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Semiologia Oftalmológica Pamela Barbieri – T23 – FMBM Profª Dra. Daniela Felipe → Anamnese: Deve ser ampla para fornecer subsídios para solução do problema. Importante cumprimento e apresentação adequados, pois muitos pacientes são cegos. Modelo: orientação/cooperação. Urgência – modelo atividade/passividade. Paciente que chega com uma urgência, tratar o paciente primeiro, depois apresentar-se. Queixa principal HDA: deve ser completo – baixa da acuidade visual, se é acompanhada de dor, se há hiperemia, se tem sintomas associados como cefaleia... se é unibilateral, se tem secreção e qual o tipo, se tem prurido, ardor... sintomas associados.... Antecedentes pessoais oftalmológicos Antecedentes familiares. → Exame ocular externo: Consiste na inspeção desarmada das estruturas mais anteriores (cristalino para frente) do globo ocular. Pode-se utilizar um foco luminoso e avalia-se: →Posição do globo ocular (se tem exoftalmia, anoftalmia, olho proptótico...) →Posição da fenda interpalpebral →Bordas palpebrais →Pele palpebral (celulite, nevos, papiloma...) →Conjuntiva bulbar (branca) →Carúncula (canto nasal do olho) →Conjuntiva tarsal: eversão da pálpebra superior para ser vista →Limbo esclero-corneal →Córnea (cicatriz, lesão, se vasos do limbo crescem em direção da córnea...) →Câmara anterior →Íris e pupila Alterações que podem ser vistas no exame externo: desvios oculares, alterações palpebrais (triquíase, entrópio, hordéolo, calázio), hiperemia conjuntival, opacidade da córnea, cristalino, pterígio, tumor conjuntiva... Hordéolo/calázio. Obstrução das glândulas. Entrópio, margem cilicar invertida. Margem ciliar evertida. Catarata (retroiriana) mais avançada. Semiologia Oftalmológica Pamela Barbieri – T23 – FMBM Profª Dra. Daniela Felipe Catarata inicial, mais amarelada. Cristalino não está ocupando toda abertura pupilar. Subluxação do cristalino, devido a ruptura dos ligamentos. Crescimento fibrovascular conjuntival em direção a córnea. Pterígeo. Opacidade corneana – leucoma. Diferente da catarata que é atrás da íris. Leucoma está na frente da íris. Ptose palpebral. Estrabismos horizontais e verticais. Ponto luminoso não está ao centro da pupila. → Exame pupilar: Avalia tamanho, forma, simetria. Necessita auxílio de ponto luminoso. Semiologia Oftalmológica Pamela Barbieri – T23 – FMBM Profª Dra. Daniela Felipe Miose: contração do m. esfíncter da pupila que tem inervação das fibras parassimpáticas do n. oculomotor. Midríase: contração do m. dilatador da pupila, sensível ao sistema nervoso simpático. (Por ex. uso de colírio midriático para evitar ocorrência de sinéquia). Reflexos pupilares: Quando um olho é estimulado com feixe de luz, a pupila se contrai devido ao reflexo fotomotor. O impulso nervoso, que é originado na retina, é conduzido pelo nervo ótico, quiasma ótico e fita ótica e chega ao corpo geniculado lateral. No entanto, as fibras relacionadas com o reflexo fotomotor não fazem sinapse no corpo geniculado lateral ao contrário das fibras relacionadas com a visão. Elas ganham então o braço do colículo superior, terminando em neurônios da área pré-tectal. Daí vão sair fibras que terminam fazendo sinapse com os neurônios do núcleo de Edinger-Westphal, no mesencéfalo. Deste núcleo saem fibras pré-ganglionares, que pelo III oculomotor, vão ao gânglio ciliar, de onde saem fibras pós- ganglionares (nervos ciliares curtos) que terminam no músculo esfíncter da pupila, levando a sua contração. Este reflexo tem uma grande importância clínica e pode estar abolido em lesões da retina, do nervo ótico ou do nervo motor ocular comum. Ao mesmo tempo que acontece o reflexo fotomotor direto, temos também um reflexo consensual. Este consiste numa constrição da pupila contralateral e resulta de fibras que cruzam o plano mediano para o lado oposto, através do quiasma óptico e da comissura posterior. Neste ultimo caso, existem fibras da área pré-tectal de um lado que cruzam para o núcleo de Edinger-Westphal do lado oposto. Direto: Reflexo fotomotor ipsilateral (aferente). Pupila contrai no lado em que está o feixe de luz. Consensual: Resultado da semidecussassão das fibras do nervo óptico, uma resposta de contração pupilar é também observada contralateralmente. Semiologia Oftalmológica Pamela Barbieri – T23 – FMBM Profª Dra. Daniela Felipe → Movimentação ocular Ação e inervação dos músculos extrínsecos do olho: M. obliquo superior: movimento de cicloabdução. Olhar pra cima é uma ação conjunta dos mm. oblíquo superior e reto superior, então se o reto superior estiver lesado, dificilmente o oblíquo superior conseguirá levantar o olho. O m. reto lateral é maior e tem inervação o VI abdutor. Se houver lesão do III, o olho ficará virado para “fora”, abdução. A lesão do III oculomotor também causa ptose, porque ele também inerva o m. elevador da pálpebra e midríase, porque as fibras parassimpáticas do oculomotor também estarão afetadas. Testes da movimentação ocular: Teste de Hirschberg – reflexo luminoso e avalia onde o reflexo luminoso cai (tem que cair no meio da pupila). Cover test Versões Testa a movimentação em todas posições Semiologia Oftalmológica Pamela Barbieri – T23 – FMBM Profª Dra. Daniela Felipe Oculomotor paralisado: prevalece ação só do abducente, porque para o oblíquo (inervado pelo IV troclear) não consegue movimentar sem colaboração do reto lateral (inervado pelo III oculomotor). → Acuidade visual Definição – medida da visão central. A visão periférica é medida através do exame de campimetria visual. Mede a acuidade visual de ambos os olhos separadamente, para longe e para perto. Utiliza-se a tabela de optotipos – Tabela de Snellen. Acuidade visual = distância em que o paciente viu / distância que o paciente deveria ter visto. Cego: acuidade visual menor ou igual a 0,1. Se paciente não viu o E, mostra o dedo, o paciente não viu a 4m, viu só a 2m (coloca acuidade visual: dedo a 2m), se não viu o dedo, viu só a movimentação da mão (coloca acuidade visual: movimento de mãos), se só percebe a luz (acuidade visual: percepção visual), se não percebe luz: não perece luz = cegueira total. → Biomicroscopia Acopla a lâmpada de fenda ou biomicroscópio, que é um sistema de iluminação. Aumento de 6 a 40x. Permite cortes ópticos diferentes, para ter noções de profundidade no exame. Pode-se utilizar lentes acessórias positivas de 78 a 90 dioptrias, para otimizar raio luminoso – e assim consegue-se ver o fundo do olho, consegue ver humor vítreo, nervo ótico, vasos... É visualizado, sem nenhum auxílio óptico, todo segmento anterior – cristalino, câmara anterior (ex. se câmara anterior tem sangue, pus...), córnea e as suas 5 camadas. → Tonometria Mede-se a pressão ocular do paciente. Aplica uma força e mede contraforça. O normal é 20,5 mmHg → Fundoscopia Para visualizar o fundo do olho. A coroide é alaranjada. A área circular mais clara central é a região foveal. Em seu centro está o foveolo. O mais claro é o nervo óptico, ele é mais marelho, mais alaranjado. No meio, penetrando junto ao nervo óptico, são as a. central da retina e v. central da retina e se divide em a. retiniana, ramos temporal superior, temporal inferior, nasal superior e nasal inferior (artérias eveias). Depois se ramifica em outras terminações vasculares. Semiologia Oftalmológica Pamela Barbieri – T23 – FMBM Profª Dra. Daniela Felipe Na oftalmoscopia indireta vê-se maior área, mas a imagem é menos detalhada (por ex. não visualiza se há cruzamento dos vasos, se tem alguma alteração no nervo óptico...) O oftalmoscópio direto aumenta muito a imagem, mas diminui o campo visual. Não vê todo o nervo/vaso, tem que ir seguindo essas estruturas. → Refratometria: Paciente com queixa de não enxergarbem de perto ou de longe. Faz-se a refratometria, que é o exame de grau. Olho normal: imagem é formada na retina. Emétrope. Um paciente que é míope, não enxerga de longe, porque a imagem forma antes de chegar na retina. Isso porque o olho é grande, ou a córnea ou o cristalino é muito convergente. Corrige-se com lente DIVERGENTE -. Paciente com hipermetropia: olho é mais curto ou o sistema de lentes é pouco convergente. Não enxerga de perto. Corrige-se com lente CONVERGENTE +. O astigmata tem alterações na curvatura ou do cristalino ou da córnea, e quando o raio entra, ele sofre distorções.
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