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Rafael Barreto Ramos 
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Direito Civil IV – Família 
07/02/13 
Ø Bibliografia Utilizada 
- Maria Berenice Dias – Manual de Direito Famílias – RT 
- Maria Helena Diniz – Curso de Direito Civil Brasileiro – Saraiva 
- Carlos Roberto Gonçalves – Direito Civil Brasileiro – Saraiva 
- Eduardo de Oliveira Leite – Direito Civil Aplicado – RT 
- Paulo Luiz Netto Lobo – Famílias – Saraiva 
- Paulo Nader – Direito Civil – Forense 
- Guilherme Calmon Nogueira da Gama – Direito Civil: Família – Atlas 
- Walsir Edson Rodrigues e Renata Barbosa – Direito Civil: Famílias – Lumen Juris 
- Arnaldo Rizzardo – Direito de Família – Forense 
- Silvio Venosa – Atlas 
 
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Ø Família 
1. Conceito (Rebeca Ribeiro) 
Origem da família na palavra latina Famel: Escravo. Haja vista que a família mais antiga que nos 
influenciou foi a grande família romana. 
“Família mais antiga da humanidade era matriarcal porque a mãe tinha certeza dos filhos e os pais 
tinham relação sexual com várias.” - Friedrich Engels 
- Fustel de Coulanges 
2. Origem e evolução histórica 
2.1. A grande família romana (Rebeca Ribeiro) 
Unidade política, econômica, religiosa e jurisdicional. 
A grande família romana tinha uma unidade política muito grande, pois precisava de 3 status para 
ser cidadão e ter personalidade: civitates, libertatis e familial. 
A produção da sociedade vinha de dentro da família, que praticamente se sustentava. A economia 
dependia da família, a casa, terra e solo faziam parte da família. 
Era também uma unidade religiosa forte: ao morrer pessoas cultuavam a alma dos mortos da 
família. P filho mais velho era o responsável herdava tudo. Os padres eram parte família. 
A grande família romana era considerada unidade jurisdicional, pois tinha um juiz que mandava: pai. 
Nota: 
- Jacques Lacan (Psicanalista Francês): Família é uma estruturação psíquica onde cada um desenvolve 
um papel: pai, mãe e filho. 
I. Papel de pai: provedor, sustento e paga as contas. Além colocar limites e punir. 
II. Papel de mãe: papel do aconselhamento, escuta, apaziguadora de conflitos, orientação e cuidado 
para com casa e filhos. 
III. Papel de filhos: Alguém que precisa de pai e mãe. 
Para Lacan um mosteiro e um convento podem ser uma família. 
- Família para o direito: 
Primeiro espaço coletivo. Pais são os primeiros professores. (Filho que ganha Kit princesa não sabe ouvir 
NÃO à Adulto insuportável) 
“uma pessoa sozinha não é família. Casal sim.” 
 
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2.2. Direito de trabalho - Concepções de família 
- Restrita: Comunidade formada por pais e filhos biológicos ou não, ou apenas pelos filhos que já 
perderam pais, ou por apenas pais que já perderam filhos, ou por casal. 
- Ampla: Envolve a concepção restrita e os demais parentes consanguíneos e afins até 4º grau 
(Parentes decorrentes de casamento nora genro, etc). 
Ex. Consanguíneos: Tio, primo, avô. 
- Amplíssima/sociológica (Venosa): Todos os que convivem na casa são considerados como família. 
Ex. Empregados domésticos como parte da família. 
 
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14/02/13 
Família como “Conjunto de pessoas ligadas pelo vínculo da consanguinidade” - Clovis Bevilaqua. 
- Crítica (Rebeca Ribeiro) 
Conceito advindo do início do século passado. Pobre. 
2.3. A família no Código de 1916 (Arts. 233/229/380/186 – Código Civil Brasileiro de 1916) 
Não traz um conceito de família, mas a todo momento que se refere à família, refere-se à 
matrimonial, legítima¹, formada por casamento. Reforça a ideia de que a família é um grupo de 
pessoas chefiadas por um homem. 
(1) Família legítima: Homem que é o chefe da sociedade conjugal que, por sua vez, é exercida com a 
colaboração da mulher. 
- Filho: 
I. Natural: advindo de homem e mulher solteiros. 
II. Legitimado: quando os pais têm o filho para depois casar. 
III. Legítimo: pais casados que têm filhos. 
IV. Ilegítimos: provenientes de adultério ou incesto. (Somente passaram a ter direitos de receber herança e 
alimentos a partir da Constituição Federal de 1988) 
Art. 186 - Discordando eles entre si, prevalecerá a vontade paterna, ou, sendo o casal separado, devorciado ou 
tiver sido o seu casamento anulado, a vontade do cônjuge, com quem estiverem os filhos. (Redação dada pela 
Lei nº 6.515, de 1977). 
Art. 229. Criando a família legítima, o casamento legitima os filhos comuns, antes dele nascidos ou concebidos 
(arts. 352 a 354). 
Art. 233. O marido é o chefe da sociedade conjugal, função que exerce com a colaboração da mulher, no 
interêsse comum do casal e dos filhos (arts. 240, 247 e 251). (Redação dada pela Lei nº 4.121, de 1962). 
Compete-lhe: 
I - A representação legal da família; (Redação dada pela Lei nº 4.121, de 1962). 
II - a administração dos bens comuns e dos particulares da mulher que ao marido incumbir administrar, em 
virtude do regime matrimonial adotado, ou de pacto, antenupcial (arts. 178, § 9º, nº I, c, 274, 289, nº I e 311); 
(Redação dada pela Lei nº 4.121, de 1962). 
III - o direito de fixar o domicílio da família ressalvada a possibilidade de recorrer a mulher ao Juiz, no caso de 
deliberação que a prejudique; (Redação dada pela Lei nº 4.121, de 1962). 
IV - prover a manutenção da família, guardadas as disposições dos arts. 275 e 277. (Redação dada pela Lei nº 
4.121, de 1962). 
Art. 380. Durante o casamento, exerce o pátrio poder o marido, como chefe da família (art. 233), e, na falta ou 
impedimento seu, a mulher. 
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2.4. A família na idade média 
Não explicitado. 
2.5. Família natural e família substituta 
- Família natural é a família biológica da criança. 
- Família substituta, por sua vez, é aquela que recebe a criança por meio de guarda, tutela ou 
adoção. 
Nota: 
Art. 226/CF¹ 
Pacto de São José da Costa Rica – Art. 17,1² Família Base (célula mãe) 
sociedade. Grupo mais simples 
Declaração Universal dos Direitos dos Homens XVII, 3³. 
(1) Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. 
§ 1º - O casamento é civil e gratuita a celebração. 
§ 2º - O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei. 
§ 3º - Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como 
entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento. 
§ 4º - Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus 
descendentes. 
§ 5º - Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela 
mulher. 
§ 6º - O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio, após prévia separação judicial por mais de um ano 
nos casos expressos em lei, ou comprovada separação de fato por mais de dois anos. 
§ 7º - Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamento 
familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o 
exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas. 
§ 8º - O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando 
mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações. 
(2) Artigo 17 - Proteção da família 
1. A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e deve ser protegida pela sociedade e pelo Estado. 
 
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(3) ARTIGO NÃO ENCONTRADO! Disposto abaixo artigo que melhor se encaixa no exposto pela professora: 
Artigo XXIII 
3. Toda pessoa que trabalhe tem direito a uma remuneração justa e satisfatória, que lhe assegure, assim como 
à sua família, uma existência compatível com a dignidade humana, e a que se acrescentarão, se necessário, 
outros meios de proteção social. 
2.6. A igreja, o Direito Canônicoe Direito de Família 
O Direito de família recebeu muita influência do direito canônico. Muitos dos institutos atualmente 
adotados advieram do direito canônico. 
Ex. Noções de parentesco, cautelar separação de corpos, alimentos, separação e regras de anulação 
de casamento. 
2.8. Revolução industrial 
Teve influencia na modificação dos modelos familiares. Na migração de muitas famílias do campo 
para a zona urbana trouxe modificação dos modelos familiares. As famílias ainda eram numerosas, 
mas a família da cidade é menor que a família do campo. 
2.9. Revolução sexual (60-70) 
Também trouxe influência para a formação das famílias. Maior liberdade de assumir novos formatos 
de famílias. “Não quero casar, quero viver em união estável.” 
Ex. As pílulas anticoncepcionais passaram a ser divulgadas nestas épocas. 
2.10. A família como fato natural X A família como fato cultural 
- Natural: A família é inata ao ser humano. Jamais acabará. O ser humano tem um desejo inato a 
formar uma família. 
- Cultural: O ser humano tem desejo sexual, que é diferente do desejo de formar uma família. Não 
se deve confundir uma questão biológica com uma cultural. 
A família é um fato cultural, o que justifica suas grandes modificações no decorrer do tempo. 
2.11. Conceito de Jacques Lacan (Obra Complexos Familiares) 
Estruturação psíquica onde cada um desenvolve um papel. Vide acima. 
 
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Nota: 
àDiscussão (Rebeca Ribeiro) 
- Se o Estado ajudar organizar famílias, ajuda a organizar a sociedade. 
- O abrigo deve ser o último recurso para a criança, pois é um instituto e não uma família. Todavia, 
muitas vezes, ninguém se interessa em adotar uma criança de 7 anos. E, em alguns casos, estas 
crianças, ao completar 18 anos, não têm para onde ir, e pedem para ficar no abrigo. 
- Família ideal: aquela que orienta seus membros, ensinando-os o que é certo e errado. 
- Código Civil de 1916 
Marido não podia ser réu em ação de investigação de paternidade (Lei 883/49). 
Nos casos de separação de fato¹ por mais de 5 anos ou separação judicial, o ex-marido poderia ser réu em 
ação de investigação de paternidade. 
(1) Separação de fato: Ruptura do vínculo matrimonial/da vida comum sem a intervenção judicial. 
 
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15/02/13 
Ø Direito de Família 
1. Conceito 
Conjunto de normas que regulam o casamento, o parentesco, a filiação, adoção, guarda, tutela e 
curatela, a união estável, os alimentos e as políticas de proteção à criança, ao adolescente e ao idoso 
e todos os efeitos que destes institutos resultam. 
2. Conteúdo 
Envolve o direito matrimonial, convivencial, parental e assistencial. 
3. Natureza jurídica 
Direito extrapatrimonial¹, personalíssimo. 
(1) Direito extrapatrimonial (Rebeca Ribeiro): Intransferível e inalienável a condição de pai, mãe, etc. 
Contraexemplo: “pode ficar com minha esposa”, “vendo meu filho”. 
4. Demais considerações 
Constitui ramo do Direito Privado, mas contém normas de Ordem Pública. 
“A maioria dos preceitos de Direito de Família é composta de normas cogentes¹, sendo que 
excepcionalmente, em matéria de regime de bens, deixa o código margem à autonomia da 
vontade.” – Pontes de Miranda 
(1) Normas cogentes: Normas imperativas, inafastáveis. 
- Crítica: 
Não é somente o regime de bens que fica à disposição da autonomia da vontade. 
Ex. Fica a critério do casal quantos filhos vão ter. 
 
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Ø Princípios do Direito de Família (Arts. 226 e 227, CF) 
1. Princípio da igualdade jurídica entre os cônjuges¹ 
(1) Cônjuges: Aqueles que contraíram núpcias, os consortes. “Casados” 
Determina que, no âmbito das relações familiares, marido e esposa são iguais em direitos e 
obrigações. 
2. Princípio da igualdade jurídica entre os filhos 
Determina que todos os filhos têm os mesmos direitos e obrigações, independentemente da 
natureza, da origem e da filiação¹. 
(1) Filiação: cabe ressaltar que a classificação de filiação do Código Civil de 1916 NÃO MAIS É ADOTADA. 
3. Princípio do poder familiar (Corolário/decorrente do princípio da igualdade jurídica entre os 
cônjuges) 
Determina que, no processo de criação dos filhos, pais e mães são iguais em direitos e deveres. Na 
discordância, prevalece a DECISÃO JUDICIAL. 
Ex. Tanto pai quanto a mãe tem o direito de guarda dos filhos. 
4. Princípio da aplicação da affectio societatis ao matrimônio 
Se um ou ambos não quiserem mais permanecer associados, o casamento pode ser dissolvido pelo 
divórcio. 
(Rebeca Ribeiro, adaptado) Princípio da dissolubilidade do matrimônio. O ânimo de permanecer casado pode 
acabar, consequentemente, se um não quiser o casamento pode ser dissolvido pelo divórcio. Não é permitido 
novo casamento enquanto não se divorciar. 
Nota (Rebeca Ribeiro): 
Até 1977, o casamento era eterno. É neste ano que surge o divórcio (desquite¹). 
(1) Desquite: Separação legal dos cônjuges e seus bens, sem dissolução do vínculo matrimonial. 
5. Princípio da multiplicidade familiar 
Define que o Estado reconhecerá e protegerá formas diversas de família. 
6. Princípio da liberdade 
Preconiza que o Estado não interferirá na organização das famílias, que é de livre decisão do casal. 
O Estado somente interferirá na organização das famílias se houver VIOLAÇÃO DE DIREITOS. 
 
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7. Princípio do Respeito à Dignidade da Pessoa Humana nas relações familiares 
Define que o Estado somente interferirá nas famílias para garantir a preservação da dignidade da 
pessoa humana nas relações familiares. 
8. Princípio do melhor interesse da criança e do adolescente 
Surge na Convenção Internacional da Criança e do Adolescente ocorrida em 1989. 
Determina que, em todas as decisões judiciais, o juiz pautará naquilo que for mais interessante para 
a criança ou adolescente envolvido no processo. 
9. Princípio da paternidade/maternidade responsáveis 
Define que não basta gerar a criança. Pais e mães são responsáveis por garantir o sustento, 
educação, saúde, moradia e todos direitos fundamentais garantidos aos filhos menores. 
Nota: 
- Realizar a leitura da Lei do planejamento familiar - 9.263/96, disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9263.htm 
- Não é permitida a realização de ligadura no momento do parto. A única hipótese de ligadura no 
parto é nos casos em que uma próxima gravidez ofereça risco. 
- O médico não pode recomendar a realização de tal procedimento, pois incorre em crime de 
Genocídio. No entanto, é permitido a este o esclarecimento de dúvidas. 
Ø Do Casamento 
1. Conceito 
1.1. Teoria clássica ou contratual (Caio Mário, Orlando Gomes, Silvio Rodriges) 
Casamento é um contrato, um acordo de vontades. 
“Homem e mulher escolhem como, quando casar, etc.” 
1.2. Teoria institucional (Maria Helena Diniz, Hauriout, Carbonnier) 
Casamento é uma instituição social¹, pois contrato são duas vontades, duas direções opostas; o 
casamento, por outro lado, apresenta vontades convergentes. 
(1) Instituição social: aquilo que já está pronto pela lei. Somente se escolhe se vai fazer parte ou não. 
Ex. As consequências, os deveres dos cônjuges estão todos definidos. 
1.3. Teoria eclética ou mista (Planiol, Ripert) 
Contrato na formação e instituição quanto ao conteúdo. 
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21/02/13 
- Casamento: União legal entre duas pessoas visando à constituição da família matrimônio e 
estabelecimento auxílio mútuo. 
“Casamento é um contrato bilateral e solene, pelo qual um homem e uma mulher se unem 
indissoluvelmente legitimando por ele suas relações sexuais, estabelecendo a mais estrita comunhão 
de vida e de interesses e comprometendo-se a criar e educar a prole que de ambos nascer” – Clovis 
Bevilaqua 
- Crítica (Rebeca Ribeiro) 
Conceito de Clovis Bevilaqua é defasado, pois, atualmente, já considera o casamento de pessoasde mesmo 
sexo¹, sem prole, a adoção, sendo este também não mais indissolúvel graças a existência do divórcio. 
(1) Casamento de pessoas do mesmo sexo: Somente possível através da conversão de união estável em 
casamento. Todavia, a maioria depende de decisão judicial, pois a maioria dos cartórios não a reconhece de 
pronto. Os efeitos do casamento são os mesmos. 
2. Do processo de habilitação para o matrimônio 
Os cartórios cobram uma taxa de habilitação de 308 reais. Pessoas hipossuficiente são isentas. 
2.1. Documentação (Art. 1525) 
Art. 1.525. O requerimento de habilitação para o casamento será firmado por ambos os nubentes, de próprio 
punho, ou, a seu pedido, por procurador, e deve ser instruído com os seguintes documentos: 
I - certidão de nascimento ou documento equivalente; 
II - autorização por escrito das pessoas sob cuja dependência legal estiverem, ou ato judicial que a supra; 
III - declaração de duas testemunhas maiores, parentes ou não, que atestem conhecê-los e afirmem não existir 
impedimento que os iniba de casar; 
IV - declaração do estado civil, do domicílio e da residência atual dos contraentes e de seus pais, se forem 
conhecidos; 
V - certidão de óbito do cônjuge falecido, de sentença declaratória de nulidade ou de anulação de casamento, 
transitada em julgado, ou do registro da sentença de divórcio. 
Nota: 
- Idade & casamento 
I. Idade mínima para casamento: 16 anos. 
II. Dos 16 aos 18 anos: Somente com autorização dos pais. 
III. Menos de 16: Somente com autorização judicial. 
- A região do cartório pode ser a de qualquer dos noivos. 
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2.2. Editais (Art. 1527) 
Art. 1.527. Estando em ordem a documentação, o oficial extrairá o edital, que se afixará durante quinze dias 
nas circunscrições do Registro Civil de ambos os nubentes, e, obrigatoriamente, se publicará na imprensa local, 
se houver. 
- Considerações 
Conhecida como Proclamas do matrimônio. Tem a finalidade de tornar público o ânimo matrimonial dos 
cônjuges para que, se houver, sejam apresentas as oposições de impedimento¹. 
(1) Oposição de impedimento (Rebeca Ribeiro): Ao olhar o edital das datas de casamento, alguém diz: “não 
pode casar, já é casado.” 
Nota (Rebeca Ribeiro): 
Casamento para menor de 16 anos somente se dará por dois motivos: 
I. Gravidez, desde que não haja impedimento (Ex. Imaturidade para casar). 
II. Evitar a imposição de pena nos casos de crimes contra a dignidade sexual 
Ex. Menor de 14 anos com cara de 17 anos: a fim de evitarem o estupro presumido, estes manifestam a 
vontade de se casarem. 
2.3. Certificado (Art. 1532) (Rebeca Ribeiro) 
Se não houver oposição de impedimento, o juiz expede certificado de habilitação que tem duração 
de 90 dias. 
Art. 1.532. A eficácia da habilitação será de noventa dias, a contar da data em que foi extraído o certificado. 
2.4. Celebração (Art. 1534) 
Celebrado por juiz de paz com duas testemunhas e a portas abertas (cerimônia pública). Na ausência 
do juiz de paz, o casamento poderá ser celebrado pelo oficial do cartório. 
As partes devem possuir livre manifestação de vontade. Em caso de negatória ou dúvida, a 
cerimônia deve ser interrompida por 24 horas. 
Art. 1.534. A solenidade realizar-se-á na sede do cartório, com toda publicidade, a portas abertas, presentes 
pelo menos duas testemunhas, parentes ou não dos contraentes, ou, querendo as partes e consentindo a 
autoridade celebrante, noutro edifício público ou particular. 
§ 1o Quando o casamento for em edifício particular, ficará este de portas abertas durante o ato. 
§ 2o Serão quatro as testemunhas na hipótese do parágrafo anterior e se algum dos contraentes não souber 
ou não puder escrever. 
 
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IMPORTANTE: 
- Se decorridos 90 dias da data da extração do certificado, deve-se repetir todo o procedimento de 
habilitação. 
- Define a lei que o casamento deve ser gratuito. Todavia, a taxa de habilitação não é ilegal, pois é 
referente à habilitação e não ao casamento. 
3. Espécies de casamento 
3.1. Casamento civil 
Aquele celebrado pelo oficial do registro civil mediante prévio processo de habilitação. 
3.2. Casamento religioso (Art. 1515/1516) (Rebeca Ribeiro) 
Se o casamento for somente no religioso, será considerado legalmente como união estável. 
Atualmente, a legislação brasileira somente aceita os casamentos evangélicos, católicos e judaicos. 
Art. 1.515. O casamento religioso, que atender às exigências da lei para a validade do casamento civil, 
equipara-se a este, desde que registrado no registro próprio, produzindo efeitos a partir da data de sua 
celebração. 
Art. 1.516. O registro do casamento religioso submete-se aos mesmos requisitos exigidos para o casamento 
civil. 
§ 1o O registro civil do casamento religioso deverá ser promovido dentro de noventa dias de sua realização, 
mediante comunicação do celebrante ao ofício competente, ou por iniciativa de qualquer interessado, desde 
que haja sido homologada previamente a habilitação regulada neste Código. Após o referido prazo, o registro 
dependerá de nova habilitação. 
§ 2o O casamento religioso, celebrado sem as formalidades exigidas neste Código, terá efeitos civis se, a 
requerimento do casal, for registrado, a qualquer tempo, no registro civil, mediante prévia habilitação perante 
a autoridade competente e observado o prazo do art. 1.532. 
§ 3o Será nulo o registro civil do casamento religioso se, antes dele, qualquer dos consorciados houver 
contraído com outrem casamento civil. 
 
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3.3. Casamento putativo (Art. 1561) 
Casamento nulo ou anulável, mas que foi contraído de boa-fé por um ou ambos os nubentes. 
Os efeitos correm normalmente em relação aos cônjuges, aos filhos do casal e a terceiro de boa-fé¹. 
Ex. Dois indivíduos se casam sem ter ciência de que eram irmãos. 
(1) Terceiro de boa-fé: direitos assegurados. Ex. Contratos celebrados. 
Art. 1.561. Embora anulável ou mesmo nulo, se contraído de boa-fé por ambos os cônjuges, o casamento, em 
relação a estes como aos filhos, produz todos os efeitos até o dia da sentença anulatória. 
§ 1o Se um dos cônjuges estava de boa-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só a ele e aos filhos 
aproveitarão. 
§ 2o Se ambos os cônjuges estavam de má-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só aos filhos 
aproveitarão. 
3.4. Casamento nuncupativo ou in extremis (Art. 1540) 
Celebrado por qualquer pessoa com 6 testemunhas que não sejam parentes dos contraentes em 
momentos extremos da vida. As 6 testemunhas devem comparecer ao juiz de paz em 10 dias para 
que este expeça a certidão. Caso o cônjuge sobreviva, este mesmo poderá ir ao cartório. 
Ex. Refugiado de guerra com enfermeira. 
Art. 1.540. Quando algum dos contraentes estiver em iminente risco de vida, não obtendo a presença da 
autoridade à qual incumba presidir o ato, nem a de seu substituto, poderá o casamento ser celebrado na 
presença de seis testemunhas, que com os nubentes não tenham parentesco em linha reta, ou, na colateral, 
até segundo grau. 
3.5. Casamento em caso de moléstia grave (Art. 1539) 
Casamento celebrado pelo oficial do cartório ou juiz de paz em casos de moléstia grave. Neste 
casamento, há o início do processo de habilitação. 
(Rebeca Ribeiro) Já houve o início do processo de habilitação. Oficial ou juiz de paz vai onde o enfermo está 
com 2 testemunhas e celebra o casamento. 
Art. 1.539. No caso de moléstia grave de um dos nubentes, o presidente do ato irá celebrá-lo onde se 
encontrar o impedido, sendo urgente, ainda que à noite, perante duas testemunhas que saibam ler e escrever. 
§ 1o A falta ou impedimento da autoridade competente para presidir o casamento suprir-se-á por qualquer 
dos seus substitutos legais, e a do oficial do Registro Civil por outro ad hoc, nomeado pelo presidente do ato. 
§ 2o O termo avulso, lavrado pelo oficial ad hoc, será registradono respectivo registro dentro em cinco dias, 
perante duas testemunhas, ficando arquivado. 
 
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3.6. Casamento por procuração (Art. 1542/1550) 
Casamento realizado através de procuração. A procuração sempre será por instrumento público 
feito no cartório de notas. É uma procuração específica com poderes especiais. A procuração vale 
por 90 dias. 
(Rebeca Ribeiro) Pontes de Miranda admite 2 procurados. Caio Mário e Silvio Rodrigues, por sua vez, não 
admitem. 
Art. 1.542. O casamento pode celebrar-se mediante procuração, por instrumento público, com poderes 
especiais. 
§ 1o A revogação do mandato não necessita chegar ao conhecimento do mandatário; mas, celebrado o 
casamento sem que o mandatário ou o outro contraente tivessem ciência da revogação, responderá o 
mandante por perdas e danos. 
§ 2o O nubente que não estiver em iminente risco de vida poderá fazer-se representar no casamento 
nuncupativo. 
§ 3o A eficácia do mandato não ultrapassará noventa dias. 
§ 4o Só por instrumento público se poderá revogar o mandato. 
Art. 1.550. É anulável o casamento: 
I - de quem não completou a idade mínima para casar; 
II - do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal; 
III - por vício da vontade, nos termos dos arts. 1.556 a 1.558; 
IV - do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o consentimento; 
V - realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da revogação do mandato, e não 
sobrevindo coabitação entre os cônjuges; 
VI - por incompetência da autoridade celebrante. 
Parágrafo único. Equipara-se à revogação a invalidade do mandato judicialmente decretada. 
3.7. Casamento inexistente (Rebeca Ribeiro) 
Ausente no Código Civil, sendo definido pela doutrina. 
O defeito é tão grande que torna o casamento inexistente. Neste caso, o casamento é mais que 
nulo, pois o defeito é gravíssimo. 
São levantadas 3 hipóteses: 
I. Casamento por pessoa do mesmo sexo – NÃO MAIS ADOTADA; 
II. Ausência de livre manifestação de vontade ou manifestação externada de forma negativa; 
III. Celebrado por autoridade absolutamente incompetente 
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Nota: 
Se for celebrado por autoridade relativamente incompetente¹, o casamento será considerado como 
ANULÁVEL, sendo válido após o decurso do prazo de 180 dias. 
(1) Autoridade relativamente incompetente: oficial ou juiz de paz de cartório que não é do domicílio dos 
noivos. 
3.8. Casamento Consular (Art. 1544/ Art. 7 e 18, Lei de Introdução ao Código Civil) (Rebeca Ribeiro) 
Dois estrangeiros perante o cônsul do país deles. 
Ex. Dois brasileiros em Londres. 
Ao voltar para o Brasil, ainda que seja apenas um cônjuge, terá o prazo de 180 dias para registrar no 
cartório da cidade. Caso a cidade não possua, deverá registrar no cartório da capital do estado em 
questão. 
No estrangeiro, o consulado tem a função de cartório em caso de necessidade de certidão de óbito 
ou outras. 
Estrangeiros no Brasil também podem, desde que possuam a mesma nacionalidade. 
Art. 1.544. O casamento de brasileiro, celebrado no estrangeiro, perante as respectivas autoridades ou os 
cônsules brasileiros, deverá ser registrado em cento e oitenta dias, a contar da volta de um ou de ambos os 
cônjuges ao Brasil, no cartório do respectivo domicílio, ou, em sua falta, no 1o Ofício da Capital do Estado em 
que passarem a residir. 
(LICC) Art. 7o A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da 
personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. 
§ 1o Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e 
às formalidades da celebração. 
§ 2o O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades diplomáticas ou consulares do país 
de ambos os nubentes. (Redação dada pela Lei nº 3.238, de 1957) 
§ 3o Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio a lei do primeiro 
domicílio conjugal. 
§ 4o O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os nubentes domicílio, e, 
se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal. 
§ 5º - O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, mediante expressa anuência de seu cônjuge, 
requerer ao juiz, no ato de entrega do decreto de naturalização, se apostile ao mesmo a adoção do regime de 
comunhão parcial de bens, respeitados os direitos de terceiros e dada esta adoção ao competente registro. 
(Redação dada pela Lei nº 6.515, de 1977) 
§ 6º O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem brasileiros, só será reconhecido 
no Brasil depois de 1 (um) ano da data da sentença, salvo se houver sido antecedida de separação judicial por 
igual prazo, caso em que a homologação produzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabelecidas 
para a eficácia das sentenças estrangeiras no país. O Superior Tribunal de Justiça, na forma de seu regimento 
interno, poderá reexaminar, a requerimento do interessado, decisões já proferidas em pedidos de 
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homologação de sentenças estrangeiras de divórcio de brasileiros, a fim de que passem a produzir todos os 
efeitos legais. (Redação dada pela Lei nº 12.036, de 2009). 
§ 7o Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família estende-se ao outro cônjuge e aos filhos não 
emancipados, e o do tutor ou curador aos incapazes sob sua guarda. 
§ 8o Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á domiciliada no lugar de sua residência ou naquele 
em que se encontre. 
(LICC) Art. 18. Tratando-se de brasileiros, são competentes as autoridades consulares brasileiras para lhes 
celebrar o casamento e os mais atos de Registro Civil e de tabelionato, inclusive o registro de nascimento e de 
óbito dos filhos de brasileiro ou brasileira nascido no país da sede do Consulado. (Redação dada pela Lei nº 
3.238, de 1957) 
 
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22/02/13 (Rebeca Ribeiro, adaptado) 
- Esponsais: Contratos que definiam que, em caso de descumprimento da promessa de casamento, 
gerava o direito de indenização por perdas e danos. 
“Compromisso de casamento entre pessoas de sexos diferentes pare que se conheçam melhor antes 
do casamento.” 
4. Das provas do casamento¹ (Art. 1543 e seguintes) 
(1) Prova do casamento: Certidão do registro 
4.1. Prova específica ou direta (Art. 1.543) 
É a certidão do casamento. 
Em sua ausência, analisam-se os meios subsidiários de prova (vide abaixo). 
Art. 1.543. O casamento celebrado no Brasil prova-se pela certidão do registro. 
Parágrafo único. Justificada a falta ou perda do registro civil, é admissível qualquer outra espécie de prova. 
4.2. Prova indireta (Art. 1.545) 
É a posse de estado de casados. A sociedade sabe que os cônjuges são casados, há a apresentação 
pública. 
Art. 1.545. O casamento de pessoas que, na posse do estado de casadas, não possam manifestar vontade, ou 
tenham falecido, não se pode contestar em prejuízo da prole comum, salvo mediante certidão do Registro Civil 
que prove que já era casada alguma delas, quando contraiu o casamento impugnado. 
4.3. Meios subsidiários (1.543 – parágrafo único) 
Testemunhas, fotos, passaporte, bilhete, etc. 
Art. 1.543. O casamento celebrado no Brasil prova-se pela certidão do registro. 
Parágrafo único. Justificada a falta ou perda do registro civil, é admissível qualquer outra espécie de prova. 
4.4. Efeitos 
Retroagem à data inicial do casamento. 
4.5. P. in dubio pro matrimônio (Art. 1.547) 
Em caso de dúvida, decreta-se o casamento como celebrado. Caio Mário aponta a possibilidade de 
falar que a união estável é casamento. Entretanto, se há prova indireta, o juiz decreta casamento 
através da emissão de certidão. 
 
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5. Efeitos do casamento 
5.1. Sociais e pessoaisEmancipação¹, criação do parentesco (sogro, cunhado), constituição de família matrimonial, 
alteração de estado civil, alteração do nome², criação de direitos e deveres³. 
(1) Emancipação: Prevista no art. 5º, parágrafo único, II do Código Civil. 
Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os 
atos da vida civil. 
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: 
II - pelo casamento; 
(2) Alteração do nome: Não mais obrigatória desde 1962. 
Art. 1.565. Pelo casamento, homem e mulher assumem mutuamente a condição de consortes, companheiros 
e responsáveis pelos encargos da família. 
§ 1o Qualquer dos nubentes, querendo, poderá acrescer ao seu o sobrenome do outro. 
§ 2o O planejamento familiar é de livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos 
educacionais e financeiros para o exercício desse direito, vedado qualquer tipo de coerção por parte de 
instituições privadas ou públicas. 
(3) Criação de direitos e deveres: Previsão legal no art. 1566. 
Art. 1.566. São deveres de ambos os cônjuges: 
I - fidelidade recíproca; 
II - vida em comum, no domicílio conjugal; 
III - mútua assistência; 
IV - sustento, guarda e educação dos filhos; 
V - respeito e consideração mútuos. 
5.2. Patrimoniais 
Regime de bens, obrigação alimentar, direitos sucessórios¹. 
(1) Direitos sucessórios: um cônjuge é herdeiro do outro. 
5.3. Domicílio (Art. 1569) 
Antigamente, deveria ser o mesmo. Atualmente, pode ser diferente por escolha dos cônjuges ou 
necessidade profissional. 
Art. 1.569. O domicílio do casal será escolhido por ambos os cônjuges, mas um e outro podem ausentar-se do 
domicílio conjugal para atender a encargos públicos, ao exercício de sua profissão, ou a interesses particulares 
relevantes. 
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6. Nulidade do casamento: Dos impedimentos matrimoniais (Quem não pode se casar) 
“Barreiras impostas pela lei à realização do casamento e que, uma vez desrespeitadas, provocam do 
ordenamento jurídico uma sanção de maior ou menor eficácia” – Silvio Rodrigues 
6.1. Art. 1.521 – Tornam nulo o casamento (Pessoas que não podem se casar. Erro gravíssimo.) 
Art. 1.521. Não podem casar: 
I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil; 
II - os afins em linha reta; 
Sogro, cunhado, enteado, genro, nora 
III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante; 
Pessoa adota criança antes de se casar. Depois se casa e separa. O adotado não pode se casar com o ex-
marido, nem se casa com o ex-marido da filha adotada. 
IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive¹; 
V - o adotado com o filho do adotante; 
“Irmão emprestado”. 
VI - as pessoas casadas; 
VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu 
consorte. 
(1) Até o terceiro grau inclusive: Tio e sobrinho. 
Primos de 4º grau podem se casar. 
Decretos-lei 3.200/41 e 5.891/73 à Tio e sobinha podem se casar se apresentarem 2 relatórios médicos 
atestando que: 
I. A criança não terá doenças congênitas; 
II. A união não trará dano psicológico ao casal. 
 
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IMPORTANTE: 
- Contagem de grau: 
A contagem deve começar a partir do ascendente comum. 
 
“Eduardo é parente de 4º grau de Juliana.” 
1º Grau: pai, mãe e filho. 
2º Grau: Irmão 
3º Grau: Avós 
4º Grau: Primos (Podem se casar) 
6.2. Quem pode fazer oposição (Art. 1.522) 
Qualquer pessoa até o casamento. Se o juiz de paz tiver conhecimento de alguma causa impedidita, 
deverá anular o casamento de ofício. 
Art. 1.522. Os impedimentos podem ser opostos, até o momento da celebração do casamento, por qualquer 
pessoa capaz. 
Parágrafo único. Se o juiz, ou o oficial de registro, tiver conhecimento da existência de algum impedimento, 
será obrigado a declará-lo. 
 
 
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28/02/13 (Rebeca Ribeiro, adaptado) 
7. Das causas suspensivas para o matrimônio (Art. 1.523) 
- Quem pode apresenta-las 
Qualquer pessoa. 
- Antigos impedimentos/impedientes 
Não torna nulo, mas acarreta em sanção. 
- Sanção: regime obrigatório de separação de bens (Art. 1.641) 
Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento: 
I - das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do casamento; 
Art. 1.523. Não devem casar: 
I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e 
der partilha aos herdeiros; 
Evitar confusão de patrimônio. 
II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do 
começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal; 
Evitar confusão de sangue. 
III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal; 
Evitar confusão de patrimônio. 
IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa 
tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas 
contas. 
Evitar confusão de patrimônio. 
Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas as causas 
suspensivas previstas nos incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a inexistência de prejuízo, 
respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a pessoa tutelada ou curatelada; no caso do 
inciso II, a nubente deverá provar nascimento de filho, ou inexistência de gravidez, na fluência do prazo. 
- Interpretação: 
A sanção é retirada se provado que se casou com menos de 10 meses, mas não tinha gravidez ou não havia 
patrimônio. 
 
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IMPORTANTE: 
- Se nascer uma criança até 300 dias depois da morte ou do divórcio, será considerada como filha do 
primeiro marido. 
- Se nascer uma criança até 180 dias após o casamento de uma mulher que se casou sem estar 
grávida, será considerada como filha do 2º marido. 
8. Das causas de anulabilidade do matrimônio (art. 1550) 
Art. 1.550. É anulável o casamento: 
I - de quem não completou a idade mínima para casar; 
II - do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal; 
III - por vício da vontade, nos termos dos arts. 1.556 a 1.558; 
IV - do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o consentimento; 
V - realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da revogação do mandato, e não 
sobrevindo coabitação entre os cônjuges; 
VI - por incompetência da autoridade celebrante. 
Parágrafo único. Equipara-se à revogação a invalidade do mandato judicialmente decretada. 
8.1. Tornam o casamento anulável 
A anulação do casamento restaura o estado civil para solteiro, podendo o indivíduo se casar 
novamente. 
Ex. Hermafrodita, infantilismo, estéril (motivos graves dos quais o parceiro não tinha ciência) 
São erros essenciais quanto a pessoa do outro: assassino, traficante, aids, câncer. 
 
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8.2. Prazo (art. 1.560) 
O maior prazo é de 4 anos que ocorre nos casos de coação. 
Se o prazo for perdido, deve-se realizar o divórcio. 
1557 – Erro sobre a pessoa à 3 anos. 
180 dias (1550) à idade 
Incompetência relativa à 2 anos 
Art. 1.560. O prazo para ser intentada a ação de anulação do casamento, a contar da data da celebração, é de: 
I - cento e oitenta dias, no caso do inciso IV do art. 1.550; 
II - dois anos, se incompetente a autoridade celebrante; 
III - três anos, nos casos dos incisos I a IV do art. 1.557; 
IV - quatro anos, se houver coação. 
§ 1o Extingue-se, em cento e oitenta dias, o direito de anular o casamento dos menores de dezesseis anos, 
contado o prazo para o menor do dia em que perfez essa idade; e da data do casamento,para seus 
representantes legais ou ascendentes. 
§ 2o Na hipótese do inciso V do art. 1.550, o prazo para anulação do casamento é de cento e oitenta dias, a 
partir da data em que o mandante tiver conhecimento da celebração. 
Art. 1.557. Considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge: 
I - o que diz respeito à sua identidade, sua honra e boa fama, sendo esse erro tal que o seu conhecimento 
ulterior torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado; 
II - a ignorância de crime, anterior ao casamento, que, por sua natureza, torne insuportável a vida conjugal; 
III - a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável, ou de moléstia grave e transmissível, 
pelo contágio ou herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência; 
IV - a ignorância, anterior ao casamento, de doença mental grave que, por sua natureza, torne insuportável a 
vida em comum ao cônjuge enganado. 
 
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8.3. Antigos impedimentos relativamente dirimentes ou dirimentes privados 
I - de quem não completou a idade mínima para casar; 
Menor de 16 anos sem autorização judicial. 
II - do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal; 
Dos 16 aos 18 anos sem autorização dos pais. 
V - realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da revogação do mandato, e não 
Anteriormente à realização do casamento, o noivo revoga a procuração à se houver a coabitação, o 
casamento será válido. 
VI - por incompetência da autoridade celebrante. 
Incompetência Relativa 
Nota: 
Art. 1.567. A direção da sociedade conjugal será exercida, em colaboração, pelo marido e pela mulher, sempre 
no interesse do casal e dos filhos. 
Parágrafo único. Havendo divergência, qualquer dos cônjuges poderá recorrer ao juiz, que decidirá tendo em 
consideração aqueles interesses. 
Art. 1.568. Os cônjuges são obrigados a concorrer, na proporção de seus bens e dos rendimentos do trabalho, 
para o sustento da família e a educação dos filhos, qualquer que seja o regime patrimonial. 
9. Regime de Bens (Art. 1.658 e seguintes) 
9.1. Pacto pré-nupcial ou antenupcial 
Feito no cartório de notas. Toda vez que não for se casar no regime de comunhão parcial, deve ser 
feito o pacto pré-nupcial. 
No pacto pré-nupcial não podem ser estabelecidas cláusulas que livrem as partes de obrigações 
legais. 
O Código Civil exige também que o pacto pré-nupcial seja registrado no cartório de registro de 
imóveis para que este tenha efeito erga omnes. 
Silvio Rodrigues à Para dar maior publicidade. 
Uma família que cobra algo da parte do casal, esbarra no limite estabelecido no pacto. 
Ex. Maria 70%, João 30% 
- Se registrou o pacto, a família do atropelado pode cobrar até 30%. Se não registrar, até 50%. 
(Rebeca Ribeiro) Juntamente com o processo de habilitação, deve-se levar uma cópia do pacto, pois são 
cartórios diferentes. 
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01/03/13 (Rebeca Ribeiro, adaptado) 
9.2. Princípios que regem os regimes de bens 
9.2.1. Princípio da variedade de regimes 
Existe mais de um regime à disposição dos nubentes. Ainda é possível a criação de próprio regime por meio de 
pacto pré-nupcial. 
9.2.2. Princípio da livre estipulação 
As partes são livres para escolher o regime que melhor lhes atender, com exceção das pessoas que se casam 
obrigatoriamente pelo regime de separação de bens (maior de 70 anos, menor de 16 e pessoas que 
desobedecem as causas suspensivas – vide acima). 
9.2.3. Princípio do regime legal¹ 
(1) Regime legal: Atualmente é o regime parcial de bens – Lei 6.515/77. 
Regime legal prevalece quando as partes silenciam, ou se o pacto pré-nupcial for nulo ou anulado. 
9.2.4. Princípio da mutabilidade dos regimes 
Durante o casamento, é possível a modificação do regime, todavia são necessários a autorização judicial, a 
alegação de um motivo justo e o consenso entre as partes. 
Os que se casaram no regime do Código Civil de 1916 também podem modificar. 
- Crítica: 
Artigo 2.039. 
Art. 2.039. O regime de bens nos casamentos celebrados na vigência do Código Civil anterior, Lei no 3.071, de 
1o de janeiro de 1916, é o por ele estabelecido. 
Nota: 
Antes do Código de 1916, a separação de bens necessitava de autorização do cônjuge para vender 
os bens móveis. Atualmente, não mais é necessário. 
 
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9.3. Artigos que “servem” para todos os regimes 
9.3.1. “Tudo que os cônjuges podem fazer” (Art. 1642) 
Art. 1.642. Qualquer que seja o regime de bens, tanto o marido quanto a mulher podem livremente: 
I - praticar todos os atos de disposição e de administração necessários ao desempenho de sua profissão, com 
as limitações estabelecida no inciso I do art. 1.647; 
Com critério de razoabilidade à pequenos atos. 
II - administrar os bens próprios; 
Aquele que não divide. Ex. herança. 
III - desobrigar ou reivindicar os imóveis que tenham sido gravados ou alienados sem o seu consentimento 
ou sem suprimento judicial; 
Ex. Fiança, doação, hipoteca. 
- Crítica: 
“Inconstitucional, pois se o marido não quiser assinar até eu conseguir outorga judicial, perco tempo.” 
IV - demandar a rescisão dos contratos de fiança e doação, ou a invalidação do aval, realizados pelo outro 
cônjuge com infração do disposto nos incisos III e IV do art. 1.647; 
Aval e fiança somente com assinatura do outro. 
V - reivindicar os bens comuns, móveis ou imóveis, doados ou transferidos pelo outro cônjuge ao concubino, 
desde que provado que os bens não foram adquiridos pelo esforço comum destes, se o casal estiver 
separado de fato por mais de cinco anos; 
Mulher pode reinvidicar bem doado para a amante. Problema é “mais de cinco anos”. 
1ª teoria: legislador se esqueceu do “não”. 
2ª teoria: inversão do ônus da prova: se tem mais de 5 anos, eu provo que foram eles que compraram. Se tem 
menos de 5 anos, ele e a amante têm que provar que foram eles que compraram. 
VI - praticar todos os atos que não lhes forem vedados expressamente. 
 
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9.3.2. Art. 1.647 (Todos, menos quem casou no regime de separação absoluta de bens) 
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto 
no regime da separação absoluta: 
I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis; 
II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos; 
III - prestar fiança ou aval; 
IV - fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura meação. 
Para obrigar o cônjuge a contar para o outro o que está acontecendo com a família. 
Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando casarem ou estabelecerem 
economia separada. 
9.4. Do regime de comunicação parcial de bens 
No regime parcial, o patrimônio existente anteriormente ao casamento pertence somente ao 
cônjuge. O que é adquirido posteriormente, é dividido em 50%. 
Ex. Se comprar apartamento financiado, 1 cônjuge paga 70% antes do casamento e depois paga 
mais 30%. Somente os 30% serão comunicados (15% para um e 15% para outro). 
- Doação e herança (Recebido a título gratuito): Não divide só para o filho. 
- Prêmio e loteria (Recebido a título eventual): Divide-se em 50%. 
9.4.1. Bens incomunicáveis (Art. 1659) 
Art. 1.659. Excluem-se da comunhão: 
I - os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por 
doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar; 
II - os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges em sub-rogação dos bens 
particulares; 
III - as obrigações anteriores ao casamento; 
IV - as obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do casal; 
V - os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão; 
VI - os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge; 
VII -as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes. 
 
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9.4.2. Bens comunicáveis (Art. 1.660) 
Bem comunicável à adquirido onerosamente à tudo o que se adquire depois que se casa é 
dividido meio a meio. 
Não são incluídas a herança ou a doação, que somente são divididos se algo for acrescentado. 
Art. 1.660. Entram na comunhão: 
I - os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda que só em nome de um dos 
cônjuges; 
II - os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior; 
III - os bens adquiridos por doação, herança ou legado, em favor de ambos os cônjuges; 
IV - as benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge; 
V - os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada cônjuge, percebidos na constância do casamento, 
ou pendentes ao tempo de cessar a comunhão. 
9.5. Do regime de comunicação universal de bens 
Divide-se tudo o que tem e for comprado antes do casamento, doação e herança. 
9.5.1. Bens comunicáveis (Art. 1667) 
Art. 1.667. O regime de comunhão universal importa a comunicação de todos os bens presentes e futuros dos 
cônjuges e suas dívidas passivas, com as exceções do artigo seguinte. 
9.5.2. Bens incomunicáveis (Art. 1668) 
Bem de uso pessoal, instrumento de profissão e aquilo que receber de doação e herança com cláusula de 
incomunicabilidade. (art. 1668, I) 
Art. 1.668. São excluídos da comunhão: 
I - os bens doados ou herdados com a cláusula de incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar; 
Bem doado ou herdado – cláusula de incomunicabilidade 
II - os bens gravados de fideicomisso¹ e o direito do herdeiro fideicomissário, antes de realizada a condição 
suspensiva; 
III - as dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de despesas com seus aprestos, ou reverterem 
em proveito comum; 
IV - as doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com a cláusula de incomunicabilidade; 
V - Os bens referidos nos incisos V a VII do art. 1.659. 
 
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(1) Fideicomisso 
Testamento Apartamento Juliana – 50 anos Filho de Pedro (ainda não nascido) 
Com 59 anos Juliana passará o apartamento ao Pedro Júnior. O BENEFICIÁRIO FINAL ainda não foi concebido 
no momento da elaboração do testamento. 
Se o Pedro Júnior for casado com Ana, esta somente será proprietária do apartamento em 50% se Juliana 
completar 50 anos ou se ela morrer antes disso. 
Art. 1.659. Excluem-se da comunhão: 
I - os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por 
doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar; 
Bens que possuíam antes de se casar, doação e herança. 
II - os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges em sub-rogação dos 
bens particulares; 
Bem adquirido exclusivamente particular. 
III - as obrigações anteriores ao casamento; 
IV - as obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do casal; 
Ex. Marido atropelou uma pessoa. 
V - os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão; 
VI - os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge; 
VII - as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes. 
VI e VII: O salário é só seu. Se divorciar, não dá 50%. 
IMPORTANTE: 
Só se divide dívida contraída em proveito do casal. 
Contraexemplo. joia para a amante não é proveito do casal. 
 
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07/03/13 (Rebeca Ribeiro, adaptado) 
9.6. Do regime de participação final nos aquestos¹ (Art. 1.672) 
(1) Aquestos: aquisitos à aquisição. 
Mistura de separação com comunhão parcial. 
“O que tinha antes de se casar é só seu. E o que comprar é dividido em caso de futuro divórcio. 
Doação e herança são só suas.” 
Diferença é que a pessoa administra o que ela comprar sozinha (bom para dois microempresários ou 
dois corretores). Se colocar no pacto pré-nupcial à pode vender imóvel sem autorização do outro. 
No parcial a administração é comum. No dia do divórcio dos aquestos, precisa de contador. 
- Bens comunicáveis 
- Bens incomunicáveis 
- Bens próprios 
- Venda de bem imóvel 
- Administração isolada 
- Crítica: 
Cairá no desuso, embora o oficial do cartório tenha que explicar. (Art. 1528) 
Art. 1.528. É dever do oficial do registro esclarecer os nubentes a respeito dos fatos que podem ocasionar a 
invalidade do casamento, bem como sobre os diversos regimes de bens. 
Ex. A e b são casados com o regime de aquestos e B deve ao credor C. 
C vê B dirigindo um carro de luxo. 
As coisas móveis são presumidas do cônjuge devedor, o credor pode pedir penhora. Cabe embargos de terceiro 
para pegar o bem de volta, caso este esteja com outro. 
 
Rafael Barreto Ramos 
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9.7. Do regime de separação de bens 
“O que eu compro é meu e o que você compra é seu”. 
Pode haver um bem comum no regime de separação de bens. 
Regime muito criticado pelos autores, que achavam que este foi criado para “evitar o golpe de baú”. 
Então, foi editada a súmula 377 do STF que diz que no regime de separação legal de bens, certifica-
se que os bens adquiridos na constância do casamento serão divididos. Ou seja, na prática virou 
comunhão parcial, de modo que se o indivíduo de 70 anos quiser ficar no regime de separação não 
conseguira, isto é, terá que dividir. 
 Obrigatória (Art. 1641 – Súmula 377 STF) 
Separação 
 Voluntária 
9.7.1. Separação de bens voluntária 
Aquela que o casal escolhe 
9.7.2. Separação de bens obrigatória 
Pessoas que não tem escolha. 
Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento: 
I - das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do casamento; 
II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos; (Redação dada pela Lei nº 12.344, de 2010) 
III - de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial. 
STF Súmula nº 377 - 03/04/1964 - DJ de 8/5/1964, p. 1237; DJ de 11/5/1964, p. 1253; DJ de 12/5/1964, p. 
1277. 
Regime de Separação Legal de Bens - Comunicação - Constância do Casamento 
No regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos na constância do casamento. 
- Bens reservados (Lei 4121/62 – Estatuto da mulher casada) 
Não existem mais. Ate este estatuto, era necessária autorização do marido para tudo e eram 
consideradas inofensivas. Tudo que ela comprava com o salário dela, não teria que dividir, porém 
teria que provar. Era para proteger a mulher: bens reservados. 
 
Rafael Barreto Ramos 
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- Dívidas (Art. 1644) 
Em qualquer regime são responsabilidade de ambos nas dívidas adquiridas em benefício do casal. 
Art. 1.644. As dívidas contraídas para os fins do artigo antecedente obrigam solidariamente ambos os 
cônjuges. 
- Bens móveis 
Em qualquer regime são presumidos que foram comprados na união e são de ambos, mas admite 
prova em contrário. 
- Bens imóveis 
Sempre precisa da assinatura do outro cônjuge, salvo no regime de aquestos e separação universal. 
- Benfeitorias 
São divididas em todos os regimes, exceto separação voluntária de bens. 
- Loteria e prêmios 
Não divide durante o casamento. Só divide o que foi comprado durante a união. 
 
Rafael Barreto Ramos 
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08/03/13 
10. Da dissolução da sociedade conjugal (Art. 1571 e seguintes) 
10.1. Sociedade conjugal vs. Vínculo conjugal 
Quando se casa, contrai: 
 
(1) Rompe-se com a separação. 
(2) Rompe-se com o divórcio E COM A MORTE. 
Art. 1.571. A sociedade conjugal termina: 
I - pela morte de um dos cônjuges; 
TAMBÉM ROMPE COM O VÍNCULO CONJUGAL! (IMPORTANTE) 
II - pela nulidade ou anulação do casamento; 
III - pela separação judicial; 
IV - pelo divórcio. 
Rompe com o vínculo conjugal. 
§ 1o O casamento válido só se dissolve pela morte de um dos cônjuges ou pelo divórcio, aplicando-se a 
presunção estabelecida nesteCódigo quanto ao ausente. 
§ 2o Dissolvido o casamento pelo divórcio direto ou por conversão, o cônjuge poderá manter o nome de 
casado; salvo, no segundo caso, dispondo em contrário a sentença de separação judicial. 
Rafael Barreto Ramos 
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10.2. Art. 1572 
10.2.1. Art. 1572 – caput – Separação sanção 
Art. 1.572. Qualquer dos cônjuges poderá propor a ação de separação judicial, imputando ao outro qualquer 
ato que importe grave violação dos deveres do casamento e torne insuportável a vida em comum. 
10.2.2. §1º Separação falência – 1 ano de separação de fato 
§ 1o A separação judicial pode também ser pedida se um dos cônjuges provar ruptura da vida em comum há 
mais de um ano e a impossibilidade de sua reconstituição. 
10.2.3. §2º Separação remédio – 2 anos de doença mental manifestada após o casamento, de cura 
improvável 
§ 2o O cônjuge pode ainda pedir a separação judicial quando o outro estiver acometido de doença mental 
grave, manifestada após o casamento, que torne impossível a continuação da vida em comum, desde que, 
após uma duração de dois anos, a enfermidade tenha sido reconhecida de cura improvável. 
§ 3o No caso do parágrafo 2o, reverterão ao cônjuge enfermo, que não houver pedido a separação judicial, os 
remanescentes dos bens que levou para o casamento, e se o regime dos bens adotado o permitir, a meação 
dos adquiridos na constância da sociedade conjugal. 
10.3. Art. 1573 – Rol dos motivos da separação sanção 
Art. 1.573. Podem caracterizar a impossibilidade da comunhão de vida a ocorrência de algum dos seguintes 
motivos: 
I - adultério; 
II - tentativa de morte; 
III – sevícia¹ ou injúria grave; 
(1) Sevícia: maus tratos físicos ou psicológicos. 
IV - abandono voluntário do lar conjugal, durante um ano contínuo; 
Com 6 meses podia pedir. 
V - condenação por crime infamante; 
Crimes graves. Ex. contra dignidade pessoal 
VI - conduta desonrosa. 
Parágrafo único. O juiz poderá considerar outros fatos que tornem evidente a impossibilidade da vida em 
comum. 
 
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10.4. Art. 1574 – Separação por mútuo consentimento 
1 ano de casamento, 
Art. 1.574. Dar-se-á a separação judicial por mútuo consentimento dos cônjuges se forem casados por mais de 
um ano e o manifestarem perante o juiz, sendo por ele devidamente homologada a convenção. 
Parágrafo único. O juiz pode recusar a homologação e não decretar a separação judicial se apurar que a 
convenção não preserva suficientemente os interesses dos filhos ou de um dos cônjuges. 
Nota: 
Antes da EC 66/2010, todos os tipos de separação estavam condicionados a prazos. Exceto a 
separação sanção quando havia violação de um dever conjugal (Art. 1566), que era baseada na 
conduta desonrosa: pedida a qualquer tempo. 
Art. 1.566. São deveres de ambos os cônjuges: 
I - fidelidade recíproca; 
II - vida em comum, no domicílio conjugal; 
III - mútua assistência; 
IV - sustento, guarda e educação dos filhos; 
V - respeito e consideração mútuos. 
 
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10.5. Divórcio de fato (NÃO LECIONADO) 
Direto: 2 anos de separação de fato 
Indireto (por conversão) 
1 ano de separação judicial ou medida cautelar de separação de corpos. Art. 888, CPC 
Art. 888. O juiz poderá ordenar ou autorizar, na pendência da ação principal ou antes de sua propositura: 
I - obras de conservação em coisa litigiosa ou judicialmente apreendida; 
II - a entrega de bens de uso pessoal do cônjuge e dos filhos; 
III - a posse provisória dos filhos, nos casos de separação judicial ou anulação de casamento; 
IV - o afastamento do menor autorizado a contrair casamento contra a vontade dos pais; 
V - o depósito de menores ou incapazes castigados imoderadamente por seus pais, tutores ou curadores, ou 
por eles induzidos à prática de atos contrários à lei ou à moral; 
Vl - o afastamento temporário de um dos cônjuges da morada do casal; 
VII - a guarda e a educação dos filhos, regulado o direito de visita que, no interesse da criança ou do 
adolescente, pode, a critério do juiz, ser extensivo a cada um dos avós; (Redação dada pela Lei nº 12.398, de 
2011) 
Vlll - a interdição ou a demolição de prédio para resguardar a saúde, a segurança ou outro interesse público. 
10.6. Abandono de Lar 
Efeito para quem é culpado ao abandonar o lar: perde direito de usar o nome do outro, exceto se 
provar que já é conhecido com esse nome. 
Artigo 1240-A – Nova modalidade de usucapião. Quem fica na casa 2 anos após o abandono do 
outro é o dono da casa. 
Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com 
exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja propriedade 
divida com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua 
família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. 
(Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011) 
§ 1o O direito previsto no caput não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. 
§ 2o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011) 
 
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Nota: 
O culpado só tem direito de alimentos mínimos se precisar (art. 1704). 
Art. 1.704. Se um dos cônjuges separados judicialmente vier a necessitar de alimentos, será o outro obrigado a 
prestá-los mediante pensão a ser fixada pelo juiz, caso não tenha sido declarado culpado na ação de separação 
judicial. 
Parágrafo único. Se o cônjuge declarado culpado vier a necessitar de alimentos, e não tiver parentes em 
condições de prestá-los, nem aptidão para o trabalho, o outro cônjuge será obrigado a assegurá-los, fixando o 
juiz o valor indispensável à sobrevivência. 
Culpa: quando viola dever conjugal. (Art. 1578). 
Art. 1.578. O cônjuge declarado culpado na ação de separação judicial perde o direito de usar o sobrenome do 
outro, desde que expressamente requerido pelo cônjuge inocente e se a alteração não acarretar: 
I - evidente prejuízo para a sua identificação; 
II - manifesta distinção entre o seu nome de família e o dos filhos havidos da união dissolvida; 
III - dano grave reconhecido na decisão judicial. 
§ 1o O cônjuge inocente na ação de separação judicial poderá renunciar, a qualquer momento, ao direito de 
usar o sobrenome do outro. 
§ 2o Nos demais casos caberá a opção pela conservação do nome de casado. 
10.7. Separação de fato vs. Separação judicial 
De fato: Separação sem interferência do poder judiciário. 
Judicial: Judicial interfere proferindo sentença. Diferente de cartório (Separação administrativa). 
10.8. Separação de corpos 
É uma medida cautelar que tem interferência judicial. Ex. Marido tentando matar esposa. 
Nota: 
- Divórcio chegou ao Brasil com a lei 6515/77 de modo que se pode casar e divorciar quantas vezes 
quiser. Foi para acabar com o preconceito: hoje desquitada = separada judicialmente. 
- Petição de divórcio: colocar quantos filhos, do nome, da guarda dos filhos. Direito de visita para 
quem não tem guarda, patrimônio, alimentos. 
 
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10.9. Divórcio hoje: não há prazo EC 66/2010 (NÃO LECIONADO) 
A figura da separação judicial não deixou de existir. 
10.10. Fiscalização de deveres (NÃO LECIONADO) 
Fiscalização de deveres 
Fiscalização de regime de bens 
Fiscalização de alimentos 
Guarda de filhos 
Nome e mudança do estado civil 
10.11. Direito de visitas (NÃO LECIONADO) 
Nota: 
A dissolução da sociedade conjugal acaba com os direitos sucessórios. 
 
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14/03/13 
10.12. Divórcio vs. Separação 
Todas as separações podiam ser litigiosas ou consensuais, exceto na separação mútuo 
consentimento (sempre consensual). 
Art. 1577 – Ação de reestabelecimento de sociedade conjugal à anulação da separação para voltar 
a ser casado. 
O divórcio,por outro lado, não é passível de anulação. Deve-se se casar novamente. 
Art. 1.577. Seja qual for a causa da separação judicial e o modo como esta se faça, é lícito aos cônjuges 
restabelecer, a todo tempo, a sociedade conjugal, por ato regular em juízo. 
Parágrafo único. A reconciliação em nada prejudicará o direito de terceiros, adquirido antes e durante o 
estado de separado, seja qual for o regime de bens. 
- Divórcio: 
I. Judicial: Intervenção do judiciário. 
Leva sentença no cartório para averbação. 
II. Administrativo: Realizado em cartório de notas, sem filhos, consensual. 
Leva ESCRITURA PÚBLICA no cartório (substitui sentença). 
 
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10.13 Partilha de bens 1575 x 1581 – súmula 197 – STJ 
- Partilha de bens - Art. 1575 
Deve ser feita a partilha ao separar. 
Art. 1.575. A sentença de separação judicial importa a separação de corpos¹ e a partilha de bens. 
Parágrafo único. A partilha de bens poderá ser feita mediante proposta dos cônjuges e homologada pelo juiz 
ou por este decidida. 
(1) Separação de corpos: Equivocado, pois se trata de cautelar. 
- Divórcio – Art. 1581 
Art. 1.581. O divórcio pode ser concedido sem que haja prévia partilha de bens. 
TRATA-SE DE UM ERRO. 
SÚMULA 197 tentou consertar este erro. 
STJ Súmula nº 197 - 08/10/1997 - DJ 22.10.1997 
Divórcio Direto - Partilha dos Bens 
O divórcio direto pode ser concedido sem que haja prévia partilha dos bens. 
Na prática, os juízes aceitam que os bens permaneçam em condomínio e que a partilha seja feita 
depois. 
10.14. Efeitos da separação e do divórcio 
- Coloca termo aos deveres de coabitação, fidelidade e ao regime de bens 
Separação e divórcio colocam termo a algumas obrigações: vida em comum, bens e fidelidade. 
- Exceção: guarda dos filhos, respeito, assistência e alimentos. 
Ex. Ex-marido morre depois de 1 mês da separação. Ex-mulher não herda nada. 
- Efeitos do divórcio 
Pode ser que seja obrigado a pagar alimento ao ex-cônjuge. 
10.15. Mudança de nome 
O nome poderá voltar a ser o anterior ao casamento. Também poderá ser mantido caso a pessoa 
seja conhecida profissionalmente pelo nome, etc. 
10.16. Possibilidade de contrair novo matrimônio (divórcio) 
Autoexplicativo. 
10.17. Obrigação alimentar (NÃO LECIONADO) 
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10.18. Estado Civil 
Divórcio: divorciado 
Separação: Separado 
10.19. Guarda de filhos (NÃO LECIONADO) 
10.20. Direito de Visitas 
Deve se estabelecer 
10.21. Finalização do direito sucessório e previdenciário 
Autoexplicativo. 
10.22. Concubinato vs. União estável 
- União estável “é a entidade familiar formada por um homem e uma mulher com vida em comum, 
por período que revele estabilidade e vocação de permanência com sinais claros, induvidosos de 
vida familiar e com uso em comum do patrimônio.” – TJRJ n 667/1723 
- Concubinato: “dormir com, dividir o leito”. 
I. Puro, legal ou próprio: Pessoas desimpedidas. 
Ex. Relação homem solteiro, viúvo, separado com uma mulher na mesma situação. União estável. 
II. Impuro, desleal ou impróprio: Atualmente conhecido apenas como concubinato. 
Homem casado que mantém outra família. / Relação de pessoas impedidas para o patrimônio. 
Nota: 
- Antigamente 1 ano dormindo junto caracterizava casamento de fato. 
- União estável é mais antiga que o casamento. 
 
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10.23. Arts. 1723 e seguintes do Código Civil 
Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na 
convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família. 
§ 1o A união estável não se constituirá se ocorrerem os impedimentos do art. 1.521; não se aplicando a 
incidência do inciso VI no caso de a pessoa casada se achar separada de fato ou judicialmente. 
§ 2o As causas suspensivas do art. 1.523 não impedirão a caracterização da união estável. 
- Considerações: 
União estável à convivência pública, contínua e duradoura cujo objetivo é constituir família. Atualmente é 
considerada como CONCUBINATO PURO. 
Art. 1.727. As relações não eventuais entre o homem e a mulher, impedidos de casar, constituem 
concubinato¹. 
(1) Concubinato: Trata-se do concubinato impuro que atualmente é conhecido apenas como concubinato. 
10.24. Lei 8971/94 
Art. 1º A companheira comprovada de um homem solteiro, separado judicialmente, divorciado ou viúvo, que 
com ele viva há mais de cinco anos, ou dele tenha prole, poderá valer-se do disposto na Lei nº 5.478, de 25 de 
julho de 1968, enquanto não constituir nova união e desde que prove a necessidade. 
Parágrafo único. Igual direito e nas mesmas condições é reconhecido ao companheiro de mulher solteira, 
separada judicialmente, divorciada ou viúva. 
- Considerações 
União estável – concubinato puro – pode pedir alimentos. 
 
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10.25. Usufruto 
- Usufruto de ¼ dos bens – havendo filhos 
- Usufruto de ½ dos bens – ausência de filhos 
10.26. Lei 9278/96 – Direito real de habitação (Mulher pode morar lá enquanto permanecer 
sozinha. (?)) 
Art. 5° Os bens móveis e imóveis adquiridos por um ou por ambos os conviventes, na constância da união 
estável e a título oneroso, são considerados fruto do trabalho e da colaboração comum, passando a pertencer 
a ambos, em condomínio e em partes iguais, salvo estipulação contrária em contrato escrito. 
§ 1° Cessa a presunção do caput deste artigo se a aquisição patrimonial ocorrer com o produto de bens 
adquiridos anteriormente ao início da união. 
§ 2° A administração do patrimônio comum dos conviventes compete a ambos, salvo estipulação contrária em 
contrato escrito. 
- Considerações 
Meação automática: União estável à separou, 50% para cada. 
Art. 8° Os conviventes poderão, de comum acordo e a qualquer tempo, requerer a conversão da união estável 
em casamento, por requerimento ao Oficial do Registro Civil da Circunscrição de seu domicílio. 
- Considerações: 
União pode ser convertida em casamento. Logo, é concubinato puro. 
 
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15/03/13 (Rebeca Ribeiro, adaptado) 
Ø União Estável 
1. Prazo 
5 anos de convivência ou prole. 
Atualmente, não há mais prazo específico, tendo o juiz liberdade para decidir se é união estável ou 
não. 
Professora define que menos de 2 anos de convivência é muito pouco. 
IMPORTANTE: 
Não existe divórcio para a união estável. Para que a dissolução seja legalizada, há a AÇÃO DE 
DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL cuja competência é da vara de família. 
A petição deve ser igual à do divórcio. 
2. 1723 União estável (Pessoas desimpedidas para casamento) vs. 1727 concubinato (Pessoas 
impedidas para casamento) 
Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na 
convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família. 
§ 1o A união estável não se constituirá se ocorrerem os impedimentos do art. 1.521; não se aplicando a 
incidência do inciso VI no caso de a pessoa casada se achar separada de fato ou judicialmente. 
Art. 1.727. As relações não eventuais entre o homem e a mulher, impedidos de casar, constituem 
concubinato. 
3. 1724 Deveres entre os companheiros 
Art. 1.724. As relações pessoais entre os companheiros obedecerão aos deveres de lealdade, respeito e 
assistência, e de guarda, sustento e educação dos filhos. 
 
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4. 1725 Regime de bens aplicável à União estável 
Art. 1.725. Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às relações patrimoniais, 
no que couber, o regime da comunhão parcial de bens. 
5. Pacto escrito 
Se não houver pacto escrito, a união será regida pelas mesmas regras do regime de comunhão 
parcial de bens. 
Pode ser por escrito particular. 
(Rebeca Ribeiro) Não precisaser escritura pública, particular serve. Caso o pacto seja feito, pode-se 
definir se divide tudo ou nada. 
Na ausência de regime parcial de bens, aplicam-se as mesmas regras do regime parcial de bens. 
IMPORTANTE: 
No casamento o pacto escrito particular não é permitido. O pacto pré-nupcial deve ser registrado. 
Nota: 
Se estiver em união estável e afirmar que é solteiro, não chega a mentir, pois não se casou. O mais 
correto seria falar que é convivente. 
- Estado civil? (questão de monografia) – Companheiros, viventes? 
6. Dissolução da União Estável 
Não existe divórcio na união estável. 
Contudo, caso seja do interesse das partes legalizar a união estável, existe a ação de dissolução da 
união estável, cuja competência é da VARA DE FAMÍLIA. Similar à ação de divórcio. 
7. A união estável vs. Namoro (Maria Berenice Dias) 
União estável pressupõe convivência pública, contínua, duradoura. Deve haver objetivo de 
constituir família e, principalmente, embaralhamento patrimonial. 
O namoro, por outro lado, não objetiva constituir família, não é público e não há embaralhamento 
patrimonial. 
 
 
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8. Súmulas 380 e 382 stf 
Utilizadas em situações de concubinato. 
Antes das Leis 9278/96 e 8971/94, era tudo que havia para companheiro: era considerada união de 
fato. Hoje a União Estável não precisa destas súmulas, entretanto o CONCUBINATO IMPURO precisa. 
“A amante tem direito de ser indenizada se ajudou a comprar alguma coisa.” 
STF Súmula nº 380 - 03/04/1964 - DJ de 8/5/1964, p. 1237; DJ de 11/5/1964, p. 1253; DJ de 
12/5/1964, p. 1277. 
Comprovação - Existência de Sociedade de Fato - Cabimento - Dissolução Judicial - Partilha do 
Patrimônio Adquirido pelo Esforço Comum 
 Comprovada a existência de sociedade de fato entre os concubinos, é cabível a sua dissolução 
judicial, com a partilha do patrimônio adquirido pelo esforço comum. 
STF Súmula nº 382 - 03/04/1964 - DJ de 8/5/1964, p. 1237; DJ de 11/5/1964, p. 1253; DJ de 
12/5/1964, p. 1277. 
Vida em Comum Sob o Mesmo Teto "More Uxorio" - Caracterização do Concubinato 
 A vida em comum sob o mesmo teto "more uxorio", não é indispensável à caracterização do 
concubinato. 
9. Direitos do concubinato paralelo ao matrimônio 
- Patrimoniais, indenização pelo que ajudou a comprar. 
- Não gera obrigação alimentícia. Companheira tem direito a alimentos. Concubina não tem. 
- Filhos têm todos os direitos. 
10. Pessoas do mesmo sexo 
Para união civil de pessoas do mesmo sexo, aplicam-se as mesmas regras da união estável. 
 
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11. Conversão da união estável em casamento 
Quem está em união estável pode se casar sem que haja impedimento. No entanto, existem pessoas 
que optam pela conversão, para que o período em que se viveu a união estável seja reconhecido. 
11.1. Art. 8º Lei 9278/96 
Converte-se a união estável em casamento no cartório. 
Art. 8° Os conviventes poderão, de comum acordo e a qualquer tempo, requerer a conversão da união estável 
em casamento, por requerimento ao Oficial do Registro Civil da Circunscrição de seu domicílio. 
11.2. Art. 1726 Código Civil 
Define que o pedido deve ser judicial. 
Art. 1.726. A união estável poderá converter-se em casamento, mediante pedido dos companheiros ao juiz e 
assento no Registro Civil. 
11.3. Provimento 190/09 corregedoria geral de justiça 
Permite que o pedido de conversão da união estável em casamento pode ser feito nos cartórios. 
“Permitiu que se voltasse a fazer conversão em cartório.” 
 
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12. Concubinato vs. União estável 
CC 1916 CC 2002 
 
183, vii 
 
248, IV 
 
 
1177 
 
 
1474 
 
 
 
1719 
 
 
Não há correspondência 
 
1642, V (mulher casada pode anular doação para 
amante) 
 
550 (mulher casada pode anular doação para amante) 
 
 
793 (os amantes não podem ser beneficiários do 
seguro de vida) 
 
 
1801, III a amante não pode ser beneficiária em 
testamento. 
 
 
Art. 226, §3º, CF 
13. Leis 7036/44 – Acidente de trabalho (súmula 35, STF) 
STF Súmula nº 35 - 13/12/1963 - Súmula da Jurisprudência Predominante do Supremo Tribunal Federal - 
Anexo ao Regimento Interno. Edição: Imprensa Nacional, 1964, p. 45. 
Acidente do Trabalho ou de Transporte - Concubina - Indenização - Morte do Amásio - Impedimento para o 
Matrimônio 
 Em caso de acidente do trabalho ou de transporte, a concubina tem direito de ser indenizada pela morte do 
amásio, se entre eles não havia impedimento para o matrimônio. 
14. 4242/63 – Imposto de renda 
Companheiro ser dependente. Declaração de imposto de renda. 
15. Lei 883/49 
Réu não podia ser concubinato impuro: investigação de paternidade. 
16. 6015/73 – Art 57 registros públicos 
Mulher poderia colocar nome do companheiro, se um dois era só separado. 
17. Concubinato 
– Lato sensu: puro impuro, próprio, improprio, legal, desleal, etc. 
– Stricto sensu: aquele que é protegido pela lei. 
Ex. União estável, Concubinato puro. 
Rafael Barreto Ramos 
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21/03/13 (Rebeca Ribeiro, adaptado) 
Ø Do parentesco (Art. 1.593) 
- Vínculo existente entre pessoas que uma das outras, ou que derivam de um mesmo tronco 
comum, ou ainda, resultante do casamento, de adoção ou de técnicas de reprodução assistida. 
Art. 1.593. O parentesco é natural ou civil, conforme resulte de consangüinidade ou outra origem. 
1. Parentesco espécies 
- Biológico, consanguíneo ou natural: parentesco genético. 
- Por afinidade: Resulta do casamento ou União Estável. “Liga aos ascendentes, descendentes e 
irmãos do cônjuge ou companheiro.” 
- Civil: Resulta da adoção ou de técnicas de reprodução assistida (art. 1597, III, IV e V). Neste caso, o 
pai é aquele que autorizou a técnica. 
Art. 1.597. Presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos: 
III - havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido; 
IV - havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embriões excedentários, decorrentes de concepção 
artificial homóloga; 
V - havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que tenha prévia autorização do marido. 
- Socioafetivo: não está no código civil. Conceito doutrinário baseado no afeto, na convivência, na 
afinidade. “Por criar a criança pode ser considerado como pai dela.” 
Nota: 
É crime registrar filho que não é seu. O Estado é muito tolerante com o esse tipo de situação, pois o 
artigo 1593 fala “ou outra origem” à é errado falar que é o filho por registro, pois é crime. O 
correto é fazer adoção (adoção simulada à fraude). 
Somente ‘pula’ fila de espera de adoção com autorização judicial para evitar comércio. 
- Adoção intuito persona: adotar alguém específico ou da própria família. Também é necessária a 
autorização judicial. 
 
Rafael Barreto Ramos 
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2. Linhas 
- Reta 
Pessoas que estão em situação de ascendência¹ e descendência². 
(1) Ascendência: Pai mãe, avô. 
(2) Descendência: Filho, neto, bisneto 
- Colateral ou transversal 
São pessoas que vêm de uma mesma origem, mas que não se encontram em situação de ascendência e 
descendência. 
Ex. Irmão, tio, sobrinho. 
3. Graus 
O parentesco somente surte efeitos até o 4º grau para aplicação do direito (inclusive no que diz 
respeito ao recebimento de herança). 
4. irmãos germanos – bilaterais¹ 
(1) Bilaterais & germanos: Mesmo pai e mesma mãe. 
5. Irmãos uterinos (unilaterais¹) 
Filhos da mesma mãe, pais diferentes. 
(1) unilaterais: Só do mesmo pai ou mãe. 
6. Irmãos consanguíneos (unilaterais) 
Mesmo pai, mães diferentes. 
 
Rafael Barreto Ramos 
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7. CPC – Art. 405, §2º 
- Regra: parentes até 3º grau podem testemunhar. 
Art. 405. Podem depor como testemunhas todas as pessoas, exceto as incapazes, impedidas ou suspeitas. 
§ 2o São impedidos: (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973) 
I - o cônjuge, bem como o ascendente e o

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