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Prescrição Intercorrente na Justiça do Trabalho - Jurisprudência

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Prescrição Intercorrente na Justiça do Trabalho
Primeiramente, cumpre ressaltar que o princípio do impulso oficial se aplica ao processo do trabalho, de forma que o juiz trabalhista pode dar início à execução de sentença de ofício.
Em razão do aludido princípio, o TST não admitia a prescrição intercorrente na Justiça do Trabalho. Com efeito, sua súmula nº 114 dispõe que “É inaplicável na Justiça do Trabalho a prescrição intercorrente.”.
Nessa senda, confira-se ementa de recente julgado da lavra do TST, que reiterou a aplicabilidade do entendimento sumulado:
RECURSO DE REVISTA. EXTINÇÃO DA EXECUÇÃO. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. INAPLICABILIDADE AO PROCESSO DO TRABALHO. SÚMULA Nº 114 DO TST.Viola o art. 5º, XXXVI, da Constituição Federal, a decisão que extingue a execução trabalhista, aplicando a prescrição intercorrente. A despeito do período pelo qual o processo fora arquivado, a previsão de impulso oficial do art. 878 da CLT afasta qualquer necessidade de iniciativa do exequente para o efetivo cumprimento da sentença transitada em julgado. Razão pela qual, a prescrição intercorrente não se aplica, nos moldes da Súmula nº 114 do TST. Precedentes. Recurso de revista conhecido e provido. – destacou-se. (TST, 1ª T., RR - 104800-93.1995.5.02.0254, Rel. Min. Walmir Oliveira da Costa, DEJT 06.06.2014)
RECURSO DE REVISTA. EXECUÇÃO. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. INAPLICABILIDADE AO PROCESSO DO TRABALHO. A teor do art. 878 da CLT, a execução trabalhista prescinde de iniciativa do interessado, uma vez que pode se desenvolver por impulso oficial do juiz. Esse é o entendimento consagrado na Súmula 114/TST (‘É inaplicável na Justiça do Trabalho a prescrição intercorrente’). A pronúncia da prescrição, na espécie, viola o art. 5º, XXXVI, da Carta Magna, pois impede os efeitos da coisa julgada. Precedentes. Recurso de revista conhecido e provido (TST-RR-276500-52.1999.5.02.0431, 1ª Turma, Rel.
EXECUÇÃO. EXTINÇÃO. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. AFRONTA À COISA JULGADA. Afronta o artigo 5º, XXXVI, da Constituição da República decisão por meio da qual se extingue a execução, com resolução de mérito, em virtude da incidência da prescrição intercorrente, uma vez que tal conduta impede indevidamente a produção dos efeitos materiais da coisa julgada, tornando sem efeitos concretos o título judicial transitado em julgado. Recurso de revista conhecido e provido (TST-RR-174700-93.2002.5.03.0092, 1ª Turma, Rel. Min. Lelio Bentes Corrêa, DEJT 07/6/2013).
AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. RECURSO INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. EXECUÇÃO. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. INAPLICABILIDADE AO PROCESSO DO TRABALHO. Hipótese em que o Tribunal Regional manteve a decisão que pronunciara a prescrição intercorrente. Aparente violação do art. 5º, XXXVI, da Constituição Federal, nos moldes do art. 896 da CLT, a ensejar o provimento do agravo de instrumento, nos termos do artigo 3º da Resolução Administrativa nº 928/2003. Agravo de instrumento conhecido e provido. RECURSO DE REVISTA. RECURSO INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. EXECUÇÃO. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. INAPLICABILIDADE AO PROCESSO DO TRABALHO. 1. Hipótese em que o Tribunal Regional registrou que “Esgotadas as medidas possíveis para satisfação do crédito do reclamante, aliada a sua própria inércia, considerando o tempo de arquivamento do presente feito é caso de reconhecer a prescrição quinquenal incidental no curso da execução” e que “A prescrição intercorrente trabalhista tem esteio em entendimento Súmula 327, do Supremo Tribunal Federal: O direito trabalhista admite a prescrição intercorrente”. 2. A teor do art. 878 da CLT, a execução trabalhista prescinde de iniciativa do interessado, uma vez que pode se desenvolver por impulso oficial do juiz. Esse é o entendimento consagrado na Súmula 114/TST (“É inaplicável na Justiça do Trabalho a prescrição intercorrente”). A pronúncia da prescrição, na espécie, viola o art. 5º, XXXVI, da Constituição Federal de 1988, pois impede os efeitos da coisa julgada. Precedentes. Recurso de revista conhecido e provido. (TST-PR:1231002019985210012, Relator: Hugo Carlos Scheuermann, Data de julgamento: 28/09/2016, 1ªTurma, Data da Publicação: DEJT: 30/092016)
Grande parte dos doutrinadores sustentava a inaplicabilidade - como regra geral - da prescrição intercorrente no processo trabalhista. Todavia, alguns passaram a defender sua aplicação quando a execução tiver que se dar por atuação exclusiva do credor e este se mantiver inerte.
É válido ressaltar que este entendimento, inclusive, foi encampado pelo TST em alguns casos, conforme se pode observar da ementa do AIRR 949/1990-008-05-40.3, a seguir colacionada:
 AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. PROCESSO DE EXECUÇÃO. ARTIGOS DE LIQUIDAÇÃO. PRESCRIÇÃO BIENAL. VIOLAÇÃO AOS ARTIGOS 5º, INCISOS LIV, LV, E 7º, INCISO XXIX, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. NÃO CONFIGURAÇÃO. INCIDÊNCIA DO ART. 896, § 2º, DA CLT, E DA SÚMULA 266, DO C. TST. A admissibilidade do Recurso de Revista, em Processo de Execução, depende de demonstração inequívoca de ofensa direta e literal à Constituição Federal, nos termos do artigo 896, § 2º, da CLT e da Súmula 266, do C. TST, o que não lograram demonstrar os Recorrente, na forma dos dispositivos constitucionais invocados. Com efeito, não se configura, in casu, violação direta e literal à Carta Magna, ante o posicionamento assumido pela Corte a quo, no tocante a aplicação ao caso da prescrição bienal estabelecida no artigo 7º, inciso XXIX, da Constituição Federal, desde que configurada a inércia dos Exequentes que, devidamente intimados pelo Juízo Executório, em 22/11/94, para promover a liquidação do Julgado, somente em 17/12/96, mais de 02 (dois) anos após, é que peticionam para apresentar Artigos de Liquidação visando comprovação de fatos novos. Este entendimento do Regional, no sentido da ocorrência da prescrição do próprio direito de Ação, atinente ao Processo Executório, não promove, repita-se, violação direta e literal ao artigo 7º, inciso XXIX, da Carta Magna, este de todo preservado. Agravo de Instrumento a que se nega provimento. – destacou-se (TST-AIRR-949/1990-008-05-40.3, Relator: Josenildo dos Santos Carvalho, Data de Julgamento: 09/11/2005, 2ª Turma).
Diante do exposto, verifica-se que esta corrente mista busca harmonizar o entendimento há muito consolidado na Suprema Corte, no sentido da aplicabilidade da prescrição intercorrente no processo do trabalho, com o preceituado no art. 878 da CLT, que confere ao juiz do trabalho a possibilidade de impulsionar de ofício a execução trabalhista.
Todavia, a reforma trabalhista, além de expressamente prever o cabimento da prescrição intercorrente, mitigou o princípio do impulso oficial, diante da nova redação do artigo 878 da CLT, que dispõe que “a execução será promovida pelas partes, permitida a execução de ofício pelo juiz ou pelo Presidente do Tribunal apenas nos casos em que as partes não estiverem representadas por advogado.” Dessa forma, o impulso oficial agora ficou limitado ao exequente que estiver sem advogado, não sendo mais possível a utilização do argumento da existência do impulso oficial na Justiça do Trabalho.
Aos que defendem a não aplicabilidade da prescrição intercorrente trabalhista, após a reforma trabalhista, restou tão somente a possibilidade de alegar o princípio protetor, que os créditos trabalhistas possuem natureza alimentar, que os créditos trabalhistas são irrenunciáveis e a manutenção do ius postulandi da parte na execução trabalhista, como argumento para impedir o seu reconhecimento.
EXECUÇÃO. DECISÃO PROFERIDA APÓS A REFORMA TRABALHISTA. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. PROCESSO DO TRABALHO. APLICABILIDADE. A partir da vigência da Lei 13.467/17, é possível a aplicação da prescrição intercorrente na Justiça do Trabalho. Contudo, deverá ser observado o disposto no § 1º do Art. 11-A da CLT: "A fluência do prazo prescricional intercorrente inicia-se quando o exequente deixa de cumprir determinação judicial no curso da execução". Nesse sentido, a Instrução Normativa 41/18 do c. TSTé elucidativa, ao dispor que o fluxo da prescrição intercorrente conta-se a partir do descumprimento da determinação judicial a que alude o § 1º do art. 11-A da CLT, desde que feita após 11 de novembro de 2017. (TRT-17 - AP: 00786005520135170010, Relator: JAILSON PEREIRA DA SILVA, Data de Julgamento: 01/04/2019, Data de Publicação: 16/04/2019)
EXECUÇÃO. DECISÃO PROFERIDA APÓS A REFORMA TRABALHISTA. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. PROCESSO DO TRABALHO. APLICABILIDADE. A partir da vigência da Lei 13.467/17, é possível a aplicação da prescrição intercorrente na Justiça do Trabalho. Contudo, deverá ser observado o disposto no § 1º do Art. 11-A da CLT: "A fluência do prazo prescricional intercorrente inicia-se quando o exequente deixa de cumprir determinação judicial no curso da execução". Nesse sentido, a Instrução Normativa 41/18 do c. TST é elucidativa, ao dispor que o fluxo da prescrição intercorrente conta-se a partir do descumprimento da determinação judicial a que alude o § 1º do art. 11-A da CLT, desde que feita após 11 de novembro de 2017. (TRT-17 - AP: 01583002819955170005, Relator: JAILSON PEREIRA DA SILVA, Data de Julgamento: 01/04/2019, Data de Publicação: 16/04/2019)
PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. ART. 11-A, DA CLT, INCLUÍDO PELA LEI 13.467/2017. Em relação à fluência do prazo para aplicabilidade da prescrição intercorrente na Justiça do Trabalho, os princípios da segurança jurídica (CRFB, art. 5.º, XXXVI) e da confiança legítima dos jurisdicionados impõem o início de sua contagem, nos termos do § 2.º, do art. 11-A, da CLT, quando da omissão no cumprimento de determinação judicial no curso da execução, ocorrida após a vigência da Lei 13.467/2017, porquanto é a partir dali que o demandante poderá avaliar os riscos da extinção de seu crédito.
(TRT-1 - AP: 00009568620105010042 RJ, Relator: Monica Batista Vieira Puglia, Data de Julgamento: 03/04/2019, 3a Turma, Data de Publicação: 10/04/2019)

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