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Certificações e Auditoria Ambiental

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Certificações e 
Auditoria Ambiental
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. Carlos Eduardo Martins
Revisão Textual:
Prof. Ms. Luciano Vieira Francisco
Implementação dos sistemas de gestão, certificação e 
auditoria ambiental
5
• Introdução
• O Método PDCA
• Auditoria Ambiental – Bases Conceituais
• Funções/Atribuições na Auditoria Ambiental
• O Processo de Auditoria Ambiental
• Certificação Ambiental
• Rotulagem Ambiental
• Greenwashing
 · Tratar do processo de implementação do método Plan, Do, Check, Act (PDCA), 
que orienta toda a adequação do Sistema de Gestão Ambiental (SGA) nas 
organizações.
 · Discutir as etapas de auditoria, certificação e rotulagem ambiental.
Caro(a) aluno(a),
Nesta Unidade, em que trataremos da implementação dos sistemas de gestão, certificação 
e auditoria ambiental da série ISO 14000, você terá acesso a diversos recursos.
Fique atento(a) aos prazos das atividades que serão colocados neste Ambiente Virtual de 
Aprendizagem (AVA) Blackboard.
Sempre que possível, recorra à videoaula e à apresentação narrada para esclarecer 
eventuais dúvidas sobre o conteúdo textual.
Participe do fórum de discussão proposto.
Em seu tempo livre, procure pesquisar as fontes relacionadas no material complementar.
Além disso, tente pesquisar o máximo que puder sobre implementação dos sistemas de 
gestão, certificação e auditoria ambiental da série ISO 14000. Há inúmeros conteúdos na 
internet que são úteis ao seu estudo e à sua formação profissional.
Implementação dos sistemas de gestão, 
certificação e auditoria ambiental
6
Unidade: Implementação dos sistemas de gestão, certificação e auditoria ambiental
Contextualização
Caro(a) aluno(a),
Para iniciar as discussões desta Unidade, leia o texto Os sete pecados da propaganda 
“verde” enganosa, de Lydia Cintra, disponível em: 
http://super.abril.com.br/blogs/ideias-verdes/os-sete-pecados-da-propaganda-verde-enganosa
7
Introdução
Adotar um Sistema de Gestão Ambiental (SGA), em particular aquele definido pela norma 
ISO 14001, exige das organizações uma série de mudanças de postura no campo das relações 
com outras instituições, com a legislação e com o público em geral, pois mais do que o 
cumprimento das obrigações normais para qualquer organização, o SGA exige o cumprimento 
de uma série de obrigações legais e ambientais. Dito de outra forma, todas as mudanças 
previstas no SGA demandam uma remodelação interna significativamente aguda.
Ainda que o SGA – norma ISO 14001 –, que é voluntário, apresente benefícios 
mercadológicos nacionais e até internacionais às organizações, pode também trazer riscos 
que precisam ser bem conhecidos, isto é, a organização precisa avaliar corretamente a relação 
custo-benefício antes de adotar o SGA.
O sistema de gestão ambiental é baseado na aplicação da série ISO 14000, composta de 
normas para as organizações e para os produtos. A Figura 1 apresenta esquematicamente a 
distribuição das normas segundo a lógica do SGA:
Figura 1 – Normas ISO 14000 para organizações e produtos.
Fonte: Silva e Przybysz (2014, p. 100).
8
Unidade: Implementação dos sistemas de gestão, certificação e auditoria ambiental
O Método PDCA
O SGA é baseado no modelo internacionalmente conhecido como Plan, Do, Check, Act 
(PDCA), o que, na versão em português, quer dizer: planejar, fazer, checar e agir.
A finalidade desse sistema é a busca incessante pela melhoria do desempenho ambiental 
da organização, por meio da implementação de políticas, planejamento, procedimentos e 
monitoramento operacionais e administrativos com vistas ao objetivo de cumprir a legislação, 
com a redução do impacto ambiental dos aspectos da organização e/ou do produto ou serviço, 
bem como a redução ou a eliminação do passivo ambiental existente.
O processo envolve algumas etapas capitais. A gestão ambiental deve fazer parte do 
planejamento da organização. Para tanto, deve-se levar a efeito um diagnóstico amplo das 
atividades, produtos e serviços, inventariando todos os aspectos ambientais, que são as 
características constituintes das atividades, produtos e serviços da organização, os quais podem 
interagir e, consequentemente, gerar impactos ambientais – e não o impacto ambiental em 
si como, por exemplo, vazamentos ou derramamentos de efluentes que gerem contaminação 
de bacias hidrográficas. Estes são impactos, o que a norma prega é que sejam identificadas as 
possíveis causas desses. 
Tais aspectos, além de identificados, devem ser classificados segundo a sua significância, 
sendo que, a partir daí, é necessária a definição dos procedimentos para reduzir ou eliminar as 
possibilidades de impactos esperados, bem como identificar os requisitos legais aplicáveis aos 
quais em cada aspecto que eventualmente deva ser ajustado.
A partir da execução das etapas anteriores, a organização deve traçar um horizonte 
– conjunto de objetivos e metas – a ser alcançado. Tudo deve ser mensurado em termos 
de cronograma e custo, além das devidas responsabilidades funcionais e as formas de 
documentação do processo, nas quais devem constar: as formas de respostas às emergências; 
o monitoramento do desempenho ambiental; o atendimento aos requisitos legais; as ações 
preventivas e corretivas, entre outras medidas. 
Para que o processo se instaure e prossiga de forma segura, a organização deve gerar meios 
de comunicação interna e externa, a fim de divulgar a adoção e implementação do SGA. 
O processo todo deve ser submetido às auditorias internas, nas quais a gestão é analisada pela 
administração quanto aos compromissos assumidos de melhoria contínua.
Análises devem incluir a avaliação de oportunidades de melhoria e a necessidade de eventuais 
alterações no sistema de gestão ambiental, inclusive da política ambiental e dos objetivos e 
metas ambientais. Os registros das análises pela administração devem ser mantidos.
9
Auditoria Ambiental – Bases Conceituais
O conteúdo correspondente aos aspectos técnicos da auditoria ambiental foram definidos 
pela NBR ISO 14011 – Diretrizes para auditoria ambiental – Procedimentos de auditoria – 
Auditoria de sistemas de gestão ambiental, desenvolvida pelo Grupo de Trabalho Auditoria de 
Sistemas de Gestão Ambiental (GT02), formado por especialistas brasileiros e representantes 
dos setores envolvidos, do CSM16 – Gestão ambiental. A norma foi publicada no Brasil pela 
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), no intuito de “[...] ajudar uma organização 
a estabelecer e continuar a atender suas políticas, objetivos, normas e outros requisitos 
ambientais” (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1996, p. 2).
Considerando que existem diversas fontes de referência que tratam das diversas formas de 
sistemas de gestão e auditoria ambiental, o SGA previsto na norma NBR ISO 14.001 concebe
[...] a parte do sistema de gestão global que inclui estrutura organizacional, 
atividades de planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos, 
processos e recursos para desenvolver, implementar, atingir, analisar 
criticamente e manter a política ambiental 
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1996, p. 2).
A auditoria do SGA é um
[...] processo sistemático e documentado de verificação, executado para obter 
e avaliar, de forma objetiva, evidências de auditoria para determinar se o 
sistema de gestão ambiental de uma organização está em conformidade com 
os critérios de auditoria do sistema de gestão ambiental, e para comunicar os 
resultados deste processo ao cliente 
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1996, p. 3).
Pode-se considerar que a finalidade geral da auditoria ambiental vai além de medir a 
conformidade do processo, dos produtos e dos serviços em relação ao SGA, mas trata-se 
também de medir o desempenho ambiental da empresa, além de buscar minimizar os riscos ou 
a materialização dos impactos ambientais decorrentes da interação das atividades produtivas 
com o meio ambiente.
Quanto aos recursos humanos envolvidos na auditoria ambiental,as diversas funções devem 
ficar bem claras para que o processo corra de forma tal que, ao final, o relatório contenha o 
real estado da conformidade em relação ao sistema de gestão ambiental.
A auditoria ambiental é um processo que envolve uma relação tripartite da sociedade, 
formada pelo cliente1, pelo auditor2 e pelos auditados, isto é, as organizações que estiverem 
no foco da auditoria ambiental por justamente adotarem o SGA da norma NBR ISO 14001.
Assim, vejamos as atribuições de cada um dos sujeitos implicados no processo de auditoria.
1 Organização que solicita a auditoria (NBR ISO 14050:2004).
2 Pessoa qualificada para executar auditorias ambientais (NBR ISO 14050:2004).
10
Unidade: Implementação dos sistemas de gestão, certificação e auditoria ambiental
Funções/Atribuições na Auditoria Ambiental
O processo que envolve a auditoria ambiental implica a definição de funções exercidas 
por uma equipe de auditoria3 especializada e experiente. No geral, a equipe de auditoria é 
composta pelo auditor-líder4 e auditores.
3 Grupo de auditores, ou um único auditor, designado para realizar determinada auditoria. 
A equipe de auditoria pode também incluir especialistas técnicos e auditores em treinamento 
(NBR ISO 14050:2004).
4 Pessoa qualificada para gerenciar e executar auditorias ambientais (NBR ISO 14050:2004).
Entre as atribuições do auditor-líder está a responsabilidade por assegurar a melhor condução 
possível do processo de auditoria, isto é, o cumprimento do escopo e do plano de auditoria 
previamente estabelecidos entre as partes interessadas.
O auditor-líder deve: obter todas as informações necessárias ao bom andamento do trabalho; 
escolher e coordenar o pessoal; resolver eventuais problemas que obstruam a auditoria; elaborar 
o escopo e o plano; preparar os documentos; comunicar os interessados – auditados e clientes 
– sobre o andamento, recomendações sobre eventuais não conformidades e os resultados ou 
produtos da auditoria ambiental.
O auditor é subordinado ao auditor-líder e fica encarregado de aplicar/executar as instruções 
delegadas por seu superior, reunindo as informações, interagindo com os demais auditores, 
reunindo documentos e documentando procedimentos, além de auxiliar na elaboração dos 
relatórios conclusivos da auditoria ambiental.
Ainda sobre as atribuições dos auditores,
[...] é recomendado que a cada membro da equipe de auditoria sejam atribuídos 
elementos, funções ou atividades específicas do SGA a auditar, bem como ser 
instruído sobre o procedimento de auditoria a ser seguido. É recomendado que 
estas atribuições sejam definidas pelo auditor-líder, em entendimento com os 
membros da equipe de auditoria envolvidos. Durante a auditoria, o auditor-
líder pode fazer modificações nas atribuições dos auditores, para assegurar o 
melhor atendimento aos objetivos da auditoria 
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1996, p. 6).
Na outra extremidade do processo de auditoria ambiental está o cliente. Cabe a esse 
participar dos planos, procedimentos e aprovar os produtos, além de subsidiar o trabalho dos 
auditores para o bom andamento dos trabalhos de auditoria ambiental.
11
O auditado é aquele que deve se submeter ao processo de auditoria ambiental. Cabe a esse:
Informar aos funcionários os objetivos e o escopo da auditoria, conforme 
necessário; prover à equipe de auditoria recursos necessários para assegurar 
um processo de auditoria eficaz e eficiente; designar pessoal responsável e 
competente para acompanhar os membros da equipe de auditoria, atuando 
como guias e assegurando que os auditores estejam atentos aos aspectos de 
saúde, segurança e outros requisitos apropriados; prover acesso às instalações, 
ao pessoal e às informações e registros pertinentes, conforme solicitado pelos 
auditores; cooperar com a equipe de auditoria para permitir que os objetivos 
da auditoria sejam alcançados; receber uma cópia do relatório de auditoria, a 
menos que tenha sido especificamente excluído pelo cliente
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1996, p. 5).
12
Unidade: Implementação dos sistemas de gestão, certificação e auditoria ambiental
O Processo de Auditoria Ambiental
O processo de auditoria ambiental tem início com a definição do escopo da auditoria que, 
fundamentalmente, visa avaliar a conformidade – certificação, declaração do fornecedor, 
inspeção, etiquetagem, ensaios – dos processos, produtos e/ou serviços. Esta etapa mapeia 
todas as condições em que se estabelece a auditoria ambiental, isto é, com base nas características 
físicas, econômicas e sociais da organização, define-se o conjunto de elementos a serem 
auditados, seus limites e alcances. Portanto, o escopo da auditoria depende fundamentalmente 
das informações fornecidas pelo auditado e definidas pelo auditor-líder com base nos requisitos 
do SGA da NBR ISO 14001.
Importante lembrar que existem duas situações – voluntária5 e compulsória6 – e três 
formas de se realizar a avaliação da conformidade, a saber:
• Avaliação da conformidade, primeira parte – é realizada pelo fabricante ou pelo fornecedor;
• Avaliação da conformidade, segunda parte – é realizada pelo cliente;
• Avaliação da conformidade, terceira parte – é realizada por uma organização independente, 
acreditada pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).
5 É quando parte de uma decisão exclusiva do solicitante tem como objetivo comprovar a 
conformidade de seus processos, produtos e/ou serviços sob as normas nacionais, regionais 
e/ou internacionais. Esse procedimento é usado por fabricantes ou importadores como meio 
de informar e atrair o consumidor (fonte: <http://www.inmetro.gov.br/qualidade/avalConformidade.asp>).
6 Quando é realizada por um instrumento legal, emitido por um organismo regulamentador 
e se destina, prioritariamente, à defesa dos consumidores, no que diz respeito à proteção à 
vida, à saúde e ao meio ambiente (fonte: <http://www.inmetro.gov.br/qualidade/avalConformidade.asp>).
Arrolado o escopo da auditoria, solucionadas por parte do auditado todas as dúvidas expostas 
pelo auditor-líder, dá-se início à preparação da auditoria por meio do plano de auditoria, que 
deve ser comunicado ao auditado, à equipe de auditoria e ao cliente, quem deve analisar e 
aprovar o plano de auditoria. Esse deve conter os
[...] objetivos e escopo da auditoria; critério da auditoria; identificação das unidades 
organizacionais e funcionais a serem auditadas; identificação das funções e/ou 
indivíduos, dentro da organização do auditado, que têm responsabilidades diretas 
significativas em relação ao SGA; identificação daqueles elementos do SGA 
do auditado que são prioritários da auditoria; procedimentos para auditar os 
elementos do SGA do auditado, segundo o tipo de organização; idiomas a serem 
utilizados na auditoria e no relatório; identificação dos documentos de referência; 
época e duração previstas para as principais atividades da auditoria; datas e 
locais onde a auditoria será executada; identificação dos membros da equipe de 
auditoria; programação de reuniões com a gerência do auditado; requisitos de 
confidencialidade; conteúdo e formato do relatório de auditoria e data prevista 
para sua emissão e distribuição; requisitos de retenção de documentos 
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1996, p. 5).
13
Basicamente o trabalho dos auditores consiste em uma busca e registro das evidências7 
de não conformidades. Isso pode ocorrer por meio de entrevistas, análise de documentos e 
observação das rotinas das atividades da organização auditada.
7 Informações verificáveis, registros ou declarações (NBR ISO 14050:2004).
A partir dos procedimentos empregados, os auditores devem relacionar as atividades que não 
estão em conformidade com os critérios de auditoria do SGA. A constatação8 de não conformidades 
deve ser relatada aos representantes da organização auditada para eventuais esclarecimentos, antes 
que o auditor-líder emita o seu parecer/relatóriofinal, ou a conclusão da auditoria9.
8 Resultados da avaliação das evidências da auditoria, as quais coletadas e comparadas com 
os critérios de auditoria acordados (NBR ISO 14050:2004).
9 Julgamento ou parecer profissional expresso por um auditor sobre o objeto da auditoria, 
baseado e limitado à apreciação que o auditor faz das constatações da auditoria (NBR ISO 
14050:2004).
No geral, o parecer/relatório de auditoria elaborado pelo auditor-líder deve conter as 
constatações da auditoria nas quais estão relatadas as não conformidades em relação aos 
critérios de auditoria10 do SGA. O relatório deve ser entregue pelo auditor-líder ao cliente, 
mantendo-se a confidencialidade de seu conteúdo.
10 Políticas, práticas, procedimentos, ou requisitos em relação aos quais o auditor compara as 
evidências coletadas sobre o objeto da auditoria (NBR ISO 14050:2004).
14
Unidade: Implementação dos sistemas de gestão, certificação e auditoria ambiental
Certificação Ambiental
A certificação ambiental é a determinação, por meio de uma avaliação de conformidade 
realizada por terceira parte, de que um processo, produto ou serviço atende às conformidades 
exigidas pela NBR ISO 14001. Isso decorre da auditoria ambiental que deve atestar a 
conformidade aos requisitos de auditoria ambiental do SGA.
No Brasil, é o Departamento de Certificação (DC)11, ou a ABNT Certificadora – da 
ABNT – quem gerencia a certificação ambiental por meio da tramitação e análise de processos, 
realização de auditorias12 e ensaios13 de produtos, com base nos critérios definidos pela 
Comissão Técnica de Certificação Ambiental (CTCA):
11 “Atestação relativa a produtos, processos, sistemas ou pessoas por terceira parte” (fonte: 
<http://www.inmetro.gov.br/inovacao/publicacoes/acpq.pdf>).
12 “Processo sistemático, independente e documentado, para obter registros, afirmações 
de fatos ou outras informações pertinentes e avaliá-los de maneira objetiva para 
determinar a extensão na qual os requisitos especificados são atendidos” (fonte: 
<http://www.inmetro.gov.br/inovacao/publicacoes/acpq.pdf>).
13 “Determinação de uma ou mais características de um objeto de avaliação da conformidade, 
de acordo com um procedimento” (fonte: <http://www.inmetro.gov.br/inovacao/publicacoes/acpq.pdf>).
Figura 2 – Logomarca da ABNT Certificadora.
 A ABNT carrega também o título de única instituição na América 
Latina a integrar o Global Ecolabelling Network (GEN) – Rede 
Global de Ecorrotulagem. O processo de rotulagem da ABNT é 
acreditado pelo Inmetro, o que lhe confere maior confiabilidade 
quanto à certificação de produtos e dá maior credibilidade aos 
postulantes ao rótulo verde nacional.
Qualquer empresa – grande ou pequena, nacional ou 
estrangeira – pode ser ou ter seus produtos e/ou serviços 
certificados, desde que atenda
[...] aos requisitos da norma técnica de referência, bem como dispor de 
instalações, pessoal, equipamentos e procedimentos documentados que 
permitam evidenciar que a empresa controla as atividades relacionadas ao 
objeto da sua certificação 
(fonte: <http://www.abnt.org.br/certificacao/o-que-e>). 
A partir da certificação, a organização pode estampar seus processos, serviços e/ou 
produtos com os selos ou rótulos ambientais. Internacionalmente existem diversos programas 
de certificação ambiental com diferentes rótulos ou selos, os chamados “selos verdes”. 
Fonte: ABNT <http://www.abnt.org.
br/certificacao/abnt-certificadora>.
15
Os tipos de selo mais conhecidos são:
• De aprovação, que identificam produtos ou serviços menos prejudiciais ao ambiente 
que seus similares com a mesma função. Esses selos apresentam exclusivamente 
características positivas;
• Certificados de atributo único, que atestam a validade de uma reivindicação ambiental 
feita pelo fabricante do produto;
• Cartões informativos, que oferecem informações sobre o produto ou o desempenho 
ambiental de processos ou indústrias. Informam sobre vários tipos de impacto ambiental: 
consumo de energia, poluição do ar, da água etc. É um sistema positivo ou neutro, 
voluntário e pluricriterioso;
• Informações técnicas publicadas, referem-se normalmente a produtos e apresentam 
informações técnicas, neutras e relativamente completas;
• Alertas, referem-se às informações negativas, geralmente de publicação obrigatória, por 
poderem afetar a saúde do consumidor;
• Manuais, ou um conjunto completo de informações positivas, neutras ou negativas. 
Trata-se de um programa independente, geralmente elaborados por terceiros. 
Fornecem instruções e avaliações sobre o impacto ambiental de diferentes produtos, 
com informações sobre os processos de produção (NAHUZ, 1995).
Ocorrem ainda os chamados “selos de aprovação”, exibidos por um período definido, porque 
sujeitos a auditorias periódicas, programadas ou não. “[...] outorgam o uso de um selo ou rótulo 
aos produtos ou serviços julgados menos prejudiciais ao meio ambiente do que produtos ou 
serviços comparáveis, com base em critérios previamente definidos” (NAHUZ, 1995).
Selos de Aprovação
O Blue Angel é um selo do governo alemão que foi implantado em 1978. Abrange cerca 
de 3.600 produtos das seguintes categorias: tintas de baixa toxicidade, produtos feitos com 
materiais reciclados, pilhas e baterias, produtos livres de Clorofluorcarbono (CFC), além de 
produtos de limpeza doméstica.
Ao contrário do anterior, o EEC Ecolabel é o referencial de certificação da comunidade 
europeia desde 1992. A finalidade deste selo é reduzir os impactos ambientais ao longo do ciclo 
de vida – life cycle assessment – dos produtos, isto é, do seu planejamento, produção, consumo 
e descarte final em forma de resíduo. Além disso, o selo busca a qualidade da informação ao 
consumidor sobre os cuidados com os impactos e mesmo de sua eminência. A opção pelo selo 
é voluntária e a aquisição se dá por um período de três anos, prorrogáveis, que ocorre mediante 
auditoria externa por organismo certificador acreditado, o qual avalia a “[...] importância dos 
resíduos, poluição e degradação do solo, contaminação da água, contaminação do ar, ruído, 
consumo de energia, consumo de recursos naturais e efeitos nos ecossistemas” (NAHUZ, 1995).
O SGA surgiu no cenário de crise econômica e ecológica da década de 1990. Como todo e 
qualquer paradigma do setor produtivo, o contexto indicava a necessidade de mudanças a fim 
de se buscar outro patamar de excelência e eficiência, isto é, uma alteração de rota no âmbito 
da competitividade mercadológica.
16
Unidade: Implementação dos sistemas de gestão, certificação e auditoria ambiental
A partir da Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) Sobre Meio Ambiente, 
ocorrida no Rio de Janeiro entre 3 e 14 de junho de 1992, conhecida como Earth Summit – 
Cúpula da Terra –, ou simplesmente Eco-92, governos, instituições de financiamento e crédito, 
bem como os próprios consumidores passaram a buscar saber, além dos itens costumeiros, se 
as organizações, produtos e serviços tinham algum tipo de preocupação com o meio ambiente.
Esse comportamento diferenciado acabou repercutindo em organizações que começaram a 
se movimentar no sentido de considerar o meio ambiente na sua estrutura de funcionamento. 
A partir desse momento, que culminou com o lançamento da ISO 14001 (1996), a gestão 
ambiental tornou-se um diferencial entre as empresas e um marco na economia moderna. 
Muito além dos sistemas de gestão que buscam maior qualidade, eficiência e produtividade, o 
SGA passou a impelir as organizações tanto no sentido do desempenho ambiental, quanto à 
minimização dos impactos no meio ambiente.
Em pesquisa recente sobre a evolução das certificações ambientais pelo mundo, Georges 
e Benedicto (2014) divulgaram dados do total de certificações em nível global entre 1999 e 
2010 (Figura 3):
Figura 3 – Certificados ISO 14001 no mundo (1999-2012).
Além dos dados referentes ao total de certificações, os autores supracitados também 
apresentaram dados do volume de países com certificados:Figura 4 – Países com certificação ISO 14001 (1999-2012).
A análise dos dois gráficos mostra que o total de certificações apresentou aumentos nas 
duas dimensões consideradas, o que reflete a relevância do SGA na atualidade, no sentido 
da formação de uma rede de organizações certificadas, bem como de uma nova forma de se 
considerar a economia, determinando mudanças também no cotidiano das pessoas.
fonte: Georges e Benedicto (2014).
fonte: Georges e Benedicto (2014).
17
Rotulagem Ambiental
O tema rotulagem ambiental é tratado pelas normas NBR ISO 14020:1998-200214, 
abordando os princípios básicos; NBR ISO 14021:1999-200415, versando sobre autodeclarações 
ambientais, ou a rotulagem ambiental do tipo II; NBR ISO 14024:1999-200416, tratando dos 
rótulos e declarações ambientais, ou rotulagem ambiental do tipo I, abordando princípios e 
procedimentos; TR 14025:200117, discorrendo sobre os rótulos e declarações ambientais, ou 
a rotulagem ambiental do tipo III, abordando os princípios e procedimentos.
A rotulagem ambiental – ecolabelling – é uma metodologia voluntária de 
certificação e rotulagem de desempenho ambiental de produtos ou serviços 
que vem sendo praticada ao redor do mundo.
A atribuição do rótulo ecológico (selo verde) é similar a uma premiação, 
uma vez que os critérios são elaborados visando a excelência ambiental para 
a promoção e melhoria dos produtos e processos de forma a atender às 
preferências dos consumidores 
(fonte: <http://www.abnt.org.br/rotulo/pt/index.php?option=com_
content&view=article&id=73&Itemid=435>).
14 Contém princípios básicos, aplicáveis a todos os tipos de rotulagem ambiental, recomenda que, 
sempre que apropriado, seja levada em consideração a Análise de Ciclo de Vida (ACV).
15 Trata das autodeclarações das organizações que podem descrever apenas um aspecto ambiental do 
seu produto, não obrigando à realização de uma ACV, reduzindo, assim, os custos para atender de uma 
forma rápida às demandas do marketing.
16 Princípios e procedimentos – recomenda que estes programas sejam desenvolvidos levando-se em 
consideração a ACV para a definição dos “critérios” de avaliação do produto e seus valores-limite. 
Isso quer dizer que deve haver múltiplos critérios identificados e padronizados, pelo menos os mais 
relevantes, nas fases do ciclo de vida, facilitando a avaliação e reduzindo os custos de certificação.
17 Princípios e procedimentos orientam os programas de rotulagem que pretendem padronizar o 
ciclo de vida e certificar o padrão desse ciclo de vida, ou seja, garantindo que os valores dos impactos 
informados estejam corretos, sem definir valores-limite
O órgão considera que, ao contrário dos demais programas de “selos verdes”, o rótulo 
ambiental (Figura 5) é concedido por uma instituição de terceira parte, idônea, independente 
e a partir de critérios múltiplos, previamente definidos.
Figura 5 – Rótulo ambiental ABNT.
Fonte: ABNT <http://www.abnt.org.br/rotulo/pt/>
18
Unidade: Implementação dos sistemas de gestão, certificação e auditoria ambiental
Greenwashing
É bastante comum observarmos os consumidores nos corredores dos supermercados 
escolhendo os produtos segundo critérios distintos, tais como: preço, quantidade por 
embalagem, validade, durabilidade, entre outros motivos. De um tempo para cá, a atração dos 
consumidores também passou a se voltar aos produtos identificados como ecologicamente 
corretos. O problema é que muitas empresas, aproveitando-se do contexto em que a degradação 
do meio ambiente é um tema de grande relevância para boa parte da população, atuam de 
forma irresponsável, autorrotulando seus produtos ou serviços como ambientalmente corretos.
Há diversas formas de autoafirmar-se “verde” de forma inverídica. Rótulos que anunciam 
um produto como “100% natural” reproduzem nada mais que o óbvio, pois qualquer artefato, 
de uma forma ou de outra, é proveniente de um recurso natural. Assim, o consumidor é levado 
a crer que um produto se difere dos outros nesse sentido. Assim, mesmo os produtos que não 
se declaram “naturais” o são, em certo sentido.
Este tipo de conduta é internacionalmente chamado de greenwashing (Figura 6), isto é, 
a justaposição das palavras green – verde – e washing – limpeza, lavagem. Não se trata de 
um processo de higienização, pelo contrário, diz respeito à ocultação ou camuflagem das 
reais condições de produção ou interação de um produto com o meio ambiente, em favor de 
um discurso que se apropria dos valores ecológicos, gerando uma imagem contextualizada. 
Estrategicamente, busca-se eliminar da memória da coletividade uma eventual degradação 
anteriormente produzida ou fixar atributos positivos aos produtos.
Figura 6 – Charge sobre a ação de maquiagem verde de ação degradadora do meio ambiente.
Fonte: oneplanet-sustainability.org
São diversas as formas de greenwashing utilizadas por organizações impactantes ao meio 
ambiente. Contudo, o meio mais eficiente de sobrepor uma imagem positiva à negativa é a 
publicidade. As empresas poluidoras compram espaços de anúncios nos mais diversos veículos 
de comunicação, criam vinhetas que apelam ao emocional do ouvinte, além de patrocinarem 
eventos culturais e até de cunho ecológico para tentar apagar o seu passado degradante ou 
associar a imagem de seu produto a algo positivo.
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Para se ter uma ideia de até onde podem ir as práticas de greenwashing, os termos “eco”, 
“ecológico”, “menos poluente”, “sustentável” e “amigo da natureza” maquiam a embalagem 
de um artigo com dizeres que omitem as formas como tal empresa produz esse bem, muitas 
vezes utilizando-se de trabalho escravo, infantil ou penoso.
Em outros casos, infringem leis ambientais, degradando o local de produção; omitem o uso 
de componentes poluentes, tóxicos ou perigosos nos produtos que comercializam; mentem ao 
utilizar indevidamente símbolos de instituições certificadoras; além de enganarem o consumidor, 
fazendo uso de expressões técnico-científicas incompreensíveis.
Para o bem ou para mal, a gestão ambiental não pode ser considerada como uma iniciativa 
isolada. Na atualidade, permeia praticamente o cotidiano de todas as pessoas, direta ou 
indiretamente, dos mais pobres aos mais ricos. Ou seja, o meio ambiente está concretamente 
presente na vida das pessoas e cada vez mais, os produtos dessa presença conduzem a 
humanidade para uma nova forma de pensar e agir no mundo.
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Unidade: Implementação dos sistemas de gestão, certificação e auditoria ambiental
Material Complementar
Material sobre certificação, disponível em:
Sites:
Material sobre certificação, disponível em:
http://www.abnt.org.br/certificacao/downloads
http://www.abnt.org.br/rotulo/pt/images/pdf/PG1107ProcedimentoGeraldaMarcaABNTQualidade%20Ambiental.pdf
Material sobre rotulagem ambiental, disponível em:
http://www.abnt.org.br/certificacao/downloads
http://www.abnt.org.br/rotulo/pt/images/pdf/PG1107ProcedimentoGeraldaMarcaABNTQualidade%20Ambiental.pdf
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Referências
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DF, 2004.
______. NBR ISO 14001. Brasília, DF, 1996.
BERTÉ, R. Gestão socioambiental no Brasil – uma análise ecocêntrica. Curitiba, PR: 
Intersaberes, 2014.
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GEORGES, M. R. R.; BENEDICTO, S. C. Certificação ambiental, panorama da certificação 
ISO 14001 no mundo. São Paulo: Engema/USP, 2014.
KLUCZKOVSKI, A. M. R. G. Introdução ao estudo da poluição dos ecossistemas. Curitiba, 
PR: Intersaberes, 2015.
MAZZAROTTO, Â.; BERTÉ, R. Gestão ambiental no mercado empresarial. Curitiba, PR: 
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MORAES, C. S. B. de et al. Auditoria e certificação ambiental. Curitiba, PR: Intersaberes, 2014.
NAHUZ, M. A. R. O sistema ISO 14000 e a certificação ambiental. Revista de Administração 
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Paulo: Edusp, 2010.
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Intersaberes, 2014.
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Unidade: Implementação dos sistemas de gestão, certificação e auditoria ambiental
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