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GEOPOLITICA BRASILEIRA - PART 2


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Distribuição Espacial da População Brasileira e Movimentos Migratórios II
GEOPOLÍTICA BRASILEIRA
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DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA POPULAÇÃO BRASILEIRA E 
MOVIMENTOS MIGRATÓRIOS II
Segundo o site do IBGE, o Brasil tem mais de 209,3 milhões de habitantes. 
É o quinto país mais populoso do mundo. A Região Sudeste é a mais populosa, 
seguida do Nordeste, Sul, Norte e Centro-Oeste.
A forma como se desenhou a evolução econômica e social do Brasil fez com 
que os fluxos migratórios fossem também orientados por esses fatores.
A Amazônia vai ser abalada, primeiramente, pela determinação governamen-
tal da marcha para o oeste realizada por determinação do governo Vargas, em 
1941, e, em seguida as ambições geopolíticas dos militares, em 1970. Empur-
ram-se as frentes pioneiras e trata-se de ocupar o território, de afirmar o papel 
do Estado e a identidade brasileira, de entrar na modernidade. A abertura de 
grandes rodovias (Belém—Brasília, Transamazônica, Cuiabá—Porto Velho—
Rio Branco, Cuiabá—Santarém) dá acesso a áreas consideradas como livres e 
férteis. As terras da Amazônia são cedidas aos colonos como novos espaços a 
serem conquistados, como recursos inesgotáveis. Importantes subsídios à aber-
tura de pastagens permitem às indústrias do Sul do país abrirem grandes fazen-
das de pecuária. A migração de milhões de pequenos agricultores em busca 
de lotes para colonização acelera o desmatamento às margens das estradas. 
Estima-se que entre 1978 e 1988 aproximadamente 20.000 km² de floresta tro-
pical foram destruídos anualmente por queimadas. O desenvolvimento de uma 
agricultura moderna que exige o desmatamento é visto, portanto, como o único 
modelo de valorização econômica da Amazônia.
A floresta em jogo: o extrativismo na Amazônia Central. UNESP: 
Imprensa Oficial do Estado, 2000. p 26.
1. Com base no texto acima, assinale a opção correta.
a. As iniciativas de ocupação referidas no texto eram o início do pleno desen-
volvimento econômico, que chega à região amazônica a partir da abertura 
de fronteiras na década de 70 do século passado.
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b. As dificuldades enfrentadas pelos migrantes agricultores nessa época são 
várias, entre elas: o desconhecimento do meio ambiente local, a falta de 
financiamentos, e a dificuldade para encontrar mercados para a produção.
c. A influência política, no que diz respeito a implementar a identidade nacio-
nal na região amazônica, se deu, felizmente, sem conflitos entre os nativos 
e os novos migrantes.
d. Os menos abalados com toda a movimentação iniciada nessa época, fo-
ram as diferentes nações indígenas existentes na região que, confinados 
em suas reservas, não foram atingidos diretamente por mudanças.
Comentário
c. Muitos conflitos são registrados na região amazônica, tanto hoje quanto 
historicamente.
d. As diferentes nações indígenas existentes na região foram atingidas dire-
tamente pelas mudanças.
2. 
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Com relação ao crescimento da população brasileira, ilustrado no mapa aci-
ma, e ao padrão de distribuição territorial dessa população, julgue os itens a 
seguir.
1) A partir dos dados do mapa em questão, é correto inferir que o Sudeste 
deixou de ser uma região de saldo positivo em relação aos fluxos migra-
tórios.
2) A construção de estradas teve influência direta nos fluxos de migração e 
no povoamento de determinadas áreas do país, favorecendo o surgimento 
de cidades.
3) O programa Polonoroeste patrocinou agricultores que se deslocaram da 
região Sul do país (principalmente paranaenses) para a região Norte, libe-
rou recursos para a construção de uma rodovia brasileira (BR) e incentivou 
a implementação de projetos de colonização ao longo dessa estrada.
4) Na década de 1980, mais da metade dos habitantes de Rondônia eram 
migrantes oriundos de estados do Sul, Sudeste e Nordeste do país, em 
busca de novas frentes de trabalho.
Comentário
1) O saldo na região Sudeste ainda é positivo, porém não mais com a inten-
sidade de anos anteriores.
3) No governo da ditadura militar, vários projetos foram desenvolvidos, como 
o Polocentro e o Polonoroeste, que foi direcionado para Rondônia. Dentro 
dessa política, vários projetos de colonização foram desenvolvidos, inclusi-
ve a abertura da BR 364, que acelerou demasiadamente o desmatamento 
na região de Rondônia.
Nas últimas décadas, as migrações internas no Brasil vêm passando por 
expressivas alterações em sua dinâmica: nos volumes, nas direções e nas dis-
tâncias.
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3. As alternativas a seguir apresentam alguns aspectos dessas migrações, 
à exceção de uma. Assinale-a.
a. Os fluxos migratórios de longas distâncias apresentam uma tendência de 
redução nos seus volumes, muito embora a direção dos maiores fluxos 
interregionais seja mantida ainda no eixo Nordeste-Sudeste.
b. O direcionamento de fluxos migratórios em direção às cidades médias re-
flete ações de governos ao proporcionar incentivos públicos, tais como 
renúncia fiscal e investimentos em infraestrutura industrial e de serviços.
c. Os grandes movimentos rurais para os centros urbanos de maior porte 
arrefeceram e o próprio patamar em que se encontra o processo de urba-
nização vem contribuindo para a predominância do movimento urbanour-
bano.
d. A partir dos anos 80, ocorreu o aumento das migrações de longa distância, 
a importância da migração de retorno, o aumento dos fluxos de migrantes 
para as fronteiras agrícolas e a diminuição no ímpeto das migrações intra-
-regionais.
e. A migração de retorno Sudeste-Nordeste está relacionada à redução e 
terceirização do emprego na indústria no Sudeste, aos novos focos de 
crescimento econômico no Nordeste e aos programas de transferência de 
renda do governo federal.
Comentário
a. No passado as pessoas migravam mais do Nordeste para o Sudeste. Hoje 
elas migram em um contexto regional, para cidades mais próximas do lu-
gar em que viviam anteriormente. Apesar disso, o fluxo migratório Nordes-
te-Sudeste continua sendo o maior.
b. No estado de Goiás, por exemplo, Catalão e Anápolis são cidades médias 
que acabaram apresentando incentivos fiscais e tributários e toda uma in-
fraestrutura industrial de modais para que pudessem atrair novas indústrias.
c. Atualmente, a maior predominância das migrações é de uma cidade para outra.
d. A partir dos anos 80, ocorreu a diminuição das migrações de longa distân-
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cia, a importância da migração de retorno, o aumento dos fluxos de mi-
grantes para as fronteiras agrícolas e o aumento no ímpeto das migrações 
intrarregionais.
Relembrando!
Hoje o Brasil apresenta a quinta maior população mundial, tem mais de 209,3 
milhões de habitantes. A Região Sudeste é a mais populosa, seguida do 
Nordeste, Sul, Norte e Centro-Oeste, que hoje possui um pouco mais do que 
16 milhões de habitantes.
A marcha para
o oeste entre 1939 e 1941, quando o presidente Vargas voltou 
suas atenções para as regiões Norte e Centro-Oeste, é um exemplo dos vários 
projetos de colonização que aconteceram. Foi criado um banco para financiar 
alguns projetos, a ida de nordestinos para a Amazônia também foi incentivada, 
pensando na produção da borracha. Esses fluxos migratórios alteraram a 
distribuição espacial da população.
Na década de 70 e mesmo antes, no governo de Juscelino Kubitschek, várias 
rodovias foram abertas, principalmente devido à construção de Brasília. Era 
preciso conectar a nova capital às mais diversas regiões do Brasil, então o 
engenheiro Bernardo Sayão foi convidado por JK para empreender a abertura 
dessas rodovias radiais, que acabaram também configurando uma nova 
distribuição da população.
Novos municípios surgiram, novas regiões foram sendo buscadas e, no regime 
militar, vários projetos, como o Polocentro – para as áreas de cerrado – e 
o Polonoroeste – para a área de Rondônia – distribuíam terras pelo Centro-
Oeste e pelo Norte a fim de incentivar diversos projetos de colonização. São 
as frentes pioneiras que acabaram se dirigindo com absoluto incentivo estatal.
Isso trouxe um grande impacto à preservação dos recursos naturais e à dinâmica 
das comunidades indígenas e muitos conflitos entre madeireiros, garimpeiros, 
fazendeiros, índios, grileiros e outros grupos.
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GABARITO
1. b
2. E, C, C, C
3. d
�����������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a 
aula preparada e ministrada pela professora Rebecca Guimarães. 
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-
teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela 
leitura exclusiva deste material.
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Biomas e Ecossistemas Brasileiros
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BIOMAS E ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
Segundo o IBGE, o Brasil atualmente é dividido em 6 biomas.
Geografia e gestão ambiental
 – Macrodivisão natural do espaço brasileiro: biomas, domínios e ecossis-
temas.
 – Política e gestão ambiental no Brasil.
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1 Floresta Amazônica
2 Cerrado
3 Mata Atlântica
4 Caatinga
5 Pantanal
6 Pampas
A mata dos cocais é considerada uma vegetação de transição entre a Caa-
tinga e a Floresta Amazônica, e a Mata de Araucárias é considerada uma exten-
são da Mata Atlântica. Essas matas possuem características próprias, mas não 
são consideradas biomas.
Terminologias
• Floresta ombrófila (vem de ombro) é adaptada à chuva.
 – Floresta ombrófila densa é aquela em que chove o ano todo.
 – Floresta ombrófila aberta é voltada a períodos chuvosos.
 – Floresta ombrófila mista tem algumas áreas densas e outras mais abertas.
• Floresta estacional semidecidual são florestas em que, durante uma época, 
geralmente na seca, as folhas de 20 e 50% das espécies caem.
• Floresta estacional decidual são florestas em que, durante uma época, 
geralmente na seca, as folhas de mais de 50% das espécies caem.
• Campinarana é muito utilizada no Acre. Tem uma formação mais campes-
tre, flora diferenciada, árvores de menor porte com galhos mais finos. O seu 
solo é mais arenoso, bastante lixiviado.
• Savana
 – A savana típica é o Cerrado.
 – Savana estépica é a Caatinga.
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Biomas e Ecossistemas Brasileiros
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• Estepe são as pradarias, estão localizadas nos Pampas.
• Áreas de formação pioneira são as primeiras áreas, os mangues. São mais 
ao litoral.
O que é um bioma?
Bioma é um conjunto de vida vegetal e animal, constituído pelo agrupamento 
de tipos de vegetação que são próximos e que podem ser identificados em nível 
regional, com condições de geologia e clima semelhantes e que, historicamente, 
sofreram os mesmos processos de formação da paisagem, resultando em uma 
diversidade de flora e fauna própria.
Na Floresta Amazônica, por exemplo, onde o clima é equatorial, espécies 
que conseguem se desenvolver nesse clima fazem uma interação entre animais 
e vegetais e formam o bioma. No Nordeste, onde uma boa parte da região é 
conhecida pelo semiárido, há um bioma formado por plantas e animais que se 
desenvolvem nessas condições. No caso do Cerrado, são 6 meses de chuva e 6 
meses de seca, então as espécies da fauna e da flora que se adaptaram a essas 
condições climáticas acabaram formando o bioma do Cerrado.
O que é um ecossistema?
Um ecossistema é um conjunto formado pelas interações entre componentes 
bióticos, como os organismos vivos: plantas, animais e micróbios, e os compo-
nentes abióticos, elementos químicos e físicos, como o ar, a água, o solo e mine-
rais. Esses componentes interagem através das transferências de energia dos 
organismos vivos entre si e entre estes e os demais elementos de seu ambiente.
Uma maneira bastante sintética para se descrever essa variedade é clas-
sificá-la segundo biomas. Bioma é um conceito que os biólogos e geógrafos 
criaram, na primeira metade do século passado, para descrever grandes siste-
mas ecológicos definidos, principalmente, pelo clima. Trata-se de uma área com 
dimensões normalmente superiores a um milhão de quilômetros quadrados 
em que o clima, a fisionomia da vegetação, o solo e a altitude são semelhantes 
ou aparentados. O critério florístico não é determinante. Comunidades vege-
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tais que guardem diferenças importantes em termos de composição de espé-
cies podem ser incluídas num mesmo bioma, desde que vivam sob condições 
ambientais semelhantes.
Assim, o bioma da Mata Atlântica, por exemplo, agrupa um conjunto variado 
de comunidades vegetais. Além de florestas de tipos diversos, estão incluídas 
comunidades periféricas – restingas (vegetação que se desenvolve na areia), 
manguezais e campos de altitude, entre outros – sujeitas a estresses ambien-
tais mais pronunciados, como extremos de temperatura, inundações, secas, alta 
salinidade etc. Baseados no exame de resíduos de vegetação, bem como na 
consideração da vegetação potencial do território – daquilo que o solo e o clima 
poderiam fazer crescer caso os humanos não interviessem –, os biogeógrafos 
estimaram a área “original” dessas comunidades e dos biomas que eles formam.
Além da Mata Atlântica, o território brasileiro conta com mais cinco biomas 
continentais: a Amazônia, o Cerrado, a Caatinga, o Pantanal e o Pampa. O maior 
deles – a Amazônia – compõe quase a metade de nosso espaço territorial, 
enquanto o menor – o Pantanal – ocupa menos de dois por cento dele. O pri-
meiro possui comunidades predominantemente florestais, de vegetação bas-
tante densa e estratificada, enquanto o segundo é composto por formações pre-
dominantemente campestres, de vegetação aberta.
Os Pampas, o Cerrado e a Caatinga também são vegetações abertas, for-
madas por herbáceas, arbustos e árvores de pequeno e médio porte. Já a Mata 
Atlântica, a Mata de Araucárias e a Floresta Amazônica são florestas densas, 
são formações florestais, e não
campestres.
De modo geral, cada bioma é uma combinação mais ou menos singular de 
campos e florestas. As florestas, tanto as extremamente chuvosas – como na 
planície Amazônica ou nas encostas atlânticas da Serra do Mar – quanto aque-
las marcadas pela presença de uma estação seca – na Zona da Mata mineira, 
por exemplo – são caracterizadas por uma grande diversidade de espécies arbó-
reas que, em sua maioria, conservam suas folhas durante todo o ano. Elas aco-
lhem muitas outras plantas oportunistas, as quais usam os troncos das árvo-
res como “escada” para poderem alcançar a luz, no topo do dossel (o “teto” da 
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mata). As trepadeiras ou lianas são aquelas que, como o nosso conhecido e ado-
rado feijão, enrodilham seu caule ao redor do lenho de outras plantas, servindo-
-se deles como suporte para sua escalada rumo ao Sol. As matas brasileiras 
são muito ricas em cipós de todos os tipos. Já as epífitas crescem nos próprios 
troncos e galhos das árvores, a partir de sementes depositadas por pássaros e 
outros dispersores. As orquídeas e bromélias talvez sejam os melhores – e mais 
bonitos – exemplos de epifitismo.
Já os campos, em comparação, são bem mais uniformes, tendo em vista a 
predominância das gramíneas. No entanto, são relativamente raros os campos 
compostos quase que exclusivamente de gramíneas e ervas baixas, como as 
estepes russas, de onde, aliás, vem este nome. Elas são observáveis apenas em 
certas partes do Pampa. Nos outros biomas campestres, no entanto, são muito 
mais comuns as estepes pontilhadas com arbustos e pequenas árvores, que 
antigamente eram chamadas de “campos sujos”. Uma maior frequência dessas 
plantas lenhosas passa a caracterizar uma estepe arborizada. Os cerrados ou 
savanas, por sua vez, que dominam todo o Brasil central, representam um nível 
ainda mais elevado de arborização. Mais próximos da mata do que do campo, 
os cerrados chegam a apresentar um grau considerável de estratificação, sobre-
tudo nos vales e nas áreas mais úmidas, onde aparecem os “cerradões” – ou, na 
terminologia atual, savanas florestadas. No outro extremo dessa escala, está a 
savana estépica do semiárido nordestino, a famosa Caatinga, com seus arbus-
tos raquíticos e retorcidos crescendo esparsamente sobre um solo ralo e quase 
sempre pedregoso.
A Floresta Amazônica é a maior floresta tropical do planeta e é composta por 
diversos ecossistemas: além da floresta úmida de terra firme, apresenta diferen-
tes tipos de matas, campos abertos e até espécies de cerrado. Além disso, é de 
fundamental importância para o equilíbrio da Terra, pois seus rios representam 
cerca de 20% das reservas de água doce do planeta. Também abrange grandes 
reservas minerais.
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Floresta Amazônica
Localização
A floresta amazônica localiza-se no norte da América do Sul, abrange os 
estados do Amazonas, Acre, Amapá, Rondônia, Pará, Roraima, Mato Grosso e 
Maranhão, além de menores proporções nos países Peru, Colômbia, Venezuela, 
Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa.
Clima
Por estar localizada próxima à linha do Equador, a floresta amazônica apre-
senta clima equatorial. Assim, é marcada por elevadas temperaturas e umidade 
do ar.
As temperaturas médias anuais oscilam entre 22 e 28 ºC, e a umidade do ar 
pode ultrapassar os 80%. Outra característica é o elevado índice pluviométrico, 
que varia entre 1.400 a 3.500 mm por ano.
Em geral, as estações do ano na floresta distingue-se por dois períodos: o 
seco e o chuvoso.
Solo
O solo da floresta amazônica é considerado pobre com uma fina camada de 
nutrientes. Porém, o húmus formado pela decomposição da matéria orgânica, ou 
seja, folhas, flores, animais e frutos, é rico em nutrientes utilizados para o desen-
volvimento das espécies e da vegetação da floresta.
Flora
A floresta amazônica é uma floresta tropical densa, formada por árvores de 
grande porte.
A vegetação é dividida em:
• Mata de várzea: localizada em áreas baixas, sofre inundações periódicas, 
conforme as cheias dos rios. Os solos da várzea são extremamente férteis 
devido aos sedimentos depositados pelas águas dos rios. Algumas espé-
cies da várzea são: andiroba, jatobá, seringueira e samaúma.
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• Mata de igapó: localizada em áreas ainda mais baixas, sofre inundação 
permanente; por esse motivo, encontra-se sempre alagada. Para sobre-
viver a essa condição, as plantas apresentam estratégias e adaptações 
diferenciadas. Exemplos de espécies do igapó são: vitórias-régias, buritis, 
orquídeas e bromélias.
• Mata de terra firme: encontrada na maior parte da floresta amazônica, não 
sofre inundações, por localizar-se em áreas mais altas. A vegetação encon-
trada é de maior porte, como a castanheira.
A floresta amazônica é latifoliada, tem folhas largas, é uma floresta verde o 
ano todo.
Cerrado
O Cerrado brasileiro abrange os seguintes estados: Amapá, Maranhão, Piauí, 
Rondônia, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas 
Gerais, São Paulo, Tocantins e Bahia.
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Localiza-se em três das maiores bacias hidrográficas da América do Sul, 
(Tocantins-Araguaia, São Francisco e Prata), o que, de certa maneira, favorece 
sua biodiversidade.
Clima e Vegetação
O clima predominante no Cerrado é tropical sazonal caracterizado por um 
clima quente com períodos chuvosos e de seca.
Alguns autores classificam o clima do Cerrado como semiárido, outros como 
tropical de altitude.
A vegetação é, em sua maior parte, semelhante à de savana, com árvores 
baixas, esparsas, troncos retorcidos, folhas grossas e raízes longas; gramíneas 
e arbustos.
Por ser muito extenso, o Cerrado, dependendo de sua localização, apresenta 
mudanças no seu ecossistema. Nesse caso, os ecossistemas presentes no Cer-
rado podem ser classificados como:
• Cerradão
• Cerrado campestre
• Cerrado rupestre – rochas
• Cerrado típico
• Campo limpo de cerrado – não tem árvores
• Cerrado de matas
• Cerrado de várzeas
• Cerrado veredas – muita água e presença do buriti
Mata Atlântica
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Os fragmentos dessa região litorânea se estendem dos planaltos e serras 
do interior, do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul. Originalmente, essa 
formação vegetal ocupava uma área de 1.300.000 km², em áreas de 17 esta-
dos (PI, CE, RN, PB, PE, AL, SE, BA, ES, RJ, MG, GO, MS, SP, PR, SC, RS), 
ocorrendo de forma contínua entre RN e RS. Estreita na Região Nordeste, ela 
alargava-se para o Sul, até atingir sua largura máxima na bacia do Rio Paraná, 
penetrando, inclusive, no Paraguai e na Argentina. Atualmente, sua área fica em 
torno de 6 a 8% da original.
A Mata Atlântica, sem perder certa homogeneidade, apresenta
um conjunto 
de formações florestais bastante diversificadas, que são: Floresta Ombrófila 
Densa, Floresta Ombrófila Mista, Floresta Ombrófila Aberta, Floresta Estacional 
Semidecidual e Floresta Estacional Decidual. Além disso, alguns ecossistemas 
estão associados a esse bioma, como o manguezal, restinga, campos de altitude 
e brejos interioranos. Essa variedade é resultado das variações climáticas e de 
relevo.
Os tipos climáticos da Mata Atlântica variam de quentes e úmidos a mode-
radamente frios. Tais climas são caracterizados por temperaturas altas, elevada 
umidade relativa do ar, precipitações abundantes, nevoeiros frequentes em algu-
mas áreas e intensa luminosidade.
Sua composição florística é extremamente variada. O estrato superior da flo-
resta é composto por árvores mais altas, como as leguminosas, os ipês, o manacá-
-da-serra, entre outras. O estrato arbustivo é formado por espécies arbóreas 
(jabuticabeiras, palmito-juçara, begônias etc.) que vivem sombreadas pelas árvo-
res mais altas. Plantas de pequeno porte formam o estrato herbáceo, como ervas, 
gramíneas, musgos e plantas jovens que farão parte dos estratos superiores. 
As lianas e epífitas se agregam aos estratos médio e superior da floresta.
A flora é muita rica em espécies endêmicas, entre as quais estão o pinheiro-
-do-paraná (Araucária angustifólia), pau-brasil (Caesalpinia echinata), jequitibá 
(Cariniana ianeirensis) e Eugenia itacarensis, que são também ameaçadas de 
extinção.
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Dentro da riquíssima fauna desse bioma, algumas espécies, como onça-pin-
tada, onça-parda, cateto, papagaios, corujas, queixada, anta e muitos outros, 
possuem ampla distribuição e são encontrados em outros biomas. Mas a quan-
tidade de espécies endêmicas da Mata Atlântica é enorme. No entanto, a situa-
ção dessa alta biodiversidade é extremamente grave, pois a maioria dos animais 
ameaçados de extinção vive na Mata Atlântica.
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aula preparada e ministrada pela professora Rebecca Guimarães. 
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-
teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela 
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BIOMAS E ECOSSISTEMAS BRASILEIROS – QUESTÕES
Relembrando!
A Floresta Amazônica é a maior floresta brasileira, a maior floresta em biodi-
versidade do mundo. Acredita-se que, no mínimo, 13% de todas as espécies do 
mundo estejam na Floresta Amazônica. A maior floresta do mundo em tamanho 
é a Floresta de Taiga, na Rússia.
O Cerrado é o bioma mais ameaçado de extinção no Brasil, ele corre um 
grande risco de desaparecer principalmente por conta das atividades do agro-
negócio. A agropecuária e também atividades ligadas ao agroextrativismo estão 
colocando em risco a preservação do Cerrado.
A Mata Atlântica já teve mais de 90% de sua área desmatada. É um bioma tipi-
camente litorâneo, tem floresta ombrófila densa, floresta ombrófila aberta, floresta 
ombrófila mista, floresta estacional semidecidual e floresta estacional decidual.
Caatinga
A savana estépica, Caatinga, é o único bioma que existe apenas no Brasil.
Caatinga é um bioma brasileiro que apresenta clima semiárido, vegetação 
com poucas folhas e adaptadas para os períodos de secas, além de grande bio-
diversidade.
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Esse bioma é encontrado em áreas do Nordeste do Brasil, nos estados do 
Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, 
Sergipe, Bahia e parte de Minas Gerais. Toda essa área abrange cerca de 844 
mil km², ou seja, 11% do território brasileiro.
O nome Caatinga significa, em tupi-guarani, “mata branca”. Esse nome faz 
referência à cor predominante da vegetação durante a estação de seca, em que 
quase todas as plantas perdem as folhas para diminuir a transpiração e evitar a 
perda de água armazenada. No inverno, devido à ocorrência de chuva, as folhas 
verdes e as flores voltam a brotar.
Apesar de sua importância ecológica, calcula-se que 40 mil km² da Caatinga 
já foram transformados em quase deserto, o que é explicado pelo corte da vege-
tação para servir como lenha e pelo manejo inadequado do solo.
O Cerrado e o Pampas também passam pelo processo de desertificação.
A vegetação da Caatinga constitui um tipo de vegetação adaptada à aridez do 
solo e à escassez de água da região. Dependendo das condições naturais das 
áreas em que se encontram, apresentam diferentes características.
Quando as condições de umidade do solo são mais favoráveis, a Caatinga 
se assemelha à mata, onde são encontradas árvores como o juazeiro, também 
conhecido por joá, ou laranjeira do vaqueiro, a aroeira e a baraúna.
Nas áreas mais secas, de solo raso e pedregoso, a Caatinga se reduz a arbus-
tos e plantas tortuosas, mais baixas, deixando o solo parcialmente descoberto.
Nas regiões mais secas, aparecem também plantas cactáceas, como o 
facheiro, o mandacaru, o xique-xique, que servem de alimento para os animais, 
na época de seca, e as bromeliáceas (macambira).
Algumas palmeiras e o juazeiro, que possuem raízes bem profundas para 
absorver água do solo, não perdem as folhas.
Outras plantas possuem um mecanismo fisiológico, o xeromorfismo, produ-
ção de uma cera que reveste suas folhas que faz com que percam menos água 
na transpiração, um exemplo é a carnaubeira, denominada “árvore da vida” ou 
árvore da providência, pois tudo dela se aproveita.
A maioria das espécies tem espinhos, o que leva o vaqueiro da região a usar 
roupa de couro, para sua proteção.
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Pantanal
O Pantanal é o menor bioma brasileiro e a maior planície de inundação do 
mundo, com 250 mil km² de extensão.
Considerado pela UNESCO “Patrimônio Natural Mundial” e “Reserva da Bios-
fera”, essa região possui grande biodiversidade.
Contudo, muitos animais deste bioma estão ameaçados de extinção, por 
exemplo: onça-pintada, onça-parda, cervo-do-pantanal, arara-azul, dentre outros.
O Pantanal está dividido em duas regiões:
• Pantanal Norte ou Pantanal Amazônico
• Pantanal Sul ou Pantanal Maior
Esse bioma está localizado na Bacia Hidrográfica do Alto Paraguai e abrange 
os estados brasileiros do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul; e, ainda, uma 
pequena parte dos países Bolívia e Paraguai, onde é chamado de Chaco.
 – Principais Cidades do Pantanal
As principais cidades brasileiras do Pantanal, localizadas em Mato Grosso do 
Sul, são:
• Corumbá
• Aquidauana
• Miranda
 – Principais Rios do Pantanal
Os principais rios da região pantaneira, todos pertencentes à Bacia do Rio 
Paraguai, são:
• Cuiabá
• Aquidauana
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• Apa
• Miranda
Pampas
O Pampa, também denominado Pampas, Campanha Gaúcha, Campos Suli-
nos ou Campos do Sul é o único bioma brasileiro presente
somente numa uni-
dade federativa.
Ou seja, ocupa mais da metade do território do Rio Grande do Sul e parte dos 
países Uruguai e Argentina.
O clima do Pampa é subtropical, com as quatro estações do ano bem defini-
das, e sua vegetação é marcada pela presença de gramíneas, plantas rasteiras, 
arbustos e árvores de pequeno porte.
 – Vegetação do Pampa
Segundo o Ministério do Meio Ambiente, a vegetação do Bioma Pampa pode 
ser dividida em:
• Estepe
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• Savana Estépica
• Floresta Estacional Semidecídua
• Floresta Estacional Decidual
• Formações Pioneiras
• Floresta Estacional
 – Relevo do Pampa
Além disso, o Bioma Pampa é formado por quatro conjuntos que caracteri-
zam seu relevo:
• Planalto da Campanha
• Depressão Central
• Planalto Sul-Rio-Grandense
• Planície Costeira.
Em sua maior parte, destaca-se o relevo de planícies, constituído de grandes 
áreas de pastagens em que se desenvolvem grandes rebanhos.
Assim, a principal atividade econômica do local é a pecuária extensiva, com 
destaque para a criação de bois e ovelhas. Já as principais produções agrícolas 
da região são: soja, arroz, milho, trigo e uva.
Corredores Ecológicos
Os Corredores Ecológicos visam mitigar os efeitos da fragmentação dos 
ecossistemas promovendo a ligação entre diferentes áreas, com o objetivo de 
proporcionar o deslocamento de animais, a dispersão de sementes e o aumento 
da cobertura vegetal. São instituídos com base em informações como estudos 
sobre o deslocamento de espécies, sua área de vida (área necessária para o 
suprimento de suas necessidades vitais e reprodutivas) e a distribuição de suas 
populações. A partir dessas informações, são estabelecidas as regras de utiliza-
ção dessas áreas, com vistas a possibilitar a manutenção do fluxo de espécies 
entre fragmentos naturais e, com isso, a conservação dos recursos naturais e 
da biodiversidade. São, portanto, uma estratégia para amenizar os impactos das 
atividades humanas sob o meio ambiente e uma busca ao ordenamento da ocu-
pação humana para a manutenção das funções ecológicas no mesmo território.
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São regulamentados pela Lei n. 9.985/2000, que institui o Sistema Nacional 
de Unidades de Conservação, e seu Decreto n. 4.340/2002. As regras de uti-
lização e ocupação dos corredores e seu planejamento são determinadas no 
plano de manejo da Unidade de Conservação à qual estiver associado, incluindo 
medidas com o fim de promover sua integração à vida econômica e social das 
comunidades vizinhas.
Hotspots
O conceito foi criado em 1988 pelo ecólogo inglês Norman Myers para resol-
ver um dos maiores dilemas dos conservacionistas: quais as áreas mais impor-
tantes para preservar a biodiversidade na Terra?
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Ao observar que a biodiversidade não está igualmente distribuída no planeta, 
Myers (ecólogo inglês) procurou identificar quais as regiões que concentravam 
os mais altos níveis de biodiversidade e onde as ações de conservação seriam 
mais urgentes. Ele chamou essas regiões de Hotspots.
Hotspot é toda área prioritária para conservação, isto é, de alta biodiver-
sidade e ameaçada no mais alto grau. É considerada Hotspot uma área com 
pelo menos 1.500 espécies endêmicas (não são encontradas em nenhum 
outro local) de plantas e que tenha perdido mais de 3/4 de sua vegetação 
original.
O Brasil é o único país do mundo que tem dois biomas na lista de Hotspots: 
Cerrado e Mata Atlântica.
Ecótono
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Um estudo de 2003 realizado pelo IBAMA determinou os três principais ecóto-
nos no Brasil: o Cerrado-Amazônia, que representa 4,85% do território brasileiro 
(maior que os biomas Campos Sulinos e Costeiro juntos); o Caatinga-Amazônia, 
que corresponde a 1,7%; e o Cerrado-Caatinga, com 1,3%.
A Reserva Estadual do Cantão no Tocantins pega justamente uma parte da 
Floresta Amazônica e uma parte do Cerrado; o encontro desses biomas é um 
ecótono.
O mapeamento também mostrou que há desequilíbrio entre o tamanho rela-
tivo dos ecótonos (e biomas) no território nacional e o percentual deles que é 
coberto por unidades de conservação de proteção integral: no Cerrado-Caatinga 
apenas 3.33% são protegidos; na Caatinga-Amazônia, 0,05%; e, no Cerrado-
-Amazônia, 0,01%.
O ecótono Cerrado-Amazônia está localizado dentro do arco do desmata-
mento da Amazônia e já perdeu cerca de 60% de sua cobertura florestal. Lá se 
encontra a maior concentração de matas secas do país. É também habitat de 
espécies endêmicas, como os saguis, o peixe-boi e o boto-cinza.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
1. O bioma, exclusivamente brasileiro, conhecido como mata branca é:
a. o Cerrado.
b. a Caatinga.
c. a Amazônia.
d. o Pantanal.
2. Dentre os hotspots de biodiversidade no mundo, definidos pela Conservation 
International, dois ocorrem no Brasil. São eles:
a. Amazônia e Cerrado.
b. Cerrado e Pantanal.
c. Mata Atlântica e Amazônia.
d. Cerrado e Mata Atlântica.
e. Amazônia e Pantanal.
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3. Vários conceitos são utilizados em estudos e práticas em ecologia florestal. 
Acerca desse tema, assinale a alternativa que apresenta o termo correto para 
definir uma região de transição ambiental onde entram em contato diferentes 
comunidades ecológicas e, geralmente, é encontrado um grande número de 
espécies da fauna e da flora e, por consequência, muitos nichos ecológicos.
a. ecótono.
b. biótopo.
c. habitat.
d. ecossistema.
e. Bioma.
O Brasil é considerado o país com maior diversidade biológica do planeta, 
já que aproximadamente 13% das espécies conhecidas estão no seu território. 
Esse grande número de espécies vive em ambientes muito diferentes, como é o 
caso da Mata Atlântica, do Cerrado, do Pantanal e da Floresta Amazônica.
4. Sobre esses ambientes, é correto afirmar:
a. Mata Atlântica é o nome dado a floresta presente na região litorânea dos 
estados da região Sul e Sudeste e tem como símbolo principal o jacaré de 
papo amarelo.
b. Na região litorânea do estado de São Paulo encontram-se fragmentos da 
Mata Atlântica original nos quais podemos encontrar grande diversidade 
de plantas e animais.
c. A Floresta Amazônica é a maior floresta do mundo e está toda situada em 
território brasileiro; nela encontra-se o pau-brasil, árvore que deu origem 
ao nome de nosso país.
d. O Pantanal está localizado na Região Sudeste e apresenta como principal 
característica períodos de seca alternados com períodos de cheias.
e. No Cerrado encontramos muitas aves, entre elas o tuiuiú. Esse ambiente 
está ameaçado pela expansão da cana-de-açúcar e pelo reflorestamento 
de eucalipto.
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Comentário
a. O símbolo principal da Mata Atlântica é o mico-leão-dourado.
c. A Floresta Amazônica é a maior floresta do mundo em biodiversidade, está 
situada em vários países.
d. O Pantanal está localizado na Região Centro-Oeste e apresenta como prin-
cipal característica períodos de seca alternados com períodos de cheias.
e. O tuiuiú é uma ave do Pantanal. Esse ambiente está ameaçado pela soja 
e pelo gado.
5. O bioma caracterizado pela presença marcante de árvores tortuosas de pe-
queno e médio porte, com cascas duras e grossas e folhas cobertas de pelos 
e por estações climáticas bem definidas, com uma época chuvosa e outra 
bastante seca, denomina-se
a. mata dos cocais.
b. veredas.
c. cerrado.
d. mata atlântica.
e. carrasco.
6. A floresta amazônica:
a. caracteriza-se, em termos de clima, por duas estações bem definidas, uma 
bastante seca e outra bastante chuvosa.
b. é uma floresta tropical fechada, cujo solo não muito rico possui apenas 
uma fina camada de nutrientes.
c. é também denominada de savana brasileira.
d. caracteriza-se por períodos de seca, sendo composta por campos cober-
tos predominantemente por gramíneas.
e. abrange a costa leste, sudeste e sul do Brasil.
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Comentário
a. Época bastante seca é uma característica da Caatinga e do Cerrado.
c. Denominação do Cerrado.
A Floresta Amazônica pode ser chamada de floresta tropical ou equatorial.
7. Os estudos sobre a ecologia do bioma Mata Atlântica, realizados pelos insti-
tutos de pesquisas, assim como as atitudes conservacionistas praticadas pe-
las diversas organizações não governamentais, no estado do Espírito Santo, 
apresentam particular importância, pois:
a. é o bioma que apresenta a maior preservação no estado, principalmente 
na região serrana.
b. junto é o bioma que apresenta a maior preservação no estado, principal-
mente na região serrana.
c. originalmente é o único bioma continental presente em toda a extensão 
territorial do estado.
d. junto com os biomas restinga, manguezais e dunas compõe a fitofisiono-
mia do estado.
e. é o bioma mais ameaçado do estado em função de sua distribuição se 
restringir às regiões serranas.
Comentário
a. A região serrana é o local onde a Mata Atlântica mais está desmatada no 
Espírito Santo.
d. Junto com os biomas restinga e manguezais, compõe a fitofisionomia do 
estado.
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8. Considere as afirmações abaixo sobre a gestão ambiental.
I – Uma vez que a gestão ambiental pode ser uma forma de enfrentamento de 
conflitos socioambientais, a aplicação de seus instrumentos não se cons-
titui em fonte geradora de conflitos.
II – A gestão ambiental busca o uso racional e sustentável dos recursos natu-
rais e o seu desenvolvimento envolve as políticas públicas, o setor produ-
tivo e a sociedade.
III – A gestão ambiental depende exclusivamente de determinações de caráter 
político e econômico.
IV – Os responsáveis pelo direcionamento de um sistema de gestão ambiental 
são o poder público e a iniciativa privada.
V – As desigualdades sociais, fruto do crescimento da população humana e do 
modelo econômico dominante, geram situações de conflito. Assim, o es-
copo da gestão ambiental não se restringe aos conflitos ambientais, pois 
estes podem vir associados a conflitos sociais.
Está correto o que se afirma APENAS em
a. I, II, III e IV.
b. I, II e IV.
c. I, IV e V.
d. II, III e V.
e. II e V.
Comentário
I – Boa parte das vezes em que as políticas de gestão ambiental são imple-
mentadas geram conflitos.
 III – A gestão ambiental depende de determinações de caráter político, econô-
mico, social e ambiental.
9. Julgue os itens seguintes, no que se refere à fragmentação e à conservação 
do bioma Cerrado.
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1) O estabelecimento de corredores ecológicos entre fragmentos de Cerrado 
preservados mitiga o efeito da fragmentação do bioma em relação às es-
pécies que necessitam de uma grande área para sobreviver.
2) O uso de espécies exóticas adaptadas ao bioma Cerrado em sistemas 
agropastoris, como, por exemplo, a braquiária, raramente interfere nas re-
lações ecológicas de áreas de Cerrado preservadas subjacentes a esses 
sistemas.
Comentário
2) A braquiária afeta diretamente as áreas conservadas do Cerrado.
10. Segundo o IBGE, o Brasil possui seis grandes biomas, que abrigam uma das 
maiores biodiversidades do planeta. Entre esses biomas, inclui-se o bioma 
influenciado pelo clima subtropical e pela formação do relevo, de clima frio e 
seco, cuja vegetação é constituída principalmente por gramíneas. Tal bioma 
denomina-se:
a. Mata Atlântica.
b. Pantanal.
c. Amazônia.
d. Caatinga.
e. Pampas.
11. Com relação aos biomas brasileiros, assinale a opção correta.
a. A caatinga é constituída por árvores baixas, arbustos com poucas folhas, 
cactáceas e bromeliáceas.
b. Os pampas, vegetação característica do estado do Paraná, são predomi-
nantemente formados por pinheiros do gênero Araucária.
c. A floresta amazônica é uma região cuja vegetação é característica de am-
bientes costeiros, com predominância de cactáceas.
d. Formação arbórea aberta com vegetação herbácea abundante e presença 
de árvores geralmente pequenas com tronco retorcido e de casca grossa 
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são características predominantes da caatinga.
e. A mata atlântica possui vegetação com arbustos de pequeno porte de pou-
cas folhas e com muitas gramíneas.
Comentário
b. Os pampas são uma vegetação característica do Rio Grande do Sul. 
A araucária está dentro do bioma da Mata Atlântica.
c. A floresta amazônica é uma região cuja vegetação tem predominância de 
latifoliadas.
d. São características predominantes do Cerrado.
12. Julgue os itens seguintes, relativos ao bioma cerrado.
1) O cerrado é a savana com grande biodiversidade e repleta de espécies de 
plantas e animais, muitas das quais são endêmicas.
13. Com relação aos biomas presentes no estado Bahia, assinale a opção correta.
a. A Mata Atlântica é caracterizada por formação vegetal de porte baixo e 
baixa diversidade de espécies, podendo apresentar diversos estágios su-
cessivos e vários estratos, com presença de serapilheira, cipós, epífitas e 
trepadeiras.
b. O manguezal é uma faixa estreita paralela ao litoral, de vegetação exube-
rante e com grande diversidade de espécies arbóreas, como pau-brasil, 
guapuruvu e o cambuci.
c. A caatinga apresenta uma grande riqueza de ambientes, vegetação do tipo 
savana estépica, e espécies que não são encontradas em nenhum outro 
bioma, denominadas espécies endêmicas.
d. Na Bahia, as principais ameaças à biodiversidade do cerrado são os solos 
secos e de baixa fertilidade, com altos níveis de ferro e alumínio.
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Comentário
a. As principais ameaças à biodiversidade do Cerrado são as ações humanas.
14. Nas próximas décadas, o clima brasileiro provavelmente será mais quente, 
com aumento gradativo e variável da temperatura média em todas as regiões 
do país (entre 1 °C
e 6 °C até 2100), em comparação à média registrada no 
final do século XX. No mesmo período, está prevista a diminuição significa-
tiva da ocorrência de chuvas nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste 
do país. No entanto, haverá um aumento do número de precipitações nas 
regiões Sul e Sudeste. Entre essas conclusões, apresentadas no primeiro 
Relatório de Avaliação Nacional do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas 
(PB MC), constam, ainda, o aumento progressivo da temperatura da caa-
tinga (entre 3,5 °C e 4,5 °C) e a diminuição da ocorrência de chuvas nesse 
bioma (entre 40% e 50%).
Internet: <www.pbmc.coppe.ufrj.br> com adaptações.
1) A alternância entre uma paisagem de aspecto árido e uma vegetação ver-
de e florida é típica do bioma citado no texto.
2) O bioma citado no texto apresenta fauna e flora diversificadas com alto 
grau de endemismo.
15. O Cerrado é um dos biomas brasileiros mais ameaçados diante da sua bio-
diversidade e está presente também no estado de Goiás. A ameaça deste 
bioma se deve:
a. à profundidade do solo e à pouca quantidade de nutrientes nele existente.
b. às estações do ano bem definidas, sendo seca e chuvosa.
c. à estrutura das árvores que possuem folhas rígidas e troncos retorcidos.
d. às atividades humanas ligadas à agricultura e à pecuária.
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GABARITO
1. b
2. d
3. a
4. b
5. c
6. b
7. c
8. e
9. C, E
10. e
11. a
12. C
13. c
14. C,C
15. d
�������������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a 
aula preparada e ministrada pela professora Rebecca Guimarães. 
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-
teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela 
leitura exclusiva deste material.
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Evolução da Estrutura Fundiária
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EVOLUÇÃO DA ESTRUTURA FUNDIÁRIA
Entre a década de 50 e 60, muitos projetos de infraestrutura trouxeram valo-
rização para terras que antes não eram cobiçadas. Existe uma relação direta 
entre a abertura de modais e a valorização de terras.
A evolução da estrutura fundiária e problemas demográficos no campo
A concentração fundiária, no Brasil, é uma questão estrutural, com alicerces 
sólidos, historicamente instituídos. Nosso quadro atual é resultante de marcas 
acumuladas desde o período colonial.
Durante os três primeiros séculos de ocupação, a divisão territorial deu-se 
pelo regime de Sesmarias (1535-1822). Tratava-se da concessão de exten-
sas porções de terras, por parte do governo lusitano e dos capitães donatários, 
às  pessoas  com posses  suficientes  para  explorá-las. Tal  sistema deu  origem 
a herdades monocultoras, pouco povoadas, voltadas a atender ao mercado 
externo.
Nota-se que o perfil brasileiro de ser um país agroexportador tem origem no 
modelo estruturado a partir do Brasil colônia.
Após a Independência, a aquisição de propriedades seria regida pela Lei de 
Terras, de dois de Setembro de 1850. Coincidentemente, ou não, ela fora instau-
rada no mesmo mês da promulgação da primeira lei que viria a contribuir para a 
abolição da escravatura, a Eusébio de Queirós. Esta proibira o tráfico negreiro 
interatlântico. O processo de substituição para a mão de obra livre se deu de 
forma gradual, com a presença de outras leis, antes da Áurea de 1888. Entre-
tanto, desde o início, estava claro para a elite agrária que a abolição viria.
Vista como uma forma de garantir a estrutura de poder vigente e a disponibili-
dade de mão de obra, a Lei de Terras aboliu por completo o regime de Sesmarias 
e estabeleceu a compra como única forma de acesso à terra. A estratégia era no 
sentido de impedir que antigos escravos e futuros imigrantes partissem para o 
interior e constituíssem ali suas propriedades. Desvinculada de qualquer papel 
social, a terra passaria a ser tão somente mercadoria, adquirida de acordo com 
o poder econômico de seu comprador.
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Evolução da Estrutura Fundiária
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No século XX, a agricultura nacional passou por um profundo processo de 
transformação. O apoio do governo, com políticas agrícolas de incentivo, moder-
nizou as bases técnicas, transformando o Brasil numa potência do primeiro setor. 
Houve forte expansão da fronteira agrícola, aumento em produção (em termos 
absolutos) e produtividade (produção em relação a área). Entretanto, a “moder-
nização conservadora”, ao encarecer as terras e excluir os pequenos produto-
res dos “pacotes modernizantes”, estimulou o êxodo rural, a desigualdade no 
campo e a ampliação dos latifúndios. A preocupação do Estado se deu apenas 
no âmbito econômico, completamente desvinculada da questão social.
A modernidade à qual o Brasil se submeteu, principalmente no governo Kubits-
chek, acabou valorizando terras que até então estavam esquecidas, e muitos 
conflitos foram verificados no território brasileiro.
Na tríplice fronteira entre Tocantis (na época Goiás), Maranhão e Pará, exis-
tia uma região conflituosa chamada bico do papagaio. Um dos mais importantes 
conflitos quando se fala em geografia agrária foi o conflito de trombas e formoso. 
A região Norte é a que apresenta as maiores taxas de conflitos agrários.
Mesmo após a democratização, com o fim do governo militar e a ascensão 
de movimentos sociais, antes abafados pela ditadura, observa-se continuidade 
no processo de concentração fundiária, seja ela para ganhos especulativos ou 
produtivos.
Os anos 90 marcam a fase da liberalização da economia brasileira, da 
mudança no regime cambial e do destaque do país como um dos maiores expor-
tadores mundiais de commodities.
Em todo momento da história do Brasil, foi difícil comprar uma terra, prin-
cipalmente para os menos assistidos. Os investimentos em infraestrutura e a 
abertura de rodovias atingiram diretamente a dinâmica da relação com a terra e 
dos grupos sociais, mas também fez estourar uma série de conflitos sociais. Em 
1996, aconteceu o conflito de Eudorado dos Carajás, um dos maiores conflitos 
da polícia paraense com integrantes do movimento sem-terra.
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EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
1. Julgue os itens subsequentes, acerca dos elementos fundamentais do direito 
agrário.
1) Na formação da estrutura fundiária brasileira, é fundamental compreen-
der o regime de sesmarias, que se iniciou na colonização e vigorou até o 
advento da Lei n.º 601/1850 – Lei de Terras –, a qual finalmente instaurou 
um marco divisor entre terras públicas e particulares, consolidando a pro-
priedade privada sobre os imóveis rurais e o conceito de terras devolutas.
2) A partir dos anos 50 do século passado, os países capitalistas desenvolvi-
dos intensificaram o processo de industrialização da agricultura no mundo 
subdesenvolvido como parte da estratégia de revigoramento do capitalis-
mo em âmbito mundial. Esse fato ficou conhecido como Revolução Verde.
Comentário
2) A revolução verde nasce dentro de um interesse dos países capitalistas. 
Após a Segunda Guerra Mundial, a ciência avança, o que traz implicações 
para as dinâmicas estabelecidas no campo.
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2. A análise do mapa sobre assassinatos ligados a conflitos rurais conduz ao 
reconhecimento da maior densidade territorial desses crimes na área conhe-
cida como:
a. Região de Carajás.
b. Terra do Meio.
c. Bico do Papagaio.
d. Alto Xingu.
e. Zona Bragantina.
O número de mortes em conflitos agrários cresceu 15% em 2017 na com-
paração com o ano anterior, num total de 70 assassinatos. De acordo com 
a Comissão Pastoral da Terra (CPT), que divulgou os dados nesta quarta-
-feira (23 de maio de 2018), trata-se do maior número desde 2003. Dentre 
as mortes registradas, a pastoral destaca quatro massacres que ocorreram 
na Bahia, Mato Grosso, Pará e Rondônia, resultando em 28 assassinatos. 
O estado do Pará lidera o ranking de 2017 com 21 pessoas assassinadas, 
dez no massacre de Pau D'Arco, seguido pelo estado de Rondônia, com 17, 
e pela Bahia, com 10 assassinatos.
3. Uma das justificativas para a violência no campo brasileiro relaciona-se:
a. ao processo histórico de concentração fundiária.
b. à minifundiarização da produção de matérias-primas agrícolas.
c. à industrialização de áreas remotas do território nacional.
d. à coletivização das terras improdutivas prevista na Constituição.
e. ao avanço das monoculturas em direção das periferias urbanas.
Comentário
O processo histórico de concentração fundiária levou a um cenário de muito 
conflito com muitas mortes no campo.
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Leia os textos a seguir.
I – De acordo com as pesquisas mais detalhadas sobre o tema, o sistema 
defendido pelo MST e geralmente adotado pelo governo − desapropriação e dis-
tribuição da terra em pequenos assentamentos − tem pouca chance de sucesso, 
já que caminha na contramão da História. Sem competitividade no mercado nem 
estrutura para engrenar a produção, os pequenos produtores que ganham terras 
acabam fracassando − e retornando à fila da exclusão no país.
(http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/reforma_agraria/contexto_2.html)
II – Com essa tremenda força política, tenta-se impedir que a realidade do 
campo brasileiro apareça como de fato é: com uma das estruturas fundiárias 
mais concentradas do mundo e em intensificação; com o aumento de famílias 
acampadas nas beiras das estradas e dentro dos latifúndios, com o empobreci-
mento dos camponeses; com o aumento da expropriação e exclusão. O que a 
mídia nacional procura mostrar é o aumento do conflito, mas não apresenta suas 
causas.
(http://www4.fct.unesp.br/nera/publicacoes/bernardoengamesaredonda.pdf)
4. Está correto afirmar que o texto I
a. defende o apoio do governo aos pequenos produtores familiares, enquan-
to o II demonstra que a reforma agrária não é mais uma necessidade his-
tórica no Brasil.
b. entende que a reforma agrária é uma proposta ultrapassada, enquanto o 
texto II destaca que os motivos para a reforma agrária ainda estão presen-
tes no campo brasileiro.
c. entende que o problema do campo é a existência de muitas pequenas 
propriedades, com sistemas de produção atrasados, o que é negado pelo 
conteúdo do texto II.
d. defende, assim como o texto II, a ideia de que somente uma reforma agrá-
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ria revolucionária seria capaz de transformar a realidade do campo brasi-
leiro, dominado por latifúndios improdutivos.
5. 05. Com base nos dispositivos legais, julgue o item que se segue, a respeito 
de licenciamento e delimitação de APP.
1) Para regularização fundiária sustentável de área urbana, a intervenção na 
vegetação ou a sua supressão em APP pode ser autorizada, pelo órgão 
ambiental competente, nas áreas ocupadas por população de baixa ren-
da, predominantemente residenciais e incluídas no plano de regularização 
fundiária sustentável do município.
Comentário
Em 2000, no governo FHC, foi aprovada a lei de uso das unidades de 
conservação.
As unidades de conservação podem ser divididas em unidade de proteção 
integral ou unidade de uso sustentável.
6. Julgue os itens subsequentes, a respeito da evolução da estrutura fundiária 
rural e dos movimentos demográficos no território brasileiro.
1) A geração de emprego altamente especializado  intensifica a divisão so-
cial do trabalho no campo e a concentração de empregos nos complexos 
agroindustriais especializados localizados em cidades médias, acima de 
100 mil habitantes, bem como o trabalho sazonal, causando um processo 
migratório recente no Brasil: a migração descendente (de cidades peque-
nas para cidades médias) de profissionais especializados no agronegócio 
que migram em razão do período de safra e entressafra.
2) Por fazer uso de tecnologias que ampliam sua independência do espaço 
urbano, o campo não gera empregos necessários para o desenvolvimento 
de muitos dos municípios de pequeno porte demográfico inseridos em re-
giões produtivas do agronegócio no Brasil.
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Comentário
1) A migração de cidades pequenas para cidades médias é ascendente.
2) O campo é altamente dependente do espaço urbano para desenvolver a 
tecnologia de que tanto precisa.
7. Assinale a alternativa correta, tendo como referência o gráfico acima.
a. A maior concentração demográfica da população brasileira em áreas ru-
rais, no período de 1940 a 1980, foi resultado da predominância das ativi-
dades agroexportadoras na geração da riqueza nacional.
b. O expressivo  crescimento  populacional  entre  1970 e  2000  foi  consequ-
ência direta dos programas de incentivo à natalidade, promovidos pelos 
governos militares, e direcionados, especialmente, para as populações ur-
banas de baixa renda.
c. Entre 1940 e 2000, a inexistência de variação da população rural decorreu 
das migrações internas e, principalmente, da decadência e estagnação 
das lavouras de cana-de-açúcar, café e soja.
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d. A crescente concentração da população brasileira em áreas urbanas, 
a partir  de 1970,  esteve associada,  entre  outros aspectos,  à  ampliação 
dos setores industriais e de serviços e à atração exercida pelas cidades.
e. O decréscimo da população rural brasileira, entre 1970 e 2000, a níveis 
muito inferiores aos observados para 1940, relacionou-se à ampliação da 
atividade industrial e à extinção de direitos trabalhistas para o homem do 
campo.
Comentário
a. As pessoas estavam no campo porque ele ainda não tinha se mecanizado 
da maneira que se mecanizou ao longo do tempo a ponto de expulsar a 
população.
b. Não ocorreu incentivo à natalidade, apesar de o Brasil nunca ter tido uma 
política para desestimulá-la. Entre 1970 e 2000, as mulheres brasileiras 
começaram a ter menos bebês.
GABARITO
1. C, C
2. c
3. a
4. b
5. C
6. E, E
7. d
��������������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a 
aula preparada e ministrada pela professora Rebecca Guimarães. 
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-
teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela 
leitura exclusiva deste material.
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Ambientais
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POLÍTICA E GESTÃO AMBIENTAIS
A ONU, organizando uma série de conferências voltadas à discussão do meio 
ambiente e da sua relação com o homem, acabou influenciando no desenvol-
vimento de políticas públicas e na aprovação de legislações que normatizam a 
questão ambiental no Brasil.
A política ambiental brasileira iniciou sua trajetória a partir da década de 1930, 
quando foram dados os primeiros passos na elaboração de normativos pioneiros 
afetos à gestão dos recursos naturais, tais como o Código de Águas e o Código 
Florestal, ambos instituídos em 1934. Desde então, o país tem avançando gra-
dualmente tanto no estabelecimento de importantes marcos legais na temática 
como no processo de institucionalização das políticas públicas de meio ambiente.
Nas décadas de 1930 a 1960, não havia propriamente uma política ambien-
tal no Brasil ou uma instituição gestora da temática ambiental. Havia políticas 
setoriais que consideravam tangencialmente a questão ambiental, tendo como 
foco a exploração dos recursos naturais. A principal preocupação no período era 
a administração ou o “controle racional” dos recursos naturais, visando o melhor 
uso econômico.
Ao final da década de 1960, a temática ganhou impulso quando algumas 
demandas ambientais da sociedade começaram a surgir, tendo como prece-
dente a poluição gerada por atividades produtivas, principalmente a poluição 
industrial.
Neste período, surgem as primeiras legislações voltadas para a administra-
ção dos recursos naturais: o Código de Águas (Decreto n. 24.643/1934), afeto à 
gestão do Ministério das Minas e Energia (MME), devido ao interesse no aprovei-
tamento hídrico para hidrelétricas; o Código Florestal (Decreto n. 23.793/1934), 
cuja gestão, inicialmente, cabia ao Ministério da Agricultura, visto que o foco 
era a proteção de solos para uso agrícola; e a Lei de Proteção à Fauna (Lei n. 
5.197/1967).
A política de estabelecer áreas ambientalmente protegidas iniciou-se em 
1937, com a criação do Parque Nacional do Itatiaia. A partir daí, foram criados 
diversos Parques Nacionais, cuja administração e fiscalização estavam subme-
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tidas ao Serviço Florestal Federal, órgão vinculado ao Ministério da Agricultura. 
Em 1967 foi criado o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF), 
também vinculado à pasta de Agricultura. A administração das áreas protegidas 
passou a ser atribuição do IBDF, que tinha que, também como competência prio-
ritária, fazer cumprir o Código Florestal e toda a legislação pertinente à proteção 
dos recursos naturais renováveis.
Na década de 1970, é publicado o relatório Limites do Crescimento, organi-
zado pelo Clube de Roma e pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), 
o qual enfatizava a preocupação com o esgotamento dos recursos naturais (Mea-
dows, 1972). Em 1972 é realizada a Conferência de Estocolmo (Conferência das 
Nações Unidas para o Meio Ambiente Humano). O Brasil participou da conferên-
cia com a posição de defesa à soberania nacional. Argumentava-se que o cres-
cimento econômico e populacional dos países em desenvolvimento não deveria 
ser sacrificado e que os países desenvolvidos deveriam pagar pelos esforços 
para evitar a poluição ambiental – posição que foi endossada pelos países do 
chamado Terceiro Mundo.
Pouco depois, em 1973, é criada a primeira instituição a tratar da temática 
ambiental no nível federal: a Secretaria Especial de Meio Ambiente (Sema), vin-
culada ao Ministério do Interior. A agenda da Sema se concentrou no problema do 
controle da poluição industrial e urbana, em uma ação orientada, principalmente, 
em função de denúncias. O IBDF continuou com a função de órgão fomentador 
das ações para as florestas e gestão das áreas protegidas (Unidades de Conser-
vação – UCs), enquanto a Sema acabou estabelecendo um programa próprio de 
áreas protegidas que ficaram a ela subordinadas.
Relembrando!
Em 2000, no governo FHC, foi aprovada a lei de uso das unidades de 
conservação. As unidades de conservação podem ser divididas em unidade 
de proteção integral ou unidade de uso sustentável.
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Seguindo o modelo federal, alguns estados começam a criar seus órgãos 
estaduais de meio ambiente (OEMAs) neste período: a Companhia de Tecno-
logia de Saneamento Ambiental (Cetesb) em São Paulo (1973) e a Fundação 
Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (Feema) no Rio de Janeiro (1975). 
Na esfera do planejamento, o II Plano Nacional de Desenvolvimento (II PND) 
incorporou algumas diretrizes ambientais.
Na década de 1980, o marco principal foi o estabelecimento da Política Nacio-
nal do Meio Ambiente (Lei n. 6.938/1981), que criou o Sistema Nacional do Meio 
Ambiente (Sisnama) e estabeleceu os princípios, as diretrizes, os instrumentos e 
atribuições para os diversos entes da Federação que atuam na política ambiental 
nacional. O documento foi considerado inovador para a época, não somente por 
tratar de um tema ainda pouco discutido, mas por seu caráter descentralizador. 
Em geral, as normas ambientais federais aprovadas na década de 1980 esta-
vam ligadas principalmente à organização institucional, ao controle da poluição 
e da degradação ambiental e ao fortalecimento dos mecanismos de participação 
social na área ambiental.
Em 1985 foi criado o Ministério de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente, 
com a função de definir políticas e coordenar as atividades governamentais na 
área ambiental. No que se refere à qualidade ambiental, o Conselho Nacional do 
Meio Ambiente (Conama) aprovou resoluções relativas ao licenciamento ambien-
tal, que regulam a aplicação do instrumento até a atualidade, já que ainda não foi 
aprovada uma legislação específica sobre o tema – Resoluções n. 001/1986 e n. 
009/1987, que tratam, respectivamente, do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e 
do Relatório de Impacto Ambiental (Rima) e das audiências públicas prévias ao 
licenciamento.
O movimento ambiental formou a Frente Verde, que trabalhou pela inclusão 
do Capítulo do Meio Ambiente (Art. 225) à Constituição Federal de 1988 (CF/88). 
O capítulo trouxe avanços significativos ao declarar o “meio ambiente ecologica-
mente equilibrado” (Art. 225, caput) como direito do cidadão, especificando-se 
várias atividades a serem desenvolvidas pelo poder público para garanti-lo. Além 
disso, a CF/88 apresentou outras referências ao tema nos princípios gerais da 
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atividade econômica (Art. 170, inciso VI) e em diversos dispositivos esparsos, 
tais como os referentes ao direito de propriedade, à gestão urbana e ao geren-
ciamento dos recursos hídricos.
Para o cumprimento dessas novas garantias constitucionais, foi necessário o 
desenvolvimento de legislação federal específica, bem como o fortalecimento da 
ação dos estados. De fato, na Constituição anterior, a temática ambiental (águas, 
florestas, fauna) era prerrogativa legislativa da União e, apesar da criação do 
Sisnama, em 1981, grande parte de nossa política ambiental ainda era con-
centrada na esfera central de governo (Araújo, 2013). A partir da CF/88, ocorre 
uma maior descentralização da política ambiental e uma consequente estrutu-
ração de instituições estaduais e municipais de meio ambiente,
com a criação 
de órgãos e/ou secretarias, bem como de conselhos estaduais e municipais de 
meio ambiente, resultado da definição da temática ambiental como competência 
executiva comum entre União, Estados e Municípios. A introdução do Capítulo de 
Meio Ambiente à CF coincidiu com a intensificação, em nível internacional, dos 
debates sobre meio ambiente, uma vez que ocorreu logo após a realização, pelo 
PNUMA, do Relatório Bruntland, mais conhecido como Nosso Futuro Comum, 
em 1987, que estabeleceu o conceito de desenvolvimento sustentável.
Outro marco institucional importante no período foi a reestruturação dos 
órgãos federais encarregados da questão ambiental, por meio do programa 
Nossa Natureza, em 1989, com a unificação dos órgãos que tratavam a ques-
tão ambiental setorialmente – Superintendência do Desenvolvimento da Pesca 
(Sudepe), Superintendência da Borracha (Sudhevea), IBDF (desenvolvimento 
florestal) e a Sema – em torno de um único órgão federal: o Ibama – Instituto 
Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Lei n. 7.735, de 22 de 
fevereiro de 1989). Ainda em 1989, é criado o Fundo Nacional de Meio Ambiente 
– FNMA (Lei n. 7.797 de 10 de julho de 1989), atualmente uma unidade do Minis-
tério do Meio Ambiente (MMA), com a missão de contribuir, como agente finan-
ciador, por meio da participação social, para a implementação da Política Nacio-
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nal do Meio Ambiente. A seleção de projetos para o fundo, por meio de editais, 
é feita por um conselho deliberativo composto por representantes do governo e 
da sociedade civil.
Na década de 80, os principais frutos da gestão e da política ambiental foram 
colhidos.
Década de 1990: em 1990, foi criada a Secretaria de Meio Ambiente da Presi-
dência da República (Semam/PR), tendo em vista que a questão ambiental ficou 
em alta com a perspectiva de se organizar a Rio-92 no Brasil. O Brasil se prepa-
rou para a conferência por meio da Comissão Interministerial de Meio Ambiente 
(CIMA), coordenada pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE), com repre-
sentantes de 23 órgãos públicos, a qual resultou na elaboração de um relatório 
que explicitava o posicionamento brasileiro frente à temática ambiental.
A Rio-92 (Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvol-
vimento – CNUMAD) foi realizada no Rio de Janeiro, em 1992. Na conferência, 
foram assinados importantes acordos ambientais que refletem sua influência até 
a atualidade. São eles: i) as Convenções do Clima e da Biodiversidade; ii) a 
Agenda 21; iii) a Declaração do Rio para o Meio Ambiente e Desenvolvimento; e 
iv) a Declaração de Princípios para as Florestas.
A agenda 21 era uma agenda não apenas de compromissos ambientais, mas 
compromissos sociais e econômicos que levariam os países à sustentabilidade 
na perspectiva do século 21.
A Rio-92 foi a mais importante conferência ambiental da história da huma-
nidade. Foi nessa conferência que os grandes compromissos foram firmados 
colaborando para uma preocupação e discussão maior e mais profunda sobre as 
questões do meio ambiente.
O Programa Nacional de Meio Ambiente (PNMA) iniciou sua atuação em 
1991, como o primeiro grande investimento (com empréstimo do Banco Mun-
dial) realizado pelo governo federal para investir na área ambiental. O programa 
está vigente até hoje e tem tido um papel fundamental na melhoria da capaci-
dade institucional dos órgãos ambientais federais e estaduais para a formula-
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ção de políticas e para a gestão ambiental. A primeira etapa do PNMA (1991 a 
1999) teve como linhas de ação o desenvolvimento institucional (principalmente 
estruturação do Ibama e do MMA), a gestão de UCs federais, a proteção de 
ecossistemas (Pantanal, Mata Atlântica e Zona Costeira) e os Projetos de Exe-
cução Descentralizada (PEDs), estes últimos executados pelos municípios que 
apresentavam projetos de melhoria de qualidade ambiental. Como os estados 
candidatos a participar do programa deveriam cumprir uma série de requisitos, 
comprovando avanços quanto à instituição de instrumentos de gestão ambien-
tal, a etapa de qualificação ao programa também alavancou o desenvolvimento 
institucional nas Unidades da Federação (UFs).
O MMA foi criado em 1992, com a extinção da Semam/PR. Nesta década, 
o MMA operou com poucos recursos humanos e financeiros, a maior parte 
oriunda de empréstimos via agências multilaterais (Banco Mundial, Banco Inte-
ramericano de Desenvolvimento – BID, Programa das Nações Unidas para o 
Desenvolvimento – Pnud). Como estes recursos eram de difícil utilização, em 
vista da necessidade de uma contrapartida nacional e da rigidez das regras dos 
financiadores, havia uma morosidade na execução dos projetos que faziam parte 
de programas como o PNMA e o Programa Piloto para Proteção das Flores-
tas Tropicais no Brasil (PP-G7). Neste período, o ministério operou apenas com 
alguns poucos funcionários cedidos de outros órgãos (como o Ibama) e tercei-
rizados com contratos temporários intermediados pelo Pnud, agência que inter-
media recursos dos financiadores externos nos empréstimos realizados para os 
programas do órgão.
Em 1998 foi estabelecida a Lei de Crimes Ambientais (Lei n. 9.605/1998); 
com isto o Brasil tornou-se um dos poucos países a possuir um direito penal 
ambiental.
Em 2000 foi criado o Sistema Nacional de Unidade de Conservação da Natu-
reza – SNUC (Lei n. 9.985/2000), o qual contribui para organizar e uniformizar as 
categorias de UCs e os instrumentos de proteção, anteriormente dispersos em 
diversas leis. No mesmo ano, iniciou-se a segunda etapa do Programa Nacional 
do Meio Ambiente (PNMA II), que estendeu-se até 2006 e atuou em duas linhas 
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principais. A primeira linha, de gestão integrada de ativos ambientais, apoiou 
projetos de melhoria de qualidade ambiental em áreas consideradas prioritárias 
pelos estados participantes, nos quais se colocava em prática a ideia de reunir 
todos os atores (stakeholders) relacionados ao equacionamento dos problemas 
priorizados. A segunda linha atuou no desenvolvimento institucional dos estados, 
em três áreas: licenciamento ambiental, monitoramento da qualidade da água e 
gerenciamento costeiro.
Após um intervalo para avaliação da etapa anterior e preparação da seguinte, 
o PNMA iniciou sua 3ª etapa em 2009, com os componentes de gestão inte-
grada de ativos ambientais e de desenvolvimento institucional em três linhas: 
instrumentos econômicos para a gestão ambiental, monitoramento ambiental e 
licenciamento ambiental. Desta forma, o PNMA tem sido, ao longo de mais de 20 
anos de atuação, um programa estratégico do MMA, com impacto principalmente 
na estruturação dos órgãos estaduais de meio ambiente. Em 2002 foi realizada 
a Conferência Ambiental Rio+10, em Joanesburgo, África do Sul, tendo como 
um dos principais objetivos a avaliação dos acordos e convênios ratificados na 
Rio-92. No encontro, as questões de enfrentamento à pobreza mobilizaram os 
debates. Os principais focos ambientais da conferência foram as mudanças cli-
máticas (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo – MDL, Protocolo de Kyoto) e 
a discussão sobre fontes energéticas renováveis. A Conferência resultou em um 
Plano de Implementação, porém, desprovido de meios de execução ou de cro-
nogramas rígidos.
A Agenda 21 brasileira, cuja preparação iniciou-se em 1997, foi lançada

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