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Teoria e Política Macroeconômica I Lista de Exercícios 2 Felipe Moreti Bolini

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Lista 2 - Teoria e Política Macroeconômica – Felipe Moreti Bolini
1) Explique o papel da moeda no sistema clássico. Especificamente, no modelo clássico, qual o papel da moeda na determinação do produto real, emprego, nível de preços e taxa de juros? Explique como a moeda afeta essas variáveis; ou se a moeda não tiver efeito sobre alguma delas, explique o porquê.
	O papel da moeda no sistema clássico é determinar a demanda agregada, que possui um papel determinístico no nível de preços. Assim, temos que os preços são proporcionais à quantidade de moeda, de tal forma que a teoria implícita da demanda agregada é proporcional à teoria da quantidade de moeda. 
	Pensando nos papéis determinísticos da moeda no modelo clássico, temos que esta afeta apenas o nível de preços (não afetando, portanto, o produto real, o emprego, nem a taxa de juros), haja vista que os clássicos assumiam uma curva de oferta inelástica, de tal maneira que variações na demanda não afetam a produção, apenas o nível dos preços. Para além disso, tendo em vista que no curto prazo assumimos a velocidade da moeda e nível de produção constantes, temos que uma variação na quantidade de moeda desloca a curva de demanda agregada, mas não exerce qualquer interferência no produto real, emprego, ou taxa de juros.
2) Defina o termo velocidade da moeda. Que fatores determinam a velocidade da moeda no sistema clássico? Qual é a relação entre a velocidade da moeda e o k de Cambridge?
	A velocidade da moeda nada mais é do que o número médio de vezes que uma moeda é utilizada em transações, de tal forma que podemos obter esse valor dividindo o PIB (valor transacionado) pela quantidade de moeda e, então, teremos a taxa que representa o número de vezes que cada moeda foi utilizada para gerar tal fluxo de mercadorias. Assim, pensando na relação dada por , temos que o nível de produção, o nível de preços (que multiplicados resultam no PIB) e a quantidade de moeda determinam a velocidade da moeda. O de Cambridge é o inverso da velocidade da moeda ( – onde é a velocidade da moeda), de tal forma que podemos interpretá-lo como o percentual que a quantidade de moeda representa no PIB, ou seja, o é apenas uma visão diferente de como representar a proporção entre a quantidade de moeda e o PIB. 
3) Os economistas clássicos consideravam que a velocidade era estável no curto prazo. Mas vamos supor que, devido a uma mudança no mecanismo de pagamentos – por exemplo, maior uso de cartões de crédito -, houvesse uma elevação exógena na velocidade da moeda. Que efeito tal mudança teria sobre o produto, emprego e nível de preços no modelo clássico?
	Tendo em vista a relação dada por , onde é a quantidade de moeda, é a velocidade da moeda, é o nível de preços e é o nível de produção, temos que uma alteração na velocidade da moeda teria um efeito diretamente proporcional no nível de preços e no nível de produção, mas inversamente proporcional à quantidade de moeda. Assim, tendo em vista que no modelo clássico possuímos uma curva de oferta inelástica, o nível de demanda não afeta a produção, apenas o nível dos preços. Dessa forma, uma elevação exógena na velocidade da moeda, mantendo a quantidade de moeda constante no curto prazo e tendo em vista que o nível de produção não é alterado, teremos uma elevação do nível de preços. 
4) Explique como a taxa de juros funciona no sistema clássico para estabilizar a demanda agregada diante de mudanças autônomas em componentes da demanda agregada como investimento ou gastos governamentais.
	
	Para pensarmos na mudança dos gastos do governo podemos pensar numa mudança dos impostos, que produz os mesmos resultados que uma mudança nos gastos do governo. Dessa forma, temos que um corte nos impostos aumentaria a renda disponível das famílias, aumentando o nível de consumo (demanda por consumo) e de poupança. Por outro lado, a renda do governo diminuiu, de tal forma que é necessário que este recorra a títulos públicos (dívida governamental) para se financiar. Tendo em vista que a demanda por títulos públicos é maior, o prêmio a ser pago aumenta, ou seja, ocorre um aumento na taxa de juros. Nesse sentido, os incentivos para a realização de investimentos reduzem e, de forma análoga, os incentivos para realizar poupança aumentam, de tal forma que, tendo em vista que mais dinheiro está sendo poupado, menos dinheiro está sendo gasto, de tal forma que a demanda por consumo retorna ao ponto inicial. Nesse caso, a demanda agregada não é afetada. Pensando, por outro lado, se ao invés de o governo se financiar por meio de títulos públicos, ele se financiar por meio de emissão de moeda (aumento dos gastos do governo), teremos um deslocamento (aumento) da demanda agregada o que, em conjunto com o corte dos impostos, levará a um aumento no nível de preços. Num nível de preços mais alto, os incentivos para poupar e investir aumenta (por consumir diminuem), de tal forma que o aumento da poupança leva a um excesso de oferta que, por sua vez, leva a uma queda na taxa de juros.
	O mesmo raciocínio descrito acima é valido se partirmos de uma mudança na taxa de investimento. Suponde que, por um motivo qualquer, o nível de investimentos caia, o nível de poupança e de gastos irá aumentar. Tendo em vista que o nível de poupança aumentou, há uma maior oferta de “dinheiro” ao governo, o que leva a uma queda na taxa de juros o que, por sua vez, reduz o nível de poupança, aumenta os níveis de investimento e, mais uma vez, aumenta a demanda por consumo. Nesse sentido, atingimos um novo equilíbrio a uma taxa de juros menos que a inicial. Um raciocínio similar poderia ser feito para o caso em que os níveis de investimento aumentam, chegando à conclusão de que a taxa de juros no equilíbrio final seria superior à inicial.

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