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E SE... ... a água potável acabar? As teorias mais pessimistas dizem que a água potável deve acabar logo, em 2050. Nesse ano, ninguém mais tomará banho todo dia. Chuveiro com água só duas vezes por semana. Se alguém exceder 55 litros de consumo (metade do que a ONU recomenda), seu abastecimento será interrompido. Nos mercados, não haveria carne, pois, se não há água para você, imagine para o gado. Gastam-se 43 mil litros de água para produzir 1 kg de carne. 1Mas não é só ela que faltará. A Região Centro-Oeste do Brasil, maior produtor de grãos da América Latina em 2012, não conseguiria manter a produção. Afinal, no País, a agricultura e a agropecuária são, hoje, as maiores consumidoras de água, com mais de 70% do uso. Faltariam arroz, feijão, soja, milho e outros grãos. A vida nas metrópoles será mais difícil. Só a grande São Paulo consome atualmente 80,5 bilhões de litros por mês. A água que abastece a região virá de Santos, uma das grandes cidades do litoral que passarão a investir em dessalinização. O problema é que, para obter 1 litro de água dessalinizada, são necessários 4 litros de água do mar, a um custo de até US$ 0,90 o m2, 2segundo a International Desalination Association. Só São Paulo gastaria quase RS 140 milhões em dessalinização por mês, Como resultado, a água custaria muito mais do que os R$ 3 por m3 de hoje. Mas há quem não concorde com esse cenário caótico. 3“Á água só acaba se você acabar com o ciclo dela”, diz Antônio Felix Domingues, da Agência Nacional de Águas. [...] Rafael Soeiro. In Revista Superinteressante. São Paulo. Abril. Edição 305, junho/2012, p. 42. 1. No enunciado “Mas não é só ela que faltará” (ref. 1), o termo ela faz referência à: a) Água, que é utilizada na produção de carne. b) Carne, que consome água em sua produção. c) Semente, que é produzida na América Latina. d) Agricultura, que é a maior consumidora de água. e) Defesa do abastecimento de água que será interrompido. 2. Em qual alternativa todas as palavras em negrito devem ser acentuadas graficamente? a) Atraves de uma lei municipal, varias pessoas recebem ingressos gratis para o cinema. b) É dificil correr atras do prejuizo sozinho. c) Aqui, em Foz do Iguaçu, a dengue esta sendo um grande problema de saude publica. d) O bisneto riscou os papeizinhos com o lapis. e) O padrão economico do juiz é elevado. 3. Quando a rede vira um vício Com o título "Preciso de ajuda", fez-se um desabafo aos integrantes da comunidade Viciados em Internet Anônimos: "Estou muito dependente da web, Não consigo mais viver normalmente. Isso é muito sério". Logo obteve resposta de um colega de rede. "Estou na mesma situação. Hoje, praticamente vivo em frente ao computador. Preciso de ajuda." O diálogo dá a dimensão do tormento provocado pela dependência em Internet, um mal que começa a ganhar relevo estatístico, à medida que o uso da própria rede se dissemina. Segundo pesquisas recém-conduzidas pelo Centro de Recuperação para Dependência de Internet, nos Estados Unidos, a parcela de viciados representa, nos vários países estudados, de 5% (como no Brasil) a 10% dos que usam a web — com concentração na faixa dos 15 aos 29 anos. Os estragos são enormes. Como ocorre com um viciado em álcool ou em drogas, o doente desenvolve uma tolerância que, nesse caso, o faz ficar on-line por uma eternidade sem se dar conta do exagero. Ele também sofre de constantes crises de abstinência quando está desconectado, e seu desempenho nas tarefas de natureza intelectual despenca. Diante da tela do computador, vive, aí sim, momentos de rara euforia. Conclui uma psicóloga americana: "O viciado em internet vai, aos poucos, perdendo os elos com o mundo real até desembocar num universo paralelo — e completamente virtual". Não é fácil detectar o momento em que alguém deixa de fazer uso saudável e produtivo da rede para estabelecer com ela uma relação doentia, como a que se revela nas histórias relatadas ao longo desta reportagem. Em todos os casos, a internet era apenas "útil" ou "divertida" e foi ganhando um espaço central, a ponto de a vida longe da rede ser descrita agora como sem sentido. Mudança tão drástica se deu sem que os pais atentassem para a gravidade do que ocorria. "Como a internet faz parte do dia a dia dos adolescentes e o isolamento é um comportamento típico dessa fase da vida, a família raramente detecta o problema antes de ele ter fugido ao controle", diz um psiquiatra. A ciência, por sua vez, já tem bem mapeados os primeiros sintomas da doença. De saída, o tempo na internet aumenta — até culminar, pasme-se, numa rotina de catorze horas diárias, de acordo com o estudo americano. As situações vividas na rede passam, então, a habitar mais e mais as conversas. É típico o aparecimento de olheiras profundas e ainda um ganho de peso relevante, resultado da frequente troca de refeições por sanduíches — que prescindem de talheres e liberam uma das mãos para o teclado. Gradativamente, a vida social vai se extinguindo. Alerta outra psicóloga: "Se a pessoa começa a ter mais amigos na rede do que fora dela, é um sinal claro de que as coisas não vão bem". Os jovens são, de longe, os mais propensos a extrapolar o uso da internet. Há uma razão estatística para isso — eles respondem por até 90% dos que navegam na rede, a maior fatia —, mas pesa também uma explicação de fundo mais psicológico, à qual uma recente pesquisa lança luz. Algo como 10% dos entrevistados (viciados ou não) chegam a atribuir à internet uma maneira de "aliviar os sentimentos negativos", tão típicos de uma etapa em que afloram tantas angústias e conflitos. Na rede, os adolescentes sentem-se ainda mais à vontade para expor suas ideias. Diz um outro psiquiatra: "Num momento em que a própria personalidade está por se definir, a internet proporciona um ambiente favorável para que eles se expressem livremente". No perfil daquela minoria que, mais tarde, resvala no vicio se vê, em geral, uma combinação de baixa autoestima com intolerância à frustração. Cerca de 50% deles, inclusive, sofrem de depressão, fobia social ou algum transtorno de ansiedade. É nesse cenário que os múltiplos usos da rede ganham um valor distorcido. Entre os que já têm o vicio, a maior adoração é pelas redes de relacionamento e pelos jogos on-line, sobretudo por aqueles em que não existe noção de começo, meio ou fim. Desde 1996, quando se consolidou o primeiro estudo de relevo sobre o tema, nos Estados Unidos, a dependência em internet é reconhecida — e tratada — como uma doença. Surgiram grupos especializados por toda parte. "Muita gente que procura ajuda ainda resiste à ideia de que essa é uma doença", conta um psicólogo. O prognóstico é bom: em dezoito semanas de sessões individuais e em grupo, 80% voltam a niveis aceitáveis de uso da internet. Não seria factível, tampouco desejável, que se mantivessem totalmente distantes dela, como se espera, por exemplo, de um alcoólatra em relação à bebida. Com a rede, afinal, descortina- se uma nova dimensão de acesso às informações, à produção de conhecimento e ao próprio lazer, dos quais, em sociedades modernas, não faz sentido se privar. Toda a questão gira em torno da dose ideal, sobre a qual já existe um consenso acerca do razoável: até duas horas diárias, no caso de crianças e adolescentes. Quanto antes a ideia do limite for sedimentada, melhor. Na avaliação de uma das psicólogas, "Os pais não devem temer o computador, mas, sim, orientar os filhos sobre como usá-lo de forma útil e saudável". Desse modo, reduz-se drasticamente a possibilidade de que, no futuro, eles enfrentem o drama vivido hoje pelos jovens viciados. Silvia Rogar e João Figueiredo, Veja, 24 de março de 2010. Adaptado. 3. Assinale a opção cujas palavras são, respectivamente, acentuadas pela mesma justificativa das que aparecem destacadas em "Na avaliação de uma das psicólogas, ‘os pais não devem temero computador, mas, sim, orientar os filhos sobre como usá-lo de forma útil e saudável’." (4° parágrafo) a) Família, incluí-lo, saída. b) Prognóstico, atrás, fútil. c) Plausível, alguém, factível. d) Alcoólatra, razoável, vício. e) Múltiplos, amá-la, país. 4. Conversar pressupõe um diálogo produtivo entre as pessoas. Significa dizer que conversar é um processo cooperativo entre interlocutores. Leia o texto abaixo, que representa uma conversa. 4. No trecho “a gente pode ter conversas literárias”, substituindo-se o sujeito por outro de primeira pessoa do plural, no tempo pretérito perfeito, o resultado é o seguinte: a) podemos ter conversas literárias. b) podíamos ter conversas literárias. c) poderíamos ter conversas literárias. d) pudemos ter conversas literárias. e) pudéssemos ter conversas literárias. 5. Presidente Dilma ou a presidenta Dilma? Laércio Lutibergue Essa é a pergunta que mais temos recebido nos últimos dias por e-mail, pelas redes sociais (Twitter e Facebook) e mesmo pessoalmente. Há uma explicação para isso(I): a eleição da primeira mulher à Presidência da República, Dilma Rousseff. Já falamos deste assunto aqui(II), mas diante do acontecimento do domingo 31 de outubro e da avalanche de perguntas somos obrigados a retomá-lo. Gramaticalmente as duas formas estão corretas. Ou seja, pode ser “a presidente Dilma” e “a presidenta Dilma”. Neste momento, com base nas ocorrências na imprensa, inclusive no Jornal do Commercio, sem dúvida “a presidente” é a mais comum. E, se olharmos para o passado da língua, é a mais lógica. Palavras que vieram do particípio presente do latim, normalmente terminadas em -ante, -ente e -inte, são invariáveis. O que identifica o gênero delas é o artigo ou outro determinante: o/a amante, o/a gerente, meu/minha presidente. A língua, contudo, nem sempre é lógica. Muitas vezes ela foge do controle e revela uma face inventiva indiferente às regras. Isso ocorreu, por exemplo, com “comediante”, que ganhou o feminino “comedianta”; com “infante”, que ganhou “infanta”; com “parente”, que ganhou “parenta”; e com “presidente”, que ganhou “presidenta”. Certamente o extralinguístico atuou na formação desses femininos. A versão feminina de um nome de cargo destaca com mais força a presença da mulher na sociedade. Os mais velhos devem se lembrar do que ocorreu com a indiana Indira Gandhi. Começaram chamando-a de “o primeiro-ministro Indira Gandhi”; depois, passaram para “a primeiro- ministro”; e terminaram em “a primeira-ministra”. E hoje alguém tem dúvida de que uma mulher é “primeira-ministra”? A favor de “presidenta” existe também o aspecto legal. A Lei Federal nº 2.749/56 diz que o emprego oficial de nome designativo de cargo público deve, quanto ao gênero, se ajustar ao sexo do funcionário. Ou seja, segundo a lei, os cargos, “se forem genericamente variáveis”, devem assumir “feição masculina ou feminina”. Por tudo isso(III), defendemos a adoção do feminino “a presidenta”. Apesar de neste momento a maioria, pelo que mostra a imprensa, preferir “a presidente”. Intuímos, porém, que ocorrerá no Brasil o mesmo(IV) que sucedeu com dois vizinhos nossos. Na Argentina, Cristina Kirchner começou sendo chamada de “la presidente” e hoje é “la presidenta”. O mesmo ocorreu com Michelle Bachelet, no Chile, que(V) terminou o mandato como “la presidenta”. O tempo dirá se nossa intuição estava certa. (Texto publicado na coluna "Com todas as letras", Jornal do Commercio do Recife, em 10/11/2010) 5. A respeito da polêmica linguística debatida no texto, o autor assume um posicionamento discursivo. Assinale a opção que indica corretamente sua posição. a) A forma “presidenta” assinala o uso de um registro informal da linguagem. b) O uso do termo “presidenta” é autorizado pela evolução histórica da língua. c) A imprensa ancora-se no fator extralinguístico ao fazer uso de “presidente”. d) O autor apoia o uso dos dois termos respaldando-se na gramática. e) A forma “presidenta” encontra respaldo na lei, na gramática e no uso. 6. O menino sentado à minha frente é meu irmão, assim me disseram; e bem pode ser verdade, ele regula pelos dezessete anos, justamente o tempo em que estive solto no mundo, sem contato 5nem notícia. A princípio quero tratá-lo como intruso, mostrar-lhe 1__________ minha hostilidade, não abertamente para não chocá-lo, 11mas de maneira a não lhe deixar dúvida, como se lhe 6perguntasse com todas as letras 18: que direito tem você de estar aqui na intimidade de minha família, entrando nos nossos segredos mais íntimos, dormindo na cama onde eu dormi, lendo meus velhos livros, talvez sorrindo das minhas anotações à margem, tratando meu pai com intimidade, talvez discutindo a minha conduta, talvez até criticando-a? 12Mas depois vou notando que ele não é totalmente estranho. De repente fere-me 2__________ ideia de que o intruso talvez 7seja eu, que ele 8tenha mais direito de hostilizar-me do que eu a ele 19, que vive nesta casa há dezessete anos. O intruso sou eu, não ele. Ao pensar nisso vem-me o desejo urgente de entendê-lo e de ficar amigo. Faço-lhe 21perguntas e noto a sua avidez em respondê-las, 13mas logo vejo a inutilidade de prosseguir nesse caminho, 22as perguntas parecem-me formais e 23as respostas forçadas e complacentes. Tenho tanta coisa a dizer, mas não sei como começar, até a minha voz parece ter perdido a naturalidade. Ele me olha 20, e vejo que está me examinando, procurando decidir se devo ser tratado como irmão ou como estranho, e imagino que as suas dificuldades não devem ser menores do que as minhas. 24Ele me pergunta se eu moro em uma casa grande, com muitos quartos, e antes de responder procuro descobrir o motivo da pergunta. 25Por que falar em casa? 14E qual a importância de 9muitos quartos? Causarei inveja nele se responder que sim? 26Não, não tenho casa, há 10muitos anos que tenho morado em hotel. Ele me olha, parece que fascinado, diz que deve ser bom viver em hotel, 15e conta que, toda vez que faz reparos 3__________ comida, mamãe diz que ele deve ir para um hotel, onde pode reclamar e exigir. De repente o fascínio se transforma em alarme, 16e ele observa que se eu vivo em hotel não posso ter um cão em minha companhia, o jornal disse uma vez que um homem foi processado por ter um cão em um quarto de hotel. Confirmo 4__________ proibição. Ele suspira 17e diz que então não viveria em um hotel nem de graça. Adaptado de: VEIGA, José J. Entre irmãos. In: MORICONI, Ítalo M. Os Cem Melhores Contos Brasileiros do Século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. p. 186-189. 6. Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas das referências 1, 2, 3 e 4, nesta ordem. a) a – à – à – a b) à – à – a – a c) à – a – à – a d) a – a – à – a e) à – a – a – à 7. O BARBEIRO Perto de casa havia um barbeiro, que me conhecia de vista, amava a rabeca e não tocava inteiramente mal. 10Na ocasião em que ia passando, 9executava não sei que peça. Parei na calçada a ouvi-lo (tudo 3são pretextos a um coração agoniado), ele viu-me, e continuou a tocar. Não atendeu a um freguês, e logo a outro, que ali foram, 7a despeito da hora e de ser domingo, confiar-lhe as caras à navalha. Perdeu-os sem perder uma nota; ia tocando para mim. Esta consideração fez-me chegar francamente à porta da loja, voltado para ele. Ao fundo, levantando a cortina de chita que fechava o interior da casa, 11vi apontar uma moça trigueira, vestido claro, flor no cabelo. Era a mulher dele; creio que me descobriu de dentro, e veio agradecer-me com a presença o favor que eu fazia ao marido. 6Se me não engano, chegou a dizê-lo com os olhos. Quanto ao marido, tocava agora com mais calor; sem ver a mulher, sem ver fregueses, grudava a face no instrumento, passava a alma ao arco, e tocava, tocava... Divina arte! Ia-se formando um grupo, 4deixei a porta da lojae vim andando para casa; 2enfiei pelo corredor e subi as escadas sem estrépito. Nunca me esqueceu o caso deste barbeiro, ou por estar ligado a um momento grave de minha vida, ou por esta máxima, que os compiladores podiam tirar daqui e inserir nos compêndios da escola. A máxima é que 1a gente esquece devagar as boas ações que pratica, e verdadeiramente não as esquece nunca. Pobre barbeiro! Perdeu duas barbas naquela noite, que eram o pão do dia seguinte, tudo para ser ouvido de um transeunte. 12Supõe agora que este, em vez de ir-se embora, como eu fui, ficava à porta a ouvi-lo e namorar-lhe a mulher; então é que ele, todo arco, todo rabeca, tocaria desesperadamente. 5Divina arte! (ASSIS, Machado de. Dom Casmurro - obra completa - vol. I, Aguilar, 2ª ed. 1962.) 7. Na frase "Se me não engano, chegou a dizê-lo com os olhos." (ref. 6), o pronome -lo faz referência ao a) agradecimento da mulher do barbeiro. b) fato de o narrador escutar a música do barbeiro. c) fato de o babeiro passar a alma a rabeca. d) efeito que a música causara ao narrador. 8. Preencha as lacunas com um dos verbos entre parênteses. 1) O advogado _________ na questão entre posseiros e índios. (interviu - interveio) 2) O que seria dos latifundiários se os índios _________ suas terras? (reouvessem - reavessem) 3) Os ecologistas _________ com bons olhos as causas indígenas. (veem - vêm) A sequência correta é a) interviu / reouvessem / veem b) interviu / reouvessem / vêm c) interveio / reavessem / vêm d) interveio / reavessem / veem e) Interveio / reouvessem / veem 9. No quadrinho a seguir, utilizou-se corretamente a forma sem-vergonha, com hífen. Observe: (Quino. Mafalda.) Assinale a opção que respeite as regras do emprego do hífen conforme o acordo ortográfico. ( a) As medidas adotadas pelo governo causaram sobre-salto na economia. b) Ele é um indivíduo anti-social, pois apresenta um comportamento contrário aos interesses da sociedade. c) Conseguiu, graças a sua super-habilidade, esfriar os ânimos e apaziguar o ambiente d) Espero que você tenha um bom-dia. e) É necessária uma auto-análise do profissional, já que o conflito limita - e muito - o campo de visão das pessoas e suas diversas interações na sociedade.
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