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MORTE ENCEFÁLICA E DOAÇÃO DE ORGÃOS


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Aline Ramos Silva UL18201197 
 
Morte encefálica 
 
Morte encefálica é a definição legal de morte. É a completa e irreversível parada de 
todas as funções do cérebro. Isto significa que, como resultado de severa agressão 
ou ferimento grave no cérebro, o sangue que vem do corpo e supre o cérebro é 
bloqueado e o cérebro morre, sendo assim, permanente e irreversível. O encéfalo é 
formado por cérebro, cerebelo e tronco encefálico, respondendo pelas ações 
neurológicas do corpo. Esse conjunto controla as funções essenciais do ser 
humano, como respiração, e influência nos batimentos cardíacos. Segundo o 
Conselho Federal de Medicina (CFM), a morte encefálica é caracterizada pela 
cessação das atividades corticais — do córtex cerebral — e do tronco encefálico. ​A 
ausência dessas funções implica em morte, pois o paciente não é mais capaz de 
respirar, manter a temperatura ou pressão necessárias para a sobrevivência. 
 
Principais causas da morte encefálica 
Assim como no coma, a morte encefálica pode ter diversas causas. Em todas elas, 
há uma grave agressão ao encéfalo, que afeta e paralisa as atividades vitais do 
paciente, que podem ser físicas ou de origem patológica. 
Entre as principais causas, posso destacar: 
● traumatismo craniano — lesões decorrentes de “pancadas” na cabeça; 
● aumento da pressão dentro do ​crânio decorrente de doenças, traumas e 
outras causas; 
● edema (inchaço) cerebral; 
● parada cardiorrespiratória proveniente de diversos eventos patológicos; 
● Acidente Vascular Cerebral (AVC) — quando há interrupção da irrigação do 
cérebro pelo sangue; 
● tumores cerebrais ou que se desenvolveram em decorrência de metástase; 
● falta de oxigênio no cérebro; 
● overdose de drogas ou medicamentos. 
 
 
Protocolo de morte encefálica 
 
1ª etapa: critérios para abertura, premissas ou pré-teste 
Antes de iniciar o protocolo de morte encefálica, o médico confirma se não há 
fatores que impactam na condição clínica do paciente. Caso tenha alguma situação 
excludente, o protocolo não é iniciado. Os procedimentos para diagnosticar a morte 
https://telemedicinamorsch.com.br/blog/tomografia-computadorizada-do-cranio
https://telemedicinamorsch.com.br/blog/avc-e-derrame-cerebral
encefálica só devem ser realizados em indivíduos que estejam em coma não 
perceptivo, ausência de reatividade supraespinhal e apneia persistente. 
Além disso, cabe lembrar que o quadro clínico precisa cumprir os seguintes 
pré-requisitos: 
● presença de lesão encefálica de causa conhecida e irreversível; 
● ausência de fatores tratáveis que confundiriam o diagnóstico; 
● temperatura corporal superior a 35ºC; 
● saturação arterial de acordo com critérios estabelecidos na tabela da 
Resolução CFM nº 2173; 
● tratamento e observação no hospital, pelo período mínimo de seis horas; 
● em caso de encefalopatia hipóxico-isquêmica, essa observação se estende 
por um período mínimo de 24 horas. 
Encefalopatia hipóxico-isquêmica é uma síndrome causada pela redução na 
oxigenação do sangue, combinada à elevação de dióxido de carbono (asfixia) e 
isquemia — esta sendo uma diminuição do fluxo sanguíneo que, em geral, é 
causada por bloqueios em artérias e veias. Para que a morte encefálica seja 
confirmada, é preciso realizar dois exames clínicos, um teste de apneia e um exame 
complementar comprobatório.Durante os procedimentos, o paciente fica conectado 
a aparelhos de ventilação mecânica, que o manterão respirando até a confirmação 
da morte encefálica. 
2ª etapa: nível de consciência (Escala de coma de Glasgow) 
A etapa inicial durante o protocolo de morte encefálica é diagnosticar o nível de 
consciência do paciente. Cumpridos os pré-requisitos, o primeiro teste do protocolo 
de morte encefálica pode ser iniciado. Esse procedimento tem como objetivo avaliar 
o nível de consciência do paciente — ou seja, o grau de alerta comportamental que 
o indivíduo apresenta. 
Medi-lo pode ser bastante complexo, pois depende das respostas do paciente e de 
como são avaliadas. Atualmente, existem escalas criadas para padronizar os 
diferentes níveis de consciência, e uma das mais aceitas é a escala de coma de 
Glasgow. Essa escala permite uma avaliação rápida e de fácil compreensão, sendo 
amplamente utilizada em casos graves e traumatismos. 
A ferramenta considera três testes: 
● abertura ocular; 
● capacidade verba; 
● capacidade motora. 
Eles atribuem pontos de acordo com a resposta do paciente. Uma pontuação abaixo 
de 8 indica estado de coma. Para confirmação de morte encefálica, o score deve ser 
o mais baixo possível: 3. Isso significa que o paciente está em coma não perceptivo, 
ou seja, não abre os olhos, não consegue falar e não se movimenta. 
3ª etapa: exame clínico neurológico e reflexos 
Depois de confirmado o coma não perceptivo, o médico testa os reflexos do tronco 
encefálico do paciente. São verificados: 
● reflexos pupilar (resposta à luz); 
● córneo-palpebral (ausência de fechamento das pálpebras ao toque da 
córnea); 
● óculo-cefálico; 
● vestíbulo-ocular; 
● tosse. 
O reflexo óculo-cefálico consiste em girar a cabeça para ambos os lados, mantendo 
os olhos do paciente abertos, para observar se eles se movimentam dentro da 
órbita. Já o reflexo vestíbulo-ocular serve para certificar a ausência de movimento 
dos olhos, irrigando cada ouvido com líquido gelado. 
Por fim, no teste de tosse, caso não ocorra reação, náusea, sucção, movimentação 
facial ou deglutição, o paciente vai para o teste de apneia. 
4º etapa: teste de apneia 
O teste de apneia é uma das etapas durante a realização do protocolo de morte 
encefálica. É um dos últimos recursos, realizado quando o indivíduo não respondeu 
aos demais testes. Esse procedimento serve para verificar se há qualquer 
movimento respiratório do paciente, que é desconectado do aparelho de ventilação 
mecânica e recebe estímulo com oxigênio. Nesse sentido, as atenções serão 
voltadas para os movimentos de expiração e inspiração voluntária, observando a 
elevação da caixa torácica, sem ajuda dos equipamentos de ventilação mecânica. 
Se o paciente permanecer muito tempo sem apresentar esses movimentos, na 
denominação de apneia, pode-se constatar a morte encefálica. 
5º etapa: exame complementar confirmatório 
Além dos testes clínicos, a legislação brasileira exige pelo menos um exame 
diagnóstico complementar para atestar a morte encefálica. Esse procedimento 
precisa confirmar ausência de atividade elétrica, metabólica ou de perfusão (fluxo) 
sanguínea do encéfalo. 
Eletroencefalograma (EEG)​, arteriografia e doppler transcraniano são comumente 
utilizados para constatar a morte encefálica. Outros exames também podem ser 
solicitados pelo médico, considerando a situação clínica e os ​equipamentos médicos 
disponíveis na unidade de saúde. 
https://telemedicinamorsch.com.br/blog/eletroencefalograma-com-mapeamento-cerebral
https://telemedicinamorsch.com.br/blog/equipamentos-medicos-hospitalares
 
 
 
6ª etapa: segundo exame neurológico e reflexos (feito por outro especialista) 
Por último, um segundo especialista testa novamente os estímulos do paciente. 
Esse procedimento é feito por um profissional capacitado para diagnosticar a morte 
encefálica e deve obedecer aos intervalos especificados na Resolução CFM nº 
2173. Para crianças com idade entre sete dias e dois mesesincompletos, o intervalo 
mínimo é de 24 horas. De dois a 24 meses incompletos, de 12 horas. Acima de dois 
anos, de uma hora. 
 
Doação de órgãos 
 
A doação de órgãos é proposta através da morte encefálica de um paciente. Após o 
diagnóstico de morte encefálica, a família deve ser consultada e orientada sobre o 
processo de doação de órgãos. Depois de seis horas de atestada a falência 
cerebral, o potencial doador passa por um novo teste clínico para confirmar o 
diagnóstico. Em seguida, a família é questionada sobre o desejo de doar os órgãos. 
Mensagens por escrito deixadas pelo doador não são válidas para autorizar a 
doação. Por isso, apenas os familiares podem dar o aval da cirurgia, após a 
assinatura de um termo. De acordo com o Ministério da Saúde, metade das famílias 
entrevistadas não permite a retirada dos órgãos para doação. Por isso, é importante 
conversar com a família ainda em vida para deixar claro esse desejo. 
Depois da confirmação da morte encefálica e de manifestado o desejo pela família 
de doar os órgãos do parente, a equipe médica realiza um questionário com os 
familiares para detalhar o histórico clínico do paciente. A ideia é investigar se os 
hábitos do doador teriam levado ao desenvolvimento de possíveis doenças ou 
infecções que possam ser transmitidas ao receptor. 
A doação pode ser de órgãos (rim, fígado, coração, pâncreas e pulmão) ou de 
tecidos (córnea, pele, ossos, válvulas cardíacas, cartilagem, medula óssea e sangue 
de cordão umbilical). A doação de órgãos como o rim, parte do fígado e da medula 
óssea pode ser feita em vida. 
Doenças crônicas como diabetes, infecções ou mesmo uso de drogas injetáveis 
podem acabar comprometendo o órgão que seria doado, inviabilizando o 
transplante. Por isso, a equipe médica verifica o passado clínico do doador. A 
entrevista é um guia para os médicos, que ainda realizam testes biológicos e físicos 
que indicam também a possível compatibilidade com os receptores na fila do 
transplante. 
De um mesmo doador, é possível retirar vários órgãos para o transplante. Em geral, 
as cirurgias mais recorrentes são as de coração, pulmões, fígado, pâncreas, 
intestino, rins, córnea, vasos, pele, ossos e tendões. Com isso, inúmeras pessoas 
podem ser beneficiadas com os órgãos de um mesmo doador. Os órgãos que 
duram menos tempo uma vez fora do corpo são retirados antes. 
Nos 27 centros de notificação integrados, os dados informatizados do doador são 
cruzados com os das pessoas que aguardam na fila pelo órgão para que o 
candidato ideal, conforme urgência e tempo de espera, seja encontrado em 
qualquer parte do País. 
Os profissionais envolvidos no processo trabalham em contagem regressiva para 
não ultrapassar o tempo limite para a retirada dos órgãos e também para a 
preservação dos mesmos durante o transporte. 
Depois de transplantado, o paciente tem um pós-operatório semelhante ao de 
outras cirurgias. Mas o sucesso da operação depende de vários fatores, como as 
condições do órgão e o estado de saúde do paciente. No entanto, ele terá de tomar 
remédios imunossupressores durante toda a vida para evitar uma possível rejeição 
do corpo ao novo órgão. 
A estimativa do Ministério da Saúde é de que a sobrevida dos pacientes depois de 
cinco anos da cirurgia é de 60% nos casos de transplante de fígado e pulmão; 70% 
para cirurgias de substituição do coração; e 80% para os transplantes de rim. 
 
 
Questões 
 
1. Como é caracterizada a morte encefálica? 
É a definição legal de morte, caracterizada pela irreversível parada de todas as 
funções do cérebro, que implica na incapacidade do paciente de respirar e manter a 
temperatura e pressão necessárias para a sobrevivência. 
 
2. São as principais causas de morte encefálica, EXCETO: 
a) traumatismo craniano; 
b) parada cardiorespiratória; 
c) diabetes; 
d) falta de oxigênio no cérebro; 
e) overdose de drogas ou medicamentos. 
 
RESPOSTA: LETRA C 
 
 ​3. A escala de coma de Glasgow é utilizada para definir o estado 
neurológico de pacientes com uma lesão cerebral. No caso da utilização da 
escala em pacientes com morte encefálica, é correto afirmar que: 
a) para confirmar a morte encefálica, o score tem que ser o mais baixo 
possível, de 3 pra baixo; 
b) o score deve ter pontuação exclusivamente, abaixo de 8; 
c) o paciente abre os olhos quando é chamado; 
d) o paciente responde à estímulos motores; 
e) o paciente consegue conversar com frases. 
 
RESPOSTA: LETRA A 
 
 ​4. Qual a diferença entre morte encefálica e coma? 
Pacientes em coma, não respondem a estímulos internos e externos, porém, ainda 
mantém alguma atividade neurológica. Já pacientes com morte encefálica, ainda 
que alguns órgãos continuem funcionando, não há atividade neurológica. 
 
 ​5. Marque com V (verdadeiro) ou F (falso) e depois assinale a alternativa 
correta: 
(V) O diagnóstico atual de morte encefálica consiste na morte baseada na ausência 
de todas as funções neurológicas. 
(V) Uma das principais causas da morte encefálica é a falta de oxigênio no cérebro. 
(F) Assim que o médico identificar que o paciente não está respondendo aos 
estímulos, ele pode diagnosticar a morte encefálica, sem a realização de exames 
comprobatórios. 
(V) Pacientes com morte encefálica tem score na escala de coma de Glasgow 
abaixo de 3. 
(F) Um bilhete deixado por um paciente com morte encefálica pode dar permissão 
para a equipe médica desligarem os aparelhos que o mantém “vivo”. 
 
a) VFVFV; 
b) VVVVV; 
c) FFFFF; 
d) VVFVF; 
e) FVVFF. 
RESPOSTA: LETRA D 
 
 6. Como é feita a doação de órgãos de um paciente? 
A doação de órgãos é proposta através da morte encefálica de um paciente, a 
família deve ser consultada e orientada sobre o processo de doação de órgãos. 
 
 ​ 7. São órgãos que podem ser doados, EXCETO: 
a) Rim; 
b) Fígado; 
c) Coração; 
d) Pulmão; 
e) Útero. 
RESPOSTA: LETRA E 
 
 ​8. Assinale a alternativa correta conforme as afirmativas: 
I. Mensagens por escrito deixadas pelo doador não são válidas para a 
autorização da doação. 
II. É necessário realizar um questionário de antecedentes patológicos com 
a família do doador antes da doação. 
III. Doador com histórico de diabetes podem fazer doação de órgãos. 
IV. É possível fazer doação de pele. 
V. É possível doar órgãos ainda em vida. 
 
a) Somente a alternativa III está correta; 
b) Somente as alternativa I, II, IV e V estão corretas; 
c) Alternativa I é falsa; 
d) Alternativa II é falsa; 
e) Todas as alternativas estão corretas. 
RESPOSTA: LETRA B 
 
 ​9. Quais são os órgãos mais recorrentes a serem doados? 
Coração, pulmões, fígado, pâncreas, intestino, rins, córnea, vasos, pele, ossos e 
tendões. 
 
 ​10. Quais os requisitos para a doação de órgãos? 
Morrer de morte encefálica, ter órgãos saudáveis sem doenças crônicas, infecções 
e não fazer o uso de drogas injetáveis que possam comprometer algum órgão.