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aula 4 agronegocio

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INTRODUÇÃO 
À GESTÃO DO 
AGRONEGÓCIO
Maria Flavia Tavares
 
A importância do 
agronegócio brasileiro
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Descrever como o Brasil se tornou um grande produtor e exportador 
de commodities agrícolas.
 � Discutir a importância do agronegócio brasileiro.
 � Reconhecer a importância do agronegócio para a economia e para 
a balança comercial brasileira.
Introdução
Há 50 anos, o Brasil era importador de comida. Hoje, ele é o segundo 
maior supridor do mercado internacional de exportação do agronegócio. 
A tendência do Brasil é aumentar a sua produção e manter-se como um 
dos grandes produtores mundiais de commodities, em especial da soja, 
da qual, atualmente, é o segundo maior produtor e, em breve, será o 
primeiro (USDA, 2018). 
De acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação 
e Agricultura (FAO) (2018), até 2050, a população crescerá de 7 para 9 
bilhões de habitantes, e o volume produzido de alimentos, ração e fibras 
deverá dobrar. O Brasil é capaz de atender a esse aumento da demanda 
por alimentos utilizando a tecnologia em suas lavouras. No entanto, o 
País não é só agricultura de exportação. Existem milhares de pequenos 
e médios produtores de frutas que abastecem o mercado interno e que 
estão se qualificando para atender às exigências dos consumidores mun-
diais. Neste texto, você vai aprender sobre a importância do agronegócio 
brasileiro, em especial do agronegócio de exportação.
O Brasil e sua grande produção e 
exportação de commodities agrícolas
A partir da segunda metade da década de 1960, começa um processo de 
modernização da agricultura brasileira, com intensificação da relação agri-
cultura/indústria (MAZALLI, 2000). Esse período é considerado referência 
nesse processo de modernização, pois nele se delineou um novo modo de 
produção agrícola, passando a produção a depender dos insumos que recebe 
de determinadas indústrias.
Durante os anos seguintes, houve evolução socioeconômica e avanços 
tecnológicos, que tiveram como consequência o êxodo rural, pois a cidade 
tornou-se atrativa e as propriedades foram perdendo sua autossuficiência. 
Teve início um processo de especialização em determinadas atividades, e as 
propriedades rurais passaram a depender de insumos e serviços que elas não 
conseguiam mais produzir (ARAÚJO, 2005). Como exemplo podemos citar 
as propriedades rurais do Estado de São Paulo, que na época produziam café, 
milho, cana-de-açúcar e, além disso, criavam porcos, gado de corte e de leite. 
Nessas propriedades, o leite era utilizado para produção de queijos e manteiga, 
o algodão era tecido e transformava-se em roupas e a cana-de-açúcar era usada 
para fazer a cachaça e o melaço (ARAÚJO, 2005). 
Com a evolução agrícola, o termo “agricultura” deixa de abranger a com-
plexidade do setor. “Já não se tratava mais de propriedades autossuficientes, 
mas de todo um complexo de bens, serviços e infraestrutura que envolvem 
agentes diversos e interdependentes” (ARAÚJO, 2005, p. 16). 
O conceito de setor primário, ou de agricultura, perde, então, sentido, uma 
vez que não é mais somente rural, agrícola ou primário, mas envolve muitos 
outros setores (ARAÚJO, 2005). Nesse período, o governo brasileiro atuou 
fortemente concedendo crédito agrícola e fornecendo financiamentos com 
taxas de juros subsidiadas. Os principais objetivos eram: 
 � modernização da agricultura;
 � incentivo à produção de alimentos;
 � administração dos preços agrícolas.
A modernização da agricultura necessitava de investimentos em tecnologia, 
mas a estrutura agrária existente era arcaica, o que acabou prejudicando os 
pequenos produtores e favorecendo os médios e grandes (ARAÚJO, 2005).
A importância do agronegócio brasileiro2
Em 1965, o Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR) foi estruturado, 
levando à intensificação da modernização da agricultura brasileira. Na década 
de 1970, os financiamentos foram facilitados e proporcionaram uma capitali-
zação dos produtores e das agroindústrias (ARAÚJO, 2005).
De 1950 a 1975, o Estado Brasileiro promoveu a política de substituição de 
importações. Nessa política, que teve início no governo Dutra (1946 a 1951), 
ocorreu a implantação de indústrias de insumos e máquinas para a agricultura 
no território brasileiro. O crédito fácil para os agricultores impulsionou a 
expansão de culturas de larga escala e a utilização de grandes áreas em uma 
mesma propriedade devido à mecanização e ao aumento do consumo de insu-
mos agrícola, ocorrendo também um incentivo à exportação (KAGEYAMA 
et al., 1990; SILVA, 1998). 
Nos anos 1980, o mundo e o Brasil passavam por uma forte crise econô-
mica. Em razão disso, foi realizada, no Brasil, a reforma da política agrícola 
brasileira, que levou a uma drástica redução do crédito oficial do SNCR. Com 
a crise dos mecanismos tradicionais de apoio ao setor (crédito governamental, 
política de garantia de preços mínimos, estoques reguladores, etc.), o Estado 
passou a priorizar ações estratégicas dirigidas a segmentos específicos, como:
 � linhas especiais para agricultores familiares, programa de reforma 
agrária;
 � solução de endividamento dos produtores e cooperativas e fundos re-
gionais de investimento.
Durante os anos 1990, o Brasil aderiu a uma política neoliberal. Nesse 
período, ocorreram vários avanços tecnológicos que permitiram a estruturação 
dos agentes para atenderem aos mercados interno e externo. No governo Collor, 
houve um incentivo a importações, o que gerou a necessidade de a indústria 
local se modernizar para se tornar competitiva em relação aos produtos impor-
tados (ARAÚJO, 2005). Além disso, houve um aumento da ação dos capitais 
privados no campo, que proporcionou um aumento do financiamento privado 
da agricultura, substituindo o crédito governamental.
Os mecanismos privados de financiamento para a agricultura vieram de 
agroindústrias, tradings e outros agentes financeiros. Na década de 1990, 
grandes empresas multinacionais chegaram ao Brasil comprando fábricas que 
estavam em operação, e também investiram em fábricas existentes (ARAÚJO, 
2005).
3A importância do agronegócio brasileiro
O agronegócio da soja no Brasil cresceu a partir da Lei Kandir (1996), que promoveu a 
desoneração de impostos da exportação dos produtos agrícolas, como soja em grão 
e café em grão e motivou uma forte concentração no setor (ARAÚJO, 2005).
Importância do agronegócio brasileiro
O Brasil se tornou grande participante no agronegócio mundial. Um fator que 
contribuiu para isso foi o aumento das exportações brasileiras de grãos, em 
especial a exportação de soja para a China (ADAMI, 2017). Na safra 2016/2017, 
as exportações do agronegócio totalizaram US$ 61 bilhões, e para a safra 
2017/2018 a estimativa é de US$ 64 bilhões, um aumento de 4,9%.
O consumo mundial de soja, na safra 2016/2017, foi de 329,2 milhões de 
toneladas. Espera-se, na safra 2017/2018, um aumento de 4,3%, ou seja, um 
consumo de cerca de 343 milhões de toneladas. É esperado também um au-
mento de 6,5% no consumo chinês, passando de 101,5 milhões de toneladas, 
na safra 2016/2017, para 108,1 milhões de toneladas no período 2017/2018 
(USDA, 2018). 
A Figura 1 mostra a participação do agronegócio no PIB do Brasil no 
período de 1996 a 2016. Observa-se um pico em 1996 (28,3%), um em 2003 
(27%) e uma recuperação em 2016 (20%). Os setores que têm uma participação 
maior no PIB do agronegócio são o de serviços e o da indústria, que são os 
responsáveis pelos maiores lucros no sistema agroindustrial. A Figura 2 ilustra 
o PIB total do Brasil no mesmo período.
A importância do agronegócio brasileiro4
Figura 1. Participação (%) do agronegócio no PIB do Brasil.
Fonte: Adaptada de CEPEA ESALQ (2017, documento on-line). 
30,0
25,0
20,0
15,0
10,0
5,0
0
%
19
96
19
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00
20
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06
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08
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10
20
12
20
14
20
16
Agronegócio total
(A+B+C+D)
a) Insumos
b) Agropecuária
c) Indústriad) Serviços
Figura 2. PIB total do Brasil (1996 a 2016).
Fonte: Adaptada de CEPEA ESALQ (2017, documento on-line). 
5A importância do agronegócio brasileiro
O Brasil é um grande produtor e exportador de commodities que são pro-
duzidas em grandes áreas de produção, com alta tecnologia e com baixo custo 
de produção. A maioria desses produtos que são exportados possuem uma 
gestão eficiente da sua produção.
Atualmente, o Brasil é um grande produtor e exportador de soja, suco de 
laranja, açúcar, etc. A Tabela 1 mostra a posição brasileira na produção e na 
exportação mundial de alguns produtos agrícolas em 2015/2016.
Fonte: Adaptada de EESP (2017, documento on-line).
Produtos Produção Exportação
% da produção 
exportada
Açúcar 1.º 1.º 47,9%
Café 1.º 1.º 23,6%
Suco de laranja 1.º 1.º 77,4%
Soja em grão 2.º 1.º 46,8%
Carne bovina 2.º 2.º 18,1%
Carne de frango 2.º 1.º 36,3%
Óleo de soja 4.º 2.º 13,3%
Milho 3.º 2.º 22,4%
Algodão 5.º 3.º 10,8%
Carne suína 4.º 4.° 9,8%
Tabela 1. Posição brasileira na produção e exportação mundial de produtos agrícolas 
(2017/18).
O perfil da produção agrícola difere de uma região para outra. Em algumas 
regiões, como o Centro-Oeste, por exemplo, predominam culturas como soja e 
algodão, que são produzidas como commodities em grande escala de produção 
e direcionadas para exportação. Na região Sul, por sua vez, predominam 
culturas como trigo e soja. 
Além disso, há as raças de gado na pecuária de corte, como Angus e He-
reford, produzidas na Região Sul, e Nelore, Guzerá, entre outras, produzidas 
A importância do agronegócio brasileiro6
no Centro-Oeste. A Tabela 2 mostra a produção agropecuária nas diversas 
regiões do Brasil.
Fonte: Adaptada de Salazar e Tavares (2014, p. 5).
Região
Número de 
produtores Culturas Perfil
Uso da 
tecnologia
Centro-
Oeste e 
MAPITOBA*
25.000 Algodão, 
soja e cana-
de-açúcar
Grandes 
produtores 
e tradings
Alta 
tecnologia
Sudeste 250.000 Cana-de-
açúcar, 
café, milho, 
horticulturas 
e vegetais
Pequenos 
e médios 
produtores, 
grandes 
usinas de 
açúcar e 
álcool e 
indústria 
processadora 
de suco de 
laranja
Tradicional e 
empresarial
Sul 600.000 Soja, milho, 
arroz e trigo
Pequenos 
e médios 
produtores
Tradicionais e 
profissionais
*MAPITOBA refere-se à nova fronteira agrícola brasileira (Estados do Maranhão, Piauí, To-
cantins e Bahia).
Tabela 2. Produção agropecuária nas diversas regiões do Brasil.
Importância do agronegócio para a economia e 
para a balança comercial brasileira
O saldo da balança comercial brasileira, no período de 1990 a 2018, foi ne-
gativo em alguns períodos, como no de 1995 a 1998 (Figura 3), gerando um 
desequilíbrio da nossa balança comercial. O comércio exterior do Brasil 
teve seu crescimento acelerado a partir de 2001, quando a China entrou na 
Organização Mundial do Comércio (OMC), atingindo seu ápice em 2011, 
com US$ 256 bilhões em exportações e US$ 226,2 bilhões em importações 
7A importância do agronegócio brasileiro
(PALERMO, 2018). Nesse período, a balança sempre permaneceu superavitária 
para o Brasil, com exceção do ano de 2014, em que foi registrado um pequeno 
déficit de US$ 4 bilhões.
Figura 3. Balança comercial brasileira: série histórica (até abril de 2018).
Fonte: Adaptada de MDIC (2018, documento on-line).
300.000.000.000
250.000.000.000
200.000.000.000
150.000.000.000
100.000.000.000
50.000.000.000
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US$ FOB EXP US$ FOB IMP
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No período de 2012 a 2016, as exportações diminuíram e, em 2017, o Brasil 
conseguiu recuperar um pouco as exportações, que somaram US$ 217,7 bilhões. 
Ao mesmo tempo, registrou superávit recorde de US$ 67 bilhões (Figura 4).
Figura 4. Saldo balança comercial brasileira (até abril de 2018).
Fonte: Adaptada de MDIC (2018, documento on-line).
70.000.000.000
60.000.000.000
50.000.000.000
40.000.000.000
30.000.000.000
20.000.000.000
10.000.000.000
0
-10.000.000.000
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A importância do agronegócio brasileiro8
Exportações brasileiras
A União Europeia era um grande mercado para a carne brasileira, mas, por 
problemas de rastreabilidade, criou uma grande barreira, e o Brasil passou a 
exportar 10% do que exportava antes. Com isso, foi preciso deslocar a produção 
brasileira para a Rússia e o Irã, que pagam menos pela carne. Entre as carnes 
que exportamos, as mais prejudicadas por barreiras sanitárias são as bovinas 
e suínas, devido à febre aftosa (ICONE, 2018).
A vantagem das exportações animais, principalmente carne de frango e de suínos, é a 
possibilidade de agregar valor à produção. Em vez de exportar farelo de soja ou grão 
de milho, é mais vantagem vender carne de frango (ICONE, 2018).
A Figura 5 mostra as importações e exportações do agronegócio no período 
de 2009 até 2018. É possível observar que os picos de exportação ocorreram 
de 2011 a 2014. Em 2015, o setor reduziu as exportações para US$ 88,2 bilhões 
e, em 2017, começou a se recuperar, com um aumento para US$ 96 bilhões. 
Figura 5. Brasil: balança comercial do agronegócio (em março de 2018).
Fonte: Adaptada de Agrostat (2018, documento on-line).
9A importância do agronegócio brasileiro
A Figura 6 mostra os principais destinos das exportações brasileiras. Em 
2017, China, Hong Kong e Macau importaram do Brasil US$ 50.173.255.234,00. 
As exportações para a Rússia foram de US$ 2.736.531.594,00, para a União 
Europeia foram de US$ 34.900.196.796,00, para os Estados Unidos US$ 
26.872.626.064,00 e para o Mercosul US$22.613.152.501,00.
Figura 6. Principais destinos da exportação brasileira (até abril de 2018).
Fonte: Adaptada de MDIC (2018, documento on-line).
450.000.000.000
400.000.000.000
350.000.000.000
300.000.000.000
250.000.000.000
200.000.000.000
150.000.000.000
100.000.000.000
50.000.000.000
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20
02
20
01
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19
99
19
98
19
97
China, Hong Kong e Macau
Rússia
Estados Unidos
União Europeia (UE)
Mercado Comum do Sul (MERCOSUL)
Total geral
A pauta exportadora do Brasil concentra-se em poucos produtos, sendo 
que os 11 mais vendidos pelo país no comércio internacional, em 2017, repre-
sentaram 50,2% do total exportado. Oito desses produtos são do agronegócio: 
soja em grão, açúcar bruto, carne de frango, celulose, carne bovina, farelo de 
soja, café cru em grão e milho. Outros três produtos exportados são: minério 
de ferro, petróleo bruto e automóveis de passageiros (PALERMO, 2018).
Existe a concentração em quatro complexos no agronegócio − soja, carnes, 
produtos florestais e café −, os quais representaram 79% das exportações 
totais do agronegócio e 35% do total exportado pelo Brasil no ano passado 
(PALERMO, 2018). Até março de 2018, o valor total das exportações foi de 
US$ 21.468.688.417, e a Figura 7, a seguir, mostra a participação dos setores 
no agronegócio brasileiro.
A importância do agronegócio brasileiro10
Figura 7. Exportações brasileiras do agronegócio por setores (até março 
de 2018).
Fonte: Adaptada de Agrostat (2018, documento on-line).
Complexo
soja
31% Carnes
17%
Café
6%
Complexo
sucroalcooleiro
9%
Produtos
�orestais
16%
Outros
21%
De acordo com Palermo (2018), como o Brasil é dependente das exportações 
de poucos produtos, qualquer restrição significativa no comércio internacional 
causa oferta excessiva no mercado interno e afeta negativamente os preços. Isso 
afeta o mercado interno, e as empresas são forçadas a diminuir a produção, 
introduzindo férias coletivas e até reduzindo o quadro de pessoal. O impacto 
das dificuldades no comércio internacional é revertido em perdas de renda e 
de empregos no país.
Fruticultura como alternativa de exportação
Frutas tropicais constituem um grupo comparativamente novono comércio 
global de commodities. Esse grupo surgiu como importante no mercado in-
ternacional apenas a partir de 1970, graças aos avanços no transporte e no 
comércio, a acordos e à transferência das preferências dos consumidores para 
esses frutos.
11A importância do agronegócio brasileiro
De acordo com a FAO (2017), volumes de exportação dos quatro principais 
produtos tropicais frescos − manga, abacaxi, abacate e mamão – apresenta-
ram as taxas de crescimento anuais médias mais rápidas entre commodities 
alimentares comercializadas internacionalmente, superando o crescimento 
nos principais mercados de alimentos, como os cereais, produtos pecuários, 
óleos vegetais, açúcar e outras frutas e vegetais. 
Essas grandes frutas tropicais são, além disso, entre as commodities agrí-
colas, mais valiosas quando medidas em uma base de valor, com estimativas 
preliminares, em 2017, apontando para um total de exportação global combi-
nada de cerca de 10 milhões de dólares a partir de um volume de 7 milhões 
de toneladas. Estima-se que 99% da produção de frutas tropicais ocorra nos 
países em desenvolvimento, sendo essas frutas produzidas principalmente por 
pequenos agricultores com áreas com menos de 5 hectares de terra. 
A fruticultura mundial teve um crescimento médio anual de 3,6% na última 
década. Estimativas preliminares indicam que o volume total de produção 
global das quatro principais frutas tropicais combinadas poderia atingir 92 
milhões de toneladas em 2017, sendo que, em 2008, a produção foi de 69 
milhões de toneladas. Grande parte dessa expansão é explicada por aumentos 
consideráveis na área plantada. Atualmente, cerca de 58% das frutas tropicais 
do mundo são originárias da Ásia, 25% da América Latina e 16% da África 
(FAO, 2018).
Na maioria das zonas de produção, as frutas tropicais continuam sendo 
cultivadas, principalmente na agricultura de subsistência, não sendo comer-
cializadas, e contribuem de maneira importante para a segurança alimentar. 
Nas regiões que mais se envolvem no comércio de frutas tropicais, ocorre geração 
de emprego e renda, contribuindo para o crescimento do PIB. Com alguns dos países 
mais pobres localizados nos trópicos, a capacidade do setor de contribuir para o 
desenvolvimento econômico torna-se ainda mais pronunciada.
A importância do agronegócio brasileiro12
Panorama brasileiro
Em 2016, a cadeia produtiva das frutas do Brasil destacou-se como um dos 
mais importantes segmentos econômicos do agronegócio brasileiro, sendo que 
o país é o terceiro maior produtor de frutas frescas do mundo. Nesse mesmo 
ano, as exportações de frutas (incluindo nozes e castanhas) foram de U$ 852 
milhões, e a quantidade exportada foi de 815 mil toneladas (AGROSTAT, 2018). 
De acordo com o Mapa (2018), mamões frescos, mangas e melões são as 
frutas que mais se destacaram em valor nos resultados das exportações. A 
banana é produzida em várias regiões do Brasil, mas São Paulo, Bahia, Minas 
Gerais, Santa Catarina, Pará, Ceará e Pernambuco são os principais estados 
produtores, com 70% da produção nacional na safra 2016/2017.
A laranja é a principal fruta produzida no Brasil, e estima-se que, na 
safra 2018/2019, no cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste 
Mineiro, sejam produzidas 288,29 milhões de caixas de 40,8 quilos cada 
(FUNDECITRUS, 2018). A produção de laranja brasileira representou cerca de 
35,2% da produção mundial em 2017, sendo o Estado de São Paulo o principal 
produtor. Outros principais estados produtores de laranja são Paraná, Minas 
Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Sergipe. A Figura 8 mostra a 
participação regional na produção de laranjas em 2015/2016 e a projeção para 
o período 2015/2026.
Figura 8. Brasil: participação regional na produção de laranjas.
Fonte: Adaptada de Deagro (2017, documento on-line).
13A importância do agronegócio brasileiro
Tendências futuras
Existe uma tendência mundial relacionada aos hábitos alimentares que é a 
da saudabilidade e a da sustentabilidade, em que se consomem alimentos 
saudáveis, produzidos em regiões próximo à área de comercialização. Desse 
modo, os produtos são consumidos frescos e o seu transporte não encarece 
o preço final. De acordo com Santos (2001), à medida que a economia fosse 
se globalizando e que os produtos fossem adquirindo padrões mundiais, a 
produção regional ganharia destaque. O que realmente conta é o lugar. Dentro 
desse conceito, podemos também citar a agricultura familiar, pois grande 
parte da produção de frutas vem desse modo de produção, em que as áreas 
de cultivo são pequenas e a mão de obra é constituída por pais, mães e filhos.
A presença do Brasil no mercado internacional de frutas frescas ainda é 
pequena, mas estudos e campanhas de promoção da fruta vêm sendo desen-
volvidos, entre eles o Projeto Brazilian Fruit, da Apex-Brasil. Esse programa 
está sendo desenvolvido desde 1998 para promover e divulgar, no exterior, a 
qualidade, a diversidade e a sustentabilidade da produção brasileira de frutas 
e para posicionar o Brasil como grande supridor mundial de frutas frescas e 
processadas (APEX, 2018).
De acordo com Buainain e Batalha (2007), a fruticultura apresenta algumas 
características peculiares que a diferenciam de outras cadeias produtivas e que 
afetam sua competitividade. As principais características são:
 � forte presença de agricultores familiares e elevada relação trabalho/
capital;
 � número elevado de cooperativas e associações de produtores;
 � oscilações acentuadas dos preços causadas por sazonalidade e calen-
dários de produção diferenciados entre os hemisférios Norte e Sul e 
nas diversas regiões do país;
 � existência de um comércio com grande número de países produtores, 
envolvendo muitas empresas importadoras e exportadoras.
Essas características podem ser tratadas como problemas ou dificuldades, 
mas, se for feita a devida coordenação, podem gerar sinergias e aumento de 
competitividade para todo o setor (BUAINAIN; BATALHA, 2007).
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A importância do agronegócio brasileiro16
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