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1 www.grancursosonline.com.br Geopolítica Brasileira GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Brasil Nação e Território Ao utilizarmos o termo Nação, identificamos uma referência cultural, uma referência ligada às características da sociedade brasileira. A Nação brasileira, hoje ultrapassou, segundo estimativas do IBGE, 208 milhões de habitantes. O Brasil é dividido pelo IBGE em 5 (cinco) regiões, cada qual com a sua espe- cificidade, com as suas características próprias. O Brasil inicia uma forte urbanização a partir da década de 50 do século pas- sado. É claro que essa forte urbanização se intensifica na medida do passar das décadas e o Brasil é um país altamente urbanizado. Estudaremos as grandes cidades, as metrópoles, as cidades-mãe, como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre, Belo Horizonte e outras mais. No edital há referência a industrialização do Brasil, o agronegócio, a questão agrária, a estrutura fundiária, uma ampla análise da perspectiva contemporânea brasileira, atentando para as principais vertentes da economia do nosso país, acompanhando toda a evolução histórica desde os primórdios, quando o Brasil destinava-se à produção de pau-brasil, cana-de-açúcar, depois uma fase ligada a minérios, borracha, café, até chegarmos à principal commodity da atualidade, que é a soja. As principais BRs, as principais rodovias brasileiras que compõem o sistema de transporte no Brasil são divididas em: • As longitudinais começam com 100, como, por exemplo, 116, 101, 163, 153; • As transversais começam com 200, como, por exemplo, a Transamazônica, a BR 230, que tem o seu marco zero em Cabedelo, no Estado da Paraíba; • As diagonais começam com 300; • Quando nasce em Brasília (Distrito Federal), começa com 0, por exemplo, 010, 030, 040 até a 080. • Quando liga uma transversal a uma diagonal, uma diagonal a uma longitu- dinal, começa com 400, porque é uma rodovia de ligação. Novas cidades estão surgindo ao longo da formação das principais rodovias do Brasil. A construção de uma rodovia não está apenas intimamente ligada ao AN O TAÇ Õ ES http://www.grancursosonline.com.br 2 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Geopolítica Brasileira GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online escoamento da produção nacional, mas a construção de novas rodovias também se relaciona diretamente ao surgimento de novos municípios no entorno, na margem dessa rodovia. Infelizmente o Brasil vem estruturando, nas últimas décadas, boa parte do seu sistema modal nas rodovias: esse é um erro muito sério e preocupante. É difícil encontrar um gestor que tenha vontade e também habilidade política e econômica para estruturar uma interligação entre os sistemas modais, ainda mais num território continental, como o território brasileiro, com grande participa- ção das hidrovias e com a possibilidade da navegação de cabotagem. http://www.grancursosonline.com.br 3 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Geopolítica Brasileira GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online A navegação de cabotagem é um tipo de navegação que poderia ser utilizada para o escoamento da produção no Brasil. Por exemplo, o Porto de Suape, em Cabo de Santo Agostinho, região metro- politana de Recife, é o porto mais moderno do Brasil. Em Cabo de Santo Agostinho foi onde Vincente Pinzón, em 24 de janeiro de 1500, chegou à Terra Brasilis. Saindo de Suape, para levar uma produção para o Rio de Janeiro, uma opção seria transportar essas mercadorias navegando pelo próprio litoral brasileiro até chegar ao Rio de Janeiro. Esse seria um exemplo de navegação de cabotagem. No Pará, a cidade de Santarém está localizada às margens do rio Tapajós e a rodovia que liga Cuiabá a Santarém (BR 163) é das mais importantes rodovias ligadas à soja e se encontra inacabada, totalmente abandonada, com longos trechos de vários quilômetros sem asfalto, sem pavimentação, comprometendo profundamente o escoamento da soja brasileira. Há outra rodovia ligando Brasília até Belém do Pará, cortando todo o Estado de Tocantins, a BR-153, igualmente importantíssima, principalmente quando há referência à ligação do Centro-Oeste com o norte brasileiro. Outra rodovia importante, que praticamente liga todo o litoral do Rio Grande do Sul até o Rio Grande do Norte, é a BR 116. A Transamazônica, a BR 230, começa na Paraíba e se encaixa perfeita- mente na época das grandes construções da ditadura militar: o Milagre Eco- nômico é sobretudo um período bem marcado na história da economia brasi- leira na década de 70. O Brasil, nessa época, registrava crescimento na casa dos dois dígitos, 10%, 13%, 15% ao ano, situação que há longas décadas o Brasil não vivencia. O governo da ditadura militar empreende uma serie de obras importantes para o contexto de desenvolvimento da economia brasileira. Dentro desse ambiente foi construída a BR 230, a Transamazônica. O Brasil possui 27 unidades da Federação, sendo que 26 são Estados e um é o Distrito Federal. O Brasil é uma República Federativa formada pela união, indissolúvel, dos Estados, Municípios e Distrito Federal. http://www.grancursosonline.com.br 4 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Geopolítica Brasileira GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online O Brasil é um Estado democrático de direito e tem como fundamentos a sobe- rania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do traba- lho e da livre-iniciativa e o pluralismo político. Os Estados, respeitados os limites impostos pela própria Constituição, orga- nizam-se e norteiam-se pela Constituição e pelas leis que vierem a adotar. O Distrito Federal tem um papel fundamental na organização político-admi- nistrativo do território nacional. Desde a Constituição de 1988, o Distrito Federal ganhou autonomia política, administrativa e financeira e, desde então, o Distrito Federal passou a ter Lei Orgânica própria, tem Governador e também tem a Câmara Distrital. A capital do Brasil é Brasília, localizada no Distrito Federal desde o dia 21 de abril de 1960. Desde a Constituição de 1988, o Brasil deixou de ter territórios federais. Em 1943, durante a Segunda Guerra Mundial, o presidente Getúlio Vargas aliou-se ao bloco dos Aliados, composto pelos Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia. Essa aliança, formada por essas quatro nações, acabou procu- rando o Brasil, por intermédio do presidente Roosevelt, que chegou a visitar o Brasil (no Rio Grande do Norte foi montada uma base militar americana), para que o Brasil não permitisse o avanço do nazismo, tudo isso para que o bloco dos Aliados pudesse combater o bloco do Eixo. Com muito temor de possíveis ataques, sobretudo dos nazistas, o governo de Getúlio Vargas determinou a criação de territórios federais, territórios que foram desmembrados dos Estados, que se tornaram de tutela, de administração e res- ponsabilidade da União. Amapá (transformado em território brasileiro em 1943), Roraima, o arquipé- lago de Fernando de Noronha, Acre, Ponta-Porã (parte de Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina) e Rondônia (Guaporé) eram os seis territórios federais, lembrando que o Acre foi elevado à condição de Estado, assim como Rondônia, na década de 60, Ponta-Porã terminou sendo desmembrado e sobrou apenas Roraima, Amapá e Fernando de Noronha. Roraima e Amapá foram transforma- dos em Estados em 1988 e Fernando de Noronha foi cedido a Pernambuco como Distrito Estadual, o único distrito estadual de todo o território brasileiro. http://www.grancursosonline.com.br5 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Geopolítica Brasileira GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online No mapa, na cor verde representa a região Norte, na cor de telha a região Cen- tro-Oeste, de amarelo a região Nordeste, de rosa o Sudeste e a região Sul de lilás. Algumas superintendências foram criadas ao longo dos anos para tratar dos interesses de determinadas áreas, de fomentar e alavancar o desenvolvimento – no Nordeste, a SUDENE (1959 governo JK); no Centro-Oeste, a SUDECO (1967, governo de Castelo Branco); no Norte, a SUDAM (1967, governo de Castelo Branco). A inauguração de Brasília Muitos autores argumentam que Brasília teria sido construída com o objetivo de trazer maior segurança à capital federal. Desde a invenção do avião, qualquer localidade no território nacional que fosse escolhida para capital federal se tornaria arriscada, pouco importando a sua localização no litoral ou no interior. O avião certamente rompeu esse para- digma de segurança. Um dos principais fatores da argumentação para a construção da capital federal no Centro-Oeste era a interiorização do território nacional. A primeira grande tentativa de povoar o Centro-Oeste veio no governo de Getúlio Vargas, na década de 30, quando ele, com a colaboração do interventor de Goiás, Pedro Ludovico Teixeira, constrói Goiânia, uma cidade planejada pelo arquiteto Atílio Correia Lima e finalizada pelos irmãos engenheiros Abelardo e Jerônimo Bueno. Outro programa do governo Vargas, agora na década de 40, é a Marcha para o Oeste. Vargas criou duas colônias agrícolas no Centro-Oeste, a CAND (Colô- nia Agrícola de Dourados) e a CANG (Colônia Agrícola Nacional de Goiás). O governo distribuía para as famílias que se instalassem nessas colônias do Centro-Oeste lotes com 30 hectares. A necessidade de se povoar o interior do Brasil, a necessidade de ocupar o território nacional para integrar e garantir a posse do nosso território sempre se fez algo presente nas principais demandas do governo federal. No governo de JK, materializa-se a transferência da capital, lembrando que essa não foi uma ideia genuína de JK: a transferência da capital do Rio de Janeiro para o planalto central já estava prevista no art. 3º da primeira Constituição repu- http://www.grancursosonline.com.br 6 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Geopolítica Brasileira GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online blicana do Brasil (1891). JK, por intermédio do seu Plano de Metas (no total 30, Brasília tornou-se a 31ª), fomentou o desenvolvimento da economia brasileira, que acabou alcançando espaço internacionalmente. Não é à toa que o presidente JK é conhecido como o presidente Bossa Nova: assim como esse ritmo musical brasileiro conquistava o mundo, estava na crista da onda, JK também se projetou internacionalmente. Os governos de Vargas e de Juscelino são dois governos que, indiscutivel- mente, não podem estar fora das aulas de História brasileira. São dois governos decisivos para a compreensão do Brasil de hoje: uma Nação emergente que se encontra entre as 10 maiores economias do mundo. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), há 194 países no mundo e, entre eles, o Brasil está entre as 10 maiores economias do mundo. INDUSTRIALIZAÇÃO NO BRASIL Indiscutivelmente a região Sudeste é a que mais gera empregos na indústria. São mais de 7 milhões de postos de trabalho que foram gerados pela indústria em 2015, com 177 ocupações. Na região Sudeste estão mais de 4 milhões de mão de obra empregadas na indústria. Em segundo lugar, vem a região Sul com um milhão e meio de trabalhadores empregados no setor secundário; a seguir, a terceira colocada é a região Nordeste, seguida da região Centro-Oeste e por último a região Norte. http://www.grancursosonline.com.br 7 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Geopolítica Brasileira GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online O grande destaque da região Norte no setor industrial é a Zona Franca de Manaus, idealizada no contexto da SUDAM, durante a época do regime militar. A Zona Franca de Manaus conseguiu prosperar por conta de uma política baseada em isenções fiscais, isenções tributárias durante décadas que acabaram garan- tindo a Manaus a instalação de várias indústrias, sobretudo no campo automo- bilístico (motocicletas) e no âmbito eletroeletrônico, com a produção de videoga- mes, televisores e também aparelhos de celular. O Brasil ainda não está completamente conectado, integrado como espe- rava-se que estivesse. http://www.grancursosonline.com.br 8 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Geopolítica Brasileira GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Esse mapa mostra a dimensão do número de empresas do Brasil e sua loca- lização. Nas regiões Sudeste e Sul, concentra-se 70% do PIB nacional. É impor- tante essa perspectiva industrial bem delineada. No Nordeste, os principais polos industriais estão localizados nas regiões metropolitanas de Salvador, de Recife de Fortaleza. Outro destaque é sobre algumas automobilísticas, sediadas principalmente no Estado de Goiás, nas cidades de Catalão e Anápolis. Muita atenção às médias cidades (entre 100 mil e 300 mil habitantes), que atraem muitas indústrias e a atenção dos governos para as questões ligadas a infraestrutura: necessidade energética, abertura de novas rodovias e ferrovias. ����������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pela professora Rebecca Guimarães. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con- teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclusiva deste material. http://www.grancursosonline.com.br 1 www.grancursosonline.com.br Divisão Inter-regional do Trabalho e da Produção no Brasil – Regiões N e CO GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online DIVISÃO INTER-REGIONAL DO TRABALHO E DA PRODUÇÃO NO BRASIL – REGIÕES NORTE E CENTRO-OESTE GEOPOLÍTICA BRASILEIRA 1 O Brasil político: nação e território. 1.1 Organização do Estado Brasileiro. 1.2 A divisão inter-regional do trabalho e da produção no Brasil. 1.3 A estrutura urbana brasileira e as grandes metrópoles. 2 Distribuição espacial da população no Brasil e movimentos migrató- rios internos. 3 A evolução da estrutura fundiária e problemas demográficos no campo. 4 Integração entre indústria e estrutura urbana, rede de transportes e setor agrícola no Brasil. 5 Geografia e gestão ambiental. 5.1 Macrodivisão natural do espaço brasileiro: biomas, domínios e ecossistemas. 5.2 Política e gestão ambiental no Brasil. 6 O Brasil e a questão cultural. 7 A integração do Brasil ao processo de internacionalização da economia. 8 O século XX: urbanização da sociedade e cultura de massas. AN O TAÇ Õ ES http://www.grancursosonline.com.br 2 www.grancursosonline.com.br Divisão Inter-regional do Trabalho e da Produção no Brasil – Regiões N e CO GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online O BRASIL POLÍTICO: NAÇÃO E TERRITÓRIO 1.1 Organização do Estado Brasileiro http://www.grancursosonline.com.br 3 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Divisão Inter-regional do Trabalho e da Produção no Brasil – Regiões N e CO GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material?Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online No brasão da República brasileira, de um lado as folhas de café e do outro, as folhas de tabaco. Existem muitos segmentos, não apenas dos militares, mas também da sociedade, que argumentam ser coerente e oportuno tirar as folhas de tabaco do brasão. No momento histórico da criação do brasão, as principais culturas que se desenvolviam nos campos brasileiros eram a do café e do tabaco. O tabaco tinha uma participação expressiva nos campos brasileiros a ponto de ter a sua folha impressa no brasão brasileiro. Hoje, sabe-se que o tabaco está muito concentrado na região Sul, não é mais uma grande lavoura no Brasil – o Brasil hoje dedica as suas terras agricultáveis muito às oleaginosas, à soja, que entra na geografia na contabilidade dos grãos, ao milho, à cana-de-açúcar e também ao algodão, sem esquecer a fruticultura. O Brasil é uma república federativa presidencialista, formada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, em que o exercício do poder é atribuído a órgãos distintos e independentes, submetidos a um sistema de controle para garantir o cumprimento das leis e da Constituição. O Brasil é uma república porque o chefe de Estado é eleito pelo povo, por período de tempo determinado. É presidencialista porque o presidente da Repú- blica é chefe de Estado e também chefe de governo. É federativa porque os Estados têm autonomia política. A União está divida em três poderes, independentes e harmônicos entre si. São eles o Legislativo, que elabora leis; o Executivo, que atua na execução de programas ou prestação de serviço público; e o Poder Judiciário, que soluciona conflitos entre cidadãos, entidades e o Estado. O Brasil tem um sistema pluripartidário, ou seja, admite a formação legal de vários partidos. O partido político é uma associação voluntária de pessoas que compartilham os mesmos ideais, interesses, objetivos e doutrinas políticas, que tem como objetivo influenciar e fazer parte do poder político. O Brasil hoje possui 35 partidos políticos registrados na justiça eleitoral. http://www.grancursosonline.com.br 4 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Divisão Inter-regional do Trabalho e da Produção no Brasil – Regiões N e CO GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online 1.2 A divisão inter-regional do trabalho e da produção no Brasil Nos estudos sobre as relações do trabalho e produção no Brasil, não pode ser esquecido o nome do professor Milton Santos. Outro nome importante na geo- grafia brasileira é Pedro Pinchas Geiger, que defendia que o Brasil não devia ser dividido em cinco regiões, mas em três regiões: Nordeste, Centro-Sul e Norte. Para Milton Santos e para a professora Maria Laura Silveira, depois de amadu- recer a ideia de trabalho e produção, o Brasil deveria ter quatro brasis: Nordeste, Centro-Oeste, Norte e Sul/Sudeste, que seria denominada Região Concentrada. Milton Santos aponta que infelizmente o desenvolvimento econômico, sobre- tudo o desenvolvimento industrial, aconteceu de maneira extremamente diferen- ciado em cada umas das regiões do Brasil e é notório que as regiões Sudeste e Sul concentram grande parte das indústrias e também do comércio brasileiro. 70% de todo o PIB brasileiro está concentrado nessas duas regiões e foi por isso que o professor baiano Milton Santos estipulou que as regiões Sul/Sudeste for- mariam a Região Concentrada. A dinâmica regional brasileira, em função das mudanças que se processa- ram, em variadas dimensões da reprodução produtiva e social e das opções das políticas governamentais, durante os anos 90, tornou-se mais complexa, apre- sentando outra natureza, diferente daquela caracterizada pelos processos de concentração e de desconcentração regional que ocorreram no período 1930/85. A partir deste momento, nota-se uma sofisticação e um aprofundamento da divisão inter-regional do trabalho no Brasil que ainda está por ser melhor deter- minada e apreendida. No largo período de 60 anos, apresentado abaixo, a distribuição relativa dos PIBs regionais (IBGE) apresentou mudanças, porém mantendo a enorme con- centração espacial da riqueza. http://www.grancursosonline.com.br 5 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Divisão Inter-regional do Trabalho e da Produção no Brasil – Regiões N e CO GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Região Norte No âmbito do processo de desconcentração regional da indústria brasileira entre 1970-85, a integração da Região Norte à estrutura produtiva nacional ocor- reu de maneira frágil e seletiva, fortemente concentrada em termos setoriais e regionais. Nos anos 90, a especialização setorial se manteve na produção de bens intermediários e de bens de consumo duráveis. A maior parte da produção industrial dessa região localiza-se no Amazonas – eletroeletrônicos da Zona Franca de Manaus (ZFM) – e no Pará – complexo minero-metalúrgico de Cara- jás. Essas sub-regiões são responsáveis por grande parte do dinamismo econô- mico regional. Os projetos de investimento para a Região Norte, anunciados entre 2000- 2002, reforçam as especializações nestes setores. Mas também indicaram novas tendências, basicamente as representadas pelos anúncios de empresas do setor de cosméticos e perfumarias no Amazonas e de empresas do com- plexo agroindustrial de grãos e carnes em Rondônia e Amazonas. Essas últimas inversões ligadas à expansão das lavouras de grãos da Região Centro-Oeste. No que se refere às atividades minero-metalúrgicas do Pará, estas são con- siderados quase “enclaves regionais”, pois possuem baixa capacidade de absor- ção de mão de obra, exigem alta concentração de capital e desenvolvem poucos encadeamentos inter-industriais. Dessa forma, apesar dos investimentos em infraestrutura e da instalação de empresas siderúrgicas (ferro gusa, ferro ligas etc.), ao longo da estrada de ferro São Luís-Carajás, os impactos locais dessas atividades, em termos de geração de emprego, foram reduzidos. Situação que agravou ainda mais nos anos 90 pela introdução de novas técnicas de gestão de trabalho dentro das indústrias localizadas neste complexo. Dentre os investimentos realizados no complexo minero-metalúrgico do Pará nos anos 90, o mais relevante foi a construção de uma fábrica de perfis de alumí- nio (Soinco Saci), em Belém. Porém, somente a partir de 1998, com a perspec- tiva de melhora dos preços internacionais de minério de ferro pelotizado, a CVRD anunciou a retomada de investimentos no complexo de Carajás. Os principais projetos dessa empresa são: extração/transformação de cobre na Mina de Sos- sego, em Carajás; e exploração de novas reservas de bauxita em Paragominas. http://www.grancursosonline.com.br 6 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Divisão Inter-regional do Trabalho e da Produção no Brasil – Regiões N e CO GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Entre 1985-2000, a participação relativa dos setores de extração de mine- rais metálicos e de metalurgia básica na estrutura industrial do Pará aumentou de 38,2% para 58,8%. Porém, o emprego na extração de minerais metálicos reduziu de 2.529 para 2.045 entre 1996-2000. Já no setor de metalurgia básica, houve um aumento nas ocupações, de 2.690 para 2.854 neste mesmo período. Na ZFM, a abertura comercial e o aumento das importações de bens eletro- eletrônicos no início dos anos 90 exigiram uma redução de custos por parte das empresas para que se adequassem à concorrência externa. As empresas aí localizadas reduziram significativamente o número de empregados, investiram em automação dos processos de montagem e aumentaram o percentualdos componentes importados em seus produtos. Ao mesmo tempo, as empresas de bens eletroeletrônicos diminuíram significativamente a diversificação de produ- tos e se concentraram em alguns nichos de mercado. Por outro lado, medidas de caráter institucional também foram importantes, como, por exemplo, a perma- nência dos benefícios fiscais da ZFM até 2013. Região Centro-Oeste A expansão da agricultura no Centro-Oeste ocorreu mediante a especiali- zação na produção de grãos com maior possibilidade de integração industrial a montante e a jusante, sobretudo da soja. Nos anos 80, a política nacional de exportação contribuiu sobremaneira para a expansão das lavouras de grãos nessa região. Ao demandar insumos, máquinas e equipamentos, serviços ban- cários e comerciais, as atividades do Complexo Agroindustrial (CAI) de grãos- -carne também exerceram efeitos de encadeamento sobre as atividades urba- nas das áreas inseridas nesse processo. Parte significativa dessas atividades concentrou-se em alguns municípios, como Itumbiara, Jataí e Rio Verde, em Goiás; Rondonópolis e Cuiabá, em Mato Grosso; e Campo Grande e Dourados, em Mato Grosso do Sul. Mas, em termos de crescimento, a região de maior dinamismo na década de 90 foi a Região Centro-Oeste. Esta região também obteve maior êxito no que se refere à geração de emprego nessas atividades. Entre 1996-2000, houve um aumento de 2.873 empregos no cultivo de soja nos três estados do Centro- http://www.grancursosonline.com.br 7 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Divisão Inter-regional do Trabalho e da Produção no Brasil – Regiões N e CO GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online -Oeste, sendo que o Mato Grosso foi responsável por um aumento de 1.955 empregos. Na Região Sul e na Região Sudeste (São Paulo e Minas Gerais), esse aumento foi de 1.800 e de 832 empregos, respectivamente. No período subsequente ao Plano Real, vários frigoríficos anunciaram sua expansão no Centro-Oeste, reforçando a especialização dessa região no CAI de grãos e carnes. Porém, o principal investimento foi o do Grupo Perdigão (Pro- jeto Buriti) na produção de carnes de frangos e suínos, inaugurado no ano de 2000 no município de Rio Verde (GO). Também foram realizados investimentos da Unilever na produção de atomatados, que, juntamente com a instalação do Grupo Perdigão, atraiu alguns fornecedores de embalagens (Orsa, Videplast e Brasilata) para esse município localizado no sudoeste de Goiás. Entre 1996-2000, houve um aumento de 1.640 empregos na criação de aves e suínos na Região Centro-Oeste, enquanto que na Região Sul o acrés- cimo foi de 1.495 empregos. Nos estados de São Paulo e Minas Gerais, houve uma queda de 1.638 empregos neste setor. A Região Centro-Oeste também atraiu, no período pós-1994, investimentos de empresas de outros setores industriais, que, por sua vez, se localizaram pre- ferencialmente em Goiás. Dentre esses, mereceram destaque os investimentos da Cameco/John Deere (colheitadeiras) e da MMC/Mitsubishi (veículos utilitá- rios) no município de Catalão. Em 2000, foram contabilizados 405 empregos no setor de fabricação e montagem de veículos desse município. No início de 2002, algumas empresas do segmento de processamento de grãos, como Bunge, ADM, Grupo Algar, Louis Dreyfus, anunciaram investimen- tos no Centro-Oeste. Os anúncios ocorreram em função das expectativas de crescimento da pro- dução de soja nessa região, principalmente no Mato Grosso, de aumento das exportações de farelo de grãos para a Europa e de aumento da demanda interna por parte dos frigoríficos. Dentre os investimentos mais recentes, pode-se desta- car também os projetos em Anápolis (GO), visando o mercado de medicamen- tos genéricos. Entre 1996-2000, foram gerados 3.263 empregos na produção de farmacêuticos neste município. http://www.grancursosonline.com.br 8 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Divisão Inter-regional do Trabalho e da Produção no Brasil – Regiões N e CO GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Além da oferta de recursos naturais e de mão de obra relativamente mais barata, a concessão de incentivos fiscais e financeiros pelos governos estadu- ais, principalmente de Goiás, foi fundamental para a atração desses investi- mentos. Como resultado, houve um aumento na participação do Centro-Oeste no VTI nacional do setor de alimentos e bebidas de 4% para 7,5% entre 1985- 2000. No setor têxtil, houve um aumento de participação em artigos de vestuá- rio e acessórios de 0,6% para 2,3%. Por outro lado, não houve mudanças sig- nificativas na participação de Goiás no VTI nacional de fabricação e montagem de veículos automotores. As atividades do CAI soja (soja em grãos, farelo e óleo de soja) aumenta- ram suas participações na pauta de exportação da Região Centro-Oeste, entre 1990-93. Após a valorização cambial em 1994, houve queda nas participações das vendas deste CAI, sendo que a maior redução ocorreu nas exportações de soja em grãos de 36,31% em 1994 para 16,5% em 1995. Entre 1997-99, esses percentuais foram recuperados. Com relação ao emprego no setor de alimentos e bebidas no Centro-Oeste, houve um aumento de 36.168 em 1991 para 113.853 em 2000. No setor têxtil, este aumento foi de 8.924 para 20.599. Nos dois setores, o aumento maior do número de emprego ocorreu em Goiás. �����������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pela professora Rebecca Guimarães. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con- teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclusiva deste material. http://www.grancursosonline.com.br 1 www.grancursosonline.com.br Divisão Inter-regional do Trabalho e da Produção no Brasil – Regiões NE, S e SE GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online DIVISÃO INTER-REGIONAL DO TRABALHO E DA PRODUÇÃO NO BRASIL – REGIÕES NORDESTE, SUL E SUDESTE Região Nordeste A estrutura produtiva industrial nordestina aumentou sua complexidade, o que, por sua vez, consolidou uma nova realidade econômica caracterizada pela presença de áreas de maior dinamismo relativo, convivendo com áreas de estagnação e decadência. São elas: o complexo petroquímico de Camaçari na Bahia; o polo têxtil de Fortaleza; as atividades metalúrgicas do Mara- nhão; o polo agroindustrial de Petrolina (PE)/Juazeiro (BA); a agricultura moderna de grãos no oeste da Bahia; e as áreas de fruticultura irrigada do Vale Açu/Mossoró (RN) (Araújo, 2000). No complexo petroquímico de Camaçari, embora não tenham sido implemen- tados os projetos iniciais de adensamento do complexo químico, os impactos da instalação dessas atividades sobre a estrutura industrial da Bahia foram impor- tantes. O setor de produtos químicos aumentou sua participação relativa no VTI estadual de 33,7% em 1985 para 40% em 1998. Mas, em 2000, esse percentual reduziu para 24,2%. No VTI nacional, a queda foi de 13,9% em 1985 para 7,9% em 2000. De 1996 a 2000, o número de postos de trabalho continuou basica- mente estagnado neste setor, com cerca de 10 mil empregos. Na região de Camaçari, Bahia, está instalada a Ford e, no município de Goiana, na grande Recife, em Pernambuco, a produtora do Fiat-Renegade. Por outro lado, entre 1985 e 2000, aumentou a participação relativa da Bahia nas atividades de fabricação de coque, refino de petróleo e produção de álcool (de 5,9% para 10,2%) e de celulose, papel e produtos de papel (de 1% para 6,9%). No VTI estadual, o aumento foi de 10% para 29,36%, para o primeiro, e de 0,66% para 7,66 %, para o segundo. No casodo setor de papel e celulose, esse aumento é resultado dos investimentos da fábrica de celulose Bahia-Sul na região sul desse estado. Neste setor, o aumento do emprego foi de 2.461 em 1996 para 2.801 em 2000. Na fabricação de coque, refino de petróleo e produção de álcool, o aumento do emprego foi de 165 para 2.801 nesse mesmo período. Não há economia mais próspera no Nordeste do que a economia baiana. AN O TAÇ Õ ES http://www.grancursosonline.com.br 2 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Divisão Inter-regional do Trabalho e da Produção no Brasil – Regiões NE, S e SE GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Esta redução pode ser explicada pela concorrência com os novos projetos de investimento no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro, causados pela privatiza- ção da Copene. No entanto, alguns investimentos foram realizados no polo petro- químico de Camaçari após o Plano Real. Dentre estes, a ampliação da capacidade de produção da Oxiteno e a instalação da fábrica de matérias-primas para fertili- zantes da Monsanto. Porém, o projeto de aumentar a capacidade de produção da nafta, principal obstáculo à expansão deste polo, ainda não foi implementado. No Maranhão, as atividades da cadeia produtiva do alumínio fazem parte das operações da CVRD na Região Norte. A bauxita extraída pela Alunorte, em Oriximiná (PA), é escoada através da Estrada de Ferro-Carajás e transformada em alumínio primário em São Luis (MA), de onde segue para o mercado externo. Entre 1985 e 2000, o setor de metalurgia básica aumentou sua participação rela- tiva no VTI estadual de 22,6% para 54,6%. Em 2000, esse setor foi responsável por um total de 3.568 empregos no Maranhão. O Ceará concentra parte expressiva das atividades da indústria têxtil do Nordeste, sendo que estas estão localizadas principalmente na Região Metro- politana de Fortaleza. Assim como em todo o País, no início dos anos 90, a indústria têxtil do Ceará sofreu os impactos negativos da abertura comercial e do aumento da concor- rência com os produtos têxteis importados. No Nordeste, houve uma drástica redução de empresas e de emprego no setor têxtil entre 1990 e 1996, principal- mente no Ceará. Já na segunda metade da década, o ajuste produtivo do setor têxtil implicou na instalação de empresas das regiões sul e sudeste na Região Nordeste. Grandes empresas do setor têxtil se instalaram nessa região, como Coteminas (PB e RN), Fibrasil (PE) e Marisol (CE). No Ceará, os investimentos no segmento de malharia contribuíram para a verticalização da cadeia de fiação- -tecelagem já existente na Região Metropolitana de Fortaleza. Além da vinda de empresas de outros estados, também foram feitos investimentos em expansão das indústrias locais (Diniz, 2000). No VTI nacional, a participação relativa do Ceará na fabricação de produtos têxteis aumentou de 3,6% para 10,3% entre 1985 e 2000. No que se refere ao emprego no setor têxtil desse estado, houve um aumento de 35.341 para 48.444 http://www.grancursosonline.com.br 3 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Divisão Inter-regional do Trabalho e da Produção no Brasil – Regiões NE, S e SE GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online entre 1996 e 2000. Mas, por outro lado, a participação relativa das atividades do complexo têxtil (fabricação de produtos têxteis e confecção de artigos do vestu- ário) no VTI do Ceará diminuiu de 38,6% em 1985 para 22,7% em 2000. Porém, não houve mudanças significativas na participação relativa do Ceará na confec- ção de artigos do vestuário em que estão incluídos os segmentos de maior valor agregado da cadeia produtiva têxtil (4,5% em 2000). Assim como no setor têxtil, as empresas foram atraídas pelos custos salariais menores, pelos incentivos fiscais e financeiros dos governos estaduais e pela expansão do mercado nessa região após o período de estabilização de preços. As fábricas de calçados se instalaram no Ceará, na Bahia, em Pernambuco, na Paraíba, em Sergipe e no Rio Grande do Norte. Com isso, a participação relativa do Nordeste no VTI nacional desse setor aumentou de 7,7% em 1985 para 18,4% em 2000. A Bahia e o Ceará foram os que mais receberam investimentos do setor. Nesses estados, a maioria das empresas de calçados é de pequeno porte, porém a produção e o emprego do setor estão concentrados nas grandes empresas que vieram das regiões Sul e Sudeste. Além dos investimentos nos setores têxtil e calçadista, também foram reali- zados alguns investimentos na Região Nordeste no processamento de grãos, na fruticultura irrigada, na produção vinícola e no setor automobilístico. No proces- samento de grãos, o aumento da produção de grãos no Nordeste, a concessão de incentivos fiscais e o menor custo relativo da mão de obra contribuíram para o anúncio de investimentos no oeste da Bahia e no Piauí. A Ceval fechou sua unidade frigorífica e expandiu a sua capacidade de esmagamento de soja no oeste baiano. Isso ocorreu em conformidade com a estratégia dessa empresa de focalização no processamento de soja, após sua incorporação pela Bunge Alimentos. Recentemente, essa empresa também anunciou investimentos na instalação de unidade de esmagamento de soja em Uruçuí (PI). Entre 1996 e 2000, houve um aumento de 697 empregos no cultivo de soja nos três estados do Nordeste em que esta lavoura tem avançado (Bahia, Maranhão e Piauí). Os polos de fruticultura irrigada do Vale do Açu/Mossoró e de Petrolina/Jua- zeiro atraíram investimentos de grandes empresas e aumentaram de forma expressiva a produção e a exportação de frutas nos anos 90. No primeiro, atuam http://www.grancursosonline.com.br 4 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Divisão Inter-regional do Trabalho e da Produção no Brasil – Regiões NE, S e SE GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online grandes empresas, principalmente no cultivo de melão, como Frunorte, Fazenda São João, Mossoró Agro Industrial, Nolem e Maísa. Nos anos 90, foram atraí- dos para esse polo investimentos das empresas estrangeiras Delmont e Directi- vos Agrícolas. No polo de Petrolina/Juazeiro, foram realizados investimentos de grandes grupos empresariais nacionais e estrangeiros na produção de frutas e de empresas da Região Sul e estrangeiras na produção de vinhos. Estes polos são considerados como importantes geradores de emprego e renda nas cidades envolvidas com a fruticultura irrigada. Entre 1996 e 2000, o emprego no cultivo de frutas aumentou de 502 para 2.113 no Rio Grande do Norte e de 3.350 para 3.465 na Bahia. Nos dois polos, o aumento da produ- ção tem se refletido em concentração de terras e de renda regional. As gran- des empresas têm intensificado a produção através da introdução de técnicas modernas de irrigação, cultivo, colheita, processamento dos frutos, que, por sua vez, tem implicado em redução da mão de obra em algumas partes do processo produtivo. Por outro lado, exige-se uma maior qualificação da mão de obra no manuseio das frutas nas casas de embalagem. Do ponto de vista das relações de trabalho, estas se mostram muito precárias. A maior parte da mão de obra é empregada através de contratos temporários rescindidos a cada término de safra, levando a uma maior instabilidade das ocupações nesse tipo de produção. Por último, cabe destacar o investimento em uma planta automobilística da Ford (Projeto Amazon). Inaugurada em outubro de 2001, a capacidade de produ- ção é de 250 mil veículos/ano, sendo que foram contratados 500 operários pela montadora e 500 pelos fornecedores que lá se instalaram. Dentre os projetos de investimento das empresas fornecedoras, a Pirelli planeja aumentar a produção de pneus em Feira de Santana (BA).Porém, apesar do anúncio de investimentos no setor de autopeças, grande parte das peças e componentes virá da unidade da Ford em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. http://www.grancursosonline.com.br 5 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Divisão Inter-regional do Trabalho e da Produção no Brasil – Regiões NE, S e SE GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Região Sul Entre os anos 70 e 80, a maior integração da Região Sul à estrutura produtiva nacional ocorreu através da introdução e da expansão de segmentos industriais, bem como da diversificação agrícola (modernização da base técnica da produção e da expansão das lavouras de grãos de maior atratividade no mercado externo e com forte integração a montante e a jusante). Essas mudanças resultaram na diversificação da base produtiva dos três estados sulinos com o aumento da par- ticipação dos setores: metal-mecânico (material elétrico, de transporte e máqui- nas e implementos agrícolas); de alimentos, principalmente do CAI de grãos e carnes; de calçados; e de papel, celulose e mobiliário. No que se refere à orga- nização espacial dessas atividades, com exceção de Santa Catarina, onde a localização da produção industrial é menos concentrada, no Rio Grande do Sul e no Paraná, a expansão industrial em seus territórios ocorreu similarmente ao processo de “desconcentração espacial e setorialmente concentrada” da indús- tria brasileira (Bandeira, 1995). As principais mudanças no complexo metal-mecânico da Região Sul ocorre- ram em função da instalação de novas plantas automobilísticas no Rio Grande do Sul (General Motors em Gravataí) e no Paraná (Renault, Nissan e Volkswa- gen-Audi em São José dos Pinhais; e Chrysler, em Campo Largo). Com esses investimentos, a participação relativa do Paraná no VTI nacional da fabrica- ção e montagem de veículos automotores aumentou de 3,5% para 8,6% e a do Rio Grande do Sul de 4,2% para 6,5% entre 1985 e 2000. No VTI estadual, o aumento foi de 3% para 6% no Rio Grande do Sul e de 4,1% para 11,5% no Paraná. O aumento do emprego nesse setor foi mais significativo na Região Metropolitana de Curitiba, de 4.392 para 17.424 entre 1996 e 2000. Na Região Metropolitana de Porto Alegre, o aumento foi de 6.641 para 6.869. No Rio Grande do Sul, o complexo metal-mecânico também está vincu- lado à produção de máquinas e equipamentos agrícolas. Com destaque para as empresas de tratores e colheitadeiras: AGCO em Canoas e Santa Rosa; SLC/ John Deere, em Horizontina; Agrale, International e Navistar, instalada em 1998, em Caxias do Sul. http://www.grancursosonline.com.br 6 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Divisão Inter-regional do Trabalho e da Produção no Brasil – Regiões NE, S e SE GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Contudo, entre 1985 e 2000, o setor de máquinas e equipamentos perdeu par- ticipação relativa no VTI do Rio Grande do Sul de 12,14% para 7,4%. Os postos de trabalho, que eram 33,4 mil, em 1996, passaram a 35,1 mil, em 2000. Em Santa Catarina, as atividades mais importantes do complexo metal-mecânico estão vinculadas à fabricação de máquinas e equipamentos e de aparelhos e material elétrico. Essas atividades estão localizadas, em grande parte, nos muni- cípios de Joinville e Jaraguá do Sul. Nesse polo originaram-se grandes empre- sas nacionais (Cônsul, Weg, Embraco, Busscar e Tupy) formando um polo ele- tro-metal-mecânico na região norte desse estado. Os efeitos da abertura comercial e a valorização cambial foram significativos nesse polo. Com destaque para a incorporação da Tupy por um grupo formado por fundos de pensão e bancos, em 1995, implicando no fechamento de unida- des produtivas e redução do número de empregados principalmente em Joinville, cidade mais importante do polo (Goularti Filho, 2001). No entanto, os impactos foram diferenciados de acordo com a capacidade competitiva das empresas do polo. As pequenas e médias empresas de autopeças, que possuem uma certa competitividade no mercado internacional, realizaram parcerias com empresas internacionais para estabelecer acordos comerciais e de transferência de tec- nologia. Porém, apesar do bom desempenho das empresas de menor porte, o melhor dinamismo foi atribuído à atuação das grandes empresas do segmento de compressores e motores elétricos que compõem esse polo, Weg e Embraco. Nos anos 90, essas empresas intensificaram suas estratégias de internacionali- zação com a instalação de filiais no exterior e de acordos de cooperação tecno- lógica e produtiva com outras empresas estrangeiras (Lins e Bercovich, 1995). Entre 1985 e 2000, a participação relativa de Santa Catarina no VTI nacio- nal de máquinas e equipamentos aumentou de 4,1% para 9,3% e a máquinas e materiais elétricos de 3,7% para 7%. No VTI estadual, o aumento mais signi- ficativo foi no setor de máquinas e equipamentos, que aumentou de 8,5% para 11,5%, sendo que o de máquinas e materiais elétricos permaneceu em cerca de 3,7%. Esse complexo metal-mecânico-elétrico reduziu seu estoque de emprego de 32 mil para 31 mil no período 1996/2000. Embora Santa Catarina não tenha atraído fluxos de investimento significativos, ocorreram importantes mudanças http://www.grancursosonline.com.br 7 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Divisão Inter-regional do Trabalho e da Produção no Brasil – Regiões NE, S e SE GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online na estrutura produtiva intraestadual nos anos 90. Essas alterações estiveram relacionadas à intensificação das transformações dos setores produtivos mais importantes da estrutura produtiva estadual que já vinham ocorrendo desde os anos 80, principalmente aquelas relacionadas à transferência de investimentos do setor têxtil e do CAI de grãos e carnes desse estado para outras regiões do País. Os impactos dessas transformações vêm determinando um movimento migratório das sub-regiões especializadas com destino aos municípios da faixa litorânea (Lins, 1998). A indústria têxtil de Santa Catarina, em grande parte con- centrada no Vale do Itajaí (Blumenau, Brusque e Itajaí), merece destaque pela produção de malhas e artigos de cama, mesa e banho, mas compreende desde os segmentos da fiação até a confecção. Grandes empresas do setor têxtil e vestuário nacional se originaram nessa região (Teka, Artex, Karsten, Buettner, Malwee, Marisol e Hering). No Vale do Itajaí, o ajuste produtivo implicou numa redução no valor exportado entre 1995- 98, no total produzido entre 1997-98 e no emprego entre 1990-98 (Goularti Filho, 2001). Como resultado, a participação relativa dos setores da indústria têxtil no VTI de Santa Catarina caiu de 25,2% para 19,7% entre 1985-2000. Entretanto, no VTI nacional, a participação nesses setores ainda é muito relevante e aumen- tou de 23,5% para 36,4% nesse período. O emprego no setor têxtil de Santa Catarina aumentou de 87.406 em 1996 para 103.306 em 2000. Nesse período, ocorreram fusões entre algumas empresas de Santa Catarina e a desativação de unidades produtivas espalhadas por todo o País. As maiores empresas se especializaram nos segmentos de maior competitividade (malha- ria, cama, mesa e banho) e transferiram etapas do processo produtivo para pequenas empresas e cooperativas locais. A disseminação dessa prática tem sido acompanhada pelo enfraquecimento das condições de negociações com as grandes empresas/redes de distribuição que, na maioria das vezes, detêm apenas a etiqueta dos produtos (Pimenta, 2001). O CAI de grãos e carnes da Região Sul também passou por mudanças sig- nificativas em razão da introdução de inovações tecnológicas e organizacionais e da realização de investimentos na RegiãoCentro-Oeste. Principalmente no oeste catarinense, onde grande parte das empresas foi incorporada por grupos http://www.grancursosonline.com.br 8 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Divisão Inter-regional do Trabalho e da Produção no Brasil – Regiões NE, S e SE GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online estrangeiros e se focalizaram em produtos de maior valor agregado e na con- quista do mercado externo. Segundo Goularti Filho (2001), os principais efeitos desse ajuste produtivo/patrimonial foram a diminuição do poder de barganha dos pequenos fornecedores de animais e a redução expressiva do número de suino- cultores integrados de 36.050 em 1990 para 22.198 em 1999. Com relação às atividades de fabricação de papel e celulose, cabem destaques: • Santa Catarina – papéis de embalagem e papéis sanitários; • Paraná – papéis de embalagem, cartões e papel de imprensa (único estado produtor deste tipo de papel); e • Rio Grande do Sul – celulose de mercado. Entre 1985 e 2000, não houve mudanças significativas nos percentuais relati- vos desses estados no VTI nacional de celulose, papel e produtos de papel. Em 2000, o Paraná foi responsável por 10,5% do VTI nacional deste sesor, o percentual de Santa Catarina foi de 6,8% e o do Rio Grande do Sul foi de 6,4%. Também não foram muito importantes as mudanças nas participações desse setor nas estruturas industriais estaduais. A participação mais expressiva do setor é no VTI do Paraná, 7,8% em 2000. O emprego nesse setor nos três estados sulinos aumentou de 33.286 em 1996 para 35.616 em 2000. O estado de São Paulo, apesar da queda em sua participação relativa no VTI nacional (de 57,3% em 1985 para 47,3% em 2000), ainda concentra os segmentos de maior valor agregado (papéis de imprimir e escrever). A distribuição regional dos novos projetos de investimento em celulose de mer- cado nos anos 90 também não indicou mudanças relevantes na configuração regio- nal da produção. Na Região Sul, mereceu destaque o investimento em ampliação da capacidade produtiva da Riocell na Região Metropolitana de Porto Alegre. No que se refere à produção de calçados da Região Sul, esta se concentra no Rio Grande do Sul. A expansão do setor calçadista desse estado ocorreu nos anos 1970-80 com base na consolidação de uma aglomeração setorial no Vale dos Sinos, principalmente em Novo Hamburgo e São Leopoldo. Concentra-se nessa aglomeração praticamente quase todos os segmentos inter-relacionados ao complexo coureiro/calçadista, desde a produção de couro e componentes, http://www.grancursosonline.com.br 9 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Divisão Inter-regional do Trabalho e da Produção no Brasil – Regiões NE, S e SE GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online de máquinas e equipamentos até os segmentos da produção final de calçados. As mudanças macroeconômicas e os ajustes produtivos impostos pela aber- tura comercial ao longo dos anos 90 resultaram numa diminuição do dinamismo desse complexo. Várias empresas faliram e outras tiveram sua situação finan- ceira enfraquecida, permanecendo as empresas de maior porte. Mas, por outro lado, como visto anteriormente, a produção de várias empresas foi transferida para a Região Nordeste resultando na disseminação de práticas flexíveis de contratação da mão de obra (Alonso, 2001). No entanto, o Rio Grande do Sul aumentou sua participação no VTI nacional de calçados de 50% em 1985 para 55% em 2000, e ainda continua sendo responsável por mais de 80% das expor- tações brasileiras de calçados. O emprego aumentou de 116.602 em 1996 para 120.596 em 2000. Região Sudeste Na Região Sudeste, estão localizados os setores mais importantes e estraté- gicos da estrutura produtiva nacional, especialmente os setores industriais mais modernos dos grupos de bens de consumo não duráveis (Grupo I), de bens intermediários (Grupo II), de bens de capital e de bens de consumo duráveis (Grupo III). No entanto, as diferenças entre as estruturas produtivas dos Estados que a compõem são significativas. A participação do estado do Espírito Santo na divisão inter-regional do tra- balho brasileira pode ser verificada nos setores de transformação de minerais metálicos e de papel e celulose, ambos comandados por grandes empresas. A expansão dessas atividades não se refletiu em encadeamentos intersetoriais relevantes na economia do Espírito Santo, pois essas empresas estão voltadas para o mercado externo. No setor de papel e celulose, não foram realizados investimentos em expan- são das atividades após o Plano Real. De um modo geral, nesse período houve uma diminuição das exportações de celulose para atender a expansão do con- sumo interno de papéis de todos os tipos. Os anúncios de investimento em expansão da capacidade de produção ocorreram a partir de 1998, em função da recuperação do mercado externo após vários anos de queda dos preços interna- http://www.grancursosonline.com.br 10 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Divisão Inter-regional do Trabalho e da Produção no Brasil – Regiões NE, S e SE GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online cionais. Nesse estado, o projeto de investimento mais importante é o da Aracruz, que planeja expandir sua produção de celulose de mercado em sua unidade instalada no município de Aracruz. Sendo esse projeto considerado, atualmente, como um dos maiores investimentos a se realizar no Brasil (Mota, 2000). No VTI estadual, a participação deste setor aumentou de 9,8% em 1985 para 19,6% em 2000. No VTI nacional, esse aumento foi de 5% para 9%. No que se refere às atividades de transformação de minerais metálicos, a importância desses na estrutura industrial do Espírito Santo é resultante de um complexo formado por sete usinas de pelotização de minério de ferro da CVRD localizadas, principalmente, em Tubarão. Além dessas usinas, também merece destaque a produção da CST no setor siderúrgico em Tubarão. Esse complexo minero-siderúrgico tem como vantagem locacional a boa infraestrutura tanto de recebimento de matérias-primas (estrada de ferro Vitória-Minas) como de escoa- mento da produção para o exterior (Porto de Tubarão). Os investimentos realiza- dos pelas empresas do complexo minero-siderúrgico entre 1995 e 1997 foram: construção da sétima usina de pelotização (Kobrasco) da CVRD; construção da segunda usina de pelotização da Samarco; implantação do segundo alto-forno e do segundo lingotamento contínuo da CST. No VTI estadual, a participação relativa da extração de minerais metálicos aumentou de 10,7% para 17,8% e no setor de metalurgia básica o aumento foi de 21,7% para 27,6%, entre 1985 e 2000. No VTI nacional, o aumento da participação relativa do Espírito Santo foi de 11,1% para 17,6% na extração de minerais metálicos e de 5,2% para 8,7% em metalurgia básica. Quanto aos empregos no setor extrativo, estes saltaram de apenas 602 para mais de 5 mil entre 1996/2000. Na metalurgia básica ocorreu aumento de 5,7 mil para 6,2 mil. No Estado de Minas Gerais, a produção minero-metalúrgica se expandiu estabelecendo importantes ligações intersetoriais locais dentro do complexo metalomecânico (siderurgia e material de transporte). Durante o processo de desconcentração regional da indústria brasileira, foram beneficiadas: a região central de Minas Gerais, onde estão concentradas as atividades de exploração mineral; a região do Sul de Minas e o Triângulo Mineiro, pela maior proximi- dade geográfica ao estado de São Paulo. Com isso, acentuaram-se as diferen- http://www.grancursosonline.com.br 11 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Divisão Inter-regional do Trabalho e da Produção no Brasil – Regiões NE,S e SE GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online ças (sociais, econômicas) intraestaduais entre estas regiões “mais prósperas”, as regiões “estagnadas” (Zona da Mata e Vale do Rio Doce) e as “regiões-pro- blema” (Vale do Jequitinhonha e o norte do Estado) (Diniz e Santos, 1995). No complexo minero-siderúrgico, as mudanças nos anos 90 estiveram relacio- nadas à privatização das empresas estatais e ao aumento da concentração e da concorrência intrassetorial. No Brasil, o processo de privatização e a reestrutura- ção patrimonial levaram a uma maior concentração, dando origem a uma estru- tura comandada por cinco grandes grupos, com grande participação das empre- sas siderúrgicas do estado de Minas Gerais. Esses cinco grupos detêm cerca de 95% da produção siderúrgica nacional. São eles: Usiminas/Cosipa, Gerdau/ Açominas, Usinor-Acesita/CST, Belgo-Mineira/Mendes Júnior e CSN. Após a pri- vatização, as principais estratégias de investimento desses grupos estiveram relacionadas à modernização tecnológica de suas usinas e à diversificação de produtos, objetivando tanto a conquista de novos mercados como a manuten- ção de competitividade no mercado externo e o suprimento do mercado interno. Entre 1985 e 2000, houve queda da participação relativa da metalurgia básica no VTI estadual de 27,3% para 21,2% e aumento da participação de extração de minerais metálicos de 8,4% para 11,2%. No VTI nacional, o percentual de Minas Gerais na metalurgia básica permaneceu em cerca de 32%, enquanto que na extração de minerais metálicos aumentou de 47,1% para 53,7%. Por outro lado, houve redução do emprego nos dois setores de 4.735 para o primeiro e de 2.018 para o segundo. No segmento automobilístico, além da expansão da produção da FIAT na Região Metropolitana de Belo Horizonte, foram atraídas novas montadoras para Minas Gerais nos anos 90 (Mercedes-Benz em Juiz de Fora – Zona da Mata e Iveco/Fiat Spa em Sete Lagoas – Sul de Minas). Com esses investimentos, a participação relativa desse estado no VTI nacional de fabricação e montagem de veículos automotores aumentou de 7,8% em 1985 para 14,2% em 2000. No VTI estadual, esse aumento foi de 4,4% para 11,5%. Na Região Metropolitana de Belo Horizonte, houve uma queda no emprego no setor automobilístico de 28.404 em 1996 para 19.068 em 2000. Em Sete Lagoas e Juiz de Fora, houve um aumento de 616 postos de trabalho neste setor entre 1996 e 2000. http://www.grancursosonline.com.br 12 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Divisão Inter-regional do Trabalho e da Produção no Brasil – Regiões NE, S e SE GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online No estado do Rio de Janeiro, as novas perspectivas ligadas aos investimentos pós-1994, especialmente nos setores químico, automobilístico e de extração de petróleo, indicaram alguma inflexão da histórica perda de dinamismo econômico verificada nas décadas anteriores. Deve-se ressaltar a importância da Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ) e do sul desse estado como localidades de maior atratividade em relação às regiões norte e noroeste fluminense. Dentre os investimentos planejados entre 1997-99 para a RMRJ, mereceram destaque aqueles relacionados ao setor químico (Glaxo Welcome, FCC, Acioquímica, Oxi- gênio do Brasil, Smithkline, StafFord-Miller, Rio Polímeros, Petroflex, Bayer), metalúrgico (Ciferal, Gerdau, Fertiplant, Nebraska), de minerais não metálicos (Art Fergi, Knauf), de autopeças (Michelin, Global River, Seateck) e de bebidas e alimentos (Kaiser, Generalli, Wickbold). Os investimentos no setor automobilístico concentraram-se no sul fluminense. Foram instaladas duas montadoras nessa região: Volkswagen, em Resende e Peugeot-Citröen, em Porto Real (município desmembrado de Resende). Nessa mesma região também foram anunciados investimentos da CSN e da White Martins, em Volta Redonda. No setor químico, houve uma queda de participação relativa do Rio de Janeiro no VTI nacional de 14,5% para 10,3% entre 1985 e 2000. Porém, no VTI esta- dual, houve um aumento nesse percentual de 11,6% para 12,9%. O estoque de emprego no setor caiu de 38 mil para 31 mil, de 1996 a 2000. No que se refere à atração de montadoras automobilísticas, a Volkswa- gen iniciou sua produção de caminhões e ônibus no Rio de Janeiro em 1995. As empresas fornecedoras de autopeças dessa fábrica, em sua maioria, estão localizadas em São Paulo. Quanto aos fornecedores da Peugeot-Citroën, esta firmou contrato com a Renault para o fornecimento de motores que são produ- zidos na fábrica de São José dos Pinhais, no Paraná. Com a crise argentina, a Peugeot-Citroën reformulou suas estratégias e deslocou para o Brasil grande parte da produção dos veículos fabricados em Buenos Aires. Do mesmo modo, seguindo a estratégia de transformar o País em base de exportação, também deslocou a produção de motores da França para Porto Real. O acréscimo de emprego nos dois municípios em que essas fábricas se ins- talaram foi de 1.305 postos de trabalho entre 1996 e 2000. A participação do Rio http://www.grancursosonline.com.br 13 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Divisão Inter-regional do Trabalho e da Produção no Brasil – Regiões NE, S e SE GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online de Janeiro no VTI nacional da fabricação e montagem de veículos automotores aumentou de 1,1%, em 1985 para 3,7% em 2000. No VTI estadual, o aumento de participação relativa também não foi muito significativo, de 0,5% para 3% nesse mesmo período. Com relação aos investimentos em extração de petró- leo, as perspectivas de melhoria da situação econômica do Rio de Janeiro e de alguns municípios localizados no litoral norte deste estado (Campos dos Goyta- cazes, Macaé, Rio das Ostras e outros) surgiram com o aumento da arrecada- ção de royalties e das participações especiais (Piquet, 2003)25. A importância desses recursos pode ser verificada na tabela a seguir pela participação expres- siva do Rio de Janeiro no total nacional da produção marítima de petróleo ao longo dos anos 90. Como resultado, a participação relativa do Rio de Janeiro no VTI nacional da extração de petróleo e serviços correlatos aumentou de 62,2% em 1985 para 70,5% em 2000. Mas, por outro lado, esse percentual no VTI esta- dual caiu de 28,2% para 21,4%. Também houve uma queda no emprego nesse setor de 7.920 em 1996 para 5.866 em 2000. O estado de São Paulo, apesar de ter perdido participação relativa no VTI nacional entre 1985 e 2000 (de 48% para 45,3%), ainda é a Unidade da Federa- ção que apresenta a estrutura produtiva mais complexa e diversificada do País. Aí estão localizados os setores mais importantes e estratégicos da estrutura pro- dutiva nacional. O papel central na divisão inter-regional do trabalho brasileira ainda é mais reforçado pelo fato de ser também o principal núcleo financeiro e comercial e a sede dos escritórios das grandes empresas e grupos econômicos atuantes no País. Os segmentos de maior complexidade tecnológica e de maior valor agregado da estrutura da indústria de transformação nacional estão con- centrados nesse estado. São Paulo concentra nove segmentos de maior valor agregado de alguns setores do Grupo I e dezoito do Grupo II. Com exceção de apenas sete segmentos, aí estão concentradas todas as demais divisões dos setores do Grupo III. No âmbito intraestadual, houve redução da participação relativa da região metropolitana no VTI nacional, de 29,6% em 1985 para 26,0% em 1998. Essa queda pode ser explicada pela redução da participação da capital em relação aos demais municípios dessa região e aumento da participação relativa do Inte- rior de São Paulo no VTI nacional de 22,7% para 25,2%.http://www.grancursosonline.com.br 14 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Divisão Inter-regional do Trabalho e da Produção no Brasil – Regiões NE, S e SE GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Os novos investimentos da indústria automobilística determinaram uma ten- dência de desconcentração do setor a partir de São Paulo no sentido do Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Porém, esse movimento também ocorreu no sentido do interior de São Paulo, onde foram instaladas novas plantas industriais em São Carlos e na Região de Campinas. Embora tenha recebido apenas 8% dos investimentos em novas plantas, entre 1996- 99, o estado de São Paulo foi responsável por 45% dos investimentos totais do setor automobilístico, que incluem modernização e ampliação de plantas. A Região Metropolitana de São Paulo perdeu 29.085 empregos no setor auto- mobilístico entre 1996 e 2000, enquanto que nos municípios do interior deste http://www.grancursosonline.com.br 15 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Divisão Inter-regional do Trabalho e da Produção no Brasil – Regiões NE, S e SE GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online estado que receberam novas plantas automobilísticas houve um aumento de 1.122 postos de trabalho. Por outro lado, a participação do estado de São Paulo no VTI nacional da fabricação e montagem de veículos automotores foi reduzida de 81,8% em 1985 para 64% em 2000. Na década de 90, o interior de São Paulo se tornou mais atrativo do que a Região Metropolitana de São Paulo no que se refere à realização de novos inves- timentos, sobretudo em setores de maior complexidade tecnológica (equipamen- tos para telecomunicações e informática) privilegiando as regiões de Campinas e de São José dos Campos. Vejamos brevemente as mudanças nas estruturas produtivas do Interior de São Paulo Em 1985, os segmentos que apresentavam maior participação rela- tiva em sua estrutura industrial eram: Grupo I – Alimentos e Bebidas e Produtos Têxteis; Grupo II – Refino de Petróleo e Produção de Álcool, Fabricação de Pro- dutos Químicos e Metalurgia Básica; e Grupo III – Máquinas e Equipamentos, e Montagem de Veículos Automotores, Durante os anos 90, as mudanças no cenário macroeconômico tiveram efeitos negativos sobre alguns desses seto- res. A participação relativa da fabricação de produtos têxteis no VTI do interior foi reduzida pela metade, de 6,6% em 1985 para 3,4% em 1998. No estado de São Paulo, a indústria têxtil perdeu 29.275 postos de traba- lho entre 1996 e 2000. Os CAIs do interior de São Paulo (cana-de-açúcar, soja, carne, laranja), assim como em todo País, também passaram por transforma- ções importantes nos anos 90. No CAI soja, o deslocamento das lavouras e a realização de investimentos em novas unidades de esmagamento em outras regiões brasileiras (Centro-Oeste, Norte e Nordeste) ocorreram em detrimento do interior de São Paulo. Dentro do CAI cana-de-açúcar, várias empresas/usinas fundiram-se ou foram adquiridas por grupos nacionais maiores. Nesse complexo, o interesse de grupos internacionais também tem se manifestado recentemente. A produção de álcool anidro tem sido substituída, em grande parte, pela produ- ção de açúcar. Como decorrência dessas mudanças, o segmento de refino de petróleo e produção de álcool reduziu sua participação relativa no VTI do Interior de 18,8% em 1985 para 9% em 1998. No mesmo período, a participação rela- http://www.grancursosonline.com.br 16 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Divisão Inter-regional do Trabalho e da Produção no Brasil – Regiões NE, S e SE GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online tiva da produção do interior nesse segmento no VTI nacional também diminui de 51% para 43%. Entre 1996 e 2000, houve uma redução de 1.853 empregos no cultivo de cana-de-açúcar do estado de São Paulo. No CAI laranja, considerado como a agroindústria brasileira mais competi- tiva, cujo dinamismo foi significativo nos anos 80, a reestruturação produtiva tem implicado em importantes mudanças nas relações entre trabalhadores, pro- dutores e indústria de processamento. Segundo Graziano Silva (1999), muitos pequenos e médios produtores de laranja têm sido excluídos e as mudanças no processo de aquisição da laranja vêm recriando práticas de trabalho temporário. Estão presentes neste CAI quatro grandes empresas: duas nacionais (Cutrale e Citrosuco) e duas empresas de grupos internacionais (Coinbra/Louis Dreyfus e Cargill). No entanto, na segunda metade dos anos 90, três novas fábricas de suco foram instaladas no interior por grupos de grandes produtores de laranja. Entre 1996 e 2000, houve um aumento de 15.718 postos de trabalho no cultivo de frutas cítricas no estado de São Paulo. Porém, na produção de sucos, houve uma redução de 1.532 postos de trabalho neste período. Como resultado dessas mudanças, houve aumento da participação relativa de alimentos e bebidas no VTI do interior de São Paulo entre 1985-98, de 13,5% para 20,6%. No VTI nacional, a participação relativa do interior de São Paulo nesse seg- mento também aumentou de 25% para 28%. Os fatores que contribuíram para essa expansão foram: o aumento da produção de suco de laranja (no final da década de 80) e da produção de açúcar; a instalação de novas fábricas de bebi- das em Jacareí, Jaguariúna, Mogi-Guaçu, e Agudos; e o aumento da produção de biscoitos, massas e lácteos após o movimento de fusões e aquisições do setor de alimentos no início dos anos 90 (Caiado, 2002). Nesse mesmo período, também aumentaram no VTI dessa região as partici- pações relativas dos setores do Grupo III, com exceção da fabricação de outros equipamentos de transporte. Essas mudanças, por sua vez, contribuíram para aumentar a complexidade da estrutura industrial do interior de São Paulo. No que se refere aos setores de maior complexidade tecnológica, estes estão concentrados nas regiões de Campinas, São Carlos e São José dos Campos. http://www.grancursosonline.com.br 17 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Divisão Inter-regional do Trabalho e da Produção no Brasil – Regiões NE, S e SE GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Embora sejam considerados “polos regionais de alta tecnologia” do País, a pre- sença de empresas de base tecnológica não é muito importante no conjunto das indústrias locais. Essas regiões, sobretudo as de Campinas e de São José dos Campos, possuem estruturas industriais diversificadas nas quais se destacam segmentos importantes dos complexos metal-mecânico, químico e agroindustrial. Nos anos 90, os investimentos mais significativos nas atividades de maior complexidade tecnológica da região de Campinas ocorreram nos setores de infor- mática e de equipamentos para telecomunicações. Esses investimentos foram realizados tendo em vista uma série de fatores como: as alterações no regime de políticas setoriais (fim da reserva de mercado e concessão de incentivos fiscais no âmbito da Lei de Informática); as mudanças nas políticas de compra das esta- tais; o programa de expansão dos serviços de telecomunicações implementado após a privatização do sistema Telebrás; a valorização cambial; e o aumento do mercado interno de bens de consumo duráveis (microcomputadores e celulares). A decisão pela instalação de grandes empresas dos setores de informática e de equipamentos para telecomunicações nessa região, através da aquisição de empresas locais, joint ventures e expansão de capacidade produtiva, esteve mais vinculada à infraestrutura logística de recebimento de cargas doexterior (peças e componentes), principalmente do Aeroporto de Viracopos do que às vantagens locacionais dessa região (existência de capacitações acumuladas por empresas pioneiras, de universidades, de centros de pesquisa, de mão de obra especializada, de rede de fornecedores locais) (Souza e Garcia, 1999). Apesar da realização desses novos investimentos, é importante considerar a deteriora- ção significativa do saldo da balança comercial dos setores de informática e de equipamentos para telecomunicações que ocorreu a partir da segunda metade dos anos 90. Entre 1996 e 2000, houve um aumento de 458 para 552 postos de trabalho no setor de informática da Região de Campinas. No VTI do interior de São Paulo, a participação relativa dos setores de máquinas para escritório e equipamentos de informática e de aparelhos eletrônicos e de comunicações aumentou de 24,4% em 1985 para 47,3% em 1998. Em São José dos Campos, as atividades industriais de maior complexidade tec- nológica estão vinculadas aos empreendimentos da Embraer no setor aeronáutico. http://www.grancursosonline.com.br 18 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Divisão Inter-regional do Trabalho e da Produção no Brasil – Regiões NE, S e SE GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Nos anos 50 e 60, os investimentos do Governo Federal em atividades béli- cas e aeroespaciais foram fundamentais para o desenvolvimento da indústria aeronáutica nessa região. As principais iniciativas nesse sentido foram a criação do Centro Tecnológico de Aeronáutica (CTA), do Instituto Tecnológico de Aero- náutica (ITA) e da própria Embraer. Entre os projetos de investimento mais recentes da Embraer está a constru- ção de uma nova planta no município de Gavião Peixoto, próximo a Araraquara e São Carlos. Será desenvolvido nessa unidade o programa de produção de caças supersônicos (FX-BR). A Tamesa e CMB, empresas fornecedoras de equi- pamentos e componentes para aviação, também anunciaram investimentos no entorno dessa fábrica. Na região de São José dos Campos, houve um aumento de 5.414 empregos no setor de aeronaves entre 1996 e 2000. Por outro lado, os investimentos nesse setor contribuíram para aumentar a participação relativa do estado de São Paulo no VTI nacional de outros equipa- mentos de transporte de 43% em 1985 para 67,7% em 2000. A instalação da unidade produtiva da Embraer em Gavião Peixoto reforçará o potencial da região de São Carlos no que se refere à presença de setores de maior complexidade tecnológica. Entre os projetos de investimento nesse setor em São Carlos, o mais importante é a implantação de um condomínio de empre- sas de base tecnológica integrado às duas universidades, como iniciativa da Fundação Parque de Alta Tecnologia (ParqTec). Direto do concurso (CESPE /BANCO DO NORDESTE) Considerando as diversas temáticas que envolvem a região Nordeste do Brasil, julgue os itens que se seguem: 32. A produtividade e o desenvolvimento tecnológico fizeram no Nordeste uma região produtora de alguns gêneros agrícolas de zonas temperadas, como a uva e o trigo, cultivados no Estado da Bahia. http://www.grancursosonline.com.br 19 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Divisão Inter-regional do Trabalho e da Produção no Brasil – Regiões NE, S e SE GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Comentário A produtividade e o desenvolvimento tecnológico fizeram do Nordeste uma região produtora de alguns gêneros agrícolas de zonas temperadas, como a uva e o trigo, cultivados no estado da Bahia. 33. As regiões metropolitanas de Salvador, Recife e Fortaleza são polos de in- dustrialização de destaque no Nordeste brasileiro. Comentário As regiões metropolitanas de Salvador, Recife e Fortaleza são polos de industrialização de destaque no Nordeste brasileiro. 34. O Nordeste tornou-se um grande receptor de migrantes das outras regiões do Brasil, em razão de fatores como a crise do ciclo da cana-de-açucar, a perda da capital federal para o Rio de Janeiro e os ciclos econômicos de grande acumulação de capital acontecidos fora da região nordestina. Comentário O Nordeste tornou-se uma grande EMISSORA de migrantes para outras regiões do Brasil, em razão de fatores como a crise do ciclo da cana-de-açucar, a perda da capital federal para o Rio de Janeiro e os ciclos econômicos de grande acumulação de capital acontecidos fora da região nordestina. 35. O clima e os aspectos socioambientais de toda a região Nordeste do país estão ilustrados de forma abrangente e ainda atual nas obras de literatura regional que trata da seca e dos seus impactos geopolíticos nessa região. http://www.grancursosonline.com.br 20 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Divisão Inter-regional do Trabalho e da Produção no Brasil – Regiões NE, S e SE GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Comentário Há pessoas no Brasil que ainda acreditam que o Nordeste brasileiro é uma enorme caatinga. O Maranhão, por exemplo, possui a Mata dos Cocais, uma região de transição entre a Amazônia e a caatinga. Nem sempre a literatura tem a sensibilidade e o preparo adequado para ver a realidade nordestina. 36. O objetivo principal da chamada indústria da seca, estratégia desenvolvida por prefeituras de municípios que fazem parte do polígono das secas, é a criação de meios sociais de ajuda ao sertanejo nordestino. Comentário A indústria da seca é das mais perversas do Brasil. São grupos, pequenas oligarquias nordestinas que ganham e obtêm vantagens nesse quadro de miséria e seca de forma a se perpetuarem no poder de maneira a que não haja melhor distribuição de renda para as famílias. 37. Matopiba, uma região do cerado que abrange três Estados nordestinos, é considerada uma fronteira agrícola no Brasil, sendo responsável, em gran- de parte, pela produção brasileira de grãos. Comentário Matopiba, uma região do cerrado que abrange três estados nordestinos (Bahia, Maranhão e Piauí), é considerada uma fronteira agrícola no Brasil, sendo responsável, em grande parte, pela produção brasileira de grãos. http://www.grancursosonline.com.br 21 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Divisão Inter-regional do Trabalho e da Produção no Brasil – Regiões NE, S e SE GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online GABARITO 32. C 33. C 34. E 35. E 36. E 37. C �������������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pela professora Rebecca Guimarães. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con- teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclusiva deste material. http://www.grancursosonline.com.br 1 www.grancursosonline.com.br Organização do Território Brasileiro e a Divisão Inter-regional do Brasil – Região Norte GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online ORGANIZAÇÃO DO TERRITÓRIO BRASILEIRO E A DIVISÃO INTER-REGIONAL DO BRASIL – REGIÃO NORTE Geopolítica brasileira 1. O Brasil político: nação e território. 1.1 Organização do Estado Brasileiro. 1.2 A divisão inter-regional do trabalho e da produção no Brasil. 1.3 A estrutura urbana brasileira e as grandes metrópoles. 2. Distribuição espacial da população no Brasil e movimentos migrató- rios internos. 3. A evolução da estrutura fundiária e problemas demográficos no campo. 4. Integração entre indústria e estrutura urbana, rede de transportese setor agrícola no Brasil. 5. Geografia e gestão ambiental. 5.1 Macrodivisão natural do espaço brasileiro: biomas, domínios e ecossistemas. 5.2 Política e gestão ambiental no Brasil. 6. O Brasil e a questão cultural. 7. A integração do Brasil ao processo de internacionalização da economia. 8. O século XX: urbanização da sociedade e cultura de massas. AN O TAÇ Õ ES 2 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Organização do Território Brasileiro e a Divisão Inter-regional do Brasil – Região Norte GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online 3 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Organização do Território Brasileiro e a Divisão Inter-regional do Brasil – Região Norte GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online O Brasil faz fronteira com nove países: Uruguai, Argentina, Paraguai, Bolívia (a maior fronteira), Peru, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e mais com o Estado francês da Guiana Francesa (território francês). Os únicos que não fazem fronteira são o Chile e o Equador. O Brasil está organizado em 4 fusos horários: o fuso horário de 30º (ilhas oceânicas), fuso horário de 45º, horário oficial de Brasília, fuso horário de 60º e o fuso horário de 75º. O rio Negro vem do território colombiano, na divida da Colômbia com a Vene- zuela, o Solimões vem do Peru e, chegando à capital amazonense, eles se encontram e formam o rio Amazonas, que tem a sua foz em Macapá e na Ilha de Marajó. O rio Madeira é o principal rio da capital de Rondônia e é muito conhecido pela abundância de ouro até os dias presentes. O rio Branco corta o Estado de Roraima. Outros rios importantes do Brasil são o Xingu, Araguaia, Tocantins (que se encontra com o Araguaia no Bico do Papagaio), Paraguai (que faz a divisa com o Paraguai), Paraná (Usina de Itaipu), São Francisco (Usinas de Sobradinho e Paulo Afonso) e Paranaíba. O Brasil possui 5.570 Municípios. O que forma o Município é a soma do urbano com o rural. Os Municípios formam uma circunscrição territorial, um território delimitado, circunscrito, uma área que possui uma delimitação. Os Municípios são dotados de personalidade jurídica e possuem certa auto- nomia administrativa. Os Municípios representam as menores unidades autôno- mas do Brasil, possuem Lei Orgânica. Os Estados possuem Constituição. O Estado que possui maior número de Municípios é Minas Gerais. O Brasil também possui um Distrito Federal e um Distrito Estadual (Fernando de Noronha, que desde 5/10/1988 foi integrado ao Estado de Pernambuco). O Distrito Federal é a única unidade da Federação que não pode ser dividida em Municípios, apenas em regiões Administrativas. 4 www.grancursosonline.com.br Organização do Território Brasileiro e a Divisão Inter-regional do Brasil – Região Norte GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online O ponto mais extremo do Brasil, setentrionalmente (norte), há dois anos foi alterado: o Oiapoque não é mais considerado, hoje, é o Monte Caburaí, que fica em Roraima. O ponto mais extremo ao sul (meridionalmente) é o Chuí. Na dimensão leste/oeste, o ponto mais extremo é a Ponta do Seixas, que per- tence a Paraíba, e o rio Moa, que está na divisa com o Peru. O Distrito Federal possui 31 Regiões Administrativas. O Brasil possui 27 unidades federativas: 26 Estados e o Distrito Federal. A faixa litorânea, as 200 milhas náuticas que a própria Constituição assegura e que são de domínio e exploração econômica brasileira, foi batizada pela Mari- nha de Amazônia azul. A maior unidade da Federação, em tamanho, é o Amazonas e a menor uni- dade da Federação é o Distrito Federal. A mais populosa é São Paulo e as menos populosas são Amapá (840 mil habitantes), Roraima (580 mil habitantes, sendo que 350 mil vivem na capital Boa Vista) e Acre (830 mil habitantes). 5 www.grancursosonline.com.br Organização do Território Brasileiro e a Divisão Inter-regional do Brasil – Região Norte GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online O Estado mais rico da região Sudeste é São Paulo, da região Norte é Pará, da Nordeste é Bahia, da Centro Oeste é o Distrito Federal e da Sul o Rio Grande do Sul. Região Norte 6 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Organização do Território Brasileiro e a Divisão Inter-regional do Brasil – Região Norte GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online A Zona Franca de Manaus ou Polo Industrial de Manaus é uma zona indus- trial na cidade de Manaus, no Brasil. Foi criada pelo Decreto-lei número 3.173 de 6 de junho de 1957 e aprimorada dez anos depois, pelo decreto-lei 288 de 28 de fevereiro de 1967, com o propósito de impulsionar o desenvolvimento econômico da Amazônia Ocidental. Administrado pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA), o polo industrial abriga na atualidade cerca de 600 indústrias,[4] especialmente concentradas nos setores de televisão, informática e motocicletas. Nos últimos anos, o pólo recebeu um novo impulso com os incen- tivos fiscais para a implantação da tecnologia de televisão digital no Brasil. A ZFM compreende três pólos econômicos: comercial, industrial e agrope- cuário. O primeiro teve maior ascensão até o final da década de 80, quando o Brasil adotava o regime de economia fechada. A indústria é considerada a base de sustentação da ZFM. O pólo Industrial de Manaus possui aproximadamente 600 indústrias de alta tecnologia gerando mais de meio milhão de empregos, diretos e indiretos, principalmente nos segmentos de eletroeletrônicos, duas rodas e químico. Entre os produtos fabricados destacam-se: aparelhos celula- res de áudio e vídeo, televisores, motocicletas, concentrados para refrigerantes, entre outros. O pólo agropecuário abriga projetos voltados à atividades de pro- dução de alimentos, agroindústria, piscicultura, turismo, beleza, beneficiamento de madeira, entre outras. Os indicadores de faturamento e produção do parque incentivado de Manaus são crescentes a cada ano, tendo faturado em 2012 valores superiores a US$ 37 bilhões. A produção do PIM é direcionada majoritariamente para o mercado bra- sileiro, mas há uma pequena parcela (cerca de 5% anualmente) que é exportada para mercados da América Latina, Europa e Estados Unidos. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou ontem os resul- tados atualizados da indústria nacional no ano de 2017 até o mês de novembro. A Pesquisa Industrial Mensal do IBGE mostra que o Pará teve crescimento na produção industrial de 10,5% no ano passado, no acumulado de janeiro a novem- bro, muito acima da média brasileira, que foi de 2,3%. O número põe o Pará como o estado com maior crescimento na produção industrial do ano passado. 7 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Organização do Território Brasileiro e a Divisão Inter-regional do Brasil – Região Norte GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Entre os setores que contribuíram positivamente para o crescimento industrial no Pará, a indústria extrativa se destaca com aumento de produção industrial de 13,7%, impulsionada, sobretudo, pela maior extração de minérios de ferro em bruto ou beneficiados. Apesar do crescimento, alguns setores contribuíram negativamente na pro- dução industrial, como os produtos de minerais não -metálicos, com uma taxa de -22,2%, e produtos alimentícios com uma taxa de -5,3%, pressionados prin- cipalmente pela menor produção de cimentos, “Portland”de carnes de bovinos frescas ou refrigeradas e óleo de dendê em bruto, respectivamente. José Conrado Santos, presidente da Federação das Indústrias do Pará (Fiepa), lembra que em 2016 o Pará já havia alcançado um resultado impor- tante, ao fechar o ano em primeiro lugar, num período em que houve retração 8 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Organização do Território Brasileiro e a Divisão Inter-regional do Brasil – Região Norte GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online em estados tradicionais como São Paulo. “É gratificante saber que mais uma vez a nossa produção alcançou um resultado positivo, graças ao trabalho do setor produtivo”, festeja. Conrado ressalta que a Fiepa apoia a vinda de novos investimentos para o Estado, “ao participar e propor debates sobre temas de interesse da nossa indús- tria, ao fomentar a preparação de nossas empresas para a exportação e incenti- vando o fornecedor local, que também é importante nessa cadeia produtiva”. Ele crê que essa performance possa ser creditada em boa parte à indústria mineral, que em 2017 foi responsável por mais de 87% das exportações para- enses e continua sendo o carro-chefe da economia. “Mas não devemos esque- cer outros setores, como a agroindústria, com destaque para a soja e a carne”, comenta. Para continuar com esses bons resultados, Conrado diz que o Estado precisa melhorar a sua infraestrutura. “Essa é uma questão que pode ser decisiva na hora de tomar a decisão de implantar um empreendimento ao Pará. Precisamos avançar em novas reformas, como a da Previdência e a Tributária”, destaca Vale no PA e MA 1967 Em 11 de julho de 1967, o geólogo Breno dos Santos, em um sobrevoo de prospecção, descobre a primeira jazida de minério de ferro da região de Carajás 9 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Organização do Território Brasileiro e a Divisão Inter-regional do Brasil – Região Norte GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online (nome tirado da tribo que ocupava as margens do Rio Araguaia). A descoberta resultaria, 18 anos depois, na operação do Projeto Ferro Carajás e que colocaria o Pará entre os primeiros do setor mineral do mundo. 1978 Início da obras do Projeto Carajás. 1985 A Estrada de Ferro Carajás (EFC) começou a operar junto com a mina em 1985 para transportar minério de ferro e manganês de Carajás até o Terminal Marítimo de Ponta da Madeira (TPMD), em São Luís. Embora os testes do porto tenham começado em 1985, sua operação regular só começou em 1986, quando foram embarcados 11,6 milhões de toneladas de minério de ferro. 10 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Organização do Território Brasileiro e a Divisão Inter-regional do Brasil – Região Norte GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online 10 pontos para entender o vazamento de barragem de mineradora que contamina Barcarena, no PA (Fevereiro de 2018) Alto índice de chumbo e outros metais contaminam a região. O município de Barcarena, nordeste do Pará, enfrenta uma contaminação de alcance ainda não determinado provocado pelo vazamento de rejeitos de bau- xita vindos da barragem da mineradora Hydro, empresa norueguesa instalada na região. Após a denúncia da população e diversas negativas da mineradora e de fis- calizações da Secretaria de Meio Ambiente do Pará, um laudo do Instituto Evan- dro Chagas constatou o vazamento de rejeitos e a presença de diversos metais pesados, inclusive de chumbo, em comunidades ribeirinhas. Para o Governo do Estado, o vazamento ocorreu devido as fortes chuvas do período. Já para o procurador da República Bruno Valente, a mineradora tem histórico de crimes ambientais na região e nunca pagou indenizações às famílias afetadas. Veja abaixo os principais pontos para entender o desastre ambiental, seu impacto e desdobramento: 1. Como tudo começou No sábado (17), o MPPA recebeu denúncias de moradores de Barcarena de que a água da chuva que se acumulou em diferentes pontos da cidade estava 11 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Organização do Território Brasileiro e a Divisão Inter-regional do Brasil – Região Norte GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online em tom vermelho em razão de um suposto vazamento de bauxita das operações da Hydro Alunorte, que atua na região desde 1995. A bauxita é uma rocha de coloração avermelhada e é matéria-prima para a produção da alumina. Com as fortes chuvas dos últimos dias 16 e 17, houve alagamentos em Bar- carena e águas de coloração avermelhada atingiram comunidades da região. 2. Primeira vistoria No domingo (18), fiscais da Secretaria de Meio Ambiente do Estado (Sesma) inspecionaram a mineradora e informaram que não houve vazamento. A secre- taria também não constatou o transbordamento de dejetos, mas notificou a empresa por verificar falhas no sistema de drenagem pluvial. 3. Caso começa a ser investigado No dia 21, a Câmara dos Deputados criou uma comissão externa, composta por quatro deputados federais, para averiguar o possível rompimento da barra- gem. O Ministério do Meio Ambiente disponibilizou a experiência do Núcleo de Prevenção e Atendimentos a Emergências Ambientais do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para acompanhar as investigações. 4. Laudo confirma desastre ambiental Na quinta-feira (22), o Instituto Evandro Chagas (IEC) divulgou o resultado do laudo, confirmando a contaminação em diversas áreas de Barcarena provocada pelo vazamento das barragens da Hydro. A perícia flagrou um duto clandestino na mineradora que conduzia resíduos poluentes para o igarapé da região. Con- taminando o meio ambiente e chegando às comunidades na vila Bom Futuro, os índices de sódio, nitrato e alumínio estavam acima do permitido, além do PH estar no nível 10 - extremamente abrasivo e nocivo aos seres vivos. De acordo com o laudo do IEC, a análise revela um nível alto de chumbo, que, com o consumo contínuo, pode gerar câncer. "Essa contaminação é nociva às comunidades que utilizam os igarapés e rios em busca de alimento e lazer", alertou o pesquisador do IEC, Marcelo de Oliveira Lima. 12 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Organização do Território Brasileiro e a Divisão Inter-regional do Brasil – Região Norte GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Segundo a perícia, a empresa não tem capacidade de tratar os seus efluen- tes e deve reduzir ou suspender a produção, sob o risco iminente de novos vaza- mentos, agravados pelas fortes chuvas. "Outro fator que detectamos foi que não há um plano de alarme emergencial da empresa para a comunidade caso haja algum rompimento ou desastre", frisou Lima. 5. O que disse a mineradora Em uma primeira entrevista ao G1, a Hydro negou vazamento de barragem de rejeitos em Barcarena. De acordo com Domingos Campos, diretor de Meio Ambiente, Saúde, Segurança e Responsabilidade Social da Hydro, mesmo com a chuva forte, “a barragem se manteve firme, intacta e sem vazamentos”. Sobre a coloração da água que tomou conta das ruas de comunidades da região, Domin- gos Campos alegou que “o solo da área é composto pelo mesmo elemento quí- mico presente nas barragens de rejeitos, o que teria causado a preocupação dos moradores com a mistura envolvendo chuva e alagamento”. Já nesta sexta-feira (16), a empresa norueguesa admitiu o vazamento e a existência de um duto clandestino. 6. Fiscalização sob suspeita O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil Seção Pará (OAB-PA)Alberto Antônio Campos e o conselheiro de Meio Ambiente Ubirajaba Bentes decidiram pedir à Justiça do Pará a intervenção judicial na Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas), com o afastamento do secretário de Meio Ambiente, Thales Belo, e do secretário adjunto de Mineração. Eles pedirão ainda a prisão dos fiscais do órgão que atestaram inexistir irre- gularidades na empresa norueguesa. “Causou indignação especial a constata- ção pelos pesquisadores do IEC da existência de um dreno ‘clandestino’, por onde a empresa, com a aquiescência da Semas, drenava rejeitos quando as chuvas se intensificavam”, diz a nota da OAB-PA. “A OAB Pará irá requerer judicialmente, haja vista que ela tem legitimidade para isso. Mas antes de fazer o pedido, vamos aguardar o resultado da Câmara dos Deputados”, disse Ubirajara Bentes de Souza Filho. 13 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Organização do Território Brasileiro e a Divisão Inter-regional do Brasil – Região Norte GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online 7. Histórico Em 2009, o Ibama multou a mineradora Hydro, pelo mesmo motivo que vem sendo acusada atualmente: vazamento de rejeitos. As multas somam 17,1 milhões de reais e não foram pagas até hoje. A empresa recorreu e informou que acompanha os processos. Segundo o Ibama, em 2009, o vazamento colocou a população local em risco e gerou mortandade de peixes e destruição significativa da biodiversidade. O órgão aplicou três autos de infração à empresa em decorrência de poluição pelo lançamento de bauxita no rio Murucupi. Desde 2006 o Ministério Público Federal exigiu que a Albras e a Hydro Alu- norte, ao lado de outras quatro mineradoras do polo industrial de Barcarena, for- neçam "em caráter emergencial" dois litros diários de água potável por morador e "indenizem os danos ambientais e à população afetada pela contaminação". A Procuradoria da República afirma que emissões destas empresas, em con- junto com as demais empresas da região, seriam responsáveis pela contamina- ção da área. "O histórico de acidentes ambientais em Barcarena é impressionante, uma média de um por ano", disse à BBC Brasil o procurador da República Bruno Valente, que assina uma ação civil pública movida em 2016. "O transbordamento de lama da bacia de rejeitos da Hydro afetou uma série de comunidades em 2009 e até hoje nunca houve uma compensação ou paga- mento de multa", afirmou. 8. Embargo imediato Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) e o Ministério Público Federal (MPF) recomendaram nesta sexta-feira (23) o embargo imediato de uma das bacias de rejeitos da Hydro, em Barcarena. Os órgãos também recomendaram o fornecimento de água para as comuni- dades diretamente afetadas pelo vazamento. O documento tem mais de 40 itens e será encaminhado às autoridades competentes e à mineradora. 14 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Organização do Território Brasileiro e a Divisão Inter-regional do Brasil – Região Norte GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online 9. Chuva tem culpa Em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (23), o governador do estado Simão Janete afirmou que a chuva foi um dos principais fatores para a ocorrên- cia do desastre ambiental em Barcarena. “Vale ressaltar que no mês de fevereiro choveu 696mm e, no período de 16 à 22 de fevereiro, 453mm. O que isso signi- fica? Significa que choveu bem mais que a média para o período nos últimos 30 anos, que foi de 370". 10. Atendimento à população O governador do Pará anunciou que vai distribuir água potável às comunida- des e vai notificar a mineradora para criar um fundo financeiro específico para este evento e eventuais incidentes futuros. "O governo também irá determinar que a empresa tome todas as medidas emergenciais para que à altura das bacias fiquem dentro da margem de segu- rança em 48h”, ratificou o governador. ��������������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pela professora Rebecca Guimarães. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con- teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclusiva deste material. 1 www.grancursosonline.com.br Divisão Inter-Regional do Brasil – Região Norte e Centro-Oeste GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online DIVISÃO INTER-REGIONAL DO BRASIL REGIÃO NORTE E CENTRO-OESTE Rondônia As oportunidades do agronegócio estão em Rondônia. O agronegócio continua dando saltos importantes rumo à expansão da eco- nomia rondoniense. A carne, a soja, o milho, o leite, o café, o peixe registram crescimentos anuais significativos conduzindo no vácuo a agricultura familiar e agroindústrias, que geram emprego e renda nas áreas urbanas e rurais, fixando dezenas de famílias que vivem no campo desfrutando de todo o conforto. Rondônia vem conseguindo manter o mesmo ritmo de crescimento susten- tado pelo campo nos últimos dois anos, com uma média entre 3,5% a 4,5%. Isso não é pouco, diante de uma economia nacional que cambaleou na casa de pouco mais de 1,5% pendurada também na aba do chapéu do agronegócio. A produção de soja na safra 2017/2018, em Rondônia caminha a passos largos para uma colheita acima de 1,1 milhões de toneladas, o milho de acordo com as projeções técnicas produzirá nas safras de verão e safrinha, em torno de 850 mil toneladas. O rebanho bovino com mais de 14 milhões de cabeças dis- pensa maiores comentários, uma vez que este Estado ocupa com galhardia a 5ª posição no ranking nacional entre os Estados exportadores de carne. No entanto, o Estado ainda tem pela frente muitos gargalos, entre eles, a BR- 364 (rodovia diagonal) que somente no trecho entre Vilhena e Porto Velho numa distância de 780 quilômetros, trafegam diariamente mais de mil carretas trans- portando soja até os terminais portuários no rio Madeira. Sem investimentos substanciais, diante da pressão política, o Governo Federal promete duplicar e ampliar alguns trechos da BR-364. A Transamazônica é a BR-230, transversal. A BR-174 (longitudinal) parte de Roraima. A BR-163 sai de Santarém (Pará) em direção a Cuiabá. A BR-210 sai do extremo norte do Amazonas (“cabeça do cachorro) e vai até a Serra do Navio no Amapá onde se explora muito manganês. AN O TAÇ Õ ES http://www.grancursosonline.com.br 2 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Divisão Inter-Regional do Brasil – Região Norte e Centro-Oeste GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online O governador Confúcio Moura (MDB) deu carta branca ao ex-secretário de Agricultura, Evandro Padovani e sua adjunta Mary Terezinha Braganhol, no sen- tido de que o Produto Interno Bruto (PIB) rondoniense dobre nos próximos dez anos. Evandro Padovani cumpriu sua tarefa antes de se desligar da Secretaria de Agricultura, em busca de novos desafios. Mary Terezinha Braganhol, primeira mulher a assumir a Secretaria de Agri- cultura, com a sensibilidade feminina e conhecimento técnico, vem conduzindo os processos na mesma direção sem solução de continuidade. A 7ª Rondônia Rural Show, o maior evento de agronegócios na região Norte, vem sendo tocada a todo vapor e deverá com toda certeza repetir o sucesso dos anos anteriores. De uma maneira ou de outra, o caminho está desenhado para o desenvolvi- mento sustentado de Rondônia. Porém, cabe ao futuro governante, seja lá quem for, dar sequência ao trabalho desenvolvido em benefício do agronegócio nos últimos 7 anos. http://www.grancursosonline.com.br3 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Divisão Inter-Regional do Brasil – Região Norte e Centro-Oeste GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Acre O Observatório do Desenvolvimento do Acre, composto por entidades do setor empresarial, tem trazidos boas notícias acerca das movimentações finan- ceiras do Estado. A mais recente foi a superação do Acre frente ao cenário nacional do setor de serviços no período de maio deste ano, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Conforme a instituição, no referido mês, tanto o volume de serviços quanto a receita nominal foram de queda no país em comparação a abril. Já o Acre teve o aumento de 4,6% e 7,0% nos dois quesitos, respectivamente. Os destaques negativos ficaram por conta de São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. Em contrapartida, junto com o Acre tiveram variação posi- tiva Distrito Federal e Piauí. O varejo acreano cresceu 12,2%, enquanto o índice nacional foi de apenas 6,8%. Crescimento de exportações Recentemente a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) divulgou que o Acre foi um entre dez Estados a registrar superávit primário em 2017, garantindo seu lugar entre os estados adimplentes. Somando-se a isso, o saldo da balança comercial foi de US$ 597 mil no mês de abril deste ano, representando um avanço de 115% das exportações na comparação de números do mesmo período no ano anterior. A informação também foi divulgada pelo Observatório do Desenvolvimento, que aponta a cas- tanha como o produto mais exportado, seguido da madeira, cortes congelados e comestíveis de bovinos, entre outros. Aplicação de políticas públicas e crescimento do PIB Ao elencar áreas em que o Acre registrou avanços nos últimos anos em razão da execução de políticas públicas, não há como não traçar um breve pano- rama do salto atribuído ao Produto Interno Bruto (PIB), de 81,2% em 13 anos. Isto é, se em 2012 registrava R$ 2,971 bilhões, em 2015 já registrava R$ 13,622 bilhões. http://www.grancursosonline.com.br 4 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Divisão Inter-Regional do Brasil – Região Norte e Centro-Oeste GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Reconhecido internacionalmente pelas práticas com foco no desenvolvi- mento sustentável, sendo pioneiro, inclusive, na política de Redução de Emis- sões por Desmatamento e Degradação Florestal com Benefícios Socioambien- tais (REDD), o Acre mescla ações que consolidam uma nova economia, com diversificação da produção mediante uso com sustentabilidade dos produtos flo- restais, mantendo 87% de florestas preservadas e distribuindo renda para as famílias. Em 2017, por exemplo, foram destinados mais de R$ 100 milhões para a agricultura familiar, em benefício de 15 mil famílias diretamente. Investimentos em educação e saneamento básico a todas as cidades também são a marca de uma gestão que se propôs a levar mais dignidade às famílias. Só com o programa Quero Ler já foram atingidos mais de 50 mil jovens e adultos, que se somarão à meta estadual de 60 mil até o fim de 2018. Outros recursos destinados à área também elevaram o estado para as primeiras posições do ranking nacional, mediante itens avaliados pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Para o secretário de Estado de Planejamento Márcio Veríssimo, o Acre demonstra sua força em superar um dos maiores cenários de crise econômica pelo qual o país atravessa. “Temos um modelo de gestão inovador, que prima pelas ações sustentáveis e pensa estrategicamente na distribuição de renda para as famílias. Todo um esforço vem sendo feito no sentido de universalizar o acesso a todas as políticas públicas da gestão, que levam dignidade e cidada- nia”, salienta. Amapá Comércio e indústria puxaram queda de quase 5% no PIB do Amapá, diz IBGE. Produto Interno Bruto do Estado em 2016 ficou em R$ 14,34 bilhões. Em 2016 o Amapá apresentou queda no Produto Interno Bruto (PIB) que chegou a 4,9% de redução em relação ao ano anterior, acima da média nacional (-3,3%) e ficando com o segundo pior desempenho da Região Norte, só atrás do Amazonas. O volume do PIB amapaense foi de R$ 14,34 bilhões, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). http://www.grancursosonline.com.br 5 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Divisão Inter-Regional do Brasil – Região Norte e Centro-Oeste GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no Amapá e é ter- mômetro para avaliar a situação da atividade econômica no estado. A queda na arrecadação há dois anos também se refletiu em todo o país, onde 25 Estados tiveram queda e o Distrito Federal não oscilou (0,0%). O único que registrou alta foi Roraima (0,2%). Entre os principais setores da economia estadual, comércio e indústria puxa- ram as maiores baixas na arrecadação, em setores como venda e reparação de veículos automotores, construção civil e serviços. O PIB per capita encerrou 2016 com R$ 18.329,19, o 16º entre os 27 estados. No Amapá, segundo o governo, a queda foi decorrente da crise financeira que limitou e reduziu os recursos da arrecadação e os repassados pelo Governo Federal, já que a administração pública é responsável por mais de 50% do PIB e 57,9% da economia é movimentada pela remuneração de empregados. "A gente tem 46% de participação direta, se formos avaliar obras e contas, temos mais da metade da participação pública. Então, esse estudo que foi divul- gado é o retrato de 2016, que foi um ano muito difícil, vários setores caíram, comércio, construção civil", reiterou Eduardo Tavares, secretário de Planeja- mento. A participação do Estado no Produto Interno Bruto nacional é pequena, de 0,2%, a 25ª do país, apenas a frente de Acre e Roraima. Cinco Estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul) são respon- sáveis por 64,4% da economia brasileira. "Hoje a gente já vê a retomada da indústria reagindo, então, esse cenário de 2018 ainda não tá retratado nesse estudo que foi recentemente detalhado. Apesar da gente ter essa queda no volume de produção, tivemos o PIB maior que o do Acre, hoje estamos na quinta posição no Norte. É um estudo impor- tante para traçarmos políticas fiscais e economicas e aponta o que temos que fazer daqui para frente", completou o secretário de Planejamento. Roraima Dados da Consultoria Tendência, divulgados pela revista Exame, mostram Roraima com uma previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) http://www.grancursosonline.com.br 6 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Divisão Inter-Regional do Brasil – Região Norte e Centro-Oeste GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online para 2019 em comparação com 2014, de 6,9%. Na tabela, Roraima aparece em segundo lugar no ranking, ficando abaixo apenas do Pará, que no comparativo aparece com um crescimento de 11,3% para 2019. O Pará é uma das unidades da federação menos afetadas pela crise, com queda do PIB de apenas 1,2% no biênio 2015/2016. A estimativa mostra crescimento do PIB em mais seis Estados. Este é o segundo ano em que Roraima tem saldo positivo no crescimento do PIB. No ano passado, esse acréscimo foi de 2%, puxado principalmente pela agropecuária. A previsão da Secretaria Estadual de Planejamento e Desenvolvi- mento (Seplan) é que o Estado feche 2018, com crescimento de 2,7%. O secretário de Planejamento, economista Haroldo Amoras, explicou que, apesar do endividamento do Estado, da crise imigratória que vem crescendo desde2015 e da crise econômica do país, o Governo tem investido em políti- cas públicas de incentivo ao desenvolvimento e que estão mostrando resultados positivos, prova disso é a previsão da consultoria Tendência. “Esse aumento do PIB mostra como os vários investimentos feitos pelo Governo têm contribuído para o crescimento do Estado. Em três anos e meio de gestão, garantimos o Certificado Internacional de Livre da Febre Aftosa, e agora os pecuaristas podem exportar carne bovina para outros países. Com a erradi- cação da mosca da carambola, agora também é possível exportar frutas, e os investimentos em manutenção de pontes, estradas e vicinais têm garantido o escoamento das produções agrícolas. Com a regularização fundiária, os peque- nos produtores da renda familiar, têm segurança para produzir, e com a revitali- zação e ativação da usina de Jatapu, mais de 50 mil moradores do sul do Estado estão sendo beneficiados com energia de qualidade. Tudo isso contribui pra que mais pessoas queiram investir no Estado”, pontuou Haroldo. Ele destacou que mesmo com os entraves para o crescimento da economia do Estado, que tem como principal fator a imigração, a economia de Roraima ainda supera a da maioria dos estados e que esse crescimento se dá por três principais fatores, que traduzem no aumento da riqueza gerada pelo Estado. http://www.grancursosonline.com.br 7 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Divisão Inter-Regional do Brasil – Região Norte e Centro-Oeste GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online O primeiro é em virtude das despesas públicas, sejam elas do governo fede- ral, estadual e municipal, que inclui pagamento de pessoal e despesas, e prin- cipalmente as recentes convocações de aprovados em concursos públicos, e a aprovação dos planos de cargos e salários. “A folha de pagamento da administração pública estadual movimenta 70% do PIB, seguida do comércio, prestação de serviços, movimentação industrial e agropecuária. Além disso, os pagamentos de benefícios como Crédito do Povo e Bolsa Família também contribuem para melhorar a economia local”, explicou Amoras. O segundo fator de crescimento está nos estímulos que o Governo fez para que fosse possível exportar alimentos e grãos. “A lei 215, de 1998 e que foi ampliada na atual gestão, entre outros benefícios, garantiu incentivo fiscal para empreendimentos agropecuários, bem como aos participantes do Projeto Inte- grado de Exploração Agropecuária e Agroindustrial do Estado com isenção dos tributos de competência deste Estado, até o término do exercício de 2050”, acrescentou. O terceiro fator envolve a Área de Livre Comércio, criada em Roraima em 2008 para promover o desenvolvimento das cidades de fronteiras internacio- nais, que concede aos empresários incentivos fiscais para implantação de indús- trias que utilizem matéria-prima da Amazônia Ocidental, contribuindo ainda para ampliar a exploração do turismo de negócios no Estado. Um levantamento realizado pela Seplan estima que o PIB de Roraima vai continuar crescendo, em média 3% por ano até 2021. Em dados acumulados, essa média representa um crescimento estimado de 19,6%, em cinco anos (2016-2021). “Isso é fruto de uma política séria de desenvolvimento econômico- -social com o objetivo de mudar nossa matriz econômica, focada na produção e não mais no serviço público”, finalizou o secretário. Dados de 2017 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatís- tica (IBGE), em valores, mostra que o PIB do país ficou em R$ 6,6 trilhões. Desse total, Roraima representa apenas 0,2%. Ainda conforme dados do Ins- http://www.grancursosonline.com.br 8 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Divisão Inter-Regional do Brasil – Região Norte e Centro-Oeste GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online tituto, a capital Boa Vista se destacou com um dos melhores desempenhos do país, ficando entre os dez primeiros municípios do país que criaram mais vagas de trabalho em 2017. Centro - Oeste http://www.grancursosonline.com.br 9 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Divisão Inter-Regional do Brasil – Região Norte e Centro-Oeste GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Embora haja registros históricos que apontam para cultivos experimentais de soja na Bahia já em 1882, a introdução da soja no Brasil tem o ano de 1901 como marco principal: é quando começam os cultivos na Estação Agropecuária de Campinas e a distribuição de sementes para produtores paulistas. O grão começa a ser mais facilmente encontrado no País a partir da intensificação da migração japonesa, nos anos 1908. Em 1914, é oficialmente introduzida no Rio Grande do Sul – estado que apresenta condições climáticas similares às das regiões produtoras nos Estados Unidos (origem dos primeiros cultivares, até 1975). A expansão da soja no Brasil começa mesmo nos anos 1970, quando a indústria de óleo começa a ser ampliada. O aumento da demanda internacional pelo grão é outro fator que contribui para o início dos trabalhos comerciais e em grande escala da sojicultura. A ampliação dos plantios de soja no Brasil sempre esteve associada ao desenvolvimento rápido de tecnologias e pesquisas focadas no atendimento da demanda externa. Tanto que na década de 70 a soja já era a principal cultura do agronegócio nacional: a produção havia passado do 1,5 milhão de toneladas em 1970 para mais de 15 milhões de toneladas em 1979. Importante notar que essa ampliação desde esse início esteve intrinsecamente ligada aos investimentos no aumento de produtividade, e não necessariamente de área (que de 1,3 milhão de hectares passou para 8,8 milhões de hectares na década). Os índices de pro- dutividade nesse período saíram do patamar de 1,14 t/ha para 1,73 t/ha. Um dos importantes agentes desse processo de evolução da sojicultura bra- sileira foi a Embrapa, que tem desenvolvido desde esse período novas cultiva- res adaptadas às condições climáticas das regiões produtores, como o Centro- -Oeste. A Embrapa Soja foi criada em 1975, e a partir da década de 90 várias agências de pesquisa começam a surgir para atuar no segmento A introdução da soja para além dos estados da região Sul só foi possível devido ao desenvolvimento de cultivares adaptadas ao clima mais quente. A adoção da técnica do plantio direto também contribuiu para a inserção do grão na agricul- tura das regiões Centro -Oeste, Nordeste e Norte. O fato de que a soja permite a http://www.grancursosonline.com.br 10 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Divisão Inter-Regional do Brasil – Região Norte e Centro-Oeste GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online fixação no solo de nutrientes essenciais para o plantio de outras culturas, como o feijão e o milho, foi um aspecto positivo para sua expansão no Brasil, pois per- mitiu a adoção de uma entressafra produtiva. O desenvolvimento de cultivares tolerantes a herbicidas chega ao Brasil em 1995, quando o Governo Federal aprova a Lei de Biossegurança, permitindo então o cultivo de plantas de soja transgênicas em caráter experimental. A lei é atualizada em 2005, regulamentando definitivamente o plantio e a comercializa- ção de cultivares transgênicas no Brasil. Esse processo de consolidação da sojicultura no País foi fundamental para o desenvolvimento de toda uma cadeia produtiva, incluindo investimentos pri- vados e públicos em estruturas de armazenagem, unidades de processamento do grão e modais para transporte e exportação da soja e seus derivados. Além disso, a soja brasileira permitiu uma maior viabilidade comercial paraa atividade pecuária, devido ao fato de que se trata de uma matéria-prima estratégica para a produção de ração animal para gado bovino, suíno e aves. Outra consequência positiva da sojicultura no Brasil foi o processo de desen- volvimento urbano dos municípios ligados à cultura, principalmente nos estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste do País. Em Mato Grosso É na esteira da expansão da sojicultura para além das fronteiras do Rio Grande do Sul que Mato Grosso entra no cenário nacional de produção do grão. Cidades como Rondonópolis, Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Sorriso, Prima- vera do Leste, Campo Verde, Campo Novo, Sapezal e Tangará da Serra, entre outras, surgiram e se desenvolveram a partir da cultura da soja. Atualmente, das dez cidades com maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Estado, nove têm na sojicultura sua base econômica. Se por um lado havia terra farta e mais barata em Mato Grosso da década de 70, o solo não era muito propício. Foi preciso uma forte ação de desenvolvimento de pesquisas, tendo a Fundação Mato Grosso como principal expoente, para que se pudesse criar todo um know how para a inserção da cultura no Estado. Outro fator complicador era a infraestrutura de logística, tanto para o escoamento da http://www.grancursosonline.com.br 11 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Divisão Inter-Regional do Brasil – Região Norte e Centro-Oeste GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online produção, quanto para o recebimento de insumos. Em alguns municípios, pro- dutores e gestores públicos pavimentaram rodovias, criaram novas estradas e investiram em uma rede básica de serviços para dar conta das necessidades que a nova cultura trazia. Em 2005, quando foi criada a Aprosoja, Mato Grosso já era o campeão nacional de produção e produtividade de soja. Mas vários problemas ainda difi- cultavam a evolução da cultura, como logística e endividamento dos produtores. Nessa mesma época, o Governo do Estado cria o Fundo Estadual de Apoio à Cultura da Soja (Facs), permitindo o estabelecimento de uma série de projetos que visam dar condições para o desenvolvimento da sojicultura. Clima e tecnologia O solo do Mato Grosso é típico do cerrado - ácido e com poucos nutrientes. "Sem a interferência humana, esses solos apresentam capacidade de produzir muito baixa. Por isso, era difícil acreditar que o estado se tornaria um dos prin- cipais produtores mundiais", afirma o pesquisador da Fundação Mato Grosso, Leandro Zancanaro. Mas a regularidade de chuvas, característica do cerrado, é o maior ponto a favor. "É possível fazer a correção do solo quando a condição química não é adequada. Mas as condições climáticas, isso não se compra nem se muda", pondera o pesquisador. Para ele, o salto de produção começou quando o agricultor passou a fazer mais de uma safra no ano agrícola. "Com a exigência de plantar mais, os pro- gramas de melhoramentos genéticos foram desenvolvendo mais variedades de sementes que se adequassem ao solo do cerrado e com ciclos mais curtos e de alta produtividade", explica Zancanaro. Desafios para o produtor A média de produtividade entre os agricultores de Mato Grosso tem girado em torno de 50 sacas por hectare (ha). É um número muito maior que o registrado há 30 ou 40 anos. "Naquela época, o produtor colhia 30 sacas/ha", lembra o presidente da Aprosoja-Brasil. Marcos da Rosa destaca que, nessa época, o custo de produção não passava http://www.grancursosonline.com.br 12 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Divisão Inter-Regional do Brasil – Região Norte e Centro-Oeste GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online de 15 sacos/ha e hoje está em quase 50 sacos/ha. "O grande desafio do produ- tor de Mato Grosso é baixar os custos para manter a rentabilidade. E uma das maneiras para isso acontecer é o maior investimento em infraestrutura e logís- tica", conclui. Já para o pesquisador da Fundação Mato Grosso, além de logística e con- dições fitossanitárias, quem planta no estado precisa vencer outros desafios também. "Os produtores precisam desenvolver estratégias que conciliem o resul- tado a curto, médio e longo prazo. E devem aceitar e praticar que cada ambiente de produção tem a sua aptidão agrícola. Assim, o planejamento agrícola deve respeitar essas aptidões". O relato entre as famílias que chegaram em Mato Grosso na década de 1970 é muito semelhante: um lugar inóspito, com pouca infraestrutura e terra a perder de vista no horizonte. Foi assim que a família do Marcos da Rosa encon- trou o Estado quando chegou a região de Canarara, em 1976. "As dificuldades de logística eram grandes, se usava caules de árvores como pontes, e tudo era muito longe - até pra comprar insumos ou máquinas", conta o produtor rural que hoje também é presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja-Brasil). A grande extensão das áreas e a topografia favorável para a agricultura motiva- ram os agricultores a migrarem, principalmente do Rio Grande do Sul. "O empre- endedorismo dessa gente que desbravou o Mato Grosso fez o Estado crescer e tornar-se uma potência produtora", diz Rosa. No primeiro levantamento oficial da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), no ciclo 1992/1993, havia 2,7 milhões de hectares (ha) de lavouras e a produção chegava a 5,9 milhões de toneladas de soja em Mato Grosso. Nesta safra, são 9,4 milhões de hectares de cultivo e estimativa de 30,5 milhões ton de soja. A relação entre o agronegócio e o Estado do Mato Grosso é bem extensa. O agronegócio é, na verdade, a atual base econômica de MT e de grande impor- tância para o seu crescimento econômico, representando 50,5% do PIB esta- dual, segundo dados do Imea. http://www.grancursosonline.com.br 13 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Divisão Inter-Regional do Brasil – Região Norte e Centro-Oeste GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Conhecido como o celeiro do Brasil, o Estado é o principal produtor bra- sileiro de soja, algodão e milho. Cerca de 8% da área total de terras mato-grossenses é destinada para a produção agrícola de grãos. Essa porcentagem só tende a crescer devido aos investimentos feitos em tecnologia no agronegócio. Segundo o IBGE, as culturas cultivadas no Mato Grosso em lavoura per- manente são: banana, borracha, cacau, café, castanha de caju, coco-da-baía, goiaba guaraná, laranja, limão, mamão, manga, maracujá, palmito, pimenta-do- -reino, tangerina, urucum e uva. Em lavoura temporária, as culturas englobam milho, soja, algodão (maior pro- dutor do Brasil), sorgo, amendoim, arroz, batata-doce, cana-de-açúcar, girassol, feijão, mamona, mandioca, melancia, melão, abacaxi e tomate. Segundo o MAPA, até maio de 2017, o Mato Grosso era o primeiro lugar em concentração de produção agrícola, com 58 milhões de toneladas, seguido por Paraná (41,5 milhões), Rio Grande do Sul (35,3 milhões) e Goiás (22 milhões), totalizando 232 milhões de toneladas. Só estes quatro estados representaram 67% da safra nacional de grãos no ano passado. Esses números se devem à alta tecnologia empregada e à disponibilidade de terras para a atividade agrícola nos territórios. http://www.grancursosonline.com.br 14 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Divisão Inter-Regional do Brasil – Região Norte e Centro-Oeste GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Mas por que o Mato Grosso é tão expressivo no agronegócio? O Estado tem diversos privilégios que vão desde recursos naturais e localiza- ção, até vantagens competitivas. Em se tratando de vantagens naturais,pode- mos citar uma temperatura propícia para a atividade agrícola, presença de luz solar, boas terras, relevo favorável, boa precipitação, presença de calcário e de rios. Porém, sofre um pouco com o solo e com a distância dos portos. Em relação às vantagens competitivas, o estado consegue produzir em grande escala, sendo um dos maiores expoentes do setor no país. Investe muito em tecnologia para melhorar a fertilidade de seus solos e está criando uma cultura empreendedora, trazendo inovação para o agronegócio. Mas, existem entraves competitivos, e o principal deles é a infraestrutura logística: o custo de frete no estado é um dos mais altos do país . Além da falta de mão de obra qualificada e os altos tributos. Mesmo assim, o agronegócio mato-grossense é um dos que mais cresce no país e suas perspectivas para os próximos anos são animadoras. Uma das principais contribuições do agronegócio para o desenvolvimento do MT é a geração de empregos. Mas, além disso, o setor acaba gerando um benefício social quando capacita sua mão de obra, participa de projetos sociais e apoia tecnologias que promovem a sustentabilidade e inclusão social na agri- cultura. http://www.grancursosonline.com.br 15 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Divisão Inter-Regional do Brasil – Região Norte e Centro-Oeste GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Segundo o Imea, a tendência é que se convertam as pastagens em agricul- tura e se integrem cada vez mais lavoura, pecuária e florestas. Outras grandes tendências são as Usinas de Etanol Flex, que envolvem a cana-de-açúcar e o milho. Além disso, os esforços para aumentar a qualidade da produção, já que em escala o Mato Grosso cresce a cada ano, fazem parte do futuro agrícola do estado. Da porteira para dentro, há potencial de crescimento para as empresas que abastecem a agricultura como as de adubo, defensivos, maquinário, entre outras. Da porteira para fora, as empresas de produtos finais como a têxtil e de etanol tendem a crescer cada vez mais a partir do agronegócio. Goiás http://www.grancursosonline.com.br 16 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Divisão Inter-Regional do Brasil – Região Norte e Centro-Oeste GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Goiás tem a maior queda na produção industrial do país, em comparação ao ano passado. De acordo com o IBGE, o estado de Goiás foi o que apresentou a maior queda na produção industrial entre os 15 Estados pesquisados. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados recentemente sobre a indústria brasileira não foram lá muito animadores para Goiás. De acordo com o instituto, o Estado de Goiás foi o que apresentou a maior queda de na produção industrial entre os 15 Estados pesquisados. O IBGE pesquisou o desempenho da produção industrial deste ano de 15 estados brasileiros, de setembro para outubro, e constatou que nove deles tive- ram recuo, apesar da alta nacional de 0,2%. A maior queda foi observada em Pernambuco, de 10,1%. Goiás teve recuo de -1%. Também foram constadas quedas na produção nos Estados de Mato Grosso (-2,7%), Ceará (-2,6%), Pará (-2,5%), Paraná (-2,5%), Rio Grande do Sul (- 2,1%) e Rio de Janeiro (-0,8%). A Região Nordeste, que reúne as produções de seus nove estados, também recuou 1,9%. A produção da indústria de São Paulo manteve-se estável no período. Cinco estados sustentaram a alta nacional de 0,2%: Amazonas (12,4%), Santa Cata- rina (4,4%), Espírito Santo (1,9%), Bahia e Minas Gerais (com 1,1% cada um). Em relação ao ano passado, enquanto Goiás teve a maior queda na produ- ção industrial, Pará teve o melhor desempenho Na comparação com o ano de 2017, Pará teve a melhor alta em sua produ- ção industrial e Goiás a maior queda. Comparando com o mês de outubro do ano passado, 11 dos 15 locais pesquisa- dos tiveram alta, com destaque para o Rio Grande do Sul (14,8%) e o Pará (12,9%). Quatro locais tiveram queda, sendo a maior delas registrada em Goiás (-6,5%). No acumulado do ano, 12 locais tiveram alta e três, queda. O maior cres- cimento foi registrado no Pará (10,1%). A maior queda, em Goiás (-3,5%). No acumulado de 12 meses, também foram 12 locais com alta e três com queda. O destaque positivo foi o Pará (9,9%). O destaque negativo ficou com Espírito Santo (-1,8%). http://www.grancursosonline.com.br 17 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Divisão Inter-Regional do Brasil – Região Norte e Centro-Oeste GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Com produção industrial em baixa, projeto de Ronaldo Caiado para reduzir incentivos fiscais às indústrias goianas é aprovado. Os deputados da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) apro- varam em primeira e segunda votação, na última semana, o projeto da gover- nadoria com o substitutivo do relator, o deputado Lívio Luciano (Podemos), que dispõe sobre a redução de incentivos fiscais a setores produtivos em Goiás. A proposta, já aprovada, vai gerar um impacto de aproximadamente R$ 1 bilhão na economia do Estado, uma vez que mudará os quadros de reinstituição dos incentivos, dos benefícios fiscais ou financeiros-fiscais e das isenções relati- vos ao ICMS. O projeto foi acordado após uma reunião entre o governador eleito Ronaldo Caiado (DEM) e nomes do empresariado goiano. Mato Grosso do Sul http://www.grancursosonline.com.br 18 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Divisão Inter-Regional do Brasil – Região Norte e Centro-Oeste GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Sua economia está baseado na produção rural (animal, vegetal, extrativa vegetal e indústria rural), indústria, extração mineral, turismo e prestação de ser- viços. Mato Grosso do Sul possui um dos maiores rebanhos bovinos do país. Primário A maior produção agrícola concentra-se na região de Dourados. Nos campos limpos, pratica-se a pecuária de corte, com numeroso rebanho bovino, e os suínos assumem importância nas áreas agrícolas. No Pantanal, a oeste, estão as melhores pastagens do estado. Destacam-se na atividade agrícola: soja, arroz, trigo, milho, feijão, mandioca, algodão, amendoim cana-de-açúcar e abacaxi. A maior produção agropecuá- ria está concentrada na região de Dourados. A cultura que está sofrendo maior expansão é a cultura da cana-de-açúcar, com destaque para a região dos municí- pios de Rio Brilhante e Maracaju, região de maior produção de etanol do estado. Nos municípios da região centro-norte, o destaque vai para a cultura da soja e milho. De modo geral, o solo tem boas propriedades físicas, mas propriedades químicas fracas, o que exige a correção de cerca de quarenta por cento da área total com o emprego de calcário. Mato Grosso do Sul possui ainda o terceiro maior rebanho bovino do país (21,8 milhões de cabeças – 10,9% do nacional). A região de maior produção bovina é a região do Pantanal e nos campos naturais (pampas) da região sudo- este do estado. Possui também rebanhos muares, equinos, asininos e codornas. Secundário Historicamente a indústria no estado não possui grande representatividade em virtude da opção pela agropecuária e extrativismo, porém, com a crise da agropecuária de 2004-2005, o estado se viu na obrigação de mudar sua matriz econômica e passou a investir em infraestrutura e incentivos fiscais para atrair novos empreendimentos. A maior parte da energia consumida no estado é produzida pela usina hidre- létrica de Jupiá, instalada no rio Paraná, no Estado de São Paulo. As indústrias do Mato Grosso do Sul são responsáveis por vinte por cento desse consumo. http://www.grancursosonline.com.br19 www.grancursosonline.com.br Divisão Inter-Regional do Brasil – Região Norte e Centro-Oeste GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online A principal atividade industrial do Mato Grosso do Sul é a produção de gêne- ros alimentícios, seguida da transformação de minerais não-metálicos e da indús- tria de madeira. Os beneficiamentos de carne bovina e de arroz têm seu centro na capital. Até antes do desmembramento, toda a carne produzida no Mato Grosso era beneficiada no atual Mato Grosso do Sul. Corumbá é o maior núcleo indus- trial do Centro-Oeste, com indústrias de cimento, fiação, curtume, beneficiamento de cereais e uma siderúrgica que trata o minério do Maciço do Urucum. O Estado possui importantes jazidas de ferro, manganês, calcário, mármore e estanho. Uma das maiores reservas de ferro e manganês do mundo está situ- ado no Maciço do Urucum, localizado no município de Corumbá. As maiores jazidas de calcário estão concentradas nos municípios de Miranda, Bodoquena, Bonito e Bela Vista. Outro destaque é a silvicultura destinada à produção de carvão vegetal e para a fabricação de celulose e papel, concentrada na leste de Mato Grosso do Sul e, em menor escala, na região de Jardim. Terciário Turismo Pôr do sol no Pantanal. O Mato Grosso do Sul é mundialmente conhecido por sua biodiversidade, encontrada principalmente no Complexo do Pantanal e no Parque Nacional da Serra da Bodoquena. Sua capital é Campo Grande e suas principais cidades turísticas são Bonito, Jardim e Bodoquena localizados no Parque Nacional da Serra da Bodoquena; Cidades de Corumbá, Aquidauana, Anastácio e Porto Murtinho no Complexo do Pantanal; Ponta Porã e Bela Vista na fronteira com o Paraguai, Outras cidades que se destacam são Rio Verde de MS, Dourados, Naviraí e Fátima do Sul. ���������������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pela professora Rebecca Guimarães. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con- teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclusiva deste material. http://www.grancursosonline.com.br 1 www.grancursosonline.com.br Divisão do Território Brasileiro – Segundo o IBGE, Pedro Pinchas Geiger e Milton Santos GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online DIVISÃO DO TERRITÓRIO BRASILEIRO – SEGUNDO O IBGE, PEDRO PINCHAS GEIGER E MILTON SANTOS IBGE A divisão do Brasil em regiões é uma preocupação que esteve presente desde a criação do IBGE. A necessidade de um conhecimento aprofundado do Terri- tório Nacional, visando, na década de 1940, mais diretamente à sua integração e, nas divisões posteriores, à própria noção de planejamento como suporte à ideia de desenvolvimento, passou a demandar a elaboração de divisões regio- nais mais detalhadas do País, isto é, baseadas no agrupamento de municípios, diferentemente das divisões até então realizadas pelo agrupamento dos estados federados. No século XX, foram elaboradas pelo IBGE divisões regionais con- templando os conceitos de Zonas Fisiográficas (década de 1940), Microrregiões e Mesorregiões Homogêneas (1968 e 1976) e Mesorregiões e Microrregiões Geográficas (1989). Além disso, diversos artigos foram publicados na Revista Brasileira de Geografia tratando da regionalização do país. AN O TAÇ Õ ES http://www.grancursosonline.com.br 2 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Divisão do Território Brasileiro – Segundo o IBGE, Pedro Pinchas Geiger e Milton Santos GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Em 1967, o geógrafo brasileiro Pedro Pinchas Geiger propôs uma divisão regional do país, em três Regiões Geoeconômicas ou Complexos Regionais. Esta proposta se baseia no processo histórico de formação do território bra- sileiro, levando em conta, especialmente, os efeitos da industrialização. Dessa forma, ela busca refletir a realidade do país e compreender seus mais profundos contrastes. De acordo com Geiger, são três as regiões geoeconômicas: Amazô- nia, Centro-Sul e Nordeste. Essa organização regional favorece a compreensão das relações sociais e políticas do país, pois associa os espaços de acordo com suas semelhanças econômicas, históricas e culturais. Diferentemente da divisão proposta pelo IBGE, os complexos regionais não se limitam apenas às fronteiras entre os Estados. Nessa regionalização, o norte de Minas Gerais, por exemplo, encontra-se no Nordeste, enquanto o restante do território mineiro está localizado no Centro-Sul. Essa organização regional é muito útil para a geografia, pois oferece uma nova maneira de entender a história da produção do espaço nacional. De acordo com a Constituição Federal de 1988, a divisão territorial do Brasil é constituída por 26 Estados e 1 Distrito Federal, que abriga a capital do país, Brasília. Desde a criação da Constituição, duas mudanças significativas foram realizadas: o desmembramento do Estado de Goiás e a criação do Tocantins; Amapá e Roraima tornaram-se estados e Fernando de Noronha saiu da cate- goria de estado e tornou-se um distrito estadual de Pernambuco. Veremos a seguir duas formas de divisão do território nacional: A proposta de divisão regional feita pelo professor e geógrafo Milton Santos e a divisão em regiões polarizadas. Vamos conhecer cada uma delas. Divisão Regional de Milton Santos A Região Nordeste é formada por Maranhão, Ceará, Piauí, Bahia, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Existe um sinal de industrialização, há fluxo descontínuo de informação e os locais de urba- nização estão, principalmente, estabelecidos na faixa litorânea. http://www.grancursosonline.com.br 3 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Divisão do Território Brasileiro – Segundo o IBGE, Pedro Pinchas Geiger e Milton Santos GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online A Região Centro-Oeste é constituída por Tocantins, Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul. A economia é desenvolvida a partir da agricultura de exportação de milho, arroz, soja e algodão e sua modernização é subordinada às demandas do centro econômico do país (Sudeste e Sul). A Região Concentrada é formada por Sudeste e Sul do país e abriga uma parte muito grande da população brasileira. É o local com a melhor infraestrutura do país em quesitos como transporte, serviços, tecnologia, imprensa e comu- nicação. Trata-se do polo industrial de desenvolvimento nacional e tem grande influência devido à presença de metrópoles globais como São Paulo e Rio de Janeiro. Já Região Amazônica abrange Estados da região Norte, sem o Tocantins. Possui uma densidade demográfica reduzida, além de baixa concentração tec- nológica e urbanização, ao ser comparada com outras regiões. Sua principal ati- vidade econômica é relacionada ao extrativismo vegetal. http://www.grancursosonline.com.br 4 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Divisão do Território Brasileiro – Segundo o IBGE, Pedro Pinchas Geiger e Milton Santos GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Nordeste Bahia http://www.grancursosonline.com.br 5 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Divisão do Território Brasileiro – Segundo o IBGE, Pedro Pinchas Geiger e Milton Santos GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online A Região Metropolitana deSalvador (RMS) é a mais desenvolvida do estado da Bahia, sendo adensada pela presença de suporte comercial e de serviços, com infraestrutura diferenciada em relação às demais regiões da Bahia. A RMS possui um percentual extremamente elevado dos investimentos da indústria baiana, em função da representatividade do setor petroquímico e do novo vetor de expansão metal-mecânico. Essa região concentra possibilidades de verticalização petroquímica e conta com projetos de implantação na área de alimentos (ração), têxtil (fiação de sisal) e construção civil (pré-moldados e painéis, alocados no segmento de extração mineral e beneficiamento). A implantação do projeto automotivo Amazon da Ford em Camaçari poderá ampliar o mercado da petroquímica estadual e estimular o segmento de transformação da petroquímica local desde que a montadora pri- vilegie a formação da cadeia produtiva na Bahia. Além disso, deverá produzir grandes impactos sociais e econômicos na RMS. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO (BLOCO 1) Julgue (C ou E) os itens subsequentes, a respeito da economia espacial bra- sileira ao longo dos séculos XX e XXI. 1. As resultantes históricas da economia espacial brasileira demonstram que as desigualdades territoriais e regionais têm por base menos o estoque de capi- tal e mais as aptidões produtivas da força de trabalho e a aptidão em elaborar bens novos e processos técnicos avançados. Comentário O Brasil é um país profundamente desigual. As resultantes históricas da economia espacial brasileira demonstram que as desigualdades territoriais e regionais têm por base menos o estoque de capital e mais as aptidões produtivas da força de trabalho e a aptidão em elaborar bens novos e processos técnicos avançados. http://www.grancursosonline.com.br 6 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Divisão do Território Brasileiro – Segundo o IBGE, Pedro Pinchas Geiger e Milton Santos GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online 2. A história do desenvolvimento da produção de energia e da logística no país, atrelada à história da formação territorial nacional, resulta na produção de espacialidades técnicas, notoriamente, na denominada Região Concentrada brasileira. Comentário A Região Concentrada é uma ideia concebida pelo geógrafo Milton Santos. 3. A construção de Brasília como nova capital brasileira, a partir de 1956, foi motivada, entre outros aspectos, pelo crescimento da indústria automobilísti- ca, pelo protagonismo do capital financeiro na economia e pela emergência das cidades do campo na região Centro-Oeste. Comentário Quando Brasília foi construída houve a necessidade de conectá-la ao Brasil e consequentemente a abertura de novas rodovias. Muitas cidades do campo na região Centro Oeste começaram a emergir, mas o protagonismo do capital financeiro na economia chega ao Brasil pouco tempo depois. O capital industrial ainda mais forte do que o capital financeiro. Houve um grande endividamento para a construção de Brasília - construção já prevista desde a 1ª Constituição Republicana de 1891. 4. As cidades médias têm apresentado, na atualidade, retração dos índices econômico e tecnológico em decorrência do poder de atração e concentra- ção exercido pelas metrópoles nacionais e regionais. http://www.grancursosonline.com.br 7 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Divisão do Território Brasileiro – Segundo o IBGE, Pedro Pinchas Geiger e Milton Santos GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Comentário As metrópoles nacionais e regionais já não atraem tanto. As pequenas e médias cidades, não em termos absolutos, apresentam um fluxo maior. As pessoas quando se aposentam, tendem a optar por viver em pequenas e médias cidades. GABARITO BLOCO 1 1. C 2. C 3. E 4. E EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO (BLOCO 2) Considerando a tríade cidade, ambiente e cultura, julgue (C ou E) os seguin- tes itens. 1. No Brasil, as periferias metropolitanas podem ser caracterizadas por traze- rem elementos de reprodução da vida rural pregressa do país, como são, por exemplo, os casos de Goiânia, São Paulo e Belo Horizonte. Comentário Muitas pessoas foram expulsas dos campos à conta da mecanização. O processo tecnológico de modernização acabou provocando um forte êxodo rural. Muitos migraram para as metrópoles e por não estarem aptas para inserção no mercado de trabalho acabaram colaborando para a perifização dessas cidades. 2. As periferias enquanto espaço social são lugares de construção cultural coti- diana influenciadas pela cultura de massas, que é parte da indústria cultural, http://www.grancursosonline.com.br 8 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Divisão do Território Brasileiro – Segundo o IBGE, Pedro Pinchas Geiger e Milton Santos GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online e retroalimentam esse setor da economia quando suas manifestações cul- turais são apropriadas e transformadas em produtos consumidos em escala local, regional e global. Comentário A periferia é um local de grande produção cultural. 3. No cerne de uma nova regionalização brasileira, catalisada pelo poder estra- tégico-econômico do Sudeste e do Sul, populações indígenas e quilombolas do Centro-Oeste e do Norte têm migrado para cidades do campo daquelas regiões, tornando-se a mão de obra qualificada nesses novos centros. Comentário Populações indígena e quilombola não são mão de obra qualificada. 4. Nas cidades, as denominadas áreas de risco constituem-se à revelia das po- líticas espaciais adotadas tanto pelos municípios quanto pelos empreende- dores imobiliários, em um processo no qual a população ocupante torna-se a responsável pela constituição do risco e da vulnerabilidade. Comentário Não se pode afirmar que os habitantes de áreas de riscos possam ser responsabilizados pela constituição do risco e da vulnerabilidade. O Estado, ao permitir a ocupação dessas áreas de risco, ao não proporcionar uma infraestrutura nessas regiões, torna-se o maior responsável até porque a questão do déficit habitacional é uma das grandes questões quando se analisa a antropologia e a sociologia urbanas. http://www.grancursosonline.com.br 9 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Divisão do Território Brasileiro – Segundo o IBGE, Pedro Pinchas Geiger e Milton Santos GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online GABARITO BLOCO 2 1. C 2. C 3. E 4. E ����������������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pela professora Rebecca Guimarães. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con- teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclusiva deste material. http://www.grancursosonline.com.br 1 www.grancursosonline.com.br Divisão Inter-regional do Brasil – Nordeste, BA, PE e CE GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online DIVISÃO INTER-REGIONAL DO BRASIL – NORDESTE, BA, PE E CE Região Nordeste Bahia AN O TAÇ Õ ES http://www.grancursosonline.com.br 2 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Divisão Inter-regional do Brasil – Nordeste, BA, PE e CE GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online A economia da Bahia é composta por agropecuária, indústria, mineração, turismo e nos serviços. A Bahia responde por 36% do PIB do Nordeste e mais da metadedas exportações da região. Dentre os estados brasileiros, conta com oitavo maior PIB. A Região Metropolitana de Salvador (RMS) é a mais desenvolvida do Estado da Bahia, sendo adensada pela presença de suporte comercial e de serviços, sobretudo em Salvador, com infraestrutura diferenciada em relação às demais regiões da Bahia. A RMS possui um percentual extremamente elevado dos inves- timentos da indústria, em função da representatividade do setor petroquímico e do novo vetor de expansão metal-mecânico. Essa região concentra possibilidades de verticalização petroquímica e conta com projetos de implantação na área de alimentos (ração), têxtil (fiação de sisal) e construção civil (pré-moldados e painéis, alocados no segmento de extração mineral e beneficiamento). A implantação do projeto automotivo Amazon da Ford em Camaçari poderá ampliar o mercado da petroquímica estadual e estimular o segmento de transformação da petroquímica local desde que a montadora pri- vilegie a formação da cadeia produtiva na Bahia. Além disso, deverá produzir grandes impactos sociais e econômicos na RMS. O Extremo Sul é a segunda região de maior atração de investimentos da Bahia e nela está concentrada a produção de celulose do Estado. Beneficiando- -se da montagem de nova infraestrutura para viabilizar a produção de celulose e o desenvolvimento do turismo, conta com investimentos de implantação de deriva- dos da fruticultura (concentrados, néctares e geleias), vinculados ao setor mine- ral (mármores e granitos em Teixeira de Freitas) e ao segmento metal-mecânico (retífica e manutenção de máquinas em Mucuri), papel e celulose em Eunápolis. Tem na pecuária bovina a utilização dominante, seguida do cultivo do mamão, cacau, café, coco-da-baía, abacaxi, melancia, mandioca e eucalipto. A silvicul- tura desempenha importante papel econômico na Região. Várias empresas atuam nesse segmento, orientadas para a produção de celulose e carvão de uso siderúrgico. Excluindo a produção de papel e celulose, essa região apresenta um baixo nível de industrialização. http://www.grancursosonline.com.br 3 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Divisão Inter-regional do Brasil – Nordeste, BA, PE e CE GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Considerado como fator relevante para a diversificação e fortalecimento da economia regional, o turismo apresenta grande perspectiva de expansão, princi- palmente nos municípios situados ao longo do litoral. No Extremo Sul, localiza- -se o segundo mais importante polo turístico do Estado, a Costa do Descobri- mento, dotada de infraestrutura hoteleira e de aeroporto, envolvendo além de Porto Seguro, Arraial d’Ajuda, Trancoso, Caraiva e os municípios de Santa Cruz Cabrália e Belmonte. A região Oeste tem Barreiras como seu principal município. É a principal região produtora de grãos da Bahia, além de diversificar suas atividades rumo à produção de frutas e café. Todos os investimentos previstos para essa região estão alocados no segmento alimentar, 90% deles vinculados à cadeia de produ- ção grãos-carnes, enquanto o restante refere-se à produção de pescado devido ao rico manancial hidrográfico local. Apesar de servida pelo curso navegável do Rio São Francisco e seus afluen- tes, a Região Oeste ficou isolada do resto do Estado e do País até o século XVIII, quando surgiram os primeiros povoados em decorrência da penetração da pecuária extensiva. Assim, a região permaneceu com uma base econômica frágil, apoiada na pecuária extensiva, na cana-de-açúcar e produtos de subsis- tência e com baixo nível tecnológico, até a segunda metade da década de 1960. Nessa época, com a construção das estradas interestaduais Brasília - Barreiras -Ibotirama, BR-020/242, e Barreiras - Piauí, BR-135, e de outras vias estaduais e municipais rompeu-se o isolamento regional. A partir do final da década de 1970, com o grande fluxo de agricultores de regiões mais desenvolvidas do País, as práticas tradicionais das culturas de sub- sistência começaram a ser substituídas por atividades produtivas mais dinâmicas e mais exigentes em termos tecnológicos e gerenciais, destacando-se a pecuá- ria bovina, baseada em pastos cultivados e manejo mais racional dos rebanhos; os reflorestamentos apoiados por incentivos fiscais; a implantação de projetos agroindustriais e o início do cultivo da soja na área do cerrado. http://www.grancursosonline.com.br 4 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Divisão Inter-regional do Brasil – Nordeste, BA, PE e CE GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online MAPITOBA http://www.grancursosonline.com.br 5 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Divisão Inter-regional do Brasil – Nordeste, BA, PE e CE GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Abrangendo os municípios de Brumado, Guanambi , Caetité e Caculé, dentre outros. Sua agricultura baseia-se fundamentalmente no algodão e sua principal atividade é a mineração: (magnesita e óxido de magnésio (ou talco) em Bru- mado, extração de urânio em Caetité e Lagoa Real e de ametistas, em Licínio de Almeida e, também, em Caetité. Outro fator de grande desenvolvimento econômico dessa região é a implan- tação do parque eólico, cuja energia é gerada através dos ventos, considerado como o maior parque eólico do América Latina, dando a Guanambi, o título de capital mundial dos ventos. Quase todos os investimentos previstos para essa região destinam-se ao segmento mineral e geração de energia eólica, além do segmento de agricultura e pecuária com a implantação do perímetro irrigado do Vale do Iuiú. A região conta com uma base produtiva diversificada, destacando-se a explo- ração de petróleo e a fruticultura (laranja e coco-da-baía). A região dispõe de algumas aglomerações industriais que se localizam em Alagoinhas (Distrito Industrial de Sauípe), Pojuca (metalurgia de ferroligas), Entre Rios, Esplanada (Exploração de petróleo) e Mata de São João (laticínios) e no município de Conde (fibras de coco). Há, também, atividades de beneficiamento de madeira derivadas do distrito florestal existente na região. Com a construção da Linha Verde, estrada litorânea que atravessa a região, está havendo grande impulso ao turismo. O Litoral Norte conta, também, com investimentos no segmento de bebidas e revestimentos cerâmicos, ambos localizados em Alagoinhas, maior polo industrial da região. Abrange os municípios de Vitória da Conquista, Jequié e Itapetinga, Brumado, Guanambi dentre outros. Suas principais atividades econômicas são a pecuária, principalmente em Itapetinga, a cafeicultura em Vitória da Conquista, a indústria de transformação nessa cidade e em Jequié e o comércio e os serviços especial- mente em Vitória da Conquista e Jequié. A região Sudoeste apresenta, também, um elevado crescimento na produção de carnes devido ao seu expressivo reba- nho bovino e ao desenvolvimento da avicultura e suinocultura. Ela se destaca, também, na produção de leite na bacia do rio Pardo, café nos municípios de Vitó- ria da Conquista, Barra do Choça e Planalto e hortifrutícolas em Jaguaquara e http://www.grancursosonline.com.br 6 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Divisão Inter-regional do Brasil – Nordeste, BA, PE e CE GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online seu entorno. Em Jequié se localizam algumas indústrias alimentares e um impor- tante polo têxtil.[carece de fontes] Na mineração destaca-se Brumado, que entre as minas de magnesita a céu aberto em todo o mundo, possui a terceira maior, como também é o o maior produtor deste minério no Brasil, alémde também ser o segundo produtor de talco no País. A cidade de Vitória da Conquista, a terceira do Estado, ficando atrás de Sal- vador e Feira de Santana, concentra nessa zona a maior parte dos investimentos gerados nessa região exercendo um importante papel de centro regional, indus- trial, comercial e de serviços. Localiza-se estrategicamente ao longo da BR-116 por onde passa grande parte de mercadorias que circulam entre o Sudeste e o Nordeste do Brasil. O peso econômico de Vitória da Conquista associado à sua localização privilegiada como principal entreposto comercial dessa região, faz com que se credencie a liderar o processo de desenvolvimento de sua área de influência. A localização estratégica de Vitória da Conquista lhe credencia a implantar indústrias de transformação para o atendimento de mercados local, regional e nacional e a desenvolver atividades comerciais de maior porte para o mercado regional. A cafeicultura e a agroindústria a ela associada, a pecuária bovina semi-intensiva associada à industrialização de seus produtos e subprodutos e a mineração devem merecer a máxima prioridade. A Região tem como municípios mais representativos Ilhéus e Itabuna. Con- templa grande variedade de atividades produtivas sendo as principais o cacau e a pecuária bovina. Até a década de 1970, a participação da cacauicultura no PIB baiano era bastante significativa gerando, em consequência, uma grande dependência da economia da Bahia em relação à sua produção. A queda vertigi- nosa do preço do cacau no mercado internacional e a perda da competitividade do cacau produzido na Bahia nos últimos 20 anos fizeram com que se instalasse uma crise sem precedentes na Região Litoral Sul da Bahia. Na superação dessa crise visualizaram-se três alternativas de solução: reno- vação dos cacauais, expansão da fronteira agrícola e diversificação da produ- ção. A tentativa identificada como prioritária foi a de renovação dos cacauais http://www.grancursosonline.com.br 7 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Divisão Inter-regional do Brasil – Nordeste, BA, PE e CE GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online decadentes de baixa produtividade que, no entanto, não produziu os resultados almejados e cujo fracasso foi atribuído a deficiências das práticas agronômicas e às características socioculturais dos agricultores, pouco abertos às inovações. A expansão da fronteira agrícola, que constituía parte da estratégia de aumento da produção, ocorreu, todavia, em solos pobres, onde os custos de produção tornaram a cultura praticamente inviável. O Plano de Diversificação da Lavoura Cacaueira, envolvendo culturas destinadas aos mercados nacional e internacional, foi a mais importante tentativa de mitigar os efeitos estruturais da crise e reduzir a dependência da região em relação à monocultura do cacau mediante a implantação de um sistema de produção orientado para a agroin- dústria. A presença da CEPLAC garantiria a consistência econômica e técnica necessária a implantação de um moderno sistema de produção que, pelas suas características de complementaridade, beneficiaria a própria cacauicultura, tanto pelo efeito demonstração como pela geração de renda. A crise da cacauicultura atingiu o clímax com o advento da “vassoura-de- -bruxa” que dizimou praticamente suas áreas de produção de forma vertiginosa. Do ponto de vista econômico, a dependência histórica da região em relação à monocultura do cacau, as tentativas sem sucesso de redução dessa dependên- cia e a concentração da economia no eixo Ilhéus - Itabuna condicionou o desen- volvimento dos outros setores da economia da região em um patamar muito aquém do que seria previsível dado o grande volume de capital gerado com a lavoura. Pernambuco http://www.grancursosonline.com.br 8 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Divisão Inter-regional do Brasil – Nordeste, BA, PE e CE GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online A monocultura da cana-de-açúcar e do algodão, e a extração do pau-brasil foram a base da economia estadual desde o Brasil Colônia até um período mais recente, quando o Estado passou por uma forte diversificação econômica oca- sionada por investimentos na infraestrutura logística. No setor primário, a região semi-árida do vale do Rio São Francisco tornou-se uma grande exportadora de frutas tropicais; no setor secundário, a região litorânea se destaca pela indús- tria leve (alimentícia e automobilística) e pesada (metalúrgica, petroquímica e siderúrgica), enquanto o Agreste pela indústria têxtil; no setor terciário, Recife e Caruaru são importantes pólos comerciais e de prestação de serviços a nível regional, enquanto que o litoral sul se destaca pelo forte turismo em suas praias internacionalmente conhecidas. Entre os investimentos importantes que o Estado recebeu nas últimas déca- das, destacam-se a Refinaria Abreu e Lima, a segunda maior da região nordeste e a mais moderna do país; o Estaleiro Atlântico Sul, o maior estaleiro do Hemis- fério Sul; a Jeep, que construiu no Estado a mais moderna montadora do grupo no mundo, além de um centro de pesquisas; a Vivix, única indústria de vidros planos do país; o Polo Farmacoquímico e de Biotecnologia, o primeiro do tipo no Brasil; entre outros na área de geração de energia eólica e informática. Entre os principais produtos agrícolas cultivados em Pernambuco encon- tram-se a uva, o castanha-de-caju, a coco, o limão, a cebola, a mamona, o fava, o manga, a goiaba, o banana, o melão, a melancia, a acerola, e a cana-de-açú- car. Pernambuco é atualmente o maior produtor de uva de mesa, o segundo de acerola e goiaba, o terceiro maior produtor de manga, o terceiro maior polo flori- cultor, e o oitavo maior produtor de cana-de-açúcar do Brasil. Merece destaque a expansão que vem tendo a partir dos anos 1970 a agricul- tura irrigada no Sertão do São Francisco, com projetos de irrigação hortifrutíco- las implantados com o apoio da CODEVASF e produção voltada para o mercado externo.[8] No agreste, o município de Gravatá se destacava pela produção de morango possibilitada pelo seu clima serrano, no entanto, a atividade foi deixada de lado pelos produtores locais e a típica Festa do Morango deixou de ocorrer em 2002. http://www.grancursosonline.com.br 9 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Divisão Inter-regional do Brasil – Nordeste, BA, PE e CE GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online A cana-de-açúcar é o principal produto agrícola da Zona da Mata pernam- bucana. Também estão presentes nesta mesorregião culturas de subsistência, além de fruticultura e hortaliças. No Agreste, cidades como Garanhuns, Gravatá, Chã Grande e Bonito passaram a se dedicar à floricultura, produzindo flores tro- picais e tradicionais. Além do cultivo de flores, vêm crescendo no agreste per- nambucano as lavouras de café e as plantações de seringueiras. No Sertão, a fruticultura irrigada produz toneladas de frutas tropicais por ano, e o principal polo de produção fica em Petrolina, no vale do rio São Francisco. De acordo com Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o ano de 2017, a lavoura permanente registrou desta- ques na colheita de Abacate ; Banana; Café; Castanha-de-caju; Coco-da-Baía ; Goiaba ; Laranja; Limão ; Mamão ; Manga; Maracujá; Urucum e uva de mesa; e uva de vinho. Na lavoura temporária houve destaque na colheita de Abacaxi; Algodão; Amen- doim; Arroz; Batata-inglesa; Cana-de-açúcar; Cebola; Fava; Feijão; Mamona; Mandioca; Melancia; Melão; Milho e tomate. No levantamento referente ao ano de 2016, o Instituto Brasileiro de Geo- grafia e Estatística (IBGE) mostrou que naqueleano o Estado tinha um total de 1.895,185 bovinos; 10.437 bubalinos; 124.716 equinos; 630.065 suínos; 2.492,388 caprinos; 2.478,072 ovinos; 12.027,245 galináceos; 538.165 codor- nas; e 488.780 vacas ordenhadas. O município de São Bento do Una, no Agreste Central, se destaca pela cria- ção de galináceos, sendo o maior produtor de carne de frango da região nordeste e o 5º maior produtor de ovos do país, e onde se realiza anualmente a Corrida da Galinha. No ano de 2016 a produção de ovos no estado totalizou 214.930 mil dúzias, já a produção de ovo-de-codorna totalizou 7.883 mil dúzias. A região do Agreste Meridional tem ênfase na produção leiteira, correspon- dendo a maior bacia leiteira do estado e contribuindo na posição pernambucana de 8º lugar na produção nacional entre os outros estados. O Estado tem indús- trias ligadas à bacia leiteira, como a Laticínios Bom Gosto e Nestlé (em Gara- nhuns) e a Brasil Foods (BRF) no município de Bom Conselho. Em 2016 a pro- dução de leite no estado alcançou o volume de 839.029 mil litros. http://www.grancursosonline.com.br 10 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Divisão Inter-regional do Brasil – Nordeste, BA, PE e CE GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online O Sertão do Araripe, no oeste do Estado, composto por onze municípios é con- siderado o maior produtor de mel do país, tendo o município de Araripina o título de maior produtora de mel do Brasil, e contribuindo para a 8a colocação de Per- nambuco na produção nacional. Essa região produz cerca de 75% de todo mel comercializado no Estado. Em 2016, foram produzidos 372.100 quilos de mel. Os resultados da aquicultura para 2016 foram a Carpa; Curimatã; Tambaqui; Tilápia; Traíra; Alevinos; Camarão; e Larvas e pós-larvas de camarão. Segundo dados do IBGE para o ano de 2016, houve destaque na extração de Castanha-de-caju; Umbu; Carvão vegetal; Madeira lenha; Madeira tora; Pequi e angico. O Estado conta com uma reserva extrativista criada por Decreto Presiden- cial em 26 de setembro de 2007. A Reserva Extrativista Acaú-Goiana se localiza na divisa norte pernambucana com a Paraíba. A região é formada por 6.676,69 hectares de bioma marinho costeiro preservado, sendo cortado a norte pelo Rio Tracunhaém, que faz a divisa natural da reserva em território pernambucano e paraibano. A reserva foi criada com o objetivo de proteger os meios de vida ali presentes e ao mesmo tempo garantir, por meio de regulamentação, a captura de crustáceos por pescadores de povoados periféricos à unidade, como Carne de Vaca e Tejucupapo. Com dados de 2017, Pernambuco produz cerca de 97% de todo o gesso consumido no Brasil. A matéria-prima para a produção de gesso é a gipsita, que é um minério muito abundante no país, as maiores reservas se concen- tram na Bahia (44%), no Pará (31%) e em Pernambuco (18%), porém, a porção de reserva que apresenta melhor condições de aproveitamento econômico se encontram na região do Araripe, especificamente nas divisas dos estados de Pernambuco, Piauí e Ceará. Em 2009, a empresa pernambucana Casaforte Empreendimentos realizou estudos geológicos no município de Floresta, no vale do São Francisco e, a partir dele, desenvolveu tecnologia para possibilitar o processamento químico de Ilme- nita destinado à produção de pigmento de dióxido de Titânio, utilizado na pro- dução de tintas, plásticos, cosméticos e papéis, dentre outras. De acordo com a empresa, os recursos minerais são suficientes para sustentar a produção por http://www.grancursosonline.com.br 11 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Divisão Inter-regional do Brasil – Nordeste, BA, PE e CE GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online mais de 70 anos. A capacidade inicial de produção está estimada em 60 tone- ladas de pigmento por ano, no entanto, com novos investimentos este volume poderia subir para 120 mil toneladas/ano após 5 anos do início das operações. O pontapé inicial na produção está previsto para ocorrer em 2019.[36] A empresa ainda trabalha num projeto de aproveitamento de Ferro no município de Custó- dia, também no sertão. O principal empreendimento da indústria naval pernambucana é o Estaleiro Atlântico Sul, maior estaleiro do Hemisfério Sul. A produção industrial pernambucana está entre as maiores do Norte-Nor- deste. Se destacam as indústrias naval, automobilística, química, metalúrgica, de vidros planos, eletroeletrônica, de minerais não-metálicos, têxtil e alimentícia. Em 7 de novembro de 1978, uma lei estadual criou o Complexo Industrial e Portuário de Suape na região do porto homônimo, entre os municípios de Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife. Atualmente, Suape é o principal complexo industrial do Estado. Pernambuco abriga empreendimentos como as montadoras Jeep (automó- veis - município de Goiana) e Shineray (motocicletas - município de Ipojuca), a Refinaria Abreu e Lima, a Petroquímica Suape, o Estaleiro Atlântico Sul, a Hemobrás, a Novartis, dentre diversos outros investimentos. A matriz da multinacional pernambucana Baterias Moura, que fornece bate- rias para a metade dos carros fabricados no Brasil, está localizada na cidade de Belo Jardim, no agreste do Estado. O conglomerado pernambucano Queiroz Galvão reúne mais de 50 empresas nos segmentos de Construção, Desenvolvimento Imobiliário, Alimentos, Partici- pações e Concessões, Óleo e Gás, Siderurgia e Engenharia Ambiental, com pre- sença em todos os estados brasileiros assim como em países da América Latina e da África, exportando seus produtos para Estados Unidos, Canadá e Europa. Também se destacam entre as empresas industriais oriundas de Pernambuco os grupos João Santos, Cornélio Brennand, Ricardo Brennand, Delta, Petra Ener- gia, Raymundo da Fonte, EBBA S.A., Indústrias ASA, dentre outros. A mineração é um setor de pouca expressão na economia pernambucana. http://www.grancursosonline.com.br 12 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Divisão Inter-regional do Brasil – Nordeste, BA, PE e CE GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Os principais produtos minerais do Estado são a brita, a gipsita, a água mine- ral, o calcário, a areia, a ilmenita, a argila e as rochas ornamentais. A Microrre- gião de Araripina destaca-se na extração da gipsita, fornecendo 95% do gesso consumido no Brasil. Recife é um tradicional polo de serviços. Os segmentos de maior destaque são: comércio, serviços médicos, serviços de informática e de engenharia, con- sultoria empresarial, ensino e pesquisa, atividades ligadas ao turismo. A capital pernambucana abriga o Porto Digital, reconhecido como o maior parque tecnológico do Brasil, com mais de 200 empresas, entre elas multina- cionais como Motorola, Borland, Oracle, Sun, Nokia, Ogilvy, IBM e Microsoft. Emprega cerca de seis mil pessoas, e tem 3,9% de participação no PIB do estado. Pernambuco abriga ainda o polo têxtil do Agreste, um dos maiores polos de confecções do Brasil, abarcando 13 cidades em 2009, nas quais se concentram mais de 18 mil empresas do setor. Caruaru, Santa Cruz do Capibaribe e Toritama formam o triângulo e o principal ponto de venda e fabricação de confecções do agreste. Santa Cruz do Capibaribe possui o maior parque de confecções da América Latina, o Moda Center Santa Cruz. Toritama é responsável por 15% das confecções feitas com jeans produzidas no Brasil. Caruaru tem sua produção têxtil escoada através da Feira de Caruaru. Estaleiro Atlântico Sul Um dos diferenciais competitivos do Estaleiro Atlântico Sul é sua localização no Complexo Industrial Portuário de Suape, município de Ipojuca, em Pernam- buco, Estado do Nordeste brasileiro. O complexo tem uma posiçãoprivilegiada em relação a grandes regiões produtoras de petróleo e gás natural, a exemplo do Golfo do México e da Costa Ocidental do continente africano. Este diferencial garante ao Estaleiro Atlântico Sul vantagens de peso no aten- dimento a demandas por embarcações e unidades offshore, como também uma otimização da logística no suprimento de insumos. http://www.grancursosonline.com.br 13 www.grancursosonline.com.br Divisão Inter-regional do Brasil – Nordeste, BA, PE e CE GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Porto de Suape Ceará http://www.grancursosonline.com.br 14 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Divisão Inter-regional do Brasil – Nordeste, BA, PE e CE GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Destacam-se na atividade agrícola: feijão, milho, arroz, algodão herbáceo, algodão arbóreo, castanha de caju, cana-de-açúcar, mandioca, mamona, tomate, banana, laranja, coco e, mais recentemente, a uva. Recentemente, tem crescido um pólo de agricultura irrigada, dirigida princi- palmente à exportação, em áreas próximas à Chapada do Apodi, dedicando-se especialmente ao cultivo de frutas como melão e abacaxi. Outro destaque muito recente é o do cultivo de flores, que tem ganhado importância especialmente na Costa da Ibiapaba. O Ceará conta com dois portos por onde escoam sua exportação e importa- ção: o porto do Pecém e o porto do Mucuripe. Porto de Pecém e a energia maré motriz Bovinos, suínos, caprinos, equinos, aves, asininos, carcinicultura e ovinos. Ferro, água mineral, calcário, argila, magnésio, granito, petróleo, gás natural, sal marinho, grafita, gipsita, urânio bruto. http://www.grancursosonline.com.br 15 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Divisão Inter-regional do Brasil – Nordeste, BA, PE e CE GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online O município de Santa Quitéria, na localidade de Itataia, possui uma das maio- res reservas de urânio do Brasil. Os principais setores da indústria cearense são vestuário, alimentícia, meta- lúrgica, farmacêutica, química e calçadista. A maioria das indústrias está insta- lada na Região Metropolitana de Fortaleza, com destaque para Fortaleza, Cau- caia e Maracanaú onde se encontra o Distrito Industrial de Maracanaú sendo um http://www.grancursosonline.com.br 16 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Divisão Inter-regional do Brasil – Nordeste, BA, PE e CE GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online importante complexo industrial, dinamizando a economia do estado do Ceará. Em Caucaia e São Gonçalo do Amarante será instalada a ZPE do Ceará no Complexo Industrial e Portuário do Pecém onde serão instaladas uma siderúr- gica e uma refinaria de petróleo. Algumas das grandes empresas do Ceará com alcance nacional vinculadas a FIEC são: Aço Cearense, Companhia de Alimentos do Nordeste, Grendene, Grande Moinho Cearense, Grupo Edson Queiroz, Indústria Naval do Ceará, J. Macêdo, M. Dias Branco, Santana Textiles, Troller e Ypióca, dentre outras. �����������������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pela professora Rebecca Guimarães. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con- teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclusiva deste material. http://www.grancursosonline.com.br 1 www.grancursosonline.com.br Divisão Inter-regional do Brasil – Nordeste, MA e RN GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online DIVISÃO INTER-REGIONAL DO BRASIL – NORDESTE, MA E RN Maranhão AN O TAÇ Õ ES http://www.grancursosonline.com.br 2 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Divisão Inter-regional do Brasil – Nordeste, MA e RN GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online A agricultura maranhense apresenta disparidades entre as regiões do estado, sendo a agricultura do sul maranhense mais mecanizada e com maior produti- vidade. Conforme dados da CONAB, o Maranhão é o segundo maior produtor agrícola do Nordeste. O setor agrícola maranhense se destaca na produção de arroz (5º estado de maior produtividade de arroz do país e o 1º do Nordeste.), cana-de-açúcar, man- dioca (2º posição no Nordeste de área plantada), milho, soja (2º maior produtor da região Nordeste), algodão (2º maior produtor do Nordeste) e eucalipto. [6 Agricultura no sul do Maranhão Desde 1992, quando começou a funcionar o Corredor de Exportação Norte, toda a produção agrícola do sul do Maranhão passou a escoar para o Porto do Itaqui e o da Ponta da Madeira, em São Luís, por um longo trecho de estrada de ferro operado pela Vale. O cultivo nessa área é realizado em fazendas altamente mecanizadas, com melhores índices de produtividade agrícola por hectare. Tem ainda como benefício a menor distância em relação ao mercado europeu. Plantação de soja em Balsas Posteriormente, a Ferrovia Norte-Sul integrou a cidade de Anapólis, em Goiás, atravessando o Estado do Tocantins e se conectando à ferrovia Carajás, na cidade de Açailândia, ampliando a capacidade de exportação, pelos portos de São Luís, da produção agrícola do Centro-Oeste. Com a construção do Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram) no porto de Itaqui, ampliou-se a capacidade de armazenamento e exportação de grãos como soja, milho e arroz, utilizando-se da infraestrutura da Ferrovia Carajás e da Ferrovia Norte Sul para escoamento da produção do sul do estado, bem como dos estados de Tocantins e Goiás. No ano de 2017, o porto movimentou em torno de 6 milhões de toneladas de soja[7]. O sul do Estado é um dos maiores polos de produção de grãos do país. A região a cada ano alcança novos recordes de produtividade. O principal pro- duto agrícola é a soja, que chegou a 2 milhões de toneladas na última safra, em 2015. http://www.grancursosonline.com.br 3 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Divisão Inter-regional do Brasil – Nordeste, MA e RN GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Tal produção coloca o Maranhão como o segundo maior produtor da região, atrás da Bahia. A região sul do Estado concentra a produção de soja, com des- taque ao município de Balsas que em 2015 produziu 501.668 toneladas, com 181.764 de área plantada e 181.764 de área colhida, rendimento médio 2.760 kg/ha. Outros municípios que se destacam na produção de soja são: Tasso Fra- goso, Sambaíba, Riachão, Alto Paraíba e Carolina. Plantação de algodão em Balsas Além da soja, também são produzidos em larga escala na região sul: feijão, milho, algodão e arroz. A Pecuária O Maranhão possui o segundo maior rebanho bovino do Nordeste e o 12º maior do país, com 7,6 milhões de reses. A maior concentração de rebanhos fica na região oeste e na região centro-sul do estado. [8] Em 2016, o Maranhão teve o melhor resultado do Nordeste na vacinação contra a febre aftosa e é conside- rado Zona com Status de Livre de Febre Aftosa com vacinação. No âmbito nacional, em 2014, o melhor colocado é o município de Açailândia, em 54º lugar, com um rebanho de 435,1 mil cabeças, e o maior do Nordeste. Além de Açailândia, destacam-se ainda os municípios de Amarante do Mara- nhão, com 249,8 mil cabeças; Santa Luzia, com 199,1 mil; Bom Jardim,com 170,1 mil cabeças; Grajaú, com 160.685; Zé Doca, com 139.980 cabeças; e Bom Jesus das Selvas, com 139.328 cabeças. Rebanho bovino em Balsas Os principais rebanhos Bovinos: Criado em todo espaço maranhense, este rebanho desempenhou importante papel no povoamento do interior do Estado. Hoje é o rebanho mais importante economicamente, sendo criado por toda a população rural, desde o pequeno produtor, onde o gado é criado solto, até as grandes fazendas do cen- http://www.grancursosonline.com.br 4 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Divisão Inter-regional do Brasil – Nordeste, MA e RN GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online tro-oeste, onde há maiores cuidados e o gado é destinado a produção de carne e leite. Na produção de leite, destacam-se os municípios de Açailândia, Amarante do Maranhão, Porto Franco, Senador La Rocque e Estreito.[11] Suíno: Também criado pelo pequeno e grande pecuarista, sendo o segundo principal rebanho do Estado, onde nos arredores das maiores cidades vem pas- sando por um aprimoramento, aumentando a produtividade. Destaque para as cidades de Vargem Grande, Araioses, Pirapemas, Anajatuba e Santa Quitéria do Maranhão. Criação de búfalos na Baixada Maranhense Caprino e Ovino: Rebanhos sem grande expressão na pecuária mara- nhense, voltados para o consumo familiar. A principal área de criação é o centro- -leste do Estado. Destaque para as cidades de Vargem Grande, Chapadinha, São Bernardo, Buriti e Brejo (caprinos) e Araioses, Paulino Neves, Magalhães de Almeida, Amarante do Maranhão e Açailândia (ovinos). Bubalino: Rebanho criado nos campos alagados da Baixada Maranhense, fazendo do Maranhão o terceiro criador nacional. Destaque para as cidades de Viana, São João Batista, Cajari, Arari e Pinheiro. Aves: Em especial a galinha, destaque para as cidades de Estreito, Porto Franco, Balsas, Pedreiras e Timon. Equinos, Muares e Asininos: De grande importância no transporte para o pequeno trabalhador rural, auxilia a criação dos outros rebanhos. Destaque para as cidades de Açailândia, Amarante do Maranhão, Senador La Rocque, Grajaú e Formosa da Serra Negra. Extrativismo Mineral Entre os principais produtos, pode-se destacar: Gás natural: produção na bacia do Parnaíba, com produção de 8,4 milhões m³ por dia, utilizado em termelétricas[15]. O Maranhão é o 6º maior produtor do país.[16] http://www.grancursosonline.com.br 5 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Divisão Inter-regional do Brasil – Nordeste, MA e RN GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Calcário: Bastante difundido pelo sudoeste, avançando de oeste para leste até Presidente Dutra, partindo para o nordeste, destacando-se Barra do Corda Codó, Caxias e Coroatá. É matéria-prima para a fabricação de cimento, fertili- zantes e utilizados na correção de solos. Também presente em Balsas, Riachão, São Francisco do Maranhão, Alto Parnaíba, Carolina, Pastos Bons, São João dos Patos, Nova Iorque, Benedito Leite, Passagem Franca, Colinas, Primeira Cruz, Humberto de Campos, Alcântara, Mirinzal e Turiaçu. [17] Também se verifica: Gipsita (2º Estado com maior número de minas, nas regiões de Grajaú e Codó[17]); Brita (Bacabeira e Rosário[17]); Areia (São Luís e Imperatriz[17]); Ouro (Bacia do Gurupi[17]); Água Mineral (São José de Riba- mar, São Luís, Caxias e Imperatriz); Granito (no afloramento Pré-Cambriano nos municípios de Rosário, Morros e Axixá); Mármore (Fortaleza dos Nogueiras e Caxias); Argila (Itapecuru, Rosário, Imperatriz, Timon e Caxias[17]); Petróleo: Ocorrências em Barreirinhas; Sal Marinho (potencial em Tutoia, Humberto de Campos, Araioses e Primeira Cruz). Extrativismo Vegetal. Beneficiado pelas condições naturais e a grande variedades de paisagens. O extrativismo maranhense se destaca no cenário nacional pela quantidade e variedades de produtos. Entre os produtos podemos destacar: Babaçu: maior produtor nacional, ainda explorado com técnicas rudimen- tares por comunidades tradicionais, que aproveita praticamente toda a planta, e com forte potencial energético. Os maiores focos dos babaçuais encontram-se nos vales dos principais rios maranhenses. Os principais polos produtores são: Vargem Grande, Pedreiras, Poção de Pedras, Bacabal e Paulo Ramos.[18] Jaborandi ou arruda: maior produtor nacional, característico da Amazônia Oriental. Desta planta extrai-se uma substância denominada policarpina, longa- mente utilizada na indústria farmacêutica. A maior extração desse produto ocorre em Nina Rodrigues, Presidente Vargas, Cachoeira Grande e Santa Quitéria do Maranhão.[19] Madeira em tora: A Amazônia Oriental penetra no oeste maranhense, apre- sentado-se menos densa, associada ao processo de ocupação e a implanta- http://www.grancursosonline.com.br 6 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Divisão Inter-regional do Brasil – Nordeste, MA e RN GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online ção de siderúrgicas na região, acelerando o processo de extração de madeira em tora. Destaque para os municípios de Centro Novo do Maranhão, Mirador, Grajaú e São Bernardo.[19] Entre as espécies destacam-se o pau-d’arco ou Ipê, Jatobá, Maçaranduba, Mogno, Angelim e outras A estrutura econômica do Maranhão até o século XIX esteve sustentada na produção de algodão e cana-de-açúcar. Ao longo do século XVIII, com influên- cia da Companhia Geral de Comércio do Grão-Pará e Maranhão, ocorre forte expansão econômica do estado, diante da retração da produção algodoeira americana, em razão da guerra de independência dos Estados Unidos. Entre- tanto, com a recuperação econômica americana e o fim da escravidão no Brasil, o setor entrou em forte crise no estado, abalando gravemente a sua economia. Aproveitando da produção algodoeira, tentou-se instalar a indústria têxtil no estado no fim do século XIX e início do século XX, que, no entanto, foi superada tecnologicamente por outros estados. Com a decadência têxtil nos meados do século, a industrialização maranhense passa para a de gêneros alimentícios, utilizando como matéria-prima os produtos de extração vegetal e principalmente os produtos oriundos da agropecuária. O rompimento do isolamento econômico do estado foi iniciado com o desen- volvimento da infraestrutura nas décadas de 1960 a 1980, com construção do porto do Itaqui e da Hidrelétrica de Boa Esperança e de Tucuruí, construção da Ferrovia Carajás, do terminal da Companhia Vale do Rio Doce e do complexo de produção de alumina e alumínio do Consórcio ALUMAR. O Porto de Itaqui movimenta anualmente milhões de toneladas de carga, sendo um importante corredor logístico para o Centro-Oeste do país. Entre os principais produtos movimentados no ano de 2017 estão: a soja (6.152.909 de toneladas), milho (1.642.944 de toneladas), fertilizantes (1.536.697 t), cobre (836.062 t), carvão (636 254 t), ferro-gusa (505.733 t) clinquer+escória (225.796 t), manganês (147.063 t), arroz (89.833 t), granéis líquidos importados (3.881.635 t), soda cáustica (86.542 t), etanol (112.364 t) e GLP (150.753 t), totalizando uma movimentação anual de 17.140.470 de toneladas.[22]No ano de 2017, o porto teve um crescimento de movimentação de cargas de 13% em relação a 2016. http://www.grancursosonline.com.br 7 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Divisão Inter-regional do Brasil – Nordeste, MA e RN GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online No mesmo ano, a Empresa Maranhense de Administração Portuária teve lucro líquido de R$ 51,6 milhões, 18,8% superior a 2016, e crescimento de 24% em receitas operacionais.O Terminal de Grãos do Porto do Itaqui (Tegram) recebeu, em média, 26 mil toneladas de grãos (soja e milho) por dia, no ano de 2016. Ferrovia Carajás Em 2015, aproximadamente 70% da soja que saiu do Tegram teve como des- tino a Ásia, em especial a China. O milho teve como destino o Oriente Médio, a África e o Vietnã. Farelo e grãos também foram enviados para a Europa. http://www.grancursosonline.com.br 8 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Divisão Inter-regional do Brasil – Nordeste, MA e RN GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online O Porto de Itaqui foi responsável por 54,2% da gasolina e 49,8% do diesel importados no Brasil no ano de 2012. Em 2015, 1,2 bilhões de litros de combustível circularam pela EFC do Porto do Itaqui, em São Luís (MA), com destino à Marabá (PA), Açailândia (MA), e Palmas (TO). A Ferrovia São Luís-Teresina também transporta combustível com destino ao Piauí. No ano de 2012, 1 milhão de litros de gasolina e 1,3 milhão de óleo diesel chegavam diariamente em Teresina, vindos de capital do Maranhão. Desse com- bustível, 60% chega por via ferroviária e 40% pelas estradas.[27] O Porto do Itaqui exportou 1,184 milhões de toneladas de papel e celulose de janeiro a outubro de 2017, produzidos pela unidade da Suzano Papel e Celulose em Imperatriz (MA), trazidos pela Ferrovia Norte Sul e Ferrovia Carajás.[28] Porto de Ponta da Madeira O Terminal Marítimo de Ponta da Madeira é um porto privado pertencente à Companhia Vale do Rio Doce, adjacente ao porto de Itaqui, e próximo à cidade de São Luís e defronte à Baía de São Marcos, no Maranhão, nordeste do Brasil. Destina-se principalmente à exportação de minério de ferro trazido do projeto Serra dos Carajás, no Pará. Entre janeiro e novembro de 2017, foram transportados 153,466 milhões de toneladas e é o campeão nacional em movimentação de cargas. Porto do Consórcio Alumar O Porto do Consórcio Alumar transportou 13,720 milhões de toneladas entre janeiro e novembro de 2017, ficando em 10º lugar no ranking de movimentação dos portos privados. Principais cidades São Luís: Tem como principais atividades econômicas, no setor da indústria, a Construção Civil e a Indústria de Transformação (produção de alumina e suas ligas em formas primárias, na Alumar). Com participação em 2015 de 44,5% no VA do setor da indústria, manteve o 1º lugar no ranking estadual em 2015. http://www.grancursosonline.com.br 9 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Divisão Inter-regional do Brasil – Nordeste, MA e RN GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Imperatriz: Tem como principais atividades econômicas, no setor secundário, a Indústria de Transformação e a Construção Civil. Com VA do setor da indústria de R$ 1,866 bilhão em 2015, As principais atividades que contribuíram para esse resultado foram: a indústria da Suzano Papel e Celulose e, em menor intensi- dade, a indústria Química (branqueamento de celulose). Quanto ao ranking dos municípios,ocupou o 2º lugar em 2015. Açailândia: Tem como principal atividade econômica a Indústria de Trans- formação (Metalurgia Básica) e a Construção Civil. Apresentou VA do setor da indústria de R$ 699,4 milhões em 2015, As principais atividades que contribuí- ram para esse resultado foram: a metalurgia básica (produção de ferro gusa); a Construção civil. Quanto ao ranking dos municípios, ocupou o 3º, em 2015. Santo Antônio dos Lopes: Tem como principais atividades econômicas, no setor da Indústria, a Indústria Extrativa (Extração de gás natural) e a Produção e distribuição de eletricidade, gás, água, esgoto e limpeza urbana (geração de energia). Teve participação no VA do setor da Indústria de 4,84%, em 2015. Ocupou o 4º em 2015. Estreito: Tem como principal atividade econômica, no setor da indústria, a Produção e distribuição de eletricidade, gás, água, esgoto e limpeza urbana, com destaque para a geração de energia hidrelétrica que entrou em operação no ano de 2010. Apresentou VA do setor da indústria de R$ 377,4 milhões em 2015. No ranking dos municípios, ocupou o 5º lugar em 2015. Miranda do Norte: Tem como principal atividade econômica a Indústria de Transformação (Geração de energia termoelétrica). Com VA do setor da indús- tria de R$ 263,5 milhões em 2015, o município apresentou participação no total do Estado de 1,92% em 2015. Quanto ao ranking dos municípios, ocupou o 6º lugar em 2015. São José de Ribamar: Tem como principal atividade econômica, no setor da indústria, a Construção Civil. Com VA do setor da indústria de R$ 251,6 milhões em 2015, o município apresentou participação no total do Estado de em 2015, ocasionado pelo retraimento do dinamismo na Construção Civil, principalmente na construção de condomínios residenciais. Quanto ao ranking dos municípios, manteve a 7º posição em 2015. http://www.grancursosonline.com.br 10 www.grancursosonline.com.br Divisão Inter-regional do Brasil – Nordeste, MA e RN GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Balsas: Tem como principais atividades econômicas, no setor da indústria, a Construção Civil e Indústria de Transformação (Alimentos, Adubos, fertilizan- tes e sementes). Com VA do setor da indústria de R$ 209,3 milhões em 2015, o município teve participação no total do Estado de 1,53%, em 2015. Quanto ao ranking dos municípios, ocupa o 8º lugar em 2015. Timon: Tem como sua principal atividade econômica a Construção Civil e a Indústria de Transformação (abate de bovinos). Com VA do setor da indústria de R$ 188,9 milhões em 2015, o município apresentou participação no total do Estado de 1,38%, em 2015. Quanto ao ranking dos municípios, ocupou o 9º lugar em 2015. Caxias: Tem como sua principal atividade econômica a Indústria de Trans- formação (Alimentos, bebidas e Metalúrgica) e Construção. Com VA do setor da indústria de R$ 174,9 milhões em 2015, come participação no total do estado de 1,28%, em 2015, ocasionado pelo crescimento na indústria Metalúrgica (che- gada de uma nova empresa no ramo de produção de Alumínio e suas ligas em formas primárias). Quanto ao ranking dos municípios, ocupou o 10º lugar em 2015. Rio Grande do Norte http://www.grancursosonline.com.br 11 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Divisão Inter-regional do Brasil – Nordeste, MA e RN GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online A economia do Rio Grande do Norte é a décima oitava maior do país e a quinta da região Nordeste (ficando atrás de Bahia, de Pernambuco, do Ceará, do Maranhão e à frente da Paraíba, de Alagoas, de Sergipe e do Piauí). De acordo com dados relativos a 2010, o Produto Interno Bruto do Rio Grande do Norte era de R$ 32 339 milhões (0,9% do PIB nacional), sendo R$ 28 543 o valor adi- cionado bruto e R$ 3 796 mil de impostos sobre produtos e líquidos de subsídios. No mesmo ano, o PIB per capita do Estado era de R$ 10 207,56. No setor primário, Mossoró é o maior destaque na agropecuária com a fruti- cultura irrigada, tendo o melão como principal produto destinado às exportações. Em seguida vêm: Touros, com sua atividade agrícola voltada principalmente para cultivo do abacaxi; Ceará-Mirim, com destaque no cultivo e produção de cana de açúcar e outras culturas, como mandioca e mamão; São José do Mipibu, com destaque para a plantação de cana de açúcar, e frutas, principalmente mamão e manga. Na pecuária, o Estado possuía, em 2011, 2 780 284 galináceos (entre galos, frangas, frangos e pintos), 2 161 643 galinhas, 1 047 797 bovinos, 587 916 ovinos, 406 616 caprinos, 262 489 vacas ordenhadas, 193 187 suínos, 53 422 codornas,51 448 asininos, 45 100 equinos, 20 997 muares, 2 547 bubalinos e 624 coelhos. Também foram produzidos 904 106 quilos de mel de abelha, 243 249 litros de leite, 35 671 mil dúzias de ovos de galinha e 768 mil dúzias de ovos de codorna. O setor secundário é o segundo mais importante para a economia do Estado, representando 21,5% das riquezas produzidas no Rio Grande do Norte. As indústrias mais abundantes no estado são a extrativa mineral (com des- taque para a produção de petróleo, gás natural, sal marinho e lâmpadas), a de transformação (principalmente na produção de bens não duráveis de consumo) e a de construção civil, e estão concentradas principalmente na Região Metropo- litana de Natal e em Mossoró. O Rio Grande do Norte também possui um dos polos agroindustrais mais importantes no contexto da região Nordeste e um moderno parque têxtil, é o maior Estado produtor de sal do país, respondendo por mais de 90% da produ- ção salineira do país, além de ser rico em recursos minerais, como o calcário, o caulim, a columbita, a diatomita, o granito, a mica e tantalita. http://www.grancursosonline.com.br 12 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Divisão Inter-regional do Brasil – Nordeste, MA e RN GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Conforme a Pesquisa Industrial Anual de Empresas de 2015, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o Rio Grande do Norte possuía 1 876 unidades empresariais locais, com mais de 76 mil trabalhadores. O setor terciário representa 74,3% do PIB potiguar e se destaca nas áreas de gastos públicos e comércio. No comércio, de acordo com dados da Pesquisa Anual do Comércio 2011, o Rio Grande do Norte possuía 2 110 unidades locais com receita de revenda, com um efetivo de mais de 124 mil trabalhadores e uma receita bruta de 22 726 611 mil reais. Já de acordo com a Pesquisa Anual de Serviços, realizada em 2010, existiam 7 444 empresariais no estado, com 92 280 trabalhadores e uma receita bruta de R$ 5 554 474 mil reais. Os principais destaques são Natal, com a expansão das atividades comerciais e de servi- ços de informação; Mossoró, com o comércio e nos transportes, este último por causa da presença da atuação da Petrobras no município; Parnamirim, com seu crescimento imobiliário decorrente do aumento populacional; São Gonçalo do Amarante, nos transportes; e Guamaré, com a comercialização de derivados do petróleo, fabricados no polo petroquímico. O PIB do setor terciário era de 21 210 milhões de reais, sendo R$ 8 094 milhões de gastos públicos (administração, saúde e educação públicas e seguridade social); R$ 4 582 milhões do comércio; R$ 2 144 de atividades imobiliárias e aluguéis; R$ 1 090 milhões de intermedia- ção financeira, seguros e previdência complementar e serviços relacionados; R$ 1 009 milhões de transportes, armazenagem e correio e R$ 524 milhões de ser- viços de informação. Quanto aos serviços financeiros, no ano de 2014, 132 dos 167 municípios do Estado possuíam agência bancária. A pauta de exportação do Estado, em 2012, baseou-se em Melões (25,18%), Coco, Castanha e Caju (14,30%), Açúcar de Confeitaria (6,44%), Bananas (5,17%) e Outros Produtos de Origem Animal não Comestíveis (4,61%). Direto do concurso (BNB/CESPE) Considerando as diversas temáticas que envolvem a região Nordeste do Brasil, julgue os itens que se seguem: http://www.grancursosonline.com.br 13 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Divisão Inter-regional do Brasil – Nordeste, MA e RN GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online 32. A produtividade e o desenvolvimento tecnológico fizeram no Nordeste uma região produtora de alguns gêneros agrícolas de zonas temperadas, como a uva e o trigo, cultivados no Estado da Bahia. 33. As regiões metropolitanas de Salvador, Recife e Fortaleza são polos de in- dustrialização de destaque no Nordeste brasileiro. 34. O Nordeste tornou-se um grande receptor de migrantes das outras regiões do Brasil, em razão de fatores como a crise do ciclo da cana-de-açucar, a perda da capital federal para o Rio de Janeiro e os ciclos econômicos de grande acumulação de capital acontecidos fora da região nordestina. 35. O clima e os aspectos socioambientais de toda a região Nordeste do país estão ilustrados de forma abrangente e ainda atual nas obras de literatura regional que trata da seca e dos seus impactos geopolíticos nessa região. 36. O objetivo principal da chamada indústria da seca, estratégia desenvolvida por prefeituras de municípios que fazem parte do polígono das secas, é a criação de meios sociais de ajuda ao sertanejo nordestino. 37. Matopiba, uma região do cerado que abrange três Estados nordestinos, é considerada uma fronteira agrícola no Brasil, sendo responsável, em gran- de parte, pela produção brasileira de grãos. Comentário 32. A produtividade e o desenvolvimento tecnológico fizeram no Nordeste uma região produtora de alguns gêneros agrícolas de zonas temperadas, como a uva e o trigo, cultivados no Estado da Bahia. 33. As regiões metropolitanas de Salvador, Recife e Fortaleza são polos de in- dustrialização de destaque no Nordeste brasileiro, nessa ordem. http://www.grancursosonline.com.br 14 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Divisão Inter-regional do Brasil – Nordeste, MA e RN GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online 34. O Nordeste tornou-se uma grande EMISSORA de migrantes para outras re- giões do Brasil, em razão de fatores como a crise do ciclo da cana-de-açucar, a perda da capital federal para o Rio de Janeiro e os ciclos econômicos de grande acumulação de capital acontecidos fora da região nordestina. 35. Há pessoas no Brasil que ainda acreditam que o Nordeste brasileiro é uma enorme caatinga. O Maranhão, por exemplo, possui a Mata dos Cocais uma região de transição entre a Amazônia e a caatinga. Nem sempre a literatura tem a sensibilidade e o preparo adequado para ver a realidade nordestina. O Nordeste é dividido em zona da mata, agreste, caatinga e meio norte. 36. A indústria da seca é das mais perversas do Brasil. São grupos, pequenas oligarquias nordestinas que ganham e obtém vantagens nesse quadro de miséria e seca de forma a se perpetuarem no poder de maneira a que não haja melhor distribuição de renda para as famílias. 1. (GEOGRAFIA DEMOGRAFIA CENTRO DE SELEÇÃO E DE PROMOÇÃO DE EVENTOS UNB CESPE 2017 PREFEITURA DE SÃO LUÍS- MA) A res- peito da divisão inter-regional do trabalho no Brasil, assinale a opção correta. a. A região Sul, apesar de eminentemente industrial, impulsiona a economia nacional por meio de seu setor terciário. b. A região Sudeste coordena o mercado nacional e exporta, unicamente, produtos do setor primário. c. A região Centro-Oeste está voltada para a exportação de produtos agríco- las, principalmente o cacau e o fumo. d. A produção de alimentos do Nordeste, apesar da semiaridez da região, é suficiente para abastecer as demais regiões brasileiras. e. Em sua maior parte, o PIB da região Norte advém da exportação de maté- ria-prima, especialmente minérios. http://www.grancursosonline.com.br 15 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Divisão Inter-regional do Brasil – Nordeste, MA e RN GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Comentário a. A região Sul é diversificada, não tem apernas indústrias, possui também comércio e serviços. c. A região Centro-Oeste está voltada para a exportação de produtos agrícolas. d. Nem tudo está concentrado na caatinga: há muita produção no agrestre, na zona da mata e no meio norte. e. Em sua maior parte, o PIBda região Norte advém da exportação de maté- ria-prima, especialmente minérios e o primeiro Estado é o Estado do Pará. 2. (2018 CESPE ABIN DE INTELIGÊNCIA) Com referência à divisão inter-re- gional do trabalho e da produção no Brasil, julgue o item a seguir. As atividades corporativas de empresas nacionais e internacionais (produ- ção, circulação, distribuição e consumo) integram partes expressivas do ter- ritório brasileiro, por meio de redes de infraestruturas, de informação e co- municação 3. (2018 CESPE ABIN CESPE AGENTE DE INTELIGÊNCIA) Com referência à divisão inter-regional do trabalho e da produção no Brasil, julgue o item a seguir. A Zona Franca de Manaus é uma concentração industrial que, apesar de distar dos grandes centros urbanos e consumidores do centro-sul do país, se articula a praticamente todo o território nacional, ilustrando o processo de privatização do território por meio do uso privado de recursos públicos. Comentário A Zona Franca de Manaus é uma concentração industrial. 4. Com a globalização e as exigências do mercado global, todo o território na- cional se inseriu em dinâmicas de competição internacional ligadas à expor- http://www.grancursosonline.com.br 16 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Divisão Inter-regional do Brasil – Nordeste, MA e RN GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online tação de produtos agropecuários e industriais ou nas atividades de suporte ao circuito superior e inferior da economia, gerando ciclos de desenvolvimen- to econômico. Comentário O Brasil é cheio de “ilhas” de desigualdades e discrepâncias. 5. As atividades corporativas de empresas nacionais e internacionais (produ- ção, circulação, distribuição e consumo) integram partes expressivas do ter- ritório brasileiro, por meio de redes de infraestruturas, de informação e co- municação. A fábrica global instala-se além de toda e qualquer fronteira, articulando ca- pital, tecnologia, força de trabalho, divisão do trabalho social e outras forças produtivas. Acompanhada pela publicidade, a mídia impressa e eletrônica, a indústria cultural, misturadas em jornais, revistas, livros, programas de rá- dio, emissões de televisãio, videoclipes, fax, redes de computadores e outros meios de comunicação, informação e fabulação, dissolve fronteiras, agiliza os mercados, generaliza o consumismo. Provoca a desterritorialização e re- territorialização das coisas, gentes e ideias. Promove o redimensionamento de espaços e tempos. Octavio Ianni Teoria da Globalização. Rio de Janeiro.Editora Civilização, 2001 6. Considerando o texto precedente e os múltiplos aspectos a ele relacionados, julgue os itens seguintes. A reestruturação produtiva promoveu a intensificação dos fluxos de capitais produtivos e financeiros, acentuando a divisão do trabalho entre os países e a novas formas de organizar a produção. http://www.grancursosonline.com.br 17 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Divisão Inter-regional do Brasil – Nordeste, MA e RN GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online 7. (IPHAN/2018/ENGENHARIA CARTOGRÁFICA/CESPE) A dimensão conti- nental do Brasil; a unidade territorial construída na sua formação econômica e política sobre uma grande diversidade social; a grande heterogeneidade de sua economia; o tempo histórico diferenciado da formação, consolidação e declínio ou transformação dessas economias regionais, com a constituição do “arquipélago regional” que foi posteriormente articulado e integrado, pro- piciam o surgimento de agudas “ questões regionais”, que requerem estudos que busquem compreender a lógica do desenvolvimento e das relações entre essas várias economias espaciais que constituem uma só economia nacional” G. Neto e C.A.A.Brandão Formação econômica do Brasil e a questão regional. Internet www.ufpa. br( com adaptações) � a. O desenvolvimento de tecnologia apropriada à exploração do cerrado no centro-sul do Brasil possibilitou a migração de capitais para o interior. b. A produção e o escoamento de culturas altamente tecnificadas no meio norte do país tornou-se viável em função da chegada da ferrovia Norte-Sul. c. O vale do São Francisco se destaca por seu potencial econômico, sendo reconhecido como um grande produtor de frutas do país. GABARITO 32. C 33. C 34. E 35. E 36. E 37. C 1. e 2. C 3. C 4. C 5. E http://www.grancursosonline.com.br http://www.ufpa.br http://www.ufpa.br 18 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Divisão Inter-regional do Brasil – Nordeste, MA e RN GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online 6. C 7. C 8. a: C; b: C e c: C ������������������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pela professora Rebecca Guimarães. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con- teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclusiva deste material. http://www.grancursosonline.com.br 1 www.grancursosonline.com.br A Divisão Inter-Regional da Produção e do Trabalho no Brasil GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online A DIVISÃO INTER-REGIONAL DA PRODUÇÃO E DO TRABALHO NO BRASIL Relembrando! O Brasil, de tão grande que é, poderia ser dividido em vários países por congregar várias realidades. Tanto a maneira de produzir quanto a maneira de desenvolver o trabalho são distintas entre as regiões brasileiras. A divisão do IBGE de 1940 dividiu o Brasil em cinco regiões baseadas nas questões fisionômicas, nas questões fitogeográficas, nos biomas brasileiros. Na década de 1970, o geógrafo brasileiro Pedro Pinchas Geiger propôs três Brasis: Nordeste, Amazônia e Centro-Sul. Na década de 1990, o professor baiano Milton Santos propõe a divisão baseada em critérios técnicos-científicos- -informacionais: Nordeste, Amazônia, a região Centro-Oeste, que também seria composta pelo Tocantins, e a região Concentrada (Sul e Sudeste). As três principais regiões metropolitanas no Nordeste são Salvador, Recife e Fortaleza, que polarizam atividades industriais e também atividades terciárias. A desindustrialização e a desconcentração industrial começam, no Brasil, a partir da década de 1970 e se intensificam no final de 1980, início dos anos 1990. A configuração do mapa brasileiro acabou sendo alterada, não profundamente, porque, com toda a desindustrialização e desconcentração industrial, o estado de São Paulo ainda concentra, no mínimo, 30% do PIB brasileiro. Algumas indústrias de São Paulo se deslocaram para a região metropolitana de Osasco, Diadema e outras para o litoral nordestino, sobretudo para essas três metrópoles (Salvador, Recife e Fortaleza). Muitas indústrias estão saindo do Brasil e indo para países do Mercosul, como o Paraguai. O Paraguai, nos últimos anos, também recebeu a instalação de plantas brasileiras, de fábricas que se transferiram do Brasil. Outro país que também atraiu, nas últimas décadas, algumas indústrias brasileiras foi, na Ásia, a China. A perda de indústrias de São Paulo não é apenas para outras regiões do Brasil, mas também para outros países. O estado do Pará hoje se destaca como maior produtor de cacau, ultrapassando a colheita baiana. AN O TAÇ Õ ES http://www.grancursosonline.com.br 2 www.grancursosonline.com.br A Divisão Inter-Regional da Produção e do Trabalho no Brasil GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Em Salvador também há gadobovino; no estado da Bahia, produção de minério, (Sudoeste) com destaque para o urânio (também há urânio em Santa Quitéria no estado do Ceará). A exploração extrativista na Bahia (calcário e magnésio) também é destaque. O oeste baiano tem recebido muito cultivo de soja. O estado de Pernambuco é o maior produtor de gesso e vidro. No Porto Digital de Recife, instalaram-se a Coca-Cola e a Samsung. Como falar do agreste pernambucano sem falar do polo têxtil? Campina Grande na Paraíba também se destaca no campo da tecnologia. O Porto de Pecen, no Ceará, vem produzindo energia maremotriz com o apoio da Universidade Federal do Rio de Janeiro e contando com capital privado (e também do Estado). SERGIPE http://www.grancursosonline.com.br 3 www.grancursosonline.com.br A Divisão Inter-Regional da Produção e do Trabalho no Brasil GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online A primeira capital de Sergipe foi São Cristóvão, um dos 14 lugares do Brasil que foi tombado como Patrimônio Cultural da Humanidade, pela Unesco. Em São Cristóvão, há a praça de São Francisco, um complexo de igrejas que pre- serva a arquitetura ibérica, quando Felipe III construiu essas igrejas, de uma sensibilidade arquitetônica única. Na região metropolitana de Aracaju, há Barra dos Coqueiros, Maruim, Ria- chuelo, Laranjeiras, N. Sra. do Socorro. A composição do seu PIB é a seguinte: • Agropecuária: 4,6% • Indústria: 30,6%. • Serviços: 64,8% A agricultura tem, na cana-de-açúcar, o principal produto. Outros cultivos importantes são: laranja, coco-da-baía, mandioca, milho, feijão, arroz, batata- -doce, abacaxi, maracujá, banana, limão, entre outros. A pecuária, por sua vez, não é muito expressiva, sendo composta por reba- nhos bovinos, caprinos e criações de aves. Carmópolis é o principal município sergipano produtor de petróleo – recente- mente a Petrobras fechou a fábrica que possuía em Carmópolis, causando um grande desemprego. PIAUÍ http://www.grancursosonline.com.br 4 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES A Divisão Inter-Regional da Produção e do Trabalho no Brasil GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Destacam-se, no mapa, o Rio São Francisco e a Estrada de Ferro dos Cara- jás que traz o minério produzido no Pará até o Porto de Madeira, ao lado de Itaqui, em São Luis do Maranhão. A segunda bacia hidrográfica do Nordeste, a seguir a do São Francisco, é do Parnaíba. A Ferrovia Centro Atlântica hoje administra ferrovias nos estados da Bahia, Goiás e Minas Gerais e liga o centro do Brasil ao oceano Atlântico. Em tempo de recuperação lenta da economia brasileira, o Piauí tem mostrado resultados expressivos na balança comercial. Dados da Secretaria de Desen- volvimento Econômico do Estado revelam que entre janeiro e abril de 2017 o volume de exportações do Piauí cresceu 126%, com relação a 2016, chegando a R$ 397 milhões. Mais uma vez, os produtos que encabeçam a lista dos mais vendidos para países do exterior são: • Soja • Cera da Carnaúba • Mel "Temos uma dificuldade no mercado interno e começamos a trabalhar a venda e os negócios no campo internacional. O resultado foi a evolução das exporta- ções e enxergar que o mercado não é só Nordeste nem só Brasil, mas é mundo", declarou o superintendente de Desenvolvimento do Estado, Raimundo Castro. A aposta em parceria com países como Estados Unidos e China está aju- dando a fortalecer produtores que atuam no agronegócio do Piauí. O volume de produtos exportados também se destacou na balança comercial piauiense, com aumento de 275%. Para chegar a esse valor, os empresários se unem para enfrentar o alto valor do frete no mercado internacional. "É possível, por exemplo, criar um centro de distribuição na China e juntar todos os nossos impor- tadores para vir em alguns navios. No Pecen faz a desunitização e isso faz cair, sensivelmente, o custo do transporte internacional", explica Raimundo Castro. E, ao que tudo indica, a balança comercial desse ano vai continuar a prospe- rar, pelo menos no que diz respeito às exportações. Estudo feito com dados do governo federal mostram crescimento de 27% nas exportações piauienses de janeiro a março de 2018. É o maior desempenho da região neste ano. http://www.grancursosonline.com.br 5 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES A Divisão Inter-Regional da Produção e do Trabalho no Brasil GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online A boa notícia é que o bom desempenho do setor produtivo pode resultar em mais oportunidades de emprego para a população piauiense. ALAGOAS Alagoas foi o primeiro Estado brasileiro onde se realizou prospecção de gás natural. Atualmente, a atividade econômica que mais cresce no estado é o turismo, sendo a capital Maceió uma das mais visitadas da região Nordeste. Outras ativi- dades que desempenham papel importante na economia de Alagoas são: Agricultura: cultivo de produtos como o abacaxi, o coco, a cana-de-açúcar, o feijão, o fumo, a mandioca, o arroz e o milho. Pecuária: criações de equinos, bovinos, bubalinos, caprinos, ovinos e suínos. Extrativismo: reservas minerais de sal-gema, gás natural, além do petróleo. Indústria: produção de açúcar e álcool, de cimento e processamento de ali- mentos. http://www.grancursosonline.com.br 6 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES A Divisão Inter-Regional da Produção e do Trabalho no Brasil GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Por muito tempo, a agropecuária foi a principal atividade da economia ala- goana, porém hoje representa apenas 10,3% da mesma. Essa redução ocorreu porque o governo na década de 1960 passou a diversificar os investimentos, aplicando na exploração do sal-gema e na produção de petróleo. PARAÍBA A composição do PIB do Estado da Paraíba é a seguinte: • Agropecuária: 5,6%. • Indústria: 22,4%. • Serviços: 72%. O setor de serviços é responsável pela maior arrecadação de receitas no estado. O turismo é um dos elementos que fortalecem esse setor da econo- mia. João Pessoa, capital estadual, apresenta excelente estrutura hoteleira para receber os visitantes de diversos locais do país que buscam desfrutar as belezas naturais da região. http://www.grancursosonline.com.br 7 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES A Divisão Inter-Regional da Produção e do Trabalho no Brasil GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Correspondendo a 22,4% do PIB estadual, a indústria é pouco diversificada. Na Paraíba, os principais segmentos desse setor da economia são: têxtil, ali- mentício, metalúrgico e produtos de couro. Campina Grande tem se destacado como centro de tecnologia para exportação de programas de informática. REGIÃO SUDESTE ESPÍRITO SANTO O Estado do Espírito Santo foi, ao longo da história, mantido estrategica- mente isolado com suas selvas e montanhas que protegiam o acesso ao ouro de Minas Gerais. Depois da 2ª Guerra Mundial e a partir da década de 60, o Brasil se reinventou, se urbanizou e essa dinâmica influenciou o estado do Espírito Santo, que começa a ser povoada e recebe as primeiras mudas de café vindas do Rio de Janeiro. O município do Espírito Santo que possui o maior PIB é Presidente Kennedy e o petróleo faz desse município um dos mais ricos do Brasil. A economia do Espírito Santo é diversificada e movimenta negócios das seguintes cadeias produtivas: • Petróleo e gás: segundo maior produtor brasileiro. • Siderurgia e mineração: maior exportador do mundo de pelotas de minériode ferro e grande produtor de aço. • Celulose: sede da maior produtora mundial de celulose branqueada de eucalipto. • Rochas ornamentais: possui uma das maiores reservas de mármore e gra- nito do País, com uma enorme variedade de cores. • Moveleiro: sexta maior indústria de móveis do país. Além dos setores metalmecânico, confecções, construção civil, alimentos, automotivo, entre outros. Destaque também para o agronegócio, com ênfase para as seguintes produções: • Café: segundo maior produtor e exportador nacional. • Fruticultura: primeiro lugar na produção e exportação de mamão e sede de uma das maiores fábricas de sucos do mundo. http://www.grancursosonline.com.br 8 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES A Divisão Inter-Regional da Produção e do Trabalho no Brasil GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online A economia do Espírito Santo é baseada principalmente nas atividades por- tuárias, de exportação e importação (maior do país) e está indo muito bem na indústria de celulose e de rochas ornamentais (mármore e granito – maior do mundo), na celulose (fibra – maior do país), extraída dos pinheiros de eucalipto, na exploração de petróleo (2° maior) e gás natural (maior do país), além da diver- sificada agricultura, principalmente do plantio do café (segundo maior). Santos (SP) Paranaguá (PR) Rio de Janeiro (RJ) Itajaí (SC) Vitória (ES) Rio Grande (RS) São Francisco do Sul (SC) Manaus (AM) Aratu (BA) Salvador (BA) http://www.grancursosonline.com.br 9 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES A Divisão Inter-Regional da Produção e do Trabalho no Brasil GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online A economia do Estado se vê em uma fase de grande crescimento que se deve, principalmente, à ampliação da agricultura e do turismo, e da descoberta de imensas jazidas de petróleo e gás natural, e também que só nos últimos anos o estado passou a explorar seu grande potencial econômico, com a implantação da indústrias de rochas ornamentais, sendo que o estado coloca o Brasil entre os maiores produtores de mármore e granito do mundo, e também pela implantação da empresa Aracruz Celulose. As principais culturas agrícolas são: arroz, café (das mais importantes do país, tanto que o município de São Gabriel da Palha determina para o resto do país a cotação diária do café Conilon no mercado), feijão, frutas (banana, mara- cujá, mamão), milho. Na pecuária, gado de corte e leiteiro. Na indústria, produtos alimentícios, madeira, celulose (Fibria), têxteis, móveis e siderurgia, destacando-se no município de Serra, um dos sete que consti- tuem a Região Metropolitana da Grande Vitória, a CST (Companhia Siderúrgica de Tubarão), que no ano de 2005 uniu-se ao grupo francês Arcellor Mittal (um dos maiores do mundo no setor) e as usinas de pelotização da CV (Companhia Vale). Outra indústria importante no ramo siderúrgico é a Samarco, localizada no município de Anchieta e que possui o maior mineroduto subterrâneo do mundo, transportando minério a partir de jazidas do vizinho estado de Minas Gerais até a indústria. Vitória é importante porto de exportação de minério de ferro. Guarapari é um importante centro de extração de areia monazítica (rica em cério, tório, lantânio e titânio). A presença da monazita em algumas praias do município faz com que seja muito procurado por turistas em busca de alívio para alguns males do corpo, contra os quais o mineral é eficaz. Em São Mateus, descobriram-se e exploraram-se reservas petrolíferas na plataforma continental. No litoral sul, a descoberta de petróleo deve impulsionar a economia do estado, que até 2008 terá a segunda maior produção de petróleo do Brasil, os municípios litorâneos como Presidente Kennedy, Itapemirim e Marataízes terão crescimento econômico e social com índices muito altos e se tornarão os muni- cípios com maior PIB per capita do Estado. http://www.grancursosonline.com.br 10 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES A Divisão Inter-Regional da Produção e do Trabalho no Brasil GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Destaque para as festas do interior, como a Festa da Polenta em Venda Nova do Imigrante, Sömmerfest de Domingos Martins, a festa do morango de Domin- gos Martins, a festa do Imigrante Italiano em Santa Teresa, o carnaval de Gua- rapari, Festival de Arte e Música de Alegre e Festival Internacional de Inverno de Domingos Martins. A festa de Mimoso do Sul e o Festival de Sanfona e Viola de São Pedro do Itabapoana distrito de Mimoso do Sul, e também o carnaval de Mimoso, que atrai muitos visitantes e chega a ser o melhor carnaval do Sul do Espírito Santo. ����������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pela professora Rebecca Guimarães. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con- teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclusiva deste material. http://www.grancursosonline.com.br 1 www.grancursosonline.com.br A Divisão Inter-Regional da Produção e do Trabalho no Brasil II GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online A DIVISÃO INTER-REGIONAL DA PRODUÇÃO E DO TRABALHO NO BRASIL II MINAS GERAIS Minas Gerais é um estado diversificado. A relação do estado de Minas Gerais com o estado da Bahia é muito forte. O geógrafo Milton Santos considerava até que o norte de Minas Gerais deveria sair da região Sudeste e ser classificado como região Nordeste. Juntamente com Mato Grosso, Minas Gerais é um dos Estados diversos quando se aborda o tema das realidades socioeconômicas e também de biomas. Minas Gerais tem cerrado, morros, Mata Atlântica e regiões áridas, como a do Jequitinhonha. O setor primário da economia mineira correspondeu a cerca de 8,7%. AN O TAÇ Õ ES http://www.grancursosonline.com.br 2 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES A Divisão Inter-Regional da Produção e do Trabalho no Brasil II GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Das culturas do estado, o café foi o que teve a maior participação no que se refere ao valor da produção agrícola estadual, chegando a 40%. Minas Gerais foi a origem de 61,2% de todo o café produzido no país, por- tanto o maior produtor do país. A região sul do estado é a principal origem do café mineiro, onde é cultivado em sua maioria a variedade arábica. A produção de cana-de-açúcar, por sua vez, representa quase vinte por cento do valor da produção agrícola de Minas, seguido pelo milho, pela soja e pelo feijão. Minas também se destaca no cenário nacional na produção de batata, sorgo, tomate, banana e abacaxi. No município de Jaíba, no norte de estado, um pro- jeto implantou a maior área de agricultura irrigada da América do Sul, onde são cultivadas mais de trinta variedades de frutas, dentre elas a banana-prata, da qual o município é o maior produtor. Em relação à pecuária, Minas Gerais lidera a produção nacional de leite, com uma produção de 8,4 bilhões de litros em 2010, o que equivaleu a um quarto da produção brasileira. O estado também possui uma importante participação nacio- nal nas criações de corte de bovinos, suínos e frangos. A produção mineira de ovos também foi a segunda maior do país, com cerca de 375 milhões de dúzias. A atividade de extração de minerais metálicos é a que possui maior participa- ção no setor secundário mineiro, com aproximadamenteum quarto de represen- tação na indústria estadual e respondendo por mais de quarenta por cento da produção mineral nacional. Dentre os principais minérios extraídos destacam-se o ferro, o manganês (explorados sobretudo na região conhecida como Quadrilátero Ferrífero), o ouro, o níquel, o nióbio, o zinco, o quartzo, o enxofre, o fosfato e a bauxita. Três quartos da indústria mineira, por sua vez, correspondem a atividades de transformação dos quais o mais participativo é o setor de metalurgia, sendo que, no âmbito da indústria siderúrgica, o estado foi responsável por um terço da produção nacional. Em Minas estão instaladas unidades produtivas de alguns dos maiores grupos ligados ao setor do país, como a Gerdau, a Usiminas e a ArcelorMittal. O estado possui, ainda, significativa participação no setor de fundição, com atividades concentradas sobretudo no centro-oeste do estado e cuja metade da produção é destinada ao setor de automobilísticos. http://www.grancursosonline.com.br 3 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES A Divisão Inter-Regional da Produção e do Trabalho no Brasil II GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online A seguir, destaca-se o setor de produtos alimentícios, que corresponde a 13% das atividades industriais de Minas. Em seguida, com participação pratica- mente semelhante, está o setor automobilístico, responsável pela produção de quase um quarto da produção nacional de veículos a partir da presença de uni- dades produtivas de empresas como Iveco, Fiat e Mercedes Benz. Destaca-se, ainda, a produção de cimento, sendo que o estado é o maior produtor nacional, fato que é favorecido pelas grandes reservas de calcário em território mineiro. Outro setor importante é a indústria química, especialmente o setor de plásticos, cuja produção destina-se principalmente a atender outras cadeias produtivas. O setor terciário é o mais importante da economia mineira, pois corresponde a mais da metade das atividades econômicas do estado. O comércio varejista tem acompanhado o crescimento do setor no país, que foi de 8,3% no período de 2009 a 2012. Contudo, alguns segmentos apresentaram comportamentos distin- tos, como a venda de móveis e eletrodomésticos, que evoluiu acima da média nacional, ao contrário do segmento de super e hipermercados, que foi abaixo da média brasileira no mesmo período. Contudo, a participação do comércio no setor terciário é superada somente pelo segmento de administração pública, responsável por movimentar 13,7% de todo o PIB estadual. Em 2010, foram arrecadados no estado aproximada- mente 43,5 bilhões de reais em impostos, o que corresponde a doze por cento do PIB mineiro. Destacam-se, ainda, as atividades ligadas ao setor imobiliário e de aluguéis (8,6% do valor agregado bruto mineiro), intermediação financeira (5,2%) e de transportes (5,1%). O comércio exterior de Minas Gerais tem apresentado um crescimento con- tínuo acima da média nacional, o que fez sua participação em vendas externas nacionais aumentarem de 10,5% em 2002 para 13,4% em 2012 e consolidar- -se como o segundo maior estado exportador do país. Mais da metade do total exportado compõe-se de produtos da extração mineral bruta ou processados pela indústria metalúrgica. Cerca de um quinto desse total compõe-se de pro- dutos da agropecuária, em especial o café. Destaca-se, ainda, o crescimento na exportação de medicamentos, soja e ouro não monetário nas exportações mineiras. Os principais destinos dos produtos exportados são a China, o Japão, http://www.grancursosonline.com.br 4 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES A Divisão Inter-Regional da Produção e do Trabalho no Brasil II GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online a Alemanha, os Estados Unidos e a Argentina. De forma similar, a importação de produtos no estado manteve-se crescendo com taxas similares às nacionais. Destaca-se nesse contexto a compra de veículos automotores, produtos quími- cos e farmacêuticos, produtos minerais e maquinaria industrial. O resultado da balança comercial mineira manteve-se positivo ao longo nos últimos dez anos, o que significa que o estado exportou mais do que importou. Em 2011, o superávit mineiro chegou a 28,4 bilhões de reais, muito próximo ao superávit brasileiro de 29,8 bilhões, evidenciando, portanto, a relevância do estado no comércio inter- nacional brasileiro. RIO DE JANEIRO No setor primário da economia, o estado do Rio de Janeiro apresenta uma agropecuária na qual não houve o processo de modernização e mecanização agrícola, como ocorreu em outros estados brasileiros, como São Paulo e Mato http://www.grancursosonline.com.br 5 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES A Divisão Inter-Regional da Produção e do Trabalho no Brasil II GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Grosso. Entretanto, mesmo com os impedimentos produtivos do setor agrope- cuário, o Estado se destaca na produção de cana-de-açúcar, além de mandioca, tomate, arroz, feijão, milho, batata, laranja e banana. Além disso, no extrativismo ocupa um lugar de destaque na extração de sal, calcário, dolomita e mármore e especialmente de petróleo, responsável por grande parte da produção nacional. O setor secundário da economia é aquele que transforma as matérias-primas (produzidas pelo setor primário) em produtos industrializados (roupas, máqui- nas, automóveis, alimentos, eletrônicos, casas etc.). Como existem conhecimen- tos tecnológicos agregados aos produtos do setor secundário, o lucro obtido na comercialização é significativamente maior do que aquele obtido no setor primá- rio. Países com grau de desenvolvimento elevado tem a sua economia baseada no setor secundário da economia. No setor secundário da economia, o estado do Rio de Janeiro se destaca nas áreas da metalurgia, siderurgia, gás-química, petroquímica, naval, automobilís- tica, audiovisual, cimenteira, alimentícia, mecânica, extração de petróleo, entre outros. Podemos destacar como exemplos os municípios de Volta Redonda, com a Companhia Siderúrgica Nacional, destaque na produção siderúrgica e metalúrgica, além dos municípios de Campos dos Goitacazes e de Macaé, com relação às indústrias petrolíferas. Na produção de petróleo, estão estabelecidas sedes de grandes empresas ligadas ao setor, como Petrobras, Shell, Esso, Ipi- ranga, El Paso etc. O setor terciário da economia é aquele que engloba os serviços. Os serviços, diferente dos outros dois setores citados anteriormente, são produtos não mate- riais. Pode-se citar como exemplo de atividades neste setor: comércio, educação, saúde, telecomunicações, serviços de informática, seguros, transporte, serviços de limpeza, serviços de alimentação, turismo, serviços bancários e administrati- vos, transportes, entre outros. No terceiro setor da economia, o estado do Rio de Janeiro ainda abriga a sede de importantes empresas como a Tim, a Oi, a Telemar e a Embratel. Entre- tanto, o setor voltado para a indústria do turismo se destaca neste setor. http://www.grancursosonline.com.br 6 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES A Divisão Inter-Regional da Produção e do Trabalho no Brasil II GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online SÃO PAULO São Paulo é o estado mais rico do Brasil, com o maior PIB entre os estados brasileiros e o segundo PIB per capita da Federação, sendo assim um dos mais importantes polos econômicos do continente americano. Em 2014, seu PIB foi de R$ 1,858 trilhões, ou 32,2% do PIB nacional. Possui uma economia diversificada, composta por indústrias metal-mecâ- nica, sucroalcooleira,têxtil, química, automobilística, aeronáutica e de informá- tica, bem como pelos setores de serviços, financeiro e agropecuário. São Paulo oferece uma boa infraestrutura logística para investimentos, devido às boas condições e extensão de sua malha rodoviária, bem como por sua infra- estrutura hidroviária, portuária e aeroportuária. A interligação dessas malhas per- mite um eficiente sistema de transporte multimodal. http://www.grancursosonline.com.br 7 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES A Divisão Inter-Regional da Produção e do Trabalho no Brasil II GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online A Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo, em setembro de 2010, tornou-se a segunda maior bolsa de valores do mundo, em valor de mercado. Apesar de continuar a crescer economicamente, o estado de São Paulo vem perdendo parte de sua participação no PIB nacional devido, evidentemente, ao desenvolvimento dos outros estados. Em 1990, o Estado respondia por 37,3% do produto interno bruto do Brasil. Em 2008, a participação na produção total de bens e serviços do país foi de 33,1%. Em 2009, a participação foi de 33,5%, caindo nova- mente para 33,1% em 2010 e 32,1% em 2013 e subindo para 32,2% em 2014. São Paulo é responsável por 28,6% dos produtos industrializados fabricados no Brasil. A participação no PIB industrial nacional reduziu desde 2010, quando era responsável por 32,1% do total. Em relação ao PIB do Estado, a indústria responde por 22,9% . A indústria é a principal característica da economia paulista. Depois da crise de 1929, em Nova Iorque, o café deu lugar às indústrias, que fizeram São Paulo permanecer na liderança da indústria nacional até hoje. O estado supera a pro- dução industrial do Rio de Janeiro, de Minas Gerais e a do Rio Grande do Sul. Seus principais polos industriais são: Região Metropolitana de São Paulo: maior polo de riqueza nacional, a região possui um polo industrial extremamente diversificado com indústrias de alta tecnologia e indústrias automobilísticas, situadas principalmente na região do ABC. Atualmente a metrópole está passando por uma transformação econô- mica, deixando seu forte caráter industrial e passando para o setor de serviços. Vale do Paraíba: possui indústrias do ramo aeroespacial, como a Embraer, indústrias automobilísticas nacionais, como a Volkswagen e a General Motors e indústrias de alta tecnologia. Também estão presentes as indústrias de eletroe- letrônicos, têxtil e química. Região Metropolitana de Campinas: conhecida como "Vale do Silício bra- sileiro", devido à grande concentração de indústrias de alta tecnologia, como a Lucent Technologies, IBM, Compaq e Hewlett-Packard (HP), principalmente nas cidades de Campinas, Indaiatuba e Hortolândia, a região possui um forte e diver- sificado polo industrial, com indústrias automobilísticas, indústrias petroquímicas como a REPLAN, em Paulínia e indústrias têxteis, especialmente nas cidades de Americana, Nova Odessa e Santa Bárbara d'Oeste. http://www.grancursosonline.com.br 8 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES A Divisão Inter-Regional da Produção e do Trabalho no Brasil II GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Região Administrativa Central: situada no centro do Estado, onde se locali- zam as cidades de São Carlos e Araraquara, constitui um importante polo de alta tecnologia, com indústrias de diferentes áreas, como a fábrica da Volkswagen motores, Faber-Castell, Electrolux, Tecumseh e Husqvarna. Mesorregião de Piracicaba: situada ao lado da Região Metropolitana de Campinas, ali se localizam importantes municípios como Piracicaba, popular- mente conhecida como a "Florença Paulista",[carece de fontes] Limeira e Rio Claro. Essa região é internacionalmente conhecida pela presença de empresas que produzem biotecnologia, além da produção de biocombustíveis. Piracicaba destaca-se pelo cultivo e inovação na produção de cana de açúcar, etanol. Mesorregião de Ribeirão Preto: situada no norte e nordeste do Estado, onde se localizam as cidades relevantes de Ribeirão Preto, Franca, Sertãozinho, Barretos, Bebedouro, Jaboticabal, Matão, entre outras, constitui um importante polo com indústrias de diferentes áreas, como a fábrica da Coca-Cola, da Nestlé e da 3M. Outros setores se destacam na região, tais como produção de alimen- tos e bebidas; indústrias da área de saúde; papel, papelão e gráfica; metalúr- gica, têxtil, vestuário e calçados. Da principal fonte de renda do setor primário, a cana-de-açúcar, se retira a matéria prima para fabricação do álcool e do açúcar, sendo que é um dos maiores polos produtores destes produtos no Estado de São Paulo. O Estado de São Paulo é uma das unidades federativas do Brasil que mais contribui para a produção agropecuária do país. Em 2009, contribuiu com 9% de toda a atividade nacional no setor. O estado é, isoladamente, o maior produtor de suco de laranja e de frutas. Em 2010, contribuiu com 77% de toda a produção nacional de laranja e 58% da produção de cana-de-açúcar. São Paulo possui 190 mil km² de área plantada e pastagens. É o nono maior produtor de soja e o quarto maior produtor de café. Na pecuária, o Estado também se destaca sendo responsável por 16% das aves de corte, 9% do rebanho de bovinos e 7% dos suínos do país. http://www.grancursosonline.com.br 9 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES A Divisão Inter-Regional da Produção e do Trabalho no Brasil II GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO Com referência à divisão inter-regional do trabalho e da produção no Brasil, julgue os itens a seguir. 1. A partir da reestruturação produtiva do território brasileiro, imposta pela glo- balização, três das principais metrópoles nacionais, São Paulo, Rio de Ja- neiro e Brasília, passaram a ter relações de complementaridade e de coo- peração: enquanto São Paulo emergiu como potência industrial e o Rio de Janeiro expandiu a sua relevância econômica, Brasília se consolidou como o centro político do território. Comentário A partir da reestruturação produtiva do território brasileiro, imposta pela globalização, três das principais metrópoles nacionais, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, passaram a ter relações de complementaridade. As cooperações, no máximo, acontecem entre Rio de Janeiro e São Paulo. 2. A alteração nas formas de produção dos sistemas econômicos globais, fun- damentada no avanço do uso das tecnologias, modifica a produção geográfi- ca do espaço em decorrência da fragmentação político-territorial, da incorpo- ração de novas regiões ao capitalismo internacional e do fortalecimento dos conglomerados internacionais. Comentário O avanço tecnológico tem alterado a forma de produzir, também modificando a produção geográfica do Estado. 3. A valorização da produção de commodities e o aumento de seus preços e de sua exportação têm sido apontados como promotores de riqueza e ascensão para os países emergentes, tais como os que integram o BRICS, que pas- sam a ser considerados importantes para a manutenção do crescimento da economia mundial. http://www.grancursosonline.com.br 10 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES A Divisão Inter-Regional da Produção e do Trabalho no Brasil II GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Comentário Por exemplo, a Rússia produz petróleo, a Índia produz cana-de-açúcar, o Brasil é um grande produtor de soja. Os países do BRICS são grandes produtores de commodities não apenas agrícolas. A Rússia produz energia por intermédio de combustíveis fósseis.4. As cidades pequenas e médias tendem a apresentar menor crescimento de- mográfico no futuro devido ao seu modesto desenvolvimento tecnológico. Comentário As cidades pequenas e médias tendem a apresentar MAIOR crescimento demográfico no futuro devido ao seu desenvolvimento tecnológico. O estado de Goiás exemplifica bem esse modelo de tendência para o futuro com o desenvolvimento das cidades de Anápolis e Catalão. Julgue os próximos itens, relativos à industrialização e à integração do Brasil ao processo de internacionalização da economia. 83. A reestruturação produtiva recente do território brasileiro promoveu, entre ou- tros resultados, a desindustrialização da cidade de São Paulo e região metro- politana e o deslocamento das plantas industriais paulistanas para diversas regiões brasileiras e mundiais, como o sul do Brasil, o litoral nordestino, a China e países do MERCOSUL. Comentário Houve uma reestruturação produtiva recente do território brasileiro. Há 20 anos, a forma como o Brasil produz, como o Brasil trabalha, passa por uma reestruturação. Isso tem causado a desindustrialização da cidade de São Paulo, mas não da região metropolitana. http://www.grancursosonline.com.br 11 www.grancursosonline.com.br A Divisão Inter-Regional da Produção e do Trabalho no Brasil II GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online 84. Com a desconcentração da indústria paulista, as principais regiões metropo- litanas nordestinas (Salvador, Recife, Fortaleza e São Luís) tornaram-se no- vas aglomerações industriais, devido a algumas condições básicas: situação geográfica adequada para a implantação de indústrias em razão da proximi- dade de rotas de comércio internacional; e aumento do número de empregos industriais diretos e indiretos com mão de obra barata e qualificada. Comentário Com a desconcentração da indústria paulista, as principais regiões metropolitanas nordestinas (Salvador, Recife e Fortaleza) tornaram-se novas aglomerações industriais. O Nordeste não apresenta mão de obra qualificada. 85. O Brasil, potência regional na economia do mundo, integra redes de produ- ção e consumo em escala global, principalmente nos setores de produção de soja, minério de ferro, óleos brutos de petróleo, automóveis de passageiros e açúcar de cana bruto. Comentário O Brasil é o segundo maior produtor mundial de soja. GABARITO 1. E 2. C 3. C 4. E 83. E 84. E 85. C ����������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pela professora Rebecca Guimarães. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con- teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclusiva deste material. http://www.grancursosonline.com.br 1 www.grancursosonline.com.br A Divisão Inter-Regional do Trabalho e da Produção no Brasil III GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online A DIVISÃO INTER-REGIONAL DO TRABALHO E DA PRODUÇÃO NO BRASIL III O Brasil se industrializa a partir da década de 30. O governo de Getúlio Vargas foi fundamental para criar as bases necessárias ao desenvolvimento do polo industrial brasileiro, do parque industrial que se destaca com grande presença e concentração no estado de São Paulo. A industrialização no Brasil aconteceu de maneira rápida e também de maneira focada e concentrada nas regiões Sudeste e Sul. A partir da década de 70, o Brasil começa a observar uma desconcentração industrial da região tradicionalmente industrializada, sobretudo a região Sudeste. A industrialização cada vez mais vem acompanhada de inovações tecnológi- cas, as indústrias representam também avanços científicos e modernidade para os países. O Brasil não deve apenas limitar-se à produção agropecuária, é necessá- rio que se consiga desenvolver as bases industriais para que haja o fomento à ciência e à tecnologia, à própria parceria da indústria com o campo, colaborando para que os insumos cada vez mais qualificados, sustentáveis, estejam à dispo- sição da produção agropecuária brasileira. A indústria é fundamental para uma nação e o Brasil se destaca entre as dez maiores economias do mundo por possuir uma certa autonomia industrial. O estado de São Paulo é a mais relevante unidade da Federação e, quando se fala em indústria, ninguém supera São Paulo, nem mesmo o estado do Rio de Janeiro consegue se aproximar, não possuindo nem a metade da desenvoltura e do PIB de São Paulo. São Paulo concentra mais de 32% do PIB brasileiro. AN O TAÇ Õ ES http://www.grancursosonline.com.br 2 www.grancursosonline.com.br A Divisão Inter-Regional do Trabalho e da Produção no Brasil III GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online REGIÃO SUL PARANÁ http://www.grancursosonline.com.br 3 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES A Divisão Inter-Regional do Trabalho e da Produção no Brasil III GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online O tabaco na região Sul A expressividade da cadeia produtiva do tabaco na região Sul do País pode ser confirmada através dos números. Juntos, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná produzem cerca de 98% da produção brasileira. A fumicultura ocupa diretamente mais de 200 mil famílias brasileiras, empregando direta ou indireta- mente cerca de 2,4 milhões de pessoas. Desse número, 150 mil famílias encon- tram-se na região Sul. O Paraná tem infraestrutura bem desenvolvida e mão de obra qualificada, o que torna o estado uma boa opção para novos negócios. O estado recebeu muitos imigrantes europeus nos séculos 19 e 20, isso impulsionou a atividade agrícola e moldou as tradições culturais e econômicas do Paraná. Em 1954, a produção econômica do Paraná já tinha ultrapassado a da Bahia, tornando-se a quinta maior da Federação. Em 2013, ultrapassou também o Rio Grande do Sul. Atualmente, com mais de onze milhões de habitantes (2014), o estado do Paraná vem ampliando, também, sua atuação na área industrial, principalmente na área automobilística, agroindustrial e de desenvolvimento de software. As principais fontes de renda da economia do Paraná são a agricultura (cana- -de-açúcar, milho, soja, trigo, café, mandioca), a indústria (agroindústria, indústria automobilística, papel e celulose) e o extrativismo vegetal (madeira e erva-mate). Das fontes de renda que se desenvolvem no Paraná, merecem destaque a agricultura e a pecuária, além de um setor industrial bastante expansivo. Os mais importantes produtos da agricultura paranaense são a cana-de-açúcar o milho, a soja, a mandioca, o trigo, o algodão e a laranja (1,4 bilhão de frutos). O rebanho bovino possui mais de 9,5 milhões de cabeças; o suíno, 4,2 milhões; e o ovino, 570 mil. A avicultura conta com 125 milhões de galináceos. Há relevantes depósitos paranaenses de calcário. Demais fontes de renda importantes são o extrativismo de gás natural e água mineral e a diminuta pro- http://www.grancursosonline.com.br 4 www.grancursosonline.com.br A Divisão Inter-Regional do Trabalho e da Produção no Brasil III GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online AN O TA Ç Õ ES dução de petróleo. As mais importantes atividades da indústria no Paraná são a agroindústria, a de papel e celulose, a de fertilizantes e, mais há pouco tempo, a automobilística e a de eletroeletrônicos. O Paraná é sede de importantes cooperativas agropecuárias, entre as quais a Coamo, de Campo Mourão, cuja receitaé superior a R$ 5 bilhões; a C. Vale, de Palotina; a Lar, de Medianeira, de Maringá; a Integrada, de Londrina; a Agrária, de Guarapuava; a Batavo, de Carambeí, de Castro, entre outras. As cooperati- vas agropecuárias paranaenses têm uma receita superior a R$ 21 bilhões, o que representa cerca de 55% do PIB agrícola do Paraná. A Coamo é reconhecida como a maior cooperativa agropecuária da América Latina, sendo a única que realiza exportações diretas aos compradores europeus. Existem três lugares relevantes de turismo no Paraná. O primeiro lugar visi- tado é o Parque Nacional do Iguaçu, em Foz do Iguaçu, registrado por tomba- mento pela Unesco como patrimônio natural da humanidade, em que são encon- tradas as famosas cataratas do Iguaçu. Além disso, a região de Vila Velha tem atrações geológicas, e a serra da Graciosa, perto do litoral, fornece alternativas de turismo gastronômico. Na costa, a ilha do Mel traz banhistas do Brasil inteiro e do estrangeiro. A capital, Curitiba, firmou-se na história do Brasil como relevante centro cultural e de lazer. O Paraná conta com mais de 261,2 mil quilômetros de rodovias. Além disso, o estado é atravessado por relevantes estradas de rodagem federais, como a BR-101 e a BR-116, com grande tráfego de caminhões. A rede ferroviária no Paraná atinge cerca de 2.250 quilômetros. De acordo com a Revista Amanhã, as dez maiores empresas do Paraná são a Vivo, o HSBC, a Copel, a América Latina Logística, a Renault, a Coamo, a Klabin, a Itaipu Binacional, a GVT e a Kraft Foods. Outras empresas mais impor- tantes são a Batavo, O Boticário, a Positivo Informática, a Sanepar e o Grupo J. Malucelli. http://www.grancursosonline.com.br 5 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES A Divisão Inter-Regional do Trabalho e da Produção no Brasil III GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online SANTA CATARINA O principal produto agrícola de Santa Catarina é o milho, cultivado no pla- nalto basáltico, onde fornece ração para a criação de suínos. Seguem-se a soja cultivada em larga escala no município de Campos Novos, o fumo, a mandioca, o feijão, o arroz (cultivado com irrigação nas várzeas da baixada litorânea e do vale do Itajaí), a banana e a batata-inglesa. O estado é também importante pro- dutor de alho, cebola, tomate, trigo, maçã, uva, aveia e cevada. A criação de bovinos se faz principalmente em campo natural, de maneira extensiva, e nas áreas florestais, em menor escala, com os animais submetidos a semiestabulação. Nessas áreas em que a agricultura é a atividade predomi- nante, a criação se volta para os suínos, sobretudo no planalto basáltico, onde a produção de milho assegura ração adequada aos animais. A suinocultura expe- rimentou grande progresso no estado, em virtude do desenvolvimento dos frigo- ríficos especializados no processamento de carne de porco. Grande expansão se verificou ainda na criação de aves. http://www.grancursosonline.com.br 6 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES A Divisão Inter-Regional do Trabalho e da Produção no Brasil III GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online A pesca desempenha importante papel na economia do estado. Santa Cata- rina é um dos maiores produtores de pescado e crustáceos do país. A atividade, que remonta à origem açoriana da população, desenvolve-se sobretudo em Flo- rianópolis, Navegantes e Itajaí. As riquezas vegetais e minerais concorrem decisivamente para o progresso produtivo do estado. Entre as primeiras destacam-se as reservas florestais, representadas especialmente pelos pinheirais, apesar de sua intensa explora- ção, e os ervais, que permitem ao estado se manter como grande produtor da erva-mate. O estado de Santa Catarina é um dos maiores produtores de papel e celulose do país. No extrativismo mineral, as ocorrências de carvão, principalmente nas áreas da baixada litorânea (Urussanga, Criciúma, Lauro Müller e Tubarão), representam fator importante para o desenvolvimento econômico regional. As condições de explora- ção do carvão mineral têm apresentado sensível melhoria, do ponto de vista técnico e dos equipamentos empregados. Santa Catarina possui ainda as maiores reservas brasileiras de fluorita e sílex (em produção). Outros recursos minerais disponíveis são os depósitos de quartzo e grandes ocorrências de argila cerâmica, bauxita e pedras semipreciosas, além de petróleo e gás natural na plataforma continental. Os principais centros industriais de Santa Catarina são Jaraguá do Sul, Join- ville, Chapecó e Blumenau. O primeiro tem caráter diversificado, com fábricas de tecidos, de produtos alimentícios, fundições e indústria mecânica. Chapecó tem sua economia baseada na agroindústria. Blumenau concentra sua atividade na indústria têxtil (juntamente com Gaspar e Brusque) e recentemente também à indústria de softwares. No interior do estado, ocorrem numerosos centros fabris de pequeno porte, ligados tanto à industrialização de madeira quanto ao benefi- ciamento de produtos agrícolas e pastoris. O nordeste do estado se destaca na produção de motocompressores, auto- peças, refrigeradores, motores e componentes elétricos, máquinas industriais, tubos e conexões. No sul do estado (incluindo as cidades de Imbituba, Tubarão, Criciúma, For- quilhinha, Içara e Urussanga), por sua vez, concentram-se as principais fábricas de cerâmica de revestimento do Brasil. O estado de Santa Catarina também lidera, no país, a produção de louças e cristais. http://www.grancursosonline.com.br 7 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES A Divisão Inter-Regional do Trabalho e da Produção no Brasil III GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Na região da Serra Catarinense, destacam-se a indústria madeireira e pape- leira, onde grandes industrias estão concentradas devido ao potencial e existên- cia de matéria prima na região. Nas indústrias da Serra são feitos os trabalhos de beneficiamento da madeira, até o beneficiamento do papel, criando diver- sos derivados e o produto final. Além também de um crescimento na criação de industrias de diversos segmentos. RIO GRANDE DO SUL A economia do Rio Grande do Sul é a quinta maior brasileira com um PIB de R$ 357,8 bilhões, atrás somente dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná. O PIB per capita apresentou crescimento de 42% entre 2010 e 2014, mantendo-se concentrado principalmente no eixo Porto Alegre- -Caxias do Sul. Os maiores PIB per capita gaúchos estão em municípios pouco populosos e com grande participação da indústria na economia. Triunfo tem o maior PIB per capita (R$184.668), devido à indústria petroquímica, enquanto que Alvorada tem o menor: R$10.637. http://www.grancursosonline.com.br 8 www.grancursosonline.com.br A Divisão Inter-Regional do Trabalho e da Produção no Brasil III GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Entre os principais produtos agrícolas gaúchos, destacam-se o arroz (8,7 milhões de toneladas), a soja (15,7 milhões de toneladas), o milho (5,5 milhões de toneladas), a mandioca (1,2 milhão de toneladas), a cana-de-açúcar (1 milhão de toneladas), a laranja (350 mil toneladas) e o alho (24 mil toneladas). No Rio Grande do Sul, destacam-se os rebanhos bovino (13,9 milhões de cabeças), ovino (3,9 milhões de cabeças) e suíno (6,8 milhões de cabeças). Além disso, a criação de galináceos chega a 112 milhões de aves. O estado é também o segundo maior produtor de leite no Brasil, respondendo por 13% da produção nacional. O estado abriga grandes reservas de carvão mineral e de calcário. A extração de água mineral é também importante(aproximadamente 92 milhões de litros anuais). O parque industrial gaúcho dedica-se principalmente aos ramos petroquí- mico, tabagista, de calçados, de construção, de alimentos, automobilístico e indústria naval. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, que revelam que em 2012 os principais produtos exportados pelo estado foram o tabaco em rama (12,60%), soja (11,36%), carne de aves (7,34%), farelo de soja (6,64%) e polímeros de etileno (4,30%). http://www.grancursosonline.com.br 9 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES A Divisão Inter-Regional do Trabalho e da Produção no Brasil III GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Graças às paisagens diversificadas, o Rio Grande do Sul atrai turistas por diversos propósitos. Há, no extremo norte, as praias de Torres, vizinhas ao Parque Nacional de Aparados da Serra, que tem se destacado como importante destino de ecoturismo. Os turismos gastronômico (na região de Bento Gonçal- ves, produtora de vinho) e histórico (na região das missões jesuíticas de São Borja e São Miguel) também são dignos de menção. A capital, Porto Alegre, além de centro cultural de relevância nacional, tem servido de sede de grandes encon- tros internacionais, especialmente para assuntos relacionados ao Mercosul. O Rio Grande do Sul dispõe de extensa malha ferroviária, que serve todo o seu território. Além disso, destaca-se a rede de estradas federais e estaduais, que soma aproximadamente 152,2 mil quilômetros. Porém, apenas 10,3 mil qui- lômetros são pavimentados. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1. A partir dos anos 70, impõe-se um movimento de desconcentração da pro- dução industrial, uma das manifestações do desdobramento da divisão ter- ritorial do trabalho no Brasil. A produção industrial torna-se mais complexa, estendendo-se, sobretudo, para novas área do Sul e para alguns pontos do Centro-Oeste, do Nordeste e do Norte”. SANTOS, M.; SILVEIRA, M. L. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2002 (fragmento). Um fator geográfico que contribui para o tipo de alteração da configuração territorial descrito no texto é: a. Obsolescência dos portos. b. Estatização de empresas. c. Eliminação de incentivos fiscais. d. Ampliação de políticas protecionistas. e. Desenvolvimento dos meios de comunicação. Comentário a. O dinamismo dos portos, o fato de os portos terem se modernizado (Pecen e Suape no Nordeste), fez com que algumas indústrias queiram se instalar em algumas regiões metropolitanas nordestinas para se aproveitarem. http://www.grancursosonline.com.br 10 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES A Divisão Inter-Regional do Trabalho e da Produção no Brasil III GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online c. A ampliação dos incentivos fiscais contribuiu para a alteração da configu- ração industrial. 2. A geógrafa Bertha Becker, no Atlas Nacional do Brasil Milton Santos, publi- cado pelo IBGE, assinala que no país se destacaram, do ponto de vista ge- ográfico, dois processos fundamentais no encerramento da primeira década deste milênio: a melhoria de condições de parte considerável da população brasileira e a valorização da potencialidade do território nacional. Considerando este último processo, nele NÃO se inclui: a. a capacidade do país em atender à preocupação global quanto à produ- ção e demanda de alimentos, tendo em vista sua posição mundial na ex- portação de grãos, graças à revolução tecnológica que tornou o Cerrado produtivo. b. a consolidação de avanços aplicados ao setor industrial, responsável pela agregação de valor até então sem precedentes aos produtos agropecuá- rios e minerais nacionais, excluindo-os da categoria de commodities. c. a grande extensão das terras no Brasil, que abriga diversificado acervo de recursos minerais e biodiversidade, e, mais recentemente, os serviços ambientais oferecidos pela densa cobertura vegetal tropical. d. a possibilidade que o território nacional oferece de enfrentar preocupações mundiais quanto à escassez de energia e ao aquecimento global, a exem- plo das conquistas da agroenergia para a produção de biocombustíveis. Comentário d. Não apenas o etanol, mas o biodiesel e a biomassa que utiliza matéria orgânica para produção de energia. O Brasil é uma referência mundial quanto ao enfrentamento da escassez de energia nas próximas décadas. 3. Considerando o ponto de vista teórico, sobre a organização do espaço brasi- leiro na atualidade, leia: http://www.grancursosonline.com.br 11 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES A Divisão Inter-Regional do Trabalho e da Produção no Brasil III GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online “A união entre ciência e técnica que, a partir dos anos 70, havia transforma- do o território brasileiro revigora-se com os novos e portentosos recursos da informação, a partir do período da globalização e sob a égide do mercado. E o mercado, graças exatamente à ciência, à técnica e à informação, torna-se um mercado global. O território ganha novos conteúdos e impõe novos com- portamentos, graças às enormes possibilidades da produção e, sobretudo, da circulação dos insumos, dos produtos, do dinheiro, das ideias e informações, das ordens e dos homens. SANTOS, Milton & SILVEIRA, M. L. O Brasil/ Território e Sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2001.). A situação descrita é reflexo da irradiação do meio técnico-científico-informa- cional que se instala sobre o território brasileiro em áreas a. contínuas por toda a extensão do país. b. contínuas no Sudeste e Sul e em manchas e pontos no resto do país. c. contínuas no Nordeste e Sudeste e descontínuas no Sul, Norte e Centro- -Oeste. d. descontínuas por toda a extensão do país. e. esparsas no Centro-Sul e com continuidade nas regiões próximas à capital. Comentário b. Contínuas no Sudeste e np Sul e em manchas e pontos no resto do país. c. Nordeste e Sul estão errados. 4. A descentralização espacial da indústria no Brasil se relaciona à rentabilida- de dos lugares, segundo as condições técnicas (equipamentos, transportes, energia) e organizacionais (impostos, incentivos fiscais, relações de trabalho, ativismo sindical). De acordo com tais condições, muitas empresas abando- nam os tradicionais aglomerados urbanos em função de novos e mais rentá- veis lugares. Pode-se mencionar como expressão territorial dessa nova dinâmica das em- presas no Brasil: http://www.grancursosonline.com.br 12 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES A Divisão Inter-Regional do Trabalho e da Produção no Brasil III GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online a. o médio vale do Paraíba do Sul, especialmente os municípios de Resende e Porto Real, com a instalação de montadoras automobilísticas b. o Norte e o Noroeste Fluminense, especialmente os municípios de Cam- pos e Macaé, com a expansão da agroindústria do álcool c. o litoral sul do estado de São Paulo, no eixo da rodovia Régis Bittencourt, com a localização da indústria têxtil d. a região da Grande Vitória, especialmente na área portuária, com a insta- lação da indústria química e. a zona da mata mineira, sobretudo os municípios de Uberaba e Uberlân- dia, com o desenvolvimento de pólos tecnológicos Comentário a. O médio vale do Paraíba do Sul, especialmente os municípios de Resende e Porto Real, com a instalação de montadoras automobilísticas. O grande destaque é a Peugeot, localizada em Porto Real, no Rio de Janeiro, a Hyn- dai, a Nissan também estão instaladas em Resende. O Vale do Paraíba se estende de São Paulo ao Rio de Janeiro.b. Campos e Macaé se destacam pela produção de petróleo. c. Grande parte das indústrias têxteis estão localizadas em Campinas e na região de Ribeirão Preto. d. A região da Grande Vitória, especialmente na área portuária, com a insta- lação da indústria ligada à mineração. e. Uberaba e Uberlândia estão situadas no Triângulo Mineiro, na região do Cerrado. Uberlândia é uma cidade com grande destaque no contexto de Minas Gerais com o PIB maior do que Uberaba. 5. “A partir dos anos 70, impõem-se um movimento de desconcentração da produção industrial, uma das manifestações do desdobramento da divisão territorial do trabalho no Brasil". Fonte: SANTOS, Milton; Maria Laura, SILVEIRA. O Brasil Território e sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2001. http://www.grancursosonline.com.br 13 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES A Divisão Inter-Regional do Trabalho e da Produção no Brasil III GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta: I – A produção industrial torna-se mais complexa, estendendo-se sobretudo para novas áreas do Sul e para alguns pontos do Centro-Oeste, do Nordeste e do Norte. Paralelamente, as áreas industriais já consolidadas ganham dinamis- mos diferentes dos que defiram a industrialização em períodos anteriores. II – As mudanças de localização de atividades industriais são às vezes prece- didas de uma acirrada competição entre Estados e municípios pela insta- lação de novas fábricas, e mesmo, pela transferência das já existentes. A indústria de automóvel e das peças é emblemática de tal situação. III – Considerando as sedes das quinhentas empresas líderes, verifica-se en- tre meados da década de 70 e final da década de 90, uma queda relativa dos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, em favor de um aumento da participação de Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Bahia. Aqui, trata-se menos de deslocalização dos escritórios das gran- des empresas e mais de uma hierarquização dessas firmas em função das vendas. Estão corretas as afirmativas: a. I apenas b. II apenas c. I e II apenas d. II e III apenas e. I, II, III Comentário I – A produção industrial torna-se mais complexa, estendendo-se sobretudo para novas áreas do Sul e para alguns pontos do Centro-Oeste, do Nor- deste e do Norte (pensamento de Milton Santos). Paralelamente, as áreas industriais já consolidadas ganham dinamismos diferentes dos que defi- ram a industrialização em períodos anteriores; II – As mudanças de localização de atividades industriais são às vezes prece- didas de uma acirrada competição entre estados e municípios pela instala- http://www.grancursosonline.com.br 14 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES A Divisão Inter-Regional do Trabalho e da Produção no Brasil III GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online ção de novas fábricas, e mesmo, pela transferência das já existentes (por exemplo, a guerra fiscal). A indústria de automóvel e das peças é emble- mática de tal situação. III – Considerando as sedes das quinhentas empresas líderes, verifica-se entre meados da década de 70 e final da década de 90 uma queda relativa dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, em favor de um aumento da par- ticipação de Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Bahia. Aqui, trata-se menos de deslocalização dos escritórios das grandes empresas e mais de uma hierarquização dessas firmas em função das vendas. Essas indústrias se deslocaram muitas vezes com o propósito de ampliar o seu universo consumidor. GABARITO 1. e 2. b 3. b 4. a 5. e ����������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pela professora Rebecca Guimarães. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con- teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclusiva deste material. http://www.grancursosonline.com.br 1 www.grancursosonline.com.br Rede Urbana e as Grandes Metrópoles Brasileiras GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online REDE URBANA E AS GRANDES METRÓPOLES BRASILEIRAS A Estrutura Urbana Brasileira e as Grandes Metrópoles A expansão urbana no Brasil é recente e ocorreu de modo bastante veloz. A arti- culação com transformações estruturais na economia e na sociedade foi evidente. Foi na década de 1960 que ocorreu a superação da população urbana sobre a rural, pois no ano de 1970, devido às elevadas taxas de crescimento popula- cional, mais de 55% da população brasileira já era considerada urbana. Nesse período, houve um crescimento acelerado do número de cidades, as migrações internas atingiram seu auge e o crescimento populacional foi bastante elevado. Todo este processo esteve estreitamente ligado ao papel do Estado, à dinâ- mica econômica, às transformações sociais e culturais no espaço urbano. Os anos 1980 foram marcados por crises e instabilidade econômica causa- das pela dívida externa, pelas elevadas taxas de inflação e por uma profunda crise do Estado, que contribuiu para a paralisação do investimento industrial e permitiu um maior grau de abertura da economia brasileira, estimulando de forma distinta a articulação das economias regionais, refletindo sobre a urbani- zação e o sistema de cidades no Brasil. Adicionalmente, a heterogeneidade da produção e as novas organiza- ções espaciais propiciadas pelo deslocamento das indústrias para regiões fora das áreas metropolitanas e o crescimento das áreas de fronteira resultante do desempenho da agricultura e dos grandes complexos minerais aumentou a exportação ao longo da década de 1980, resultando no surgimento das chama- das ilhas de produtividade (Zona Franca de Manaus, por exemplo). Esse novo dinamismo das economias regionais estimulou uma distinção interna da estrutura produtiva e aprofundou as desigualdades inter e intrarregio- nais do país. Além disso, o contexto da crise econômica também abriu alternativas para cidades de menor porte, com saldos migratórios negativos (migração de retorno), ou a periferização dos centros urbanos, diminuindo o crescimento das áreas metropolitanas e fazendo surgir novos espaços economicamente dinâmicos que alteraram o comportamento do emprego urbano, da dinâmica migratória e das exportações. AN O TAÇ Õ ES http://www.grancursosonline.com.br 2 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Redes Urbana e as Grandes Metrópoles Brasileiras GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online O início dos anos 1990, por sua vez, marcou um momento diferente em rela- ção à década anterior em função do crescimento da agroindústria, da urbani- zação na fronteira, da agricultura irrigada, de maiores empreendimentos para exploração dos recursos naturais e do maior desempenho e participação econô- mica das cidades de pequeno e médio porte. Por fim, a desconcentração indus- trial nas regiões metropolitanas foi concomitante ao crescimento das cidades do interior de São Paulo, das capitais regionais, como as do Norte, Nordeste e Centro-Oeste, as cidades médias e as aglomerações não metropolitanas, áreas de fronteira agrícola e de expansão da agricultura. Este movimento resulta, em uma forte desconcentração da economia e consequente desaceleração do cres- cimento metropolitano. http://www.grancursosonline.com.br 3 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Rede Urbana e as Grandes Metrópoles Brasileiras GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro nestematerial? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online A Teoria dos Dois Circuitos da Economia A teoria dos dois circuitos da economia foi desenvolvida por Milton Santos, na década de 1970, como uma resposta aos estudos urbanos e econômicos tra- dicionais que tinham como paradigma a planificação, marcada pela política libe- ral. Em sendo assim, uma constante instabilidade é indicada visando, não atacar as causas da pobreza e do subdesenvolvimento, mas mostrar as consequências desse processo. Igualmente o circuito inferior, a economia informal, a economia com base familiar e as diversas saídas e formas que a população de baixa renda encontra para resolver seu cotidiano, eram vistas, não em um processo totaliza- dor, mas como anomalias que precisavam ser resolvidas imediatamente. Apenas o circuito superior, dentro da lógica capitalista e cada vez mais internacio- nalizado era visto como resolvido e dono das ações futuras. Passados 35 anos, e já no processo de Globalização, a teoria dos dois circuitos da economia pode ser pensada e atualizada, tendo em vista as indústrias contemporâneas de mídia e sua relação com o território usado, âmbito dos homens lentos e opacos que se apropriam das tecnologias produzidas no circuito superior e a revivem no inferior. Uma cotidianidade na qual apps e gadgets, dual SIM e outras tecnolo- gias midiáticas são postas a serviço de novas combinações e usos, além daque- les para os quais foram criados. Essas particularidades das tecnologias e de seus usos trazem formas, também novas, de organizar o espaço, principal- mente, urbano. Assim, os circuitos superior e inferior devem ser entendidos em uma relação em que, a síntese, é a própria tecnologia midiática urbana. Macrocefalia Urbana Macrocefalia urbana é um fenômeno que consiste na existência de uma rede de centros urbanos muito desequilibrada em quantidade de população, em países, estados ou regiões. Ou seja, uma rede onde há grandes cidades e faltam cidades de média dimensão. Existem vários exemplos em países subdesenvolvidos, onde a urbanização foi acelerada, formando um número pequeno de grandes cidades e um número http://www.grancursosonline.com.br 4 www.grancursosonline.com.br Redes Urbana e as Grandes Metrópoles Brasileiras GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online AN O TA Ç Õ ES grande de pequenas cidades, pelo fenômeno da metropolização. Pode-se citar exemplos em vários países da América Latina, com destaque para Montevidéu, que concentra a metade da população do Uruguai. A macrocefalia é uma consequência da desqualificação do processo de urba- nização, à medida que a população se transfere de maneira acelerada, desorga- nizada e descapitalizada do campo para a cidade. "Não há tempo, não há con- dições, de implantar uma estrutura urbana de maneira bem distribuída, gerando então a intensa concentração que manifesta a macrocefalia”. Rugosidade O termo "rugosidade", no âmbito da Geografia e da concepção espacial, é termo criado e cunhado pelo geógrafo Milton Santos, ao longo de sua vida aca- dêmica. Esse termo se refere a quando as funções das formas dispostas no ter- ritório são refuncionalizadas, ou seja, passam a ter funções diferentes da a "ori- ginal" criada, e, com isso, a forma "abriga" uma "nova" função. A rugosidade se dá, sobretudo, em decorrência das dinâmicas espaciais, no qual o processo em questão eventualmente altera, desagrega e incorpora novas realidades em determinado território, podendo ocasionar uma refuncionalização das formas, estruturas e funções neste. Um exemplo de rugosidade recorrente é encontrado no uso do território pelo turismo, onde edificações antes usadas para outras funções – religiosas, burocráticas, estatais, educacionais, por exemplo – são convertidas para o uso do turismo, existindo visitações e expedições às mesmas. Assim sendo, esses objetos refuncionalizados que estão no território configuram-se, segundo Santos, uma rugosidade. Ao longo da segunda metade do século XX, ocorreu uma elevação acentuada dos índices de urbanização em todo o mundo. Essa fase de expansão das cidades correspondeu também a uma extraordinária valorização das áreas centrais como jamais havia acontecido em épocas anteriores. Nas últimas três décadas, entre- tanto, observa-se uma inversão desse panorama com a descentralização e disper- são dos núcleos urbanos e com a redução do poder polarizado de áreas centrais em cidades de grande e médio porte. Como consequência, surgiram sistemas urbanos com formas mais complexas que necessitam de estratégias de estudo e planejamento mais articuladas, como, por exemplo, as regiões metropolitanas. http://www.grancursosonline.com.br 5 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Rede Urbana e as Grandes Metrópoles Brasileiras GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online A dispersão urbana, em especial a das metrópoles e suas faixas envoltórias, configurasse hoje como um território que solicita uma organização abrangente, envolvendo diversos municípios e diversas disciplinas, numa dinâmica elabo- rada e políticas públicas complexas. No Brasil, para tentar atender a essa solicitação e dar forma legal para as demandas de integração, surge o Estatuto da Metrópole – Lei Federal n. 13.089, aprovada em 2015 –, que estabelece diretrizes gerais para o planeja- mento, a gestão e a execução das funções públicas de interesse comum em regi- ões metropolitanas e em aglomerações urbanas, bem como determina normas gerais para a elaboração de um Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado (PDUI) e outros instrumentos de governança interfederativa. Milton Santos, ao discorrer sobre a urbanização brasileira, destaca que ela se tornou praticamente generalizada a partir do terceiro terço do século XX, e que atualmente a fase é de macrourbanização e metropolização. Nessa fase, o turbilhão demográfico e a terceirização são fatos notáveis. Registra-se, todavia, uma atenuação relativa das “macrocefalias”, pois, além das cidades milionárias, desenvolvem-se cidades intermediárias ao lado de cidades locais, todas, porém, adotando um modelo geográfico de crescimento espraiado, com um tamanho desmesurado que é causa e efeito da especulação. As metrópoles são, portanto, entidades legítimas que nasceram com a produção social do espaço no capitalismo, passaram pelas formas de sua estruturação funcional e espacial, mas que no Brasil ainda não chegaram às formas de intervenção sobre esta estruturação, por meio do planeja- mento e da gestão, especialmente pelo poder público. Assim, há um défi- cit político na capacidade das cidades-regiões de realizarem um planejamento urbano ativo. Como as regiões metropolitanas (onde os problemas e oportunidades se apresentam) não coincidem com as regiões político-institucionais estabeleci- das no Brasil, a gestão territorial se torna indefinida aumentando a degradação ambiental, a falta de saneamento básico, o desemprego e a carência de infraes- trutura urbana. http://www.grancursosonline.com.br 6 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Redes Urbana e as Grandes Metrópoles Brasileiras GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online A reticência brasileira em relação ao planejamento urbano regional não surgiu ao acaso, o país tem um contexto político que valoriza a autonomia municipal para a tomada de decisões. O federalismo brasileiro, que sucedeu o regime mili- tar, teve como foco a defesa da descentralização, em especial o reforço ao muni- cipalismo. Tal contexto político do país valorizou a autonomia municipal para a tomada de decisões. Essa autonomia foi legitimada com a Constituição Federalde 1988 e com a aprovação do Estatuto da Cidade em 2001, que reforça a auto- nomia dos municípios nas decisões de ordenamento do território urbano. ����������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pela professora Rebecca Guimarães. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con- teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclusiva deste material. http://www.grancursosonline.com.br 1 www.grancursosonline.com.br Redes Urbana e as Grandes Metrópoles Brasileiras II GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online REDES URBANA E AS GRANDES METRÓPOLES BRASILEIRAS II Após dez anos de tramitação, o Congresso Nacional aprovou, em dezembro de 2015, o Estatuto da Metrópole, sancionado pela Presidência da República no dia de ontem – Lei n. 13.089, de 12 de janeiro de 2015. Certamente será uma lei que poderá ser cobrada nas disciplinas de Atualidades, Geografia, Realidade Brasileira, Direito Ambiental e Urbanístico. A lei fixa diretrizes gerais para o planejamento, a gestão e a execução de políticas públicas em regiões metropolitanas e aglomerações urbanas instituídas pelos estados e estabelece critérios que os Estados e regiões metropolitanas devam atender para habilitarem-se à cooperação por parte da União. O Estatuto da Metrópole prevê vários instrumentos para a gestão compar- tilhada, a começar pela elaboração de Planos de Desenvolvimento Urbano Inte- grado (PNDI), passando por consórcios públicos, convênios de cooperação, par- ceria público-privada e a possibilidade de compensação por serviços ambientais. As regiões metropolitanas e as aglomerações urbanas deverão contar com plano de desenvolvimento urbano integrado, aprovado mediante lei estadual. Impor- tante novidade da lei é a possibilidade de criação, por dois ou mais estados, de regiões metropolitanas interestaduais. Metrópole é definida como o espaço urbano com continuidade territorial que, em razão de sua população e relevância política e socioeconômica, tem influên- cia nacional ou sobre uma região que configure, no mínimo, a área de influência de uma capital regional, conforme os critérios adotados pelo IBGE. Por sua vez, região metropolitana é a aglomeração urbana que configure uma metrópole. Bra- sília também é uma metrópole nacional. As primeiras nove regiões metropolitanas do País – São Paulo, Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e Salvador – foram definidas de forma arbitrária pelo governo militar. O tema só mereceu pre- visão constitucional específica na Constituição de 1988, que atribuiu aos estados a competência para criação de regiões metropolitanas e aglomerações urbanas. AN O TAÇ Õ ES 2 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Redes Urbana e as Grandes Metrópoles Brasileiras II GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online O Brasil possui 5570 municípios, entre todos esses municípios, apenas três são capitais, mas já possuem mais de um milhão de habitantes: Campinas, Gua- rulhos e São Gonçalo. Contudo, por falta de uma regulação clara do que são regiões metropoli- tanas, suas funções, mecanismos de gestão e governança, esse instituto foi muito desvirtuado pelos Estados. Atualmente, o Brasil conta com 66 regiões metropolitanas e cinco aglomerações urbanas. Os Estados da Paraíba, Santa Catarina e Alagoas contam com 12, 10 e 6 regiões metropolitanas respectiva- mente. Sim, acreditem! E há no Brasil regiões metropolitanas com menos de trinta mil habitantes. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1. Consiste em urbanização: a. A saída do homem do campo para as cidades. b. O crescimento do espaço rural em relação ao urbano. c. O crescimento do espaço urbano em relação ao rural. d. Nenhuma das alternativas. 3 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Redes Urbana e as Grandes Metrópoles Brasileiras II GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Comentário a. A saída do homem do campo para as cidades (exôdo rural). 2. As cidades sempre desempenharam importante papel na configuração ter- ritorial de um país. A respeito dessa importância, relacionada ao processo mais recente de urbanização do espaço brasileiro, considera-se que: a. diferentemente de outros níveis de cidades, que se difundiram de forma generalizada pelo território brasileiro, as metrópoles têm um papel secun- dário, em virtude de concentrarem as indústrias no contexto de um País de forte vocação agrícola. b. as cidades médias têm apresentado nos últimos anos um representativo crescimento econômico e populacional, fato este que se justifica, em gran- de parte, pelo processo de desconcentração econômica verificado no País c. a ausência de infraestrutura adequada nas metrópoles tem levado ao sur- gimento de novas cidades, chamadas de company towns ou cidades-em- presa, um tipo de cidade típica do território brasileiro e que revela a indus- trialização tardia do País. d. diferentemente de outros países, notadamente os da Europa e os da Amé- rica do Norte, no Brasil não se constata a presença de cidades globais, uma expressão da urbanização típica de economias fortemente industriali- zadas e desenvolvidas. Comentário a. O Brasil tem forte vocação agrícola, industrial e setor de serviços. O Brasil está entre as dez maiores economias do mundo e possui o 3º maior parque industrial da América, só perdendo para os Estados Unidos e Canadá. A metrópole tem papel primário, importantíssimo. b. As cidades médias têm apresentado, nos últimos anos, um representa- tivo crescimento econômico e populacional, fato este que se justifica, em 4 www.grancursosonline.com.br Redes Urbana e as Grandes Metrópoles Brasileiras II GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online AN O TA Ç Õ ES grande parte, pelo processo de desconcentração econômica verificado no País. Mais recentemente, quando se fala em urbanização, observa-se o crescimento de pequenas e médias cidades. c. Essas company town estão mais ligadas à questão de que uma cidade se caracteriza por ser uma grande produtora de uma determinada mercadoria. Nos Estados Unidos, por exemplo, as company towns são cidades operárias, como a finada Detroit. São áreas com influência sobre os conjuntos habita- cionais. Parapuebas, por exemplo, gira em torno da Vale do Rio Doce. São cidades que surgem longe dos centros urbanos de maneira que os mora- dores fiquem fidelizados e recorram ao comércio local dessas cidades. É um conceito desenvolvido durante muitos estudos feitos durante o século XIX por conta da Revolução Industrial, muitas pessoas saindo do campo em direção às cidades, que desenvolveram um perfil operário. Cada vez mais se discute a residência do operário e o seu local de trabalho. O tempo de des- locamento dos operários e funcionários é um dos pontos que mais atingem as metrópoles. Julgue os itens subsequentes, acerca da estrutura urbana brasileira e das grandes metrópoles nacionais. 3. A grande cidade capitalista costuma dispor de áreas consolidadas, envelhe- cidas ou em processo de renovação, criadas em diferentes momentos do tempo, somadas a paisagens construídas recentemente. Comentário Essa afirmação pode ser integrada no termo “rugosidade”, de Milton Campos. 4. Devido à organização produtiva de seu território, o Brasil é um espaço nacio- nal do mercado global. 5 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Redes Urbana e as Grandes Metrópoles Brasileiras II GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algumerro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Comentário O Brasil está totalmente inserido no mercado global. 5. É reconhecida a tendência de modificação do quadro da hierarquia urbana do país motivada por uma desconcentração industrial, fruto de investimentos em infraestrutura por parte do Estado brasileiro. Comentário A hierarquia urbana do Brasil está mudando, cidades médias começam a ganhar muita importância, alguns centros regionais estão se tornando metrópoles regionais e verifica-se uma reconhecida tendência de modificação da importância de algumas cidades. 6. Modelo dominante de territorialização dos pobres nas cidades brasileiras condena a cidade a um padrão insustentável, de difícil reversão. Comentário Os pobres são sempre colocados na periferia, relegados a áreas de risco. 7. No Brasil, a renda define a posição hierárquica que a cidade ocupa perante a rede urbana, mas não determina a mobilidade espacial da sua população. Comentário No Brasil, a renda define a posição hierárquica que a cidade ocupa perante a rede urbana, determina também a mobilidade espacial da sua população. 6 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Redes Urbana e as Grandes Metrópoles Brasileiras II GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online 8. No Brasil, as maiores cidades se formaram no litoral e nos seus arredores. Nas primeiras décadas do século XX, estabeleceu-se uma rede brasileira de cidades, com hierarquia nacional e com os primórdios da precedência do urbanismo interior sobre o urbanismo de fachada. Comentário Boa parte das cidades brasileiras estão localizadas no litoral ou próximas do litoral, como Belo Horizonte. É uma tendência brasileira, fruto da colonização portuguesa. A urbanização brasileira não está apenas ligada às indústrias, mas também à mecanização do próprio campo, que força a urbanização num círculo vicioso. 10. “Com diferença de grau e de intensidade, todas as cidades brasileiras exi- bem problemáticas parecidas. [...]” (Milton Santos. A urbanização brasileira. São Paulo: Edusp, 2005.) São problemas causados pelo rápido processo de urbanização das cidades brasileiras, EXCETO: a. Violência. b. Desemprego. c. Poluição atmosférica. d. Infraestrutura urbana. 11. (2016/FGV/IBGE/TECNOLOGISTA GEOGRAFIA) Na organização do espa- ço urbano brasileiro na contemporaneidade, observa-se uma expansão im- pulsionada por duas lógicas, a da localização dos empregos nos núcleos das aglomerações e a da localização das moradias nas áreas periféricas. A incor- poração de novas áreas residenciais, o aumento da mobilidade e a oferta de transporte eficiente favorecem a formação de arranjos populacionais de di- ferentes magnitudes que aglutinam diferentes unidades espaciais. Adaptado de: IBGE. Arranjos populacionais e concentrações urbanas no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 2015. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) identificou 294 arranjos populacionais no País, formados por 938 municípios 7 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Redes Urbana e as Grandes Metrópoles Brasileiras II GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online e que representam 55,9% da população residente no Brasil em 2010. Os critérios utilizados na identificação dos arranjos populacionais empregam a noção de integração, medida: a. pelos movimentos pendulares para trabalho e estudo e/ou pela contiguida- de urbana; b. pelas funções urbanas e/ou pelo rendimento dos responsáveis por domicílio; c. pelos fluxos telefônicos e/ou pelas unidades locais das empresas de ser- viços à produção; d. pela densidade demográfica e/ou pela estrutura da População Economica- mente Ativa; e. pelo tamanho populacional e/ou pelo fluxo de bens, mercadorias, informa- ções e capitais. Comentário a. Os movimentos pendulares são os mais típicos movimentos migratórios verificados entre moradores de regiões periféricas, cidades que estão na franja da região metropolitana, mas que todos os dias se deslocam às metrópoles para trabalhar ou estudar. 12. (2015/EXÉRCITO/SARGENTO) Processo de integração física das manchas urbanas de duas ou mais cidades que cresceram horizontalmente até os seus limites municipais, podendo ser também uma integração funcional com inten- sos fluxos pendulares diários de trabalhadores. Este processo é denominado: a. segregação sócio-espacial. b. hierarquia urbana. c. gentrificação. d. conurbação. e. aglomerado subnormal. 8 www.grancursosonline.com.br Redes Urbana e as Grandes Metrópoles Brasileiras II GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online AN O TA Ç Õ ES Comentário Quando duas ou mais cidades se encontram porque cresceram horizontalmente, ocorre a conurbação. Duas metrópoles que se encontram originam a megalópole. O Brasil ainda não possui uma megalópole. A gentrificação tem a sua origem na palavra inglesa gentifrication (nobreza); regiões muitas vezes esquecidas são visadas pelo Estado ou por corporações imobiliárias que tendem a fazer uma reestruturação na área. Gentrificar é revitalizar, revalorizar, cuidar de uma determinada região esquecida, tornando-a valorizada. 13. (2014 CESGRANRIO IBGE AGENTE DE PESQUISAS E MAPEAMENTO) A hierarquia urbana proposta pelo Atlas Geográfico Escolar do IBGE classifica as cidades brasileiras em metrópoles globais, metrópoles nacionais, metró- poles regionais e centros regionais. De acordo com essa classificação, são exemplos de metrópole nacional e metrópole regional, respectivamente, as cidades de a. Curitiba e Goiânia b. São Paulo e Rio de Janeiro c. Brasília e Curitiba d. São Paulo e Belo Horizonte e. Rio de Janeiro e Goiânia Comentário a. Curitiba e Goiânia (nacional e regional). b. São Paulo e Rio de Janeiro (global e global que também podem ser nacional). c. Brasília e Curitiba (nacional e nacional). d. São Paulo e Belo Horizonte (global/nacional e nacional). e. Rio de Janeiro e Goiânia (global/nacional e regional). 9 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Redes Urbana e as Grandes Metrópoles Brasileiras II GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Em relação às redes urbanas no Brasil e às principais regiões metropolita- nas, julgue os itens subsequentes. 14. A principal característica da rede urbana regional do Sudeste, nas últimas dé- cadas, consiste no crescimento do número de cidades médias, que concen- tram parcela crescente da população, muitas delas articuladas em regiões metropolitanas. Comentário Por exemplo, cidades como Sorocaba, Assis e Ribeirão Preto, que estão crescendo. 15. A rapidez com que se instala o processo de verticalização urbana tem como paralelo um processo de suburbanização precária, do ponto de vista das in- fraestruturas, nas grandes cidades. Comentário Há o processo de verticalização, mas sem investimentos nas infraestruturas. 16. A principal característica da rede urbana do Nordeste consiste na grande concentração no eixo litorâneo, que resulta da ocupação filiforme do litoral, das relações comerciais com o exterior e das disparidades intrarregionais de produtividade e renda. Comentário Filiforme é como fio, bem fino. A principal característica da rede urbana nordestina (região com menor urbanização, mais de 25% da população nordestina ainda mora no campo) consiste na grande concentração da população no eixo litorâneo. 10 www.grancursosonline.com.br Redes Urbana e as Grandes Metrópoles Brasileiras II GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe PedagógicaGran Cursos Online 17. Comparada à rede urbana nacional, a rede urbana do Centro-Oeste é a mais concentrada, do ponto de vista populacional. Comentário Comparada à rede urbana nacional, a rede urbana do Centro-Oeste é a MENOS concentrada, do ponto de vista populacional. 18. A zona (ou área) especial de interesse social, no zoneamento urbano, faz-se o instrumento mais visado, nos planos diretores, para orientação de políticas habitacionais. 19. A urbanização do Brasil liga-se, em larga medida, ao forte movimento migrató- rio que, especialmente a partir dos anos 50 do século passado, transferiu para as cidades milhões de pessoas que se viram impelidas a abandonar o campo. 20. Passa de três dezenas o número de regiões metropolitanas brasileiras, nas quais se concentram mais de um terço dos domicílios urbanos e cerca de 30% da população. Estudos mostram que nas grandes cidades o número de habitantes tende a reduzir-se ou estagnar, ao tempo em que o inchaço popu- lacional se transfere para as cidades conurbadas ao redor. GABARITO 1. c 2. b 3. C 4. C 5. C 6. C 7. E 8. C AN O TA Ç Õ ES 11 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Redes Urbana e as Grandes Metrópoles Brasileiras II GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online 10. d 11. a 12. d 13. a 14. C 15. C 16. C 17. E 18. C 19. C 20. C ����������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pela professora Rebecca Guimarães. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con- teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclusiva deste material. 1 www.grancursosonline.com.br Urbanização Brasileira GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online URBANIZAÇÃO BRASILEIRA A urbanização brasileira tem início no século XVI, quando Portugal efetiva a sua colonização em terra brasilis. Desde o início, quando o Brasil baseava as suas atividades em produção de cana-de-açúcar nos grandes canaviais que se desenvolveram no litoral nordes- tino, na Zona da Mata, verificou-se a tendência de urbanização nessa época também. Extremamente elitista, ligada a uma pequeníssima parcela da popula- ção brasileira e somente com a descoberta de ouro e pedras preciosas na região de Minas Gerais e sobretudo no século XIX, o Brasil dá passos mais largos rumo à urbanização. Não é à toa que, no século XIX, foram dados os primeiros pontapés para o processo de industrialização e, quando a indústria efetivamente se assenta no Brasil (década de 30, governo de Vargas), ocorre a urbanização, numa veloci- dade maior, nunca antes vista na História do Brasil, e principalmente no Estado de São Paulo, na região Sudeste, há uma conjugação de fatores que, interliga- dos, levarão ao desenvolvimento tanto industrial quanto urbano naquela região. A Região Centro-Oeste, que é a segunda maior região com elevada taxa de urbanização, teve a sua urbanização causada por outros motivos, muito mais ligados à modernização do campo. A urbanização anda de mãos dadas com a industrialização , mas por vezes, é movida por crises econômicas, como a crise da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929, num contexto de múltiplos fatores: crise nos Estados Unidos, que atingiu a Europa e fez com que o mundo inteiro tivesse dificuldades em manter o índice de importação do café brasileiro, que perdeu o seu espaço, e a chegada de Getúlio Vargas, que traz uma redefinição, uma reconfiguração do espaço, do território brasileiro. A partir de Vargas, o Brasil se organiza para se industrializar e automaticamente se urbanizar. Milton Santos destaca, nas décadas de 60/70, a importância da ditadura mili- tar para a urbanização do Brasil com a introdução de infraestruturas que facili- taram a conexão entre as cidades brasileiras. Não apenas uma revolução nos meios de transporte, mas também nos meios de comunicação, fundamentais para o desenvolvimento urbano de qualquer nação. AN O TAÇ Õ ES 2 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Urbanização Brasileira GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online UMA TENDÊNCIA DE DESMETROPOLIZAÇÃO DAS CIDADES BRASILEIRAS A partir de 1990, há uma tendência forte à desmetropolização das cidades brasileiras. São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo, não crescerão mais nas mesmas faixas, não receberão mais os fluxos migratórios como vinham rece- bendo. A partir de 1990, há o Plano Real, que traz maior estabilização para a economia brasileira, combatendo, prioritariamente, a inflação. Na década de 90, também ocorre um avanço técnico-científico-informacional (como diria Milton Santos), um avanço da internet e a busca de maior lucro por parte das empre- sas, que causam a desmetropolização. • Os processos sociais, econômicos e territoriais como os instrumentos cen- trais de análise. • Reorganização do território e novos elementos de estruturação do espaço, evidenciando uma tendência de desmetropolização das cidades brasilei- ras, em oposição ao fenômeno de metropolização dominante até meados dos anos de 1980, responsável pela fragmentação territorial. • A compreensão da urbanização adquiriu um maior grau de complexidade com o passar dos anos, não pode mais ser explicada pelos sistemas clássicos. De modo geral, porém, é a partir do século XVIII que a urbanização se desen- volve e ‘a casa da cidade torna-se a residência mais importante do fazendeiro ou do senhor de engenho, que só vai à sua propriedade rural no momento do corte e da moeda da cana’. Se o índice de urbanização pouco se alterou entre o fim do período colonial até o final do século 19 e cresceu menos de quatro pontos nos trinta anos entre 1890 e 1920 (passando de 6,8% a 10,75), foram necessários apenas vinte anos, entre 1920 e 1940, para que essa taxa treplicasse, passando a 31,24%. A urbanização brasileira conhece, nitidamente, dois grandes regimes, ao longo das diferentes periodizações. Após os anos 40-50, os nexos econômicos ganham enorme relevo e se impõem às dinâmicas urbanas na totalidade do ter- ritório, e, antes desse momento, o papel das funções administrativas tem, na maior parte dos estados, uma significação preponderante. 3 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Urbanização Brasileira GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online O Brasil foi, durante muitos séculos, um grande arquipélago, formado por subespaços que evoluíram, segundo lógicas próprias, ditadas, em grande parte, por suas relações com o mundo exterior. Havia, sem dúvida, para cada um desses subespaços, polos dinâmicos internos. Estes, porém, tinham entre si escassa relação, não sendo interdependentes. A partir dos anos 1940-1950, é essa lógica da industrialização que prevalece: o termo industrialização não pode ser tomado, aqui, em seu sentido estrito, isto é, como criação de atividades industriais nos lugares, mas em sua mais ampla significação, como processo social complexo, que tanto inclui a formação de um mercado nacional, quanto os esforços de equipamento do território para torná-lo integrado, como a expansão do consumo em formas diversas, o que impulsiona a vida de relações e ativa o próprio processo de urbanização. Essa nova base econômica ultrapassa o nível regional, para situar-se na escala do País; por isso a partir daí uma urbanização cada vez mais envolvente e mais presente no ter- ritório dá-se com o crescimento demográfico sustentado das cidades médias e maiores, incluídas, naturalmente, as capitais de estados. Entre 1940 e 1980,dá-se verdadeira inversão quanto ao lugar de residência da população brasileira. Há meio século (1940), a taxa de urbanização era de 26,35%, em 1980 alcança 68,86%. Nesses quarenta anos, triplica a população total do Brasil, ao passo que a população urbana se multiplica por sete vezes e meia. E, na década de 70-80, o crescimento numérico da população urbana já era maior que o da população total. O processo de urbanização conhece uma acele- ração e ganha novo patamar, consolidado na década seguinte. O forte movimento de urbanização que se verifica a partir do fim da segunda guerra mundial é contemporâneo de um forte crescimento demográfico, resul- tado de uma natalidade elevada e de uma mortalidade em descenso, cujas causas essenciais são os progressos sanitários, a melhoria relativa nos padrões de vida e a própria urbanização. Esse período duraria até fins dos anos 60. O golpe de Estado de 1964, toda- via, aparece como um marco, pois foi o movimento militar que criou as condições de uma rápida integração do País a um movimento de internacionalização que 4 www.grancursosonline.com.br Urbanização Brasileira GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online AN O TA Ç Õ ES aparecia como irresistível, em escala mundial. A economia se desenvolve, seja para atender a um mercado consumidor em célebre expansão, seja para respon- der a uma demanda exterior. O País se torna grande exportador tanto de produtos agrícolas não tradicio- nais (soja cítricos) parcialmente beneficiados antes de se dirigirem ao estran- geiro quanto de produtos industrializados. A modernização agrícola, aliás, atinge também produções tradicionais, como o café, o cacau, o algodão; alcança produtos como o trigo, cujo volume plantado e colhido se multiplica, implanta-se em muitos outros setores e se beneficia da expansão da classe média e das novas equa- ções de um consumo popular, intermitente, com o desenvolvimento da produção de frutas, verdura e hortaliças. A população aumentada, a classe média ampliada, a sedução dos pobres por um consumo diversificado e ajudado por sistemas exten- sivos de crédito servem como impulsão à expansão industrial. Neste período, no caso brasileiro, alguns fatos têm que ser resultados: Há um desenvolvimento muito grande da configuração territorial. A configura- ção territorial é formada pelo conjunto de sistemas de engenharia que o homem vai superpondo à natureza, verdadeiras próteses de maneira a permitir que se criem as condições de trabalho próprias de cada época. O desenvolvimento da configuração territorial na fase atual vem com um desenvolvimento exponencial do sistema de transportes e do sistema de telecomunicações e da produção de energia. Outro aspecto importante a levar em conta é o enorme desenvolvimento da produção material. A produção material brasileira, industrial e agrícola, muda de estrutura; a estrutura da circulação e da distribuição muda; a do consumo muda exponencialmente; todos esses dados da vida material conhecem transforma- ções extraordinárias, ao mesmo tempo em que há disseminação no território dessas novas formas produtivas... Outro dado importante a considerar é o desenvolvimento de novas formas econômicas: não apenas há um desenvolvimento das formas de produção mate- rial, há também uma grande expansão das formas de produção não material: da saúde, da educação, do lazer, da informação e até mesmo das esperanças. São formas de consumo não material que se disseminam sobre o território. 5 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Urbanização Brasileira GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Esse movimento de fundo, no território e na sociedade vai dar em consequ- ência uma nova urbanização brasileira. Um dos elementos fundamentais de sua explicação é o fato de que aumentou no Brasil, exponencialmente, a quantidade de trabalho intelectual. Não se dirá, com isso, que a população brasileira se haja trinado culta, mas ela se tornou mais letrada. O fato de que se haja tornado mais letrada está em relação direta com a realidade que vivemos neste período cientí- fico-técnico, em que a ciência e a técnica estão presentes em todas as atividades humanas. No sistema urbano, as categorias consideradas homólogas, os níveis tidos como paralelos são cada vez mais diferenciados entre si. Há, pois, diferencia- ção extrema entre os tipos urbanos. Houve tempo em que se podia tratar a rede urbana como uma entidade na qual as cidades se relacionavam segundo uma hierarquia de tamanho e de funções. Esse tempo passou. Hoje, cada cidade é diferente da outra, não importa o seu tamanho, pois entre as metrópoles também há diferenças. Graças à evolução contemporânea e da sociedade e como resultado do recente movimento de urbanização e de expansão capitalista no campo, pode- mos admitir, de modo geral, que o território brasileiro se encontra, hoje, gros- seiramente repartido em dois grandes subtipos que agora vamos denominar de espaços agrícolas e espaços urbanos. Utilizando, com um sentido, a expres- são região, diremos que o espaço total brasileiro é atualmente preenchido por regiões agrícolas e regiões urbanas. Simplesmente, não mais se trataria de ‘regiões rurais’ e de cidades. Hoje, as regiões agrícolas (e não rurais) contêm cidades; as regiões urbanas contêm atividades rurais. Quanto às cidades, aquelas cujas dimensões são maiores, utilizam parte dos terrenos vazios dentro da aglomeração ou em suas proximidades com ativida- des agrícolas frequentemente modernas e grandemente destinadas ao consumo da respectiva população. As regiões metropolitanas, oficiais ou de fato, são o melhor exemplo desse fenômeno. A partir dos anos 70, o processo de urbanização alcança novo patamar, tanto do ponto de vista quantitativo quanto do ponto de vista qualitativo. Desde a revolução urbana brasileira, consecutiva à revolução demográfica dos anos 6 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Urbanização Brasileira GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online 50, tivemos, primeiro, uma urbanização aglomerada, com o aumento do número - e da população respectiva – dos núcleos com mais de 20.000 habitantes e, em seguida, uma urbanização concentrada, com a multiplicação de cidades de tamanho intermédio, para alcançarmos, depois, o estágio de cidades milionárias e de grandes cidades médias (em trono de meio milhão de habitantes). A expansão e a diversificação do consumo, a elevação dos níveis de renda e a difusão dos transportes modernos, junto a uma divisão do trabalho mais acen- tuada, fazem com que as funções de centro regional passem a exigir maiores níveis de concentração demográfica e de atividades. Somente nas áreas mais atrasadas é que tais funções são exercidas por núcleos menores. As cidades milionárias, que eram duas em 1960 (São Paulo e Rio de Janeiro), são cinco em 1970, dez em 1980 e doze em 1991. Esses números ganham maior significação se nos lembrarmos de que em 1872 a soma da população das doze maiores cidades brasileiras não chegava a 1.000.000 de habitantes. Esta é a nova realidade da macrourbanização ou da metropolização. Porém, se levarmos em consideração as aglomerações ou quase-conurbações que beiram essa cifra, seu número será consideravelmente aumentado. A palavra metrópole é, todavia, timidamente utilizada no Brasil, quando as novas realidades da mun- dialização ampliam o processo de sua criação como o locus por excelência das relações sociais e econômicas. As atuais Regiões Metropolitanas têm como pontos comuns dois elementos essenciais: a) são formadas por mais de um município, com o município núcleo – que lhes dá o nome – representando uma área bem maior que as demais;b) são objeto de programas especiais, levados adiante por organismos regio- nais especialmente criados, com a utilização de normas e de recursos em boa parte federais. A socialização capitalista favorecida pelo poder público nessas áreas metropolitanas é acompanhada por uma expansão periférica, que inclui a criação de Distritos Industriais explícitos e implícitos, e pela concentração geo- gráfica dos serviços de interesse coletivo. Houve, ao longo da história brasileira, quatro momentos do ponto de vista do papel e da significação das metrópoles. Quando o Brasil urbano era um arquipé- 7 www.grancursosonline.com.br Urbanização Brasileira GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online lago, com ausência de comunicações fáceis entre as metrópoles, estas apenas comandavam uma fração do território, sua chamada zona de influência. Num segundo, há esforços pela formação de um mercado único, mas a integração territorial é, praticamente, limitada ao Sudeste e ao Sul. Um terceiro momento é quando um mercado único nacional se constitui. E o quarto momento é quando conhece um ajustamento: primeiro à expansão e, depois, à crise desse mer- cado, que é um mercado único, mas segmentado e diferente; um mercado hie- rarquizado e articulado pelas firmas hegemônicas, nacionais e estrangeiras, que comandam o território com apoio do Estado. Não é demais lembrar que mercado e espaço, ou ainda melhor, mercado e território, são sinônimos. Com diferença de grau e de intensidade, todas as cidades brasileiras exibem problemáticas parecidas. O seu tamanho, tipo de atividade, região em que se inserem etc. São elementos de diferenciação, mas em todas elas há problemas como os do emprego, da habitação, dos transportes, do lazer, da água, dos esgotos, da educação e da saúde, são genéricos e revelam enormes carên- cias. Quanto maior a idade, mais visíveis se tornam essas mazelas. Mas essas chagas estão em toda parte. Isso era menos verdade na primeira metade deste século, mas a urbanização corporativa, isto é, empreendida sob o comando dos interesses das grandes firmas, constitui um receptáculo das consequências de uma expansão capitalista devorante dos recursos públicos, uma vez que estes são orientados para os investimentos econômicos, em detrimento dos gastos sociais. Para Florestan Fernandes (Capitalismo dependente), o período atual revela um padrão de dominação extrema que se dá ‘em conjunto com a expansão das grandes empresas corporativas nos países latino-americanos,’ empresas que trouxeram à região um novo estilo de organização, de produção e de marke- ting, com novos padrões de planejamento, propaganda de massa, concorrência e controle interno das economias dependentes pelos interesses externos. Elas representam o capitalismo corporativo ou monopolista e se apoderam das posi- ções da liderança – por meio de mecanismos financeiros, por associação com sócios locais, por corrupção, pressão ou outros meios – ocupados anteriormente pelas empresas nativas e por seus policy-makers. ����������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pela professora Rebecca Guimarães. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con- teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclusiva deste material. 1 www.grancursosonline.com.br Resolução de Itens Voltados ao Agronegócio, Urbanização, Industrialização e Produção Brasileira GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online RESOLUÇÃO DE ITENS VOLTADOS AO AGRONEGÓCIO, URBANIZAÇÃO, INDUSTRIALIZAÇÃO E PRODUÇÃO BRASILEIRA A cidade de Bom Jesus da Lapa, localizada no oeste da Bahia, possui um projeto de irrigação do rio Corrente, desenvolvido entre as décadas de 70 e 80, e tem entre as suas principais produções a fruticultura, destacando a banana irrigada, evidenciando-se como o município que mais produz fruta no país. O Estado que mais produz banana é a Bahia, e não o Pará, como erroneamente foi referido em aula anterior. Graças a esse processo de irrigação, as grandes áreas baianas, os grandes municípios mudaram a sua perspectiva de produção, devido à tecnologia intro- duzida no campo baiano. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO Julgue os próximos itens, relativos à industrialização e à integração do Brasil ao processo de internacionalização da economia: 83. A reestruturação produtiva recente do território brasileiro promoveu, entre ou- tros resultados, a desindustrialização da cidade de São Paulo e região metro- politana e o deslocamento das plantas industriais paulistanas para diversas regiões brasileiras e mundiais, como o sul do Brasil, o litoral nordestino, a China e países do MERCOSUL. Comentário Esta questão dividiu opiniões. Muitos professores consideraram a resposta como certa. A desindustrialização da cidade de São Paulo e região metropolitana foi a causadora de uma reestruturação produtiva no Brasil. Uma nova estrutura produtiva foi estabelecida porque houve a desindustrialização da cidade de São Paulo e da região metropolitana. Outros consideram que São Paulo não se desindustrializou, mas que, na verdade, sofreu uma desconcentração industrial. Para a prova, a informação AN O TAÇ Õ ES 2 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Resolução de Itens Voltados ao Agronegócio, Urbanização, Industrialização e Produção Brasileira GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online é que houve a desindustrialização de São Paulo porque a percentagem da participação das indústrias paulistas e paulistana foi reduzida na industrialização brasileira. Outros ainda consideram que a região metropolitana não de desindustrializou como um todo, apenas em algumas áreas específicas, como o ABC paulista. Foi um item muito polêmico que está correto na sua parte final. 84. Com a desconcentração da indústria paulista, as principais regiões metropo- litanas nordestinas (Salvador, Recife, Fortaleza e São Luís) tornaram-se no- vas aglomerações industriais, devido a algumas condições básicas: situação geográfica adequada para a implantação de indústrias em razão da proximi- dade de rotas de comércio internacional; e aumento do número de empregos industriais diretos e indiretos com mão de obra barata e qualificada. Comentário Com a desconcentração da indústria paulista, as principais regiões metropoli- tanas nordestinas que se tornaram novas aglomerações industrias foram Sal- vador, Recife e Fortaleza. O nordeste não apresenta mão de obra qualificada. 85. O Brasil, potência regional na economia do mundo, integra redes de produ- ção e consumo em escala global, principalmente nos setores de produção de soja, minério de ferro, óleos brutos de petróleo, automóveis de passageiros e açúcar de cana bruto. Comentário O Brasil é o segundo maior produtor mundial de soja. A respeito da dinâmica do agronegócio brasileiro, julgue os itens que se seguem. 86. A expansão da fronteira agrícola na Amazônia Legal é marcada por conflitos entre assentados e grandes projetos agropecuários e de mineração e por 3 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Resolução de Itens Voltados ao Agronegócio, Urbanização, Industrialização e Produção Brasileira GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online intensa devastação e desperdício dos recursos naturais e da biodiversidade, o que compromete o futuro da região. Comentário Há uma nova fronteira agrícola no Brasil rumo à Amazônia Legal. Essa nova fronteira agrícola é marcada por conflitos entre assentadose grandes projetos agropecuários, conflitos também na área da mineração, da garimpagem e também por uma devastação da floresta e desperdício dos recursos naturais e da biodiversidade. Antes a floresta amazônica não possuía grandes áreas voltadas à pecuária, ao cultivo de algumas culturas agrícolas, como, por exemplo, a soja, o café, o arroz. Em Roraima, na reserva indígena da Raposa da Serra do Sol, houve conflitos entre rizicultores e comunidades indígenas. No geral, as grandes fronteiras agrícolas no Brasil são marcadas por disputas, conflitos e mortes. 87. A partir da adoção de políticas públicas de ocupação do território nacional du- rante o regime militar, a fronteira agrícola expandiu-se para o Centro-Oeste, que passou a ser visto como “celeiro do mundo”, destinado à produção de commo- dities como as do complexo grão carnes e à agropecuária em larga escala. Comentário Durante o governo do regime militar, que se estendeu entre 1964 até meados da década de 80 (1986), houve a expansão do agronegócio para o Centro- Oeste. 88. A divisão territorial do trabalho existente em regiões produtivas do agrone- gócio é organizada em dois circuitos da economia local: o circuito superior, comandado pelas empresas e produtores hegemônicos do agronegócio, e o circuito inferior, formado a partir da agricultura camponesa não integrada diretamente à agricultura tecnificada. 4 www.grancursosonline.com.br Resolução de Itens Voltados ao Agronegócio, Urbanização, Industrialização e Produção Brasileira GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online AN O TA Ç Õ ES Comentário Milton Santos é o responsável pela classificação da economia em circuitos: superior e inferior. Acerca dos movimentos migratórios internos, da estrutura etária da popula- ção brasileira e da evolução de seu crescimento no século XX, julgue os itens a seguir. 89. O baixo crescimento vegetativo da população brasileira verificado nos últi- mos três censos demográficos indica a diminuição do ritmo de migrações no país e o início de longo ciclo de estagnação. Centros urbanos de atração de migrantes, como Brasília, Manaus e São Paulo, diminuíram drasticamente o ritmo de crescimento econômico, justificando assim a queda do fluxo migra- tório de entrada e o aumento da saída de população. Comentário O crescimento vegetativo é calculado sobre os índices de natalidade e mortalidade. As migrações não estão relacionadas ao crescimento vegetativo, e sim ao crescimento populacional. Crescimento vegetativo é diferente de crescimento populacional. 90. A dinâmica da estrutura etária da população brasileira tende ao equilíbrio quanto à quantidade de crianças, jovens, adultos e idosos: a população de idosos com maior expectativa de vida cresce tanto quanto a população em idade infantil e jovem. Comentário A dinâmica da estrutura etária da população brasileira NÃO tende ao equilíbrio quanto à quantidade de crianças, jovens, adultos e idosos. 5 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Resolução de Itens Voltados ao Agronegócio, Urbanização, Industrialização e Produção Brasileira GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online 91. Fundamentados no aumento da expectativa de vida, que resulta em cresci- mento das despesas com aposentadorias, serviços de saúde e assistência social, setores da sociedade brasileira defendem a reforma previdenciária. No que se refere ao aproveitamento dos recursos naturais brasileiros, julgue os seguintes itens. 92. Apesar do enorme potencial das regiões Norte e Nordeste para a produção de energia eólica, a produção dessa energia limpa ainda é limitada no Brasil devido à distância entre as áreas potenciais de produção e os centros de consumo, o que representa uma barreira para a expansão da produção. Comentário As regiões com maior potencial eólico são as regiões Nordeste e Sul. 93. Os episódios recentes de diminuição do índice pluviométrico e de estiagem prolongada nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste do Brasil colo- caram em xeque a produção de energia hidrelétrica, setor estratégico para a economia nacional que, em tempos de estiagem, necessita do auxílio da produção das usinas termoelétricas, o que encarece o custo da energia no Brasil tanto para grandes quanto para pequenos consumidores. Acerca da organização do espaço brasileiro e das atividades econômicas desenvolvidas no território nacional, julgue os itens subsequentes. 53. A industrialização promoveu a desconexão entre as regiões brasileiras, acen- tuando a supremacia econômica do Sudeste. Comentário Não se pode afirmar que a industrialização promoveu uma desconexão entre as regiões brasileiras. A industrialização conectou as regiões do Brasil estabelecendo que o Nordeste, o Norte e o Centro-Oeste seriam fornecedores 6 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Resolução de Itens Voltados ao Agronegócio, Urbanização, Industrialização e Produção Brasileira GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online de matéria-primas e que o Sul e o Sudeste seriam os que manufaturariam essas matérias-primas, transformando-as em mercadorias que seriam posteriormente compradas no Brasil e no mundo. 54. A “grande descontinuidade temporal e geográfica” mencionada no texto ex- plica-se pelo processo de ocupação territorial em que foi privilegiada a ativi- dade agrícola, espalhada nas diversas regiões do país. Comentário A atividade agrícola não foi espalhada nas diversas regiões do país, estão bem concentradas na região Centro-Oeste. 55. O padrão de rede urbana encontrado no país, hierarquizado segundo o ta- manho das cidades, espelha a integração e a articulação de todo o território nacional. Comentário Há uma hierarquia, mas não baseada no tamanho das cidades, e sim na influência das cidades. GABARITO 83. E 84. E 85. C 86. C 87. C 88. C 7 www.grancursosonline.com.br Resolução de Itens Voltados ao Agronegócio, Urbanização, Industrialização e Produção Brasileira GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online 89. E 90. E 91. C 92. E 93. C 53. E 54. E 55. E ����������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pela professora Rebecca Guimarães. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con- teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclusiva deste material. 1 www.grancursosonline.com.br Resolução de Itens Voltados ao Agronegócio, Urbanização, Industrialização e Produção Brasileira II GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online RESOLUÇÃO DE ITENS VOLTADOS AO AGRONEGÓCIO, URBANIZAÇÃO, INDUSTRIALIZAÇÃO E PRODUÇÃO BRASILEIRA II EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO Perduram imagens obsoletas sobre a região amazônica, verdadeiros mitos. Não apenas os mitos tradicionais da terra exótica e dos espaços vazios, mas também mitos recentes que obscurecem a realidade regional e dificultam a elaboração de políticas públicas adequadas ao seu desenvolvimento. Nas últimas décadas do século XX, mudanças bem mais drásticas ocorreram na região, tanto no que se refere a aspectos políticos e econômicos quanto no que diz respeito a políticas públicas. As populações regionais se organizam e se tornam atores políticos significativos, a cooperação internacional finan- ceira e tecnocientífica assume influência crescente, e o terceiro setor emerge como mediador de interesses diversos, reduzindoo papel do Estado. (B. K.. Becker. Amazônia: nova geografia, nova política regional e nova escala de ação. In: M. Coy e Kohlhepp (Coords.). Amazônia sustentável. Garamond, 2005, p. 23-4 (com adaptações). Tendo o texto acima como referência inicial, julgue os próximos itens, acerca das transformações político-econômicas que têm ocorrido na região amazônica. 56. A forma de ocupação da Amazônia mudou, e a valorização de seus produtos extrativos no mercado internacional, que persiste na atualidade, determina a ocorrência de novos ciclos econômicos. Comentário Nas últimas décadas do século XX, mudanças bem mais drásticas ocorreram na região, tanto no que se refere a aspectos políticos e econômicos quanto no que diz respeito a políticas públicas. Na Amazônia há muito ferro, criação de gado, plantação de soja, que não constituem novos ciclos econômicos. A Amazônia ainda está voltada para atender à demanda do mercado internacional. É um ciclo econômico que vem de longa data. AN O TAÇ Õ ES 2 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Resolução de Itens Voltados ao Agronegócio, Urbanização, Industrialização e Produção Brasileira II GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online 57. A implementação de novas políticas regionais trouxe como consequência para a Amazônia a desarticulação dessa região da dinâmica socioeconômica no Brasil, prevalecendo, então, os interesses locais, isto é, da própria região. Comentário As políticas públicas adotadas desde a época dos militares, desde a época de Getúlio Vargas, passando pela criação da Zona Franca de Manaus, articularam cada vez mais a região Amazônica com o Brasil e o mundo. 58. O aproveitamento da vastidão das terras da região amazônica por meio da alocação de pequenos produtores rurais, na segunda metade do século XX, desencadeou intenso fluxo migratório para a região. Comentário Durante a Segunda Guerra Mundial, o presidente Roosevelt visitou o Brasil e esteve com Getúlio Vargas pedindo ajuda do Brasil principalmente na fabricação da borracha para atender a indústria da guerra. 59. Na região amazônica, a desconcentração da propriedade da terra, decor- rente da ocupação desta por pequenos agricultores, direcionados por pro- gramas de assentamento implementados tanto pelo Estado, no caso do Pro- grama Integrado de Colonização, quanto pela iniciativa particular, tornou a estrutura fundiária da Amazônia diferente da de outras regiões do país, em que existem os conflitos agrários. Comentário A região Amazônica tem uma grande concentração de proprietários de terras. 60. Na Amazônia, o avanço da fronteira agrícola ocorre por meio da recuperação das áreas degradadas utilizadas para o cultivo de produtos, cuja exportação representa uma forma de inserção do Brasil no mercado internacional. 3 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Resolução de Itens Voltados ao Agronegócio, Urbanização, Industrialização e Produção Brasileira II GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Comentário O avanço da fronteira agrícola traz destruição, não recupera quase nada. São raros os projetos voltados para a recuperação de alguma área degradada. A maioria chega para devastar, para emitir gases para a atmosfera. Com relação ao processo de modernização agrícola brasileira e suas impli- cações, julgue os itens subsequentes: 61. Embora sejam evidentes os esforços de modernização das atividades no campo, o aumento do volume da produção brasileira decorre do aumento da área de terra cultivada. Comentário O aumento do volume da produção agrícola está mais relacionado com o aumento da utilização tecnológica do que com o aumento da terra cultivada. É uma agricultura intensiva, e não uma agricultura extensiva. 62. Resultante da maior inserção do país no contexto internacional, a moderniza- ção agrícola, com a consequente queda da necessidade de trabalho humano no campo, contribuiu para o processo de urbanização no Brasil. Comentário Internacionalmente, o Brasil é visto como uma grande fazenda, um grande fornecedor de commodities agrícolas decorrente da modernização das atividades agrícolas. 63. O desenvolvimento agrícola ocorrido no Brasil coloca-o como provedor de bens primários para o mercado mundial, já que o país apresenta incipiente nível de industrialização. 4 www.grancursosonline.com.br Resolução de Itens Voltados ao Agronegócio, Urbanização, Industrialização e Produção Brasileira II GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online AN O TA Ç Õ ES Comentário O desenvolvimento agrícola ocorrido no Brasil coloca-o como provedor de bens primários para o mercado mundial. Isso não significa que o nível de industrialização seja incipiente. A Argentina é uma grande importadora de automóveis brasileiros e também de eletrodomésticos, como máquinas de lavar roupa e geladeiras. Os calçados e roupas também são exportados. 64. No Brasil, as mudanças nos padrões produtivos geram efeitos sociais, tais como o desemprego, o subemprego e a migração inter e intrarregional. Comentário No Brasil, as mudanças nos padrões produtivos geraram efeitos sociais negativos, tais como o desemprego, o subemprego e a migração inter e intrarregional. 65. Os conflitos pela posse de terra no Brasil ocorrem tanto nas áreas tradicio- nais de produção agropecuária como nas novas áreas de expansão agrícola, a exemplo da região Centro-Oeste. Comentário Os conflitos pela posse de terra são generalizados no Brasil: em todos os Estados, mais especialmente no Pará, em Pernambuco e na Paraíba. Com referência à divisão interregional do trabalho e da produção no Brasil, julgue os itens a seguir. 81. A Zona Franca de Manaus é uma concentração industrial que, apesar de distar dos grandes centros urbanos e consumidores do centro-sul do país, 5 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Resolução de Itens Voltados ao Agronegócio, Urbanização, Industrialização e Produção Brasileira II GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online se articula a praticamente todo o território nacional, ilustrando o processo de privatização do território por meio do uso privado de recursos públicos. 82. A partir da reestruturação produtiva do território brasileiro, imposta pela glo- balização, três das principais metrópoles nacionais, São Paulo, Rio de Ja- neiro e Brasília, passaram a ter relações de complementariedade e de coo- peração: enquanto São Paulo emergiu como potência industrial e o Rio de Janeiro expandiu a sua relevância econômica, Brasília se consolidou como o centro político do território. Comentário As três metrópoles (São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília) não passaram a ter relações de complementariedade e de cooperação, principalmente no que se refere a Brasília. Brasília não complementa São Paulo. O Rio de Janeiro e São Paulo até podem se complementar. 83. Com a globalização e as exigências do mercado global, todo o território na- cional se inseriu em dinâmicas de competição internacional ligadas à expor- tação de produtos agropecuários e industriais ou nas atividades de suporte ao circuito superior e inferior da economia, gerando ciclos de desenvolvimen- to econômico. Comentário O território brasileiro é muito grande para que se possa generalizar. 84. As atividades corporativas de empresas nacionais e internacionais (produção, circulação, distribuição e consumo) integram partes expressivas do território brasileiro, por meio de redes de infraestruturas, de informação e comunicação. 6 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Resolução de Itens Voltados ao Agronegócio, Urbanização, Industrializaçãoe Produção Brasileira II GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Comentário Há uma crítica de Milton Santos às cidades corporativas, cidades que só evoluem para atender interesses das grandes transnacionais. Milton Santos critica essa parceria, essa cumplicidade entre o Estado e as grandes corporações. Julgue os itens subsequentes, acerca da estrutura urbana brasileira e das grandes metrópoles nacionais. 85. A organização do espaço urbano em áreas industriais, áreas de lazer, espa- ços públicos e locais de consumo, e a distribuição dos meios de transporte e dos serviços públicos de saúde e educação são determinadas pelo plano di- retor de uso e ocupação do solo, o qual promove uma cidade mais igualitária e menos segregadora. Comentário O plano diretor de uso e ocupação do solo foi adotado para organizar os espaços, as áreas industriais, áreas de lazer, espaços públicos e locais de consumo e a distribuição dos meios de transporte e dos serviços públicos de saúde e educação. O que se verifica no Brasil é que a cada ano aumenta a desigualdade e a segregação no país. O plano diretor de uso deveria promover, mas não promove. 86. As desigualdades sociais se refletem no espaço urbano e as formas pro- duzidas são distintas em função de cada contexto territorial. As estruturas e formas urbanas das cidades dos países mais ricos da Europa e América Anglo-saxônica são totalmente diversas daquelas das cidades latino ameri- canas e africanas. 87. A grande cidade capitalista costuma dispor de áreas consolidadas, envelhe- cidas ou em processo de renovação, criadas em diferentes momentos do tempo, somadas a paisagens construídas recentemente. 7 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Resolução de Itens Voltados ao Agronegócio, Urbanização, Industrialização e Produção Brasileira II GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Comentário O enunciado lembra o termo “rugosidade”, utilizado por Milton Santos. Julgue os itens subsequentes, a respeito da evolução da estrutura fundiária rural e dos movimentos demográficos no território brasileiro. 88. Por fazer uso de tecnologias que ampliam sua independência do espaço ur- bano, o campo não gera empregos necessários para o desenvolvimento de muitos dos municípios de pequeno porte demográfico inseridos em regiões produtivas do agronegócio no Brasil. Comentário Essa tecnologia é proveniente do espaço urbano, os grandes centros universitários e científicos que desenvolvem a tecnologia que o campo utiliza. Mais do que nunca, o campo está conectado e interdependente. O campo gera emprego para mão de obra qualificada. 89. A geração de emprego altamente especializado intensifica a divisão social do trabalho no campo e a concentração de empregos nos complexos agroin- dustriais especializados localizados em cidades médias, acima de 100 mil habitantes, bem como o trabalho sazonal, causando um processo migratório recente no Brasil: a migração descendente (de cidades pequenas para cida- des médias) de profissionais especializados no agronegócio que migram em razão do período de safra e entressafra. Comentário A migração descendente não é de cidades pequenas para cidades médias, é de grandes para médias e de médias para pequenas. 8 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Resolução de Itens Voltados ao Agronegócio, Urbanização, Industrialização e Produção Brasileira II GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online 90. A internacionalização da agropecuária brasileira ainda é totalmente depen- dente de investimentos de conglomerados e empresas estrangeiras que compram empresas nacionais do setor e terras para cultivo. Comentário A internacionalização da agropecuária brasileira NÃO É dependente de investimentos de conglomerados e empresas estrangeiras que compram empresas nacionais do setor e terras para cultivo. 91. A agricultura científica e o agronegócio têm impacto direto na concentração fundiária e no mercado de trabalho no campo, pois as empresas agrícolas compram ou arrendam vastas extensões de terra para o cultivo e geram em- pregos especializados, impondo novas relações de trabalho para os agricul- tores, que não têm condições técnicas e financeiras para competir com esse modelo de agricultura. GABARITO 56. E 57. E 58. C 59. E 60. E 61. E 62. C 63. E 64. C 65. C 81. C 82. E 9 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Resolução de Itens Voltados ao Agronegócio, Urbanização, Industrialização e Produção Brasileira II GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online 83. E 84. C 85. E 86. C 87. C 88. E 89. E 90. E 91. C ����������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pela professora Rebecca Guimarães. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con- teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclusiva deste material. 1 www.grancursosonline.com.br Agronegócio Brasileiro GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online AGRONEGÓCIO BRASILEIRO Indiscutivelmente, o agronegócio brasileiro tem se tornado um dos temas mais cobrados em provas de concursos públicos quando se trata da geopolítica brasileira. Isso acontece porque o agronegócio é importante não apenas para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, mas, também, para o desenvolvimento de tecnologia e de ciência. O mercado de commodities, não só metálicas (em que o Brasil também é uma potência), mas principalmente as agrícolas, é de extrema relevância no entendimento da economia mundial e no funcionamento de bolsas de mercado- rias e futuros. O geógrafo brasileiro Milton Santos se debruçou à análise dessa mudança do perfil do Brasil no campo, principalmente após a década de 1960, logo, cabe destacar as suas ponderações: “A globalização da economia provocou uma reestruturação produtiva da agro- pecuária brasileira, marcada pela territorialização do capital e pela oligopolização do espaço agrícola, culminando na organização de um novo modelo econômico, técnico e social de produção. Como este se processa de forma socialmente excludente e espacialmente seletiva, acentuando as históricas desigualdades sociais e territoriais do país, além de criar muitas novas desigualdades, parale- lamente à difusão do agronegócio, ocorre uma nova divisão territorial e social do trabalho agropecuário. Desse modo, amplia-se a dialética da produção do espaço agrícola, cada vez mais fragmentado, caracterizando-se arranjos territo- riais produtivos agrícolas. Este artigo tem por objetivo tratar das principais carac- terísticas da consecução do agronegócio no Brasil; da fragmentação do espaço agrícola e do incremento da urbanização no Brasil agrícola moderno, resultando numa nova tipologia de cidade: a cidade do agronegócio." OOss.:� Indiscutivelmente, o agronegócio envolve o campo e a indústria. Ambos, conectados acabam gerando um tipo de desenvolvimento sustentado, que é favorável tanto para o setor primário quanto para o setor secundá- rio da economia. AN O TAÇ Õ ES 2 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Agronegócio Brasileiro GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online A rentabilidade do capital, exigida pela economia globalizada, induziu a existên- cia de formas mais eficazes de produção.Desse modo, transformou radicalmente as forças produtivas da agropecuária, porquanto seus sistemas técnicos anterior- mente hegemônicos não condiziam com a racionalidade vigente no período tec- nológico. A impossibilidade de controle do processo produtivo da agropecuária, com uma estrutura extremamente dependente dos fatores naturais (clima, relevo, solo, temperatura, topografia etc.) e do ciclo biológico das plantas e dos animais, sempre representou um limite para a acumulação ampliada no setor, uma vez que o tempo de produção é comumente superior ao tempo de trabalho. OOss.:� A chamada “Revolução Verde”, ocorrida na década de 1960 no Brasil é fun- damental para a análise da evolução do agronegócio no Brasil e no mundo. A ciência e a tecnologia têm feito com que os insumos utilizados na produ- ção agropecuária e o controle de pragas estejam cada vez mais voltados para “driblar” as condicionantes naturais, o que garante a produtividade. Mas não há dúvida quanto às reestruturações advindas, uma vez que parte da agropecuária brasileira passou a ser um empreendimento totalmente associado à racionalidade do período técnico-científico-informacional (Santos, 1979, 1988, 1993, 1994, 1996, 2000), com algumas possibilidades semelhantes às dos demais setores econômicos para a aplicação de capital e para a obtenção de alta lucratividade, tor- nando-se mais competitiva e permitindo maior valorização dos capitais nela inves- tidos. Nesse sentido, um dos principais signos da agricultura científica no Brasil é uma crescente interdependência com os demais setores da economia. A partir dessa interdependência ocorrem processos frequentes de fusão com capitais dos setores industriais, comerciais e de serviços. Tais fusões se dão juntamente ao aumento de sua presença no circuito superior da economia (Santos, 1979). Outra característica da agricultura científica é seu funcionamento cada vez mais regulado pela economia de mercado, em razão das demandas urbanas e industriais. As relações entre os setores agrícola e industrial merecem desta- que, por propiciarem o desenvolvimento de muitos ramos industriais, notada- mente dos que fornecem os insumos e bens de capital para a agricultura, assim 3 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Agronegócio Brasileiro GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online como das indústrias que processam os produtos agropecuários – agroindústrias –, transformando-os em mercadorias padronizadas para o consumo de massa globalizado. OOss.:� Vale destacar que, atualmente, a soja é considerada a “menina dos olhos” da economia brasileira no que diz respeito às suas agroexportações. O fato de a soja ter se tornado uma das principais commodities do Brasil tem relação com os avanços científicos, com a descoberta da correção do solo via calagem e outros fatores, como as técnicas de irrigação. Outro ponto importante é que o Brasil é, hoje, o segundo maior produtor de soja do mundo e o maior exportador dessa commodity. Tudo isto leva à multiplicação dos espaços da produção e das trocas agrí- colas globalizadas, e induz os espaços agrícolas a inúmeras transformações, as quais se mostram extremamente suscetíveis de aceitação do capital do agro- negócio. Isto se deve, em parte, ao fato de possuírem pequena quantidade de pedaços de tempo materializados, o que permite imediata difusão do capital novo e possibilidade de responder mais rapidamente aos interesses das empre- sas hegemônicas dos setores agropecuário e agroindustrial. Quando do início da aceleração contemporânea (Santos, 1996), o campo era um espaço com menos rugosidades (Santos, 1985), e com flexibilidade muito superior à apresentada pelas cidades, repletas de capitais mortos, mostrando-se um dos lócus preferenciais de introdução dos capitais industriais e financeiros. Dessa forma, nas áreas onde se expande a agricultura científica, o meio natural e o meio técnico são rapidamente substituídos pelo meio técnico-científico-infor- macional (Santos, 1985, 1993, 1994, 1996, 2000), aumentando a proporção da natureza social sobre a natural. Em seu livro O espaço dividido, Santos (1979) chama a atenção para o fato de que devemos considerar as modernizações como o modo de levar em conta as implicações temporais da organização do espaço, especialmente nos países em situação desfavorável na Divisão Internacional do Trabalho. Por moderniza- ção, entende-se a generalização de uma inovação vinda de um período anterior 4 www.grancursosonline.com.br Agronegócio Brasileiro GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online AN O TA Ç Õ ES ou da fase imediatamente precedente. Como cada período é caracterizado pela existência de um conjunto coerente de elementos de ordem econômica, social, política e moral, que constituem um verdadeiro sistema, segundo sugere o autor, devemos realizar uma divisão do tempo em períodos para reconhecer a existência da sucessão de modernizações, que seria a própria história das modernizações. Ao se utilizar o recurso da periodização como componente fundamental de método, com vistas à consecução da agricultura científica no Brasil e à reorga- nização do seu espaço agrícola, vislumbramos três momentos principais. Entre- tanto, lembremos, a periodização sempre guarda conformidade com os objetivos específicos do autor que a está processando num determinado momento de evo- lução de seus estudos. O primeiro seria o da mudança da base técnica, a partir da década de 1950, com o emprego de uma gama de insumos artificiais, em detrimento dos naturais, com a difusão de inovações químicas (fertilizantes, agrotóxicos, corretivos etc.) e mecânicas (tratores, arados, colheitadeiras etc.). Nesse primeiro momento da reestruturação produtiva da agropecuária, os insumos eram na sua grande maio- ria importados, uma vez que o Brasil não fabricava tais produtos. Como sabe- mos, a implantação da primeira grande indústria de bens de produção para a agropecuária dá-se em 1959, com a instalação de uma multinacional fabricante de tratores (Amato Neto, 1985). O segundo momento se concretiza em meados da década de 1960, quando os interesses das grandes corporações se apropriam do processo de produção agropecuária brasileira. Nas palavras de Graziano da Silva (1996), configura-se, então, o processo de industrialização da agricultura, com ampla implantação de indústrias dos ramos a montante da agropecuária, fornecedores de insumos modernos (fertilizantes, máquinas, sementes etc.), e a jusante, transformadores dos produtos agropecuários (agroindústrias), com um intenso processo de insta- lação de indústrias que assumem o comando das transformações no setor. A dinâmica da agricultura passa a ser determinada pelo padrão de acumu- lação industrial, centrado no desenvolvimento dos complexos agroindustriais (CAIs) (Sorj, 1980; Muller, 1989; Mazzali, 2000) ou sistemas agroindustriais (SAGs) (Farina e Zylbersztajn, 1998). A agropecuária moderna passa a ser o 5 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Agronegócio Brasileiro GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online núcleo dos CAIs ou SAGs emergentes. Sua produção destina-se, prioritaria- mente, à geração de commodities e de matérias-primas para as agroindústrias em franca expansão, da mesma forma que demanda uma gama importante de produtos industriais. Caracteriza-se uma nova organização econômica e social da agropecuária, que acompanha a unificação da economia pelo movimento do capital industrial e financeiro. Para Graziano da Silva (1996, 1999), esse movimento de mudança da agro- pecuária brasileira caracteriza-se pela desarticulação do chamado complexo rural com a constituição dos complexos agroindustriais,a ocorrer mediante a substituição da economia natural por atividades agrícolas integradas à indústria, pela intensificação da divisão do trabalho e das trocas intersetoriais e com a especialização da produção agropecuária. Podemos identificar a terceira fase da reestruturação produtiva da agrope- cuária brasileira em meados da década de 1970. Nesse período, dá-se um pro- cesso de integração de capitais a partir da centralização de capitais industriais, bancários, agrários etc., expansão de sociedades anônimas, cooperativas agrí- colas, empresas integradas verticalmente (agroindustriais ou agrocomerciais), assim como a organização de conglomerados empresariais por meio de fusões, organização de holdings, cartéis e trustes, com atuação direta nos CAIs (Del- gado, 1985). Na década de 1970, difunde-se, em grande escala, a biotecnologia, uma das mais revolucionárias e controvertidas tecnologias já desenvolvidas pelo homem. Diferentemente dos dois grupos de inovações citados anteriormente (químicas e mecânicas), que modificam as condições naturais do solo e a intensidade e o ritmo da jornada de trabalho, a biotecnologia afeta a velocidade de rotação do capital adiantado no processo produtivo, por meio da redução do período de produção e da potencialização dos efeitos das inovações químicas e mecânicas (Silva, 1981). No entanto, a biotecnologia não representa uma simples inovação, mas sim um novo paradigma para a própria existência da humanidade. Com a biotecnolo- gia, acirra-se a utilização da ciência para a acumulação ampliada em vários seto- res econômicos (farmacêutico, químico, agroindustrial etc.), inclusive na agrope- 6 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Agronegócio Brasileiro GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online cuária, e completam-se as bases da chamada Revolução Verde, fundamentada na utilização e difusão internacional de um conjunto de práticas tecnológicas de pesquisa e produção agropecuárias, vendidas ideologicamente como a resolu- ção do problema da fome no mundo. Se a expansão dos CAIs constituiu um dos principais vetores da reestrutura- ção produtiva da agropecuária brasileira, acreditamos que compreender os fixos e os fluxos dos principais CAIs atuantes no Brasil (da soja, do suco de laranja, do leite, do trigo, da cana, do milho etc.), em especial a partir de seus circuitos espaciais de produção, seria um importante exercício de análise da agricultura científica e do território resultante dessa produção. Da mesma forma, captar seus círculos de cooperação (Santos, 1986) e seus sistemas de ação (Santos, 1994, 1996) é identificar, no tempo e no espaço, a forma de agir das grandes corporações globalizadas que dominam a produção agropecuária e agroindustrial brasileira, revelando suas alianças com o Estado e suas ingerências na reestruturação do espaço agrícola. O estudo dos CAIs da cana e da laranja é um bom exemplo da formação de espaços corporativos resultantes dessa evolução (Elias, 1996, 2003a).” EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1. Em relação à importância do agronegócio, assinale a opção correta. a. O agronegócio é um setor altamente moderno e competitivo, que faz largo uso da moderna tecnologia agrícola; nele não há espaço para a agricultura tradicional nem para a de subsistência. b. O extrativismo vegetal não constitui um dos componentes do agronegócio. c. A competitividade do agronegócio brasileiro é predominantemente na- cional; no mercado internacional, o agronegócio brasileiro ainda é pouco competitivo. d. O agronegócio responde por aproximadamente um terço do PIB do Brasil e tem peso significativo na balança comercial do país. e. A produção de algodão é classificada como pertencente ao setor têxtil e, portanto, não é componente do agronegócio brasileiro. 7 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Agronegócio Brasileiro GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Comentário a. Apesar de cada vez mais reduzidos os espaços voltados para a agricultura tradicional ou de subsistência, eles existem. b. O extrativismo vegetal como, por exemplo, as atividades silvícolas, são componentes do agronegócio. c. O grande ponto forte do Brasil, quando se fala em seu papel internacional, é o agronegócio. d. O agronegócio brasileiro possui uma forte participação no PIB brasileiro. e. O algodão é considerado produção agrícola. Abaixo, um artigo muito importante do professor Roberto Rodrigues acerca do agronegócio brasileiro: “Um dos mais complexos desafios da humanidade no século XXI será com- patibilizar a oferta de alimentos de qualidade a uma população crescente e mais longeva com a preservação dos recursos naturais para as gerações futuras. E já sabemos que a segurança alimentar é a única garantia de paz universal. OOss.:� Nesse sentido, o grande desafio do século XXI é a sustentabilidade. Para que seja atendida, devem ser atendidos os caracteres social, econômico e ambiental. Com essa visão, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos reali- zou estudo que concluiu que o mundo terá de produzir 20% a mais de alimentos em dez anos para suprir a demanda global; e que, para isso acontecer, o Brasil precisará elevar sua oferta em 41%, o dobro da meta mundial. Essa situação decorre de três condições peculiares: temos a melhor tecnologia tropical e sus- tentável do planeta, terra disponível para crescer e sobretudo gente competente nos diferentes elos das cadeias produtivas. 8 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Agronegócio Brasileiro GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Quanto à tecnologia: do Plano Collor, lançado em março de 1990, até agora, a área plantada com grãos no país aumentou 65% e a produção cresceu 307%. Se tivéssemos a mesma produtividade de grãos por hectare do tempo do Plano Collor, além do que hoje é cultivado (62 milhões de hectares), seria necessário desmatar e plantar outros 92 milhões de hectares para colher a safra deste ano. De lá para cá, a produção de carne de frango elevou-se 475%, a de suíno 250% e até a de carne bovina, com ciclo mais longo, cresceu 98%. Com isso, a parti- cipação da cesta básica no orçamento das famílias brasileiras caiu de 55% para 15% em menos de cinquenta anos, liberando recursos para outros gastos. Novas tecnologias sustentáveis vêm chegando, sempre com o objetivo de promover o que há de mais moderno no mundo rural. Sistemas integrados de produção, com nanopartículas espalhadas pelo campo, informarão a tempera- tura e a umidade do ar e do solo e a velocidade do vento, indicando a melhor hora para combater pragas e doenças com defensivos mais sustentáveis. Máquinas “conversarão” entre si, sem operadores. Drones sobrevoarão áreas cultivadas e mostrarão com precisão onde deve haver a intervenção do gestor. Startups desenvolvem sofisticados modelos de gestão de custos, de risco, de recursos humanos, tributária e ambiental. Graças à agroenergia, o etanol emite apenas 11% do gás carbônico emitido pela gasolina. O etanol, o biodiesel e a bioeletricidade economizarão bilhões de dólares na importação de petróleo e derivados, ajudando o Brasil a atingir a meta assumida na COP21, em Paris, de reduzir em 43% a emissão de gases do efeito estufa até 2030. Quanto à área plantada: segundo a Embrapa, dos 850 milhões de hectares do nosso território, somente 9% estão ocupados com todas as culturas do agro, inclusive florestas cultivadas. Em outros 21,2% há pastagens. Quando se soma tudo (pastagens e áreas agricultadas), temos apenas 30,2% de nosso território ocupado com todas as nossas atividades agrossilvopastoris. E 66,3% do terri- tório ainda tem vegetação nativa. A melhoria da exploração pecuária produzirámais carne e leite em menos pastos, e cerca de 10 milhões de hectares destes 9 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Agronegócio Brasileiro GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online poderão ser transformados em agricultura. Dessa forma será, sim, possível ao Brasil oferecer ao mundo uma produção de alimentos 40% maior em dez ou doze anos. Precisamos de gente para tal. E felizmente há uma brilhante geração de jovens graduados em faculdades de ciências agrárias e em escolas de nível médio em todo o país trabalhando hoje em fazendas, cooperativas e associa- ções rurais — nas áreas de pesquisa, ensino e assistência técnica pública e pri- vada, em empresas de insumos e serviços, além de indústrias de equipamentos e de alimentos. Tudo isso é bastante, mas não suficiente. Ainda será preciso uma estratégia que demandará o compromisso de todos os brasileiros. Para evoluir no campo, o produtor depende das cidades: pesquisas são feitas em organizações cientí- ficas ou universidades urbanas; fertilizantes, defensivos e máquinas são produ- zidos em indústrias urbanas; e serviços de assistência técnica, crédito e seguro são fornecidos por bancos ou empresas urbanas. As construtoras de estradas, ferrovias e portos e a indústria de alimentos são urbanas, assim como a de embalagens, os supermercados e as tradings. Em resumo, todo cidadão bra- sileiro participa direta ou indiretamente das ações do campo; quando não con- tribui para a produção, responde pelo consumo. Precisamos compreender que os governos dos países desenvolvidos estimulam seus produtores rurais com o objetivo de abastecer o consumidor urbano, porque ele é muito mais numeroso e a estabilidade política e social depende disso. E os consumidores urbanos apoiam políticas de garantia da renda rural porque ficam tranquilos quanto ao seu abastecimento. A Política Agrícola Comum, superprotecionista, foi uma deci- são dos governos europeus de buscar a autossuficiência alimentar em consequ- ência da fome experimentada na II Guerra Mundial. Urbano e rural são irmãos siameses. Hoje, estamos diante de um novo governo que fala claramente em estimular o agronegócio. Em 2019, colheremos uma grande safra de grãos, cuja produção se somará à de cana-de-açúcar, à de café e frutas, à de carnes e leite, à de horti- granjeiros, compondo 1 bilhão de toneladas — volume este que contribuirá para a alimentação dos brasileiros, o combate à inflação, o crescimento do PIB e o 10 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Agronegócio Brasileiro GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online saldo positivo no comércio exterior. O Ministério da Agricultura será comandado por quem entende do riscado e tem nas mãos um plano de crescimento para o setor. Mas, para que a estratégia funcione, precisaremos de empenho total: mais investimentos em ciência e tecnologia; segurança jurídica que garanta parcerias público-privadas para investir em ferrovias, rodovias, hidrovias e portos; uma política comercial que traga acordos bilaterais com grandes países consumido- res, reduzindo a escalada tarifária e permitindo agregação de valor; uma política de renda que priorize o seguro rural e a modernização e a desburocratização do crédito, porque assim bancos privados terão interesse em financiar o agro; uma defesa sanitária que elimine exageros, como o ocorrido durante a Operação Carne Fraca; estímulos a programas que acabem com o desmatamento ilegal, como o Pagamento por Serviços Ambientais previsto no Código Florestal; apoio ao cooperativismo e ao associativismo, que dão a escala essencial para a sobre- vivência e o crescimento dos pequenos; regularização fundiária que permita ao produtor assentado em programas sociais obter as garantias a ser oferecidas aos agentes financeiros. E, sobretudo, precisaremos estar atentos à sustenta- bilidade, fator prioritário para a competitividade internacional de qualquer pro- duto. Tudo isso é factível. Basta que os compromissos até aqui assumidos sejam implementados.” Roberto Rodrigues é ex-ministro da Agricultura (2003-2006) e coordenador do Centro de Agronegócio da FGV. GABARITO 1. d �����������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pela professora Rebecca Guimarães. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con- teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclusiva deste material. 1 www.grancursosonline.com.br Exercícios Cespe GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online EXERCÍCIOS CESPE PONTOS IMPORTANTES PARA FINS DE PROVA • A historicidade do processo da agricultura no Brasil; – O extrativismo do pau-brasil; – A introdução da cana-de-açúcar no nordeste brasileiro; – O extrativismo mineral; – O extrativismo da borracha; – O desenvolvimento da cotonicultura; – O desenvolvimento da cafeicultura; • 1850 – Aprovação da Lei de Terras; – A terra se torna mercadoria no Brasil; • 1934 – Início do governo constitucional no Brasil (Getúlio Vargas) e a ela- boração do primeiro Código Florestal Brasileiro; • João Goulart e o novo Código Florestal Brasileiro, continuado por Castelo Branco; • A “marcha para o oeste”; • O governo militar e a introdução da tecnologia nos campos brasileiros; • 1970 – O Brasil se consolida como um grande “celeiro” do mundo; • 1990 – O Brasil como um grande produtor de commodities. Direto do concurso (CESPE/FUB/2018) As fontes de energia, os transportes e as telecomunica- ções constituem três elementos básicos da infraestrutura econômica – e, em particular, industrial – de um país. São condições para a sua modernização e, ao mesmo tempo, indicadores de desenvolvimento e da sustentabilidade ambiental. José William Vesentini. Geografia: o mundo em construção. Ática, v. 2, 2013, p. 41 (com adapta- ções). Acerca do assunto abordado nesse fragmento de texto, bem como de múlti- plos aspectos a ele relacionados, julgue os itens a seguir. AN O TAÇ Õ ES 2 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Exercícios Cespe GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online 1. O Brasil adota um sistema equilibrado de frete por transporte terrestre multi- modal, por influência, ainda, do nacional-desenvolvimentismo do governo de Juscelino Kubitschek. Comentário O sistema modal brasileiro conta com aproximadamente 65% da carga sendo transportada pelo meio rodoviário. O transporte ferroviário está aquém de sua potencialidade no que diz respeito à sua utilização. Esses dados levam a crer que não há equilíbrio. 2. Os rios navegáveis das regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil fazem que o transporte aquaviário seja de importância primordial para a exportação bra- sileira de commodities. Comentário É importante lembrar que a economia do estado do Pará está assentada na produção de minério, principalmente o minério de ferro e a bauxita. Boa parte dessa produção é transportada até o porto por meio de estrada de ferro. A Zona Franca de Manaus tem grande parte de sua produção transportada por meio das rodovias. Além disso, na região Centro-Oeste, a mais importante rodovia utilizada para o escoamento da soja é a BR-163, o que mostra que a via aquaviária não é a mais importante da região. 3. Apesar das hidrelétricas, dos parques eólicos no Nordeste brasileiro e da difusão da produção de energia solar, o petróleo ainda é a fonte de energia mais importante do Brasil. 3 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Exercícios Cespe GEOPOLÍTICABRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Comentário No Brasil, mais de 60% da produção de energia elétrica vem das hidrelétricas. Contudo, a principal fonte de energia do Brasil é definitivamente o petróleo, principalmente o produzido nos estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina, além de alguns estados nordestinos. 4. Em razão de o Brasil ter firmado, no Acordo de Paris, compromisso de reduzir a emissão de dióxido de carbono, o carvão mineral extraído no Brasil tem sido su- butilizado, apesar de sua alta qualidade quanto a capacidade calorífica. Comentário O carvão mineral extraído no Brasil, principalmente na região Sul do país, não tem alta qualidade. 5. Comparada à de outros países, a matriz energética brasileira é a mais diver- sificada e favorável ao desenvolvimento sustentável, por fazer uso de muitas fontes renováveis. 6. A energia elétrica brasileira é gerada, majoritariamente, por força hidráulica. 7. O projeto de transposição do rio São Francisco é uma política pública que ob- jetiva gerar mais energia hidráulica para o produtor rural do sertão nordestino. Comentário O grande objetivo da transposição do rio São Francisco é gerar abastecimento de água para algumas regiões do sertão nordestino, e não energia hidráulica. 4 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Exercícios Cespe GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online 8. Apesar do vasto litoral brasileiro, a navegação de cabotagem ainda é de in- significante relevância na matriz hidroviária de cargas no país. Comentário Na análise da matriz hidroviária do Brasil, é possível perceber que a navegação de cabotagem não é insignificante. OObs.:� A navegação de cabotagem é aquela que acontece no litoral de um mesmo país. 9. A consolidação do conceito de desenvolvimento sustentável como forma de equilíbrio da proteção do meio ambiente aconteceu na Conferência das Na- ções Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio 92), ocasião em que foi aprovado o documento chamado de Agenda 21. 10. Com a revolução técnico-científica, o uso das telecomunicações perdeu re- levância e os fluxos materiais tornaram-se mais densos e volumosos que os fluxos imateriais. Comentário O uso das telecomunicações é de fundamental importância. (CESPE/FUB/2018) Hoje, tanto os cinturões quanto as frentes pioneiras re- velam que o território brasileiro tem incorporado muitas das características da chamada revolução agrícola, especialmente nas culturas de exportação, aquelas que consolidam a divisão territorial do trabalho mundial. Assim, es- ses produtos acabam por invadir, com velocidade cada vez maior, áreas an- tes destinadas às produções domésticas. M. Santos e M. L. Silveira. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro. Record, 2008, p. 120 (com adaptações). 5 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Exercícios Cespe GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Julgue os itens a seguir. 11. A produção agrícola cresceu em decorrência do aumento da área plantada e da utilização de técnicas mais modernas, aumentando, também, a participa- ção do país no comércio internacional. Comentário Segundo dados da Embrapa, o Brasil obteve aumento em sua área cultivada. Além disso, a introdução de novas tecnologias, que modernizaram o campo brasileiro, fez com que o país também se tornasse mais relevante como ator global. 12. Na Amazônia, o crescimento do agronegócio e a expansão das culturas de commodities têm sido observados em um grande número de pequenas pro- priedades, o que se justifica por serem tais empreendimentos prioritários para a desconcentração da propriedade da terra. Comentário No Brasil, o modelo de concentração de terras está sendo mantido, pois não há uma política pública eficiente no que diz respeito à desconcentração de terras no país. Assim, a Amazônia não foge dessa regra. 13. Verifica-se que, nos últimos anos, houve aumento de área irrigada no Vale do São Francisco, o que está associado ao destaque dado à produção de frutas in natura para exportação. 14. Devido à consolidação da agricultura irrigada – parcialmente voltada para a exportação – e da produção moderna de grãos, bem como à modernização dos empreendimentos voltados para a produção de têxteis, a região Nordes- te do Brasil apresenta, atualmente, bons índices de desenvolvimento no que se refere a indicadores sociais, superando, inclusive, índices do Centro-Sul. 6 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Exercícios Cespe GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Comentário Apesar de a região Nordeste ter apresentado uma modernização no que tange aos empreendimentos voltados para a produção de têxteis, essa modernização não se compara à que ocorreu em cidades como Campinas e Blumenau, que ficam na região Centro-Sul do país. 15. Influenciada pelo agronegócio, a agricultura familiar ou de subsistência prati- cada atualmente na Amazônia tem sido apoiada por inovações tecnológicas e pela utilização dos créditos ambientais subsidiados por políticas públicas de preservação, que objetivam recompensar o abandono da prática de der- rubada ou queimada da floresta ou da vegetação secundária. Comentário Na realidade, os núcleos de agricultura familiar na região da Amazônia estão cada vez mais abandonados. Na região, o que impera é os grandes latifundiários. 16. O fato de as indústrias deixarem de se concentrar no sudeste do Brasil tem relação com o processo de modernização da agricultura brasileira. Comentário A modernização da agricultura efetivamente foi um dos pontos que contribuiu para a desconcentração das indústrias da região Sudeste do país. 17. Não é apenas a dimensão do desmatamento em curso na Amazônia que preocupa, mas também os prejuízos à biodiversidade advindos desse des- matamento, bem como o aumento da grilagem de terras públicas. 7 www.grancursosonline.com.br Exercícios Cespe GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online 18. O cerrado brasileiro é um bioma propício à atividade agrícola, como com- prova sua alta produtividade nas últimas décadas, graças, especialmente, à fertilidade do seu solo, que não exige corretivos. Comentário O solo da região do cerrado brasileiro é ácido e precisa ser corrigido por meio da calagem. GABARITO 1. E 2. E 3. E 4. C 5. C 6. E 7. E 8. E 9. C 10. E 11. C 12. E 13. C 14. E 15. E 16. C 17. C 18. E ����������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pela professora Rebecca Guimarães. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con- teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclusiva deste material. 1 www.grancursosonline.com.br Tecnologia GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online TECNOLOGIA Nos últimos tempos, o Brasil mostrou-se atento ao tema da tecnologia e demonstrou preocupação com o setor por meio da inauguração de muitos proje- tos importantes. Em primeiro lugar, cabe destacar que o Brasil se encontra entre os dez maio- res mercados de tecnologia do ano de 2017 (na época, o nono maior do mundo). PROJETO SIRIUS “Poucas pessoas que observam a estrutura gigante erguida em uma área rural de Campinas, a 93 km de São Paulo, fazem ideia do que se trata.A cons- trução circular e envidraçada lembra um shopping center ou as novas arenas de futebol brasileiras. Nem mesmo alguns funcionários do local sabem explicar o que é o Projeto Sirius, obra do governo federal estimada em R$ 1,8 bilhão. AN O TAÇ Õ ES 2 www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Tecnologia GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Em construção desde 2014, O Sirius será o segundo acelerador de partí- culas brasileiro. O primeiro acelerador de partículas no Brasil, o UVX, também está localizado em Campinas, e que começou em 1985, por iniciativa dos físicos Ricardo Lago e Ricardo Rodrigues. Foi inaugurado em 1997 com pompa e a pre- sença do então Presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso. Era o início do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), uma instalação com tecno- logia avançada e inédita no Brasil aberta para ser usada por pesquisadores de qualquer universidade ou empresa do país e do mundo. Era um equipamento único em toda a América Latina e raro no mundo inteiro. No entanto, no começo dos anos 2000, a tecnologia avançara e o UVX ficara obsoleto em comparação a outros síncrotrons espalhados pelo mundo. Em 2008, José Antônio Brum, dire- tor do LNLS entre 2001 e 2008, pediu à equipe do laboratório que desenhasse um pré-projeto do novo acelerador. A proposta foi entregue ao então Ministro da Ciência, o físico Sérgio Rezende, durante uma visita ao laboratório.” Obss.:� O Projeto Sirius é o segundo projeto de acelerador de partículas mais moderno de toda a América e fica atrás apenas dos Estados Unidos. SATÉLITE GEOESTACIONÁRIO BRASILEIRO “O primeiro satélite geoestacionário brasileiro foi lançado ao espaço com sucesso por volta das 19:00 desta quinta-feira, 4 de maio, do Centro Espacial de Kourou, na Guiana Francesa. Acompanharam todo o processo engenheiros da Visiona, empresa responsá- vel pelo projeto, que absorveram tecnologia na França durante a construção do satélite. A joint-venture entre Embraer e Telebras foi criada para estimular o setor espacial do país. 'Já podemos construir satélites de menor porte', diz Eduardo Bonini, presidente da Visiona. Pago por dois ministérios, o satélite Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações (SGDC) dará autonomia às Forças Armadas, fornecendo um canal de comunicação autônomo e totalmente operado no Brasil. Atualmente, os militares precisam alugar o serviço de satélites de outros países. 3 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Tecnologia GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online O SGDC também é parte essencial do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), criado em 2010 pelo governo federal com a missão de universalizar o acesso à internet de alta velocidade no Brasil. Grande parte do sinal do satélite geoestacionário servirá a este fim, levando internet banda larga a comunidades desconectadas nos cantos mais remotos do país.” Polêmicas “Um ano após ter sido lançado ao espaço, o primeiro satélite integralmente controlado pelo Brasil foi usado para levar banda larga a menos de 0,1% dos locais planejados inicialmente, devido a uma briga judicial que envolve a Tele- bras e empresas de telecomunicações e já foi parar no Supremo Tribunal Fede- ral (STF). O Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC) completou aniversário de um ano da decolagem nesta sexta-feira (4), após con- sumir R$ 2,78 bilhões em investimentos. Parceria entre o Ministério da Defesa e a Telebras, o SGDC tem seu uso compartilhado entre militares e civis. O Exército usa 30% da capacidade do equi- pamento para conectar suas instalações, como postos da fronteira. Já empresa de capital misto usa o restante para fornecer conexão contratada por diversos órgãos do governo federal. O negócio foi modelado para que a Telebras contratasse uma empresa para instalar a infraestrutura de rede em todo o Brasil. Em contrapartida, ela poderia explorar a capacidade não utilizada para ofertar seus próprios serviços de banda larga. Após manter um processo de chamamento público aberto por oito meses e não encontrar interessados, a Telebras passou a receber propostas privadas. No começo do ano, escolheu a norte-americana Viasat, que até então não atuava no país. São um ponto de fronteira e três escolas, uma delas localizada na cidade de Paracaima, em Roraima, a porta de entrada dos imigrantes venezuelanos. Ele 4 www.grancursosonline.com.br Tecnologia GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online AN O TA Ç Õ ES afirma que, desde então, o prejuízo já chegou a R$ 100 milhões. Como em maio, a previsão era levar conexão a outros 1 mil pontos, as perdas passam a ser de R$ 800 mil por dia. Esses são pontos de acesso previstos pelo Programa Nacional de Banda Larga, carro-chefe do governo federal para levar conexão de internet a regiões isoladas. A Telebras deveria instalar 8 mil postos até o fim do ano e 15 mil até março de 2019. A Viasat, no entanto, foi impedida de fechar novos contratos por uma decisão judicial. No fim de março, a empresa Via Direta Telecomunicações conseguiu na Justiça do Amazonas uma liminar para suspender o acordo entre Telebras e Viasat. A companhia amazonense disse que foi preterida do processo depois de ini- ciar as negociações para operar parte da capacidade do satélite. Também lançou dúvidas sobre a soberania do Brasil, já que uma empresa estrangeira operaria um satélite que também atendia o Exército brasileiro.” Obss.:� Há alguns anos, o Brasil tem desenvolvido um projeto para modernizar e desenvolver a Marinha Brasileira. A previsão dessa modernização é a entrega de cinco submarinos à Marinha, sendo um deles nuclear (movido a urânio). A França é que está colaborando com o desenvolvimento do primeiro submarino nuclear do Brasil, que deve ser entregue entre os anos de 2029 e 2030. Um desses submarinos é o S40 Riachuelo, que não é nuclear, mas já está pronto para uso e se destaca por sua imponência. SPACE X “Elon Musk publicou no Twitter as primeiras imagens da Mars Base Alpha (Base Alfa de Marte, em português), projeto de sua empresa SpaceX para a exploração do Planeta Vermelho. Ele também postou fotos do Big Falcon Rocket (BFR, na sigla em inglês) e afirmou que a estação deve ficar pronta até 2028. 5 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Tecnologia GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Nas fotografias é possível ver o foguete, um centro com um prédio principal que lembra uma "bolha" e vários edifícios menores ao lado, além de um local com diversos painéis solares. Musk também fez um novo tweet dizendo que, para a exploração de Marte, seria preciso uma nova moeda, que provavelmente será criptografada como o bitcoin. Apesar de não fornecer maiores detalhes sobre a invenção, ele planeja realizar um evento em breve para falar desse projeto. Gwynne Shotwell, diretora de operações da SpaceX, confirmou que a inten- são da companhia é lançar o BFR pela primeira vez em dois anos, com missões para a Lua e para Marte planejadas para 2022 e 2024, respectivamente.” Obss.:� É importante ter atenção às notícias que citam o nome de Elon Musk, uma das figuras mais importantes quando se fala em tecnologia no mundo. Vale lembrar que a companhia de Musk também possui missões progra- madas para explorar o “lado escuro” da lua em um futuro muito próximo. TESLA Tesla, Inc. é uma empresa automotiva e de armazenamento de energia norte- -americana, que desenvolve, produz e vende automóveis elétricos de alto desempenho, componentes para motores e transmissões para veículos elétri- 6 www.grancursosonline.com.brAN O TA Ç Õ ES Tecnologia GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online cos e produtos à base de baterias. Foi fundada em 2003 pelos engenheiros Martin Eberhard e Marc Tarpenning em San Carlos, Califórnia. O seu nome é uma homenagem ao inventor e engenheiro eletricista Nikola Tesla. A Tesla é uma empresa privada de capital aberto que negocia na Bolsa de Valores NASDAQ sob o símbolo Tsla. No primeiro trimestre de 2013, a Tesla Motors registrou lucro pela primeira vez na sua história. Em 2016, a marca estreou no ranking das 10 marcas automotivas mais valiosas do mundo, com um valor de marca estimado em 4,436 bilhões de dólares.” NIÓBIO Apesar de o nióbio ser considerado por muitos como a “carta de alforria” do Brasil, uma vez que o país detém mais que 98% das reservas desse mineral, muitos especialistas afirmam que o país não pode se precipitar no que tange à exploração desse recurso. Isso acontece porque o nióbio, apesar de importante para a indústria de alta tecnologia, é um recurso que pode ser substituível. ISRAEL QUER TRANSFERIR TECNOLOGIA DE DESSALINIZAÇÃO PARA O BRASIL Quando se analisa as relações comerciais entre os dois países, o Brasil exportou para Israel, em 2017, cerca de US$ 466 milhões e importou US$ 885 milhões, com déficit de cerca de US$ 419 milhões. Também estão previstos o projeto de transferência de tecnologia na constru- ção de satélites e a transferência de tecnologia na dessalinização no Nordeste. O país é líder nesse tipo de tecnologia e, hoje, cerca de 80% da água potável consumida pela população israelense é proveniente do mar, disse o embaixador de Israel no Brasil. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1. "Numa inédita jogada de marketing Elon Musk enviou no dia 06/02/2018 um carro ao espaço. Para isso, ele criou a sua própria companhia espacial, 7 www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Tecnologia GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online a SpaceX, construiu seu próprio foguete (o Falcon Heavy, considerado o equipamento aeroespacial mais potente do mundo em atividade) e, como não poderia ser diferente, enviou para lá, um carro de sua badalada marca de automóveis elétricos, a Tesla. (...). Antes do Tesla, o único automóvel enviado ao espaço havia sido o "jipe" Lu- nar Roving Vehicle (LRV), usado por astronautas das missões Apollo 15, 16 e 17, entre 1971 e 1972. É, basicamente, um chassi com quatro rodas, motor elétrico e com capacidade para dois tripulantes – passados 46 anos de sua última missão, o LRV ainda está na Lua à espera de novos motoristas." Fonte: O Globo <https://oglobo.globo.com/economia/carros/como-o- -teslaroadstercarro-que-foi-enviado-ao-espaco-22376038> Acesso em 05 de março de 2018. Em 1969, a humanidade enviou o primeiro homem à Lua. O país responsável por essa façanha foi: a. China. b. Alemanha. c. Rússia (antiga União Soviética). d. EUA. 2. “‘Monopólio’ brasileiro do nióbio gera cobiça mundial, controvérsia e mitos. Com 98% das reservas, Brasil não tem política específica para o mineral. Exportações cresceram 110% em 10 anos e somaram US$ 1,8 bi em 2012.” Em relação ao nióbio brasileiro, assinale a alternativa correta. a. O depósito localizado no carbonatito do barreiro em Araxá (MG) é respon- sável pela maior produção brasileira. O nióbio é considerado fundamental para a indústria de alta tecnologia, como os tomógrafos de ressonância magnética, para a indústria aeroespacial, entre outras. b. As maiores reservas de nióbio estão localizadas na Amazônia (75%), onde a empresa Vale detém o monopólio de exploração e comercialização. 8 www.grancursosonline.com.br Tecnologia GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online c. O nióbio é um mineral nobre e raro encontrado em poucos países e seu preço está muito próximo do valor do ouro, o que levou Walter Moreira Sal- les, banqueiro brasileiro, a investir na extração desse minério. d. O fato de o Brasil possuir cerca de 98% das reservas conhecidas garante ao país muitos anos de monopólio da oferta. Devido ao crescimento da in- tensidade de uso e das inúmeras possibilidades de aplicações, a relevân- cia e a valorização desse mineral são comparadas ao ouro e ao petróleo. e. A oferta de nióbio está praticamente toda nas mãos das duas gigantes mi- neradoras que operam no país, a estatal Companhia Siderúrgica Nacional e a Anglo American. Comentário Em Araxá, em Minas Gerais, está a maior reserva de nióbio do país. É nessa cidade que se concentra o seu maior polo produtor. O nióbio é atualmente um dos bens minerais de maior expressão no estado de Minas Gerais, fazendo com que o país seja o maior produtor mundial desse elemento. O nióbio produzido em Araxá responde por 75% de toda a produção mundial. Sua produção anual é de 70 mil toneladas. O nióbio de Araxá tem reserva para ser explorado por mais de 400 anos. (www.codemig.com.br) Vale lembrar que o preço do nióbio é irrisório se comparado ao ouro; inclusive, há uma grande crítica quanto à valorização desse mineral. As duas empresas que operam a extração do nióbio no Brasil são a Anglo American e a Companhia Brasileira de Mineração (CBMM). GABARITO 1. d 2. a ������������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pela professora Rebecca Guimarães. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con- teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclusiva deste material. 1 www.grancursosonline.com.br Distribuição Espacial da População Brasileira e Movimentos Migratórios GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA POPULAÇÃO BRASILEIRA E MOVIMENTOS MIGRATÓRIOS DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA POPULAÇÃO NO BRASIL E MOVIMENTOS MIGRATÓRIOS INTERNOS Tudo começou no Nordeste com a exploração do pau-brasil e com o desen- volvimento do plantio da monocultura da cana, especialmente na faixa entre Per- nambuco e Bahia. Depois que o açúcar acabou perdendo valorização no mercado, descobriu- -se a presença de ouro e outros minérios na região de Minas Gerais. Nesse contexto, acontece a transferência da capital, em 1763, para o Rio de Janeiro, e Minas acaba se fortalecendo em âmbito nacional devido à exploração do ouro, o que levou muitas pessoas a migrarem para essa região. O ciclo da borracha também acabou forçando fluxos migratórios para a Região Amazônica, assim como o ciclo do café provocou fluxos internos e de outras regiões do país e do mundo. Com o desenvolvimento da indústria brasileira, a perspectiva da geração de empregos influenciou diretamente nos fluxos migratórios internos. Principais Fluxos Migratórios Internos no Brasil Durante o Século XX 2 www.grancursosonline.com.br Distribuição Espacial da População Brasileira e Movimentos Migratórios GEOPOLÍTICA BRASILEIRA Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online 1) Fluxos migratórios do Nordeste para os grandes centros urbanos do Sudeste, mais intensamente após a década de 1950, sobretudo em direção ao estado de São Paulo. 2) Fluxos migratórios do Nordeste para a Amazônia em direção às novas áreas agrícolas e aos garimpos, após a década de 1960. 3) Fluxos migratórios do Nordeste e Sudeste para o Centro-Oeste, entre as décadas do 1960 e 1970, principalmente devido à construção de Brasília. OOss.:� A principal origem dos primeiros habitantes de Brasília é do Nordeste e Minas Gerais. 4) Fluxos migratórios dos estados