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Emanuelle Lara NEMATELMINTOS (gastrointestinais 1) 1. Ascaris Lumbricoides Doença: Ascaridíase – popularmente conhecido como “Lombriga” Sobre o parasito: - geohelminto - maior nematódeo intestinal - apresenta distribuição cosmopolita - dimorfismo sexual - macho menor que a fêmea - somente a fêmea infecta - apresenta ciclo pulmonar (para amadurecer as larvas de L3-L4 elas passam pelo pulmão, devido a alta demanda de oxigênio) Habitat no corpo humano: Intestino delgado - jejuno e íleo; apêndice; vias biliares e pancreáticas; traqueia ou brônquio; ouvido médio . Machos e fêmeas vivem juntos. Podem ficar presos à mucosa, devido aos fortes lábios, ou migrarem pela luz intestinal. Ciclo biológico: monoxeno 1- ovos contendo a larva L3 contaminam água e alimentos; 2- ingestão de alimentos contaminados com o ovo larvado; 3- passagem do ovo pelo estômago e a liberação da larva L3 no intestino delgado; 4- penetração das larvas na parede intestinal; 5- larvas carregadas pelo sistema porta até os pulmões; 6- larvas se transformam em L4 e rompem os capilares e caem nos alvéolos, se transformando posteriormente a L5; migram para faringe; 7- expulsão de larvas pela deglutição ou expectoração; 8- larvas atingem novamente o duodeno transformando em adultos; 9- eliminação dos ovos pelas fezes e contaminação do ambiente; Sintomas da doença: geralmente são assintomáticos, mas os sintomas podem aparecer de acordo com o órgão infectado. Porém os sintomas característicos da ascaridíase são: Emanuelle Lara - tosse seca - dor torácica - dor abdominal - diarreia - febre - falta de apetite - náuseas - perda de peso - vômito Quando há superinfecção os vermes adultos podem ser eliminados pela boca ou pelo ânus. Diagnóstico: Exame parasitológico (Hoffman/Kato-Katz/Faust) – presença de ovos nas fezes. Também pode ser feito por testes imunológicos ou exames de imagem. Profilaxia: - educação sanitária; - higiene pessoal; - saneamento básico; - higienização e preparação correta dos alimentos; Adultos de A. lumbricoides com dimorfismo sexual. O macho apresenta uma ponta curva e é menor que a fêmea. Ovo fértil não-larvado Ovo fértil larvado Identificação: presença da membrana mamilonada em ovos viáveis (um ovo Emanuelle Lara pode ser viável e não apresentar membrana mamilonada, mas sim decorticada). 2. Trichuris Trichiura Doença: Tricuríase – popularmente conhecida como “Verme do Chicote” Morfologia do parasito: - geohelminto - dimorfismo sexual - apresenta distribuição cosmopolita - dimorfismo sexual - macho menor que a fêmea - regiões com o clima úmido e quente - doença de transmissão fecal-oral - não faz ciclo pulmonar Habitat no corpo humano: intestino grosso. Ciclo biológico: monoxêno 1- contaminação por meio de solo infectado (contato mão-solo) ou ingestão por alimentos mal lavados; 2- ovos do parasito vão até o intestino delgado, onde eclodem e liberam as larvas; 3- larvas se tornam vermes adultos, migrando para o intestino grosso, habitando definitivamente; pode ficar lá por +/- 5 anos; 4- macho e fêmea se reproduz e a fêmea ovoposita; seus ovos caem nas fezes; Sintomas da doença: em geral, somente os indivíduos com grande infestação de larvas no intestino apresentam sintomas, nesses casos os sintomas são: - diarreia crônica que pode ou não vir acompanhada de muco ou sangue - distensão abdominal - enjoo - perda de peso - flatulência - anemia - baqueteamento digital (alargamento da ponta dos dedos e da unha) - prolapso retal – casos mais graves (geralmente em crianças, onde os vermes estão aderidos a mucosa do reto) Emanuelle Lara Diagnóstico: exame parasitológico de fezes, se da pela presença de ovos nas fezes – Hoffman. Pode-se também em alguns casos, a realização de uma colonoscopia devido aos vermes serem facilmente encontrados aderidos a mucosa do intestino grosso. Profilaxia: - tratamento do solo; - educação sanitária; - higiene pessoal; - saneamento básico; - higienização e preparação correta dos alimentos; Adultos de T. trichuira com dimorfismo sexual. O macho (direita) apresenta uma ponta curva e é menor que a fêmea. Ovo de T. trichuira Identificação: presença de dois opérculos. 3. Enterobius vermicularis Doença: Enterobíase – popularmente conhecida como “Oxiuríase/Tuxina” Sobre o parasito: - helminto (NÃO é geohelminto) - dimorfismo sexual - macho é eliminado com as fezes - fêmea oviposita geralmente a noite, não retorna e morre no local - doença de transmissão fecal-oral Habitat no corpo humano: ceco, intestino grosso e apêndice. – podem ser encontrados na região perianal, e nas mulheres na vagina, útero e bexiga. Emanuelle Lara Ciclo biológico: monóxeno 1- ovos ingeridos pelo ser humano de diversas maneiras; são elas: autoinfecção: mão contaminada é levada a boca. retroinfecção: vermes novos entram pelo ânus e vão em direção ao seco; heteroinfecção: mãos contaminadas de quem porta a doença e passa para outro, encostando as mãos e etc. 2- larvas rabiditóides eclodem no intestino delgado, sofrendo duas metamorfoses e depois indo em direção ao ceco, onde se transformam em adultos; 3- femeas vão para a região perianal, onde ovipositam; Sintomas da doença: algumas pessoas não apresentam sintomas, apresenta somente quando acontece a retroinfecção ocorrendo então uma grande quantidade de vermes no intestino. Os sinromas são: - coceira na região anal e vagina - insônia - irritabilidade e agitação - dor abdominal intermitente - náuseas - diarreia - baixo rendimento escolar (devido a grande coceira e não conseguir dormir a noite) Diagnóstico: método de Graham (se usa uma fita adesiva na pele ao redor do ânus para que os ovos localizados nesta região adiram à fita. Estes ovos, então, são colocados sobre uma lâmina de vidro e visualizados sob um microscópio.) o material recolhido de unhas de crianças também podem conter ovos do parasita. Profilaxia: a contaminação de pessoas na mesma casa é extremamente comum. Portanto, - hábitos de higiene corporal; - limpeza frequente de roupas íntimas, toalhas e lençóis; Emanuelle Lara Adulto de E. vermicularis fêmea. Identificação: presença de asa cefálica e bulbo. Ovo de E. vermicularis Identificação: ovo convexo. 4. Ancylostoma duodenale e Necator americanus Doença: Ancilostomíase – popularmente conhecida como “Amarelão” a doença do “Jeca-tatu” Sobre o parasito: - são Ancylostomatidae, ou Ancilostomídeos - apresentam dimorfismo sexual - macho menor do que a fêmea - apresentam ciclo pulmonar - apresentam larvafilarioide e rabiditoide no seu ciclo biológico - apresentam uma cápsula bucal permitindo os vermes a aderirem ao intestino, pois dilaceram a mucosa intestinal - além de parasitar os humanos, tem espécies (Ancylostoma caninum e Ancylostoma braziliensis) que parasitam cães e gatos pois não conseguem completar sua evolução na espécie humana PORÉM essas espécies podem invadir a pele humana e ficarem lá por algum tempo abrindo tuneis na epiderme e produzindo uma dermatite conhecida como “bicho-geográfico” Habitat no corpo humano: luz do intestino delgado fixados à mucosa, sugando o sangue. Emanuelle Lara Ciclo biológico: monoxeno 1- ovos são depositados no solo e eclodem, liberando as larvas rabiditoides (L1), onde permanecem vivas e se alimentam e crescem até virarem larvas filarioides (L3) que são infectantes; 2- as larvas filarioides são infectantes, ou seja, são elas que vão penetrar na pele do ser humano; 3- após as larvas filarioides penetrarem na pele vão pela circulação até os pulmões; 4- depois do fim do ciclo pulmonar as larvas filarioides são deglutidas e vão até o intestino, aonde viram vermes adultos. 5- os vermes adultos fixam a mucosa com sua cápsula bucal 6- machos e fêmeas se reproduzem e a fêmea começa a ovipositar. OBSERVAÇÕES DO CICLO BIOLÓGICO: nem todas as larvas filarioides fazem o ciclo pulmonar, podendo invadir outros tecidos e entrar em estado de dormência que podem durar meses. Após esse período as larvas migram para o intestino onde se tornam vermes adultos. Diagnóstico: exame parasitológico de fezes, se da pela presença de ovos nas fezes – Hoffman/Faust ou Baermann/Rugai para identificar as larvas Sintomas: a infecção é frequentemente assintomática, porém no local da infecção (onde a larva filarioide entra em contato com a pele) ocorre uma inflamação pruriginosa. Além disso são observados: - tosse frequente (devido a passagem das larvas pelos pulmões, pode ocasionar Síndrome de Loffler) Na fase aguda tem-se: - dor epigástrica - anorexia - flatulência - diarreia - perda de peso Na fase crônica tem-se: - anemia por deficiência de ferro - palidez - dispneia - fraqueza - taquicardia - cansaço - edema periférico Emanuelle Lara - perda de sangue crônica podendo causar anemia grave, insuficiência cardíaca e em gestantes retardo do feto. Profilaxia: - educação sanitária; - uso de calçados evitando o contato direto do solo com a pele; Adulto cápsula bucal de um A. duodenale. Identificação: presença de dentes. Adulto cápsula bucal de um N. americanus. Identificação: presença de lâminas ou placas cortantes. Dimorfismo sexual de ambas as espécies. Do lado esquerdo é a extremidade posterior de um macho (presença de espículos). Do lado direito é a extremidade posterior de uma fêmea. Ovo de ancilostomídeos. Identificação: membrana fina e presença de blastômeros. Emanuelle Lara 5. Strongyloides stercoralis Doença: Estrongiloidíase Sobre o parasito: - apresenta dimorfismo sexual - tem larva rabiditoide e filarioide - a fêmea pode ter vida livre ou ser partenogenética - pode infectar o ser humano, cão, gato e macaco - apresenta ciclo pulmonar Habitat no ser humano: intestino delgado - criptas das mucosas do duodeno e porção superior do jejuno Ciclo biológico: monoxeno 1- os ovos são depositados no solo e eclodem, liberando larvas rabiditoides, onde o ser humano entra em contato – também pode ser ingeridos alimentos e água contaminada com ovos de S. stercoralis, contaminação por via oral; 2- as larvas filarioides penetram na pele e iniciam o ciclo pulmonar; 3- após o ciclo pulmonar são deglutidas as larvas amadurecem exclusivamente para a forma fêmea adulta, onde ovipositam no intestino, e larvas os ovos larvados são excretadas junto com as fezes, mas NEM TODAS as larvas são excretadas nas fezes. OBSERVAÇÕES DO CICLO BIOLÓGICO: as larvas liberadas no meio ambiente podem evoluir e se transformarem em adultos machos e fêmeas, podendo contaminar outras pessoas. Pode haver também a auto-infeçção, onde as larvas que não foram excretadas penetram na mucosa do cólon e retornam a circulação sanguínea, indo em direção aos pulmões e refazendo o ciclo. Em pacientes com sistema imunológico intacto, esse ciclo de auto-infecção é limitado. Todavia, se o paciente for imunodeprimido, pode haver processo de auto-infecções maciças, provocando um quadro de hiperinfecção pelo Strongyloides stercoralis e estrongiloidíase disseminada (onde o verme consegue submeter órgãos extra- intestinais – todos os órgãos e tecidos podem ser invadidos). Diagnóstico: Rugai/Baermann, que encontram as larvas. Sintomas: a maioria dos pacientes se apresenta assintomático, porém, quando há sintomas são: - dor abdominal acompanhada ou não de vômitos Emanuelle Lara - enjoo - diarreia - perda de apetite - lesões no local da penetração - tosse frequente (devido a passagem das larvas pelos pulmões, pode ocasionar Síndrome de Loffler) Em pacientes imunodeficientes pode apresentar hiperinfecção e ser fatal. Profilaxia: - higiene pessoal - uso de calçados - higiene alimentar Larva rabiditoide de S. stercoralis. Identificação: extremidade posterior cauda ponteaguda. Larva filarioide de S. stercoralis Identificação: extremidade posterior cauda com duas pontas. Emanuelle Lara CESTÓDEOS (gastrointestinais 3) 6. Taenia saginata e Taenia solium Doença: Teníase – popularmente conhecida como “solitária” Sobre o parasito: - não apresenta dimorfismo sexual, é hermafrodita - tem hospedeiro definitivo e intermediário - tem eliminações de proglotes e apresenta anel grávido com muitas ramificações - T. saginata: - hospedeiro intermediário é o boi - anéis grávidos são dicotômicas e apresentam muitas ramificações - forma larvária Cisticercus bovis - NÃO possui ganchos no escolex, apenas ventosas - T. solium: - hospedeiro intermediário é o porco - anéis grávidos são dendríticas ou arborescentes e apresentam poucas ramificações - forma larvária Cisticercus celulose - POSSUI ganchos no escolex além das ventosas - pode causar a NEUROCISTICERCOSE – doença em que o cisticerco vai parar no cérebro. Habitat no ser humano: intestino delgado Ciclo biológico: heteroxeno 1- a ingestão de vegetação contaminada por ovos ou proglotes pelo hospedeiro intermediário inicia o ciclo. O cisticerco pode permanecer no animal por anos; 2- o ser humano ingere a carne crua ou mal passada do animal com cisticerco; 3- cisticerco se desenvolve no intestino do ser humano até se tornar um verme adulto e eliminar proglotes ou cisticercos. CISTICESROSE: ingestão de ovos da larva Emanuelle Lara Diagnóstico: o diagnóstico é feito muitas vezes pela eliminação de proglotes nas roupas íntimas do paciente. – exame parasitológico pesquisa de proglotes nas fezes (método de Hoffman e Graham). Emcasos de suspeita de cisticercose exames de imagem. Sintomas: geralmente são assintomáticas, mas podem apresentar: - dores abdominais - anorexia - diarreia - enjoo - irritação - fadiga - fraqueza Em cisticercoses: - dor de cabeça - convulsões - confusão - cegueira - fraquesa -paralisia Profilaxia: - saneamento básico - cozimento adequado da carne - educação sanitária - fiscalização da carne Ovo de Taenia sp. Identificação: embrião hexacampo. 7. Hymenolepis nana Doença: Himenolepíase – popularmente conhecida como “tênia anã”. Sobre o parasito: - apresenta escólex com ventosas, ganchos e um rosto- retratil - comumente não apresentam hospedeiro intermediário mas, podem em alguns casos podem apresentar alguns insetos como hospedeiros intermediários Emanuelle Lara - não apresenta dimorfismo sexual, é hermafroditae - tem larva cisticercóide - tanto o ser humano quanto os roedores podem ser infectados Habitat no ser humano: intestino delgado – principalmente jejuno e íleo Ciclo biológico: monoxeno ou heteroxeno Monoxeno: 1- o homem ingere os ovos embrionados a partir de alimentos ou água contaminada; 2- após os ovos chegarem ao estômago, eles são semi-digeridos pelo suco gástrico e após chegarem ao intestino oncosferas são liberadas; 3- as oncosferas liberadas penetram nas vilosidades e se transformam em sua forma infectante – as larvas cisticercoides; 4- larvas retornam para o lúmem do intestino e se fixam lá; 5- no intestino as larvas passam pela maturação e começam a liberar proglotides grávidas; Heteroxeno: 1- o inseto ingere os ovos (hospedeiro intermediário); 2- dentro do inseto ocorre a transformação do embrião em larva cisticercoide; 3- o homem ou roedores podem se infectar a partir da ingestão acidental do inseto; (meio de infecção mais sério devido a carga parasitária ser maior) Diagnóstico: exame parasitológico de fezes, se da pela presença de ovos nas fezes – Hoffman e Faust. O exame parasitológico de fezes pode dar negativo, porque ainda tem parasitas mas os proglotes não se romperam. Por isso, deve-se repetir o exame depois de 2 semanas. Sintomas: as infecções moderadas são assintomáticas; em crianças os sintomas são: - anorexia - perda de peso - inquietação - prurido - eosinofilia variável Casos mais graves produzem um estado toxêmico. Emanuelle Lara Profilaxia: - higiene pessoal; - saneamento básico; - uso de aspirador de pó; - tratamento precoce dos doentes; - combate aos insetos no ambiente doméstico; Adulto de H. nana; Identificação: rosto retrátil Ovo de H. nana. Identificação: forma elíptica; casca formada por duas membranas e a presença de dois mamelões. TREMATÓDEOS (gastrointestinais 2) 8. Schistosoma mansoni Emanuelle Lara Doença: esquistossomose – popularmente conhecida como “Barriga d’agua” Sobre o parasito: - apresenta dimorfismo sexual - fêmea necessita ficar grudada no macho pelo canal ginecóforo para sua maturação, porém tem vida livre longe disso - apresenta ventosa oral e ventral - trematódeo sanguíneo - no seu ciclo apresenta larva, cercaria e miracidio - tem hospedeiro intermediário – caramujos. Biomphalaria glabrata (o melhor pois tem ampla distribuição geográfica), Biomphalaria tenagophila e Biomphalaria straminea. Habitat no ser humano: região intra-hepática (isso pode interromper a circulação e causar barriga d’agua) Ciclo biológico: heteroxeno 1- os ovos do S. mansoni entram em contato com a água e eclodem, liberando os miracídios; 2- os miracídios penetram nos tecidos dos caramujos Biomphalaria spp. 3- ocorre o esporocisto em caramujos; 4- cercarias são liberadas pelo caramujo na água e ficam nadando até encontrarem o ser humano; 5- cercarias penetram na pele do ser humano e durante essa penetração as cercarias perdem a cauda e viram esquistossomulos; 6- os esquistossomulos migram para região intra-hepatica para o amadurecimento da forma adulta; 7- macho e fêmea vão para as veias mesentéricas do intestino, depositando os ovos que saem nas fezes; Diagnóstico: exame parasitológico de fezes, se da pela presença de ovos nas fezes – Hoffman e Kato-Katz. Pode-se também fazer uma biópsia ou raspagem da mucosa retal, além do diagnóstico por imagem. Sintomas: a maioria dos pacientes são assintomáticos e essa doença se divide em fase aguda e crônica. Na fase crônica os sintomas são: - febre - dor de cabeça - calafrio - suor - fraqueza Emanuelle Lara - perda de apetite - dor muscular - tosse - diarreia Na fase aguda os sintomas são: - tontura - sensação de plenitude gástrica - prurido - palpitações - impotência - emagrecimento - endurecimento e aumento do fígado Em casos mais graves o estado geral do paciente piora bastante, com emagrecimento, fraqueza acentuada e aumento do volume do abdômen, conhecido popularmente como barriga d’água. Profilaxia: - educação sanitária; - saneamento básico; - controle dos hospedeiros intermediários; Larva do S. mansoni: cercaria. Identificação: cauda bifurcada. Ovo de S. mansoni. Identificação: esporão lateral. Emanuelle Lara Adulto de S. mansoni. Identificação: fêmea unida no macho pelo canal ginecófero. 9. Whuchereria bancrofti Doença: Filariose – popularmente conhecida como “Elefantíase” Sobre o parasito: - apresenta dimorfismo sexual - fêmea é maior que o macho - tem uma microfilária - apresenta hospedeiro intermediário – inseto Culex quinquefasciatus Habitat no ser humano: vasos e glânglios linfáticos Ciclo biológico: heteróxeno 1- o inseto pica para alimentar-se de sangue e depositam as larvas; 2- as larvas amadurecem no sistema linfático; 3- as larvas adultas produzem as microfilarias encapsuladas que andam por vasos linfáticos e sanguíneos 4- o inseto pica o homem para alimentar-se de sangue novamente e as filarias se desprendem da cápsula, penetrando no estômago do inseto e migram para os músculos toraxicos; Emanuelle Lara 5- ocorre o crescimento de larvas L1 a L3 e elas migram para a cabeça e probóxide do inseto; Diagnóstico: feito a noite pelo método da gota espessa; pode também ser feito um diagnóstico por imagem; Sintomas: normalmente são assintomáticos, porém, os que apresentam sintomas são: - pode haver inflamação (linfangites e adenites) - derramamento de linfa e hipersensibilidade - febre ao entardecer, com pico no início da madrugada - edema de membros, com ou sem espessamento pronunciado da pele - elefantíase consiste na obstrução linfática pela presença dos vermes adultos (irreversível) após 10-15 anos de infecção. Profilaxia: - combate ao vetor; - saneamento básico; - educação sanitária; - administração em massa do medicamento; Adulto de W. bancrofti. Identidicação: bainha e a presença de hemácias devido ao esfregaço. 10. Onchocerca volvulus Doença: Oncocercose – popularmente conhecida como “Mal do garimpeiro”ou “Cegueira dos rios” Sobre o parasito: - tem como hospedeiro intermediário o Simulium spp. (borrachudo) Habitat no corpo humano: tecido conjuntivo e subcutâneo Emanuelle Lara Ciclo biológico: heteroxeno 1- o Simulium spp. se alimenta de sangue e deposita as larvas; 2- passa pelos tecidos subcutâneos onde os adultos amadurecem; 3- as microfilarias sem bainhas são produzidas e ficam na pele e vasos linfáticos; 4- o mosquito se alimentea de sangue novamente e ingere a microfilaria; 5- as microfilarias penetram no intestino e depois nos músculos do tórax do simulium; 6- acontece a muda de larva L1 a L3 eela migra pra cabeça do mosquito; Diagnóstico: Os nódulos de parasitas adultos são palpáveis e podem ser identificados por exames de imagem (Tomografia computadorizada ou ecografia) ou por análise microscópica de amostra de biópsia, sendo este o diagnóstico principal da Oncocercose. As microfilárias são detectadas em biópsias da pele e também podem ser vistas diretamente pela observação do fundo do olho com um oftalmoscópio. Existe ainda uma técnica de detecção do DNA do parasita por PCR. Sintomas: os sintomas começam a aparecer cerca de um ano depois. São eles: - prurido (coceira); - exantemas cutâneos (erupção na pele); - perda de elasticidade da pele; - pápulas; - áreas da pele com despigmentação; - febre Profilaxia: - combate ao vetor; - saúde e educação; - tratamento dos indivíduos e coletivo pelo uso de ivermectina Emanuelle Lara PROTOZOÁRIOS (gastrointestinais 4) 11. Giardia duodenalis Doença: Giardíase – popularmente conhecida como “Diarréia dos viajantes” Sobre o parasito: - possui a fase de cisto e trofozoíto - transmissão fecal-oral - reprodução assexuada por divisão binária - o cisto apresente resistência e é responsável pelo sucesso da Giardia - o sexo também é uma forma de contaminação - é uma zoonose - com a mudança de pH o trofozoíto muda para cisto Habitat no ser humano: intestino delgado Ciclo biológico: monoxeno 1- ingestão de água e alimentos contaminados; 2- após a ingestão do cisto, no intestino delgado ele se transforma em trofozoíto; 3- quando chega no intestino grosso o parasito se transforma novamente em cisto para sair nas fezes, porém é possível ter o trofozoíto em fezes também. Emanuelle Lara Diagnóstico: em fezes sólidas é possível encontrar somente o cisto, já em fezes diarreicas é possível encontrar tanto o cisto quanto o trofozoíto. É feito por meio da técnica de Hoffman hematoxilina-ferrica (evidenciando o trofozoíto) e Faust (evidenciando o cisto) Sintomas: a maioria é assintomático mas aqueles que apresentam sintomas são: - diarreia esteatorreia (gordurenta e com cheiro ácido) - cólicas - flatulência -náuseas e vômitos - emagrecimento Profilaxia: - educação sanitária - saneamento básico - higienização pessoal Trofozoíto de G. duodenalis Identificação: flagelos Ovo de G. duodenalis Identificação: núcelos Emanuelle Lara 12. Amebas: Entamoeba spp. (E. coli, E. hartmanni, E.histolytica/dispar), Endolimax nana e Iodameba butschlii Doença: Amebíase – popularmente conhecida como “Desinteria” Sobre o parasito: - a única ameba relacionada a patologia é a E. histolytica/dispar, que são morfologicamente equivalentes - reprodução assexuada - pode infectar gatos, coelhos, ratos e primatas - apresenta cisto e trofozoíto - cisto: é a forma infectante e de diagnóstico; apresenta grande resistência - trofozoíto: faz a reprodução, nutrição e também é uma forma de diagnóstico pois os trofozoítos estão presentes em fezes diarreicas. - cisto → trofozoíto, de acordo com o pH Habitat no ser humano: intestino grosso Ciclo biológico: monoxeno, fecal- oral 1- ingestão dos cistos maduros em água e solos contaminados; 2- no intestino delgado acontece a fase metacística em que o cisto da origem ao trofozoíto (cada núcleo do cisto da origem a dois trofozoítos); 3- os trofozoítos podem invadir tecidos e causar destruição (apenas em E. histolytica) 4- no intestino grosso os trofozoítos se dividem e se transformam em cistos devido à variação do pH, fazendo assim com que a pessoa evacue os cistos. Diagnóstico: Faust (fezes sólidas – cistos), esfregaço (fezes diarreicas – trofozoíto) e sorológico (encontra o trofozoíto). Sintomas: a maioria das pessoas é assintomática. 90% das infecções são de E. dispar por não apresentarem sintomas. Mas os que apresentam (infectados por E. histolytica) pois ocorre invasão tecidual, são: - desinteria aguda - fezes líquidas com muco e sangue - febre Emanuelle Lara Profilaxia: pensamento sobre conduta higiênica; Cistos de E. coli Identificação: muitos núcleos (1-8) Trofozoítos de E. coli Identificação: núcleo com cariossoma excêntrico (mais nas bordas) Cisto de E.histolytica/dispar Identificação: poucos núcleos (1-4) e corpo cromatóide. Trofozoíto de E. histolytica/dispar Identificação: núcleo com cariossoma central Cisto de Iodameba butschlli Identificação: vacúolo de glicogênio Emanuelle Lara 13. Cryptosporidium spp. Doença: Criptosporidiose Sobre o parasito: - parasito intracelular extracitoplasmatico - zoonose - também tem transmissão sexual - tem +40 espécies, porem as comuns no homem são: C. parvun, C. hominis e C. meleagredis. - se reproduzem em células epiteliais do intestino delgado (reprodução sexuada) - tem reprodução assexuada também - tem autoinfecção - são resistentes aos desinfetantes - apresentam apicomplexo (róptrias, micronemas e anel polar) para facilitar a penetração intracelular - apresenta oocisto (forma de infecção e diagnóstico) Habitat no ser humano: íleo – intestino delgado Ciclo biológico: monoxeno 1- ingestão do oocisto esporulado em alimentos, água contaminada, piscinas... 2- o oocisto é suscetível a bile, portanto ele abre e libera os 4 esporozoítos que penetram nas células; 3- os esporozoítos vão se diferencias em trofozoítos; 4- os trofozoítos se diferenciam em merontes do tipo I; 5- inicia-se o ciclo assexuado: os merontes do tipo I saem da célula 2x e invadem outras células para liberarem um merozoíto que irá se transformar em meronte tipo II; 6- inicia-se o ciclo sexuado: o meronte tipo II libera os merozoítos que irão se diferenciar em gametas – macrogametas e microgametas. Os microgametas liberal o microgametocito e o macrogameta transforma em zigoto; 5- origina o oocisto que pode ter dois caminhos, quando tem uma membrana fina fazem novamente a auto-infecção e quando tem uma membrana grossa saem e vão para o ambiente; Diagnóstico: esfregaço + coloraçãode Ziehl-Neelsen; a amostra é concentrada na presença de sacarose porque aí o oocisto sobe. A fucsina cora o oocisto. Sintomas: - dor de cabeça - febre Emanuelle Lara - diarreia - diarreia potencializada – pode levar a morte Profilaxia: - ferver e filtrar a água; - saneamento básico; - higiene pessoal e de alimentos; Oocisto de Cryptosporidium spp. 14. Trichomonas vaginalis Doença: Tricomoníase Sobre o parasito: - é uma DST - reprodução assexuada - é flagelado - homens e mulheres podem contrair - apenas uma forma evolutiva: trofozoíto - período reprodutivo da mulher é favorável a infecção - pode causar descamação do útero – infertilidade - pode ter transmissão pelo parto Habitat no ser humano: vagina, uretra e próstata. Ciclo biológico: monoxeno – transmissão sexual. Emanuelle Lara Diagnóstico: para MULHER: esfregaço do muco vaginal (com característica bolhosa, esbranquiçado, cremoso e bolhoso); para HOMEM: sêmen (apresenta dor ao urinar, prurido) Trofozoíto de T.vaginalis Identificação: membrana ondulante 15. Plasmodium sp. Doença: Malária – popularmente conhecida como “Febre Amarela” Sobre o parasito: - a doença é transmitida pelo mosquito do gênero Anopheles - existem várias espécies de plasmodium, porém as que parasitam o homem são P. falciparum, P. vivax e P. malarie - tem apicomplexo - acontece ruptura das hemácias Habitat no ser humano: dentro de células sanguíneas Ciclo biológico: heteroxeno Apresenta 3 ciclos: 1- Ciclo pré-eritrócito: a fêmea do Anopheles inocula os esporozoítos direto na circulação sanguínea através do repasso sanguíneo, que vão até o fígado. No fígado, os esporozoítos invadem os hepatócitos através do complexo apical, e lá eles se desenvolvem. Os esporozoítos se transforma em trofozoítos pré-eritrócitos e o núcleo desse trofozoíto começa a se dividir várias vezes de forma assexuada, resultando no esquizonte. O esquizonte se rompe e são liberados os merozoítos. 2- Ciclo eritrocítico (fases febris): cada merozoíto infecta uma hemácia, e no interior dela o merozoíto irá se transformar em trofozoíto imaturo e depois Emanuelle Lara em maduro. – eles podem continuar sendo trofozoítos jovens, que ai irão dar origem aos gametócitos. O núcleo do trofozoíto madura começa a se dividir de forma assexuada, resultando no esquizonte. O esquizonte se rompe e irá liberar merozoítos que podem repetir o processo assexuado de invasão de novas hemácias ou não. Formação dos gametócitos → os trofozoítos jovens se diferenciam em estágios sexuados, os gametócitos, que não se dividem mais e vão seguir seu desenvolvimento no mosquito vetor, dando origem aos esporozoítos. 3- Ciclo sexuado no inseto: Ao se alimentar do sangue infectado, a fêmea do mosquito ingere os gametócitos iniciando o ciclo sexuado. No intestino do mosquito ocorre a gametogênese, o feminino vira macrogameta e o masculino 8 microgametas. Um microgameta fecundará o macrogameta formando ovo ou zigoto. Os zigotos se transformam em oocinetos. Os oocinetos invadem a parede do intestino médio do mosquito, se transformando em oocistos. Os oocitos crescem e liberam esporozoítos. Os esporozoítos vão ser disseminados por todo corpo do inseto até atingir o canal da glândula salivar para serem injetados no hospedeiro vertebrado. Diagnóstico: gota espessa e esfregaço sanguíneo – achados do parasita no sangue PERIFÉRICO. As formas encontradas no sangue são: P. falciparum: trofozoíto jovem e gametócito P. vivax: trofozoíto jovem e maduro, esquizonte, merócito e gametócito. Sintomas: febre é o principal sintoma e coincide com a ruptura das hemácias. - febre terça benigna: P. vivax (48h) - febre terça maligna: P. falciparum - febre quartã: P. malarie (72h) Profilaxia: vacinação, tela nas casas, eliminação do vetor. Trofozoíto jovem de P. falciparum. Identificação: cromatina em forma de anel com dois eritrócitos. Gametócito de P. falciparum. Identificação: núcleo cercado pelo pigmento malárico. Emanuelle Lara Trofozoíto jovem de P. vivax Identificação: cromatina em forma de anel com apenas um eritrócito. Trofozoíto maduro de P. vivax Identificação: citoplasma com aspecto ameboide. Esquizonte de P. vivax Identificação: cromatina segmentada. Merócito de P. vivax Identificação: cromatina muito mais segmentada de que o esquizonte. Gametócito de P. vivax Identificação: citoplasma abundante. Emanuelle Lara SISTEMA NERVOSO CENTRAL E GLOBO OCULAR 16. Amebas de vida livre (Naegleria fowleri e Acanthamoeba spp.) Doença: Meningoencefalite amebiana primária (N. fowleri – “come cérebro), Encefalite amebiana granulomatosa e Ceratite amebiana (Acanthamoeba) Sobre o parasito: Naegleria fowleri → - apresenta 3 formas evolutivas: cisto, trofozoíto flagelado e trofozoíto ameboide - os dois trofozoítos são infectantes porém, o ameboide é o mais característico para infecções, já que a forma flagelada é apenas um intermediário - reprodução assexuada do trofozoíto Acanthamoeba spp. → - apresenta 2 formas evolutivas: cisto e trofozoíto ameboide - tanto o cisto quanto o trofozoíto podem infectar - reprodução assexuada do trofozoíto Ciclo biológico: monoxeno N. fowleri → 1- o cisto presente em águas contaminadas eclode devido as condições favoráveis; 2- quando os cistos eclodem liberam os trofozoítos que se reproduzem assexuadamente; 3- o trofozoíto ameboide tem uma forma intermediaria – o trofozoíto flagelado. Essa forma vive num constante vai-e-vem; 4- o trofozoíto infecta o ser humano que entra em contato com águas contaminadas e entra pela mucosa nasal e migra para o cérebro pelos nervos olfatórios; Acanthamoeba spp. → 1- o cisto presente em águas contaminadas eclode devido as condições favoráveis; 2- quando os cistos eclodem liberam os trofozoítos que se reproduzem assexuadamente; Emanuelle Lara 3- o trofozoíto ou o cisto podem infectar o humano, entrando pelo trato respiratório ou globo ocular; Diagnóstico: presença de trofozoítos quando corados por hematoxilina férrica, Giemsa ou Gram; fazer meios de cultura do local em que o individuo frequentou também é um diagnóstico. No caso de N. fowleri, o diagnóstico clinico pode ser facilmente confundido com rinite alérgica. Sintomas: N. fowleri → - sintomas inciais de resfriado - alucinações - convulsões Acanthamoeba → - ceratite ocular - pode causar lesão na coluna Profilaxia: não nadar em águas contaminadas. Emanuelle Lara 17. Toxoplasma gondii Doença: Toxoplasmose – popularmente conhecida como “doença do gato” Sobre o parasito: - tem apicomplexo - é uma protozoonose - os felídeos são os únicos animais em que o protozoário pode completar o seu ciclo, ou seja, eles são os hospedeiros definitivos do parasito - o homem apenas pode manter a fase assexuada doparasito, logo são os hospedeiros intermediários - pode infectar de 3 formas: ingerir o cisto maduro (esporulado), ingerir carne com bradzoíto ou de forma congênita (gravidez) - o T. gondii se desenvolve em duas fases diferentes: Fase assexuada: nos tecidos de vários hospedeiros (homem, por exemplo) Fase sexuada: nas células do epitélio intestinal dos gatos (e outros felídeos) - apresenta 3 formas infectantes: traquizoíto (fase aguda da doença), bradzoíto (fase crônica da doença; cisto) e esporozoíto (no interior do oocisto, produto da reprodução sexuada) Ciclo biológico: heteroxeno 1- oocistos não esporulados são eliminados nas fezes dos gatos infectados e depois de alguns dias eles esporulam e tornam-se infectantes; 2- os hospedeiros intermediários a ingerirem aguas e alimentos infectados se infectam com os oocistos esporulados; 3- os esporozoítos que estão dentro dos oocistos são liberados e ai irão se transformar em traquizoítos; 4- os traquizoítos vão penetrando em diversos tipos celulares (exceto hemácias) e essa proliferação dos traquizoítos resulta na fase aguda da doença; 5- o sistema imune irá atacar e, os traquizoítos que sobreviveram irão se transformar em bradzoítos, reduzindo a sintomatologia e iniciando a fase crônica da doença; 6- no humano, os parasitos formam cistos nos tecidos que podem permanecer a vida toda. 7- A fase sexuada ocorre dentro do intestino dos gatos (hospedeiros definitivos) que consomem o bradzoíto do animal predado (ratos, pombos) e, Emanuelle Lara os bradzoítos irão penentrar no epitélio intestinal do gato que irá liberar merozoítos, ocorrendo assim a transformação em gametas que irão se fecundar e liberar oocistos nas fezes dos gatos; Diagnóstico: testes sorológicos. Sintomas: A maioria das pessoas infectadas pela primeira vez não apresenta sintoma. Os sintomas da toxoplasmose são variáveis e associados ao estágio da infecção, (agudo ou crônico). Os sintomas normalmente são leves, similares à gripe, dengue e podem incluir dores musculares e alterações nos gânglios linfáticos. Pessoas com baixa imunidade: podem apresentar sintomas mais graves, incluindo febre, dor de cabeça, confusão mental, falta de coordenação e convulsões. Gestantes: mulheres infectadas durante a gestação podem ter abortamento ou nascimento de criança com icterícia, macrocefalia, microcefalia e crises convulsivas. Profilaxia: - educação em saúde; - higiene alimentar; - cuidado com animais domésticos (gatos); Traquizoíto de T. gondii Identificação: apresenta forma de arco Bradzoíto de T. gondii Identificação: vacúolo parasitóforo Emanuelle Lara 18. Echinococcus granulosus Doença: Hidatidose Sobre o parasito: - a larva se chama cisto hidatico - tem um hospedeiro definitivo (cão), intermediário (ovelha) e acidental (humano) - no intestino do cão que ocorre a reprodução - é um cestódeo, então é hermafrodita Ciclo biológico: heteroxeno 1- o hospedeiro intermediário (ovelha) ou acidental (humano) se contamina ao ingerir ovos do E. granulosus liberados no ambiente pelo cão; 2- Os ovos se rompem no intestino e liberam a larva, que perfura a mucosa e atinge a circulação sangüínea, chegando ao fígado. Em 70% dos casos, forma um cisto nesse local, mas pode invadir o tecido pulmonar ou ainda outros órgãos. 3- O ciclo no homem termina com a formação do cisto hidático no fígado e/ou pulmão e não há eliminação de formas de contágio. A contaminação é sempre acidental, do cão para o homem. Diagnóstico: exames de imagem e sorologia. Cisto hidático de E. granulosus Adulto de E. granulosus http://www.ufrgs.br/para-site/siteantigo/Imagensatlas/Animalia/Echinococcus%20granulosus.htm#2 Emanuelle Lara TRIPANOSOMATÍDEOS (parasitos teciduais) 19. Leishimania sp. Doença: Leishimaniose – popularmente conhecida como “Calazar” Sobre o parasito: - apresenta duas formas evolutivas: promastigota (flagelo livre, reprodução assexuada, está no interior do vertebrado) e amastigota (flagelo internalizado, reprodução sexuada no interior da célula do invertebrado) - apresenta hospedeiro intermediário: os flebotomineos (insetos) - zoonose Ciclo biológico: heteróxeno 1- a fêmea infectada pica o ser humano e injeta as promastigotas metacíclicas; 2- as promastigotas são fagocitadas por macrófagos e outras células mononucleadas; 3- nessas células as promastigotas irão se diferenciar em amastigotas que irão fazer reprodução assexuada (divisão binária) e infectar outras células mononucleares; 4- o inseto quando pica o ser humano ingere sangue parasitado com as amastigotas; 5- no intestino do vetor, os parasitas são liberados e se transformam em promastigotas, que se multiplicam por mitose no intestino, atravessam a membrana peritrófica (que rodeia a refeição sanguínea), fixam-se na parede do intestino do vetor e, eventualmente, migram para a válvula estomodeal do vetor, onde formam um tampão que degrada a válvula e impede a ingestão. 6- o inseto, ao picar novamente, é obrigado a ejetar os promastigotas para a pele, de modo a conseguir ingerir sangue; Diagnóstico: reação intradérmica de Montenegro Os parasitos do gênero Leishmania determinam doenças do sistema fagocítico mononuclear que apresentam características clínicas e epidemiológicas diversas, por isso foram reunidas em quatro grupos: Emanuelle Lara Leishmaníase cutânea - produz exclusivamente lesões cutâneas limitadas. Leishmaníase cutâneo-mucosa - freqüentemente se complicam pelo aparecimento de lesões destrutivas em algumas mucosas. Leishmaníase visceral ou Calazar - o parasito tem tropismo pelo sistema fagocítico mononuclear de órgãos como o fígado, o baço e a medula, que se tornam hipertrofiados. Leishmaníase cutânea difusa - formas cutâneas disseminadas. A ação patogênica do parasito está relacionada com a destruição celular provocada pela reprodução das formas amastigotas. Na fase inicial da doença, a multiplicação do protozoário nas proximidades do ponto de inoculação provoca uma reação inflamatória caracterizada pela formação de um pequeno nódulo. A partir daí, dependendo da espécie de Leishmania e da resposta do hospedeiro, a doença poderá evoluir de forma benigna, com remissão dos sintomas, ou evoluir para as diferentes manifestações clínicas. Sintomas: Duas a três semanas após a picada pelo flebótomo aparece uma pequena pápula (elevação da pele) avermelhada que vai aumentando de tamanho até formar uma ferida recoberta por crosta ou secreção purulenta. Profilaxia: Além do tratamento dos doentes, as medidas de controle das leishmaníases baseiam-se no combate aos flebotomíneos. Forma promastigota de Leishmania sp. Identificação: flagelo livre. Forma amastigota de Leishmania sp. Identificação: sem flagelo livre. 20. Trypanosoma cruzi Doença: Tripanosomíase americana – populamente conhecida como “Doença de Chagas” Sobre o parasito: - tem como vetor o inseto triatomíneo (barbeiro) - apresenta as seguintes fases: Amastigota (fase intracelular, sem organelas de locomoção; está presente na fase crônica da doença),epimastigota (é a forma encontrada no tubo digestivo do Emanuelle Lara vetor, não é infectante para os vertebrados; possui flagelo e membrana ondulante) e tripomastigota (fase extracelular, que circula no sangue; apresenta flagelo e membrana ondulante em toda a extensão lateral do parasito; está presente na fase aguda da doença, constituindo a forma infectante para os vertebrados.) - transmissão via transfusão de sangue Ciclo biológico: heteroxeno motamorfose incompleta 1- o barbeiro ao alimentar-se de sangue elimina pelas fezes tripomastigotas próximo ao local da picada; 2- o ser humano coça o local fazendo com que as tripomastigotas entrem no hospedeiro através da picada; 3- dentro do hospedeiro as tripomastigotas invadem as células próximas ao ponde de entrada, se diferenciando em amastigotas; 4- as amastigotas se dividem assexuadamente, se diferenciando assim em tripomastigotas novamente e liberadas na circulação sanguínea, assim iram infectar vários tecidos e novamente iram se transformar em amastigotas intracelulares – ciclo continuo; 5- o triatomíneo infecta-se ao ingerir sangue do hospedeiro vertebrado contendo parasitas circulantes – ingere os tripomastigotas; 6- após ingerir os tripomastigotas, no intestino do vetor eles se transformam em epimastigotas, se multiplicando por reprodução assexuada; 7- após isso também no intestino o parasita se diferencia na forma infectante, o tripomastigota metacíclico; Diagnóstico: exame de sangue com coloração Giemsa Sintomas: Febre - Inchaço de um olho; - Inchaço e vermelhidão no local da picada; - Aumento do tamanho do fígado, coração, baço e cólon; Profilaxia: melhoria das condições de moradia, o controle do vetor e de reservatórios (gambás e morcegos) e a fiscalização dos bancos de sangue e campanhas contra a drogadição são medidas que devem ser tomadas a fim de prevenir a doença de Chagas. Emanuelle Lara Forma tripomastigota do T. cruzi Identificação: membrana ondulante Forma amastigota do T. cruzi Identificação: formação de ninhos Forma epimastigota do T. cruzi Identificação: cinetoplasto justanuclear e anterior ao núcleo. Emanuelle Lara HECTOPARASITOS (artrópodes: aracnídeos e insetos) 21. Sarcoptes scabiei Doença: Escabiose – popularmente conhecida como “sarna” Sobre o parasito: - é um aracnídeo - possui quatro pares de pernas (8 no total) - fêmea maior que o macho Ciclo biológico: monoxeno/autoxenico 1- a fêmea escava galerias e lá oviposita seus ovos; 2- os ovos eclodem liberando as larvas; 3- após um tempo as larvas se transformam em ninfas, e posteriormente em vermes adultos, que aí fecundam novamente e ovipositam; Diagnóstico: fita gomada Sintomas: coceira ou prurido principalmente a noite; Profilaxia: A prevenção consiste, basicamente, em evitar contato com pessoas e roupas contaminadas. Uma vez detectado um paciente com escabiose, todos que com ele tenham contato direto devem ser examinados e tratados. - Ferver roupas e roupas de cama; Adulto de S. sacabiei Emanuelle Lara 22. Pediculus humanus e Pthirus pubis Doença: P. humanus: Pediculose – popularmente conhecido como “Piolho”); P. pubis: Pediculose pubiana – popularmente conhecido como “Chato” Sobre o parasito: - ambos são insetos - ambos possuem 3 pares de pernas (6 no total) - fêmea é maior que o macho - a pediculose pubiana pode ser contraída por relação sexual Ciclo biológico: para ambos os parasitos o ciclo é autoxenico 1- a fêmea oviposita; 2- os ovos completam a encubação e eclodem, liberando ninfas; 3- depois de um tempo as ninfas se transformam em vermes adultos, reeinciando o ciclo; Diagnóstico: consegue se ver o parasito à olho nu; Sintomas: MUITA coceira; P. humanus → coceira na região da cabeça, cabelos etc; P. pubis → coceira na genitália; Profilaxia: - evitar o contato com pessoas que possuem os parasitos, já que os parasitos são facilmente disseminados; - evitar o uso de objetos conjuntos (toalhas, roupas intimas, etc) - uso de camisinha Fêmea e macho adultos de P. humanus Fêmea: extremidade arredondada Macho: extremidade pontiaguda Adulto de P. pubis Emanuelle Lara 23. Tunga penetras Doença: Tungíase – popularmente conhecida como “bicho de pé” Sobre o parasito: - causada por fêmeas grávidas - é um inseto, díptero - tem 3 pares de pernas (6 no total) - o que caracteriza ela (ou seja, o que difere ela de outras espécies de pulgas) é seu tubérculo pronunciado Ciclo biológico: monoxeno 1- o ser humano entra em contato com o solo e pisa em fêmeas grávidas; 2- as fêmeas gravidas liberam seus ovos e passam para o estado larval; 3- as larvas sofrem pupa e depois viram vermes adultos, sendo liberados no ambiente e reiniciando o ciclo; Diagnóstico: clínico, com base nos sintomas da pele, como erupção cutânea avermelhada e coceira, que são muito característicos deste problema. Sintomas: lesão (nos pés ou nas mãos) que causa dor e coceira; pode ocorrer abscessos no locais. Profilaxia: evitar andar descalço. T. penetrans Identificação: tubérculo pronunciado Emanuelle Lara 24. Cochliomyia hominivorax Doença: Miíase – popularmente conhecido como “Bicheira” Sobre o parasito: - é um inseto - possui 3 pares de pernas (6 no total) - a larva da mosca que trasmite a doença A infestação de um animal vertebrado vivo é tecnicamente designada como miíase. Enquanto que as larvas de muitas espécies de moscas alimentam-se de tecidos necróticos, podendo ocasionalmente infestar uma ferida antiga e pútrida, as larvas desta espécie são invulgares por atacarem tecido saudável. Ciclo biológico: monoxeno 1- As fêmeas de Cochliomyia hominivorax põem ovos na carne exposta de animais de sangue quente, incluindo humanos, em feridas e umbigos de animais recém-nascidos; 2- As larvas eclodem e enterram-se no tecido circundante à medida que se alimentam. Se a ferida for perturbada durante este período as larvas enterram- se mais profundamente; 3- após a sua eclosão as larvas caem ao solo onde passam a pupas; 4- As pupas atingem o estado adulto cerca de sete dias depois; Diagnóstico: observação das larvas na pele Sintomas: Profilaxia: cuidado de feridas; 25. Dermatobia hominis Doença: Dermatobiose – popularmente conhecido como “Berne” Sobre o parasito: - a larva da mosca que infecta - o ciclo larval se desenvolve dentro da pele de animais - A Dermatobia hominis faz sua ovipostura em um outro inseto Ciclo biológico: 1- as fêmeas da Dermatobia hominis capturam insetos (inseto forético) em pleno voo ou durante o pouso em animais vertebrados e realizam a postura de seus ovos sobre eles. 2- Após 6 dias, as larvas de primeiro estágio (L1) já estão formadas e quando o inseto forético se aproxima de um mamifero para se alimentar ou descansar, as larvas são estimuladas pelo calor do hospedeiro, gás carbônico e odores da pele. Elas saem dos ovos e penetram ativamente na pele do hospedeiro. 3- O berne fica com a parte respiratória (espiraculo) voltada para a parte exterior da pele e com a parte anterior imersa na derme . https://pt.wikipedia.org/wiki/Mi%C3%ADasehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Ovo https://pt.wikipedia.org/wiki/Umbigo https://pt.wikipedia.org/wiki/Pupa https://pt.wikipedia.org/wiki/For%C3%A9tico Emanuelle Lara 4- A larva de terceiro estágio abandona o hospedeiro, cai no chão, onde se infiltra transformando-se em pupa e depois em inseto adulto; Diagnóstico: ver a larva. Sintomas: A remoção da larva baseia-se em impedir a respiração da larva para ela poder subir e ser expelida com uma pinça. https://pt.wikipedia.org/wiki/Pupa
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