Buscar

TÉCNICAS DE FENAÇÃO PARA A PRODUÇÃO DE LEITE

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

TÉCNICAS DE FENAÇÃO PARA A PRODUÇÃO DE LEITE 
 
Magno José Duarte Cândido1 
José Antonio Alves Cutrim Junior2 
Rodrigo Gregório da Silva2 
Rebeca Magda da Silva Aquino3 
 
1. INTRODUÇÃO 
A estacionalidade na produção de forragem é uma realidade recorrente em todos os 
sistemas de produção animal em pastejo, trazendo sérios prejuízos para o produtor com o 
fenômeno da safra e entressafra. Na maior parte do Nordeste do Brasil, esse fato é 
agravado pela curta estação chuvosa, em média de quatro meses, havendo escassez de 
forragem no restante do ano. Para minimizar tais problemas há a necessidade de se 
conservar forragem para a época da seca, na forma de feno ou silagem. A produção de 
feno no Nordeste, por meio da técnica da fenação, apresenta grande potencial, devido à 
sua alta insolação, altas temperaturas e umidade relativa do ar baixa nessa região. 
A fenação constitui-se em uma das alternativas recomendáveis, especialmente pela 
possibilidade de estar associada ao programa de manejo das pastagens, aproveitando para 
fenar o excedente de pasto produzido no período das águas. 
A fenação ocupa importante papel no manejo das pastagens, permitindo o 
aproveitamento dos excedentes de forragem ocorridos em períodos de crescimento 
acelerado de forrageiras, visto que alterações da carga animal são geralmente difíceis de 
serem realizadas. 
O princípio básico da fenação resume-se na conservação do valor nutritivo da 
forragem através da rápida desidratação, uma vez que a atividade respiratória das plantas, 
bem como a dos microrganismos é paralisada. Assim, a qualidade do feno está associada a 
fatores relacionados com as plantas que serão fenadas, às condições climáticas ocorrentes 
durante a secagem e ao sistema de armazenamento empregado (REIS et al., 2001) 
A fenação é uma técnica de conservação de forragens extremamente versátil, pois 
desde que o feno seja armazenado adequadamente, apresenta as seguintes vantagens: pode 
ser armazenado por longos períodos com pequenas alterações no valor nutritivo, grande 
número de espécies forrageiras podem ser usadas no processo, pode ser produzido e 
utilizado em grande e pequena escala, pode ser colhido armazenado e fornecido aos 
animais manualmente ou num processo inteiramente mecanizado e pode atender o 
 
1 Prof. Adjunto, Departamento de Zootecnia/UFC. Pesquisador do CNPq. E-mail: mjdcandido@gmail.com 
2 Doutorando do Programa de Doutorado Integrado em Zootecnia-PDIZ/UFC/UFPB/UFRPE 
3 Graduanda do curso de Zootecnia da UFC. 
 
 
2
requerimento nutricional de diferentes categorias animais (Reis et al., 2001). Como 
desvantagens podemos citar: o elevado custo de aquisição de máquinas adequadas e 
elevado custo com mão-de-obra por quilo de feno produzido em pequenas propriedades. 
O feno pode ser definido como a forragem que sofreu processo de desidratação até 
atingir o teor de umidade que permite se manter estável nas condições ambientais. O teor 
de umidade normalmente está na faixa de 10 a 20%, o que, na prática significa estar em 
equilíbrio com a umidade relativa do ar. A conservação de forragens na forma de feno 
depende da prevenção dos processos biológicos, tais como crescimento de fungos e 
fermentação, em razão da baixa quantidade de água disponível. 
 
2. FORRAGEIRAS INDICADAS PARA FENAÇÃO 
Para escolha da planta a ser fenada devemos levar em consideração a sua 
produtividade, tolerância ao corte, capacidade de rebrotação, qualidade, além da facilidade 
de secagem (GOMIDE, 1980). 
Ao escolher a forrageira a ser fenada, deve-se observar a sua composição químico-
bromatológica, destacando-se os teores de fósforo, cálcio e a digestibilidade da matéria 
seca. O valor nutritivo varia com a espécie botânica, idade da planta, fertilidade do solo. 
Em geral, as leguminosas são mais ricas em proteína e cálcio que as gramíneas. À medida 
que a planta se desenvolve, ocorre redução do valor nutritivo em função da diminuição das 
percentagens de proteína, fósforo, digestibilidade e consequentemente, do consumo. A 
influência da fertilidade do solo reflete-se nos teores de proteína, fósforo, potássio, 
digestibilidade e consumo, sendo importante a sua manutenção que, além disso, garante 
maior produtividade por unidade de área. 
Algumas plantas dificultam o trabalho da segadeira, devido às suas características 
estruturais, ou ao seu hábito de crescimento. Neste caso, são mais fáceis de serem cortadas 
as plantas cespitosas, quando comparadas às estoloníferas e decumbentes. No entanto, a 
maioria dos capins cespitosos é mais vulnerável ao corte rente ao solo, sendo uma das 
principais exceções o capim-elefante, que possui rizomas (colmos subterrâneos com 
gemas viáveis). 
O potencial de produção talvez seja o fator mais importante a ser considerado na 
escolha da espécie forrageira. Esse fato pode ter influência na diminuição dos custos de 
produção, visto que na mesma área pode-se obter uma maior quantidade de feno. 
A facilidade de secagem é influenciada pela relação folha/haste, cerosidade das 
folhas, teor de umidade ao tempo de corte, número e abertura dos estômatos. Em geral, 
forrageiras mais folhosas são mais fáceis de serem fenadas. No entanto, quando não é 
 
 
3
possível a utilização destas, a solução para uma rápida secagem consiste no uso de 
segadeira condicionadora. 
A rebrotação depende das condições de fertilidade e umidade do solo, bem como do 
grau de tolerância das forrageiras ao corte. Um fator de extrema importância na 
determinação da capacidade de rebrotação refere-se à precocidade do alongamento do 
caule da forrageira (gramínea), que é dado pela elevação do meristema apical acima do 
solo, tornando-se exposto à eliminação. Gramíneas cespitosas, que têm elevação rápida do 
meristema apical, têm menor velocidade de rebrotação após o corte, isto é, em relação a 
gramíneas estoloníferas, porém mais fáceis de serem cortadas. 
Atualmente é possível fenar todo tipo de forrageira, bastando para isso utilizar 
métodos e equipamentos adequados ao processamento da planta, embora algumas espécies 
forrageiras apresentem maior facilidade, principalmente quanto à velocidade de 
desidratação, atingindo o ponto de feno mais rapidamente e expondo a forragem a menos 
risco de perdas. 
O feno de gramíneas tropicais é geralmente inadequado como única fonte de 
alimento para suprir os requerimentos nutricionais de manutenção exigidos pelos animais. 
Todavia, algumas espécies dos gêneros Pennisetum (capim-elefante), Panicum (tanzânia, 
mombaça, aruana, colonião etc.), Cynodon (tifton-85, coast-cross etc.), Cenchrus (capim-
búffel), quando desenvolvidas em boas condições de fertilidade e manejo, oferecem 
oportunidades para confecção de feno de qualidade aceitável. 
Segundo Lima e Maciel (1996) citados por Paz et al.(2000) e Camurça et al. (2002), 
o capim-elefante pode ser considerado uma importante forrageira na produção de 
volumoso para pecuária no Semi-Árido Brasileiro. Tal fato deve-se ao seu alto potencial 
produtivo quando manejado intensivamente e à sua adaptabilidade a amplas condições de 
fertilidade e de umidade no solo (excetuando-se condições de encharcamento). 
Várias são as forrageiras passível de serem fenadas, as mais adequadas são: capim-
rhodes, estrela africana, coast cross, tifton-85, jaraguá, pangola, colonião, tanzânia, buffel, 
kikuio, capim-elefante, braquiárias entre outras que podem ser cultivadas para este fim. 
Ainda podemos citar a soja perene, feijão-guandu, centrosema, alfafa, leucena, maniçoba, 
parte aérea da mandioca, sabiá e mata-pasto e diversas outras plantas da Caatinga (ver 
Tabela 4). 
 
3. O PROCESSO DE FENAÇÃO 
O processo de fenação, tradicionalmente, abrange três etapas principais: corte, 
desidratação ou secagem e armazenamento. Em cada etapa deve-se adotar procedimento 
 
 
4
correto, em função do tipo de maquinário utilizado, da espécie forrageirae das condições 
climáticas, para que o feno produzido apresente qualidade satisfatória. O processo consiste 
basicamente na desidratação da forragem verde com 65- 85% de umidade para 10 a 20%. 
A desidratação é mais acentuada logo após o corte, diminuindo à medida que atinge 
valores abaixo de 65% de umidade, até atingir o ponto ideal. A rapidez com que o ponto 
de feno é obtido concorre para menores perdas de princípios nutritivos nesta fase. 
3.1. Corte da Forragem 
O período mais indicado para prática da fenação é a estação das águas, isto é, de 
Fevereiro a Maio, no caso do Ceará, ou o ano todo, quando houver possibilidade de 
irrigação. Com o solo úmido (devido à chuva ou ao uso da irrigação), as forrageiras 
apresentam uma elevada concentração de nutrientes, além de um bom rendimento de 
forragem. Isso ocorre geralmente ainda no estádio vegetativo, quando é maior a proporção 
de folhas, a porção mais nutritiva da planta (PAZ et al., 2000). 
A produção acumulada de matéria seca cresce com a idade da planta enquanto, o 
valor nutritivo decresce quando a planta passa da fase de crescimento vegetativo para 
reprodutivo. Cortes no início da fase de crescimento vegetativo trariam como 
desvantagens, menor rendimento forrageiro e ainda alto teor de umidade da forrageira, 
Cortes durante a fase de crescimento reprodutivo teriam como desvantagens, maior 
lignificação das células e menor digestibilidade da proteína e energia. A época ideal de 
corte seria aquela em que a forrageira estaria com o maior equilíbrio entre quantidade e 
qualidade. Portanto esta época não pode ser definida em termos somente de crescimento 
ou de datas de cortes pré-fixadas, mas sim em períodos de descanso da cultura, condições 
locais do meio, aspectos econômicos, etc. Convém, portanto, enfatizar que a qualidade da 
forragem à época do corte é de importância primária na qualidade do feno. 
A ocorrência de chuva é o fator mais prejudicial à produção de feno. Resulta em 
maior tempo de permanência da forragem no campo, em prejuízo à qualidade do feno e 
em maiores riscos de perdas totais. Este fato determina a necessidade de o produtor 
manter-se atento à previsão do tempo e às primeiras indicações de mudanças tomar as 
providências adequadas para proteger o feno. 
Ao estabelecer o manejo de corte, deve-se também levar em conta as condições que 
asseguram a persistência da forrageira, tais como a freqüência e a altura de corte. 
As plantas forrageiras têm características morfofisiológicas que demandam 
diferentes alturas de corte. De maneira geral, os capins de crescimento prostrado como 
aqueles dos gêneros Brachiaria e Digitaria podem ser cortados de 10 a 15 cm, do gênero 
 
 
5
Cynodon de 5 a 10 cm (Figura 1), enquanto que plantas de crescimento ereto como Avena, 
Hyparrhenia, Panicum e Pennisetum as alturas de corte são de 10 a 20 cm. Em termos de 
leguminosas, a altura de corte normalmente utiliza-se 8 a 10 cm do nível do solo. Outro 
parâmetro fisiológico que pode ser utilizado facilmente para determinar o momento de 
corte é a contagem do número de folhas vivas/perfilho ou mesmo o número de entrenós da 
planta. Para o capim-tifton 85, em condições de Nordeste e adubado com nitrogênio na 
dose equivalente a 600 kg/ha x ano, irrigado em sistema de baixa pressão, preconiza-se o 
corte quando a planta atingir entre 8,5 e 10,5 folhas vivas/perfilho. Para o capim-elefante, 
recebendo a mesma dose de nitrogênio e na mesma região, é possível utilizá-lo para feno 
quando apresentar entre 8 e 10 entrenós. 
 
 
 
 
 
Figura 1 - Altura do capim-tifton 85 no momento do corte (esquerda), após o corte (direita ) e altura de corte do capim-
elefante (abaixo). Fotos: Cutrim Junior. 
 
É possível ainda fazer o uso da altura, em conjunto com outras variáveis, para 
determinar o momento do corte. O capim-tifton 85, deve apresentar entre 45 a 50cm de 
altura (Figura 1) no momento do corte para alcançar rendimentos satisfatórios, o que 
corresponde ao intervalo do número de folhas vivas/perfilho preconizado. Acima desse 
1,80 cm 
 
 
6
valor é possível se observar diminuição no valor nutritivo, devido à diminuição na relação 
folha/haste que se acentua com o alongamento das hastes. Para o capim-elefante, 
verificou-se altura uma altura média de corte de 1,80cm, o que corresponde ao intervalo 
do número de entrenós preconizado (Figura 1). 
As condições ambientais estão ligadas ao momento do corte. É importante realizar os 
cortes em dias ensolarados, pouca nebulosidade, baixa umidade relativa do ar, ocorrência 
de ventos e temperaturas elevadas. 
O corte pode ser manual ou mecânico e, deve ser feito nas primeiras horas da manhã, 
após o orvalho, pois facilita o corte e possibilita maior desidratação ao final do dia. Caso a 
planta ainda contenha o orvalho no momento do corte, haverá um acúmulo de água na 
massa depositada sobre o solo, requerendo um maior número de revolvimento mecânico 
necessário a secagem, que por sua vez aumentará os custos com mão-de-obra e 
hora/máquina. (Souza, 2000). A quantidade de material a ser cortado depende da 
capacidade de processamento, observada a disponibilidade de máquina e/ou mão-de-obra. 
O corte manual pode ser feito empregando-se alfange, foice ou roçadeira costal 
(Figuras 1 e 2, respectivamente). 
 
 
Figura 2 - Corte do capim-tifton 85 usando roçadeira costal. Foto: Cutrim Junior. 
 
O corte mecânico propriamente dito é feito com segadeira de barra, segadeira de 
tambor, segadeira condicionadora ou colhedeira de forragem. Cada maquinário tem altura 
de corte regulável, largura de corte variável de acordo com o modelo e rendimento. 
Pereira (1998) relatou que quando se trabalha com uma forrageira com alta relação 
folha/haste (ex.: Brachiaria, Tanzânia), ou colmos mais grossos (ex.: capim-elefante), é 
adequado o uso de segadeira de barra ou condicionadora para promover secagem mais 
rápida e uniforme, reduzindo os riscos de perda. 
 
 
7
Por muitos anos, as segadeiras de barra têm sido utilizadas, principalmente pôr 
serem máquinas simples e baratas. A desvantagem desse equipamento é que apresenta 
baixa velocidade de operação além de promover dilaceração do caule, o que prejudica a 
rebrotação das plantas, reduzindo a persistência do dossel (ROTZ, 2001). 
As segadeiras de disco giratório (Figura 3) desenvolvem maior velocidade, sendo 
que o seu desempenho é limitado pela habilidade do operador. A desvantagem desta 
máquina é o seu alto custo de operação, pois requer quatro vezes mais potência para 
operação. Portanto, um trator mais potente deve ser utilizado e mais combustível pode ser 
consumido. Por outro lado, com o trabalho desenvolvido em maior velocidade tem-se 
menor tempo de operação e de utilização do trator. 
 
 
 
Figura 3 - Segadeira de disco em operação. Fotos: Ferreira (2006). 
 
Segadeiras com tambores giratórios apresentam algumas desvantagens comparadas 
às demais, pois requer duas vezes mais potência comparada com as de disco. Além disto, 
em decorrência do corte desuniforme, tem-se secagem heterogênea nas leiras. 
Mini-tratores com lâminas frontais (Figura 4) também podem ser utilizados para o 
corte da forrageira. Eles apresentam um elevado rendimento, fácil manuseio e baixo custo 
operacional, promovendo um corte uniforme e um espalhamento da forragem em toda 
área, facilitando a secagem. 
 
 
8
 
 
Figura 4 - Mini-trator com lâmina frontal em operação na unidade demonstrativa de produção de feno do 
Núcleo de Ensino e Estudos em Forragicultura–NEEF (projeto financiado pelo FUNDECI/BNB). Foto: 
Cutrim Junior. 
 
Outro tipo de implemento que pode ser empregado é a colhedeira de forragem tipo 
"faca-boba", principalmente quando vai fenar leguminosas ou gramíneas de talos grossos, 
porque dilacera os talos, colmos e folhas, permitindo uma desidratação mais rápida e 
uniforme. O inconveniente na utilização desta máquina é que os colmos das gramíneasque 
permanecem nas touceiras ficam rachados, comprometendo a rebrotação futura sendo, 
portanto recomendado o uso desta máquina apenas uma vez ao ano. 
Uma avaliação geral evidencia que nenhum dos tipos de segadeira apresenta uma 
vantagem acentuada sobre outra, portanto qualquer delas pode ser usada na fenação, sendo 
o fator de decisão o custo de aquisição e manutenção das mesmas (ROTZ, 2001). 
 
3.2. Secagem 
Esta fase implica na evaporação de grande quantidade de água - duas a três toneladas 
de água para cada tonelada de feno produzido, no menor tempo possível. As condições 
ambientais que favorecem a secagem são: dias ensolarados, pouca nebulosidade, baixa 
umidade relativa do ar, ocorrência de ventos e temperaturas elevadas. O processo de 
secagem a campo pode ser dividido em três fases (Figura 5): 
• 1ª Fase – Inicia-se após o corte e espalhamento da planta forrageira no campo. 
Normalmente esta fase é rápida e envolve intensa perda de água. Nesta fase, os 
estômatos permanecem abertos, (cerca de duas a três horas), após o corte. E o teor de 
umidade que se encontra em torno de 70 a 90%, cai ficando em uma faixa de 60 a 
65%. 
 
 
9
• 2ª Fase – Nesta fase a perda de água é mais lenta e o teor de umidade, no qual se 
encontra em torno de 60 a 65%, cai para uma faixa de 45% de umidade. Os estômatos 
já se encontram fechados e a perda de água ocorre via cutícula foliar. 
 
Figura 5 - Curva de secagem de plantas forrageiras em condições ambientais uniformes (Jones e Harris, 
1979, citados por REIS et al., 2001). 
 
• 3ª Fase - Inicia-se quando a planta apresenta cerca de 45% de umidade. É o momento 
em que a planta é mais susceptível às condições climáticas (Moser, 1995), observando-
se maiores perdas na qualidade do material fenado quando há grandes oscilações 
climáticas (chuvas, aumento da umidade do ar). É nesta fase que a forragem torna-se 
mais susceptível aos danos causados pelo processamento, onde as folhas apresentam-
se mais quebradiças, com o caule apresentando alto teor de umidade. Nesta fase, a 
perda de umidade ocorre através da plasmólise celular, até atingir o ponto definido do 
feno que é em torno de 15 a 20% de umidade. 
 
A taxa de secagem é favorecida pela presença de maior proporção de folhas e de 
caules finos. O adequado processamento da forragem, espalhamento, viragem e 
enleiramento, contribuem para acelerar e uniformizar a desidratação da planta. Nessas 
condições e com tempo bom, dois ou três dias serão suficientes para se produzir um feno 
de boa qualidade, desde que a forrageira seja colhida no momento ideal. 
 
 
10
As folhas perdem água mais rapidamente que o caule ou partes grossas da planta, 
atingindo o ponto de feno primeiro. A partir deste ponto é recomendável que a forragem 
seja mantida enleirada, para se obter uma secagem uniforme. 
O ritmo de desidratação a campo pode ser acelerado de três a quatro vezes, nas 
etapas iniciais, se a forragem for submetida a tratamento para afofar e virar, permitindo a 
entrada de ar, vento e raios solares, reduzindo à quantidades mínimas as perdas nesta fase. 
Na secagem da forragem colhida, o conteúdo de umidade da planta, em geral 
variando de 75% a 80% no momento do corte, deve ser reduzido para níveis inferiores a 
20%, no ponto de feno. Isso implica a evaporação de grande quantidade de água, duas a 
três toneladas de água para cada tonelada de feno produzido, no menor tempo possível. 
Em forragens com maior quantidade de colmo a picagem é fundamental para 
facilitar a desidratação da planta (Figura 6). Deve ser feita em máquina picadeira 
adequada, com lâminas devidamente afiadas para proporcionar um tamanho de partícula 
ideal (entre 2,5 e 3,0 cm) tanto para a secagem quanto para otimizar os processos de 
ruminação do animal. O material picado deve ser colocado sobre uma lona plástica 
(Figura 7) ou solários de cimento liso em camadas não superiores a 10 cm, virando sempre 
que possível. 
 
Figura 6 - Picagem do capim-elefante para facilitar a desidratação. Foto: Cutrim Junior. 
 
A viragem do material dever iniciar logo após o corte e, ser repetida tantas vezes 
quanto possível. Pode ser feita manualmente ou com o uso de ancinhos de tração mecânica 
de vários tipos que, dependendo da regulagem, podem realizar também as práticas de 
enleiramento e espalhamento. 
 
 
11
 
Figura 7 - Reviragens do capim-tifton 85 (esquerda) e capim-elefante (direita) para alcançar o ponto de feno. 
Fotos: Cutrim Junior. 
 
Se o material permanecer no campo por mais de um dia, este deverá ser enleirado à 
tarde e esparramado no dia seguinte, evitando assim o efeito do orvalho e melhorando 
homogeneidade da desidratação. 
Ocorrendo chuva durante o dia, o material também deverá estar enleirado, voltando 
ao processo de viragens após enxugar os espaços entre as leiras, onde o material é 
espalhado novamente. O maior número de reviragens no dia acelera o processo de 
desidratação, fazendo com que a forragem passe um menor tempo no campo secando. 
No instante do corte, a forragem contém aproximadamente 85% de umidade. Com as 
sucessivas viragens e afofamentos, ela vai sendo secada, até atingir 12-15% de umidade, 
que é o chamado "ponto de feno". A determinação do ponto de feno pode ser feita por 
equipamentos adequados ou por maneiras práticas, sendo que a umidade final deverá estar 
entre 10 e 20%. Dentre as maneiras práticas de verificação podemos citar o processo de 
torcer um feixe de forragem e observar: se surgir umidade e, ao soltar, o material voltar à 
posição inicial rapidamente, ainda não está no ponto; se houver rompimento das hastes, 
passou do ponto e, se não eliminar umidade e, ao soltar o material voltar lentamente à 
posição inicial, sem rompimento de hastes, está no ponto. Com a prática, pelo tato e cor, a 
pessoa identifica o ponto do feno. Deve-se também cravar a unha nos nós dos talos, de 
onde saem as folhas: o nó deve apresentar consistência de farinha, sem umidade. Nesse 
ponto, o feno já está pronto, restando enfardá-lo e armazená-lo em local ventilado, a salvo 
da chuva. Em caso de plantas que precisam ser picadas antes de serem desidratadas, o 
ponto de feno é dado esfregando-se um pouco do material entre as mãos e caso este se 
desprenda facilmente da palma da mão, temos ai o momento em que o feno deve ser 
ensacado. 
 
 
12
A umidade ao final da desidratação é responsável pelo êxito ou fracasso da fenação 
e, em alguns casos quando em excesso, ocorre também grande elevação de temperatura 
que pode chegar até a combustão. 
A desidratação da forragem se processa até que a umidade do feno entre em 
equilíbrio com a umidade do ar, conforme a Tabela 1. 
 
Tabela 1 - Relações entre umidade relativa do ar e a umidade de equilíbrio do feno 
Umidade relativa do ar (%) Umidade do feno (%) 
95 35,0 
90 30,0 
80 21,5 
77 20,0 
70 16,0 
60 12,5 
Fonte: Raymond et al., 1991. 
 
A umidade relativa do ar varia durante o dia, sendo menor à tarde e elevada à noite, 
pelo que se justifica manter a forragem com baixa umidade, enleirado-a a noite e 
removendo as leiras durante o dia. O enleiramento durante a noite evita o re-
umedecimento. 
A desidratação final é feita em pequenas leiras, proporcionando a obtenção da 
umidade desejada mais uniformemente e facilitando o recolhimento do material pelas 
enfardadeiras. 
 
3.3. Armazenamento 
O feno pode ser armazenado, solto ou enfardado em locais ventilados e livres de 
umidade. Podem ser aproveitadas as construções já existentes ou construir galpões rústicos 
no campo, levando-se em consideração as facilidades encontradas na propriedade e o 
tempo que o feno deverá permanecer armazenado. As formas de armazenamento mais 
comuns são o armazenamento solto (medas) e em forma de fardos. 
No armazenamento solto, o feno é levado a galpões reservados para este fim ou para 
as chamadas "medas", que são montes de feno organizados no próprio campo de produção,forma de armazenamento mais indicada para criações extensivas ou semi-extensivas. 
Escolhido um local nivelado, coloca-se o mastro ou tutor; marca-se uma 
circunferência de acordo com a área da base ao redor deste tutor e, inicia-se a colocação 
do feno em camadas bem compactadas, abrindo o diâmetro até 2/3 da altura, voltando a 
 
 
13
fechar a partir daí até ao topo da meda, onde deverá ser feita uma espécie de chapéu de 
sapé, lona plástica ou similares, que evite a penetração de água das chuvas. 
Uma vez pronta a meda, o acesso dos animais à esta deve ser impedido por cercas, 
para permitir o consumo somente no momento oportuno. 
É necessário construir uma pequena canaleta ao redor da meda, para proteção contra 
as enxurradas. Para melhor estabilidade da meda, recomenda-se construí-la com altura 
equivalente, no máximo, a uma vez e meia do diâmetro da base. De maneira geral, as 
medas têm por diâmetro da base entre 4 a 6 metros, altura de 6 a 9 metros e capacidade de 
6 a 12 toneladas. 
Como principais vantagens deste sistema, podemos citar o menor custo no 
armazenamento; não necessita de abrigos, reduz o transporte e tem fácil cesso para o gado. 
As desvantagens são as perdas por lavagem, contribuindo para um menor valor 
nutritivo e também, ocorrem desperdícios pelos animais no momento da utilização. 
Na forma de fardos, o armazenamento pode ser feito em galpões especiais ou a 
campo, cobertos com lona ou sapé. O material enfardado ocupa menor espaço, tem melhor 
conservação, facilita o transporte e possibilita o controle da disponibilidade de feno.Este 
método requer enfardadeira que pode ser manual ou mecânica, arame ou cordão 
apropriado para amarrio, sendo, portanto, mais caro e trabalhoso do que o armazenamento 
do feno solto. 
O enfardamento pode ser feito de forma manual ou mecânica automática. O 
enfardamento manual é feito utilizando-se enfardadeiras que usam o sistema de prensa 
manual diferenciado, que reduz consideravelmente o esforço do operador durante a 
produção dos fardos. Tal equipamento produz fardos de 13 a 15 kg medindo 40cm de 
altura, 45cm de largura e 65cm de comprimento (Figura 8), tendo uma produção média de 
100 fardos por dia com o uso de 3 operadores. 
As enfardadeiras mecânicas automáticas captam a forragem enleirada, fazem a 
prensagem dos fardos em dimensões variáveis. As enfardadoras podem ser classificadas 
em convencionais ou prensas-enfardadoras, que produzem fardos prismáticos com 
dimensões de 40 a 60 cm de largura x 30 a 40 cm de altura x 50 a 130 cm de 
comprimento, ou ainda rotoenfardadoras, que produzem fardos cilíndricos com largura de 
1,50 m a 1,70 m e diâmetro de 1,60 m a 1,80 m (Boller, 2002). Em 1 m³ de feno 
corretamente enfardado, armazenam-se aproximadamente 90-100 kg de material. 
 
 
 
14
 
 
Figura 8 - Produção de fardos de feno de capim-tifton 85 feito com enfardadeira manual. Fotos: Cutrim 
Junior. 
 
Uma forma alternativa para enfardamento do feno é o uso da prensa manual de 
madeira para fenação, idealizada e desenvolvida na Embrapa Tabuleiros Costeiros 
(Figura 9). Essa prensa pode ser construída com a própria madeira já existente em todas as 
propriedades rurais, o que sem dúvida, onera menos ainda a sua fabricação, aliado ao fato 
de ser tarefa de fácil execução. 
 
 
Figura 9 - Produção de fardos de feno feito com prensa manual. (Fotos: Embrapa Tabuleiros Costeiros). 
 
Os fardos prensados pesam de 13 a 15 kg e pode ser prensado por qualquer 
trabalhador dentro da propriedade e apenas um homem pode confeccionar 
aproximadamente 150 fardos por dia. 
Seu custo é barato se comparado com a prensa confeccionada em ferro. Em caso de 
ser construída dentro da propriedade a mesma se tornará barata, acessível e sem 
 
 
15
dificuldade alguma na sua construção. A prensa é de grande utilidade ao pequeno produtor 
rural, pois minimiza os problemas gerados pela seca, que tanto prejudica ao mesmo em 
seu labor, pois o armazenamento de alimentos volumosos é indispensável para atravessar 
o período seco. 
Uma outra forma de armazenamento é feita em sacos de sarrapilho, prática muito 
usada para armazenar fenos que são previamente picados para facilitar o processo de 
secagem, haja vista a dificuldade de enfardar tal material. Esses sacos são colocados sobre 
estrados que podem ficar em diversos locais (fenil), sendo preferível próximo ao local de 
fornecimento aos animais (Foto 10). O ensacamento torna-se um método mais prático e 
menos oneroso, mas apresenta uma maior dificuldade de acomodação e maiores perdas 
armazenados por longo período. 
 
 
Figura 10 - Sacos de feno armazenados no paiol do Núcleo de Ensino e Estudos em Forragicultura – NEEF 
Fotos: Cutrim Junior. 
 
Quando comparado com a silagem o feno apresenta como vantagens uma maior 
versatilidade de armazenamento, transporte e comercialização e como desvantagens baixa 
densidade (106 kg MS/m³ do feno e 148 kg MS/m³ da silagem) e uso de muito maquinário 
quando em grande escala. 
Segue abaixo um exemplo de cálculo de uma área necessária para armazenar fardos 
de feno de capim-tifton 85 produzidos em uma área de 1250 m² com uma produção de 
529 kg MS e perda de 10% no processo de fenação, assim como o número de ovinos a 
serem alimentados com tal produção: 
Produção = 529 kg MS – 10% = 476 kg feno ÷ 13,5 kg/fardo = 35 fardos 
Área do galpão: 476 kg MS de feno ÷ 106 kg MS/m³ = 4,5 m³ 
Rebanho: 
Consumo = 4% Peso Vivo (PV) = 0,04 
1 ovino 25 kg PV x 0,04: Consumo = 1,0 kg/dia 
1,0 kg/dia de feno consumido + 5% sobra = 1,05 kg/(ovino x dia) x 30 dias =31,5 kg 
feno/mês ÷ 13,5 kg/fardo = 2,3 fardos 
 
 
16
476 kg MS de feno ÷ 31,5 kg de feno/ovino x mês = 15 ovinos 
Ração com 50% volumoso = 15 ovinos x 2 = 30 ovinos 
 
O mesmo cálculo para 1 ha temos: 
Piquete: 1 ha 
Produção = 4232 kg MS – 10% = 3809 kg feno ÷ 13,5 kg/fardo = 282 fardos 
Área do galpão: 4232 kg MS de feno ÷ 106 kg MS/m³ = 40 m³ 
Rebanho: 
Consumo = 4% Peso Vivo (PV) = 0,04 
1 ovino 25 kg PV x 0,04: Consumo = 1,0 kg/dia 
1,0 kg/dia de feno consumido + 5% sobra = 1,05 kg/(ovino x dia) x 30 dias = 31,5 kg 
feno/mês ÷ 13,5 kg/fardo = 2,3 fardos 
4232 kg MS de feno ÷ 31,5 kg de feno/ovino x mês = 134 ovinos 
Ração com 50% volumoso = 134 ovinos x 2 = 268 ovinos 
 
4. QUALIDADE E VALOR NUTRITIVO DE FENOS 
A colheita no momento certo, a secagem rápida e uniforme da forrageira, e o seu 
recolhimento com a umidade adequada, são condições fundamentais para a produção de 
feno de boa qualidade, independentemente do processo adotado. 
O feno de boa qualidade é proveniente de uma forragem cortada no momento 
adequado. Promovendo uma rápida desidratação na forragem, é possível a conservação do 
seu valor nutritivo, uma vez que a atividade respiratória das plantas, bem como a dos 
microorganismos, é paralisada. A qualidade do feno está associada a fatores relacionados 
com as plantas a serem fenadas, às condições climáticas durante a secagem a campo e ao 
sistema de armazenamento empregado. Feno de boa qualidade apresenta cor verde 
característica, maciez ao tato e excelente aroma. 
Uma característica importante para a obtenção de feno de alto valor nutritivo, 
consiste na observação da proporção folha/haste, devido a uma interação positiva entre 
consumo, digestibilidade e a porcentagem de folha no feno (Tabela 2). O aumento da 
idade da plante, promove uma elevação da relação folha/haste, em decorrência da 
intensificação do processo de alongamento dos caules, que diferenciam quimicamente das 
folhas devido ao alto teor de fibra e baixo de proteína e fósforo. Assim, apesar de maior 
rendimento forrageiro com o avanço da idade da planta, é conveniente o corte mais 
freqüente, ainda que isto resulte em menor produção por área (GOMIDE, 1980). 
Dentre os fatores que influem na qualidade e valor nutritivo dos fenos, citam-se: 
• Espécie forrageira, 
• Fertilidade do solo para produção da forrageira 
• Disponibilidadede água para produção da forrageira (chuva ou irrigação) 
• Idade da planta no momento do corte, 
 
 
17
• Condições climáticas na ocasião da fenação 
• Rapidez na desidratação, 
• Umidade na ocasião do armazenamento, 
• Forma de armazenamento. 
 
Tabela 2 - Características físicas de fenos de leguminosas e gramíneas de diferentes 
padrões de qualidade 
 
Tipos de fenos Qualidade Mínimo de folhas (%) 
Mínimo de cor 
verde (%) 
Máximo de 
impureza (%) 
Alta 40 60 5 
Regular 25 35 10 Fenos de leguminosas 
Baixa 10 10 15 
Alta 45 40 10 
Regular 30 30 15 Fenos de gramíneas 
Baixa 15 10 20 
Fonte: Vilela (s/d). 
 
Como características de um bom feno podemos citar: 
• Coloração verde; 
• Cheiro agradável; 
• Ter boa quantidade de folhas, alta relação folha/haste; 
• Apresentar caules finos e macios; 
• Ausência de mofo 
• Livre de impurezas 
Como a espécie forrageira afeta qualidade do feno, as famílias de plantas também. 
Assim, as leguminosas de modo geral, permitem a obtenção de feno de melhor qualidade 
que as gramíneas (Tabela 3). 
Na Tabela 4 são apresentadas características químico-bromatológicas do feno de 
diversas espécies de importância forrageira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
18
Tabela 3 - Interpretação da análise da amostra de fenos 
 
Intervalos esperados na composição químico-
bromatológica final dos fenos Componentes 
Gramínea Leguminosa 
Umidade (%) 20 - 15 18 - 15 
Proteína bruta* 8-16 15 - 24 
Fibra em detergente neutro* 78 - 66 54 - 38 
Fibra em detergente ácido* 43 - 30 44 - 28 
Cinzas* 9 - 6.1 10.2 - 8.9 
Cálcio* 0.26 - 0.4 1.25 - 2.3 
Fósforo* 0.18 - 0.27 0.20 - 0.35 
Magnésio* 0.13 - 0.21 0.30 - 0.50 
Potássio* 1.3 - 1.2 1.7 - 2.25 
Lignina* 7-4 - 
NDT estimado % 43 - 61 54 - 76 
*Percentagem (%) na Matéria Seca (MS) 
Fonte: Costa e Resende (s/d) 
 
Trabalhos financiados pelo FUNDECI/Banco do Nordeste e realizados no Núcleo de 
Ensino e Estudos em Forragicultura-NEEF/DZ/CCA/UFC, demonstraram o valor nutritivo 
superior do feno de capim-tifton 85, em comparação ao do capim-elefante (Tabela 5). 
Observa-se redução no teor de proteína bruta do feno de capim-tifton 85 com o avançar da 
idade de 24 a 40 dias. Neste caso específico, a redução no teor de proteína bruta aos 40 
dias deveu-se à ocorrência de chuvas durante a desidratação, o que se comprova pelo teor 
de matéria seca estar bem abaixo do ponto de feno. Portanto, sob condições adequadas, 
recomenda-se o corte do capim tifton-85 para produção de feno em idades entre 30 e 40 
dias. O corte aos 24 dias, embora produza forragem de excelente qualidade, acarreta 
menor produtividade (3,8 t/ha, contra 4,9 t/ha do corte aos 30 dias). 
Por sua vez, o feno de capim-elefante apresenta valor nutritivo inferior, mas nem por 
isso deve ser negligenciado seu potencial de uso. Para animais que estão em mantença, ou 
para animais que recebem uma dieta contendo também concentrado eles podem ser 
utilizados. Ovinos alimentados com dietas contendo feno de capim-elefante e concentrado, 
numa relação volumoso:concentrado de 40:60, apresentaram ganho médio diário superior 
a 200 g, num período de confinamento de 70 dias (Vieira, dados não publicados).
 
 
19
 
Tabela 4 - Composição químico-bromatológica de diversos fenos 
 
PB NDT FDN FDA Ca P Feno MS (%) % da Matéria Seca (MS) 
Soja 89,0 15,9 56,6 64,85 47,00 1,33 0,32 
Capim-jaraguá 90,1 4,35 53,1 77,34 46,54 0,52 0,14 
Mandioca (folhas) 69,8 26,9 63,1 - - 4,23 1,06 
Mandioca (parte aérea) 90,3 12,1 59,9 53,80 38,47 0,60 0,26 
Maniçoba 88,56 12,71 62,10 45,88 31,43 - - 
Alfafa 89,12 19,08 57,5 47,59 37,09 1,29 0,30 
Capim-gordura 87,5 3,49 22,30 81,79 53,63 0,36 0,10 
Bananeira (folhas) 96,7 16,6 - - - 
Capim-colonião 93,5 6,70 48,9 75,27 43,27 0,47 0,26 
Capim-tobiatã 90,0 7,80 55,3 1,00 0,25 
Capim-buffel 92,7 7,90 48,6 82,05 - - - 
Capim-elefante 89,1 6,36 52,49 79,99 50,31 0,29 0,18 
Capim-elefante (FEVC2) 81,96 6,27 - 86,97 - - - 
Elefante Paraíso 90,6 14,6 65,6 - - 1,10 0,35 
Ponta da cana 88,4 4,10 57,5 - - 
Sorgo 90,6 4,20 49,7 68,90 42,31 0,30 0,15 
Green-Panic 86,0 4,30 - - - 
Grama-africana 86,6 8,30 - 88,94 45,49 - - 
Capim-Guiné 84,7 4,82 - 79,12 54,69 - - 
Coast-cross 88,9 8,39 52,69 79,18 39,84 0,47 0,21 
Capim-Rhodes 90,62 6,05 48,33 - - 0,40 017 
Capim-Setária 86,83 5,78 - - - - - 
Catingueira 92,65 12,38 - 42,42 22,55 - - 
Mata-pasto 88,56 9,15 - 43,02 34,00 1,75 0,12 
Capim-andropogon 90,75 4,43 - - - 0,44 0,12 
Capim-tanzânia 86,81 7,65 - 70,65 40,01 0,60 0,04 
Capim-tifton 85 84,25 15,40 59,12 80,91 39,83 0,51 0,20 
Capim-tifton 85 (NEEF1) 83,72 14,28 - 70,01 37,46 - - 
Aveia preta 85,50 8,79 - 80,94 50,98 - - 
Leucena 91,20 20,97 52,12 65,05 29,11 1,56 0,21 
Sabiá 91,55 13,95 - 47,95 27,50 - - 
Gramão 91,82 12,86 - 51,77 23,58 - - 
Centrosema 91,08 20,23 - - 41,40 - - 
Azevém 90,76 10,60 - 64,40 39,50 - - 
Jurema preta 90,47 14,30 - 35,70 15,77 - - 
Milheto 86,59 9,88 50,30 66,52 46,05 - - 
Cunha 90,24 18,31 - 57,14 44,69 0,43 0,18 
Grama estrela 89,5 11,53 - 71,54 38,66 - - 
Brachiaria decumbens 86,8 4,90 - 80,22 48,68 0,27 0,14 
Brachiaria brizantha 84,9 4,95 40,3 77,91 43,86 - - 
Feijão-guandu 85,2 15,3 - 67,17 43,91 0,76 0,18 
Capim-urocloa 85,10 6,86 - 83,27 - - - 
Capim-milhã roxa 84,95 8,91 - 10,38 - - - 
1Feno obtido no Núcleo de Ensino e Estudos em Forragicultura–NEEF/ /DZ/CCA/UFC, em Fortaleza – CE; 
2Feno obtido no campo avançado do NEEF na Fazenda Experim. Vale do Curú-FEVC/CCA/UFC, em Pentecostes/CE; 
Fonte: (Valadares Filho, 2001), (Camurça et al., 2002), (Aguiar et al., 2006), (Vilela, s/d), (Ataíde Junior, 1997) 
 
 
 
20
Tabela 5 - Composição químico-bromatológica de feno de capim-tifton 85 e capim-
elefante, em diferentes idades de corte 
 
Composição químico-bromatológica 
PB FDN Feno 
Idade de 
corte 
(dias) MS (%) 
% da Matéria Seca (MS) 
Produção 
(ton/ha) 
24 91,01 15,05 65,95 3,8 
30 85,34 15,69 70,10 4,9 Tifton 85 
40 78,75 12,12 70,19 3,6 
Capim-elefante 60 89,10 6,00 79,70 9,9 
PB – Proteína Bruta; FDN – Fibra em Detergente Neutro 
 
Apesar das perdas causadas por problemas durante a secagem, cuidados como o 
enleiramento do material no fim da tarde com a colocação de lonas de proteção permitem 
minimizar os prejuízos e ainda obter um feno de boa qualidade, conforme se observa na 
Tabela 5 com o feno de capim-tifton 85 cortado aos 40 dias e desidratado sob tempo 
chuvoso. 
 
5. PERDAS DURANTE O PROCESSO DE FENAÇÃO 
 
5.1 Perdas durante a secagem 
É possível que ocorra grandes perdas durante o processo de fenação, caso não seje 
adotado um manejo adequado, mesmo com o uso de equipamentos específicos para o 
processo. 
Durante a secagem as perdas podem ser atribuídas pelo dilaceramento de folhas e 
caules, no momento do corte, considerando que essas frações não seram recolhidas para 
serem enfardadas. Em leguminosas, há perdas das folhas durante a secagem em detrimento 
da manipulação da forragem, principalmente no final do processo de secagem devido a 
maior fragilidade das mesmas (Reis, 1996). Para reduzir tais perdas, é recomendável que a 
viragem/enleiramento não seje efetuada com níveis de umidade da forragem abaixo de 
40% (COLLINS, 1995) 
Em caso de secagem muito prolongada, as perdas são em função da fermentação que 
pode ocorrer, devido às condições climáticas, uma vez que este feno deve ficar coberto por 
uma lona, promovendo assim alterações indesejáveis no valor nutritivo da planta. 
As maiores perdas do feno secado a campo podem ser atribuídas pela ocorrência de 
chuvas, podendo chegar a 30% (Rotz e Muck, 1994). As perdas por lixiviação estão 
 
 
21
relacionadas com a intensidade e duração das chuvas. As chuvas na parte final da secagem 
causam as maiores perdas do que aquelas que ocorrem no início da fenação, devido à 
perda de permeabilidade que a membrana celular sofre com o decorrer do processo de 
secagem. Da mesma forma o condicionamento da forragem resulta em maiores perdas 
devido a ocorrência de chuvas. 
 
5.2Perdas durante o armazenamento 
 
As perdas durante o armazenamento são atribuídas ao crescimento de 
microorganismos e ao aquecimento subseqüente, provocado pelo armazenamento de feno 
com alto teor de umidade (acima de 15%). 
O feno que não desidratou o suficiente tem o risco de intoxicar os animais que o 
consomem devido à ingestão de fungos patogênicos, tais como Aspergillus glaucus, 
Aspergillus fIa v us, Aspergillus fumigatus, actinomicetos e termoactinomicetos que 
causam transtornos digestivos e aborto nos animais. Desta maneira, há quem diga que "é 
preferível perder por secagem excessiva do que por umidade excessiva". A secagem 
artificial leva à obtenção de feno de qualidade superior e com perdas bastante baixas, 
podendo ser feita através de ventilação forçada ou utilizando ar quente em secadores 
especiais, porém estes processos somente são viáveis nos casos de produtores de feno em 
grande escala ou com o uso de secadores que proporcionem a secagem de outros produtos. 
O aquecimento do feno é sempre associado com a atividade microbiológica, 
principalmente se a forragem for enfardada com umidade um pouco elevada (acima de 
20%). Segundo Van Soest (1994) quando os fardos são pequenos e o local é bem 
ventilado, o calor produzido ajuda a eliminar o excesso de umidade, auxiliando na 
preservação da forragem. No entanto, quando o calor é excessivo induz à reações não 
enzimáticas (Reações de Maillard) com conseqüente perdas de carboidratos e proteínas 
digestíveis. Essas reações normalmente provocam escurecimento da forragem e odor 
desagradável, reduzindo a sua palatabilidade. Fardos grandes (redondos ou retangulares) e 
com alta densidade são mais susceptíveis aos danos pelo aquecimento. 
O armazenamento do feno em galpões é um método altamente eficiente, no entanto, 
podem ocorrer perdas de 5-10% da matéria seca, para fenos armazenados com umidade 
abaixo de 20%. Entretanto, o armazenamento no campo resulta em perdas de até 40% da 
matéria seca. A maior parte das perdas ocorre na camada externa do fardo e na superfície 
de contato deste com o solo. 
 
 
 
22
5.3 Perdas durante o fornecimento 
 
O processamento do feno pode ser feito para maximizar o uso do mesmo pelos 
animais. A picagem e a moagem facilitam o manuseio, promove um maior consumo 
destes pelos animais e reduz as perdas. O consumo voluntário de feno pode aumentar de 
10 a 30% com a moagem, quando comparado com fenos de fibra longa ou picado. 
As perdas durante a alimentação podem ocorrer em qualquer que seja o sistema 
usado e a magnitude destas varia com o sistema (Tabela 6). O principal objetivo é 
estabelecer práticas de manejo que possibilitem aos animais consumirem a maior parte do 
feno a eles ofertada. 
 
Tabela 6 - Previsão de perdas (%), durante o processo de fenação em diferentes condições 
de secagem no campo 
 
Ótimas Normais Adversas Fonte de perdas P C P C P C 
Forragem cortada 100 100 100 
Corte/condicionamento 5 95 10 90 20 80 
Respiração 5 90 10 81 15 68 
Ancinho 5 86 10 73 20 54 
Lixiviação 0 86 10 66 15 46 
Enfardamento 5 81 10 59 20 37 
Armazenamento 5 77 10-20 53-47 30 26 
Manuseio 5 74 10 48-43 30 18 
Forragem consumida 74 48-44 18 
P – Perdido (%); C – Conservado (%). 
Fonte: Macdonald e Clark (1987) citados por Reis (1996). 
 
As perdas na alimentação incluem pisoteio, queda de folhas, deterioração química e 
física, contaminação fecal e rejeição. Bal et al (s/d) determinaram que as perdas de feno na 
alimentação são inferiores a 2%, em condições de bom manejo, e superiores a 60%, em 
situações de manejo deficitário. É aceitável perdas de 3 a 6% na maioria do sistema de 
alimentação. 
 
6. USO DO FENO PELOS ANIMAIS 
 
A maior razão para a utilização do feno na alimentação animal é prover energia para 
mantença, produção de leite e carne, trabalho e outras funções. Feno também provê 
proteínas, vitaminas e minerais para manutenção da condição corporal adequada para 
alcançar níveis de produção adequados (ZANINE e DINIZ, 2006). 
O feno é um alimento complementar, podendo ser ministrado junto com o pasto, ou 
com o capim verde-picado, ou com a silagem, e suplementado com concentrados. Quando 
 
 
23
fornecido na proporção de 0,5 ou 1,0 kg por 100 kg de peso vivo, além da silagem à 
vontade, tem-se observado que as vacas em lactação ingerem maior quantidade de 
alimentos (matéria seca) e produzem mais leite, em comparação como o uso de silagem 
como único volumoso (EVANGELISTA et al. s/d). 
Com relação ao tipo de alimento volumoso a ser usado na alimentação de bezerros, a 
recomendação de ordem geral é que bons fenos são melhores que bons alimentos verde-
picados, que, por sua vez são melhores que boas silagens. A quantidade de feno em dieta 
exclusiva (sem suplementação) deverá ser fornecida na base de 2,5% do peso vivo do 
animal, em se tratando de bovinos de corte (MICKENHAGEN, 1996). 
Para ovinos, Camurça et al. (2002) verificaram que os fenos de capim-elefante, 
capim-buffel, capim-urochloa e capim-milhã roxa promoveram um aumento no ganho de 
peso médio diário (GMD), podendo assim, serem utilizados na alimentação de ovinos 
confinados, porém deve-se elevar a porcentagem de concentrado na dieta, bem como 
utilizar animais mais jovens para se obterem melhores desempenhos. Os maiores ganhos 
de peso foram verificados para ovinos machos alimentados com feno de capim-milhã 
roxa, apresentando 129 g/dia de ganho. Este resultado mostra também o excelente valor 
nutritivo do feno de plantas nativas da Caatinga, como capim-milhã roxa, cuja forragem 
pode ser conservada na forma de feno, se for não utilizada na época chuvosa pelos animais 
e se não for necessário deixar chegar à fase reprodutiva para recuperar o banco de 
sementes da área. 
Em trabalho realizado no Núcleo de Ensino e Estudos em Forragicultura-NEEF, 
observou-se elevado ganho médio diário no peso de ovinos alimentados com dietas à base 
de feno de capim-tifton 85 mostrou-se eficiente em dietas consumidas por ovinos 
confinados, promovendo ganhos satisfatórios (Tabela 7). 
As fêmeas alimentadas com feno de capim-elefante mostraram um menor ganho de 
peso médio diário (g/dia) quando comparado com os demais tratamentos. Tal fato é devido 
a qualidade do feno de capim-elefante ser inferior ao feno de capim-tifton 85 e a menor 
capacidade das fêmeas para ganho de peso em confinamentos em longo prazo. 
Os animais machos dessa pesquisa eram animais mestiços Morada Nova (oriundos 
do rebanho do NEEF) x SPRD (Sem padrão de raça definida) e animais SPRD. Já as 
fêmeas eram apenas animais mestiços. A média de ganho de peso diário dos machos 
mestiços alimentados com feno de capim-tifton 85 foi de 193 g/dia, bem superior da 
média obtida na média geral do tratamento (mestiços e SPRD), o que demonstra um maior 
potencial de animais mestiços, devido a sua maior heterose, para confinamentos. 
 
 
24
 
Tabela 7 - Médias de ganho de peso e D12 para ovinos machos e fêmeas alimentados com 
dietas contendo feno de capim-tifton 85 e de capim-elefante 
 
Ganho de peso (g/dia) D12* (dias) 
Fenos 
Macho Fêmea 
Média 
Macho Fêmea 
Média 
Tifton 85 0,167 aA 0,153 aA 0,160 a 77,4 bA 78,77 bB 78,1 b 
Capim-elefante 0,145 aA 0,112 bB 0,128 b 84,6 bA 109,66 aA 97,1 a 
Média 0,156 A 0,132 B 81,0 A 94,3 B 
*Número de dias necessário para o abate ou venda. 
Médias seguidas de letras distintas maiúsculas nas colunas e minúsculas nas linhas, diferem (P<0,05) pelo 
teste “t”, de Student. 
 
 
7. AVALIAÇÃO ECONÔMICA DA UTILIZAÇÃO DO FENO 
 
O acompanhamento do desempenho técnico tem sido foco das preocupações da 
grande maioria dos produtores. Esse comportamento também é verificado entre os 
técnicos envolvidos na atividade. Desse fato resultam muitas vezes os insucessos da 
aplicação das referidas tecnologias nas condições de unidade de produção, haja vista que o 
seu desempenho econômico muitas vezes apresenta-se pouco atrativo. Assim sendo,demonstra a necessidade de complementação dos estudos, devendo o desempenho 
econômico ser envolvido nas avaliações. 
Ter um controle de custos eficiente, que possibilite a geração de informações 
precisas, possibilita a tomada de decisão sobre os aspectos gerenciais, tornando o sistema 
de gerenciamento mais eficiente, oportunizando melhorias no desempenho econômico do 
negócio (Lopes et al., 2004). 
De maneira geral, as recomendações de controle dos custos envolvidos nos 
processos de produção, deveriam ser observadas pelos gestores dos negócios 
agropecuários. Assis (2002) relatou que os custos de produção variam entre unidades de 
produção e nível de produção, além de que existiria a demanda por uma forma de 
avaliação desses custos que servisse como ferramenta para o gerenciamento das unidades 
produtivas em geral. 
A avaliação dos custos de produção é um dos assuntos mais importantes que compõe 
os estudos da microeconomia, haja vista tornar possível ao gestor, a formação de 
indicadores que dão condições de escolha de determinadas linhas de produção a serem 
 
 
25
adotadas. Nesse sentido, disponibiliza recursos a serem utilizados na gestão da produção, 
visando a apuração de resultados econômicos melhores (Reis, 1999). 
Então, as avaliações econômicas podem ser realizadas de várias maneiras. Desde as 
que avaliam a unidade de produção como um todo até mesmo as formas 
compartimentalizadas. De maneira geral, a avaliação segmentada torna possível a 
identificação de pontos falhos ou que necessitam de maior atenção dentro do sistema 
produtivo, sendo esse modelo o mais recomendado. 
Vale salientar que a determinação somente dos custos de produção não é suficiente 
para avaliar um negócio. Nesse sentido, a determinação de indicadores que levam em 
consideração outras variáveis, como o preço de comercialização, a lucratividade ou outros 
índices que possibilitem a comparação entre aplicações (TIR), deverão ser buscados, pois 
somente por meio de avaliações com essa característica, é que se realizará uma verdadeira 
avaliação do negócio. 
Assim é que Gomes (1998) enfatizou a necessidade de ser observado e entendido o 
processo de determinação desses indicadores, tendo em vista a possível imprecisão dos 
mesmos, caso não se conheça a metodologia utilizada nos cálculos, podendo se chegar a 
resultados equivocados. 
Se referindo à produção de feno de plantas forrageiras, a avaliação econômica pode 
ser realizada de várias formas, desde a produção da forrageira, do processo de produção do 
feno, dos custos de armazenamento e do desempenho na utilização por animais ou em sua 
comercialização direta. 
Nesse estudo, foram analisados os custos do processo de fenação, de seu 
armazenamento e da produção animal, tendo a alimentação volumosa baseada nos fenos 
de capim-elefante e de capim-tifton 85, suplementado com concentrado, de acordo com as 
necessidades dos animais. 
As avaliações do desempenho econômico da produção e utilização de feno foram 
realizadas no Núcleo de Ensino e Estudos em Forragicultura – NEEF/DZ/CCA/UFC, no 
período de janeiro a março de 2008. Foram avaliados os efeitos de sexo e de tipo de feno 
(maiores detalhes no tópico anterior deste boletim). 
Os animais foram divididos em dois grupos por tipo de feno. Ou seja, dois grupos de 
oito fêmeas com feno de capim-elefante e dois grupos de oito machos com feno de capim-
tifton. 
A avaliação econômica levou em consideração as variáveis sexo e tipo de feno, e 
dentro do sexo masculino, a variação origem conhecida e origem desconhecida dos 
 
 
26
animais. Foram levantados os custos referentes aos investimentos e custeio necessários 
para a produção e o armazenamento do feno. Com relação à avaliação do desempenho bio-
econômico da terminação de borregos, utilizando os dois tipos de feno, foram 
inventariados os investimentos e as despesas de custeio desse sistema. 
Também foram levantadas informações referentes ao rendimento agronômico da 
produção de feno (produção de forragem por área) e da produção de peso vivo de borregos 
(produção de peso vivo por animal e por área). A área utilizada para o estudo era de 1.250 
m2, e os valores utilizados nas análises foram dimensionados em relação a essa área. 
A partir desses dados, foram então determinados os custos operacionais efetivos 
(COE), os custos operacionais totais (COT), os custos totais (CT), margem bruta por quilo 
de feno e de peso vivo (MBfeno e MBPV, respectivamente) e margem líquida da produção 
do quilo de feno e de peso vivo (MLfeno e MLPV, respectivamente). 
Os valores referentes aos investimentos necessários para a produção e 
armazenamento de feno de capim-tifton são apresentados na Tabela 8. 
O valor total dos investimentos necessários para a produção de feno de capim-tifton 
85 foi de R$ 4.039,95, já os investimentos necessários para a produção de feno e capim-
elefante foram de R$ 4.304,58. Dos investimentos para a produção do feno de capim-tifton 
85, os referentes à roçadora e à enfardadora foram responsáveis por mais de 92,58% dos 
investimentos totais. Referindo-se ao feno de capim-elefante, os maiores investimentos 
foram relacionados à ensiladora, representando 76,66% dos investimentos. 
No tocante ao feno de capim-tifton 85, os investimentos com a roçadora e a 
enfardadora são suficientes para a produção de uma área entre 2 a 3 ha, estando eles 
subutilizados na produção da área avaliada (0,125 ha). Já para o feno de capim Elefante, o 
investimento com a ensiladora, é suficiente para a produção de área superior a 1 ha, 
também sendo subutilizada para a produção avaliada. 
No tocante ao feno de capim-tifton 85, os investimentos com a roçadora e a 
enfardadora são suficientes para a produção de uma área entre 2 a 3 ha, estando eles 
subutilizados na produção da área avaliada (0,125 ha). Já para o feno de capim Elefante, o 
investimento com a ensiladora, é suficiente para a produção de área superior a 1 ha, 
também sendo subutilizada para a produção avaliada. 
Os demais investimentos, seja para a produção de feno de capim-tifton 85 como 
também para o capim-elefante, foram dimensionados para a área de 0,125 ha, não havendo 
subutilização. 
 
 
 
27
Tabela 8 - Investimentos necessários para produção de feno de capim-tifton 85, em área de 
0,125 ha 
 
Despesas com investimentos
Valor total (R$/0,125 ha)
Roçadeira 1.850,00
Enfardadeira 1.890,00
Lona, com 8 m largura 229,95
Tesoura 10,00
Ciscador 30,00
Estrado de madeira 30,00
Total 4.039,95 
 
Diante do exposto, vê-se que existe possibilidade de diminuição dos custos fixos ou 
COT, em função da elevação do nível de produção, maximizando a utilização dos 
investimentos ensiladora, roçadora e enfardadora. 
Os valores referentes às despesas de custeio, por corte, para a produção do feno de 
capim-tifton 85, são apresentados na Tabela 9. 
O custeio total por corte observado para a cultura do capim-tifton, foi de 
aproximadamente R$ 200,92. Desse total, 56,74% deve-se a despesas com mão-de-obra, 
barbantes e lona para armazenamento do feno. Vale salientar que os componentes das 
despesas apresentadas na Tabela 9 não apresentam ociosidade. 
Quando se avalia a produção de feno de capim-elefante, têm-se despesas de custeio 
de aproximadamente R$ 191,24, sendo que destas os desembolsos com mão-de-obra, 
barbante e lona para cobertura do feno, corresponderam à 55,43% do total. 
A avaliação do desempenho bio-econômico da produção de feno de capim-tifton é 
apresentada na Tabela 10. Os dados referem-se à produção de feno em área de 0,125 ha. 
A produção do capim-tifton 85 verificada no estudo foi de aproximadamente 510 kg 
de feno por corte (30 dias), em área de 1.250 m2. Essa produção representou uma 
produtividade de 0,406 kg/m2. No caso do capim-elefante o valor verificado foi de 0,740 
kg/m2, com cortes realizados a cada 60 dias. 
O COE do quilo de feno de capim-tifton foi de R$ 0,35, valor essebem superior ao 
observado (R$ 0,16) para o capim Elefante. Esse comportamento se deveu ao menor 
volume de desembolsos diretos observados para a produção do feno de capim-elefante. 
O COT do quilo de feno de capim-tifton foi de R$ 0,36. Quando se realizou a 
comparação dessa variável com o observado com o feno de capim-elefante, verificou-se 
novamente valor bem inferior (R$ 0,17). Da mesma forma que na variável COE, o menor 
valor da variável em estudo, deveu-se ao menor valor de desembolsos diretos, como 
 
 
28
também da maior produtividade verificada nas áreas de produção de feno de capim 
elefante. 
 
Tabela 9 – Despesas de custeio necessárias para produção de feno de capim-tifton, em 
área de 0,125 ha 
Despesas de custeio
Valor total (R$/0,125 ha)
MÃO-DE-OBRA 60,00
Mão-de-obra 60,00
Mão-de-obra familiar 0,00
COMBUSTÍVEL 30,50
Gasolina 27,00
Óleo 2 T 3,50
DIVERSOS 54,00
Barbante 14,00
Lona para cobertura 40,00
MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS 5,76
Manutenção de máquinas 4,80
Óleos e graxas 0,96
TRATOS CULTURAIS 26,42
Herbicida 3,75
Inseticida e formicida 6,00
Fertilizantes (uréia) 16,67
CUSTO ECONÔMICO 24,24
Remuneração do capital investido 24,24
Total 200,92 
 
Tabela 10 - Avaliação bio-econômica da produção de feno e de capim-tifton, em área de 
0,125 ha 
 
Análise Econômica (Área de 0,125 ha)
Produção (kg) 507,50
Área utilizada (ha) 0,125
Capital total investido (R$) 4.039,95
Produtividade da terra (kg FENO/m2*corte) 0,406
Custo total da atividade - CT (R$) 242,05
Participação do custo de Mão-de-obra no COE (%) 33,96
Custo operacional efetivo por quilo de feno (R$/kg) 0,348
Custo total por quilo de feno (R$/kg) 0,477
Investimento em relação à produção de feno (R$/kg*mês) 7,96 
 
Já quando se avalia o CT, o valor referente à produção do feno de capim-elefante 
permanece inferior (R$ 0,26), mas mais próximo do CT verificado na produção do feno de 
capim-tifton 85 (R$ 0,48). 
Da junção de menores desembolsos e maior produtividade, na produção do feno de 
capim-elefante, se verificou os menores valores de COE, COT e CT desse feno em relação 
ao feno de capim-tifton 85. 
 
 
29
Na Tabela 11, são apresentados os valores referentes aos investimentos necessários 
para a terminação de borregos, em lotes compostos por 32 animais, por ciclo. 
 
Tabela 11 – Investimentos necessários para terminação de borregos, por sexo e por origem 
dos animais (machos), consumindo feno e de capim-tifton, com produção de feno de uma 
área de 0,125 ha 
 
Despesas com investimentos Machos setor Fêmeas setor Machos Externo
Valor total (R$/ha) Valor total (R$/ha) Valor total (R$/ha)
Área coberta 768,00 768,00 768,00
Cocho 225,15 225,15 225,15
Cerca 240,00 240,00 240,00
Bebedouro 50,00 50,00 50,00
Saleiro 25,00 25,00 25,00
Total 1.308,15 1.308,15 1.308,15 
 
Em média, os investimentos necessários para montagem da estrutura utilizada na 
terminação dos animais foi de R$ 1.308,15. O item mais representativo foi o da área 
coberta (58,71%). Vale salientar que esses custos poderão variar em função do 
aproveitamento de materiais, valor dos insumos no local de sua implantação, capacidade 
de gestão de compras, entre outros. 
Os valores referentes ao custeio da terminação de borregos, em função do sexo e da 
origem dos machos, são apresentados na Tabela 12. 
Os valores de desembolsos foram superiores para o caso das fêmeas (R$ 517,40) em 
relação aos dois grupos de macho (R$ 484,69). Os valores referentes aos custos com 
concentrado, feno e sal mineral representaram 82,62% do total. No caso das fêmeas esse 
valor foi superior em aproximadamente 8,0%. Já nos animais alimentados com feno de 
capim-elefante, a alimentação representou 81,31% 
Como visto, a alimentação foi o maior custo de produção, independente do tipo de 
volumoso avaliado, devendo ser observado e constituir-se em fonte de estudos na busca 
por alternativas de diminuição de seus valores, possibilitando melhorias no desempenho 
econômico dos sistemas. 
Os indicadores de desempenho técnico e econômico da teminação de ovinos 
alimentados com feno de capim-tifton 85, são apresentados na Tabela 13. 
O ganho em peso dos animais machos oriundos do NEEF foram superiores ao das 
fêmeas e o dessas superiores ao dos machos adquiridos, independente do tipo de 
volumosos estudado. Esse comportamento denota maior potencial de ganho em peso dos 
animais com composição genética selecionada, com menor variação de sua composição e 
 
 
30
que tiveram manejo pré-desmama adequado em relação a animais sem padrão genético, de 
idade desconhecida e de manejo pré-desmama desconhecido (machos adquiridos). 
 
Tabela 12 – Valores referentes ao custeio necessário para a terminação de borregos, por 
sexo e por origem dos animais (machos), consumindo feno de capim-tifton, com produção 
de feno de uma área de 0,125 ha 
 
Despesas de custeio Machos setor Fêmeas setor Machos Externo
Valor total (R$/ha) Valor total (R$/ha) Valor total (R$/ha)
MÃO DE OBRA 40,00 40,00 40,00
Mão-de-obra terceiros 40,00 40,00 40,00
Mão de obra familiar 0,00 0,00 0,00
ALIMENTOS 400,44 433,15 400,44
Feno 129,69 140,29 129,69
Concentrado 248,70 269,02 248,70
Sal mineral 22,05 23,85 22,05
MEDICAMENTOS 6,40 6,40 6,40
Diversos (vermífugo, vacinas, etc.) 6,40 6,40 6,40
DIVERSOS 30,00 30,00 30,00
Geral 30,00 30,00 30,00
CUSTO ECONÔMICO 7,85 7,85 7,85
Remuneração do capital investido 7,85 7,85 7,85
Total 484,69 517,40 484,69 
 
Nesse sentido, salienta-se a necessidade de utilização de animais com elevado 
potencial de ganho quando da decisão de se implementar um sistemas de terminação de 
borregos. 
Da combinação dos desempenhos com os animais e das despesas, têm-se os valores 
referentes aos COE, COT e CT, MB e ML por quilo de peso vivo (PV). 
Os COE, dos animais alimentados com feno de capim-tifton 85, variaram de R$ 2,56 
a R$ 3,50 para os animais machos oriundos do NEEF e os adquiridos, respectivamente. Já 
as fêmeas tiveram custo intermediário (R$ 3,28). Quando se avalia os animais alimentados 
com feno de capim-elefante o comportamento permanece com tendência similar, mas com 
magnitude e valores diferentes além de haver similaridade dos valores de COE entre as 
fêmeas (R$ 3,56) e os machos adquiridos (R$ 3,56), continuando os machos do NEEF 
com o menor COE (R$ 2,77). 
Como forma de realizar a análise das margens bruta e líquida, tomou-se o valor do 
quilo de peso vivo de R$ 3,00. 
A margem bruta é obtida pelo cálculo da diferença entre o preço de venda e o custo 
operacional efetivo. Já a margem bruta (dados não apresentados) é obtida pela diferença 
entre o preço de venda e o custo operacional total. Foram calculados os dois indicadores. 
 
 
31
Somente os animais machos de origem conhecida (NEEF) apresentaram ML positiva 
(R$ 0,27/kg PV), enquanto as fêmeas tiveram valor de R$ -0,50kg PV e os machos sem 
origem com R$ -0,74/kg PV, para o feno de capim-tifton 85. Observando os mesmo 
índices dos lotes alimentados com capim elefante, verificou-se valores de R$ 0,02, -0,82 e 
-0,83/kg PV para machos de origem conhecida (NEEF), fêmeas e machos sem origem 
conhecida, respectivamente. 
Quando se avalia o lucro (dados não apresentados), o único grupo que apresentou 
viabilidade (R$ 0,16/kg PV) foi o composto por animais machos, de origem conhecida e 
alimentados com feno de capim-tifton. Esse valor é obtido pela subtração do custo total 
(CT) do valor de venda do produto. 
Outro ponto importante que indica a eficiência de utilização dos investimentos em 
relação a produção é o índice de investimento em relação à produção, em reais por quilo 
de produto. Esse índice é determinado pela relação entre os investimentos e a produção, 
englobando assim aspectos zootécnicos (quantidade e qualidade da forragem, potencial de 
resposta dos animais e produtividade de PV) e econômicos. 
Mais uma vez, os machos apresentaram melhor índice (R$ 7,02/kg) que às fêmeas 
(R$ 8,98/kg) e os machos adquiridos (R$ 9,60/kg). E quando se comparao desempenho 
dos animais alimentados com capim-elefante (R$ 8,19 a 10,52/kg), verificam-se também 
menores eficiências (maiores valores) em relação aos verificados nos animais alimentados 
com capim-tifton. 
 
Tabela 13 – Avaliação bio-econômica da terminação de borregos, por sexo e por origem 
dos animais (machos), consumindo feno de capim-tifton, com produção de feno de uma 
área de 0,125 ha 
 
Análise Econômica Machos setor Fêmeas setor Machos Externo
Ganho em peso diário (g/animal*dia) 0,196 0,153 0,143
Produção (kg PV) 186 146 136
Área utilizada (ha) 0,125 0,125 0,125
Capital total investido (R$) - Instalações. 1.308,15 1.308,15 1.308,15
Produtividade da terra (kg PV/ha*mês) 186 146 136
Custo total da atividade - CT (R$) 529,16 529,16 529,16
Participação do custo com Alimentação no COE (%) 84,0 84,0 84,0
Custo operacional efetivo por quilo de PV (R$/kg) 2,558 3,275 3,499
Custo total por quilo de PV (R$/kg) 2,839 3,634 3,883
Receita Bruta da Atividade (R$) 559,19 436,81 408,84
Margem líquida por quilo de PV (R$/kg) 0,27 -0,50 -0,74
Investimento em relação à produção (R$/kg*mês) 7,02 8,98 9,60 
 
Em resumo, apesar de ser ter verificado menores custos para a produção de feno de 
capim-elefante (R$ 0,26/kg) em relação ao do capim-tifton 85 (R$ 0,48/kg), em função de 
seu valor nutritivo menor, atrelado ao menor consumo verificado, os índices de 
 
 
32
desempenho zootécnico foram superiores para os animais alimentados com o feno de 
capim-tifton 85. 
Com o menor valor nutritivo e menor consumo de feno de capim-elefante, 
necessitou-se elevar os níveis de proteína e energia do concentrado para que fossem 
fornecidos níveis de nutrientes que possibilitassem desempenho satisfatório. Com essa 
prática, os custos com o concentrado foram elevados (R$ 0,59/kg) quando se relaciona ao 
valor do concentrado utilizado na dieta com feno de capim-tifton 85 (R$ 0,54/kg). 
Mesmo se elevando os níveis nutricionais da dieta, o desempenho dos animais 
alimentados com feno de capim-elefante foi menor (0,140 kg/dia) que o dos animais 
alimentados com feno de capim-tifton 85 (0,160 kg/dia). Em função do maior custo com a 
dieta e do menor desempenho desses animais, ocorreu diminuição das receitas e elevação 
dos custos, comprometendo o desempenho econômico do sistema. 
Recomenda-se a utilização de animais machos, com elevado potencial de ganho de 
peso, oriundos de um sistema com manejo pré-desmama adequado e gramínea de elevado 
valor nutritivo para sistemas de teminação, não sendo recomendado o uso de fêmeas e de 
animais sem padrão racial, de idade e de manejo pré-desmama desconhecido, bem como 
gramíneas de baixo valor nutritivo. O feno de capim-elefante poderá ser utilizado em 
sistemas onde os animais tenham menor demanda de nutrientes, tornando-se uma 
alternativa atraente. 
 
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
O uso do feno constitui alternativa de alimentação dos rebanhos fácil e de custo 
reduzido, podendo ser utilizada em qualquer lugar, sempre que houver excedente de 
forragem ou como uma estratégia para suporta alimentar do rebanho na época da seca. 
Para obter o máximo benefício com o uso de tal técnica, é fundamental conhecer o 
clima da região, as épocas mais propícias para o corte, os fatores que afetam a taxa de 
secagem da planta, além de dimensionar corretamente área de produção, secador (se for o 
caso) e galpão de armazenagem em relação ao rebanho. 
É importante ainda considerar o tipo de planta a ser explorada para a produção de 
feno e o nível de participação do feno na dieta do rebanho conforme os requerimentos 
nutricionais desse rebanho, a fim de se obter a máxima economicidade do sistema de 
produção animal utilizando feno. 
 
 
 
 
 
33
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
AGUIAR, E.M.de; LIMA, G.F.da C.; SANTOS, M.V.F. dos S.; CARVALHO, F.F.R.de; 
GUIM, A.; MEDEIROS, H.R. de; BORGES, A.Q. Rendimento e composição químico-
bromatológica de fenos de gramíneas tropicais. Revista Brasileira de Zootecnia, v.35, 
n.6, p.2226-2233, 2006. 
ASSIS, A. G. et al. Geración de indicadores comparables de productividad y costas entre 
países, para la producción primaria de leche del MERCOSUR ampliado a través de 
metodología estandarizada. Juiz de Fora: Embrapa, 2000. 
BALL, D.; BADE, D.; LACEFIELD,G.; MARTIN, N.; PINKERTON, B. Minimizing 
losses in hay storage and feedig. Disponível em: <http://virtual. 
Clemson.edu/groups/agcommm/pubs/Pages/AGRO/hay.pdf> . (s/d). 
BOLLER, W. Enfardamento adequado. UPF, Passo Fundo – RS. 2002. 
CAMPOS, A.C. N.; Do campus para o campo: tecnologia para produção de ovinos e 
caprinos. Fortaleza – CE, UFC; 2005, 288p. 
CAMURÇA, D.A.; NEIVA, J.N.M; PIMENTEL, J.C.M.; VASCONCELOS, V.R.; 
LÔBO, R.N.B. Desempenho produtivo de ovinos alimentados com dietas à base de feno 
de gramíneas tropicais. Revista Brasileira de Zootecnia. V.31, n.5, p.2113-2122, 2002. 
COLLINS, M. 1995. Hay preservation effects on yield and quality. In: Post-harvest 
physiology and preservation of forages. Moore, K.J., Kral, D.M., Viney, M.K. (eds). 
American Society of Agronomy Inc., Madison, Wisconsin. p.67-89. 
COSTA, J.L. da; RESENDE, H. Feno. Embrapa-Agência de informação embrapa, 
Agronegócio do leite, (s/d). Dispinível em: <http://www.agencia.cnptia.embrapa.br 
/Agencia8/AG01/arvore/AG01_307_217200392413.html.> Acessado em 15/03/2008. 
COSTA, J.L. Fenação como opção de manejo da pastagem. IN: SIMPÓSIO SOBRE 
MANEJO ESTRATÉGICO DA PASTAGEM (1 : 2002 : Viçosa, MG). Anais do I 
simpósio sobre manejo estratégico da pastagem/ José Antonio Obeid et al., - Viçosa : 
UFV; DZO, 2002. 469p. 
GOMES, S. T. Cadeia Agroindustrial do Leite. IN: CONGRESSO NACIONAL DOS 
ESTUDANTES DE ZOOTECNIA. Viçosa, 1998. Anais... Viçosa: CONEZ, 1998. p. 383- 
395. 
GOMIDE, J. A. Características de planta forrageira a ser fenada. Inf. Agrop., v.6, 
n.64, p.6-8, 1980. 
EVANGELISTA, A.R.; REZENDE, A.V.; BARCELOS, A.F.; Manejo e fenação das 
forrageiras do Gênero Cynodon. UFLA, (s/d). 
LOPES, M. V., et al. Controle gerencial e estudo da rentabilidade de sistemas de 
produção de leite na região de Lavras (MG). Ciências Agrotécnicas. Lavras: MG. v. 28, 
n. 4, p. 883-892, jul./ago., 2004. 
MACDONALD, A. D.; CLARK, E.A. Water and quality loss during field drying of hay. 
Advanços Agronomic, New York, v. 41, p. 407- 437, 1987. 
KRUG, E. E. B. Estudo para identificação de Benchmarking em sistemas de produção 
de leite no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: UFRGS, 2001. p. 194 (Dissertação de 
Mestrado em Administração). 
 
 
34
MICKENHAGEN, R. Produção de Feno ao Nível do Produtor. Workshop sobre o 
potencial forrageiro do gênero Cynodon, 1996, Juiz de Fora. Anais... Juiz de Fora : 
EMBRAPA-CNPGL, 1996. p. 69-75. 
MOSER, L.E. Post-harvest physiological changes in forage plants. In: Post-harvest 
physiology and preservation of forages. Moore, K.J., Kral, D.M., Viney, M.K. (eds). 
American Society of Agronomy Inc., Madison, Wisconsin. p. 1-19. 1995. 
PAZ, L.G. da; MATOS, M.M.V.L.;AGUIAR, E.M.; GUILHERME, F.da C. Fenação: 
Aspectos técnicos da produção. Ciência veterinária tropical, Recife, v.3, n.1, 01-16p. 
2000. 
PEIXOTO, A. M. Curso de alimentação de bovinos / Aristeu Mendes Peixoto, José 
Carlos de Moura, Vidal Pedroso de Farias. – Piracicaba – SP : FEALQ, 1992. 513p. 
PEREIRA, O.G. Produção e utilização de feno. In: Congresso Nacional dos Estudantes de 
Zootecnia. Anais... PEREIRA, A.L. et al (eds). Viçosa – MG: Associação Mineira dos 
Estudantes de Zootecnia, 63-92p, 1998. 
RAYMOND, F., SHEPPERSON, G., WALTHAM, R. Forage Conservation and 
Feeding. Farming Press Limited. Wharfedale Road Ipswich, Sulfolk. 3º ed. 208 p. 1991. 
REIS, R. A. Processamento e Conservação de Fenos. Workshop sobre o potencial 
forrageiro do gênero Cynodon, 1996, Juiz de Fora. Anais...Juiz de Fora : EMBRAPA-
CNPGL, 1996. p. 57-68. 
REIS, R. P. Como calcular o custo de produção. Lavras: Bioex-café, 1999. 15 p. 
(Informativo Técnico do Café, 3). 
REIS, R.A., MOREIRA, A.L., PEDREIRA, M.S. Técnicaspara produção e conservação de 
fenos de forrageiras de alta qualidade. In: Simpósio Sobre Produção e Utilização de 
Forragens Conservadas. Anais do Simpósio Sobre Produção e Utilização de Forragens 
Conservadas. JOBIM, C. C.; CECATO,U.; DAMASCENO, J. C.; SANTOS, G. T. dos. 
(eds) – Maringá : UEM/CCA/DZO, 2001. 319P. 
ROTZ, C. A.; MUCH, R. E. Change in forage quality during harnest and storage. In: 
FORAGE quality, evaluation, and utilization. Madison: ASA/CSSA, 1994. p. 828-868. 
SBZ; A produção animal na visão dos Brasileiros / Wilson Roberto Soares Matos et al.; 
Piracicaba – SP; FEALQ, 2001, 927p. 
SIMPÓSIO SOBRE NUTRIÇÃO DE BOVINOS. Anais: alimentação suplementar / 
Aristeu Mendes Peixoto et al.; Piracicaba – SP : FEALQ, 1999. 195p. 
SOUZA, L. de S. Fenação. UFV, Viçosa – MG. 19p. 2000. 
VAN SOEST, P.J. Nutritional ecology of the ruminant, ed., New York: Cornell 
University Press, 476p. 1994. 
VILELA, H. Feno e Fenação. Disponível em: <http://www.agronomia.com.br/conteudo 
/artigos/artigos_feno_fenacao.htm>. (s/d) Acessado em 15/03/2008. 
ZANINE, M. A; DINIZ, D. Qualidade, conservação, método de cura, relação folha:colmo 
e consumo de feno de gramíneas tropicais. Revista Electrónica de Veterinária-
REDVET, ISSN 1695-7504, Vol. VII, nº 10, 2006.

Continue navegando