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RESPOSTA À ACUSAÇÃO e REVOGAÇÃO PREVENTIVA (Coronavírus)

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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE XXXXXX – ESTADO DO XXXXXX
Autos n.º XXXXXX
XXXXXX, já devidamente qualificado nos autos da ação penal que lhe move o Ministério Público do Estado do XXXXXX, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, por intermédio de seu defensor dativo (XXXXXX), com endereço profissional à XXXXXX, apresentar
RESPOSTA À ACUSAÇÃO c/c PEDIDO DE REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA
com fundamento nos artigos 316, 396 e 396-A, todos do Código de Processo Penal, pelas razões a seguir expostas.
1. DOS FATOS
De acordo com as informações constantes nos autos, o Réu, na data de XXXXXX, por volta das XXXXXX, na Rua XXXXXX, nesta Comarca, supostamente, juntamente com os adolescentes XXXXXX, subtraiu XXXXXX, avaliado em XXXXXX, de propriedade da vítima XXXXXX, conforme Auto de Exibição e Apreensão (XXXXXX) e Auto de Avaliação (XXXXXX).
De mesmo modo, conforme tempo e lugar já descritos, o Réu, supostamente, corrompeu e facilitou a corrupção dos adolescentes XXXXXX, menores de 18 (dezoito) anos, com eles praticando a infração penal acima mencionada.
Homologada a prisão em flagrante delito (XXXXXX), esta fora convertida em prisão preventiva (XXXXXX). O mérito da prisão trata-se da suposta prática dos delitos de furto qualificado e corrupção de menores, em concurso formal, e teve a prisão preventiva decretada sob o argumento de manutenção da ordem pública, o que merece ser revisto, pelos fatos e motivos que passa a expor.
Diante disso, o Réu foi denunciado pelo Ministério Público pela suposta prática dos delitos tipificados no artigo 155, §4º, incisos III e IV, do Código Penal, e artigo 244-B, da Lei n.º 8069/1990, na forma do artigo 69 do Código Penal (XXXXXX).
A denúncia foi recebida por este Douto Juízo na data de XXXXXX (XXXXXX) e o Réu foi citado para oferecer resposta à acusação que lhe foi imputada.
2. DO MÉRITO
Inicialmente, da análise da documentação produzida na fase inquisitorial e dos termos da denúncia oferecida em desfavor do Réu, verifica-se que inexistem preliminares a serem arguidas por ora e que, até o presente momento, não há documentos adicionais ou justificações a serem apresentados.
Salienta-se, também, que não restou caracterizada qualquer das causas elencadas no artigo 397 do Código de Processo Penal, capazes de provocar a absolvição sumária do acusado.
Desse modo, a defesa se reserva ao direito de tecer considerações acerca do mérito da presente ação ao término da instrução processual.
3. DO PEDIDO DE REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA
Diante da notória pandemia, as autoridades vêm adotando uma série de medidas para evitar aglomerações sociais e elevar o risco de colapso do sistema de saúde. No presente caso, para reavaliação da medida, alguns aspectos devem ser considerados.
Incialmente, cabe salientar que o XXXXXX está em estado de superlotação, inúmeras medidas já foram adotadas para minimizar as condições precárias do estabelecimento prisional. 
Senão vejamos:
XXXXXX
Nesse sentido é a Recomendação 62/2020 do Conselho Nacional de Justiça – CNJ:
Art. 4º. [...]
I – a reavaliação das prisões provisórias, nos termos do art. 316, do Código de Processo Penal, priorizando-se:
[...]
b) pessoas presas em estabelecimentos penais que estejam com ocupação superior à capacidade, que não disponham de equipe de saúde lotada no estabelecimento, que estejam sob ordem de interdição, com medidas cautelares determinadas por órgão do sistema de jurisdição internacional, ou que disponham de instalações que favoreçam a propagação do novo coronavírus;
Ou seja, diante da superlotação é evidente a total incapacidade em promover o isolamento de infectados pela doença.
Inquestionável que estabelecimentos penais que estejam com ocupação superior à capacidade, e que não disponham de equipe de saúde suficiente para atender a todos, configura pena de morte ao preso em meio à pandemia.
Outrossim, a Recomendação 62/2020 traz expressa previsão de que os presos detidos por prazo superior a 90 dias merecem uma reavaliação da prisão preventiva:
Art. 4º. [...]
I – a reavaliação das prisões provisórias, nos termos do art. 316, do Código de Processo Penal, priorizando-se:
[...]
c) prisões preventivas que tenham excedido o prazo de 90 (noventa) dias ou que estejam relacionadas a crimes praticados sem violência ou grave ameaça à pessoa.
Desta forma, conforme recomendado pelo CNJ, importante que esta reavaliação leve em consideração os seguintes aspectos:
CONSIDERANDO que a manutenção da saúde das pessoas privadas de liberdade é essencial à garantia da saúde coletiva e que um cenário de contaminação em grande escala nos sistemas prisional e socioeducativo produz impactos significativos para a segurança e a saúde pública de toda a população, extrapolando os limites internos dos estabelecimentos;
CONSIDERANDO a necessidade de estabelecer procedimentos e regras para fins de prevenção à infecção e à propagação do novo coronavírus particularmente em espaços de confinamento, de modo a reduzir os riscos epidemiológicos de transmissão do vírus e preservar a saúde de agente públicos, pessoas privadas de liberdade e visitantes, evitando-se contaminações de grande escala que possam sobrecarregar o sistema público de saúde;
Ao chegar o tema ao Supremo Tribunal Federal, a orientação é de que o Juízo de primeira instância reavalie a matéria, mesmo com decisões já proferidas, em observância às orientações do CNJ:
Decisão: Trata-se de petição incidental nos autos do agravo regimental no habeas corpus. Aduz a requerente que há fato novo. Afirma que ante a pandemia do Covid 19 foi concedida Tutela provisória incidental na arguição de descumprimento de preceito fundamental 347 Distrito Federal, que em seu item b, perfeitamente se enquadra ao caso da Paciente. [...] Dessa forma, a análise deverá ser feita caso a caso segundo a Recomendação n. 62/2020 do Conselho Nacional de Justiça. Ante o exposto, não conheço o pedido, mas determino ao Juízo de primeiro grau que reavalie a prisão preventiva da paciente, à luz da recomendação n. 62/2020 do CNJ, consideradas as peculiaridades do caso concreto. Publique-se. Comunique-se e arquivem-se os autos. Brasília, 24 de março de 2020. Ministro Gilmar Mendes Relator Documento assinado digitalmente. (STF – TPI HC: 178663 SP – São Paulo 0033576-31.2019.1.00.0000, Relator: Min. Gilmar Mendes, Data de Julgamento: 24/03/2020, Data de Publicação: DJ-e-072 26/03/2020).
Portanto, há perfeito enquadramento fático à situação emergencial, requer a revogação da prisão preventiva.
4. DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer-se:
a) A REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA (art. 316 do CPP), com a devida expedição de alvará de soltura em favor do acusado, como medida de justiça;
b) O recebimento da presente resposta à acusação, para os devidos fins legais;
c) A intimação e a oitiva das testemunhas arroladas na denúncia, tomando-as como suas;
d) A produção de prova por todos os demais meios legalmente admitidos, em observância ao princípio constitucional da ampla defesa (art. 5º, LV, da CF);
Termos em que pede e espera deferimento.
XXXXXX, XXXXXX.
 
 
XXXXXX		 
XXXXXX

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