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Recuperação judicial

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Recuperação judicial (Lei 11.101/2005) 
 Requisitos:
i) não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes;
ii) possuir mais de 2 (dois) anos de exploração da atividade econômica;
iii) não ter obtido recuperação judicial nos últimos 5 (cinco) anos; 
iv) não ter sócio controlador ou administrador condenado por crime falimentar; v) estar devidamente registrado.
A decisão que defere o processamento da recuperação possui alguns efeitos:
a) nomeação do administrador judicial; 
b) suspensão, pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias de todas as ações e execuções contra o devedor, com exceção das que demandem quantias ilíquidas, ações trabalhistas, execuções fiscais e de credores excluídos do plano de recuperação.
c) dispensa da apresentação de certidões negativas para que o devedor exerça suas atividades, exceto para contratação com o Poder Público ou para recebimento de benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios;
d) determinar ao devedor a apresentação de contas demonstrativas mensais enquanto perdurar a recuperação judicial 
e) ordenará a intimação do Ministério Público e a comunicação por carta às Fazendas Públicas Federal e de todos os Estados e Municípios em que o devedor tiver estabelecimento.al, sob pena de destituição de seus administradores; 
Ainda se destaca que, com a intimação do devedor a respeito da decisão que autorizou o processamento do pedido de recuperação, inicia-se o prazo de 60 (sessenta) dia para a apresentação do plano de recuperação. Caso o prazo seja descumprido, será decretada a falência do empresário.
Processo de recuperação judicial – fase deliberativa 
• Nesta fase o principal objetivo é deliberar sobre a aprovação do plano de recuperação judicial, por isso a nomenclatura. 
• A aprovação do plano de recuperação ocorrerá na assembleia dos credores ou por meio de decisão judicial, atendidas certas condições.
Nos termos do art. 45 da Lei 11.101/2005, para que o plano seja aprovado na própria assembleia, há a necessidade do atendimento dos seguintes requisitos: 
a) todas as classes de credores 
(classe I: trabalhistas e acidentes de trabalho; classe II: com garantia real; classe III: quirografários, privilégio geral e especial, subordinados; classe IV: ME ou EPP) deverão aprovar a proposta; | - II Recuperação judicial (Lei 11.101/2005) 
b) nas classes II e II a proposta deverá ser aprovada por credores que representem mais da metade do valor total dos créditos presentes à assembleia e, cumulativamente, pela maioria simples dos credores presentes; c) nas classes I e IV a proposta deverá ser aprovada pela maioria simples dos credores presentes, independentemente do valor de seu crédito. 
Salienta-se que nem todos os credores incluídos no plano terão direito a voto, já que o credor que não teve alterado o valor ou as condições originais de pagamento de seu crédito, não poderá votar.
E caso não se consiga atingir as aprovações acima mencionadas, o plano será necessariamente rejeitado? 
• A resposta é negativa, já que o juiz poderá aprová-lo, atendidas as seguintes condições cumulativas:
I – o voto favorável de credores que representem mais da metade do valor de todos os créditos presentes à assembleia, independentemente de classes; 
II – a aprovação de 2 (duas) das classes de credores ou, caso haja somente 2 (duas) classes com credores votantes, a aprovação de pelo menos 1 (uma) delas; 
III – na(s) classe(s) que o houver rejeitado, o voto favorável de mais de 1/3 (um terço) dos credores, computados na forma descrita para aprovação em assembleia, acima referida. 
• Caso não seja possível a aprovação do plano e ele seja rejeitado, será decretada a falência do devedor.
Processo de recuperação judicial – fase de execução 
• 	Uma vez aprovado o plano de recuperação, o devedor permanecerá nesta condição até que se cumpram todas as obrigações previstas no plano que se vencerem até 2 (dois) anos depois da concessão da recuperação judicial. (art. 61 da Lei 11.101/2005).
· Em relação ao cumprimento do plano, em regra, deve-se seguir à risca o nele contido, ou seja, as obrigações devem ser fielmente cumpridas, sob pena de convolação (transformação) da recuperação em falência do devedor (empresário). (art. 61, §1° da Lei 11.101/2005).
· A convolação em falência somente ocorrerá no caso de descumprimento de obrigação prevista no plano durante o prazo de 2 (dois) anos, ou seja, se neste prazo todas as obrigações forem cumpridas o juiz decretará por sentença o encerramento da recuperação judicial.

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