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Do objeto à ideia

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Do objeto à ideia.
Até o início da primeira década do século XX muitas mudanças ocorreram nas formas de fazer e entender a arte, assim como também no que se refere aos elementos que compõem uma obra de arte. Às produções que facilmente reconhecíamos como arte, e que já, há muito tempo vinham se apresentando através das linguagens do desenho, da pintura, da escultura, do teatro, da música, e da literatura, foram sendo acrescentadas novas materialidades.
A ideia de arte e o que se pode ser reconhecido como objeto artístico tomou novas formas, e, dentre tantos outros fatores que poderíamos apontar aqui, o que trouxe grandes contribuições nesse sentido foram os movimentos, Arte conceitual e Dadaísmo e um meio usado para fazer arte chamado de Ready made.
Em ordem cronológica, o movimento chamado de Dadaísmo foi o primeiro a trazer de forma concreta essas mudanças. Esse movimento surgiu durante a Primeira Guerra Mundial(1914-1918), no ano de 1916 em Zurique, por meio de manifesto escrito pelo artista Hugo Ball. Os artistas desse movimento propunham uma arte contrária a toda forma arte até então vista. Para eles, uma nova arte deveria surgir com valores e forma completamente opostos. Assim eles faziam uma crítica a civilização ocidental e todos os valores artísticos e culturais construídos até o momento. Para isso sua arte não poderia ter um sentido lógico. Nesse sentido passaram a usar na produção de obras, objetos do cotidiano, ao invés de usarem o que era próprio da arte. A esses objetos se dará mais tarde o nome de Ready mades.
Ready made deve ser entendido como um objeto pronto e encontrado no cotidiano, ou seja, qualquer objeto, que uma vez escolhido pelo artista, é tirado da sua função comum para ser usado como obra numa num lugar de exposição. Foi dessa forma definida por Marcel Duchamp , artista dadaísta que se destacou historicamente pela introdução de objetos comuns na produção de uma obra de arte. O objeto agora não serve mais para sua função original mas para ser exposto. Isso é uma forma do artista subverter a lógica da própria linguagem artística negando de maneira sarcástica, humorada e estranha as formas de arte estabelecidas.
É a partir da ideia de Ready made criada por Marcel Duchamp que mais tarde, em 1969, surge o movimento chamado de Arte conceitual. Enquanto o objeto no dadaísmo, escolhido de maneira aleatória, era usado para subverter a lógica tradicional da arte e da sociedade ocidental, na arte conceitual os objetos ou espaços, ou mesmo qualquer outro meio, deve ser usado para transmitir ideias. 
A Arte conceitual como derivada do Dadaísmo também quer negar as formas tradicionais, porém, faz isso através do discurso, do argumento trazido pela obra exposta. Essa obra pode ser feita de um único objeto, de muitos objetos, pode ser simplesmente um espaço vazio, o registro de algum evento promovido por eles por meio de vídeo ou foto, enfim, o que importa é transmitir uma ideia e para isso qualquer meio possível pode ser usado.
"Eu redijo um manifesto e não quero nada, eu digo portanto certas coisas e sou por princípios contra manifestos (...). Eu redijo este manifesto para mostrar que é possível fazer as ações opostas simultaneamente, numa única fresca respiração; sou contra a ação pela contínua contradição, pela afirmação também, eu não sou nem pró nem contra e não explico por que odeio o bom-senso. A obra de arte não deve ser a beleza em si mesma, porque a beleza está morta." (Tristan Tzara, um dos fundadores do Dadaísmo)
“Eu estava interessado em ideias, não somente em produtos visuais.” (Marcel Duchamp, criador do Ready made)

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