolução Para que uma função seja derivável em um ponto x0, o seguinte limite deve existir: Como essa função está definida por intervalos, o limite deve existir em torno de x0=0, o limite acima deve existir para as duas funções. Para a função f(x) = 0, é bem simples de ver que o limite existe e é igual a zero. Veja: Agora vamos calcular o limite para a outra função. Veja: Quando substituímos x0 = 0 na equação acima, percebemos que teremos uma divisão de 0 por 0 no termo circulado abaixo. Isso torna o limite indefinido e portanto a derivada não existe nesse ponto. Agora vamos conferir se a função é contínua em x = 0. Para saber isso, devemos calcular os limites abaixo e verificar se eles são iguais. Agora, vamos calcular os dois limites, individualmente. Começamos pelo mais fácil: Certo, isso significa que, para que a função seja contínua em x = 0, o outro limite também deverá ser igual a zero. Vamos calcular:: Para calcular esse limite, vamos aplicar o Teorema do Confronto. Sabemos que: Multiplicando todos os termos por x² e dividindo por sen(x), ficamos com o seguinte: Agora, aplicamos o limite em todos os termos: Para resolver o primeiro limite, vamos usar o seguinte truque: tiramos a derivada em relação a x tanto do numerador quanto do denominador e avaliamos o limite. Essa é a conhecida técnica de L’Hôpital. Veja como isso funciona: Percebaque o terceiro limite é calculado de forma análoga ao primeiro e também será igual a zero. No fim das contas, teremos o seguinte: Portanto o nosso limite deu igual a zero e, então, a função é contínua em x = 0. A resposta é LETRA E. QUESTÕES DISSERTATIVAS QUESTÃO 1 Calcule, caso existam, os seguintes limites: a. ;lim x→+∞ x3 3x2 − x2 3x+2 b. ;lim x→0 x 3 tan(x) − sin(x) c. ;lim x→2− sin(x −4)2 √x −5x +8x−43 2 Resolução a) A primeira coisa que faremos para resolver esse limite é reescrever a subtração das frações como uma fração só. Veja: Calculando os produtos, temos o seguinte: Agora, vamos colocar o x³ em evidência, tanto no numerador quanto no denominador. Finalmente, podemos avaliar o limite quando x tende a +∞. b) Se você simplesmente substituir x = 0 nessa expressão, chegará em 0/0. Ou seja, algumas manipulações são necessárias. Primeiramente, vamos lembrar que tan (x) = sen (x) / cos (x). Substituindo isso na função, temos o seguinte: Fazendo algumas manipulações algébricas simples, ficamos com: Agora, vamos multiplicar o numerador e o denominador por (1 - cos(x)). Lembrando da relação trigonométrica fundamental cos²(x) + sen²(x) = 1, podemos fazer a seguinte mudança: Todas essas manipulações que fizemos até agora vão nos permitir usar o nosso conhecido limite trigonométrico fundamental. Veja: c) Se você sair substituindo x = 2 nessa expressão, chegará em 0/0. Ou seja, vamos ter que manipular essa expressão. Quando temos um polinômio no limite, muitas vezes é interessante deixar ele na sua forma fatorada. Assim, vamos começar esse exercício deixando o polinômio dentro da raiz em sua forma fatorada. Certo, agora perceba que temos o sen(x²-4) no numerador. Qual a melhor maneira de resolver limites com seno? Forçando o aparecimento do limite trigonométrico fundamental! Como fazer isso? Multiplicando o numerador e o denominador por (x²-4). Ok, agora perceba que o (x-2)² pode sair de dentro da raiz como |x-2|. Não esqueça o módulo! Além disso, vamos escrever o (x²-4) em sua forma fatorada. Perceba que para valores menores ou iguais a 2, temos a seguinte igualdade: -(x-2) = |x-2|. E como estamos querendo saber o limite dessa função quando x tende a 2 pela esquerda, os valores maiores que 2 não vão nos interessar. Então podemos fazer a seguinte simplificação: Agora é só calcular os limites: QUESTÃO 2 Uma mangueira está enchendo um tanque com água. O tanque tem o formato de um prisma de comprimento 8m cuja base é um triângulo equilátero (ver figura abaixo). Sabendo que a vazão é constante e igual a 5m³/min, determine a taxa de variação da altura da água, h(t), no instante em ela é 2/3m. Resolução Imagine esse tanque sendo preenchido por água. Você percebe que, a cada instante, o volume dentro do tanque tem o formato de um prisma e que a base desse prisma é um triângulo isósceles? Veja: Quais são os ângulos internos desse triângulo? Veja a figura abaixo. O ângulo BÂC é 60º pois ele compõe o triângulo equilátero. Para completar 180º, faltam 120º. Sabendo que o triângulo é isósceles, esses dois ângulos que faltam devem ser iguais. Portanto, todos ângulos internos são 60º. Agora, vamos formular a base desse triângulo, que chamaremos de b(t), em função da altura h(t): Ok, agora vamos formular o volume de água no tanque, em função do tempo: Vamos agora derivar o volume em função do tempo, para encontrar a taxa de variação do volume. O enunciado diz que, em um dado instante t0, temos altura h(t0) = 2/3 m e taxa de variação do volume V’(t0) = 5m³/min. Vamos substituir isso na expressão acima para encontrar a taxa de variação da altura.. MAT-2453 - Calculo Diferencial e Integral I - EP-USP Primeira Prova - 09/04/2018 Testes 1. Considere a seguinte função f: ℝ→ℝ dada por: Os valores reais de e c que tornam f contínua em são:=b / 0 x = 1 a. e /2b = − 1 c = 2 b. e /3b = − 1 c = 2 c. e /2b = − 1 c = 1 d. e /4b = − 1 c = 2 e. e /4b = − 1 c = 1 2. Seja f uma função derivável num intervalo aberto I que contém 1 e tal que: para todo . A equação da reta tangente ao gráfico de f no ponto (1, f(1)) é:x ∈ I a. inexistente. b. . y = x + 2 c. .y = − x2 + 2 3 d. .y = x2 − 2 3 e. . y = x2 − 1 3. Seja f: ℝ→ℝ satisfazendo a seguinte propriedade: Então podemos afirmar que: a. Existe tal que, para todo , vale .m > 0 x < − m (x)f > 0 b. está definida para todo 1/f )(x)( .x < 0 c. (x) lim x→+∞ f = 1 d. Existe , tal que para todo , temos .M > 0 x ∈ ℝ f (x)| | < M e. Existe 0 tal que, para todo , vale .m > x < − m (x)f < 1 MAT-2453 - Calculo Diferencial e Integral I - EP-USP Primeira Prova - 09/04/2018 4. Sejam tais que ., ]0, [ f g : ℝ → + ∞ lim x→+∞ f (x) g(x) = + ∞ Então: a. Teremos sempre que .(x)lim x→+∞ f = + ∞ b. Teremos sempre que (x)g(x)lim x→+∞ f = + ∞ c. Podemos ter .(x)g(x) 0lim x→+∞ f = d. Teremos sempre que (x) (x)lim x→+∞ f = lim x→+∞ g = + ∞ e. Podemos ter: (x)g(x)lim x→+∞ f = − ∞ 5. Dada a seguinte função: Então: a. f é contínua em 0 e é derivável em 0. b. Nenhuma das outras afirmações é verdadeira. c. f não é contínua em 0 e não é derivável em 0. d. f não é contínua em 0 e é derivável em 0. e. f é contínua em 0 e não é derivável em 0. MAT-2453 - Calculo Diferencial e Integral I - EP-USP Primeira Prova - 09/04/2018 Questões Dissertativas Questão 1. (Valor 3,0). Calcule, caso existam, os seguintes limites: a. ;lim x→+∞ x3 3x2 − x2 3x+2 b. ;lim x→0 x 3 tan(x) − sin(x) c. ;lim x→2− sin(x −4)2 √x −5x +8x−43 2 Questão 2. (Valor 2,0). Uma mangueira está enchendo um tanque com água. O tanque tem o formato de um prisma de comprimento 8m cuja base é um triângulo equilátero (ver figura abaixo). Sabendo que a vazão é constante e igual a 5m³/min, determine a taxa de variação da altura da água, h(t), no instante em ela é 2/3m.
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