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Direito do Trabalho Micheli Holzschuh Instagram: @stdudylaw0 Trabalho (gênero) x Emprego (espécie) Princípios Gerais do Direito do Trabalho 1. Proteção: reconhece o empregado como a parte hipossuficiente da relação empregatícia 1¹. In Dubio Pro Misero: quando houver dúvida sobre a interpretação da lei, deve-se buscar a mais benéfica para o empregado 1². Norma Mais Benéfica: quando houver conflito entre normas reguladoras da mesma matéria, deverá prevalecer a norma mais benéfica para o empregado 2. Irrenunciabilidade: o empregado não pode renunciar seus direitos trabalhistas, sendo as normas trabalhistas indisponíveis, imperativas e de caráter de ordem pública Exceção: Súmula nº 51, I, TST 3. Continuidade: em regra, o contrato de trabalho será celebrado por tempo indeterminado, sendo os contratos por tempo determinado uma exceção, e somente podem ser celebrados em condições especiais que justifiquem a transitoriedade do vínculo 4. Condição mais benéfica: as vantagens contratuais incorporam-se no patrimônio jurídico do empregado, de modo que são proibidas alterações prejudiciais das condições de trabalho para o mesmo Eventual Autônomo Avulso Estágio Aprendiz Servidor (civil e militar) Relação de emprego Empregado vínculo Empregador empregatício Pessoa física Pessoalidade Serviço de natureza habitual Subordinação Salário (contraprestação) Empresa Individual, coletiva ou equiparados Assume o risco da atividade econômica Admite, dirige e assalaria a prestação pessoal de serviço 5. Irredutibilidade do salário: é proibida a diminuição do salário do empregado, salvo se essa redução decorrer por meio de negociação, convenção ou acordo coletivo com a participação do sindicato 6. Primazia da realidade: a verdade dos fatos sempre tem primazia sobre os acordos formais. Entende-se que os fatos são muito mais importantes que a prova documental 7. Não-discriminação: discriminar, no direito do trabalho, é negar ao empregado a igualdade, garantida constitucionalmente para a admissão, contratação ou extinção do contrato de trabalho Princípios Específicos do Direito do Trabalho 1. Representação dos trabalhadores na empresa 2. Direito de greve 3. Proteção em face a automação 4. Liberdade de exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão 5. Liberdade sindical 6. Reconhecimento das convenções e acordos coletivos 7. Proteção contra a dispensa arbitrária ou sem justa causa Elementos essenciais do Contrato de Trabalho Função Remuneração Jornada de trabalho Local de trabalho Alterações do contrato – art. 468, CLT Art. 468. Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia. Fontes do Direito Materiais: pré-jurídicas – acontecem antes da norma ser produzida. É um fato social Formais: Jurídicas – acontecem depois da norma ser produzida. O Estado faz a norma Dispositivos legais: Art. 7º, CF Emendas Leis complementares, Leis ordinárias, CLT Medida Provisória, Portarias, Resoluções, Normas Dissídio coletivo Dispositivos contratuais: Fontes supletivas, secundárias ou de integração do direito do trabalho – art. 8º, CLT Art. 8º. As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por equidade e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público. Contrato Individual de Trabalho Art. 442. Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso, correspondente à relação de emprego. Relação de emprego Regra: prazo indeterminado – art. 452, CLT Art. 452. Considera-se por prazo indeterminado todo contrato que suceder, dentro de 6 (seis) meses, a outro contrato por prazo determinado, salvo se a expiração deste dependeu da execução de serviços especializados ou da realização de certos acontecimentos. Exceção: prazo determinado – art. 443, CLT: a) serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo b) atividades empresariais de caráter transitório c) contrato de experiência §1º Considera-se como de prazo determinado o contrato de trabalho cuja vigência dependa de termo prefixado ou da execução de serviços especificados ou ainda da realização de certo acontecimento suscetível de previsão aproximada. Intermitente – art. 443, §3º §3º Considera-se como intermitente o contrato de trabalho no qual a prestação de serviços, com subordinação, não é contínua, ocorrendo com alternância de períodos de prestação de serviços e de inatividade, determinados em horas, dias ou meses, independentemente do tipo de atividade do empregado e do empregador, exceto para os aeronautas, regidos por legislação própria. Empregado – art. 3º, CLT Pessoa física Pessoalidade Presta serviço de natureza não eventual – habitualidade Subordinação – recebe salário Empregada grávida: possui estabilidade no emprego do momento em que se descobre a gravidez até 5 meses após o parto Empregador – art. 2º, CLT Empresa individual ou coletiva Assume o risco da atividade econômica Admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço Equiparados: a) profissionais liberais b) instituições de beneficência c) associações recreativas d) outras instituições sem fins lucrativos Características do Contrato de Trabalho Consensualidade Bilateral Oneroso Sinalagmático Comutativo Continuado Pessoalidade Alteridade Informalidade Mudança na propriedade da empresa – art. 448 e 448-A, CLT Art. 448. A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados. Art. 448-A. Caracterizada a sucessão empresarial ou de empregadores prevista nos arts. 10 e 448 desta Consolidação, as obrigações trabalhistas, inclusive as contraídas à época em que os empregados trabalhavam para a empresa sucedida, são de responsabilidade do sucessor. Transferência de local de trabalho – art. 469, CLT Art. 469. Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua anuência, para localidade diversa da que resultar do contrato, não se considerando transferência a que não acarretar necessariamente a mudança do seu domicílio. Adicional de transferência: será devido quando for transferência provisória Se a transferência for permanente, não é devido adicional É lícita a transferência quando houver extinção do estabelecimento empresarial em que trabalha o empregado Alteração do horário de trabalho Noite para o dia: é lícita a alteração Dia para a noite: é ilícita a alteração, salvo se tiver consentimento do empregado para a mudança, com uma declaração de motivos Que admitem trabalhadores como empregados No horário padrão urbano: é lícita a alteração desde que não prejudique o empregado Redução da jornada de trabalho Com manutenção do salário: é lícita a redução Não poderá haver redução do salário nestes casos, segundo o princípio da irredutibilidade do salário, salvo se disposto em acordo ou convenção coletiva ou por mútuo consentimento, desde que não acarrete prejuízo ao trabalhador– art. 7º, VI, CF c/c art. 468, CLT Substituição O substituto terá direito ao salário do substituído Cargo vago definitivamente (caso de morte) – o empregado que ocupar o cargo não possui direito ao salário do antecessor Nas substituições com caráter meramente eventual (falta), não é devido o salário do substituído Alteração do Contrato de Trabalho Mútuo consentimento Sem prejuízo – direto (salário) ou indireto (local) Função – art. 468, §1º, CLT Aceitação Pagamento de gratificação de função – perde a gratificação de função se deixar o exercício com ou sem justa causa Pode voltar para o cargo anterior (sem consentimento do empregador) Terceirização da mão de obra Encerramento antecipado do Contrato de Trabalho de plano indeterminado Por iniciativa do empregador – art. 479, CLT Art. 479. Nos contratos que tenham termo estipulado, o empregador que, sem justa causa, despedir o empregado será obrigado a pagar-lhe, a título de indenização, e por metade, a remuneração a que teria direito até o termo do contrato. Parágrafo único. Para a execução do que dispõe o presente artigo, o cálculo da parte variável ou incerta dos salários será feito de acordo com o prescrito para o cálculo da indenização referente à rescisão dos contratos por prazo indeterminado. Presume que o empregado sofre prejuízo neste caso Indenização: pagamento de ½ das remunerações devidas até o final do contrato – salvo se o término decorrer de falta grave, onde há justa causa Por iniciativa do empregado – art. 480, CLT Art. 480. Havendo termo estipulado, o empregado não se poderá desligar do contrato, sem justa causa, sob pena de ser obrigado a indenizar o empregador dos prejuízos que desse fato lhe resultarem. §1º A indenização, porém, não poderá exceder àquela a que teria direito o empregado em idênticas condições. O empregado só pagará indenização se o empregador comprovar seu prejuízo Art. 481. Aos contratos por prazo determinado, que contiverem cláusula assecuratória do direito recíproco de rescisão antes de expirado o termo ajustado, aplicam-se, caso seja exercido tal direito por qualquer das partes, os princípios que regem a rescisão dos contratos por prazo indeterminado. Neste caso do art. 481, o contrato de trabalho de prazo determinado transforma-se em indeterminado, e assim, não haverá indenização Suspensão e interrupção do Contrato de Trabalho – art. 471 a 476-A, CLT Art. 471. Ao empregado afastado do emprego, são asseguradas, por ocasião de sua volta, todas as vantagens que, em sua ausência, tenham sido atribuídas à categoria a que pertencia na empresa. Art. 472. O afastamento do empregado em virtude das exigências do serviço militar, ou de outro encargo público, não constituirá motivo para alteração ou rescisão do contrato de trabalho por parte do empregador. Suspensão: o empregado não recebe pelo tempo inativo e tal período não conta como tempo de serviço. Acarretam a suspensão do contrato de trabalho a falta injustificada, o período de greve, etc Interrupção: a empresa continua pagando salários ao empregado e o período será computado como tempo de serviço. Interrompem o contrato de trabalho, por exemplo, as férias, o DSR e o afastamento do empregado por doença até o 15º dia Remuneração – art. 457, CLT Art. 457. Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber. SALÁRIO GORJETAS – art. 457, §3º, CLT Contraprestação do trabalho pago pelo empregador Pagas por terceiros (clientes) Fixo Liberalidade do cliente Comissões Nota fiscal Gratificações legais – Adicionais: Hora extra Insalubridade Noturno Periculosidade Transferência S. 354, TST: gorjeta integra a remuneração, mas não serve de base de cálculo para: Hora extra Noturno Descanso semanal remunerado Aviso prévio “Gueltas” – é um tipo de gorjeta paga por 3º, porém, este é o fornecedor do produto Encargos sociais: Trabalhista FGTS (8%) 13º salário 1/3 de férias Aviso prévio Obs. Art. 457, §1º - antes da lei 13.467/17, o valor fixo, as comissões, as percentagens, as gratificações ajustadas, os abonos e as diárias de viagem (maior que 50% do salário do empregado), integravam o salário do trabalhador. Com a lei 13.467/17, não há mais as percentagens, mas sim as comissões englobando um valor fixo e percentuais. Apenas as gratificações legais são consideradas salário, mas as gratificações de função, por tempo de serviço, de assiduidade, têm natureza salarial mesmo que não positivadas na lei. Com a lei, a gratificação por produtividade (metas), pagas sob a forma de prêmios, não possui natureza salarial, podendo ser pagos em dinheiro, bens ou serviços. Previdenciário Salário de contribuição - INSS SALÁRIO Mínimo (BASE): Nacional – art. 7º, IV, CF Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender às suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; Piso salarial – art. 7º, V, CF V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho; Acordo coletivo Convenção coletiva Dissídios coletivos Profissional – fixado por lei para uma profissão (ex.: engenheiro civil) Piso Estadual (Regional) – fixado por lei estadual para empregados das categorias inorganizadas (sem piso salarial e sem salário mínimo profissional) Obs.: nos estados em que existe piso estadual, o salário mínimo nacional não é devido aos empregados da iniciativa privada. O piso estadual substitui o salário mínimo nacional. Contratual (BASE) Obs.: o valor do salário base é o valor do salário sem os adicionais Adicionais com natureza salarial: Hora extra – art. 7º, XVI, CF – no mínimo 50% do valor da hora normal Noturno – para os trabalhadores urbanos – das 22h até as 5h do dia seguinte (20% = 52min30seg [8 horas de 52min30seg] - para os trabalhadores rurais – pecuária – 20h até as 4h (25%) e lavoura – 21h até as 5h (25%) – recebem mais pois trabalham 8 horas completas Benefícios – art. 458, §2º, CLT “Utilidades” sem natureza salarial Representam um ganho ao empregado, mas não um custo ao empregador 1. Vestuário: utilizado para o trabalho – I Uniforme Todos os outros equipamentos e utensílios utilizados para o trabalho Veículo – Súmula 367, item I, TST Moradia Pagamento de água ou luz Para os empregados representados pelo sindicato – Negociar para uma Categoria Indispensável para o trabalho 2. Assistência médica, odontológica e hospitalar - IV 3. Vale Refeição ou Auxílio-Alimentação P.A.T. Não pode ser em dinheiro 4. Transporte – III Obrigatório 5. Educação - II Livros Material didático Matrícula Mensalidade Anuidade 6. Seguro de vida e acidentes pessoais - V 7. Previdência Privada – facultativa e complementar - VI 8. Vale cultura - VIII 9. PLR – participação nos lucros e resultados – art. 7º, XI, CF Desvinculada da remuneração Lei 10.101/00 – lei que regulamenta a PLR Pagamento – até no máximo 2x no ano Publicidade Obs.: o empregado dispensado terá direito a receber a participação proporcional ao tempo trabalhado na empresa. Lucro nº de meses da apuração x nº de meses de trabalho Liberalidade10. Prêmios – art. 457, §2º, CLT Não integra a remuneração Não se incorpora ao contrato de trabalho – pode ser suprimido de forma unilateral Não afronta o princípio da condição mais benéfica Pode ser pago habitualmente, desde que se comprove o desempenho extraordinário Conceito: art. 457, §4º, CLT Liberalidade Pagamento pode ser para um empregado ou para um grupo de empregados Pagamento pode ser feito em: bens, serviços ou dinheiro Pagamento pelo desempenho superior ao ordinariamente esperado, habitual; desempenho extraordinário 11. Assistência por serviço médico ou odontológico – art. 458, §5º, CLT Pelo próprio empregador ou por terceiro Reembolso de despesas com: Medicamentos Óculos Aparelhos ortopédicos Próteses Órteses Despesas médico-hospitalares e similares Não integram a remuneração do empregado Equiparação salarial ou salário de paradigma Art. 3º, IV, CF Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Art. 5º, CF – todos são iguais perante a lei Art. 7º, XXX, XXXI e XXXII Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência; XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos Isonomia salarial Requisitos – art. 461, CLT: 1. Mesma empresa – mesmo estabelecimento empresarial 2. Mesma função – independente da denominação mesmas atividades 3. Trabalho de igual valor – mesma perfeição técnica (qualitativo) e produtiva (quantitativo) – §1º sempre por critérios objetivos - e a diferença de tempo na empresa menor que 4 anos - e a diferença de tempo na função menor que 2 anos Empresas organizadas em planos de cargos e salário ou quadro de carreira Instituído por negociação coletiva (convenção coletiva ou acordo coletivo) – sindicato - ou norma interna da empresa Sem necessidade de homologação Nestes casos, para equiparação, deverá ser observado o disposto na negociação ou na norma interna Promoção por antiguidade e/ou merecimento §5º - para equiparação, os empregados devem ser contemporâneos no cargo ou na função. Desta forma não é possível equiparação salarial em cadeia Possibilidade de o paragonado, pleitear equiparação salarial em face do empregado paradigma, sendo que o segundo obteve a equiparação salarial através de uma decisão judicial, ou seja, obteve o respectivo salário mediante a equiparação salarial com um terceiro empregado, denominado paradigma remoto. §4º - empregado reabilitado não serve de paradigma Após a cessação do benefício previdenciário, o empregado pode ser demitido – prazo de 1 ano após voltar ao serviço Acidente de trabalho pode ser típico, no deslocamento ou doença §6º - indenização além da equiparação Comprovada a diferença salarial por motivo de sexo ou etnia, o empregado receberá a diferença salarial e o juiz determinará o pagamento de indenização no valor de 50% do teto (valor máximo) dos benefícios do RGPS Ônus da prova na equiparação salarial – art. 818, CLT Art. 818. O ônus da prova incumbe: I - ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II - ao reclamado, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do reclamante. Fato constitutivo do direito do reclamante (empregado): exercer as mesmas funções do paradigma (nominar o paradigma) – com quem ele quer ser equiparado O reclamado (empregador) deverá provar o fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do reclamante Paradigma: modelo com quem se pretende a equiparação Empregado: paragonado Proteção do Salário – art. 7º, X, CF Lei – proteção do salário / crime – retenção dolosa CLT – art. 462, CLT Descontos: Adiantamento (“vale”) Autorizados por lei - Contribuição para seguridade social – INSS - Imposto de rende - Pensão alimentícia - Empréstimo consignado (40%) ou outros descontos autorizados (30%) S. 342, TST – prévia e por escrito Contrato coletivo Descontos por danos (prejuízo) causados pelo empregado ao empregador – art. 462, §1º, CLT - Pode decorrer do dolo do empregado – desconto lícito - Pode decorrer da culpa – se esta possibilidade houver sido acordada (cláusula contratual) - Percentual máximo de 30% do salário do empregado - OJ-SDI1-160 DESCONTOS SALARIAIS. AUTORIZAÇÃO NO ATO DA ADMISSÃO Comissões por vendas em prestações sucessivas – art. 466, CLT 1. Em que momento o empregado adquire o direito as comissões? A partir do momento que a transação é realizada e aceita pela empresa vendedora, o vendedor respectivo já adquire o direito ao recebimento da comissão correspondente, segundo o art. 466 da CLT. O empregador deve aceitar a transação. 2. Quando deverá ser efetuado o pagamento das comissões? Pagamento das percentagens e comissões são proporcionais aos vencimentos das parcelas do produto vendido. 3. Em caso de inadimplência do comprador, o empregado deve receber as comissões? Sim, uma vez que já foi efetuada a venda com a aceitação do empregador. Não pode perder o direito de receber as comissões por venda já realizada por ele. Recibo do pagamento de salário – art. 464, CLT Art. 464. O pagamento do salário deverá ser efetuado contra recibo, assinado pelo empregado; em se tratando de analfabeto, mediante sua impressão digital, ou, não sendo esta possível, a seu rogo. Terá força de comprovante de pagamento de salário o depósito realizado em conta bancária aberta com esta finalidade em nome do empregado. Neste caso, o empregador deverá emitir por qualquer meio, ainda que eletrônico, o documento indicando as parcelas que estão sendo pagas. – p. único Encerramento do Contrato de Trabalho – rescisão 1. Vontade das partes Vontade do empregado: - Demissão: ato do empregado que se demite (ato unilateral) – direito potestativo do empregado - Despedida indireta ou rescisão indireta do contrato de trabalho: reclamação trabalhista por uma falta grave do empregador – art. 483, CLT - Aposentadoria voluntária: por idade ou por tempo de contribuição Vontade do empregador: - Dispensa sem justa causa: motivo técnico, econômico ou financeiro (motivo injusto) - Dispensa com justa causa: falta do empregado – art. 482, CLT - Despedida arbitrária: imotivada – o empregado não sabe o motivo pelo qual está sendo dispensado - Despedida obstativa: cria obstáculo para aquisição de estabilidade do emprego – art. 499, §3º, CLT Comum acordo: extinção do contrato de trabalho feito por acordo entre empregado e empregador – art. 484-A, CLT 2. Culpa recíproca: decorre de uma dispensa com justa causa – art. 484, CLT Falta grave praticada pelo empregado e pelo empregador O empregado recebe seus direitos (multa, 13º, férias, etc) pela metade 3. Morte de uma das partes – art. 485, CLT Morte do empregado sempre encerra o contrato do trabalho Morte do empregador encerra o contrato de trabalho quando encerram as atividades da empresa Morte do empregador gera encerramento do contrato sem justa causa 4. Fato do príncipe: quando uma lei ou ato administrativo que determina o encerramento de uma atividade, que pode ser estadual,municipal ou federal. Neste caso, as indenizações devidas ao empregado devem ser suportadas por quem determinou o encerramento da atividade/ quem elaborou a lei/ quem determinou o ato administrativo – art. 486, CLT Se houver rescisão indireta do contrato do trabalho, o empregado recebe do mesmo modo que a dispensa sem justa causa. Saldo de salário Aviso prévio 13º salário proporcional Férias + 1/3 vencidas Férias + 1/3 proporcio nais Saque FGTS Indeniza ção sobre FGTS Seguro desemprego Dispensa s/ justa causa Sim Sim. Obrigaçã o do emprega dor Sim Sim Sim Sim Sim – 40% Sim Demissão Sim Sim. Obrigaçã o do emprega do Sim Sim Sim Não (bloque ado) Não Não Dispensa c/ justa causa Sim Não *Não* (jurisprudênc ia diz que sim) Sim *Não* (jurisprudê ncia diz que sim) Não (bloque ado) Não Não Culpa recíproca Sim 1/2 1/2 Sim 1/2 Sim 1/2 – 20% Não Comum acordo Sim Trabalhad o ou indenizad o em 1/2 Sim Sim Sim Sim. 80% do valor deposit ado 1/2 – 20% Não Dias trabalha dos no mês da rescisão 1/¹² p/ mês ou fração > ou = a 15 dias Período aquisitivo já adquirido pelo emprega do Férias proporcion ais 1/¹² p/ mês ou > ou = a 15 dias Desemprego involuntário Despedida Indireta ou rescisão indireta – art. 483, CLT Ação judicial proposta pelo empregado com a pretensão de ver reconhecida e declarada a falta grave praticada pelo empregador com a determinação de encerramento do contrato de trabalho e condenação ao pagamento das verbas devidas na dispensa sem justa causa. Art. 483. O empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear a devida indenização quando: a) forem exigidos serviços superiores às suas forças (art. 198 e 390), defesos por lei, contrários aos bons costumes, ou alheios ao contrato; b) for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com rigor excessivo; c) correr perigo manifesto de mal considerável; d) não cumprir o empregador as obrigações do contrato; e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua família, ato lesivo da honra e boa fama; f) o empregador ou seus prepostos ofenderem-no fisicamente, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; g) o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de forma a afetar sensivelmente a importância dos salários. Obs.: § 3º - Nas hipóteses das letras "d" e "g", poderá o empregado pleitear a rescisão de seu contrato de trabalho e o pagamento das respectivas indenizações, permanecendo ou não no serviço até final decisão do processo. Falta grave (estável - precisa de inquérito) justa causa (não precisa de inquérito para apuração de falta grave) Empregado sem estabilidade e sem garantia, e empregado com garantia Em ambas as hipóteses, é necessário motivo – art. 482, CLT Falta grave – art. 8º, VIII, CF Justa causa – art. 10, II, b, ADCT Empregado estável: só poderá ser dispensado por justa causa se cometer falta grave, nos termos da lei – é necessário um inquérito para apuração de falta grave – art. 853, CLT Estabilidade decenal – art. 492, CLT Dirigente sindical – Súmula nº 379/TST Empregado com garantia de emprego: pode ser dispensado com justa causa sem a necessidade de inquérito Motivos de dispensa com justa causa – art. 482, CLT Art. 482. Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador: a) ato de improbidade; b) incontinência de conduta ou mau procedimento; c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador, e quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado, ou for prejudicial ao serviço; d) condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido suspensão da execução da pena; e) desídia no desempenho das respectivas funções; f) embriaguez habitual ou em serviço; g) violação de segredo da empresa; h) ato de indisciplina ou de insubordinação; i) abandono de emprego; - Súmula nº 32/TST j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; l) prática constante de jogos de azar. m) perda da habilitação ou dos requisitos estabelecidos em lei para o exercício da profissão, em decorrência de conduta dolosa do empregado. Parágrafo único. Constitui igualmente justa causa para dispensa de empregado a prática, devidamente comprovada em inquérito administrativo, de atos atentatórios à segurança nacional. Deve ser considerada a gravidade da conduta/falta para configurar a justa causa. Falta que impeça a manutenção do contrato de trabalho Aviso prévio – art. 487 a 491, CLT É uma obrigação do empregado ou do empregador que decidir rescindir o contrato sem justa causa, avisar o outro antecipadamente através do aviso prévio, sendo um direito de ambos o aviso Data de demissão: Notificação: Obrigação do empregado: demissão Obrigação do empregador: dispensa Direito do empregado: dispensado Direito do empregador: empregado se demite Aviso Prévio Encerramento do CT Data da baixa na CTPS Indenizado Trabalhado Obs.: o prazo do aviso é de no mínimo 30 dias, e, quando o notificante for o empregador, o aviso será de acordo com o tempo que o empregado trabalhou na empresa. Sendo assim, o aviso prévio é de 30 dias + 3 dias por cada ano trabalhado Se o aviso prévio for trabalhado, e o notificante for o empregador, poderá o empregado optar por redução de 2 horas na jornada de trabalho ou por 7 dias corridos durante o aviso – art. 488, p. único, CLT Obs.: é ilegal o empregador oferecer hora extra pelas 2 horas do aviso Reconsideração do aviso prévio: o notificante pode reconsiderar a decisão durante o período do aviso prévio, onde fica condicionada a aceitação do notificado, valendo para ambos. A aceitação pode ser tácita ou expressa, e é presumida se o empregado continuar trabalhando Contagem do aviso prévio: é feita com a exclusão do dia inicial da notificação e com a inclusão do dia final de trabalho Cálculo do aviso prévio: indenização pelos dias trabalhados no aviso prévio. Entram na remuneração o salário (comissões, gratificações e adicionais) + gorjetas (não servem de cálculo para o aviso – Súmula nº 354/TST) Tudo o que acontece dentro do aviso prévio está incluso no contrato de trabalho, onde gravidez e acidente de trabalho geram estabilidade. O prazo prescricional começa a ser contado no final do aviso prévio – prescreve após 5 anos, via de regra (na vigência do contrato) Reconhecer na justiça o tempo trabalhado não prescreve, porque é uma ação meramente declaratória – art. 11, §1º, CLT Negociação Coletiva Acordo coletivo Convenção coletiva Sindicatos categorias Intervenção mínima (poder judiciário) na autonomia da vontade coletiva Categoria – pode e não pode ser negociado Profissionais Econômicas Empregados patronal Art. 611-A, CLT Relação exemplificati va Art. 611-B, CLT Relação taxativa – art. 7º,CF Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre: I. pacto quanto a jornada de trabalho II. banco de horas anual - compensação da jornada de trabalho - até 6 meses ou até 1 ano (negociação coletiva) – compensar em até 12 meses,sob pena de pagamento de multa III. intervalo IV. adesão ao programa seguro emprego V. plano de cargos e salários e cargos de confiança - quais os cargos que vão ser estabelecidos - qual o salário para cada cargo - de que forma as promoções (anterioridade e/ou merecimento) serão estabelecidas VI. regulamento empresarial VII. representante dos trabalhadores no local de trabalho – art. 11, CF – quando houver mais de 200 empregados - eleição do representante – art. 510-A, CLT VIII. teletrabalho (realizado no domicílio do empregado – art. 75-A, CLT), regime de sobreaviso (disposição durante períodos de descanso – art. 224, §2º, CLT e Súmula nº 428/TST), e trabalho intermitente (realizado de forma contínua, alternando com períodos de inatividade – art. 443, §3º e 452-A, CLT) IX. remuneração por produtividade + gorjetas (percentual de retenção do empregador na gorjeta) e remuneração por desempenho individual X. modalidade de registros de jornada XI. troca do dia do feriado XII. enquadramento do grau de insalubridade XIII. prorrogação da jornada de trabalho em ambiente insalubre, com dispensa de inspeção prévia da autoridade competente do Ministério do Trabalho – art. 60, CLT XIV. prêmios XV. participação nos lucros e resultados Obs.: em qualquer hipótese de fixação de benefício sem natureza remuneratória, por acordo ou convenção coletiva, somente disposição legal poderá retirar a mesma parcela da incidência de contribuições, previdenciárias ou fiscais Art. 611-B. Constituem objeto ilícito de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho, exclusivamente, a supressão ou a redução dos seguintes direitos: I. normas de identificação profissional, inclusive as anotações na Carteira de Trabalho e Previdência Social II. seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário III. valor dos depósitos mensais e da indenização rescisória do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) IV. salário mínimo V. valor nominal do décimo terceiro salário VI. remuneração do trabalho noturno superior à do diurno VII. proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa VIII. salário-família IX. repouso semanal remunerado X. remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em 50% (cinquenta por cento) à do normal XI. número de dias de férias devidas ao empregado XII. gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal XIII. licença-maternidade com a duração mínima de cento e vinte dias XIV. licença-paternidade nos termos fixados em lei XV. proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei XVI. aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei XVII. normas de saúde, higiene e segurança do trabalho previstas em lei ou em normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho XVIII. adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas XIX. aposentadoria XX. seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador XXI. ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho XXII. proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador com deficiência XXIII. proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito anos e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos XXIV. medidas de proteção legal de crianças e adolescentes XXV. igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso XXVI. liberdade de associação profissional ou sindical do trabalhador, inclusive o direito de não sofrer, sem sua expressa e prévia anuência, qualquer cobrança ou desconto salarial estabelecidos em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho XXVII. direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender XXVIII. definição legal sobre os serviços ou atividades essenciais e disposições legais sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade em caso de greve XXIX. tributos e outros créditos de terceiros XXX. as disposições previstas nos arts. 373-A, 390, 392, 392-A, 394, 394-A, 395, 396 e 400 desta Consolidação Parágrafo único. Regras sobre duração do trabalho e intervalos não são consideradas como normas de saúde, higiene e segurança do trabalho para os fins do disposto neste artigo.
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