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Prova documental

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SALVADOR. 
 
 
 
ARTHUR ARRUDA DOURADO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROVA DOCUMENTAL
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Salvador- BA 
2020
ARTHUR ARRUDA DOURADO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROVA DOCUMENTAL 
 
 
 
 
Trabalho acadêmico solicitado pelo ínclito docente Aleksandro Brasileiro, com objetivo de compor o rol de avaliações da 1ª unidade, referente à matéria de Direito Processual Civil II. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Salvador
2020
1- INTRODUÇÃO
O presente estudo tem como objetivo discernir sobre a prova documental, prevista nos arts. 405 a 438 do NCPC/15, o instituto da prova documental é dividido em três subseções: a primeira é referente a força probante dos documentos; a segunda trata-se da arguição de falsidade e a terceira e última se refere a produção da prova documental.
Segundo Marcos Vinicius Rios (2020), a prova documental é apenas um meio de prova, que, conquanto muito prestigiado, não pode ser considerado, a priori, como de maior valor do que os outros. A prova documental tem o objetivo de documentar todas as relações jurídicas.
Partindo para o conceito do que venha ser documento, Marcos Vinicius Rios define em um primeiro momento como uma prova escrita, com um conjunto de palavras e expressões que usam o papel como suporte, porém, o art. 422, NCPC/15 abrange outros meios de provas, como:
Art. 422. Qualquer reprodução mecânica, como a fotográfica, a cinematográfica, a fonográfica ou de outra espécie, tem aptidão para fazer prova dos fatos ou das coisas representadas, se a sua conformidade com o documento original não for impugnada por aquele contra quem foi produzida.
2- FORÇA PROBANTE DOS DOCUMENTOS
O CPC/15 trata da força probante dos documentos nos arts. 405 a 429. Os documentos podem ser classificados em públicos e particulares. Os documentos públicos são emanados de quaisquer autoridades públicas. O art. 405, CPC/15 aduz que, o documento público faz prova não só da sua formação, mas também dos fatos que o escrivão, o chefe de secretaria, o tabelião ou o servidor declarar que ocorreram em sua presença. O art. 406, CPC/15 confere ao documento público uma veracidade probatória superior às demais, veja-se: 
Art. 406. Quando a lei exigir instrumento público como da substância do ato, nenhuma outra prova, por mais especial que seja, pode suprir-lhe a falta.”
Os documentos particulares são emanados por pessoas particulares. O art. 407, CPC/15 aborda uma questão importante relacionado a competência, pois, o documento feito por oficial público incompetente ou sem a observância das formalidades legais, sendo subscrito pelas partes, tem a mesma eficácia probatória do documento particular. É notório que a condição de autoridade pública é indispensável para a caracterização de documento público, na falta, é considerado particular.
Uma questão importante está relacionada aos documentos autênticos e não autênticos. Segundo Cassio Scarpinella (2019), autênticos são os documentos que se tem certeza quanto ao seu autor material, isto é, aquele que o confeccionou. Documentos não autênticos são aqueles em que não há condições de identificação de seu autor.
O art. 411, CPC/15 define o documento autêntico como:
Art. 411. Considera-se autêntico o documento quando:
I- o tabelião reconhecer a firma do signatário;
II- a autoria estiver identificada por qualquer outro meio legal de certificação, inclusive eletrônico, nos termos da lei;
III- não houver impugnação da parte contra quem foi produzido o documento.
3- ARGUIÇÃO DE FALSIDADE
Presente nos arts. 430 a 433, CPC/15, a arguição de falsidade assume duas feições: formar documento não verdadeiro e alterar o documento verdadeiro. Conforme o art. 430, CPC/15, a arguição de falsidade deverá ser suscitada na contestação, réplica ou no prazo de 15 dias da intimação da juntada, aos autos, de novo documento. Via de regra, a falsidade será resolvida como questão incidental, salvo se a parte requerer que o juiz a decida como questão principal.
A parte arguirá a falsidade expondo os motivos em que funda a sua pretensão e os meios com que proverá o alegado (art. 431, CPC/15). A parte contraria será intimada para se manifestar em 15 dias (art. 432, caput, CPC/15).
Quando a arguição de falsidade for suscitada como questão incidental, a arguição constituirá um mero incidente processual, não se caracterizando uma ação autônoma. Se for suscitada como questão principal, será uma ação de cunho declaratório.
Conforme Marcos Vinicius Rios (2020), a arguição de falsidade vem disciplinada nos arts. 430 a 433 do CPC que atribuem às partes a possibilidade de suscitar a falsidade de documento contra elas produzido, na contestação, na réplica ou no prazo de 15 dias, contado a partir da intimação da juntada do documento aos autos. Uma vez arguida a falsidade do documento, ela será resolvida como questão incidente, portanto sem força de coisa julgada material. Mas a lei prevê a possibilidade de o interessado requerer que a falsidade seja decidida como questão principal, caso em que a sua finalidade será obter a declaração judicial, com força de coisa julgada, da falsidade de documento juntado aos autos. No primeiro caso, a questão da falsidade será examinada na fundamentação da sentença; no segundo, no seu dispositivo.
4- PRODUÇÃO DA PROVA DOCUMENTAL
De acordo com o art. 434, CPC/15, a parte autora produzirá as provas na petição inicial, tendo à outra parte a contestação para produção de provas. O art. 435, CPC/15 torna lícito às partes, em qualquer tempo, juntar aos autos documentos novos, quando destinados a fazer prova de fatos ocorridos depois dos articulados ou para contrapô-los aos que foram produzidos nos autos.
Caberá a parte intimada a falar sobre documento constante nos autos, impugnar a admissibilidade da prova documental, impugnar sua autenticidade, suscitar sua falsidade, com ou sem deflagração do incidente de arguição de falsidade e manifestar-se sobre seu conteúdo.
O réu deverá manifestar-se na contestação perante os documentos anexados na inicial pelo autor, tendo o mesmo que manifestar-se na réplica perante os documentos apresentados na contestação.
5- CONCLUSÃO
Diante o exposto, conclui-se que a prova documental é parte indispensável para conclusão do processo, sendo ela uma das principais fases processuais, na qual comprovará a materialidade da questão suscitada.
REFERÊNCIAS BIBIOGRÁFICAS 
GOLÇALVES, Marcos Vinicius Rios. Direito Processual Civil. In: Da Prova Documental. 11º Edição. São Paulo: Saraiva Educação, 2020.
BUENO, Cassio Scarpinella. Manual de Direito Processual Civil. In: Prova Documental. 5º Edição. São Paulo: Saraiva Educação, 2019.
Vade Mecum Saraiva / obra coletiva de autoria da Editora Saraiva com a colaboração de Livia Céspedes e Fabiana Dias da Rocha. – 24. ed. atual. e ampl. – São Paulo: Saraiva, 2017.

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