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Desenho das Próteses Parciais Removíveis O desenho é a representação gráfica da articulação metálica previamente planejada mentalmente. Após o preparo de boca especifico, obtêm-se dois modelos. O primeiro, denominado “modelo de trabalho”, será utilizado para a confecção da armação metálica. O segundo modelo, cópia do primeiro, será utilizado para a confecção do desenho da estrutura metálica. A trajetória de inserção deve ser transferida para ambos modelos, assim como os dois devem ser delineados. MATERIAIS NECESSÁRIOS PARA O DESENHO: Modelo preparado: delineado e com os preparos para apoios executados. Lapiseira com grafite n 2B de 0,5 mm. Lápis-borracha. Régua milimetrada flexível. DESENHO DOS ELEMENTOS CONSTITUINTES DA PPR RETENTORES A GRAMPOS Grampos Circunferenciais: os grampos circunferenciais tem as seguintes características gerais. ORIGEM OCLUSAL – Origina-se no nível da superfície ou terço oclusal. A partir desta posição orienta-se em direção cervical. BRAÇO RETENTIVO – Cruza o equador protético. O terminal do braço retentivo, flexível, posiciona-se numa região retentiva previamente estabelecida. Começa com 1,3 mm e termina com 0,8 mm BRAÇO DE RECIPROCIDADE – O braço de oposição é rígido, aplicado acima ou no nível do equador protético. (Oposição) começa com 1,5 mm e termina com 1,5 mm GRAMPO CIRCUNFERENCIAL DE ACKERS Constitui-se de um apoio oclusal, um braço de oposição, um braço de retenção, unidos entre si pelo corpo do grampo, e um conector menor. DESENHO DO BRAÇO DE RECIPROCIDADE O limite inferior do braço de oposição deve localizar-se sobre ou acima do equador protético mantendo-se sempre numa área expulsiva ou paralela à trajetória de inserção (planos guia). O limite superior do braço de oposição deve percorrer paralelamente ao limite inferior, mantendo uma largura constante em torno de 1,5 mm para garantir rigidez ao braço. Desde que possível, sobre os planos guia suficientemente largos, o braço de oposição pode ser mais largo, assegurando um comportamento biomecânico mais eficiente. O braço de oposição deve circunscrever a coroa do dente tanto quanto possível, terminando com a ponta arredonda. A extremidade proximal, junto ao corpo do grampo, deve ser ligeiramente mais larga para auxiliar na residência e rigidez do braço. desenho do braço de reciprocidade. Observa- se a forma retangular e sua localização acima do equador protético. DESENHO DO BRAÇO DE RETENÇÃO O limite inferior do braço de retenção emerge do corpo do grampo, a cerca de 2 a 3 mm abaixo da crista marginal, numa região acima do equador protético. Desce paulatinamente, cruzando a linha de maior convergência em direção ao ponto predeterminado pelos calibradores de retenção (0,25 mm para ligas de Cr-Co). O limite superior do braço de retenção emerge da porção superior do corpo do grampo com cerca de 1,3 mm de largura e desce numa trajetória convergente em relação ao limite inferior, dando uma característica de afinamento progressivo que termina com aproximadamente 0,8 mm de largura e ponta arredondada. Tal afinamento progressivo confere flexibilidade ao braço de retenção. A posição final do braço de retenção possui 2/3 proximais (junto à origem) acima do equador protético e terço final abaixo do equador protético. Desenho do braço de retenção. Observa- se a localização da parte retentiva abaixo do equador protético. DESENHO DO CORPO DO GRAMPO O corpo do grampo é a porção que une entre si o apoio, os braços de retenção e oposição e o conector menor. As linhas superiores dos braços de retenção em posição são unidas ao apoio oclusal por meio de ângulos arredondados. Os limites inferiores dos braços de retenção em posição tomam uma direção cervical, fazendo uma curva de 90 graus para dar início ao conector menor. A largura do corpo do grampo deverá ser ligeiramente maior que a dimensão vestibulolingual do apoio, estreitando-se em direção cervical para terminar com cerca de 2 mm de largura. O conector menor emerge do corpo do grampo e desce paralelamente em relação ao longo eixo do dente, até atingir o conector maior ou a sela, de acordo com o planejamento. RESUMO DA SEQUÊNCIA DO DESENHO DO GRAMPO CIRCUNFERENCIAL DE ACKERS (GCA) Delimitação do apoio; Limite inferior do braço de oposição; Limite superior do braço de oposição; União dos limites superiores e inferiores do braço de oposição. Limite inferior do braço de retenção; Limite superior do braço de retenção; União dos limites superior e inferior do braço de retenção; União dos limites superiores do braço de oposição e retenção com o limite do apoio. União dos limites inferiores dos braços de retenção e oposição com o conector menor. A sequência do desenho dos outros grampos circunferenciais segue passos idênticos aos do GCA. GRAMPO DE GILLET Também conhecido como grampo de ação reversa, diferencia-se do GCA apenas quanto ao braço de retenção, que apresenta forma peculiar. O grampo de Gillet é indicado para dentes posteriores, quando a porção retentiva se localizar próximo do apoio, ou seja, o terminal retentivo e o apoio se localizarem do mesmo lado. Desenho do braço de retenção do grampo de Gillet. O limite superior do braço de retenção emerge da porção superior do corpo do grampo e toma um sentido oposto, ligeiramente divergente em relação ao plano oclusal, até atingir a porção vestibuloproximal fazendo uma curva para cervical e retornando ao mesmo sentido, como se fosse o limite inferior do braço de retenção do GCA, ou seja, caminha em direção ao ponto predeterminado pelos calibradores de retenção, com sua metade terminal localizando-se na parte retentiva do dente. O limite inferior emerge da porção inferior do corpo do grampo, com cerca de 1,5 mm de largura e caminha para o lado oposto em direção ligeiramente convergente em relação ao limite superior do braço de retenção do GCA, dando características de afinamento progressivo, que termina com cerca de 0,8 mm de largura e ponta arredondada. GRAMPOS GÊMEOS UNIDOS PELO APOIO Corresponde a dois GCAs unidos pelo apoio oclusal interdental. Sendo assim, compõem-se de um apoio oclusal interdental, um conector menor, dois braços de oposição e dois braços de retenção. Delimita-se o ângulo cavosuperficial do preparo para o apoio oclusal interdental. Segue características iguais às do braço de oposição do GCA, sendo que os braços emergem do apoio oclusal interdental e a seguir tomam um sentido antagônico, ou seja, um caminho para mesial e outro para distal. O conector menor emerge do apoio oclusal interdental e desce paralelamente em relação ao longo eixo dos dentes de suporte, terminando cerca de 4 mm da gengiva marginal com aproximadamente 2 mm de largura. BRAÇOS DE RETENÇÃO Segue características semelhantes às do braço de retenção do GCA, sendo que os braços emergem do mesmo apoio oclusal interdental e depois tomam caminhos opostos, ou seja, um caminha para mesial e outro para distal As linhas inferiores dos braços unem-se no nível do espaço interdental. GRAMPOS GÊMEOS UNIDOS PELO BRAÇO DE OPOSIÇÃO Corresponde a dois GCAs unidos pelo apoio oclusal interdental. Sendo assim, compõem-se de um apoio oclusal interdental, um conector menor, dois braços de oposição e dois braços de retenção. Apresentam características iguais às do braço de oposição do GCA, exceto na sua extremidade terminal, que ao invés de terminar com a ponta arredondada, conectam-se entre si. Assim, tanto as linhas superiores quanto as inferiores dos respectivos braços unem-se no nível do espaço interdental,seguindo a anatomia da região. Apresentam características semelhantes às do braço de retenção do GCA. GRAMPO “HALF AND HALF” (MEIO A MEIO) Tem como principal característica a dupla retenção (vestibular e lingual). Possui dois apoios oclusais, um mesial e outro distal, de onde emergem seus respectivos conectores menores e braços de retenção (sendo um por vestibular e outro por lingual). A reciprocidade de cada terminal retentivo é dada pelo corpo e pela porção emergente do braço do grampo oposto. Desta forma o grampo “Half and Half” deve ser ligeiramente mais robusto, comparado a um GCA. Este grampo não apresenta braço de reciprocidade independente. O corpo mais a porção emergente do conector menor e braço de retenção funcionam como reciprocidade ao braço de retenção oposto. GRAMPO CIRCUNFERENCIAL EM ANEL Todo grampo circunferencial em anel caracteriza-se por circunscrever o dente de suporte a partir do ponto de origem, lembrando a forma peculiar de um anel. Ed acordo com a composição dos elementos constituintes dos grampos em anel, pode-se classifica-los em 3 tipos: Com um conector menor e um apoio. Com um conector menor e dois apoios. Com dois conectores menores e dois apoios. GRAMPO CIRCUNFERENCIAL EM ANEL COM UM CONECTOR MENOR E UM APOIO O braço de reciprocidade nasce a partir do apoio de origem, caminha por lingual e atinge a superfície proximal, contornando-a. Tanto por lingual como por proximal, o braço de oposição posiciona-se acima do equador protético ou sobre os planos guia. Devido ao grande comprimento do grampo, a porção referente ao braço de reciprocidade deve ser ligeiramente mais larga ou mais espessa para evitar flexibilidade. O braço de retenção é uma continuação do próprio braço de reciprocidade. Considera-se sua origem a partir do ângulo proximovestibular. Deste ponto, as mesmas características são mantidas para o braço de retenção. O corpo do grampo junto ao apoio de origem ocorre apenas por lingual, uma vez que o braço de retenção não se origina deste apoio. GRAMPO CIRCUNFERENCIAL EM ANEL COM UM CONECTOR MENOR E DOIS APOIOS Características semelhantes às do braço de oposição do GCA, exceto na sua extremidade terminal, onde se une ao outro apoio. O braço de retenção tem origem a partir do apoio intermediário. Tem característica ligeiramente diferente da do grampo antecedente, que não tem apoio oclusal nesta face. GRAMPO CIRCUNFERENCIAL EM ANEL COM DOIS CONECTORES MENORES E DOIS APOIOS Estes elementos são unidos por intermédio do braço de reciprocidade. GRAMPOS POR AÇÃO DE PONTA Idealizados por Roach, o grampo por ação de ponta caracteriza-se pela sua ação de tropeço e por ter seu braço de retenção emergindo da sela. Ao contrário dos grampos circunferenciais em que o braço de retenção cruza o equador protético a partir do ponto de origem, os grampos por ação de ponta têm origem cervical. Existem cinco tipos diferentes de grampos conhecidos pela lembrança de uma formula mnemônica TULIC, pela semelhança de desenho com as letras, T, U, L, I e C. A ponta ativa em “T” modificada recebe a denominação de grampo em “7”. Todo grampo por ação de ponta deve ter em sua unidade grampo, um elemento de suporte (apoio) e um braço de reciprocidade ao braço de retenção. O limite posterior de inserção do braço de retenção com a sela é a de aproximadamente 10 mm desde seu limite anterior (esta dimensão é válida para qualquer que seja o comprimento da sela). O braço caminha obliquamente para baixo e para a frente, com uma direção de aproximadamente 45º em relação ao plano oclusal, até atingir as proximidades da linha de fundo de saco vestibular, quando se dirige para a frente, seguindo as nuanças anatômicas da região até atingir uma linha imaginária (linha medial), que divide o dente em duas metades, mesial e distal (7). Neste ponto a linha faz uma curva para cima e segue paralelamente a linha medial do dente, 0,5 mm por mesial até atingir o ponto um pouco abaixo daquele predeterminado pelo calibrador de retenção. O terminal retentivo será desenhado separadamente. O limite anterior do braço, (6) emerge da sela a 3,0 mm por mesial da linha posterior (1), acompanhando-a em todo o seu trajeto (5 e 4) com a característica de afinamento progressivo, terminando na mesma altura da linha anterior (3) com cerca de 1,0 mm de largura. DESENHO DO TERMINAL RETENTIVO DO GRAMPO EM “T” Projetam-se as linhas verticais anterior e posterior correspondentes ao braço de retenção até a altura determinada pelo calibrador. Neste ponto, as duas linhas unem- se por meio de ângulos arredondados. GRAMPO EM “7” A linha vertical anterior atinge a altura determinada pelo calibrador. Num ângulo arredondado, toma uma direção distal até a altura do ângulo distovestibular. Cria-se uma ponta arredondada quando se segue no sentido contrário para encontrar a linha vertical posterior. GRAMPO EM “T” Possui uma extensão mesial adicional à extensão distal do grampo em “7”. BRAÇO DE RECIPROCIDADE Quando o grampo por ação de ponta for utilizado em pré-molares, o braço de reciprocidade é semelhante ao braço de oposição de um grampo circunferencial. A utilizar grampo por ação de ponta em caninos ou incisivos, o braço de reciprocidade tem características tão especiais que a literatura denominou este elemento constituinte como grampo mesiodistal. O grampo mesiodistal tem um desenho diferente, se utilizado em dentes isolados do que em dentes contíguos. GRAMPO MESIODISTAL (M-D) PARA DENTES ANTERIORES ISOLADOS Possui um conector menor do centro do dente, onde se liga ao corpo do grampo, que possui um apoio palatino em cíngulo. Do corpo do grampo originam-se dois braços que caminham simultaneamente para mesial e distal. Atingem as superfícies proximais por meio de placas metálicas que mantem intimidade com os planos guia ali realizados. As placas proximais fornecem retenção por meio de fricção resultante do atrito da superfície interna da placa com o plano guia do dente de suporte. As placas proximais são “alojadas” nos planos guia realizados nas faces proximais dos dentes de suporte, tendo sua forma e dimensão determinadas pelos planos guia, devendo abrange-los tanto quanto for possível sem, contudo, comprometer a estética e a oclusão. GRAMPO MESIODISTAL (M-D) PARA DENTES DE SUPORTE CONTÍGUOS Possui um conector menor no nível do preparo para apoio interdental. Do corpo do grampo origina-se o braço lingual com direção proximal ao espaço protético. Localiza-se no terço médio do dente, na altura do cíngulo, desde que a oclusão permita. Atingindo a superfície proximal, recobre o plano guia por meio da placa proximal. SELAS – são elementos de fixação dos dentes artificiais. Ficam justapostas à fibromucosa do rebordo alveolar e podem participar na sustentação da PPR nos casos de prótese de alavanca. Podem ser classificadas em: Metálicas. Metaloplásticas. Plásticas com retenção metálica. DESENHO DA ARMAÇÃO METÁLICA PARA SELAS PLÁSTICAS COM RETENÇÃO METÁLICA Dimensiona-se a sela da seguinte maneira. LIMITE POSTERIOR: Corresponde aos 2/3 mesiais da distância distal do dente de suporte à borda mesial da papila retromolar. LIMITE ANTERIOR: situa-se a 3,0 mm da distal do dente de suporte. LIMITE VESTIBULAR: situa-se a 1,5 mm por vestibular da linha da crista do rebordo. LIMITE LINGUAL: Situa-se a 3,5 mm por lingual da linha da crista do rebordo. A largura da sela será de 5 mm. LINHA DE TÉRMINO (“FINISHING LINE”): A linha de termino é a união que ocorre entre o conector maior e a sela. Traça-se uma linha paralela ao limite anterior da sela, que fique1 mm por mesial, mas que se estenda por mais 1 mm por vestibular e 4 mm por lingual, dos seus respectivos limites laterais, de modo que, por lingual termine ligeiramente abaixo da linha inferior do conector maior. Traça-se, 1 mm por mesial, uma outra linha paralela à já descrita, exceto nas suas extremidades, que se curvam para posterior para se unir à referida linha. A função desta linha é dar perspectiva de que nesta região deve ser mais espessa para que não haja solução de continuidade entre o metal e o acrílico. O conector maior aproxima-se da linha de término até cerca de 1 mm, tanto para a linha superior quanto para a inferior. A linha inferior, como se encontra ligeiramente acima da extremidade lingual da linha de término, inclina-se obliquamente neste milímetro faltante para fazer a união. A linha superior toma direção vestibular para se encontrar com as outras linhas (para fazer a união com a outra extremidade da linha de término). TÉRMINO DA SELA LIMITE EXTERNO: Segue o limite já tracejado, modificando-se apenas o ponto de união da linha lingual da sela com a linha de término, que deve ser curvilínea a partir de 4 mm distante dela, para se unir numa posição mais inferior. A linha antiga deve ser apagada. LIMITE INTERNO: É uma linha paralela ao limite externo da sela, contornando em toda a sua extensão com uma espessura de 1 mm. RETENÇÕES METÁLICAS PARA RESINA: São linhas obliquas ao rebordo, com espessura de 1 mm, que liga o limite interno da sela de vestibular a lingual. SEQUÊNCIA DE DESENHO PARA O MODELO PADRÃO CLASSE II DE KENNEDY LINHAS DE REFERÊNCIA: Têm por objetivo facilitar a confecção do desenho, por são partes às quais são baseadas para posicionar os elementos constituinte das PPRs. As linhas devem ser executada por traços contínuos, porem de forma bem leve para não atrapalhar o tracejado do desenho da PPR propriamente dito. LINHA DO FUNDO DE SACO: Representa o fundo de saco lingual, que se refere à inserção dos músculos do assoalho da boca. LINHA MEDIANA: Cruza a base do modelo, na sua região mediana de anterior para posterior e visa facilitar a simetria do desenho para ambos os lados. DELIMITAÇÃO DA PAPILA RETROMOLAR: A papila é totalmente circunscrita, com a finalidade de dimensionar o rebordo desdentado para a colocação da sela. CRISTA DO REBORDO: É uma linha ântero- posterior que passa sobre o centro da crista do rebordo. LINHA DETERMINANTE DO CONECTOR MENOR: Desce por lingual, paralela ao longo eixo dos dentes 44, 34, 37. Sua finalidade é orientar a direção de descida do conector menor. LINHA DO CENTRO DO DENTE: Realizada apenas no dente 44 onde divide a face vestibular em vestibulodistal. A finalidade de sua execução é orientar o posicionamento do grampo por ação de ponta. DELIMITAÇÃO DA SELA DESENHO DOS GRAMPOS: Dente 37 – grampo circunferencial do apoio com apoio distal. Função – retentor direto.
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