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GEOPOLITICA BRASILEIRA - PART 1

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Geopolítica Brasileira
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Brasil Nação e Território
Ao utilizarmos o termo Nação, identificamos uma referência cultural, uma 
referência ligada às características da sociedade brasileira. A Nação brasileira, 
hoje ultrapassou, segundo estimativas do IBGE, 208 milhões de habitantes.
O Brasil é dividido pelo IBGE em 5 (cinco) regiões, cada qual com a sua espe-
cificidade, com as suas características próprias.
O Brasil inicia uma forte urbanização a partir da década de 50 do século pas-
sado. É claro que essa forte urbanização se intensifica na medida do passar das 
décadas e o Brasil é um país altamente urbanizado.
Estudaremos as grandes cidades, as metrópoles, as cidades-mãe, como São 
Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre, Belo Horizonte e outras mais.
No edital há referência a industrialização do Brasil, o agronegócio, a questão 
agrária, a estrutura fundiária, uma ampla análise da perspectiva contemporânea 
brasileira, atentando para as principais vertentes da economia do nosso país, 
acompanhando toda a evolução histórica desde os primórdios, quando o Brasil 
destinava-se à produção de pau-brasil, cana-de-açúcar, depois uma fase ligada 
a minérios, borracha, café, até chegarmos à principal commodity da atualidade, 
que é a soja.
As principais BRs, as principais rodovias brasileiras que compõem o sistema 
de transporte no Brasil são divididas em:
• As longitudinais começam com 100, como, por exemplo, 116, 101, 163, 153;
• As transversais começam com 200, como, por exemplo, a Transamazônica, 
a BR 230, que tem o seu marco zero em Cabedelo, no Estado da Paraíba;
• As diagonais começam com 300;
• Quando nasce em Brasília (Distrito Federal), começa com 0, por exemplo, 
010, 030, 040 até a 080.
• Quando liga uma transversal a uma diagonal, uma diagonal a uma longitu-
dinal, começa com 400, porque é uma rodovia de ligação.
Novas cidades estão surgindo ao longo da formação das principais rodovias 
do Brasil. A construção de uma rodovia não está apenas intimamente ligada ao 
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escoamento da produção nacional, mas a construção de novas rodovias também 
se relaciona diretamente ao surgimento de novos municípios no entorno, na 
margem dessa rodovia.
Infelizmente o Brasil vem estruturando, nas últimas décadas, boa parte do 
seu sistema modal nas rodovias: esse é um erro muito sério e preocupante. 
É difícil encontrar um gestor que tenha vontade e também habilidade política 
e econômica para estruturar uma interligação entre os sistemas modais, ainda 
mais num território continental, como o território brasileiro, com grande participa-
ção das hidrovias e com a possibilidade da navegação de cabotagem. 
 
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A navegação de cabotagem é um tipo de navegação que poderia ser utilizada 
para o escoamento da produção no Brasil.
Por exemplo, o Porto de Suape, em Cabo de Santo Agostinho, região metro-
politana de Recife, é o porto mais moderno do Brasil.
Em Cabo de Santo Agostinho foi onde Vincente Pinzón, em 24 de janeiro de 
1500, chegou à Terra Brasilis.
Saindo de Suape, para levar uma produção para o Rio de Janeiro, uma opção 
seria transportar essas mercadorias navegando pelo próprio litoral brasileiro até 
chegar ao Rio de Janeiro. Esse seria um exemplo de navegação de cabotagem.
No Pará, a cidade de Santarém está localizada às margens do rio Tapajós e 
a rodovia que liga Cuiabá a Santarém (BR 163) é das mais importantes rodovias 
ligadas à soja e se encontra inacabada, totalmente abandonada, com longos 
trechos de vários quilômetros sem asfalto, sem pavimentação, comprometendo 
profundamente o escoamento da soja brasileira.
Há outra rodovia ligando Brasília até Belém do Pará, cortando todo o Estado 
de Tocantins, a BR-153, igualmente importantíssima, principalmente quando há 
referência à ligação do Centro-Oeste com o norte brasileiro.
Outra rodovia importante, que praticamente liga todo o litoral do Rio Grande 
do Sul até o Rio Grande do Norte, é a BR 116.
A Transamazônica, a BR 230, começa na Paraíba e se encaixa perfeita-
mente na época das grandes construções da ditadura militar: o Milagre Eco-
nômico é sobretudo um período bem marcado na história da economia brasi-
leira na década de 70. O Brasil, nessa época, registrava crescimento na casa 
dos dois dígitos, 10%, 13%, 15% ao ano, situação que há longas décadas o 
Brasil não vivencia.
O governo da ditadura militar empreende uma serie de obras importantes para 
o contexto de desenvolvimento da economia brasileira. Dentro desse ambiente 
foi construída a BR 230, a Transamazônica. 
O Brasil possui 27 unidades da Federação, sendo que 26 são Estados e um 
é o Distrito Federal.
O Brasil é uma República Federativa formada pela união, indissolúvel, dos 
Estados, Municípios e Distrito Federal.
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O Brasil é um Estado democrático de direito e tem como fundamentos a sobe-
rania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do traba-
lho e da livre-iniciativa e o pluralismo político.
Os Estados, respeitados os limites impostos pela própria Constituição, orga-
nizam-se e norteiam-se pela Constituição e pelas leis que vierem a adotar.
O Distrito Federal tem um papel fundamental na organização político-admi-
nistrativo do território nacional. Desde a Constituição de 1988, o Distrito Federal 
ganhou autonomia política, administrativa e financeira e, desde então, o Distrito 
Federal passou a ter Lei Orgânica própria, tem Governador e também tem a 
Câmara Distrital.
A capital do Brasil é Brasília, localizada no Distrito Federal desde o dia 21 de 
abril de 1960.
Desde a Constituição de 1988, o Brasil deixou de ter territórios federais.
Em 1943, durante a Segunda Guerra Mundial, o presidente Getúlio Vargas 
aliou-se ao bloco dos Aliados, composto pelos Estados Unidos, França, Reino 
Unido e Rússia. Essa aliança, formada por essas quatro nações, acabou procu-
rando o Brasil, por intermédio do presidente Roosevelt, que chegou a visitar o 
Brasil (no Rio Grande do Norte foi montada uma base militar americana), para 
que o Brasil não permitisse o avanço do nazismo, tudo isso para que o bloco dos 
Aliados pudesse combater o bloco do Eixo.
Com muito temor de possíveis ataques, sobretudo dos nazistas, o governo de 
Getúlio Vargas determinou a criação de territórios federais, territórios que foram 
desmembrados dos Estados, que se tornaram de tutela, de administração e res-
ponsabilidade da União. 
Amapá (transformado em território brasileiro em 1943), Roraima, o arquipé-
lago de Fernando de Noronha, Acre, Ponta-Porã (parte de Mato Grosso do Sul, 
Paraná e Santa Catarina) e Rondônia (Guaporé) eram os seis territórios federais, 
lembrando que o Acre foi elevado à condição de Estado, assim como Rondônia, 
na década de 60, Ponta-Porã terminou sendo desmembrado e sobrou apenas 
Roraima, Amapá e Fernando de Noronha. Roraima e Amapá foram transforma-
dos em Estados em 1988 e Fernando de Noronha foi cedido a Pernambuco 
como Distrito Estadual, o único distrito estadual de todo o território brasileiro. 
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No mapa, na cor verde representa a região Norte, na cor de telha a região Cen-
tro-Oeste, de amarelo a região Nordeste, de rosa o Sudeste e a região Sul de lilás. 
Algumas superintendências foram criadas ao longo dos anos para tratar dos 
interesses de determinadas áreas, de fomentar e alavancar o desenvolvimento 
– no Nordeste, a SUDENE (1959 governo JK); no Centro-Oeste, a SUDECO 
(1967, governo de Castelo Branco); no Norte, a SUDAM (1967, governo de 
Castelo Branco).
A inauguração de Brasília
Muitos autores argumentam que Brasília teria sido construída com o objetivo 
de trazer maior segurança à capital federal. 
Desde a invenção do avião, qualquer localidade no território nacional que 
fosse escolhida para capital federal se tornaria arriscada, pouco importando a 
sua localização no litoral ou no interior. O avião certamente rompeu esse para-
digma de segurança.
Um dos principais fatores da argumentação para a construção da capital 
federal no Centro-Oeste era a interiorização do território nacional. A primeira 
grande tentativa de povoar o Centro-Oeste veio no governo de Getúlio Vargas, 
na década de 30, quando ele, com a colaboração do interventor de Goiás, Pedro 
Ludovico Teixeira, constrói Goiânia, uma cidade planejada pelo arquiteto Atílio 
Correia Lima e finalizada pelos irmãos engenheiros Abelardo e Jerônimo Bueno.
Outro programa do governo Vargas, agora na década de 40, é a Marcha para 
o Oeste. Vargas criou duas colônias agrícolas no Centro-Oeste, a CAND (Colô-
nia Agrícola de Dourados) e a CANG (Colônia Agrícola Nacional de Goiás).
O governo distribuía para as famílias que se instalassem nessas colônias do 
Centro-Oeste lotes com 30 hectares.
A necessidade de se povoar o interior do Brasil, a necessidade de ocupar o 
território nacional para integrar e garantir a posse do nosso território sempre se 
fez algo presente nas principais demandas do governo federal.
No governo de JK, materializa-se a transferência da capital, lembrando que 
essa não foi uma ideia genuína de JK: a transferência da capital do Rio de Janeiro 
para o planalto central já estava prevista no art. 3º da primeira Constituição repu-
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blicana do Brasil (1891). JK, por intermédio do seu Plano de Metas (no total 30, 
Brasília tornou-se a 31ª), fomentou o desenvolvimento da economia brasileira, 
que acabou alcançando espaço internacionalmente.
Não é à toa que o presidente JK é conhecido como o presidente Bossa Nova: 
assim como esse ritmo musical brasileiro conquistava o mundo, estava na crista 
da onda, JK também se projetou internacionalmente.
Os governos de Vargas e de Juscelino são dois governos que, indiscutivel-
mente, não podem estar fora das aulas de História brasileira. São dois governos 
decisivos para a compreensão do Brasil de hoje: uma Nação emergente que se 
encontra entre as 10 maiores economias do mundo. Segundo a Organização 
das Nações Unidas (ONU), há 194 países no mundo e, entre eles, o Brasil está 
entre as 10 maiores economias do mundo. 
INDUSTRIALIZAÇÃO NO BRASIL
Indiscutivelmente a região Sudeste é a que mais gera empregos na indústria. 
São mais de 7 milhões de postos de trabalho que foram gerados pela indústria 
em 2015, com 177 ocupações. Na região Sudeste estão mais de 4 milhões de 
mão de obra empregadas na indústria. Em segundo lugar, vem a região Sul com 
um milhão e meio de trabalhadores empregados no setor secundário; a seguir, 
a terceira colocada é a região Nordeste, seguida da região Centro-Oeste e por 
último a região Norte.
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O grande destaque da região Norte no setor industrial é a Zona Franca de 
Manaus, idealizada no contexto da SUDAM, durante a época do regime militar. A 
Zona Franca de Manaus conseguiu prosperar por conta de uma política baseada 
em isenções fiscais, isenções tributárias durante décadas que acabaram garan-
tindo a Manaus a instalação de várias indústrias, sobretudo no campo automo-
bilístico (motocicletas) e no âmbito eletroeletrônico, com a produção de videoga-
mes, televisores e também aparelhos de celular. 
O Brasil ainda não está completamente conectado, integrado como espe-
rava-se que estivesse. 
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Esse mapa mostra a dimensão do número de empresas do Brasil e sua loca-
lização. Nas regiões Sudeste e Sul, concentra-se 70% do PIB nacional. É impor-
tante essa perspectiva industrial bem delineada. No Nordeste, os principais polos 
industriais estão localizados nas regiões metropolitanas de Salvador, de Recife 
de Fortaleza.
Outro destaque é sobre algumas automobilísticas, sediadas principalmente 
no Estado de Goiás, nas cidades de Catalão e Anápolis. Muita atenção às médias 
cidades (entre 100 mil e 300 mil habitantes), que atraem muitas indústrias e a 
atenção dos governos para as questões ligadas a infraestrutura: necessidade 
energética, abertura de novas rodovias e ferrovias. 
����������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a 
aula preparada e ministrada pela professora Rebecca Guimarães. 
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-
teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela 
leitura exclusiva deste material.
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Divisão Inter-regional do Trabalho e da Produção no Brasil – Regiões N e CO
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DIVISÃO INTER-REGIONAL DO TRABALHO E DA PRODUÇÃO 
NO BRASIL – REGIÕES NORTE E CENTRO-OESTE
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1 O Brasil político: nação e território.
1.1 Organização do Estado Brasileiro.
1.2 A divisão inter-regional do trabalho e da produção no Brasil.
1.3 A estrutura urbana brasileira e as grandes metrópoles.
2 Distribuição espacial da população no Brasil e movimentos migrató-
rios internos.
3 A evolução da estrutura fundiária e problemas demográficos no campo.
4 Integração entre indústria e estrutura urbana, rede de transportes e 
setor agrícola no Brasil.
5 Geografia e gestão ambiental.
5.1 Macrodivisão natural do espaço brasileiro: biomas, domínios e ecossistemas.
5.2 Política e gestão ambiental no Brasil.
6 O Brasil e a questão cultural.
7 A integração do Brasil ao processo de internacionalização da economia.
8 O século XX: urbanização da sociedade e cultura de massas.
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O BRASIL POLÍTICO: NAÇÃO E TERRITÓRIO
1.1 Organização do Estado Brasileiro
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No brasão da República brasileira, de um lado as folhas de café e do outro, 
as folhas de tabaco. Existem muitos segmentos, não apenas dos militares, mas 
também da sociedade, que argumentam ser coerente e oportuno tirar as folhas 
de tabaco do brasão.
No momento histórico da criação do brasão, as principais culturas que se 
desenvolviam nos campos brasileiros eram a do café e do tabaco. O tabaco tinha 
uma participação expressiva nos campos brasileiros a ponto de ter a sua folha 
impressa no brasão brasileiro.
Hoje, sabe-se que o tabaco está muito concentrado na região Sul, não é mais 
uma grande lavoura no Brasil – o Brasil hoje dedica as suas terras agricultáveis 
muito às oleaginosas, à soja, que entra na geografia na contabilidade dos grãos, 
ao milho, à cana-de-açúcar e também ao algodão, sem esquecer a fruticultura.
O Brasil é uma república federativa presidencialista, formada pela União, 
pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, em que o exercício do 
poder é atribuído a órgãos distintos e independentes, submetidos a um sistema 
de controle para garantir o cumprimento das leis e da Constituição.
O Brasil é uma república porque o chefe de Estado é eleito pelo povo, por 
período de tempo determinado. É presidencialista porque o presidente da Repú-
blica é chefe de Estado e também chefe de governo. É federativa porque os 
Estados têm autonomia política.
A União está divida em três poderes, independentes e harmônicos entre si. 
São eles o Legislativo, que elabora leis; o Executivo, que atua na execução de 
programas ou prestação de serviço público; e o Poder Judiciário, que soluciona 
conflitos entre cidadãos, entidades e o Estado.
O Brasil tem um sistema pluripartidário, ou seja, admite a formação legal de 
vários partidos. O partido político é uma associação voluntária de pessoas que 
compartilham os mesmos ideais, interesses, objetivos e doutrinas políticas, que 
tem como objetivo influenciar e fazer parte do poder político.
O Brasil hoje possui 35 partidos políticos registrados na justiça eleitoral.
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1.2 A divisão inter-regional do trabalho e da produção no Brasil
Nos estudos sobre as relações do trabalho e produção no Brasil, não pode ser 
esquecido o nome do professor Milton Santos. Outro nome importante na geo-
grafia brasileira é Pedro Pinchas Geiger, que defendia que o Brasil não devia ser 
dividido em cinco regiões, mas em três regiões: Nordeste, Centro-Sul e Norte.
Para Milton Santos e para a professora Maria Laura Silveira, depois de amadu-
recer a ideia de trabalho e produção, o Brasil deveria ter quatro brasis: Nordeste, 
Centro-Oeste, Norte e Sul/Sudeste, que seria denominada Região Concentrada.
Milton Santos aponta que infelizmente o desenvolvimento econômico, sobre-
tudo o desenvolvimento industrial, aconteceu de maneira extremamente diferen-
ciado em cada umas das regiões do Brasil e é notório que as regiões Sudeste 
e Sul concentram grande parte das indústrias e também do comércio brasileiro. 
70% de todo o PIB brasileiro está concentrado nessas duas regiões e foi por isso 
que o professor baiano Milton Santos estipulou que as regiões Sul/Sudeste for-
mariam a Região Concentrada.
A dinâmica regional brasileira, em função das mudanças que se processa-
ram, em variadas dimensões da reprodução produtiva e social e das opções das 
políticas governamentais, durante os anos 90, tornou-se mais complexa, apre-
sentando outra natureza, diferente daquela caracterizada pelos processos de 
concentração e de desconcentração regional que ocorreram no período 1930/85.
A partir deste momento, nota-se uma sofisticação e um aprofundamento da 
divisão inter-regional do trabalho no Brasil que ainda está por ser melhor deter-
minada e apreendida.
No largo período de 60 anos, apresentado abaixo, a distribuição relativa dos 
PIBs regionais (IBGE) apresentou mudanças, porém mantendo a enorme con-
centração espacial da riqueza.
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Região Norte
No âmbito do processo de desconcentração regional da indústria brasileira 
entre 1970-85, a integração da Região Norte à estrutura produtiva nacional ocor-
reu de maneira frágil e seletiva, fortemente concentrada em termos setoriais e 
regionais. Nos anos 90, a especialização setorial se manteve na produção de 
bens intermediários e de bens de consumo duráveis. A maior parte da produção 
industrial dessa região localiza-se no Amazonas – eletroeletrônicos da Zona 
Franca de Manaus (ZFM) – e no Pará – complexo minero-metalúrgico de Cara-
jás. Essas sub-regiões são responsáveis por grande parte do dinamismo econô-
mico regional.
Os projetos de investimento para a Região Norte, anunciados entre 2000-
2002, reforçam as especializações nestes setores. Mas também indicaram 
novas tendências, basicamente as representadas pelos anúncios de empresas 
do setor de cosméticos e perfumarias no Amazonas e de empresas do com-
plexo agroindustrial de grãos e carnes em Rondônia e Amazonas. Essas últimas 
inversões ligadas à expansão das lavouras de grãos da Região Centro-Oeste.
No que se refere às atividades minero-metalúrgicas do Pará, estas são con-
siderados quase “enclaves regionais”, pois possuem baixa capacidade de absor-
ção de mão de obra, exigem alta concentração de capital e desenvolvem poucos 
encadeamentos inter-industriais. Dessa forma, apesar dos investimentos em 
infraestrutura e da instalação de empresas siderúrgicas (ferro gusa, ferro ligas 
etc.), ao longo da estrada de ferro São Luís-Carajás, os impactos locais dessas 
atividades, em termos de geração de emprego, foram reduzidos. Situação que 
agravou ainda mais nos anos 90 pela introdução de novas técnicas de gestão de 
trabalho dentro das indústrias localizadas neste complexo.
Dentre os investimentos realizados no complexo minero-metalúrgico do Pará 
nos anos 90, o mais relevante foi a construção de uma fábrica de perfis de alumí-
nio (Soinco Saci), em Belém. Porém, somente a partir de 1998, com a perspec-
tiva de melhora dos preços internacionais de minério de ferro pelotizado, a CVRD 
anunciou a retomada de investimentos no complexo de Carajás. Os principais 
projetos dessa empresa são: extração/transformação de cobre na Mina de Sos-
sego, em Carajás; e exploração de novas reservas de bauxita em Paragominas.
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Entre 1985-2000, a participação relativa dos setores de extração de mine-
rais metálicos e de metalurgia básica na estrutura industrial do Pará aumentou 
de 38,2% para 58,8%. Porém, o emprego na extração de minerais metálicos 
reduziu de 2.529 para 2.045 entre 1996-2000. Já no setor de metalurgia básica, 
houve um aumento nas ocupações, de 2.690 para 2.854 neste mesmo período.
Na ZFM, a abertura comercial e o aumento das importações de bens eletro-
eletrônicos no início dos anos 90 exigiram uma redução de custos por parte 
das empresas para que se adequassem à concorrência externa. As empresas aí 
localizadas reduziram significativamente o número de empregados, investiram 
em automação dos processos de montagem e aumentaram o percentualdos 
componentes importados em seus produtos. Ao mesmo tempo, as empresas de 
bens eletroeletrônicos diminuíram significativamente a diversificação de produ-
tos e se concentraram em alguns nichos de mercado. Por outro lado, medidas 
de caráter institucional também foram importantes, como, por exemplo, a perma-
nência dos benefícios fiscais da ZFM até 2013.
Região Centro-Oeste
A expansão da agricultura no Centro-Oeste ocorreu mediante a especiali-
zação na produção de grãos com maior possibilidade de integração industrial 
a montante e a jusante, sobretudo da soja. Nos anos 80, a política nacional 
de exportação contribuiu sobremaneira para a expansão das lavouras de grãos 
nessa região. Ao demandar insumos, máquinas e equipamentos, serviços ban-
cários e comerciais, as atividades do Complexo Agroindustrial (CAI) de grãos-
-carne também exerceram efeitos de encadeamento sobre as atividades urba-
nas das áreas inseridas nesse processo. Parte significativa dessas atividades 
concentrou-se em alguns municípios, como Itumbiara, Jataí e Rio Verde, em 
Goiás; Rondonópolis e Cuiabá, em Mato Grosso; e Campo Grande e Dourados, 
em Mato Grosso do Sul.
Mas, em termos de crescimento, a região de maior dinamismo na década de 
90 foi a Região Centro-Oeste. Esta região também obteve maior êxito no que 
se refere à geração de emprego nessas atividades. Entre 1996-2000, houve 
um aumento de 2.873 empregos no cultivo de soja nos três estados do Centro-
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-Oeste, sendo que o Mato Grosso foi responsável por um aumento de 1.955 
empregos. Na Região Sul e na Região Sudeste (São Paulo e Minas Gerais), 
esse aumento foi de 1.800 e de 832 empregos, respectivamente.
No período subsequente ao Plano Real, vários frigoríficos anunciaram sua 
expansão no Centro-Oeste, reforçando a especialização dessa região no CAI de 
grãos e carnes. Porém, o principal investimento foi o do Grupo Perdigão (Pro-
jeto Buriti) na produção de carnes de frangos e suínos, inaugurado no ano de 
2000 no município de Rio Verde (GO). Também foram realizados investimentos 
da Unilever na produção de atomatados, que, juntamente com a instalação do 
Grupo Perdigão, atraiu alguns fornecedores de embalagens (Orsa, Videplast e 
Brasilata) para esse município localizado no sudoeste de Goiás.
Entre 1996-2000, houve um aumento de 1.640 empregos na criação de 
aves e suínos na Região Centro-Oeste, enquanto que na Região Sul o acrés-
cimo foi de 1.495 empregos. Nos estados de São Paulo e Minas Gerais, houve 
uma queda de 1.638 empregos neste setor.
A Região Centro-Oeste também atraiu, no período pós-1994, investimentos 
de empresas de outros setores industriais, que, por sua vez, se localizaram pre-
ferencialmente em Goiás. Dentre esses, mereceram destaque os investimentos 
da Cameco/John Deere (colheitadeiras) e da MMC/Mitsubishi (veículos utilitá-
rios) no município de Catalão. Em 2000, foram contabilizados 405 empregos no 
setor de fabricação e montagem de veículos desse município.
No início de 2002, algumas empresas do segmento de processamento de 
grãos, como Bunge, ADM, Grupo Algar, Louis Dreyfus, anunciaram investimen-
tos no Centro-Oeste.
Os anúncios ocorreram em função das expectativas de crescimento da pro-
dução de soja nessa região, principalmente no Mato Grosso, de aumento das 
exportações de farelo de grãos para a Europa e de aumento da demanda interna 
por parte dos frigoríficos. Dentre os investimentos mais recentes, pode-se desta-
car também os projetos em Anápolis (GO), visando o mercado de medicamen-
tos genéricos. Entre 1996-2000, foram gerados 3.263 empregos na produção 
de farmacêuticos neste município.
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Além da oferta de recursos naturais e de mão de obra relativamente mais 
barata, a concessão de incentivos fiscais e financeiros pelos governos estadu-
ais, principalmente de Goiás, foi fundamental para a atração desses investi-
mentos. Como resultado, houve um aumento na participação do Centro-Oeste 
no VTI nacional do setor de alimentos e bebidas de 4% para 7,5% entre 1985-
2000. No setor têxtil, houve um aumento de participação em artigos de vestuá-
rio e acessórios de 0,6% para 2,3%. Por outro lado, não houve mudanças sig-
nificativas na participação de Goiás no VTI nacional de fabricação e montagem 
de veículos automotores.
As atividades do CAI soja (soja em grãos, farelo e óleo de soja) aumenta-
ram suas participações na pauta de exportação da Região Centro-Oeste, entre 
1990-93. Após a valorização cambial em 1994, houve queda nas participações 
das vendas deste CAI, sendo que a maior redução ocorreu nas exportações de 
soja em grãos de 36,31% em 1994 para 16,5% em 1995. Entre 1997-99, esses 
percentuais foram recuperados.
Com relação ao emprego no setor de alimentos e bebidas no Centro-Oeste, 
houve um aumento de 36.168 em 1991 para 113.853 em 2000. No setor têxtil, 
este aumento foi de 8.924 para 20.599. Nos dois setores, o aumento maior do 
número de emprego ocorreu em Goiás.
�����������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a 
aula preparada e ministrada pela professora Rebecca Guimarães. 
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-
teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela 
leitura exclusiva deste material.
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DIVISÃO INTER-REGIONAL DO TRABALHO E DA 
PRODUÇÃO NO BRASIL – REGIÕES NORDESTE, SUL E SUDESTE
Região Nordeste
A estrutura produtiva industrial nordestina aumentou sua complexidade, 
o que, por sua vez, consolidou uma nova realidade econômica caracterizada 
pela presença de áreas de maior dinamismo relativo, convivendo com áreas de 
estagnação e decadência. São elas: o complexo petroquímico de Camaçari 
na Bahia; o polo têxtil de Fortaleza; as atividades metalúrgicas do Mara-
nhão; o polo agroindustrial de Petrolina (PE)/Juazeiro (BA); a agricultura 
moderna de grãos no oeste da Bahia; e as áreas de fruticultura irrigada do 
Vale Açu/Mossoró (RN) (Araújo, 2000).
No complexo petroquímico de Camaçari, embora não tenham sido implemen-
tados os projetos iniciais de adensamento do complexo químico, os impactos da 
instalação dessas atividades sobre a estrutura industrial da Bahia foram impor-
tantes. O setor de produtos químicos aumentou sua participação relativa no VTI 
estadual de 33,7% em 1985 para 40% em 1998. Mas, em 2000, esse percentual 
reduziu para 24,2%. No VTI nacional, a queda foi de 13,9% em 1985 para 7,9% 
em 2000. De 1996 a 2000, o número de postos de trabalho continuou basica-
mente estagnado neste setor, com cerca de 10 mil empregos.
Na região de Camaçari, Bahia, está instalada a Ford e, no município de 
Goiana, na grande Recife, em Pernambuco, a produtora do Fiat-Renegade.
Por outro lado, entre 1985 e 2000, aumentou a participação relativa da Bahia 
nas atividades de fabricação de coque, refino de petróleo e produção de álcool 
(de 5,9% para 10,2%) e de celulose, papel e produtos de papel (de 1% para 
6,9%). No VTI estadual, o aumento foi de 10% para 29,36%, para o primeiro, 
e de 0,66% para 7,66 %, para o segundo. No casodo setor de papel e celulose, 
esse aumento é resultado dos investimentos da fábrica de celulose Bahia-Sul 
na região sul desse estado. Neste setor, o aumento do emprego foi de 2.461 em 
1996 para 2.801 em 2000. Na fabricação de coque, refino de petróleo e produção 
de álcool, o aumento do emprego foi de 165 para 2.801 nesse mesmo período.
Não há economia mais próspera no Nordeste do que a economia baiana.
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Esta redução pode ser explicada pela concorrência com os novos projetos de 
investimento no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro, causados pela privatiza-
ção da Copene. No entanto, alguns investimentos foram realizados no polo petro-
químico de Camaçari após o Plano Real. Dentre estes, a ampliação da capacidade 
de produção da Oxiteno e a instalação da fábrica de matérias-primas para fertili-
zantes da Monsanto. Porém, o projeto de aumentar a capacidade de produção da 
nafta, principal obstáculo à expansão deste polo, ainda não foi implementado.
No Maranhão, as atividades da cadeia produtiva do alumínio fazem parte 
das operações da CVRD na Região Norte. A bauxita extraída pela Alunorte, em 
Oriximiná (PA), é escoada através da Estrada de Ferro-Carajás e transformada 
em alumínio primário em São Luis (MA), de onde segue para o mercado externo. 
Entre 1985 e 2000, o setor de metalurgia básica aumentou sua participação rela-
tiva no VTI estadual de 22,6% para 54,6%. Em 2000, esse setor foi responsável 
por um total de 3.568 empregos no Maranhão.
O Ceará concentra parte expressiva das atividades da indústria têxtil do 
Nordeste, sendo que estas estão localizadas principalmente na Região Metro-
politana de Fortaleza.
Assim como em todo o País, no início dos anos 90, a indústria têxtil do Ceará 
sofreu os impactos negativos da abertura comercial e do aumento da concor-
rência com os produtos têxteis importados. No Nordeste, houve uma drástica 
redução de empresas e de emprego no setor têxtil entre 1990 e 1996, principal-
mente no Ceará. Já na segunda metade da década, o ajuste produtivo do setor 
têxtil implicou na instalação de empresas das regiões sul e sudeste na Região 
Nordeste. Grandes empresas do setor têxtil se instalaram nessa região, como 
Coteminas (PB e RN), Fibrasil (PE) e Marisol (CE). No Ceará, os investimentos 
no segmento de malharia contribuíram para a verticalização da cadeia de fiação-
-tecelagem já existente na Região Metropolitana de Fortaleza. Além da vinda de 
empresas de outros estados, também foram feitos investimentos em expansão 
das indústrias locais (Diniz, 2000).
No VTI nacional, a participação relativa do Ceará na fabricação de produtos 
têxteis aumentou de 3,6% para 10,3% entre 1985 e 2000. No que se refere ao 
emprego no setor têxtil desse estado, houve um aumento de 35.341 para 48.444 
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entre 1996 e 2000. Mas, por outro lado, a participação relativa das atividades do 
complexo têxtil (fabricação de produtos têxteis e confecção de artigos do vestu-
ário) no VTI do Ceará diminuiu de 38,6% em 1985 para 22,7% em 2000. Porém, 
não houve mudanças significativas na participação relativa do Ceará na confec-
ção de artigos do vestuário em que estão incluídos os segmentos de maior valor 
agregado da cadeia produtiva têxtil (4,5% em 2000).
Assim como no setor têxtil, as empresas foram atraídas pelos custos salariais 
menores, pelos incentivos fiscais e financeiros dos governos estaduais e pela 
expansão do mercado nessa região após o período de estabilização de preços. 
As fábricas de calçados se instalaram no Ceará, na Bahia, em Pernambuco, 
na Paraíba, em Sergipe e no Rio Grande do Norte. Com isso, a participação 
relativa do Nordeste no VTI nacional desse setor aumentou de 7,7% em 1985 
para 18,4% em 2000.
A Bahia e o Ceará foram os que mais receberam investimentos do setor. 
Nesses estados, a maioria das empresas de calçados é de pequeno porte, porém 
a produção e o emprego do setor estão concentrados nas grandes empresas 
que vieram das regiões Sul e Sudeste.
Além dos investimentos nos setores têxtil e calçadista, também foram reali-
zados alguns investimentos na Região Nordeste no processamento de grãos, na 
fruticultura irrigada, na produção vinícola e no setor automobilístico. No proces-
samento de grãos, o aumento da produção de grãos no Nordeste, a concessão 
de incentivos fiscais e o menor custo relativo da mão de obra contribuíram para 
o anúncio de investimentos no oeste da Bahia e no Piauí. A Ceval fechou sua 
unidade frigorífica e expandiu a sua capacidade de esmagamento de soja no 
oeste baiano. Isso ocorreu em conformidade com a estratégia dessa empresa 
de focalização no processamento de soja, após sua incorporação pela Bunge 
Alimentos. Recentemente, essa empresa também anunciou investimentos na 
instalação de unidade de esmagamento de soja em Uruçuí (PI). Entre 1996 e 
2000, houve um aumento de 697 empregos no cultivo de soja nos três estados 
do Nordeste em que esta lavoura tem avançado (Bahia, Maranhão e Piauí).
Os polos de fruticultura irrigada do Vale do Açu/Mossoró e de Petrolina/Jua-
zeiro atraíram investimentos de grandes empresas e aumentaram de forma 
expressiva a produção e a exportação de frutas nos anos 90. No primeiro, atuam 
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grandes empresas, principalmente no cultivo de melão, como Frunorte, Fazenda 
São João, Mossoró Agro Industrial, Nolem e Maísa. Nos anos 90, foram atraí-
dos para esse polo investimentos das empresas estrangeiras Delmont e Directi-
vos Agrícolas. No polo de Petrolina/Juazeiro, foram realizados investimentos de 
grandes grupos empresariais nacionais e estrangeiros na produção de frutas e 
de empresas da Região Sul e estrangeiras na produção de vinhos.
Estes polos são considerados como importantes geradores de emprego e 
renda nas cidades envolvidas com a fruticultura irrigada. Entre 1996 e 2000, 
o emprego no cultivo de frutas aumentou de 502 para 2.113 no Rio Grande do 
Norte e de 3.350 para 3.465 na Bahia. Nos dois polos, o aumento da produ-
ção tem se refletido em concentração de terras e de renda regional. As gran-
des empresas têm intensificado a produção através da introdução de técnicas 
modernas de irrigação, cultivo, colheita, processamento dos frutos, que, por sua 
vez, tem implicado em redução da mão de obra em algumas partes do processo 
produtivo. Por outro lado, exige-se uma maior qualificação da mão de obra no 
manuseio das frutas nas casas de embalagem. Do ponto de vista das relações 
de trabalho, estas se mostram muito precárias. A maior parte da mão de obra 
é empregada através de contratos temporários rescindidos a cada término de 
safra, levando a uma maior instabilidade das ocupações nesse tipo de produção.
Por último, cabe destacar o investimento em uma planta automobilística da 
Ford (Projeto Amazon). Inaugurada em outubro de 2001, a capacidade de produ-
ção é de 250 mil veículos/ano, sendo que foram contratados 500 operários pela 
montadora e 500 pelos fornecedores que lá se instalaram. Dentre os projetos de 
investimento das empresas fornecedoras, a Pirelli planeja aumentar a produção 
de pneus em Feira de Santana (BA).Porém, apesar do anúncio de investimentos no setor de autopeças, grande 
parte das peças e componentes virá da unidade da Ford em São Bernardo do 
Campo, no ABC paulista.
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Região Sul
Entre os anos 70 e 80, a maior integração da Região Sul à estrutura produtiva 
nacional ocorreu através da introdução e da expansão de segmentos industriais, 
bem como da diversificação agrícola (modernização da base técnica da produção 
e da expansão das lavouras de grãos de maior atratividade no mercado externo 
e com forte integração a montante e a jusante). Essas mudanças resultaram na 
diversificação da base produtiva dos três estados sulinos com o aumento da par-
ticipação dos setores: metal-mecânico (material elétrico, de transporte e máqui-
nas e implementos agrícolas); de alimentos, principalmente do CAI de grãos e 
carnes; de calçados; e de papel, celulose e mobiliário. No que se refere à orga-
nização espacial dessas atividades, com exceção de Santa Catarina, onde a 
localização da produção industrial é menos concentrada, no Rio Grande do Sul 
e no Paraná, a expansão industrial em seus territórios ocorreu similarmente ao 
processo de “desconcentração espacial e setorialmente concentrada” da indús-
tria brasileira (Bandeira, 1995).
As principais mudanças no complexo metal-mecânico da Região Sul ocorre-
ram em função da instalação de novas plantas automobilísticas no Rio Grande 
do Sul (General Motors em Gravataí) e no Paraná (Renault, Nissan e Volkswa-
gen-Audi em São José dos Pinhais; e Chrysler, em Campo Largo). Com esses 
investimentos, a participação relativa do Paraná no VTI nacional da fabrica-
ção e montagem de veículos automotores aumentou de 3,5% para 8,6% e a do 
Rio Grande do Sul de 4,2% para 6,5% entre 1985 e 2000. No VTI estadual, o 
aumento foi de 3% para 6% no Rio Grande do Sul e de 4,1% para 11,5% no 
Paraná. O aumento do emprego nesse setor foi mais significativo na Região 
Metropolitana de Curitiba, de 4.392 para 17.424 entre 1996 e 2000. Na Região 
Metropolitana de Porto Alegre, o aumento foi de 6.641 para 6.869.
No Rio Grande do Sul, o complexo metal-mecânico também está vincu-
lado à produção de máquinas e equipamentos agrícolas. Com destaque para as 
empresas de tratores e colheitadeiras: AGCO em Canoas e Santa Rosa; SLC/
John Deere, em Horizontina; Agrale, International e Navistar, instalada em 1998, 
em Caxias do Sul.
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Contudo, entre 1985 e 2000, o setor de máquinas e equipamentos perdeu par-
ticipação relativa no VTI do Rio Grande do Sul de 12,14% para 7,4%. Os postos 
de trabalho, que eram 33,4 mil, em 1996, passaram a 35,1 mil, em 2000. Em 
Santa Catarina, as atividades mais importantes do complexo metal-mecânico 
estão vinculadas à fabricação de máquinas e equipamentos e de aparelhos e 
material elétrico. Essas atividades estão localizadas, em grande parte, nos muni-
cípios de Joinville e Jaraguá do Sul. Nesse polo originaram-se grandes empre-
sas nacionais (Cônsul, Weg, Embraco, Busscar e Tupy) formando um polo ele-
tro-metal-mecânico na região norte desse estado.
Os efeitos da abertura comercial e a valorização cambial foram significativos 
nesse polo. Com destaque para a incorporação da Tupy por um grupo formado 
por fundos de pensão e bancos, em 1995, implicando no fechamento de unida-
des produtivas e redução do número de empregados principalmente em Joinville, 
cidade mais importante do polo (Goularti Filho, 2001). No entanto, os impactos 
foram diferenciados de acordo com a capacidade competitiva das empresas do 
polo. As pequenas e médias empresas de autopeças, que possuem uma certa 
competitividade no mercado internacional, realizaram parcerias com empresas 
internacionais para estabelecer acordos comerciais e de transferência de tec-
nologia. Porém, apesar do bom desempenho das empresas de menor porte, 
o melhor dinamismo foi atribuído à atuação das grandes empresas do segmento 
de compressores e motores elétricos que compõem esse polo, Weg e Embraco. 
Nos anos 90, essas empresas intensificaram suas estratégias de internacionali-
zação com a instalação de filiais no exterior e de acordos de cooperação tecno-
lógica e produtiva com outras empresas estrangeiras (Lins e Bercovich, 1995).
Entre 1985 e 2000, a participação relativa de Santa Catarina no VTI nacio-
nal de máquinas e equipamentos aumentou de 4,1% para 9,3% e a máquinas 
e materiais elétricos de 3,7% para 7%. No VTI estadual, o aumento mais signi-
ficativo foi no setor de máquinas e equipamentos, que aumentou de 8,5% para 
11,5%, sendo que o de máquinas e materiais elétricos permaneceu em cerca de 
3,7%. Esse complexo metal-mecânico-elétrico reduziu seu estoque de emprego 
de 32 mil para 31 mil no período 1996/2000. Embora Santa Catarina não tenha 
atraído fluxos de investimento significativos, ocorreram importantes mudanças 
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na estrutura produtiva intraestadual nos anos 90. Essas alterações estiveram 
relacionadas à intensificação das transformações dos setores produtivos mais 
importantes da estrutura produtiva estadual que já vinham ocorrendo desde os 
anos 80, principalmente aquelas relacionadas à transferência de investimentos 
do setor têxtil e do CAI de grãos e carnes desse estado para outras regiões do 
País. Os impactos dessas transformações vêm determinando um movimento 
migratório das sub-regiões especializadas com destino aos municípios da faixa 
litorânea (Lins, 1998). A indústria têxtil de Santa Catarina, em grande parte con-
centrada no Vale do Itajaí (Blumenau, Brusque e Itajaí), merece destaque pela 
produção de malhas e artigos de cama, mesa e banho, mas compreende desde 
os segmentos da fiação até a confecção.
Grandes empresas do setor têxtil e vestuário nacional se originaram nessa 
região (Teka, Artex, Karsten, Buettner, Malwee, Marisol e Hering). No Vale do 
Itajaí, o ajuste produtivo implicou numa redução no valor exportado entre 1995-
98, no total produzido entre 1997-98 e no emprego entre 1990-98 (Goularti Filho, 
2001). Como resultado, a participação relativa dos setores da indústria têxtil no 
VTI de Santa Catarina caiu de 25,2% para 19,7% entre 1985-2000. Entretanto, 
no VTI nacional, a participação nesses setores ainda é muito relevante e aumen-
tou de 23,5% para 36,4% nesse período. O emprego no setor têxtil de Santa 
Catarina aumentou de 87.406 em 1996 para 103.306 em 2000.
Nesse período, ocorreram fusões entre algumas empresas de Santa Catarina 
e a desativação de unidades produtivas espalhadas por todo o País. As maiores 
empresas se especializaram nos segmentos de maior competitividade (malha-
ria, cama, mesa e banho) e transferiram etapas do processo produtivo para 
pequenas empresas e cooperativas locais. A disseminação dessa prática tem 
sido acompanhada pelo enfraquecimento das condições de negociações com 
as grandes empresas/redes de distribuição que, na maioria das vezes, detêm 
apenas a etiqueta dos produtos (Pimenta, 2001).
O CAI de grãos e carnes da Região Sul também passou por mudanças sig-
nificativas em razão da introdução de inovações tecnológicas e organizacionais 
e da realização de investimentos na RegiãoCentro-Oeste. Principalmente no 
oeste catarinense, onde grande parte das empresas foi incorporada por grupos 
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estrangeiros e se focalizaram em produtos de maior valor agregado e na con-
quista do mercado externo. Segundo Goularti Filho (2001), os principais efeitos 
desse ajuste produtivo/patrimonial foram a diminuição do poder de barganha dos 
pequenos fornecedores de animais e a redução expressiva do número de suino-
cultores integrados de 36.050 em 1990 para 22.198 em 1999.
Com relação às atividades de fabricação de papel e celulose, cabem destaques:
• Santa Catarina – papéis de embalagem e papéis sanitários;
• Paraná – papéis de embalagem, cartões e papel de imprensa (único estado 
produtor deste tipo de papel); e
• Rio Grande do Sul – celulose de mercado.
Entre 1985 e 2000, não houve mudanças significativas nos percentuais relati-
vos desses estados no VTI nacional de celulose, papel e produtos de papel.
Em 2000, o Paraná foi responsável por 10,5% do VTI nacional deste sesor, 
o percentual de Santa Catarina foi de 6,8% e o do Rio Grande do Sul foi de 
6,4%. Também não foram muito importantes as mudanças nas participações 
desse setor nas estruturas industriais estaduais. A participação mais expressiva 
do setor é no VTI do Paraná, 7,8% em 2000. O emprego nesse setor nos três 
estados sulinos aumentou de 33.286 em 1996 para 35.616 em 2000. O estado 
de São Paulo, apesar da queda em sua participação relativa no VTI nacional (de 
57,3% em 1985 para 47,3% em 2000), ainda concentra os segmentos de maior 
valor agregado (papéis de imprimir e escrever).
A distribuição regional dos novos projetos de investimento em celulose de mer-
cado nos anos 90 também não indicou mudanças relevantes na configuração regio-
nal da produção. Na Região Sul, mereceu destaque o investimento em ampliação 
da capacidade produtiva da Riocell na Região Metropolitana de Porto Alegre.
No que se refere à produção de calçados da Região Sul, esta se concentra no 
Rio Grande do Sul. A expansão do setor calçadista desse estado ocorreu nos 
anos 1970-80 com base na consolidação de uma aglomeração setorial no Vale 
dos Sinos, principalmente em Novo Hamburgo e São Leopoldo. Concentra-se 
nessa aglomeração praticamente quase todos os segmentos inter-relacionados 
ao complexo coureiro/calçadista, desde a produção de couro e componentes, 
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de máquinas e equipamentos até os segmentos da produção final de calçados. 
As mudanças macroeconômicas e os ajustes produtivos impostos pela aber-
tura comercial ao longo dos anos 90 resultaram numa diminuição do dinamismo 
desse complexo. Várias empresas faliram e outras tiveram sua situação finan-
ceira enfraquecida, permanecendo as empresas de maior porte. Mas, por outro 
lado, como visto anteriormente, a produção de várias empresas foi transferida 
para a Região Nordeste resultando na disseminação de práticas flexíveis de 
contratação da mão de obra (Alonso, 2001). No entanto, o Rio Grande do Sul 
aumentou sua participação no VTI nacional de calçados de 50% em 1985 para 
55% em 2000, e ainda continua sendo responsável por mais de 80% das expor-
tações brasileiras de calçados. O emprego aumentou de 116.602 em 1996 para 
120.596 em 2000.
Região Sudeste
Na Região Sudeste, estão localizados os setores mais importantes e estraté-
gicos da estrutura produtiva nacional, especialmente os setores industriais mais 
modernos dos grupos de bens de consumo não duráveis (Grupo I), de bens 
intermediários (Grupo II), de bens de capital e de bens de consumo duráveis 
(Grupo III). No entanto, as diferenças entre as estruturas produtivas dos Estados 
que a compõem são significativas.
A participação do estado do Espírito Santo na divisão inter-regional do tra-
balho brasileira pode ser verificada nos setores de transformação de minerais 
metálicos e de papel e celulose, ambos comandados por grandes empresas. 
A expansão dessas atividades não se refletiu em encadeamentos intersetoriais 
relevantes na economia do Espírito Santo, pois essas empresas estão voltadas 
para o mercado externo.
No setor de papel e celulose, não foram realizados investimentos em expan-
são das atividades após o Plano Real. De um modo geral, nesse período houve 
uma diminuição das exportações de celulose para atender a expansão do con-
sumo interno de papéis de todos os tipos. Os anúncios de investimento em 
expansão da capacidade de produção ocorreram a partir de 1998, em função da 
recuperação do mercado externo após vários anos de queda dos preços interna-
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cionais. Nesse estado, o projeto de investimento mais importante é o da Aracruz, 
que planeja expandir sua produção de celulose de mercado em sua unidade 
instalada no município de Aracruz. Sendo esse projeto considerado, atualmente, 
como um dos maiores investimentos a se realizar no Brasil (Mota, 2000). No VTI 
estadual, a participação deste setor aumentou de 9,8% em 1985 para 19,6% em 
2000. No VTI nacional, esse aumento foi de 5% para 9%.
No que se refere às atividades de transformação de minerais metálicos, 
a importância desses na estrutura industrial do Espírito Santo é resultante de um 
complexo formado por sete usinas de pelotização de minério de ferro da CVRD 
localizadas, principalmente, em Tubarão. Além dessas usinas, também merece 
destaque a produção da CST no setor siderúrgico em Tubarão. Esse complexo 
minero-siderúrgico tem como vantagem locacional a boa infraestrutura tanto de 
recebimento de matérias-primas (estrada de ferro Vitória-Minas) como de escoa-
mento da produção para o exterior (Porto de Tubarão). Os investimentos realiza-
dos pelas empresas do complexo minero-siderúrgico entre 1995 e 1997 foram: 
construção da sétima usina de pelotização (Kobrasco) da CVRD; construção da 
segunda usina de pelotização da Samarco; implantação do segundo alto-forno e 
do segundo lingotamento contínuo da CST.
No VTI estadual, a participação relativa da extração de minerais metálicos 
aumentou de 10,7% para 17,8% e no setor de metalurgia básica o aumento 
foi de 21,7% para 27,6%, entre 1985 e 2000. No VTI nacional, o aumento da 
participação relativa do Espírito Santo foi de 11,1% para 17,6% na extração 
de minerais metálicos e de 5,2% para 8,7% em metalurgia básica. Quanto aos 
empregos no setor extrativo, estes saltaram de apenas 602 para mais de 5 mil 
entre 1996/2000. Na metalurgia básica ocorreu aumento de 5,7 mil para 6,2 mil.
No Estado de Minas Gerais, a produção minero-metalúrgica se expandiu 
estabelecendo importantes ligações intersetoriais locais dentro do complexo 
metalomecânico (siderurgia e material de transporte). Durante o processo de 
desconcentração regional da indústria brasileira, foram beneficiadas: a região 
central de Minas Gerais, onde estão concentradas as atividades de exploração 
mineral; a região do Sul de Minas e o Triângulo Mineiro, pela maior proximi-
dade geográfica ao estado de São Paulo. Com isso, acentuaram-se as diferen-
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ças (sociais, econômicas) intraestaduais entre estas regiões “mais prósperas”, 
as regiões “estagnadas” (Zona da Mata e Vale do Rio Doce) e as “regiões-pro-
blema” (Vale do Jequitinhonha e o norte do Estado) (Diniz e Santos, 1995).
No complexo minero-siderúrgico, as mudanças nos anos 90 estiveram relacio-
nadas à privatização das empresas estatais e ao aumento da concentração e da 
concorrência intrassetorial. No Brasil, o processo de privatização e a reestrutura-
ção patrimonial levaram a uma maior concentração, dando origem a uma estru-
tura comandada por cinco grandes grupos, com grande participação das empre-
sas siderúrgicas do estado de Minas Gerais. Esses cinco grupos detêm cerca 
de 95% da produção siderúrgica nacional. São eles: Usiminas/Cosipa, Gerdau/
Açominas, Usinor-Acesita/CST, Belgo-Mineira/Mendes Júnior e CSN. Após a pri-
vatização, as principais estratégias de investimento desses grupos estiveram 
relacionadas à modernização tecnológica de suas usinas e à diversificação de 
produtos, objetivando tanto a conquista de novos mercados como a manuten-
ção de competitividade no mercado externo e o suprimento do mercado interno. 
Entre 1985 e 2000, houve queda da participação relativa da metalurgia básica 
no VTI estadual de 27,3% para 21,2% e aumento da participação de extração de 
minerais metálicos de 8,4% para 11,2%. No VTI nacional, o percentual de Minas 
Gerais na metalurgia básica permaneceu em cerca de 32%, enquanto que na 
extração de minerais metálicos aumentou de 47,1% para 53,7%. Por outro lado, 
houve redução do emprego nos dois setores de 4.735 para o primeiro e de 2.018 
para o segundo.
No segmento automobilístico, além da expansão da produção da FIAT na 
Região Metropolitana de Belo Horizonte, foram atraídas novas montadoras para 
Minas Gerais nos anos 90 (Mercedes-Benz em Juiz de Fora – Zona da Mata 
e Iveco/Fiat Spa em Sete Lagoas – Sul de Minas). Com esses investimentos, 
a participação relativa desse estado no VTI nacional de fabricação e montagem 
de veículos automotores aumentou de 7,8% em 1985 para 14,2% em 2000. No 
VTI estadual, esse aumento foi de 4,4% para 11,5%. Na Região Metropolitana 
de Belo Horizonte, houve uma queda no emprego no setor automobilístico de 
28.404 em 1996 para 19.068 em 2000. Em Sete Lagoas e Juiz de Fora, houve 
um aumento de 616 postos de trabalho neste setor entre 1996 e 2000.
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No estado do Rio de Janeiro, as novas perspectivas ligadas aos investimentos 
pós-1994, especialmente nos setores químico, automobilístico e de extração de 
petróleo, indicaram alguma inflexão da histórica perda de dinamismo econômico 
verificada nas décadas anteriores. Deve-se ressaltar a importância da Região 
Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ) e do sul desse estado como localidades 
de maior atratividade em relação às regiões norte e noroeste fluminense. Dentre 
os investimentos planejados entre 1997-99 para a RMRJ, mereceram destaque 
aqueles relacionados ao setor químico (Glaxo Welcome, FCC, Acioquímica, Oxi-
gênio do Brasil, Smithkline, StafFord-Miller, Rio Polímeros, Petroflex, Bayer), 
metalúrgico (Ciferal, Gerdau, Fertiplant, Nebraska), de minerais não metálicos 
(Art Fergi, Knauf), de autopeças (Michelin, Global River, Seateck) e de bebidas e 
alimentos (Kaiser, Generalli, Wickbold). Os investimentos no setor automobilístico 
concentraram-se no sul fluminense. Foram instaladas duas montadoras nessa 
região: Volkswagen, em Resende e Peugeot-Citröen, em Porto Real (município 
desmembrado de Resende). Nessa mesma região também foram anunciados 
investimentos da CSN e da White Martins, em Volta Redonda.
No setor químico, houve uma queda de participação relativa do Rio de Janeiro 
no VTI nacional de 14,5% para 10,3% entre 1985 e 2000. Porém, no VTI esta-
dual, houve um aumento nesse percentual de 11,6% para 12,9%. O estoque de 
emprego no setor caiu de 38 mil para 31 mil, de 1996 a 2000.
No que se refere à atração de montadoras automobilísticas, a Volkswa-
gen iniciou sua produção de caminhões e ônibus no Rio de Janeiro em 1995. 
As empresas fornecedoras de autopeças dessa fábrica, em sua maioria, estão 
localizadas em São Paulo. Quanto aos fornecedores da Peugeot-Citroën, esta 
firmou contrato com a Renault para o fornecimento de motores que são produ-
zidos na fábrica de São José dos Pinhais, no Paraná. Com a crise argentina, 
a Peugeot-Citroën reformulou suas estratégias e deslocou para o Brasil grande 
parte da produção dos veículos fabricados em Buenos Aires. Do mesmo modo, 
seguindo a estratégia de transformar o País em base de exportação, também 
deslocou a produção de motores da França para Porto Real.
O acréscimo de emprego nos dois municípios em que essas fábricas se ins-
talaram foi de 1.305 postos de trabalho entre 1996 e 2000. A participação do Rio 
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de Janeiro no VTI nacional da fabricação e montagem de veículos automotores 
aumentou de 1,1%, em 1985 para 3,7% em 2000. No VTI estadual, o aumento 
de participação relativa também não foi muito significativo, de 0,5% para 3% 
nesse mesmo período. Com relação aos investimentos em extração de petró-
leo, as perspectivas de melhoria da situação econômica do Rio de Janeiro e de 
alguns municípios localizados no litoral norte deste estado (Campos dos Goyta-
cazes, Macaé, Rio das Ostras e outros) surgiram com o aumento da arrecada-
ção de royalties e das participações especiais (Piquet, 2003)25. A importância 
desses recursos pode ser verificada na tabela a seguir pela participação expres-
siva do Rio de Janeiro no total nacional da produção marítima de petróleo ao 
longo dos anos 90. Como resultado, a participação relativa do Rio de Janeiro no 
VTI nacional da extração de petróleo e serviços correlatos aumentou de 62,2% 
em 1985 para 70,5% em 2000. Mas, por outro lado, esse percentual no VTI esta-
dual caiu de 28,2% para 21,4%. Também houve uma queda no emprego nesse 
setor de 7.920 em 1996 para 5.866 em 2000.
O estado de São Paulo, apesar de ter perdido participação relativa no VTI 
nacional entre 1985 e 2000 (de 48% para 45,3%), ainda é a Unidade da Federa-
ção que apresenta a estrutura produtiva mais complexa e diversificada do País. 
Aí estão localizados os setores mais importantes e estratégicos da estrutura pro-
dutiva nacional. O papel central na divisão inter-regional do trabalho brasileira 
ainda é mais reforçado pelo fato de ser também o principal núcleo financeiro e 
comercial e a sede dos escritórios das grandes empresas e grupos econômicos 
atuantes no País. Os segmentos de maior complexidade tecnológica e de maior 
valor agregado da estrutura da indústria de transformação nacional estão con-
centrados nesse estado. São Paulo concentra nove segmentos de maior valor 
agregado de alguns setores do Grupo I e dezoito do Grupo II.
Com exceção de apenas sete segmentos, aí estão concentradas todas as 
demais divisões dos setores do Grupo III.
No âmbito intraestadual, houve redução da participação relativa da região 
metropolitana no VTI nacional, de 29,6% em 1985 para 26,0% em 1998. Essa 
queda pode ser explicada pela redução da participação da capital em relação 
aos demais municípios dessa região e aumento da participação relativa do Inte-
rior de São Paulo no VTI nacional de 22,7% para 25,2%.http://www.grancursosonline.com.br
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Os novos investimentos da indústria automobilística determinaram uma ten-
dência de desconcentração do setor a partir de São Paulo no sentido do Paraná, 
Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Porém, esse movimento 
também ocorreu no sentido do interior de São Paulo, onde foram instaladas 
novas plantas industriais em São Carlos e na Região de Campinas. Embora 
tenha recebido apenas 8% dos investimentos em novas plantas, entre 1996-
99, o estado de São Paulo foi responsável por 45% dos investimentos totais do 
setor automobilístico, que incluem modernização e ampliação de plantas.
A Região Metropolitana de São Paulo perdeu 29.085 empregos no setor auto-
mobilístico entre 1996 e 2000, enquanto que nos municípios do interior deste 
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estado que receberam novas plantas automobilísticas houve um aumento de 
1.122 postos de trabalho. Por outro lado, a participação do estado de São Paulo 
no VTI nacional da fabricação e montagem de veículos automotores foi reduzida 
de 81,8% em 1985 para 64% em 2000.
Na década de 90, o interior de São Paulo se tornou mais atrativo do que a 
Região Metropolitana de São Paulo no que se refere à realização de novos inves-
timentos, sobretudo em setores de maior complexidade tecnológica (equipamen-
tos para telecomunicações e informática) privilegiando as regiões de Campinas 
e de São José dos Campos.
Vejamos brevemente as mudanças nas estruturas produtivas do Interior de 
São Paulo Em 1985, os segmentos que apresentavam maior participação rela-
tiva em sua estrutura industrial eram: Grupo I – Alimentos e Bebidas e Produtos 
Têxteis; Grupo II – Refino de Petróleo e Produção de Álcool, Fabricação de Pro-
dutos Químicos e Metalurgia Básica; e Grupo III – Máquinas e Equipamentos, 
e Montagem de Veículos Automotores, Durante os anos 90, as mudanças no 
cenário macroeconômico tiveram efeitos negativos sobre alguns desses seto-
res. A participação relativa da fabricação de produtos têxteis no VTI do interior foi 
reduzida pela metade, de 6,6% em 1985 para 3,4% em 1998.
No estado de São Paulo, a indústria têxtil perdeu 29.275 postos de traba-
lho entre 1996 e 2000. Os CAIs do interior de São Paulo (cana-de-açúcar, soja, 
carne, laranja), assim como em todo País, também passaram por transforma-
ções importantes nos anos 90. No CAI soja, o deslocamento das lavouras e a 
realização de investimentos em novas unidades de esmagamento em outras 
regiões brasileiras (Centro-Oeste, Norte e Nordeste) ocorreram em detrimento 
do interior de São Paulo. Dentro do CAI cana-de-açúcar, várias empresas/usinas 
fundiram-se ou foram adquiridas por grupos nacionais maiores. Nesse complexo, 
o interesse de grupos internacionais também tem se manifestado recentemente. 
A produção de álcool anidro tem sido substituída, em grande parte, pela produ-
ção de açúcar. Como decorrência dessas mudanças, o segmento de refino de 
petróleo e produção de álcool reduziu sua participação relativa no VTI do Interior 
de 18,8% em 1985 para 9% em 1998. No mesmo período, a participação rela-
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tiva da produção do interior nesse segmento no VTI nacional também diminui de 
51% para 43%. Entre 1996 e 2000, houve uma redução de 1.853 empregos no 
cultivo de cana-de-açúcar do estado de São Paulo.
No CAI laranja, considerado como a agroindústria brasileira mais competi-
tiva, cujo dinamismo foi significativo nos anos 80, a reestruturação produtiva 
tem implicado em importantes mudanças nas relações entre trabalhadores, pro-
dutores e indústria de processamento. Segundo Graziano Silva (1999), muitos 
pequenos e médios produtores de laranja têm sido excluídos e as mudanças no 
processo de aquisição da laranja vêm recriando práticas de trabalho temporário. 
Estão presentes neste CAI quatro grandes empresas: duas nacionais (Cutrale 
e Citrosuco) e duas empresas de grupos internacionais (Coinbra/Louis Dreyfus 
e Cargill). No entanto, na segunda metade dos anos 90, três novas fábricas de 
suco foram instaladas no interior por grupos de grandes produtores de laranja. 
Entre 1996 e 2000, houve um aumento de 15.718 postos de trabalho no cultivo 
de frutas cítricas no estado de São Paulo. Porém, na produção de sucos, houve 
uma redução de 1.532 postos de trabalho neste período.
Como resultado dessas mudanças, houve aumento da participação relativa 
de alimentos e bebidas no VTI do interior de São Paulo entre 1985-98, de 13,5% 
para 20,6%.
No VTI nacional, a participação relativa do interior de São Paulo nesse seg-
mento também aumentou de 25% para 28%. Os fatores que contribuíram para 
essa expansão foram: o aumento da produção de suco de laranja (no final da 
década de 80) e da produção de açúcar; a instalação de novas fábricas de bebi-
das em Jacareí, Jaguariúna, Mogi-Guaçu, e Agudos; e o aumento da produção 
de biscoitos, massas e lácteos após o movimento de fusões e aquisições do 
setor de alimentos no início dos anos 90 (Caiado, 2002).
Nesse mesmo período, também aumentaram no VTI dessa região as partici-
pações relativas dos setores do Grupo III, com exceção da fabricação de outros 
equipamentos de transporte. Essas mudanças, por sua vez, contribuíram para 
aumentar a complexidade da estrutura industrial do interior de São Paulo.
No que se refere aos setores de maior complexidade tecnológica, estes estão 
concentrados nas regiões de Campinas, São Carlos e São José dos Campos. 
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Embora sejam considerados “polos regionais de alta tecnologia” do País, a pre-
sença de empresas de base tecnológica não é muito importante no conjunto das 
indústrias locais. Essas regiões, sobretudo as de Campinas e de São José dos 
Campos, possuem estruturas industriais diversificadas nas quais se destacam 
segmentos importantes dos complexos metal-mecânico, químico e agroindustrial.
Nos anos 90, os investimentos mais significativos nas atividades de maior 
complexidade tecnológica da região de Campinas ocorreram nos setores de infor-
mática e de equipamentos para telecomunicações. Esses investimentos foram 
realizados tendo em vista uma série de fatores como: as alterações no regime de 
políticas setoriais (fim da reserva de mercado e concessão de incentivos fiscais 
no âmbito da Lei de Informática); as mudanças nas políticas de compra das esta-
tais; o programa de expansão dos serviços de telecomunicações implementado 
após a privatização do sistema Telebrás; a valorização cambial; e o aumento do 
mercado interno de bens de consumo duráveis (microcomputadores e celulares).
A decisão pela instalação de grandes empresas dos setores de informática 
e de equipamentos para telecomunicações nessa região, através da aquisição 
de empresas locais, joint ventures e expansão de capacidade produtiva, esteve 
mais vinculada à infraestrutura logística de recebimento de cargas doexterior 
(peças e componentes), principalmente do Aeroporto de Viracopos do que às 
vantagens locacionais dessa região (existência de capacitações acumuladas por 
empresas pioneiras, de universidades, de centros de pesquisa, de mão de obra 
especializada, de rede de fornecedores locais) (Souza e Garcia, 1999). Apesar 
da realização desses novos investimentos, é importante considerar a deteriora-
ção significativa do saldo da balança comercial dos setores de informática e de 
equipamentos para telecomunicações que ocorreu a partir da segunda metade 
dos anos 90. Entre 1996 e 2000, houve um aumento de 458 para 552 postos 
de trabalho no setor de informática da Região de Campinas. No VTI do interior 
de São Paulo, a participação relativa dos setores de máquinas para escritório 
e equipamentos de informática e de aparelhos eletrônicos e de comunicações 
aumentou de 24,4% em 1985 para 47,3% em 1998.
Em São José dos Campos, as atividades industriais de maior complexidade tec-
nológica estão vinculadas aos empreendimentos da Embraer no setor aeronáutico.
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Nos anos 50 e 60, os investimentos do Governo Federal em atividades béli-
cas e aeroespaciais foram fundamentais para o desenvolvimento da indústria 
aeronáutica nessa região. As principais iniciativas nesse sentido foram a criação 
do Centro Tecnológico de Aeronáutica (CTA), do Instituto Tecnológico de Aero-
náutica (ITA) e da própria Embraer.
Entre os projetos de investimento mais recentes da Embraer está a constru-
ção de uma nova planta no município de Gavião Peixoto, próximo a Araraquara 
e São Carlos. Será desenvolvido nessa unidade o programa de produção de 
caças supersônicos (FX-BR). A Tamesa e CMB, empresas fornecedoras de equi-
pamentos e componentes para aviação, também anunciaram investimentos no 
entorno dessa fábrica. Na região de São José dos Campos, houve um aumento 
de 5.414 empregos no setor de aeronaves entre 1996 e 2000.
Por outro lado, os investimentos nesse setor contribuíram para aumentar a 
participação relativa do estado de São Paulo no VTI nacional de outros equipa-
mentos de transporte de 43% em 1985 para 67,7% em 2000.
A instalação da unidade produtiva da Embraer em Gavião Peixoto reforçará 
o potencial da região de São Carlos no que se refere à presença de setores de 
maior complexidade tecnológica. Entre os projetos de investimento nesse setor 
em São Carlos, o mais importante é a implantação de um condomínio de empre-
sas de base tecnológica integrado às duas universidades, como iniciativa da 
Fundação Parque de Alta Tecnologia (ParqTec).
Direto do concurso
(CESPE /BANCO DO NORDESTE) Considerando as diversas temáticas que 
envolvem a região Nordeste do Brasil, julgue os itens que se seguem:
32. A produtividade e o desenvolvimento tecnológico fizeram no Nordeste uma 
região produtora de alguns gêneros agrícolas de zonas temperadas, como a 
uva e o trigo, cultivados no Estado da Bahia.
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Comentário
A produtividade e o desenvolvimento tecnológico fizeram do Nordeste uma 
região produtora de alguns gêneros agrícolas de zonas temperadas, como a 
uva e o trigo, cultivados no estado da Bahia.
33. As regiões metropolitanas de Salvador, Recife e Fortaleza são polos de in-
dustrialização de destaque no Nordeste brasileiro.
Comentário
As regiões metropolitanas de Salvador, Recife e Fortaleza são polos de 
industrialização de destaque no Nordeste brasileiro.
34. O Nordeste tornou-se um grande receptor de migrantes das outras regiões do 
Brasil, em razão de fatores como a crise do ciclo da cana-de-açucar, a perda 
da capital federal para o Rio de Janeiro e os ciclos econômicos de grande 
acumulação de capital acontecidos fora da região nordestina.
Comentário
O Nordeste tornou-se uma grande EMISSORA de migrantes para outras regiões 
do Brasil, em razão de fatores como a crise do ciclo da cana-de-açucar, a perda 
da capital federal para o Rio de Janeiro e os ciclos econômicos de grande 
acumulação de capital acontecidos fora da região nordestina.
35. O clima e os aspectos socioambientais de toda a região Nordeste do país 
estão ilustrados de forma abrangente e ainda atual nas obras de literatura 
regional que trata da seca e dos seus impactos geopolíticos nessa região.
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Comentário
Há pessoas no Brasil que ainda acreditam que o Nordeste brasileiro é uma 
enorme caatinga. O Maranhão, por exemplo, possui a Mata dos Cocais, uma 
região de transição entre a Amazônia e a caatinga. Nem sempre a literatura 
tem a sensibilidade e o preparo adequado para ver a realidade nordestina.
36. O objetivo principal da chamada indústria da seca, estratégia desenvolvida 
por prefeituras de municípios que fazem parte do polígono das secas, é a 
criação de meios sociais de ajuda ao sertanejo nordestino.
Comentário
A indústria da seca é das mais perversas do Brasil. São grupos, pequenas 
oligarquias nordestinas que ganham e obtêm vantagens nesse quadro de 
miséria e seca de forma a se perpetuarem no poder de maneira a que não haja 
melhor distribuição de renda para as famílias.
37. Matopiba, uma região do cerado que abrange três Estados nordestinos, 
é considerada uma fronteira agrícola no Brasil, sendo responsável, em gran-
de parte, pela produção brasileira de grãos.
Comentário
Matopiba, uma região do cerrado que abrange três estados nordestinos (Bahia, 
Maranhão e Piauí), é considerada uma fronteira agrícola no Brasil, sendo 
responsável, em grande parte, pela produção brasileira de grãos.
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GABARITO
32. C
33. C
34. E
35. E
36. E
37. C
�������������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a 
aula preparada e ministrada pela professora Rebecca Guimarães. 
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-
teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela 
leitura exclusiva deste material.
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Organização do Território Brasileiro e a Divisão Inter-regional do Brasil – Região Norte
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ORGANIZAÇÃO DO TERRITÓRIO BRASILEIRO E A DIVISÃO 
INTER-REGIONAL DO BRASIL – REGIÃO NORTE
Geopolítica brasileira
1. O Brasil político: nação e território.
1.1 Organização do Estado Brasileiro.
1.2 A divisão inter-regional do trabalho e da produção no Brasil.
1.3 A estrutura urbana brasileira e as grandes metrópoles.
2. Distribuição espacial da população no Brasil e movimentos migrató-
rios internos.
3. A evolução da estrutura fundiária e problemas demográficos no 
campo.
4. Integração entre indústria e estrutura urbana, rede de transportes

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