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Prévia do material em texto

Disciplina 
Seminário Temático IV – Antropologia 
 
 
Coordenador da Disciplina 
Profª. Elidihara Trigueiro Guimarães 
 
 
 
 
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados desta edição ao Instituto UFC Virtual. Nenhuma parte deste material poderá 
ser reproduzida, transmitida e gravada por qualquer meio eletrônico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por 
escrito, dos autores. 
Créditos desta disciplina 
Coordenação 
Coordenador do Curso 
Profª. Criseida Alves Lima 
Coordenador de Tutoria 
Prof. Paulo Francisco Barbosa Sousa 
Coordenador da Disciplina 
Profª. Elidihara Trigueiro Guimarães 
Conteúdo 
Autor da Disciplina 
Profª. Elidihara Trigueiro Guimarães 
Núcleo de Tecnologia da Informação 
Coordenação Geral 
Prof. Henrique Sérgio 
Centro de Produção I - (Material Didático) 
Gerente: Luiz Claudio Braga 
Transição Didática 
Coordenação Pedagógica 
Nídia Maria Barone 
Equipe Pedagógica 
Elicélia Gomes 
Karla Colares 
Maria de Fátima Silva 
Rafaelli Monteiro 
Formatação 
Allan Santos 
José André Loureiro 
Tiago Lima Venâncio 
Publicação 
Marcelo Goulart 
Design, Impressão e 
Modelagem 3D 
Subgerente 
Márllon Lima 
Equipe 
Afonsina Soares 
Andrei Bosco 
Eduardo Ferreira 
Fred Lima 
Iranilson Pereira 
Audiovisual 
Subgerente 
Ismael Furtado 
Equipe 
Andrea Pinheiro 
Otacílio Vieira 
 
 
Centro de Produção II - (Desenvolvimento) 
Gerente: Wellington Wagner Sarmento 
Programadores 
Bianca Stephani 
Bruno Neves 
Cleber Sena 
Diego Barbosa 
George Gomes 
Glaudiney Moreira 
Humberto Osório 
John Cordeiro 
Lucas Abreu 
Patrícia Paula 
Paulo André Lima 
Rafael Costa 
Ricardo Palácio 
 
 
Equipe de Suporte 
Gerente: Paulo de Tarso Cavalcante 
Equipe de Suporte 
Alex Ramos Davi Linhares Hellânio Costa 
 
 
 
Sumário 
 
Aula 01: Introdução à Antropologia ......................................................................................................... 1 
Tópico 01: Histórias e Conceitos da Antropologia ................................................................................... 1 
Antropologia .......................................................................................................................................... 1 
Tópico 02: Áreas, Crise e Rumos da Antropologia .................................................................................. 4 
Tópico 03: Escolas Antropológicas ........................................................................................................... 7 
Aula 02: Identidade e Etnocentrismo ...................................................................................................... 15 
Tópico 01: Identidade .............................................................................................................................. 15 
Tópico 02: Etnia e Identidade Étnica ...................................................................................................... 17 
Tópico 03: Cultura e Identidade Nacional .............................................................................................. 19 
Tópico 04: As Faces do Etnocentrismo: Etnocídio e Genocídio ............................................................ 21 
Aula 03: Cultura e organizações .............................................................................................................. 23 
Tópico 01: Cultura e Organizações: uma introdução .............................................................................. 23 
Tópico 02: Antropologia, Cultura e Estudos Organizacionais ................................................................ 26 
Tópico 03: Conceitos e fundamentos de Cultura Organizacional ........................................................... 28 
Tópico 04: Globalização, Cultura e Organizações .................................................................................. 31 
Tópico 05: Empresas não são sistemas mecânicos, são orgânicos, são complexos ................................ 33 
Aula 04: Trabalho de Campo ................................................................................................................... 36 
Tópico 01: O Trabalho de campo: Conceito, História e Objetivo .......................................................... 36 
Tópico 02: Etnografia e Cultura Organizacional: Uma contribuição da antropologia à administração . 38 
 
1 
Seminário Temático IV
 Antropologia 
 
Aula 01: Introdução à Antropologia 
Tópico 01: Histórias e Conceitos da Antropologia 
Antropologia 
 
www.fflch.usp./da/vagner/antropo.html 
A história da Antropologia1 
Ao longo da história do homem, inúmeros contatos entre povos de culturas distintas 
ocorreram, seja para o bem ou para o mal. Nem sempre os encontros eram pacíficos e cordiais. Em muitas 
situações, havia conflito, luta, morte e sofrimento. Contudo, a despeito de todas as tragédias na história do 
homem, o encontro entre outros diferentes era uma constante. 
 
Observação 
A antropologia nos ensina a nos descentrarmos de nós mesmos assim como de nossa 
própria sociedade e cultura. Isso é um exercício fantástico e que nos abre as portas para 
novos universos, novas possibilidades e alternativas de aprendermos com os outros e de 
nos vermos através dos outros, conhecendo-nos mais profundamente. 
 
Podemos dizer, então, que sempre existiu uma relação com outros povos, mas não por isso 
temos que pensar que essa relação ao longo dos tempos teve os mesmos efeitos. A forma de se relacionar 
com o outro dependia, em cada época, do conhecimento e dos interesses que cada cultura tinha. 
Cada época 
 a) 
Nos Séculos XV e XVI, as notícias sobre os povos distantes eram produzidas por viajantes ou 
missionários. 
 b) 
No Século XVIII, a idéia do bom selvagem; os povos tradicionais representavam os povos da natureza, e 
que essas viagens de exploradores para conhecer o mundo adquiriram o caráter de pesquisas científicas 
ainda não serão feitas por especialistas. 
 c) 
Somente na segunda metade do Século XIX é que o estudo do homem vai virar o que hoje se conhece 
como antropologia; somente nesse momento tomará a forma de uma disciplina científica. 
 
 
1 antropo=homem e logia=estudo 
 
2 
Seminário Temático IV
 Antropologia 
 d) 
No Século XIX já existia a preocupação com a alteridade e com as formas culturais diferentes das 
encontradas na Europa. A isso damos o nome de estudo do outro. 
Também havia um método. Ele consistia em estudar os relatos das viagens nas quais se descreviam esses 
diferentes modos de vida. 
 
No final do Século XIX, com a profissionalização da disciplina, se percebeu que era 
necessária alguma forma de controlar esses relatos, começou a se definir o método da antropologia, 
conhecido como trabalho de campo e o conceito de evolução2. 
 
Parada Obrigatória 
O que é Antropologia? 
A Antropologia é o estudo do homem, tendo como objeto de estudo; “o estudo do outro 
como ser biológico, social e cultural.” 
 
Podemos começar a pensar numa definição de antropologia como o estudo do outro em 
relação a nós. 
Essa relação nos permite pensar em uma das dimensões fundamentais da antropologia que é a 
dimensão comparativa. 
O que estuda a antropologia são diferenças e essas diferenças só são acessíveis através da 
relação. 
Encontramos quatro níveis de relações: 
 Entre os indivíduos, 
 Entre as culturas, 
 Do homem com a sua cultura e 
 Das culturas com o meio ambiente. 
 
Portanto, os antropólogos estudam a diversidade cultural dos povos. Como cultura, podemos 
entender todo tipo de manifestação social. Modos, hábitos, comportamentos, folclore, rituais, crenças, 
mitos e outros aspectos são fontes de pesquisa para os antropólogos. 
A estrutura física e a evolução da espécie humana também fazem parte dos temas analisados 
pela Antropologia. 
 
 
2 “Evolução: processo de desenvolvimento natural, biológico e espiritualno qual toda a natureza, com seus seres vivos ou 
inanimados, se aperfeiçoam progressivamente, realizando novas capacidades, manifestações e potencialidades. De um ponto de 
vista meramente biológico, a evolução pode ser definida como descendência com variações.” 
 
3 
Seminário Temático IV
 Antropologia 
Os antropólogos utilizam, como fontes de pesquisa, os livros, imagens, objetos, depoimentos 
entre outras. Porém, as observações, através da vivência entre os povos ou comunidades estudadas, são 
comuns e fornecem muitas informações úteis ao antropólogo. 
 
Olhando de Perto 
Podemos dizer ainda que a Antropologia: o estudo do homem buscando um enfoque 
totalizador que integre os aspectos culturais e biológicos, no presente e no passado, 
focalizando as relações entre o homem e o meio, entre o homem e a cultura e entre o 
homem com o homem. 
 
 
Atividade de Portfólio 
Faça uma pesquisa a respeito das relações e diferenças abordadas pela Antropologia , e 
elabore um texto contendo um estudo comparativo entre essas relações. Coloque o texto 
em seu portfólio. 
 
 
 
4 
Seminário Temático IV
 Antropologia 
Aula 01: Introdução à Antropologia 
Tópico 02: Áreas, Crise e Rumos da Antropologia 
 
http://www.psiquiatriageral.com.br/saudecultura/imagens/antropologia.jpg 
 
Áreas da Antropologia 
O conhecimento antropológico é organizado em três áreas que indicam uma escolha prévia de 
certos aspectos a serem privilegiados. 
Antropologia Física ou Biológica (aspectos genéticos e biológicos do homem) 
“Consiste no estudo das variações dos caracteres biológicos do homem no espaço e no tempo. 
Sua problemática é a das relações entre o patrimônio genético e o meio geográfico, ecológico, social; 
divide-se entre uma preocupação com o passado, que é o objeto do estudo da evolução humana, através 
do registro de fósseis e métodos de análise das variações genéticas entre as populações; esta dimensão da 
pesquisa da antropológica abrange o processo de modificação genética das populações. 
Na dimensão do presente, a antropologia biológica estuda os processos de adaptação extra-
genética, analisa as particularidades morfológicas e fisiológicas ligadas ao meio ambiente, bem como a 
evolução destas particularidades. Ela levará em conta os fatores culturais que influenciam o crescimento e 
a maturação do indivíduo inserido em um determinado contexto. 
 
Antropologia Social (organização social e política, parentesco, instituições sociais) e 
Cultural (sistemas simbólicos, religião, comportamento) 
“Estuda a cultura de um grupo tanto na sua dimensão instrumental, chamada de cultura 
material, que se refere às coisas que os homens produzem e com as quais intervêm na natureza, quanto na 
sua dimensão cosmológica-cognitiva-organizacional, que abrange os sistemas de idéias e de valores, 
através dos quais se organiza a percepção do mundo. Esta dimensão diz respeito aos elementos 
ideológicos que compõem a definição de cultura (que posteriormente estudaremos), a saber, a língua, a 
religião, o sistema de direito, etc. 
A antropologia social e cultural diz respeito a tudo que constitui uma sociedade: seus 
modos de produção econômica, suas técnicas, sua organização política e jurídica, seus sistemas de 
parentesco, seus sistemas de conhecimento, suas crenças religiosas, sua língua, sua psicologia, suas 
criações artísticas, suas técnicas, etc. 
 
 
5 
Seminário Temático IV
 Antropologia 
Arqueologia (condições de existência dos grupos humanos desaparecidos) 
“Estuda as culturas e não as sociedades do passado porque as sociedades seriam as redes de 
relações que se estabelecem entre os indivíduos e os grupos e isso não deixa “vestígios”; entretanto, a 
cultura material, isto é, os utensílios, as artes, as construções, permanecem depois que aqueles que as 
fizeram desapareceram (DAMATTA, 1981). Contudo, sabemos que os objetos materiais são de alguma 
forma, a expressão das redes de relações sociais, logo, são vestígios de uma sociedade.” 
A antropologia havia descoberto o seu método de pesquisa, o trabalho de campo, e 
identificado seu objeto, o estudo das culturas tradicionais ou “primitivas”, como eram consideradas no 
Século XIX, momento em que se constitui a disciplina científica. 
 
 
A crise na Antropologia 
As sociedades primitivas começaram a desaparecer, pois com a expansão do império 
colonialista, as mesmas iniciaram um processo de ocidentalização e começaram a morrer fisicamente. 
 
Dúvida 
A pergunta que a antropologia se fez no momento em que percebeu como as sociedades 
tradicionais estavam desaparecendo foi: a antropologia vai desaparecer junto com o seu 
objeto? 
 
A antropologia tem dois caminhos: se transformar ou desaparecer. Para Lévi-Strauss não 
existe a possibilidade da morte da antropologia porque o que sempre a caracterizou foi uma relação 
específica com seu objeto; isto é: estudar seus objetos “de fora”. 
 
Olhando de Perto 
Enfim, sempre haverá outros que despertem em nós uma curiosidade e o estranhamento. 
Assim, a antropologia, na segunda metade do Século XX, não corria risco de 
desaparecer, mas tinha de enfrentar o desafio de mudar. 
 
 
Reflexão 
Qual o rumo que a Antropologia vai tomar. 
Enquanto as maneiras de ser ou de agir de certos homens forem problema para outros 
homens, haverá lugar para uma reflexão sobre essas diferenças que, de forma sempre 
renovada, continuará a ser o domínio da antropologia. 
“(Claude LÉVI-STRAUSS. “A crise moderna da antropologia”. Apud. Roberto Cardoso 
de OLIVEIRA. O trabalho do antropólogo. p. 55) 
 
 
6 
Seminário Temático IV
 Antropologia 
Segundo Laplantine (2000), 
são três os caminhos que a antropologia podia tomar 
1. Transformar-se numa parte da sociologia; 
2. Voltar-se para o estudo de setores da nossa sociedade que tenham semelhança com as sociedades 
tradicionais que foram seu objeto originário; 
3. Começar a se caracterizar não por um objeto, mas por um método. 
A resolução da crise foi um misto das três possibilidades, porque por um lado, ao se voltar para a própria 
sociedade, começa a estreitar seus laços com a sociologia e estudará enclaves que tenham dimensões 
restritas, de modo de permitir a utilização do método de trabalho de campo e que guardem uma relação de 
diferenciação com as tendências hegemônicas da sociedade. 
 
 
 
Fórum 
A partir do que você entendeu sobre a crise da Antropologia, discuta como se portou a 
Antropologia quando houve necessidade de mudança em seu objeto de estudo. 
 
 
Olhando de perto 
No seu material de apoio, leia também; ”O campo da Antropologia no Brasil”. 
O campo da Antropologia no Brasil (Para baixar o arquivo acesse o ambiente SOLAR) 
 
 
 
 
7 
Seminário Temático IV
 Antropologia 
Aula 01: Introdução à Antropologia 
Tópico 03: Escolas Antropológicas 
 
http://egypt.union.edu/images/Pyramids_of_Giza_Egypt.jpg 
Escola Evolucionista 
Os primeiros antropólogos, chamados de evolucionistas, foram influenciados por um 
contexto muito importante da ciência dita positiva, um movimento de idéias que atribuía um grande valor 
ao estudo da natureza e que objetivava usar o modelo de uma visão positiva para as ciências sociais ou do 
homem, buscava uma explicação que abrangesse toda a humanidade. 
Neste ponto podemos encontrar três contribuições para a Antropologia 
 1) 
As sociedades “primitivas” são incorporadas à história da humanidade. 
 2) 
A hipótese da “unidade da espécie humana”. 
 3) 
A existência de leis que governam a vida social. 
 
A partir da idéia de que toda e qualquer sociedade está submetida a leis que governam seu 
desenvolvimento, toda e qualquer diferença3. 
Nessa perspectiva, todos os povos estariam trilhando uma mesma história. 
O evolucionismo construiu uma idéia de sociedade primitiva como o negativo da nossa 
sociedade e cultura. Daí que essas sociedades primitivas sejam conhecidas como as sociedades da falta. 
A idéia do progresso no caminho da civilização se pode observar quandodescreve a evolução 
dos modos de subsistência, da organização política, da organização familiar e da idéia de propriedade. 
 
 
3 deve-se entender diferença aqui em um sentido relacional e complementar. 
 
8 
Seminário Temático IV
 Antropologia 
 
Observação 
Hoje é fácil questionar as idéias da antropologia evolucionista, denunciar o viés 
etnocêntrico do seu esquema geral, mas este momento da produção do conhecimento foi 
que deu impulso definitivo para que a disciplina se constituísse como ciência, por ser 
um primeiro momento em que a reflexão estava baseada num paradigma. 
 
Escola Americana de Antropologia ou Culturalismo 
Enquanto o evolucionismo florescia na antropologia inglesa em meados do Século XIX, 
embora tenha também tido expoentes americanos como Morgan, na América começava a se formar a 
escola de antropologia americana, conhecida como culturalismo. A figura fundamental desse momento 
foi o geógrafo e físico alemão Franz Boas (1859-1942). 
Físico alemão Franz Boas 
A antropologia que Boas defendia se fundamentou numa férrea oposição aos grandes 
esquemas evolucionistas, se perguntava pelas diversidades e pela mudança cultural. Esses interesses 
levam a que o conceito de cultura deixe de ser utilizado no singular e passe a se falar em culturas no 
plural. 
Boas defendia um novo método histórico que tinha sua novidade em estudar pequenas áreas e 
não em fornecer grandes sínteses explicativas, o importante era o estudo dos processos sociais pelos quais 
uma determinada cultura adquire sua forma; e esse processo é específico para cada micro-área. 
Segundo Boas; a antropologia é uma ciência cuja tentativa está centrada em compreender os 
fenômenos individuais, mais do que estabelecer leis gerais. 
Olhando esses diferentes interesses presentes na obra de Boas, encontramos as quatro 
diferentes áreas em que foi estruturada a antropologia americana (antropologia social, biológica, 
arqueologia e lingüística) e as diferentes linhas que podemos encontrar no chamado culturalismo. 
 
 
Denis Cuche (1999) expressa a idéia de que existiriam três correntes no culturalismo 
americano: a que enfatiza a linha histórico cultural, a escola de cultura e personalidade e aquela que 
enfatiza a linha da lingüística. 
Alfred Kroeber foi um dos expoentes fundamentais da linha histórico- cultural. Seu interesse 
está nos processos de difusão e de distribuição dos elementos culturais no espaço. Os conceitos chaves 
desta perspectiva do culturalismo seriam o de área cultural4 e traço cultural. 
A segunda linha importante do culturalismo foi a Escola de Cultura e Personalidade5. 
 
 
4 Área cultural – região geográfica, que compreende várias etnias, que apresentam convergência em um certo número de 
elementos culturais semelhantes ou comparáveis. 
5 “Personalidade – esta consistiria num vínculo de hábitos organizados e relativamente persistentes que se encontram rodeados 
por zonas de elementos de conduta mais fluidos que estão num processo de se tornar hábito.” 
 
9 
Seminário Temático IV
 Antropologia 
O interesse desse grupo estava nos processos de socialização. 
 
Parada Obrigatória 
A pergunta chave que eles se faziam era: por quais mecanismos indivíduos de natureza 
idêntica acabam adquirindo diferentes tipos de personalidade? 
 
Já Ruth Benedict (1887-1948), desenvolve a idéia de que, no nível da cultura, o tipo básico de 
personalidade se manifestava como um padrão cultural; ou seja, cada cultura teria seu estilo, sua 
configuração6. 
Assim, a cultura não é uma mera combinação de traços culturais, mas uma forma coerente de 
combiná-los. 
Existem pontos de convergência e divergência entre diferentes autores. Um dos pontos que 
mostra uma diferença interna entre os autores é o modo como entendiam a cultura: no caso da Ruth 
Benedict e Kroeber (1876- 1960), mais cristalizada e reificada, e no caso de Sapir, por exemplo, mais 
fluida e não essencializada. 
Finalmente, uma das contribuições mais importantes da escola antropológica americana foi 
introduzir a perspectiva do relativismo cultural7 na antropologia. 
Escola Inglesa de Antropologia Social 
Enquanto nos EUA, no começo do Século, o culturalismo boasiano florescia, na Inglaterra, a 
antropologia estava começando a se distanciar das idéias evolucionistas da geração anterior. Nesse 
movimento, ganhavam importância duas figuras que iriam balizar a escola inglesa de antropologia social 
durante a primeira metade do Século XX: estamos nos referindo a Alfred R. Radcliffe-Brown (1881-
1955) e Bronislav Malinowski (1884-1942). Os dois autores coincidiam em várias idéias chaves, o que 
levou a que sejam agrupados numa mesma escola: A Escola Funcionalista. 
 
Observação 
Os dois usavam o conceito de função para entender a realidade dos grupos sociais, por 
defenderem uma perspectiva não historicista, mas na busca do funcionamento da 
sociedade a partir das relações entre suas partes ou de suas instituições sociais. 
 
Não obstante os dois tenham sido referentes importantes para a antropologia inglesa, sua 
influência se manifestou em diferentes momentos em virtude das trajetórias de cada um. 
 
 
6 Padrão integrativo básico dominante numa cultura ao redor da qual se organizam as formas de vida de um povo. 
7 Princípio segundo o qual não é possível compreender, interpretar ou avaliar de maneira significativa os fenômenos sociais a 
não ser que sejam considerados em relação ao papel que desempenham no sistema cultural. 
 
10 
Seminário Temático IV
 Antropologia 
 
http://www.andaman.org/BOOK/app-a/a-radcliffe-brown.jpg"><img src="03_arquivos/a-radcliffe-brown.jpg 
Radcliffe-Brown 
Vai ganhar maior importância após 1940, entendia a antropologia como a ciência comparada das 
sociedades humanas e deveria usar como método aquele empregado pelas ciências físicas e naturais. 
Considerava a antropologia como uma sociologia comparada. Para ele os fatos sociais se explicam em 
relação a outros fatos sociais. Assim o objetivo final dessa sociologia comparada era estabelecer 
generalizações que permitam constituir leis gerais. Sua antropologia se baseava na relação de dois 
conceitos fundamentais: 
1. Função – “a função de qualquer atividade se define como a contribuição que esta atividade faz para a 
manutenção da continuidade estrutural” 
2. Estrutura “Estrutura social – é a serie de relações existentes num momento dado e que ligam os seres 
humanos.Em outras palavras, é a rede de relações sociais”. 
 
 
 
http://www.d.umn.edu/cla/faculty/troufs/anth1604/images/Malinowski1.jpeg 
Bronislaw Malinowski 
Foi um antropólogo polonês que no começo da primeira guerra mundial vai para Nova Guiné 
a fim de realizar seu trabalho de campo. Em 1978, propôs o que chamou de moderno método de campo 
da antropologia. Este se baseava na idéia de que a única forma de conhecer em profundidade a vida 
 
11 
Seminário Temático IV
 Antropologia 
cultural e social dos outros é participando ativamente dela através da experiência; daí o nome de 
observação participante. 
Seu enfoque era anti-histórico – ele acreditava que poderia explicar uma sociedade a partir do 
conjunto de suas relações sociais naquele momento – e sua preocupação era entender como funcionavam 
as culturas. 
Para ele a cultura seria “o conjunto integral de instituições em parte autônomas, em parte 
coordenadas” (MALINOWSKI, 1975, p. 46). 
 
Malinowski diferenciava dois tipos de necessidades: 
 a) 
- As necessidades básicas (aqueles que correspondem às necessidades de sobrevivência dos 
homens:nutritivas, reprodutivas, higiênicas, segurança, etc.) 
 b) 
- As necessidades derivadas (necessidades derivadas integrativas; tem como função produzir a 
integração da cultura e criaria o mundo do conhecimento, da magia e da religião). 
 
 
Observação 
As críticas que possam ser feitas os conceitos queMalinowski sustentou, não podem 
nos fazer esquecer que sua grande contribuição à antropologia mundial teve um caráter 
eminentemente metodológico. 
 
Escola Sociológica Francesa 
A sociologia francesa – positivista e objetivista – toma como postulado principal o 
descentramento do sujeito e de sua subjetividade em nome de coletividades hipostasiadas, fontes de toda 
explicação dos fenômenos sociais. 
No entanto, não basta existir coerção é preciso que seja desejável, no sentido do cumprimento 
de algo bom. Nas sociedades modernas há diferenciação social, as regras morais são diferenciadas, logo, a 
coerção não é geral, mas específica. 
 
Olhando de Perto 
Durkheim (1858-1917) passa, portanto, a explicar o indivíduo pelo social, ou pela 
sociedade, através da relação causa-efeito, tal como fazem as ciências da natureza. 
 
12 
Seminário Temático IV
 Antropologia 
 
Dúvida 
A grande pergunta que orienta as preocupações de Durkheim em relação à sociedade 
moderna são: como é possível existir sociedade a partir de indivíduos? Ele recorre às 
sociedades mais simples, para explicar os fatos sociais das sociedades modernas 
encobertos ou camuflados pelo processo de diferenciação social. 
 
Nas sociedades “arcaicas” a divisão do trabalho social é muito pequena, todos executam as 
mesmas tarefas, portanto, compartilham de uma mesma “consciência coletiva”8. 
Os anos da primeira guerra mundial deixaram uma marca profunda no grupo. Essa marca foi 
produto da morte de suas principais figuras, dentre elas o próprio Durkheim, que morre em 1917, e Hertz, 
em 1915. Esses acontecimentos fizeram com que Marcel Mauss(18721950) tivesse que assumir a 
liderança do grupo. 
 
http://1.bp.blogspot.com/_KXLNTmtvfTE/SRxwbOeGMzI/AAAAAAAACZs/cdUvy3rrx1A/s400/mauss4.jpg 
 
A obra de Marcel Mauss (2004) foi fundamental para a ampliação do horizonte metodológico 
e epistemológico da sociologia9. 
Além das variantes teóricas reducionistas e/ou estruturalistas, Mauss abre espaço para a 
contribuição dos indivíduos na construção e manutenção da sociedade. Através da noção do Fato Social 
Total10, que desenvolve no seu clássico texto O Ensaio sobre o Dádiva11. 
 
 
8 Nestas sociedades, a consciência coletiva é maior do que a “consciência individual”. Há, sim, uma unidade que executa um 
mesmo movimento e uma mesma forma de pensar. Por isso ele fala em “solidariedade mecânica”, há uma força que mantém 
os homens unidos, como uma força energética. E algumas vezes, essa força torna-se mais intensa ou menos intensa. 
A consciência coletiva diminui na medida em que aumenta a do indivíduo, ao contrário do que havia nas sociedades mais 
simples. 
9 A idéia chave para entender a perspectiva maussiana poderia ser a necessária inter-relação entre teoria e prática; isto é, o 
pensamento de Mauss é voltado para o concreto, mas sem esquecer a teoria. 
 
13 
Seminário Temático IV
 Antropologia 
É por meio de sua categoria de análise central, o fato social total, que pode-se e espera-se 
apreender a vida social em sua dimensão mais rica e total, revelando aspectos, situações, traços e 
comportamentos antes nunca apreendidos nem imaginados. 
De acordo com Mauss (2004), a vida social é composta por uma unidade e totalidade 
indissolúveis que articulam dialeticamente os planos psicológico, fisiológico e sociológico. 
 
Observação 
Com toda a certeza, o pensamento de Mauss, longe de ser um pensamento rígido, e 
absoluto, caracteriza-se justamente pela flexibilidade de suas abordagens etnológicas. 
Após a morte de Marcel Mauss, em 1950, aparece uma nova figura, Claude Lévi-Strauss (1908). 
 
http://www.onmc-mct.org.br/images/fotos/jpg/claude.jpg 
 
 
Observação 
A idéia fundamental da obra de Lévi-Strauss se resume em poucas palavras: uma busca 
pelas invariantes que teriam que ser encontradas por trás das diferenças empíricas 
observáveis nas diferentes sociedades. 
 
A solução chega através do modelo proposto pela lingüística estrutural de Ferdinand de 
Saussure (1857- 1913) e Roman Jakobson (1896-1982); As estruturas elementares de parentesco; A idéia 
chave é que existe uma estrutura mínima do parentesco que ele chama de avUnculado, que permite, com 
o menor número de elementos e relações entre eles, explicar os diferentes sistemas de parentesco. 
 
 
10 “Fato Social Total – tudo neles se mistura, tudo o que constitui a vida propriamente social (...). Nesses fenômenos sociais 
“totais”, como nos propomos chamá-los, exprimem- se, ao mesmo tempo e de uma só vez, toda a espécie de instituições: 
religiosas, jurídicas, morais – estas políticas e fami-liais ao mesmo tempo; econômicas – supondo formas particulares de 
produção, ou antes, de prestação e de distribuição; sem contar os fenômenos morfológicos que manifestam essas instituições. 
Fonte: Mauss (1974a, p.41). 
11 (originalmente publicado em 1925, edição brasileira m 2004) 
 
14 
Seminário Temático IV
 Antropologia 
 
Observação 
Neste processo de explicação o sistema de parentesco é tratado como uma linguagem, 
como um sistema de símbolos cuja significação depende das relações que se 
estabelecem entre eles no interior do sistema. 
Nesse caminho a cultura encontra a sua explicação fundamental numa estrutura 
universal do espírito humano. 
Referências 
 SIQUEIRA, Euler David. Antropologia: uma introdução - Sistema de Universidade Aberta 
do Brasil, 2007 
 Mauss (1974a, p.41). O Ensaio sobre o Dádiva (originalmente publicado em 1925, edição 
brasileira m 2004). 
 LÉVI-STRAUSS, Claude - Antropologia estrutural. Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro, 
1970. 
 www.fflch.usp.\da\vagner\antropo.html 
 CARDOSO, Ruth - A aventura antropológica. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1986. 
 
 
 
 
 
15 
Seminário Temático IV
 Antropologia 
Aula 02: Identidade e Etnocentrismo 
Tópico 01: Identidade 
O tema da “identidade” veio ganhando espaço ao longo dos anos e a partir da década de 
setenta vem sendo considerado como tema central no campo de estudos das ciências humanas. Em áreas 
como a administração, a discussão e a problematização acerca da identidade, de sua construção, 
manutenção e reprodução, assim como dos processos de identificação, adquirem centralidade à medida 
que, diante do processo de globalização, passa-se a discutir cada vez mais a influência que o choque entre 
culturas distintas joga no processo de trabalho, de produção e de controle da mão-de-obra no interior das 
organizações. 
 
Reflexão 
A identidade, seja ela social, pessoal ou cultural, é sempre uma relação social construída 
com outros, jamais algo ou alguma coisa com a qual nascemos ou herdamos através de 
nossos genes. 
 
As instituições, grupos, espaços ou termos sociais aos quais nos vinculamos são fundamentais 
à constituição da pessoa social. É através dela que qualquer homem se percebe como pertencendo a algum 
grupo, sociedade, cultura ou território. Sentir-se parte do grupo, de uma comunidade, de uma sociedade e 
de uma cultura. Sentir-se integrado a outros sujeitos com os quais compartilham de uma mesma herança 
cultural, de um mesmo código simbólico, das mesmas idéias é fundamental a formação da identidade para 
qualquer pessoa. 
 
 
 
 
 
16 
Seminário Temático IV
 Antropologia 
 
Exemplo 
Ser brasileiro, mineiro, casado ou solteiro, negro ou branco, profissional liberal ou 
funcionário público, desempregado ou aposentado, hetero ou homossexual, nos informa 
o quanto a identidade pode ser construída através das mais diferentes vinculações. 
 
 
Reflexão 
Caro aluno, a identidade não é uma coisa, é uma relação. Não nascemos com uma 
identidade pronta, acabada e definitiva. Lenta e gradualmente, nossa identidade pessoal, 
social e cultural vai sendo constituída pela sociedade em que nascemos. Isso não é uma 
tarefa fácil.Muito ao contrário. Ela implica em tensões, problemas, ambigüidades, 
dúvidas e incertezas que se inserem na vida de todos nós. A identidade é construída 
através das relações sociais. 
 
Caro aluno, a diferença cultural é fundamental à construção da identidade. É somente quando 
me vejo diferente do outro que tenho consciência da alteridade e que sou identificado como sendo 
diferente dele, é assim que posso me identificar com aqueles que julgo meus semelhantes, por exemplo, 
enquanto que no Brasil a religião católica predomina, em países do Oriente Médio, como o Iran, o 
Islamismo é a religião predominante. 
 
Fórum 
De acordo com a visão de Cuche (1999), discuta as concepções objetivas e subjetivas 
em torno da identidade social. 
 
 
 
17 
Seminário Temático IV
 Antropologia 
Aula 02: Identidade e Etnocentrismo 
Tópico 02: Etnia e Identidade Étnica 
A identidade pode ser construída e articulada como norma ou regra de vinculação a partir de 
diversos termos ou aspectos tais como cor, gênero, cultura, nacionalidade, classe social, etnia, profissão, 
etc. Dentre esses termos, a etnia é o que nos interessa aqui, devido à sua importância na construção da 
identidade étnica ou etno-cultural. 
Nesse sentido, perguntamos primeiramente: o que é etnia? Uma das respostas possíveis, uma 
vez que há muitas em jogo, é a dada por Stuart Hall e por Roberto C. Oliveira, como segue no quadro 
abaixo. 
 
Parada Obrigatória 
Etnia exprime uma forma de interação entre grupos culturais articulados num contexto 
social comum – como observou corretamente Abner Cohen. E como étnico é um 
conceito relacional, uma relação, as populações nacionais transformam-se em etnias 
apenas quando interagem com grupos minoritários, passando a ser orientados por 
ideologias étnicas (ou raciais) e investindo-se em identidades sociais contrastantes, 
marcadas por símbolos étnicos (OLIVEIRA, 1976, p. 105). 
 
Etnia diz respeito a forma como os membros de um grupo compartilham aspectos culturais 
em comum, fruto de uma mesma tradição e organização sociais tendo sempre o outro como ponto 
contrastivo à construção da identidade étnica. 
 
Observação 
O importante para você, aluno, é enfatizar a dimensão cultural, a idéia de 
compartilhamento seja da língua, da religião, do sentimento de pertencimento, etc, e a 
oposição contrastiva ao outro. 
 
Segundo Roberto Cardoso de Oliveira, para entendermos o debate sobre o termo etnia, 
fenômeno social extremamente complexo, é preciso olhar para pelo menos três outros domínios: 
 
 
Olhando de Perto 
Assim, “Agregue-se o dado étnico a cada um desses aspectos, teremos a identidade 
étnica, o grupo étnico e o processo de articulação étnica” (OLIVEIRA, 1976, p. 11). 
 
18 
Seminário Temático IV
 Antropologia 
 
Já Barth concebe grupo étnico não como “unidade portadora de cultura” mas, sim, como um 
tipo organizacional. Em geral, grupo étnico designa uma população que para (BARTH apud OLIVEIRA, 
1971, p. 2): 
(BARTH apud OLIVEIRA, 1971, p. 2): 
- “Se perpetua principalmente por meios biológicos”; 
- “Compartilha valores culturais fundamentais, postos em prática em formas culturais num todo 
explícito”; 
- “Compõe um campo de comunicação e interação”; 
- “Tem um grupo de membros que se identifica e é identificado por outros como constituinte de 
uma categoria distinguível de outras categorias da mesma ordem”. 
 
 
Já Segundo Glaser apud Oliveira (1976, p. 31), a identificação étnica refere-se ao uso que 
uma pessoa faz de termos raciais, nacionais ou religiosos para se identificar e, desse modo, relacionar-se 
aos outros. 
Esperamos que você esteja compreendendo a lição. Conforme podemos observar, a 
identificação étnica diz respeito à forma como qualquer sujeito ou pessoa, lança mão de determinados 
termos tais como os culturais, políticos, raciais, religiosos, nacionais, etc., que estão ao seu dispor, com o 
objetivo de criar vínculos de identificação constrastiva e, assim, se opor a outros grupos ou coletividades 
sociais. 
É nesse sentido que Roberto Cardoso de Olveira enfatiza que “Melhor poderemos dar conta 
do processo de identificação étnica se elaborarmos a noção de identidade contrastiva” (OLIVEIRA, 
1976, p. 5). 
Identidade contrastiva 
Identidade contrastiva: parece se constituir na essência da identidade étnica, i.e., à base da qual esta se 
define. Implica a afirmação do nós diante dos outros. Quando uma pessoa ou grupo se afirmam como tais, 
o fazem como meio de diferenciação em relação a alguma pessoa ou grupo com que se defrontam. É uma 
identidade que surge por oposição. Ela não se afirma isoladamente. No caso da identidade étnica ela se 
afirma negando” a outra identidade, etnocentricamente por ela visualizada. Nesse sentido, o 
etnocentrismo,como sistema de representações, é a comprovação empírica da emergência da identidade 
étnica em seu estado mais “primitivo” – se assim podemos nos expressar. 
 
 
 
 
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 Antropologia 
Aula 02: Identidade e Etnocentrismo 
Tópico 03: Cultura e Identidade Nacional 
 
http://ricardo-pereira.zip.net/images/mapa.gif 
 
Cultura e Identidade Nacional estão umbilicalmente interligadas, pois, uma nos leva a 
compreensão da outra, ou seja, são conceitos que se complementam, logo, quando definimos nossa 
cultura estamos nos identificando num meio de tantas divergências religiosas, políticas, econômicas e etc. 
Sendo assim, uma cultura nacional de acordo com Hall (1999, p.58) existem três elementos 
fundamentais que constituem uma cultura nacional, conforme uma comunidade imaginada, são eles: 
 
È importante lembrar que não são apenas essas formas de constituição da cultura nacional na 
busca de nossa identificação nacional, o próprio nacionalismo influencia na construção de nossa 
identidade. 
 
Exemplo 
Por nós nascermos em um determinado país e desde criança fazermos bater no peito e 
dizermos que somos daquela nacionalidade trata-se de uma identificação nacional, que 
já esta internalizada em nós, ou seja, uma marca de nascença que independe de nossa 
vontade para nossa identificação. 
 
 
20 
Seminário Temático IV
 Antropologia 
 
Atividade de Portfólio 
Diante do que você entendeu sobre cultura e identidade nacional, relate quais as formas 
utilizadas no seu meio de convívio que fazem vocês construírem as suas identidades 
nacionais? Discorra, no mínino duas laudas sobre esse assunto e postem no seu 
Portfólio. 
 
 
 
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 Antropologia 
Aula 02: Identidade e Etnocentrismo 
Tópico 04: As Faces do Etnocentrismo: Etnocídio e Genocídio 
O Etnocentrismo é assunto bastante discutido na área da Antropologia, pois, há uma 
articulação direta com a identidade do ser humano. Segundo a Benedict o etnocentrismo implica em uma 
relação que ofusca a compreensão e o entendimento da cultura do outro. 
O etnocentrismo implica na centralidade determinado grupo atribui a si próprio quando 
confrontado com outro, logo, determinado grupo assume a posição de superioridade, a partir do momento 
que é comparado ao outro grupo, não deixando outra alternativa a esse grupo se não assumir a posição de 
inferioridade. 
Etnocídio e Genocídio 
O termo etnocentrismo trata-se de uma relação em que uma sociedade se torna como medida 
ou critério de excelência para julgar outras. Juntamente, com este termo estudaremos outro termo o 
Etnocídio, que muitas vezes nos faz confundir um com outro. 
 
 
 
 
Parada Obrigatória 
O etnocídio é termo recente na teoria antropológica, trata-se de um termo cultural criado 
através da etnologia para dar conta de uma classe de fenômenos sociais que a palavra 
genocídio não comportava. 
 
 
Observação 
Vale salientar, que etnocídio e genocídio não significam a mesma coisa. Segundo 
Clastres (1982, p.53) o termo genocídio remete a idéia de raça e ao desejo de extermínio 
de uma minoria racial, e o termo etnocídio acena não para a destruição física dos 
homens, mas para a destruição de sua cultura.Conforme o mesmo autor, enquanto o genocídio é a negação total do outro, pois não admite 
nenhum diálogo, simplesmente propõe a supressão de toda vida diferente, o etnocídio vislumbra a 
possibilidade de mudança. 
Sendo assim, o genocídio implica o racismo,construindo a idéia de uma raça superior a outra, 
enquanto etnocídio é a negação relativa do outro, ou seja, a destruição e/ou alteração da cultura que quer 
se negar a evolução. 
 
22 
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 Antropologia 
 
Fórum 
Caros Alunos procurem aprofundar seus conhecimentos sobre essa temática, discutindo, 
no Fórum da Aula 03, com seus colegas, o etnocentrismo nas organizações. 
Referências 
• SIQUEIRA, Euler David. Antropologia: uma introdução - Sistema de Universidade Aberta do Brasil, 
2007 
• http://pt.wikipedia.org/wiki/Genoc%C3%ADdio 
• Brasil, Lei nº 2.889, 1 de Outubro de 1956. Define e pune o crime de genocídio. 
 
 
 
 
23 
Seminário Temático IV
 Antropologia 
Aula 03: Cultura e organizações 
Tópico 01: Cultura e Organizações: uma introdução 
Como vimos durante a leitura da unidade 2 de nosso livro texto Antropologia: uma 
introdução, em nosso material de apoio, podemos dizer que cultura, apesar de ser uma palavra 
polissêmica é um conceito-chave para os estudos da antropologia, no sentido de ser uma forma de 
compreender, organizar, ordenar, mapear e classificar o mundo, assim como as pessoas e as coisas. 
 
Observação 
“Diz respeito à forma como os homens, diferentemente, sociedade por sociedade, em 
diferentes momentos históricos, ordenam e imprimem uma lógica singular ao mundo, 
dotando-o de significados os mais diversos”. (Siqueira, 2007) 
 
 
Muito bem. Porém agora poderíamos nos perguntar: O que a antropologia e seu mais 
importante conceito, cultura, tem a ver com a Administração? 
 
 
24 
Seminário Temático IV
 Antropologia 
 
 
 
Parada Obrigatória 
Sabemos que toda sociedade age influenciada por sua cultura e que se amoldam de 
acordo com as tradições, costumes, crenças, valores e regras aceitas pela maioria dos 
indivíduos que as integram. Assim também funcionam as organizações. São 
extremamente influenciadas pelas culturas e subculturas. 
 
É extremamente importante que os administradores entendam o que efetivamente influencia 
alguns tipos de comportamentos individuais e grupais. A antropologia e a sociologia sabem que muitas 
das ações humanas encontram respaldo na sua cultura e neste sentido já temos bastante pesquisas 
científicas que comprovam esta relação. Além de descreverem eventos e fenômenos ocorridos com base 
na cultura, os estudos sociológicos e antropológicos serviram de base para dar maior suporte aos estudos 
organizacionais. Portanto, não faz muito tempo que a aplicação destes conhecimentos aos estudos em 
Administração passou a ser conhecido pela disciplina que estuda a influência da cultura com foco nas 
organizações e normalmente com o objetivo de, uma vez adquirido o conhecimento das influências 
comportamentais e culturais nas empresas, se possa conduzir os processos de mudança de modo mais 
eficaz sem muitos conflitos e tensões. 
 
25 
Seminário Temático IV
 Antropologia 
 
Dica 
Existem milhares de estudos interessantes sobre cultura organizacional. Dentre eles 
gostaríamos de citar o trabalho dos cientistas Andrew Chan e Stewart Cleg da City 
University of Hong Kong e School of Management, University of Technology em 
Sidney, respectivamente, onde eles fazem uma retrospectiva histórica sobre cultura e 
estudos organizacionais. 
Alguns pontos interessantes deste estudo serão apresentados no nosso próximo tópico de nossa aula. 
 
 
 
26 
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 Antropologia 
Aula 03: Cultura e organizações 
Tópico 02: Antropologia, Cultura e Estudos Organizacionais 
O que veremos agora se trata de um passeio pelo trabalho de pesquisa dos cientistas Andrew 
Chan e Stewart Clegg da City University of Hong Kong e School of Management, University of 
Technology em Sidney (Chan e Clegg, 2002). 
Aspectos históricos sobre cultura organizacional e suas conseqüências: 
No princípio, os conceitos de Administração começaram a evoluir de acordo com 
interpretações antagônicas e muitos tomaram forma a partir de um desequilíbrio de forças políticas e 
relações de dominação. 
 
Exemplo 
Por exemplo, alguns teóricos importantes defendem até que a cultura frequentemente 
está centrada nos interesses da administração (nem sempre compartilhada por todos os 
empregados de uma empresa) no sentido de criar melhores condições. Tais condições 
favoráveis, podem gerar atitudes de comprometimento dos empregados para com os 
objetivos e valores que os gerentes normalmente negociam para suas organizações. 
 
Alguns autores detectaram em seus estudos que em determinado momento ocorreu de modo 
deliberado o surgimento de um tipo específico de valor psicológico social e cultura organizacional, 
chamado de “espírito do capitalismo”, cuja lógica organizacional estaria ligada a “ética protestante” no 
nível social. 
Nas décadas de 20 e 30 do século passado a questão cultural já era considerada 
implicitamente necessária aos estudos em vários campos e era considerada como um objeto de análise das 
ciências sociais. 
Existem ainda estudos sobre F. W. Taylor (1911) que apontam que uma de suas intenções era 
a de criar uma cultura singular e utilitária que pudesse minimizar a resistência dos empregados, a 
maximização da produtividade e dos lucros. Entretanto, outros estudiosos defendem que Taylor não teria 
focado de modo analítico e deliberado a cultura em si para alcançar seus objetivos. 
Entretanto sobre este aspecto, há estudos que apontam que a cultura organizacional pode em 
alguns casos ser desenvolvida no sentido de reduzir a subjetividade12 das relações informais e facilitar a 
administração. Como criadora de comportamentos e desempenhos pré-definidos, podemos citar algumas 
iniciativas modernas como: programas pós-qualidade total como Six Sigma muito popular no Japão, 
Ásia, EUA e inclusive no Brasil; os princípios do programa 5S; etc. 
Alguns autores chegam inclusive a defender que alguns desses programas têm o poder de 
criar determinadas culturas. Outros chegam a afirmar que em determinadas situações, o sujeito/seu corpo 
manifestam os efeitos de insistentes discursos regulatórios sobre hábitos e gestos, postura, fala e até 
sentimentos. Alguns desses programas são implementados não somente com o objetivo de melhor 
gerenciar o ambiente de trabalho, mas também com o objetivo de melhor controlar o comportamento dos 
funcionários. 
 
 
12 O que se deve pensar como verdadeiro sobre si mesmo, desenvolver “certa” perspectiva sobre o mundo, e até falar “certas” 
coisas sobre si mesmo. 
 
27 
Seminário Temático IV
 Antropologia 
 
Parada Obrigatória 
Sabemos, entretanto, que “governar almas” e “gerenciar” depende do reconhecimento 
de que tipo de pessoas somos, tanto no nível ideal como potencial. (Rose; Miller; 
Rose; 1989 in Chan e Clegg, (2002). 
 
No passado, as normas religiosas ensinadas nos estudos bíblicos de domingo, disseminadas 
pela Igreja e muitas vezes “assiduamente supervisionadas” nas comunidades industriais eram as que 
complementavam os duros regimes de disciplina organizacional no mercado de trabalho através de uma 
supervisão da produtividade bem como das relações morais entre os indivíduos. 
No final do século XIX, atravessando grande instabilidade social devido ao forte fluxo de 
imigrantes poloneses e irlandeses, as indústrias americanas passaram a ter muita dificuldade para manter a 
ordem e certo equilíbrio produtivo, já que com a expansão da economia, tinham que absorver essa mão-
de-obra estrangeira. As Igrejas se viram também com o mesmo problema no que se referia as relações 
entre fiéis. Algo teria que ser pensado estrategicamente para solucionar aquele caos aparente. 
Havia problemas sérios causados por diferenças culturais que envolviam acapela, a fé e o 
trabalho. Logo surgiram os “gerentes filantrópicos” que passaram a ensinar aos novos trabalhadores 
poloneses, os rudimentos tanto do idioma inglês como de sua cultura organizacional através de manuais 
com lições cuidadosamente elaboradas e subvencionadas pelas fábricas. Ali eram abordados de maneira 
excessivamente repetitivas os horários de trabalho e intervalos de descanso, a disciplina, a limpeza, tudo 
planejado para evitar qualquer tendência a resistência que os poloneses apresentavam nas fábricas diante 
do trabalho sempre duro e árduo. 
Somente por volta de 1939 foi que ficou clara a influência dos grupos no comportamento das 
pessoas em uma organização. Isto se deu com o experimento dos cientistas sociais Roethlisberger e 
Dickson na fábrica de Hawthorne. Neste momento descobriram que a maioria das variáveis que causavam 
impacto na produtividade, conseqüente do comportamento dos indivíduos, não teriam um caráter físico, 
mas social. Outros estudiosos chamaram este fenômeno de “a cultura do grupo”. 
 
Olhando de Perto 
Atualmente, mesmo nas organizações contemporâneas, pode-se perceber que o discurso 
sobre cultura representa um desejo da alta administração em fomentar a cooperação, a 
conformidade e o comprometimento. Isto ajuda a criar um clima com o qual se possa 
limitar a resistência humana no trabalho. 
 
Os avanços dos estudos em Administração têm ocorrido a partir de avaliações críticas de 
processos e práticas sociais que produzem conhecimento administrativo. Os conceitos de Administração 
têm assumido certas características porque eles têm sido objetos de toda uma variedade de esquemas 
mentais mais ou menos racionais. Estes esquemas têm dado forma à maneira que administradores e 
empregados entendem e assumem sua existência em prol de certos objetivos como: eficiência, harmonia e 
solidariedade no ambiente de trabalho. 
 
 
 
28 
Seminário Temático IV
 Antropologia 
Aula 03: Cultura e organizações 
Tópico 03: Conceitos e fundamentos de Cultura Organizacional 
A partir da compreensão antropológica sobre as definições e fundamentos de cultura, vale 
ressaltar nesse espaço as suas especificidades nas organizações, uma vez que o administrador precisará 
compreender os padrões de conduta e de valores implícitos pelas subculturas e tribos de costumes 
existentes nos espaços organizacionais. 
 
Parada Obrigatória 
Segundo os antropólogos, os padrões de cultura são reflexos não apenas de modelo de 
comportamento, mas de regras de um jogo atribuindo sentido às ações e posturas das 
pessoas refletindo ainda a força ideológica e dimensão de poder formal e informal. São 
orientações de delimitação da dominação. 
 
Outro elemento cultural a destacar são os signos culturais. Carregados de significados 
definem campos e zonas de poder dentro das empresas são formas de legitimação. Ou seja, até onde está 
validado a institucionalização hierárquica. 
Os mitos integram também uma categoria de sentidos indo desde a representação simbólica 
da família até a força épica dos objetivos organizacionais. 
Para isso, a organização através dos parâmetros organizacionais cria os chamados ritos que 
são atividades planejadas aos quais expressam os valores e necessidades organizacionais com o objetivo 
de integração de seus membros. 
 
Exemplo 
Têm-se : 
ritos de passagem : treinamento introdutório; 
ritos de degradação: demissão; 
ritos de integração: festas de natal e 
ritos de confirmação: seminários de integração. 
 
Outros símbolos devem ser considerados: gestos, artefatos, linguagem, critérios de escolhas 
dos grupos informais e seus personagens mais comuns (exemplo: quem é o padre, o xerife, o mocinho, o 
bandido, o barba azul, o degradado, o Zeus, o Hermes, a Afrodite, dentre outros). 
Existem ainda os níveis de identificação de cultura 
 1) 
Artefatos: qual o layout da empresa, como as pessoas se vestem, como é o ambiente em sua arquitetura, 
formas documentais e padrões de comportamento esperado. 
 2) 
Valores: são as idealizações ou racionalizações. O que a empresa espera e o que os membros acreditam 
que vivem. As razões e sentimentos reais ficam na maioria das vezes submersos no inconsciente. 
 
 
29 
Seminário Temático IV
 Antropologia 
 3) 
Premissas subjacentes: qual o conteúdo real pensado, sentido e vivido, pelos membros dos grupos. Quais 
os valores que são compartilhados e autorizados internamente pelos grupos. 
 
Não se pode esquecer que toda essa gama de signos é criada, transmitida e cristalizada através 
dos vários meios de comunicação formal e informal, constituindo assim o universo simbólico da 
organização. 
 
Exemplo 
Reuniões, telefonemas, escritos, rádio peão. 
 
Mapeando e diagnosticando a cultura organizacional 
Para que se desvende, ou tente-se mergulhar e compreender esse universo simbólico chamado 
cultura organizacional, há de se percorrer alguns passos fundamentais: 
Passos Fundamentais 
1 – Buscar responder questões chaves como: 
Qual a natureza e expressão do poder existente no ambiente organizacional? 
Qual a natureza real da organização? 
Qual o nível de desenvolvimento da natureza humana? 
Qual a qualidade das relações interpessoais? 
2 – Analisar os processos de: 
Socialização 
Interação 
Crenças 
Valores 
Metas 
Missão 
Visão 
Objetivos organizacionais 
3 – Recuperar em tempo: 
O histórico da organização 
Os incidentes críticos 
4 – Analisar os processos de comunicação formal e informal. 
5 – Definir as bases materiais do poder e os padrões de identidade organizacionais checando 
incongruências e pontos de intersecção. 
Todo esse trajeto deverá ser realizado por um consultor/pesquisador com uma visão multidisciplinar, 
capaz de utilizar técnicas investigativas que integrem: 
Observação 
Questionário 
Entrevistas 
Metodologia quantiqualitativa 
 
 
teste
Resaltar
teste
Llamada
Dúvida
 
30 
Seminário Temático IV
 Antropologia 
Com a minuciosa investigação e elucidação dos símbolos e práticas ritualísticas detectadas 
poder-se-á definir o grau de evolução da cultura existente e perspectivas de intervenção visando a 
melhoria, evolução e desenvolvimento organizacional. 
 
Dica 
Caberá ao administrador compreender, ler, interpretar e gerenciar essa cultura a fim de 
proceder de forma mais congruente seus processos decisórios e escolhas de caminhos 
sadios para a organização. 
 
 
Atividade de Portfólio 
Baseado na leitura da aula identifique os elementos que compõem o diagnóstico de 
cultura e analise sua importância para a atuação estratégica do administrador no tocante 
ao desenvolvimento organizacional. 
 
 
teste
Llamada
Será mesmo realizado? Pedir para esclarecer o enunciado.
 
31 
Seminário Temático IV
 Antropologia 
Aula 03: Cultura e organizações 
Tópico 04: Globalização, Cultura e Organizações 
Somos hoje as testemunhas de uma grande mutação da Humanidade. Momento de mudanças 
radicais e com uma velocidade sem precedentes, onde não há como voltar a trás, só restando às pessoas, 
adaptarem-se. 
Já vivemos num mundo praticamente sem fronteiras, onde já não há tantas barreiras para 
transferência de tecnologias, para o comércio, para as relações individuais e coletivas em escala global, 
etc. Se chegou a pensar que neste mundo de fronteiras difusas, as diferenças culturais iriam se acabar e o 
mundo todo seria como uma espécie de aldeia global. Esta previsão não se concretizou e parece que não 
caminharemos para essa realidade. As diferenças culturais parecem se agravar. Os interesses dos povos 
parecem estar mais conflitantes do que nunca. Pequenas áreas do planeta, em regiões desenvolvidas ainda 
estão divididas e preservam a ferro-e-fogo suas idéias, sua visão de mundo, suas crenças, sua língua, etc. 
 
Reflexão 
O que fazer então diante deste mundo sem fronteiras e ao mesmo tempo com diferenças 
marcantes? Como se conduzir, como executivos de empresas globais , e obter sucesso 
no alcance dos objetivos organizacionais se dependemos da capacidadede lidar com 
tanta complexidade? 
Aqui, mais uma vez a antropologia nos parece imprescindível. Se aliarmos os nossos 
conhecimentos antropológicos e nossas habilidades conceituais, humanas e técnicas, certamente 
obteremos sucesso no desempenho de nossa profissão. 
Senão vejamos 
Wood (2000) nos ensina que estudos sobre estratégia internacional têm revelado que conhecer melhor e 
respeitar a cultura onde se pretende operar pode representar uma vantagem competitiva significativa para 
a organização. Neste sentido, poderíamos dizer que existem três posturas possíveis de atuação de uma 
multinacional nos países onde opera. Certamente, você poderá optar e temos a certeza que depois de 
conhecer essas três possibilidades você não terá mais duvida de como agir como principal executivo de 
sua empresa em outro país. Vamos lá. 
 
 
 
32 
Seminário Temático IV
 Antropologia 
 
 
 
 
 
 
33 
Seminário Temático IV
 Antropologia 
Aula 03: Cultura e organizações 
Tópico 05: Empresas não são sistemas mecânicos, são orgânicos, são complexos 
A Teoria de Sistemas já nos advertia que as organizações são sistemas abertos onde existem 
fortes interações e interdependência entre seus elementos internos bem como externos, com o ambiente e 
com outras organizações. 
 
Olhando de Perto 
Por volta dos anos 60 e 70 as organizações passaram a ser vistas como uma “força-
motriz da modernidade” como explica Wood (2000). Mais ou menos no mesmo 
período, estudiosos da área passaram a se preocupar ainda mais com a característica de 
“caixa-preta” pouco compreendida devido à complexidade envolvida. 
 
Neste sentido, o Paradigma da Complexidade começa a ser estendido ao campo das ciências 
sociais, com o objetivo de lançar uma nova forma de olhar os sistemas complexos. Com o auxílio da 
literatura de divulgação científica começa pouco a pouco a se desfazer o mito da previsibilidade e 
controlabilidade que nutriam os pressupostos e direcionavam os esforços das teorias baseadas na 
dinâmica newtoniana. 
Especificamente na Administração, novos conceitos do Paradigma da Complexidade 
aparecem para atualizar nossa visão e nos proporcionar mais lucidez sobre o funcionamento das 
organizações. 
UUUmmm dddooosss cccooonnnccceeeiiitttooosss qqquuueee gggooossstttaaarrríííaaammmooosss dddeee rrreeessssssaaallltttaaarrr nnneeessstttaaa aaauuulllaaa 
 ééé ooo dddooosss sssiiisssttteeemmmaaasss cccooommmpppllleeexxxooosss aaadddaaappptttaaatttiiivvvooosss... 
Esses sistemas inicialmente foram observados na Biologia, e graças ao caráter de 
transdiciplinaridade de alguns conceitos, cada vez mais difundidos pela nova ciência, considera-se que as 
organizações estão num nível de complexidade elevada e apresentam as mesmas características dos 
sistemas orgânicos e por conseguinte já não deveria existir a probabilidade de darmos a essas mesmas 
organizações tratamento mecânico. 
Em relação ao campo da Antropologia, percebemos a postura e estilo multidisciplinares aos 
quais essa ciência contempla e exige do pesquisador. Dessa forma, sua percepção da realidade exige um 
olhar complexo sobre as manifestações comportamentais, culturais e sociais dos que fazem a organização. 
 
Observação 
Com isso cabe ao antropólogo ter em sua conduta científica a preocupação em 
considerar as organizações em análise sob o prisma não apenas da perspectiva 
sistêmica, mas dentro da ótica do Paradigma da Complexidade, onde residem elementos 
de compreensão que possibilitam o desvendar dos símbolos e interação entre os 
diversos artefatos, arquétipos e mitos organizacionais. 
 
Através do Paradigma Complexo, o caminhar lógico do administrador embasado em uma 
perspectiva antropológica poderá compreender a dinamicidade dos fenômenos culturais e padrões de 
conduta que permeiam o espaço organizacional elucidando suas contradições ideológicas, motivacionais, 
interativas e políticas. 
 
34 
Seminário Temático IV
 Antropologia 
O próprio processo de diagnóstico organizacional poderá clarificar, dentro dessa perspectiva, 
os sinais de estagnação e/ou bloqueio na possível evolução das empresas, bem como os significados e 
sentido antropológicos que facilitam seus processos de mudança de cultura e conseqüente caminhar da 
evolução orgânica e historicamente determinada. 
Com a visão antropológica do homem, podemos vê-lo como sujeito histórico, dinâmico, 
dotado de incoerências, semelhanças e diferenças individuais que refletem sua jornada evolutiva natural, e 
que em grupo torna-se um formador de tribos culturais, que irão refletir desejos, necessidades, objetivos 
que traduzem ou não conformidade estratégica com as expectativas da organização. 
 
Parada Obrigatória 
Assim, o administrador pautado nessa ciência deverá ler, mapear, e diagnosticar a 
fronteira dessa convergência de expectativas (grupos, pessoas e organização) e predizer 
as probabilidades de desenvolvimento e em que grau poderão acontecer. 
Com a visão da complexidade organizacional poder-se-á pelo menos criar estratégias de intervenção e 
mudanças mais claras, reais e coerentes com um retrato mais próximo da realidade vivida. 
Realidade vivida 
Como as organizações são feitas de homens e mulheres que são influenciados pela sua história, pela sua 
cultura, pelas suas diferenças, os administradores devem ter essa consciência e saber o quanto tais 
aspectos muitas vezes sutis e subjetivos, influenciam na produtividade e nos processos de mudança. 
Conhecer esta realidade não traz formas mais capazes de controlar as pessoas e seus comportamentos ou 
de fazer previsões sobre o resultado de nossas decisões, mas nos dá sabedoria para aceitar as flutuações 
de resultados e o fato de que nem tudo podemos controlar, além do reconhecimento de que tudo que 
existe de fato é turbulência, dinamismo, muito mais do que estabilidade ou equilíbrio, causado por essas 
diferenças individuais e grupais dentro das empresas. 
 
 
Manter as organizações operando dentro deste campo instável e acreditar que mesmo nos 
momento de caos aparente o sistema retornará à estágios próximos do equilíbrio, dependerá em grande 
medida do quanto conhecemos a natureza humana e aplicarmos estes conhecimentos no exercício da 
liderança funcionando como verdadeiros “atratores caóticos”, ou seja, os sistemas complexos em 
determinados momentos podem apresentar comportamentos imprevisíveis e caóticos e nestas situações o 
sistema passa a operar longe de seu equilíbrio dinâmico, porém não se desintegram devido à existência de 
“atratores caóticos ou estranhos”, força que tende a levar o sistema de volta à regiões próximas de seu 
equilíbrio. 
 
Exemplo 
Exemplo de um líder atuando como um atrator caótico: quando através de negociação, o 
líder consegue dissipar uma greve que estava causando uma situação de “caos” na 
organização. 
 
E tomando-se por base que as organizações complexas são sistemas adaptativos, podem a 
qualquer momento superar seus estágios evolutivos e caminhar rumo a perspectivas mais realistas, 
produtivas e competitivas. 
 
35 
Seminário Temático IV
 Antropologia 
 
Fórum 
Baseado na leitura da aula, o aluno deverá identificar os elementos que compõem o 
diagnóstico de cultura e analisar sua importância para a atuação estratégica do 
administrador. 
Referências 
Chan, A., Clegg, S. History, Culture and Organization Studies, Culture and Organization, Vol.8(4), 
pp.259-273, 2002. 
Fleury, M.T.L. at al. Cultura e Poder nas Organizações, São Paulo, Atlas, 1990. 
Pagès, M. O Poder das Organizações, São Paulo, Atlas, 1992. 
Schein, E. Psicologia Organizacional, São Paulo, Prentice Hall, 1990. 
Siqueira, E. Antropologia: uma introdução, Universidade Aberta do Brasil, 2007. 
Wood Jr.,T. Mudança Organizacional, São Paulo, Editora Atlas, 2000. 
 
 
 
teste
Llamada
O enunciado do fórum parece igual ao do anterior.
 
36 
Seminário Temático IV
 Antropologia 
Aula 04: Trabalho de Campo 
Tópico 01: O Trabalho de campo: Conceito,História e Objetivo 
A antropologia mudou as condições históricas para “fazer antropologia”, no momento em que 
se começou a fazer antropologia nas “sociedades complexas”. Sua metodologia não podia deixar de 
mudar, por essa razão se geraram novos modos de realizar o trabalho de campo. 
Mas tem uma característica que permanece: a importância fundamental do trabalho de campo 
na formação dos antropólogos. A experiência de campo se apresenta como uma instância, como uma 
possibilidade de uma fuga, como uma viagem até as margens do conhecido, como um ritual de passagem. 
 
Olhando de Perto 
Trata-se da conversão da desilusão, do tédio e do conhecimento vivido em que uma 
experiência de crescimento pessoal da qual se volta como antropólogo. É uma viagem 
iniciática. 
 
Neste sentido, os antropólogos seriam os tradutores de mundos, nas palavras de 
DaMatta(1978)13. 
Reafirma Laplantine que quando está no campo o etnógrafo coloca-se14. 
Dessa forma, na segunda metade do Século XIX sente-se a necessidade de um maior controle 
na coleta dos dados de campo com os quais se construíam as generalizações analíticas, porque até esse 
momento, a informação a respeito dos povos nativos provinha de relatos recolhidos por missionários, o 
que se podia denominar esse momento como o da antropologia de gabinete. 
 
Observação 
Naquele momento a profissionalização era incipiente, e a grande maioria dos membros 
dessas primeiras gerações de pesquisadores provinha de outras disciplinas; por essa 
razão, os dados a respeito dos costumes dos povos nativos ocupavam uma posição 
secundária nos seus relatórios. 
 
Assim em 1913, W.H.R. Rivers(1864-1922) preocupado com a metodologia da antropologia, 
propõe o método concreto, intensivo ou genealógico, que visava dar conta da estrutura da vida social que, 
se revelava na terminologia de parentesco. A característica de intensivo referia-se ao fato de que o 
antropólogo tinha que passar longos períodos vivendo com os nativos e, aprender a língua para evitar os 
problemas derivados das dificuldades da tradução cultural. Deste modo, Malinowski foi considerado 
 
 
13 A antropologia é aquela onde necessariamente se estabelece um ponto entre dois universos de significação, e tal ponte ou 
mediação é realizada como um mínimo de aparato institucional ou de instrumentos de mediação. 
14 O mais perto possível do que é vivido por homens de carne e osso, arriscando a perder em algum momento sua identidade e 
a não voltar totalmente ileso dessa experiência (LAPLANTINE,1989,p.151). 
 
37 
Seminário Temático IV
 Antropologia 
aquele que produziu a revolução metodológica que significou a passagem da varanda da missão para o 
centro da aldeia para assim participar da vida nativa(STOCKING,1983,p.93). 
Malinowski inventou, desse modo, a figura do trabalhador de campo, a do etnógrafo por 
excelência. Ele incorporou o processo de mudança que se manifestou na reafirmação da antropologia 
como ciência. Produziu uma espécie de manifesto metodológico, o qual busca não só explicar como o 
trabalho de campo deverá ser futuro, como também busca validar um novo método de pesquisa. 
 
Olhando de perto 
O etnógrafo que ele representa, busca a objetividade e se esforça por ter uma visão 
cientifica das coisas. Neste sentido, ele expressa que as vezes convém que o etnógrafo 
deixe de lado a câmera, o caderno e a caneta, e intervenha ele mesmo no que está 
ocorrendo(MALINOWSKI,1978,p.31). 
 
O grande problema que o autor Malinowski enfrenta na sua introdução, é o dilema da 
etnografia, é o de como convencer o leitor, ou de como fazer com que sua experiência desperte a mesma 
experiência no leitor. Esse mesmo autor, buscou um fazer consciente para os etnógrafos principiantes das 
dificuldades que tinham que enfrentar e assim legitimar o estilo do trabalho de campo. 
 
Parada obrigatória 
Apesar de Malinowski ser considerado como o pai do trabalho de campo, ou seja, o 
primeiro antropólogo de campo, ele não foi o primeiro a pensar a etnografia como o 
método de trabalho de campo. Ele é considerado, ainda, como um único que gerou uma 
autoconsciência de ser um renovador da disciplina ao criar a figura do etnógrafo 
profissional. Sistematizou a idéia do trabalho de campo e sistematizou a estratégia de 
reprodução da disciplina. 
 
Desta forma, com a prescrição malinowkiana de imersão no curso dos acontecimentos estava-
se instaurando uma matriz metodológica: 
 
 
Para esse autor, o antropólogo seria um observador que em algumas ocasiões participa, ou, 
participa observando e, em algumas ocasiões, permite participar. O trabalho de observação participante é 
um permanente movimento de aproximação e separação. Esse movimento de observação-participante se 
dá pela possibilidade de compartilhar, de vivenciar e de experimentar o mundo do outro. E dessa busca de 
compartilhar e de experimentar se coloca o problema do conhecimento etnográfico. Defende Malinowski 
que o antropólogo não pode desprender-se de sua própria persona para empreender uma busca da 
“objetividade e uma visão cientifica das coisas”. O elemento que se insinua no trabalho de campo é o 
sentimento e a emoção – os hóspedes não convidados da situação etnográfica. 
 
 
 
38 
Seminário Temático IV
 Antropologia 
 
Aula 04: Trabalho de Campo 
Tópico 02: Etnografia e Cultura Organizacional: Uma contribuição da antropologia 
à administração 
Este artigo discute as contribuições da antropologia à administração ao utilizar os conceitos 
básicos daquela disciplina em estudos organizacionais, a partir da análise do conhecimento produzido 
pelo método clássico, a etnografia, em uma abordagem interpretativa. Iniciando-se da identificação das 
diferenças entre as abordagens típicas da administração e da antropologia em relação ao conceito de 
cultura. 
 
Ajuda 
Trata de mostrar como o método etnográfico pode ser útil para uma interpretação 
minuciosa da dinâmica sociocultural em uma organização ou em parte dela, 
proporcionando um conhecimento mais aprofundado da atuação humana nesse contexto 
e um quadro mais realista dos desafios com os quais os administradores defrontam-se 
diariamente. 
 
Apesar da discussão em torno do tema tomar emprestado da antropologia conceitos básicos, o 
assunto é abordado pelos teóricos da administração com grande distância em relação ao enfoque 
antropológico. Não é de causar surpresa que a discussão sobre cultura organizacional tenha tomado um 
rumo mais pragmático, o que é característico de grande parte da pesquisa em administração. Relevante, é 
refletirmos sobre as possíveis contribuições da antropologia à administração. De que maneira a 
antropologia pode ajudar administradores em seus objetivos organizacionais, sem incorrer em desvios 
conceituais? Essa contribuição pode ser significativa se originada do próprio conhecimento e reflexão 
produzidos a partir de uma postura antropológica. 
 
Olhando de Perto 
Desta maneira, mostrar como o conhecimento produzido pela etnografia, método 
clássico de pesquisa em antropologia, pode ter um papel importante nessa reflexão 
parece ser um caminho produtivo, e como a pesquisa antropológica em organizações 
pode contribuir para o conhecimento mais abrangente da atuação do homem nesse 
contexto. Dessa forma, a etnografia é o método etnográfico, clássico na antropologia, é 
pouco utilizado em pesquisas sobre cultura organizacional, o que pode ter contribuído 
para o distanciamento das disciplinas e causado estranheza por parte de antropólogos, 
dos conceitos propagados no meio acadêmico da administração. 
 
A etnografia é considerada de importância central na produção do conhecimento 
antropológico e consiste na familiarização do pesquisador com a cultura estudada por meio da observação 
e de uma longa interação social com o grupo. A pesquisa etnográfica possibilita, desta maneira, uma 
interpretação da cultura de um grupo a partir da investigação de como seu sistema de significados 
culturaisestá organizado e de como influencia o comportamento grupal (GODOY,1995). A análise dos 
trabalhos em organizações que utilizam o método etnográfico demonstra o seu potencial de contribuição 
na concepção de soluções práticas para problemas organizacionais. 
Assim, a administração e a antropologia têm preocupações teóricas muito distintas. A 
administração é uma disciplina essencialmente prática, e seus temas de análise são, em sua maioria, 
 
39 
Seminário Temático IV
 Antropologia 
relacionados a variáveis encontradas dentro de organizações e que influenciam seus objetivos e 
resultados. Uma dessas variáveis, mais destacadas pelos pesquisadores é a cultura organizacional. Assim 
o conceito tende a ser analisado dentro da administração como um fator substantivo, cujas características 
que têm influência no desenvolvimento da organização devem ser controladas ou manipuladas para a 
maximização do sucesso do modelo administrativo. 
Portanto, a contribuição da antropologia à administração pode ser significativa se originada 
do próprio conhecimento e reflexão produzidos a partir de uma postura antropológica. O recurso à 
antropologia em teoria das organizações intensificou-se, nos últimos 20 anos, consolidando-a como mais 
uma das ciências humanas a fornecer subsídios à pesquisa em administração. 
 
Parada obrigatória 
Atualmente, diversos pesquisadores no campo dos estudos organizacionais destacam as 
vantagens do retorno ao referencial teórico-metodológico da antropologia nas 
investigações acerca da cultura organizacional. Chanlat(1994), destaca o fator humano 
nas organizações, a partir da premissa de que há um mundo próprio do homem nas 
organizações. 
 
 
Fórum 
Baseado na leitura das aulas, o aluno deverá identificar a contribuição da antropologia 
nas pesquisas acerca do fator humano nas organizações.

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