Buscar

AIS IV - AULA 02 - TECNOLOGIAS EM SAÚDE - PRINCÍPIOS E FORMAS DE AVALIAÇÃO (09 09 20)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

MEDICINA – 4º SEMESTRE – THAYS LOPES 
1 ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE IV 
 
 
 
CONCEITOS: 
TECNOLOGIAS: 
Saberes que derivam de técnicas utilizadas pelos seres 
humanos para sua sobrevivência diante de fenômenos da 
natureza - LORENZETT et al, 2012. 
TECNOLOGIAS EM SAÚDE: 
São conhecimentos e habilidades aplicados com o propósito 
de resolver um problema de saúde e melhorar a qualidade de 
vida das pessoas - Organização Mundial da Saúde 
 
Tecnologia biomédica dizem respeito aos medicamentos e 
aos equipamentos; 
Tecnologia médica engloba todo o nosso conhecimento 
acumulado, como, procedimentos, anamnese, técnicas 
cirúrgicas. A tecnologia médica precisa ser bem aplicada e 
bem construída, porque é ela que vai determinar o bom uso 
da tecnologia biomédica; 
Tecnologias de atenção à saúde: são os sistemas de suporte 
organizacional, é a base para a tecnologia médica e 
biomédica. Engloba todos os níveis de atenção, tendo os 
ambulatórios, unidades de atenção básica, as clínicas de 
especialidades, os hospitais, as secretarias municipais e 
estaduais de saúde, o ministério da saúde. As tecnologias de 
atenção à saúde dá esse suporte em termos de organizações 
para que as tecnologias possam ser bem concebidas e bem 
aplicadas; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TECNOLOGIAS E TANGIBILIDADE: 
TECNOLOGIAS TANGÍVEIS: 
• Medicamentos; 
• Equipamentos e suprimentos: ventiladores, 
marcapassos cardíacos, luvas cirúrgicas, kits de 
diagnóstico; 
TECNOLOGIAS INTANGÍVEIS: 
• Procedimentos médicos e cirúrgicos, práticas 
integrativas; 
• Sistemas de suporte: bancos de sangue, sistemas de 
prontuário eletrônico; 
• Sistemas gerenciais e organizacionais: sistema de 
informação, sistema de regulação, sistemas de 
certificação e garantia de qualidade; 
DISPOSITIVOS MÉDICOS / EQUIPAMENTOS / 
MATERIAIS: 
 
 
PROCEDIMENTOS: 
 
SISTEMAS ORGANIZACIONAIS: 
Existem tecnologias voltadas para processos de trabalho; 
 
Quando os componentes organizacionais de apoio são 
externos ao setor de saúde, a exemplo de saneamento básico, 
direitos trabalhistas e educação, a combinação de todos esses 
componentes constituem as tecnologias em saúde; 
 
A grade amarela é uma proteção para os funcionários; 
 
MEDICINA – 4º SEMESTRE – THAYS LOPES 
2 ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE IV 
TECNOLOGIAS E OS RESPECTIVOS PROPÓSITOS: 
 
• Prevenção: visa proteger os indivíduos contra 
adoecimentos, incapacidade ou sequelas (exemplo: 
imunização, controle de riscos psicossociais no trabalho, 
controle de infecção hospitalar); 
• Triagem: detecção de doenças em pessoas 
assintomáticas (TR COVID-19, mamografias, exame de 
Papanicolau); 
• Diagnostico: RT-PCR, eletrocardiograma, Raios X para 
detectar fraturas ósseas; 
• Tratamento: visa melhorar ou manter o estado de saúde, 
evitar o agravamento de um quadro clínico ou atuar 
como paliativo; 
• Reabilitação: visa recuperar, estabilizar ou melhorar a 
função de uma pessoa com uma incapacidade física ou 
mental; 
 
INOVAÇÃO: 
• Introdução de novidade ou aperfeiçoamento no 
ambiente produtivo ou social que resulte em novos 
produtos, processos ou serviços – Lei da Inovação 
Brasileira; 
 
Inovação – lançamento de um saber consolidado e 
previamente avaliado; 
Difusão inicial – difusão para o mercado, para os serviços e 
para a população em geral; 
Incorporação – tecnologias concretizadas, ou em processo de 
realização; 
Utilização em larga escala – grande utilização da tecnologia; 
Abandono – à medida que outras tecnologias vão surgindo; 
A taxa de inovação tecnológica desde a segunda guerra 
mundial não foi acompanhada por uma taxa similar de 
abandono de tecnologias mais antigas; 
• Obsolescência artificial: estratégia usada por muitas 
indústrias para incrementar as suas vendas; 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO: 
• “Entre a chamada inovação tecnológica e a primeira 
utilização prática haverá necessariamente alguma forma 
de avaliação.” 
AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE (ATS): 
• Verificação sistemática das propriedades, efeitos e/ou 
impactos da tecnologia em saúde; 
• Objetivo principal: gerar informação para a tomada de 
decisão, para incentivar a adoção de tecnologias custo-
efetivas e desaconselhar a adoção de tecnologias de 
valos questionável ao sistema de saúde; 
PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS: 
• Área de atuação multidisciplinar, na qual podem 
participar médicos, engenheiros, estatísticos, 
economistas, matemáticos utilizando modelos analíticos 
desenhados com base em uma variedade de métodos 
com vistas a comparar as tecnologias em saúde; 
ATENÇÃO!! 
• A constituição de 1988 determina que a saúde é um 
direito de todos e dever do Estado; 
• Porém, o atendimento integral não quer 
necessariamente dizer “todas as tecnologias oferecidas 
no mercado para todas as pessoas”, isso tornaria inviável 
a sustentabilidade do sistema de saúde. 
• Avaliação de tecnologias em saúde – um caminho para o 
atendimento equitativo e universal no SUS; 
 
MARCOS NA IMPLANTAÇÃO DA ATS NO BRASIL PELO SUS: 
 
 
TIPOS DE ESTUDOS USADOS EM ATS: 
• Revisões sistemáticas e metanálise; 
• Ensaios clínicos; 
• Estudos econômicos; 
• Estudos observacionais; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MEDICINA – 4º SEMESTRE – THAYS LOPES 
3 ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE IV 
O QUE SE DEVE AVALIAR? 
• Eficácia – probabilidade de que indivíduos de uma 
população definida obtenham um benefício de uma 
tecnologia em condições ideais de uso; 
Estudos de eficácia: ex.: ensaios clínicos sobre a eficácia de 
um fármaco ou de uma vacina, ou de uma técnica ou um 
processo; 
• Efetividade – probabilidade de que indivíduos de uma 
população definida obtenham um benefício de uma 
tecnologia em condições normais de uso; 
Estudos de efetividade: ex.: buscam verificar o resultado da 
interação do tratamento com o ambiente em que ele está 
sendo aplicado; 
• Risco – medida da probabilidade de um efeito adverso ou 
indesejado e a gravidade desse efeito à saúde; 
• Segurança – risco aceitável em uma situação específica; 
• Custos – valor da melhor alternativa não concretizada em 
consequência de se utilizaram recursos escassos na 
produção de um dado bem e/ou serviço; 
Estudos sobre custos: custo dos acidentes de trabalho para o 
Brasil, para as empresas, para Sistemas; 
Estudos sobre custo-efetividade: buscam analisar além de 
resultados positivos diretos, analisam impacto financeiro com 
a implementação de uma nova tecnologia; 
• Impacto social, ético e legal – são todos os impactos não 
relacionados à efetividade, à segurança, e aos custos, 
incluindo as consequências econômicas secundárias para 
indivíduos e comunidades; 
 
ETAPAS DA AVALIAÇÃO DE UMA NOVA 
TECNOLOGIA: 
A avaliação de uma tecnologia em saúde deveria considerar, 
fundamentalmente, os impactos éticos, legais e sociais 
associados à tecnologia, entretanto, outros atributos 
(eficácia, efetividade, custo-efetividade, segurança) podem 
prevalecer em relação aos primeiros; 
ETAPAS: 
1. Identificar as tecnologias prioritárias a partir da 
relevância para a saúde coletiva e especificar o 
problema a ser avaliado, assim como o cenário da 
avaliação; 
2. Buscar as evidências disponíveis em diversas fontes de 
informação, interpretá-la e sintetizá-las; 
3. Formular os achados e as recomendações; 
4. Disseminar a conclusão obtida; 
5. Monitorar o impacto das recomendações; 
 
O QUE É O EVIPNET? 
• A Evidence-Informed Policy Network (EVIPNet) 
representa uma iniciativa da Organização Mundial da 
Saúde (OMS) desde 2004. 
• Objetivo: estabelecer uma rede colaborativa para 
fomentar e apoiar o desenvolvimento de políticas 
embasadas em evidências cientificas; 
• Incentivo ao uso sistemático de evidências de pesquisas 
cientificas em saúde para o desenvolvimento e a 
implantação de políticas e programas de saúde, por meio 
de parcerias entre tomadores de decisão, gestores, 
pesquisadores e sociedade civil organizada; 
 
 
 
COMISSÃO NACIONAL DE INCORPORAÇÃO DE 
TECNOLOGIAS NO SUS (CONITEC): 
• Criada pela lei nº 12.401 de 28 de abril de 2011, a qual 
dispõe sobrea assistência terapêutica e a incorporação 
de tecnologia em saúde no âmbito do Sistema Único de 
Saúde; 
• Objetivo: assessorar o Ministério da Saúde – nas 
atribuições relativas à incorporação, exclusão ou 
alteração de tecnologias em saúde pelo SUS, bem como 
na constituição ou alteração de Protocolos Clínicos e 
Diretrizes Terapêutica (PCDT); 
• Inclui a análise baseada em evidências, levando em 
consideração aspectos como eficácia, acurácia, 
efetividade e a segurança da tecnologia, além da 
avaliação econômica comparativa no que se refere a 
benefícios e dos custos em relação às tecnologias 
existentes; 
• Condiciona a avaliação, a liberação pela Agência Nacional 
de Vigilância Sanitária (ANVISA) para que este possa ser 
avaliado para a incorporação no Sistema Único de Saúde; 
• A estrutura é composta por dois fóruns: o Plenário e a 
Secretaria Executiva; 
 
 
 
MEDICINA – 4º SEMESTRE – THAYS LOPES 
4 ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE IV 
 
 
AVALIAÇÃO DO IMPACTO EM SAÚDE AIS – HEALTH 
IMPACT ASSESSMENT: 
• Os efeitos das tecnologias em saúde não se limitam 
a cura ou ao conforto dos pacientes; 
• Eles vão além, atingindo aspectos da vida humana e 
suas relações com a família, o trabalho e a 
sociedade; 
• Métricas projetadas para capturar ganhos 
intermediários, dimensões, como: função física, 
função social, função cognitiva, ansiedade/tristeza, 
dor física, sono/descanso, energia; fadiga, e 
percepção geral da saúde; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUEM SÃO OS ATORES NO PROCESSO DE 
AVALIAÇÃO? 
• Centros de pesquisa; universidades; 
• Indústria (equipamentos, produtos e 
medicamentos); 
• Órgãos governamentais (Ministério da Saúde, 
Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, 
ANVISA, Vigilância Sanitária Estaduais e Municipais 
(visas) e Agência Nacional de Saúde Suplementar 
(ANS); 
• Instituições de saúde (hospitais, privados e públicos, 
postos de saúde etc.); 
• Operadoras de planos de saúde, sociedades 
profissionais (incluindo diversas sociedades por 
especialidades) e grupos de representantes de 
pacientes; 
 
MÚLTIPLOS INTERESSES – PERSPECTIVAS: 
• Necessidades ou objetivos particulares do ator que 
conduz ou financia a avaliação; 
• Agências regulatórias nacionais podem demandar 
avaliações para garantir a segurança e eficácia de 
tecnologias em saúde para a sociedade como um 
todo; 
• Hospitais e outras instituições de atenção à saúde 
avaliam tecnologias para obter informações que 
apoiem o processo de aquisição, investimento, e 
decisões relacionadas ao gerenciamento de 
tecnologias; 
• Associações profissionais precisam de avaliações 
para apoiá-las na decisão sobre os cuidados com 
pacientes; 
• Companhias de seguros conduzem estudos de 
avaliação para apoiar a decisão sobre cobertura e 
reembolso de procedimentos, etc. 
 
DESAFIOS EM ATS: 
• Recursos limitados; 
• Diversidade no padrão de morbidade; 
• Diversidade cultural; 
• Sistema político; 
• Estrutura do sistema de saúde; 
• Informação e dados disponíveis; 
• Capacidade tecnológica; 
• Tecnologias sociais; 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS: 
• A avaliação de tecnologias constitui-se em um 
instrumento fundamental para a elaboração e o 
acompanhamento de políticas públicas em saúde; 
• Necessidade de sensibilização dos gestores dos três 
níveis hierárquicos do SUS quanto a visão sobre as 
consequências de um processo de incorporação de 
tecnologia mal ou bem conduzido;

Continue navegando