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peça 4 D. penal / estagio supervisionado II

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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA ___ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE CONCEIÇÃO DO AGRESTE/CE.
Autos nº: ____________
José Percival da Silva, já devidamente qualificado nos autos em epigrafe, vem, respeitosamente a presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado, infra-assinado, apresentar a RESPOSTA A ACUSAÇÃO nos termos do art. 396 e 396-A ambos do Código de Processo Penal, em razão da denuncia oferecida pelo Douto Representante do Ministério Público do Estado do Ceará, pelos motivos de fatos e fundamentos que passa a ser aduzidos: 
I – DA TEMPESTIVIDADE
De antemão, Excelência, cumpre salientar que a presente exordial é tempestiva, nos moldes do art.396 do CPC. Assim, verifica-se que a presente preenche o requisito da tempestividade, vez que o Denunciado foi citado na data ___/___/___, sendo, deste modo, o prazo iniciado no dia ___/___/____ e findando o prazo no dia ___/___/___. Neste ínterim, não se esgotou o prazo de 10 (dez) dias da citação para apresentação da Resposta Escrita, em conformidade com o atual Código de Processo Penal.
II – DOS FATOS
 O Douto Ministério Público do Estado do Ceará ofereceu denúncia em face do cidadão acusando os delitos dos artigos 288 e 317 ambos do Código Penal, alegando crime de corrupção passiva.
Sabe-se, que no dia 3 de fevereiro de 2018, na sede da câmara dos Vereadores, ocorreu uma reunião da Comissão de Finanças e Contratos da Câmara, no qual os demais denunciados na peça acusatória exigiram do Sr. Paulo Matos uma quantia de dinheiro no valor de 100.000,00 (cem mil reais) para que sua empresa pudesse participar de um procedimento licitatório.
Ocorre que, por ironia do destino, sem ao menos ter ciência do envolvimento de corrupção dos outros participantes na reunião, o denunciado estava presente ao plenário da câmara, onde policiais disfarçados na sessão ao avistar a entrega da propina de um deles, imediatamente deu voz de prisão para os denunciados.
Diante ao exposto perceba-se que fica demostrado que o denunciado não tem nenhuma relação com os demais denunciados na peça acusatória e menos ainda com o crime ora injustamente imputada.
III – DO DIREITO
a) - DA NULIDADE DO ACORDO DE DELAÇÃO PREMIADA
FIRMADO ENTRE O MINISTÉRIO PÚBLICO E O ACUSADO
JOÃO SANTOS
Preliminarmente, verifica-se a nulidade do Termo de Acordo de Colaboração Premiada, firmado entre o Promotor de justiça da Comarca de Conceição do Agreste do Ceará e o acusado Sr. João Santos. Trata-se de vicio insanável, gerador de nulidade absoluta para os posteriores atos praticados no processo (art. 573, §1º do CPP), a partir de sua juntada.
No termo, o acusado João Santos admitiu o crime de concussão que teve como vitima o Sr. Paulo Matos para o recebimento ilícito de pagamento de dinheiro para poder participar da licitação, afirmando que a exigência do pagamento partiu exclusivamente do Zé da Farmácia, supondo este como autor da conduta criminosa.
Entretanto, cumpre salientar, que a delação feita pelo Sr. João Santos é invalida, pois, no momento que realizou o acordo o colaborador não estava devidamente acompanhado por um advogado, e sim pela sua esposa, a dona de casa Laura Santos.
Assim, verifica-se a violação do artigo 3º-C, §1º e art. 4, §15 ambos da Lei 12.850/2013, requisito este fundamental para o prosseguimento do processo.
Art. 3º-C. A proposta de colaboração premiada deve estar instruída com procuração do interessado com poderes específicos para iniciar o procedimento de colaboração e suas tratativas, ou firmada pessoalmente pela parte que pretende a colaboração e seu advogado ou defensor público.
§ 1º Nenhuma tratativa sobre colaboração premiada deve ser realizada sem a presença de advogado constituído ou defensor público
Art. 4º O juiz poderá, a requerimento das partes, conceder o perdão judicial, reduzir em até 2/3 (dois terços) a pena privativa de liberdade ou substituí-la por restritiva de direitos daquele que tenha colaborado efetiva e voluntariamente com a investigação e com o processo criminal, desde que dessa colaboração advenha um ou mais dos seguintes resultados:
§ 15. Em todos os atos de negociação, confirmação e execução da colaboração, o colaborador deverá estar assistido por defensor.
Desta forma, deve ser indeferido o prosseguimento da denuncia, razão pelo qual o Termo de Acordo de Colaboração Premiada é nulo, uma vez que a legislação atinente ao instituto da colaboração premiada exige que, em todos os atos de negociação, confirmação e execução, o colaborador esteja acompanhado e assistido por um advogado, tratando-se, portanto de vício insanável, gerador de nulidade absoluta.
Por todo o exposto, requer-se a declaração da ilegalidade do referido acordo com seu consequente desentranhamento dos autos, em conformidade com a CF/88 (art. 5º, LVI) e CPP (art. 157). Manter tal prova nos autos, entendendo-a como válida, ocasionará vício insanável, gerador de nulidade absoluta para os posteriores atos praticados no processo (art. 573, § 1º do CPP), que ofende aos princípios constitucionais da vedação às provas obtidas por meios ilícitos, da ampla defesa e do contraditório (art. 5º, LVI e LV da CF).
IV – DOS PEDIDOS
Por todo o exposto, requer-se a:
A) – Seja a prova desentranhada do processo em conformidade com o (art. 5º, LVI da CF/88) e (art. 157 do CPP).
B) – Seja recebida a presente resposta á acusação, para que surta os efeitos legais;
C) – Caso Vossa Excelência não entenda pela rejeição da denúncia, e a absolvição do cidadão acusado, com fundamento no art. 386, V do Código de Processo Penal;
D) – Subsidiariamente, seja o cidadão acusado absolvido sumariamente, em conformidade com o art. 397, III do CPP;
E – Protesta do denunciado pela produção de todas as provas em direito admitidas, em especial, prova documental, testemunhal e pericial. 
Nestes termos, pede e aguarda o deferimento.
Conceição do Agreste/CE: ____/___/____
Advogado:_________________________
OAB:______

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