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MARKETING Pessoal e Etiqueta Carmen Lucia Chaim Mattos IESDE Brasil S.A. Curitiba 2010 © 2010 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais. Capa: IESDE Brasil S.A. Imagem da capa: IESDE Brasil S.A. IESDE Brasil S.A. Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 Batel – Curitiba – PR 0800 708 88 88 – www.iesde.com.br Todos os direitos reservados. M435m Mattos, Carmen Lucia Chaim. / Marketing Pessoal e Etiqueta. / Carmen Lucia Chaim Mattos — Curitiba: IESDE Brasil S.A. , 2010. 76 p. ISBN: 978-85-387-1388-3 1. Marketing Pessoal. 2. Etiqueta. 3. Ética. 4. Relações Interpessoais I. Título CDD: 658.409 Mestre em Educação pela Universidade Tuiuti do Paraná (UTP), Pós-Graduada em Recursos Humanos (UTP), Especialista em Psicodrama pela Sociedade Paranaense de Psicodrama, Graduada em Psicologia (UTP). Carmen Lucia Chaim Mattos Sumário Etiqueta ......................................................................................................................9 Etiqueta social ............................................................................................................................................. 9 História da etiqueta .................................................................................................................................10 Boas maneiras ............................................................................................................................................10 Etiqueta no trabalho ...............................................................................................................................13 Qualidade de vida no trabalho ............................................................................................................16 Ética no trabalho ...................................................................................................23 Introdução ..................................................................................................................................................23 Ética: conceito ............................................................................................................................................23 Ética empresarial e cultura organizacional .....................................................................................24 A prática da ética no trabalho ..............................................................................................................27 Relações interpessoais e qualidade de vida no trabalho .......................37 Relacionamento interpessoal ..............................................................................................................37 Qualidade de Vida no Trabalho (QVT)...............................................................................................40 Conduta assertiva ....................................................................................................................................42 Preservando a autoestima ....................................................................................................................43 Comportamento no local de trabalho ..........................................................49 Emoções no trabalho ..............................................................................................................................49 Construindo relações interpessoais saudáveis ..............................................................................57 Marketing pessoal – como se relacionar bem no ambiente de trabalho .........................................................................63 Como preparar seu currículo ...............................................................................................................63 Entrevista de seleção ..............................................................................................................................65 Apresentação pessoal .............................................................................................................................68 Marketing pessoal ....................................................................................................................................71 Apresentação Olá, convido todos a construir uma nova postura pro- fissional, a partir do conhecimento e aplicação do tema deste estudo. Falar de Marketing Pessoal e Etiqueta profissional hoje é uma questão de necessidade, pois se vive numa so- ciedade altamente competitiva, que exige não só que você conheça suas competências profissionais, mas que tenha uma postura profissional adequada a novos desafios. Os temas abordados, como etiqueta social, ética no trabalho, relacionamento interpessoal e qualidade de vida no trabalho, comportamento adequado no local de trabalho e posturas para uma entrevista de emprego, irão orientá-lo nessa direção. Todos esses conhecimentos, quando olhados à luz da etiqueta, começam a fazer grandes diferenças, pois apren- der as regras da boa convivência o colocará num degrau mais avançado. O mais importante é que a etiqueta pode ser apren- dida por todos, e qualquer pessoa pode praticar algumas maneiras mais corteses e elegantes de se comportar. Quem cultiva bons modos, tem mais chances de as- censão pessoal e profissional. Conto com sua dedicação e capacidade de operar as mudanças que julgar necessárias para seu sucesso pessoal e profissional. Até breve. 9 Etiqueta O bom relacionamento interpessoal, ou seja, eu na relação com os outros, passa a ser prioritário e, na maioria das vezes, definidor do sucesso pessoal e profissional e deve estar sempre presente em nosso dia a dia. A prática de boas maneiras nos ajuda nesse relacionamento, e melhora nossa imagem pessoal. Essas afirmações podem ser observadas no exemplo de Ribeiro (1993, p. 13): “Na competição do mercado de traba- lho, entre dois candidatos com igual capacidade técnica, tem maiores chances aquele com boa apresentação e trato agradável”. O que reforça a prática de boas maneiras, na vida pessoal e profissional, como vantagem para o sucesso. Etiqueta social Etiqueta é o conjunto de regras que norteiam nossos comportamentos. Está divi- dida em Etiqueta Corporativa e Etiqueta Social, além de outras subdivisões menores, como etiqueta à mesa e como a recente Netiqueta (etiqueta para internet). Cada povo, cada cultura, cada época, tem seus próprios códigos de comportamento. A etiqueta social se faz presente nas relações humanas, quer seja no trabalho, na família, no con- vívio entre as pessoas, e o princípio fundamental da etiqueta é que esta deve sempre ser embasada no respeito ao próximo e no bom senso. Na sociedade atual, estamos sempre correndo ou atrasados. O tempo tornou-se escasso, por isso, muitas vezes a cordialidade é atropelada pela agressividade, justifi- cada pela falta de tempo. Esse cenário coloca em evidência a importância do nosso tema, pois ele ocupa hoje um grande espaço, por tratar de relacionamento interpesso- al e sucesso profissional. Se a etiqueta é um código de regras, conhecer e fazer uso de algumas regras é a nossa tarefa no dia a dia para o bem viver. 10 Et iq ue ta História da etiqueta A etiqueta tem sua origem na França, atingindo seu apogeu na corte de Luís XIV, no século XVII. O nome “etiqueta” originou-se dessa época, uma vez que eram atribuídas etiquetas aos nobres, quando estes chegavam ao pátio do palácio, contendo instruções de como se portar, o lugar a ser ocupado na mesa, tudo de acordo com um protocolo. O que se percebe é que a preocupação em fixar regras para a conduta, externa, remonta às cortes da Antiguidade. Data de 2400 a.C. o livro mais antigo sobre compor- tamento, e hoje se encontra na biblioteca de Paris. Ele foi escrito pelo faraó Ptahhotep, em folhas de papiro, trazendo recomendações a seu filho sobre como se portarpara melhor governar. O primeiro tratado de boas maneiras foi escrito em 1530, por Erasmo de Rot- terdam. Nele, continha cuidados com o corpo, a recomendação de olhar nos olhos quando se falava com alguém, de comportamentos à mesa, incluindo a distribuição de utensílios como faca, prato etc. No Brasil, com a chegada da corte de D. João VI, o livro de etiqueta passa a ser ne- cessário. Recomendações como não fazer ruído mastigando ou bebendo, e como os jan- tares deveriam ser servidos, faziam parte do título Nova Arte do Cozinheiro e do Copeiro em Todos os seus Ramos. O que se deve observar é que usos e costumes variam, de acordo com o local e com o tempo, e que deve prevalecer sempre o bom senso. Boas maneiras “São, em geral, tidas por sinônimo de boas maneiras: polidez, boa educação, bom- -tom. São de uso mais popular as expressões ‘modos’ e ‘bons modos’”; também segun- do Cobra (2009), ter boas maneiras, ou observar as normas, deve ser tarefa de todos. Boas maneiras são a essência da boa educação. Um bom relacionamento depende do nosso comportamento social. Discrição é o comportamento pessoal na sociedade e o cartão de visita de cada um. Agir sempre discretamente, vestir-se, portar-se discreta- mente é o segredo da verdadeira elegância. Uma pessoa pode andar e sentar-se com polidez, manter-se limpa, penteada, comer e beber com gestos educados, rir discreta- mente, ser pontual, agradecer favores, enfim, procurar demonstrar o respeito que tem por si próprio e pelo outro, independente de sua condição social. Desde a mais tenra idade, o indivíduo deve receber as primeiras lições de bom comportamento. O ideal seria que o acesso a informações sobre boas maneiras fosse inicialmente também dado nas escolas. 11 Etiqueta Hoje, nas universidades, se percebe a preocupação com o comportamento dos jovens que iniciam sua vida profissional. Foi-se o tempo em que apenas desenvolver o potencial intelectual e técnico dos alunos era suficiente; hoje, dá-se grande importân- cia à maneira como se relacionam, sua aparência, entre outros requisitos, visando uma maior fluidez profissional. Aulas de boas maneiras começam a se inserir nos treinamen- tos das empresas e nos cursos das universidades. Em se tratando de um ambiente organizacional, espera-se que todos sejam bem- -educados, pois a cordialidade, o trato agradável, devem ser desenvolvidos por todos os funcionários, independente do cargo que ocupam. Lembrando que esses relaciona- mentos refletem a imagem dessa organização. Quando analisamos uma organização, sua cultura, natureza dos negócios, produtos, os profissionais que nela atuam, pode-se traçar um perfil relativo à aparência dos seus funcionários. Se, por exemplo, temos uma indústria de roupas para surfistas, possivelmente, o ambiente e o vestuário dos funcio- nários serão mais informais e descontraídos. O fato de atuarem em ambientes descon- traídos, não significa desrespeito, ao contrário, o respeito à hierarquia deve prevalecer. O bom senso e as boas maneiras devem caminhar juntos nas relações de trabalho. A vida profissional deve ser fundamentada no convívio saudável. A colaboração e a responsabilidade são essenciais para que o resultado possa ser alcançado. Com a mudança de hábitos que se observa nas famílias, o corre-corre do dia a dia muitas vezes tem dificultado o fortalecimento de hábitos, como, por exemplo, de boas maneiras à mesa, visto que é comum as crianças comerem diante da televisão. Quando anteriormente todos se reuniam à mesa, o que facilita o aprendizado pelo exemplo. O que se observa diante do grande avanço tecnológico, vivido por nossa so- ciedade, é que precisamos dar importância a alguns hábitos que foram se perdendo ao longo do tempo, justificado pela correria dos tempos atuais. Vamos, portanto, observar alguns gestos que podem resgatar traços de boas maneiras do passado, e agregá-las ao presente. Algumas dicas, segundo Ribeiro (1993), sobre o aperto de mão, que é o gesto mais usual nos relacionamentos interpessoais. O aperto de mão é um gesto simbólico de saudação para estabelecer uma comunicação, e causar boa impressão. A regra de etiqueta diz que a pessoa mais importante é que estende a mão para cumprimentar. O aperto de mão deve ter no máximo cinco segundos, mas o tempo que o con- tato é mantido pode ser um sinal de maior ou menor significação ao gesto. O contato físico deve ser agradável. 12 Et iq ue ta O gesto deve ser firme, pois transmite segurança. Apertar em demasia de- monstra grosseria. Aquele que transpira nas mãos deve sempre portar um lenço para enxugá-las antes do cumprimento. Etiqueta social e profissional A etiqueta reflete a boa educação, demonstra cuidado e respeito com os que estão à nossa volta. Embora não se perceba imediatamente, o bem-estar acaba pre- valecendo no dia a dia. Da mesma forma, o cuidado pessoal pode ser demonstrado no portar-se bem, começando com vestir-se adequadamente, e também com relação à postura, por exemplo, deixar as costas confortavelmente retas pode nos deixar mais elegantes, as mãos podem ficar à frente do corpo apoiadas uma na outra, para as mu- lheres, e para os homens o mesmo, com as mãos para trás. Quanto às pernas, quando em pé devemos apenas tomar cuidado para não ficarmos numa posição desconfortá- vel, para não ficarmos tortos. O ideal é apoiar o peso do corpo nas duas pernas, isso transmite uma sensação de segurança. Os olhos devem sempre transmitir simpatia, e olhe sempre nos olhos de quem está falando com você. Não esqueça que os óculos escuros devem ser usados sob o Sol, ao ar livre. A simpatia é fundamental nas relações, aproxima as pessoas. “Obriga- da”, ”desculpe” e “por favor” são expressões que podem transformar sua rotina. O bom humor, a tolerância e a gentileza podem melhorar muito seu relacionamento com outras pessoas. Uma reunião entre áreas de uma empresa é um bom cenário para revelar o nível de educação das pessoas. Alguns tópicos sobre etiqueta profissional, relativa às reuniões. Pontualidade: é um traço que revela respeito pelos integrantes do grupo. Um atraso deve ser comunicado com antecedência, e um atraso inesperado justi- ficado à saída da reunião. Novos integrantes: deve se apresentar ao líder antes de começar a reunião, e este apresentá-lo ao grupo. Discussão: o interlocutor deve se preocupar com o modo como conduz os temas, primando pelo respeito e cortesia pelos demais. Interrupções: deve se esperar para dar espaço para que sejam expostas opi- niões, e jamais se deve interromper quem está falando. 13 Etiqueta Conversas paralelas: não contribuem para o debate. Os comentários deverão ser feitos à viva voz. Precedência: ao dirigir-se à mesa do café ou água, se a reunião estiver no for- mato em círculos, não atravesse o espaço dos coordenadores, e sim saia dis- cretamente junto às cadeiras. Etiqueta no trabalho Na moderna sociedade, surge o perfil do empresário menos formal, mais voltado ao diálogo, tratando seus subordinados como companheiros de trabalho. O seu trato profissional é pautado na sua visão global, em que a interação cultural com outros países contribuiu para moldar sua postura, mais tradicional e autoritária. Pode-se observar não só uma mudança de mentalidade, como um estilo mais discreto de se vestir. A presença da mulher no mundo do trabalho também gerou algumas mudanças, que podem ser observadas através de dúvidas que surgiam em relação à maneira de como tratar a mulher no local de trabalho. Mesmo sabendo que deveres e obrigações são iguais, para um homem educado haverá momentos, como, por exemplo, ao entrar no elevador, ele vai deixá-la entrar primeiro, mesmo que exerça função superior à dela. Se numa relação social o homem sempre se levanta ao cumprimentar outro homem ou mulher, na profissional não existe esse rigor. As regras de cortesia no tra- balho devem ser sempre adequadas às circunstâncias, é o bom senso que dirige o comportamento na prática. Por exemplo, o funcionárioque está sentado trabalhando levanta-se para receber uma visita que quer falar com ele, isso não se estende ao seu colega do lado, que pode permanecer sentado. Novamente, a boa educação e o bom senso é que devem dirigir o comportamento na prática. Outro fator importante é o espírito de colaboração, que é fundamental para o an- damento do trabalho em grupo, líderes e liderados devem sempre manter uma relação de respeito mútuo para o sucesso profissional. Algumas dicas para o uso da etiqueta no trabalho com e-mails Netiqueta é um termo que se criou para designar um código de comporta- mentos para relacionamentos na rede. Use linguagem direta, clara e objetiva, sem formalismos exagerados, o que demonstra elegância e eficiência. 14 Et iq ue ta Inicie com “ Caro fulano” e “Bom dia” e conclua com “Atenciosamente” ou “ Um abraço”. Revise os e-mails, corrigindo erros de português e digitação. Evite cores e fontes diferenciadas. Anexe arquivo somente quando necessário. Letras maiúsculas são sinônimo de gritaria no universo eletrônico. Somente letras minúsculas, por sua vez, remetem a excesso de informalidade. Cigarro O ponto central é não incomodar as pessoas que o cercam. Respeitar os avisos de não fumar. Estão proibidos de fumar enquanto os outros estiverem comendo. Numa cerimônia religiosa – casamento, batizado, enterro – não se fuma. Antes de acender um cigarro, pergunte às pessoas se elas se importam com que você fume. É deselegante falar com o cigarro entre os lábios, ou usar o prato ou planta como cinzeiro. Congratulações Parabenizar alguém por uma promoção sempre é de bom-tom, demonstra que você se preocupa com o crescimento pessoal e profissional dos seus colegas. Se o colega é próximo, cumprimente-o pessoalmente; se não, envie um e-mail. Dicas gerais O ideal é não misturar suas pendências pessoais com as profissionais, muitas vezes se utilizando da infraestrutura da empresa. Se tiver que resolver algo urgente, procure pedir autorização. Cada lugar tem seu modo de se vestir, procure estar coerente com o cargo que você exerce. Perfume também é uma questão de etiqueta, procure não exagerar. 15 Etiqueta O celular é artigo pessoal, cuidado com os toques que você insere nele. Algu- mas músicas podem atrapalhar seus colegas de trabalho. O ideal é mantê-lo no modo silencioso. Por mais corrido que seja o seu dia a dia, procure não comer no seu posto de trabalho; além de pouco saudável, o hábito não pega bem. Procure cumprir seus horários; caso necessite descumpri-los para alguma eventualidade, negocie com antecedência. Por trás da etiqueta no trabalho, deve existir a consideração pelo sentimento dos outros, ou seja, você deve demonstrar que se preocupa com a pessoa com que você está tratando e consigo mesmo. Quando for preciso, você deve ser firme, porém justo. Por exem- plo, quando precisar despedir alguém, não se esquecendo de ser solidário com a situação da pessoa. Pensar no ponto de vista do outro antes de agir pode trazer muitos benefícios. Segundo David Robinson (1994), existem algumas “Regras de ouro” que deverão nos orientar no trabalho. Integridade: agir de maneira honesta e confiável. Modos: nunca ser egoísta, rude e indisciplinado. Personalidade: expressar os próprios valores, atitudes e opiniões. Aparência: apresentar-se sempre da melhor maneira possível. Consideração: ver-se do ponto de vista da outra pessoa. Tato: refletir antes de falar. No ambiente organizacional, lidamos com muitas pessoas e somos avaliados constantemente. Nesse relacionamento, há necessidade de adotarmos uma atitude adequada com a pessoa com quem estivermos tratando naquele momento. Se você se sente à vontade enquanto liderança, na condução de pessoas, a equipe terá mais confiança e consideração por você. A simpatia e o respeito pessoal ocorrem depois da consideração pelos interesses dos outros. É importante conhecer as pessoas com quem você se relaciona e, muitas vezes, uma ocasião social, por exemplo, a festa de final de ano, desempenha um papel importante para essa aproximação. Outras práticas têm demonstrado que os gerentes mais bem-sucedidos são aque- les que conseguem ser corteses e compreensíveis, independente das pressões. Quando se tratar de relacionamentos com a chefia, alguns princípios devem ser observados. Por mais informal que possa parecer, lembre-se de que seu chefe possui res- ponsabilidades dentro da hierarquia da empresa. Não o coloque em situações embaraçosas, como, por exemplo, pedindo para comentar sobre as pessoas e os superiores. Seja leal, defenda-o de críticas se necessário, procure apoiá-lo nas suas decisões. 16 Et iq ue ta Se você tem queixa em relação a seu chefe, procure falar diretamente com ele. Você nunca deve passar por cima do seu chefe para tomar uma decisão. Você deve adotar um estilo de comportamento pessoal favorável à equipe com quem trabalha. Assegure-se de que seu comportamento seja sempre gentil e atencioso. Outro tema que devemos observar é com relação às confidências que surgem no trabalho. Se você vai dar a alguém informações que gostaria que fossem tratadas sigilosamente, diga isso antes de repassar a informação, para que o outro possa avaliar se recebê-la o colocará em situações embaraçosas. É preciso um equilíbrio entre o que deve ser dito ou não. Pense sempre no que é relevante e útil às pessoas. Lembre-se sempre de que, embora os princípios básicos atravessem gerações, à medida que as atitudes e os hábitos mudam, os bons modos estão sempre evoluindo. Esteja sempre atento a essas mudanças, para que seu convívio seja sempre agradável e respeitoso. Qualidade de vida no trabalho Para que o ambiente de trabalho contribua para o nosso desenvolvimento profissio- nal, um tema relevante, que é a Qualidade de Vida no Trabalho (QVT), deve ser abordado. A QVT refere-se à humanização das condições de trabalho e de convívio. Olhar o indiví- duo como um todo demonstra uma preocupação com sua vida pessoal e familiar, além do âmbito do trabalho. Aplicar a QVT significa preocupar-se com os relacionamentos, respeitar as pessoas, cuidar do ambiente do trabalho, da decoração, visando melhorar o ambiente de forma integral para os funcionários. Criar um ambiente onde as pessoas possam se sentir bem com seus líderes, com elas mesmas e com seus colegas. O tema Qualidade de Vida no Trabalho surgiu em 1972, durante uma conferência internacional, realizada nos Estados Unidos. Para ajudarmos a preservar esse bom am- biente no trabalho, faz-se necessário conhecermos fatores que são primordiais para essa manutenção. Nessa direção, a etiqueta relacionada às boas maneiras pode ajudar na construção de um ambiente saudável. Alguns fatores importantes. Comunicação: fundamental numa organização. Pode ser verbal, não verbal e escrita. O corpo também fala através dos gestos, expressões faciais. Falar, por exemplo, com um colega com dedo em riste é agressivo. Nesse processo de 17 Etiqueta comunicação, a delegação de atividades deve considerar as boas maneiras, como, por exemplo, a solicitação do repasse das atividades deve primar pela boa educação e respeito pelo outro, pois elas ajudarão no relacionamento líder e liderado. Tempo: fator importante e você deve saber aproveitá-lo bem, equilibrando compromissos pessoais e profissionais. Saber fazer um bom planejamento de suas metas contribui para o bom desempenho profissional. Uso de agenda: hoje, muitos profissionais já fazem uso da agenda eletrônica. O importante é anotar os compromissos para não esquecê-los, ajudando na otimização do seu tempo, na medida em que pode planejar melhor o seu dia. Trabalho em equipe: espera-se que o funcionário desenvolva um trabalho em conjunto com seus colegas, visando um mesmo objetivo, sentindo-se parte integrante dessa equipe. A colaboração, iniciativa e boa vontade são comportamentos esperados dos membros da equipe. Trabalhar com outras pessoas exige flexibilidade, que é acapacidade de nos adap- tarmos a novas situações e diplomacia, que é a habilidade diante de situações embara- çosas e ou desagradáveis. Com isso, demonstra-se que existe respeito e interesse pelos pensamentos e sentimentos dos que o rodeiam. Quando se trabalha em equipe, compartilha-se responsabilidades e, com isso, todos se envolvem na solução dos problemas. É fundamental que tenhamos a sensi- bilidade e habilidade de compreender as pessoas, lembrando que cada pessoa é um pensamento, e que o uso de boas maneiras no relacionamento humano é uma grande atitude, que pode contribuir muito para o ambiente de trabalho. Texto complementar O uso do celular é uma questão de etiqueta social? (ANDRADE, 2010) A resposta é sim. Etiqueta é um comportamento que pode ser adquirido em qualquer etapa da vida. Para muitos, a etiqueta é sinônimo de sofisticação. Para outros, significa ostentação de uma fleuma desnecessária. Não obstante, certas regras de etiqueta se fazem necessárias para o bom convívio em sociedade, não funcionando apenas como marcas de status social. É certo que as marcas de boa 18 Et iq ue ta educação dependem do contexto cultural a partir do qual tais marcas são analisa- das, isto é, dependem da cultura da sociedade à qual nos referimos. Ainda, pode- mos observar que determinadas características de boa educação no convívio social variam no tempo e no espaço, numa mesma sociedade. Vivemos um momento ímpar da história da humanidade: o desenvolvimen- to tecnológico nos brinda com inúmeras ferramentas, mas essa mesma tecnologia também nos faz reféns das necessidades que cria. Estatísticas demonstram que cada vez mais brasileiros possuem essa ferramenta (ou seria uma arma?) e o convívio com os donos de celulares atesta o seu uso nos momentos mais inapropriados. Exemplos de uso indevido do celular não faltam. Estamos na igreja e, num mo- mento de profunda introspecção, sempre toca o celular de alguém que o esqueceu ligado. Estamos na universidade e, inúmeras vezes ao longo da aula, vários alunos são chamados a atender seus celulares, os quais, para não serem confundidos entre si, têm toques inusitados. Estamos no banco e, durante o nosso atendimento, não apenas o telefone fixo é atendido, mas também o telefone celular do funcionário que nos presta atendimento. Estamos no avião e, mesmo sendo solicitado que os telefones celulares sejam mantidos desligados até que o desembarque seja efetua- do, muitos passageiros vão ligando seus aparelhos enquanto o avião ainda está ta- xiando. Estamos no ônibus e, durante toda a viagem, como os aparelhos celulares possuem inúmeros tipos de dispositivos, inclusive potentes rádios, passageiros que optam por não usar o fone de ouvido nos obrigam a desfrutar de música de qualida- de duvidosa. Enfim, há muitas situações nas quais os aparelhos celulares passaram de coadjuvantes a protagonistas. A tecnologia mudou nossas vidas e o telefone celular, queiramos ou não, faz parte do nosso dia a dia. Há pessoas cujas vidas profissionais dependem do celular, já outras tiveram suas vidas salvas pelo aparelho celular. Entretanto, excetuando-se os casos extremos, desligar o telefone celular proporciona tranquilidade para o seu dono e para os demais, no caso da igreja, da aula e do avião, para citar alguns; já nos casos em que a pessoa deseja ouvir música, como no ônibus, que lance mão do fone de ouvido. Seguir certas regras no uso do celular é sinal de boa educação. E etiqueta é uma questão de educação. A falta de etiqueta ao celular é a que mais cresce atualmente, pois ele passou a fazer parte do dia a dia das pessoas. Cuidar bem da etiqueta ao falar no seu telefone celular pode ser muito útil para o fortalecimento de relações sociais. 19 Etiqueta Dicas de estudo Para que esse assunto possa ser aprofundado, recomendo a leitura do capítulo I do livro Boas Maneiras & Sucesso nos Negócios, de Celia Ribeiro, L&PM (1993). Nesse capítulo, a autora aborda a importância da etiqueta nas relações interpes- soais e oferece algumas dicas, visando melhorar esse relacionamento. O DIABO veste Prada. Direção de David Frankel, 2006 (EUA). Conta a história de Andrea Sachs (Anne Hathaway), uma jovem que conseguiu um emprego na Runway Magazine, a mais importante revista de moda de Nova York. Ela passa a trabalhar como assistente de Miranda Priestly (Meryl Streep), principal exe- cutiva da revista. No convívio com Miranda e seu staff, aprende regras de etiqueta e como se vestir, entre outros. Atividades Por que a etiqueta social deve fazer parte do nosso dia a dia?1. Desenvolva um texto sobre ações do dia a dia que são fundamentais para que 2. o bom ambiente de trabalho seja preservado. Utilize as dicas da etiqueta no trabalho. 20 Et iq ue ta Gabarito Devem fazer parte dessa resposta algumas palavras-chave, como: relaciona-1. mento interpessoal, respeito, educação, boa convivência e trato agradável. Cuidados com cumprimentos, uso de e-mail, celular, respeito pelo outro, res-2. peito à hierarquia, aparência, tato, integridade, cigarro, congratulações deverão constar nessa resposta. Referências ANDRADE, Otávio Goes de. O uso do celular é uma questão de etiqueta social? Jornal de Londrina, Paraná, 28 mar. 2010. ARAÚJO, Maria Aparecida. Etiqueta Empresarial. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2004. COBRA, Rubem Queiroz. Boas Maneiras e a Filosofia. Publicado em: 2009. Disponível em: <www.cobra.pages.nom.br/ftm-definicaoBM.html>. Acesso em: 30 abr. 2010. DAVIS, Keith; NEWSTROM, John W. Comportamento Humano no Trabalho. São Paulo: Thomson, 1992. MATARAZZO, Claudia. Etiqueta Sem Frescura. São Paulo: Melhoramentos, 1995. RIBEIRO, Celia. Boas Maneiras & Sucesso nos Negócios. São Paulo: L&PM, 1993. ROBINSON, David. Etiqueta no Trabalho. São Paulo: Clio, 1994. 21 Etiqueta 23 Ética no trabalho Introdução Na sociedade atual, ter ética é um fator importante na carreira profissional. As organizações cada vez mais pautam suas ações na ética, demonstrando que a cada dia cresce a consciência da sociedade acerca de seus direitos e deveres. Adotar uma conduta ética reflete a imagem que fazemos de nós mesmos e denota a imagem da organização da qual fazemos parte. Por isso, é muito importante saber os valores que norteiam a empresa da qual você faz parte, pois, na medida do possível, esses também serão os seus valores. Ética: conceito Em sentido amplo, a ética tem sido entendida como a ciência da conduta humana perante o ser e seus semelhantes. Envolve a aprovação ou desaprovação da ação dos homens e a consideração de valor. Ética – que diz respeito aos costumes. Parte da filosofia prática que tem por objetivo elaborar uma reflexão sobre os problemas fundamentais da moral [...]. [...] a ética está mais preocupada em detectar os princípios de uma vida conforme a sabedoria filosófica em elaborar uma reflexão sobre as razões de se desejar a justiça e a harmonia e sobre os meios de alcançá-las [...] (JAPIASSÚ, 1996, p. 93) É o conjunto de princípios e disposições voltado para a ação e que tem por obje- tivo balizar a ação humana. A ética é o fundamento da sociedade. Em filosofia, ética significa o que é bom para o indivíduo e para a sociedade. É o estudo geral do que é bom ou mau, correto ou incorreto, justo ou injusto, adequado ou inadequado. Cada vez mais é necessário que a ética faça parte do cotidiano das pessoas, pois as ações que praticamos têm consequências para nós mesmos e para os outros. De acordo com Matos (2008, p. 2), a sociedade apoia-se em três conceitos, seus pilares éticos. 24 Ét ic a no tr ab al ho É essencial que ela seja justa – que haja oportunidades para todos. É necessário que ela seja livre – que a vontade educada torne a liberdade responsável. É vital que ela seja solidária – que haja compromisso com o bem pessoal e o bem comum. Esses conceitos só serão observados numa sociedade que esteja comprometida com a dignidade humana. Para que uma sociedade possa ser justa, livree solidária, algumas capacidades deverão ser desenvolvidas. Liderança integrada: líderes devem ser integrados por verdades comuns. Organização flexível: as estruturas devem propiciar a criatividade, a partici- pação, a descentralização. Visão e ação estratégicas: desenvolvimento da percepção do que está acon- tecendo e a capacidade de tomada de decisão. Para que a sociedade possa estar engajada com essas capacidades, é fundamen- tal que exista investimento na liderança, na estratégia e na cultura corporativa. Ética empresarial e cultura organizacional A ética empresarial está associada à sua cultura, pois há grande necessidade de que os valores sejam internalizados para um maior alinhamento. Hoje, ser ético é uma questão de sobrevivência para as organizações, pois fatores como marca, imagem, confiabilidade é que garantem sua continuidade. O discurso e a prática ética nas organizações começam a dar sinais de uma nova consciência, pois esses comportamentos éticos passam a ser um diferencial de qualidade e respeitabili- dade para os seus clientes. A consciência ética corresponde à capacidade de avaliar, julgar e à disposição de agir. Vimos que nas organizações há necessidade de investir em três áreas, para que se possa ter essa competência ética: na liderança, na estratégia e na cultura corporativa. Os líderes são os agentes transformadores e a estratégia são as ações facilmente iden- tificadas numa organização. Já a cultura corresponde aos fundamentos e às verdades comuns, que normalmente são mais difíceis de serem identificadas e é aí, na essência da cultura, que se encontra a ética. Portanto, é imprescindível que a cultura, a liderança e a estratégia estejam envolvidas pela ética, o que significa dizer que a conscientização 25 Ética no trabalho da ética deve ser o grande norteador da gestão estratégica. E esse é o desafio da lide- rança, a criação da cultura ética na organização. Em se tratando da cultura organizacional, alguns traços dificultam a dissemina- ção da ética, como, por exemplo, o autoritarismo, que significa concentração de poder e dominação, o paternalismo com seus privilégios; assistencialismo, o individualismo com a falta de visão social e egoísmo; o consumismo, na ânsia de possuir cada vez mais, como um canibalismo social. Ricardo Luz (2003, p. 15) apresenta alguns conceitos de cultura organizacional, que merecem nossa atenção. A cultura de uma organização pode ser entendida como um conjunto de valores, de normas e princípios, já sedimentados na vida organizacional, conjunto este que interage com a estrutura e os comportamentos, criando uma maneira peculiar e duradoura de como se procede naquela organização, baseado em certos fundamentos e almejando a consecução de determinados resultados finais [...] A cultura é um sistema de crenças (como as coisas funcionam) e valores ( o que é importante) compartilhados (vivenciado por todos) e que interagem com (penetração nos sistemas e subsistemas) as pessoas, as estruturas e mecanismos de controle para produzir (efeitos) as normas de comportamento características daquela organização (como fazemos as coisas por aqui). A cultura influencia o comportamento de todos os indivíduos na organização. As formas de relacionamento, os estilos de liderança, o processo de comunicação, como os funcionários se vestem e se comportam no ambiente de trabalho. Diante disso, uma cultura comprometida com a ética tem possibilidade de envolver todos os seus funcio- nários. Diante desses traços, há necessidade de uma revisão dos valores culturais. Valo- res como cooperação e solidariedade devem ser internalizados, para que a consciência ética possa ser trabalhada. Nesse sentido, a liderança exerce um papel fundamental no desenvolvimento das pessoas e equipes para uma direção ética. Quando esse com- portamento ético não é observado, quando as organizações negligenciam a gestão de valores, temos grandes prejuízos como resultado. Quando se vive uma cultura não ética, tudo é permitido, o lucro e a competição passam a ser o grande objetivo e as con- sequências são de grande impacto. Para que haja mudança de cultura, o caminhar para uma cultura ética, deve-se ter em vista que esse é um processo que vai consolidando a médio e longo prazo. O papel da liderança é fundamental no processo de mudança, mas para que possa mudar a cultura, ele deve estar convicto do que deseja. Assim, a mudança deve ser pla- nejada, onde o processo de comunicação e informação deve ser efetivo. A década de 1990 pode exibir grandes escândalos empresariais, como manipula- ções de balanços para forjar lucros e justificar retiradas, o sucesso financeiro buscado a qualquer preço em detrimento dos valores éticos. Portanto, há necessidade de preser- var e desenvolver a consciência ética nos quadros de pessoal das organizações, isso faz com que a imagem possa ser preservada; mas, para que isso aconteça, é necessário o re- forço das ações concretas, não só para o público interno como para o público externo. 26 Ét ic a no tr ab al ho Quando há um clima ético, há comprometimento com uma filosofia básica, nin- guém transgride as verdades comuns. É uma regra moral do grupo. Essa ética cons- ciente deve ser construída pela ação e reflexão nas organizações. Quando há cultura ética, há integração, coesão e produtividade; há confiança, bons negócios e lucrativi- dade. Mas para que isso ocorra há necessidade de intervenções na cultura organizacio- nal, com a finalidade de não condicionar comportamentos inadequados, promovendo mudanças e atitude. Quando reforçamos o papel do líder para o desenvolvimento de uma equipe ética, significa: reconhecer necessidades pessoais; respeitar a dignidade humana; reconhecer o desempenho funcional; propiciar participação nos resultados; estimular o compromisso social; favorecer a educação continuada. Essas práticas irão contribuir para transformar a ambivalência de trabalho numa cultura ética, pois se exercita a liderança integrada onde todos ensinam e todos aprendem. Para que possamos atingir um comportamento ético, algumas atitudes contri- buem para o desenvolvimento de uma relação harmoniosa. Zelar pela autoestima: acreditar em seus valores e possibilidades. Ser tolerante no relacionamento: reconhecer que todos têm virtudes e deficiências. Cuidar do equilíbrio emocional: manter a calma, evitar atitudes exaltadas. Ouvir a comunicação é essencial: sem a capacidade de ouvir, a palavra se torna um monólogo. Buscar cooperação: quanto mais nos abrimos à cooperação, mais talentos incorporam-se aos resultados. Esses comportamentos precisam ser exercitados, para que tenhamos êxito na busca de atitudes éticas. Entre os valores que são criados em todas as culturas, existem aqueles que se re- ferem aos comportamentos individuais e coletivos dos homens. A ética investiga essas 27 Ética no trabalho condutas e é a partir daí que estabelecemos os códigos públicos ou privados, ou seja, determinamos o que é um comportamento moral de forma objetiva. Por exemplo, que ações podem criar bem-estar social? O que podemos realizar para que sejamos mais felizes? Com essas questões, constatamos que a ética preocupa-se com a melhor con- duta humana. A prática da ética no trabalho A palavra trabalho se origina do latim tripalium, que era um instrumento feito de três paus aguçados, algumas vezes com pontas de ferro, no qual os agricultores bate- riam o trigo, as espigas de milho, o linho, para rasgá-los e esfiapá-los. Porém, na maioria dos dicionários, consta apenas tripalium como sendo um instrumento de tortura. Por muito tempo, o trabalho foi associado ao padecimento, à dor. Todo trabalho supõe tendência para um fim e esforço; para alguns, um esforço até físico, e para outros intelectuais. Trabalho é o esforço e também seu resultado. O homem trabalha quando põe suas forças corporais e intelectuais, tendo em vista um fim que deve ser alcançado (ALBORNOZ, 2004). Muitas concepções procuramdar significado à palavra trabalho, mas sabendo que o trabalho é parte integrante da vida, e que ocupa grande parcela do nosso tempo, cabe-nos o entendimento de como essa relação indivíduo e empresa pode se dar de uma maneira ética. Vamos entender primeiramente o contexto social do trabalho, que nos é aponta- do por Drydren e Vos, no seu livro Revolucionando o Aprendizado (1996), que aponta para 15 tendências que demonstram para onde o mundo caminha, e nele o trabalho está inserido. Na era da comunicação instantânea, que nos aponta que não temos condi- ções de prever quais conhecimentos serão necessários no futuro, cabe a nós a disposição de querer aprender sempre. Um mundo sem fronteiras econômicas. O dinheiro circula em todo o mundo instantaneamente, mudando a natureza das transações comerciais. Três passos para a economia única. Alterando padrões de vida e reforçando que a habilidade das pessoas é o mais importante. A nova sociedade do serviço. Redução dos postos de trabalho na indústria e aumento no setor de serviços, o que implica habilidades e competência nas relações interpessoais. 28 Ét ic a no tr ab al ho De grande a pequena. Empresas grandes divididas em dezenas de pequenas, com mais autonomia. A nova era do lazer. Lazer, turismo e educação estão em crescimento. A forma mutável do trabalho. Redução dos empregos estáveis e aumento do emprego por tempo curto. Mulheres na liderança. Mulheres ocupam cargos nas gerências a cada dia, tra- zendo o afeto para as organizações. A década do cérebro. Cada vez maiores descobertas de como o pensamento afeta o desempenho. O nacionalismo cultural. Cresce o amor às raízes culturais, com as pessoas va- lorizando mais as características dos seus países. A crescente subclasse. A pobreza cresce a cada dia, e desafia os nossos governantes. O envelhecimento da população ativa. Vive-se mais, cresce a geração acima dos 60 anos, e estima-se que se pode chegar com saúde e energia para o tra- balho aos 75 anos. A nova onda “faça você mesmo”. Cada vez mais assumimos o controle de nossas vidas. Empreendimento cooperativo. Cooperação, parcerias asseguram a sobrevi- vência dos negócios. O triunfo do indivíduo. O cliente é o rei, as empresas existem para servir às pessoas. Pode-se observar que algumas dessas previsões já se concretizam, mas, enquanto trabalhadores, precisamos estar atentos às mudanças, aperfeiçoando-se, e buscando trabalhar com compromisso, satisfação e qualidade de vida. Com todas essas observações sobre o cenário, é que aos poucos vai se delinean- do, como primar pelo comportamento ético no trabalho. Algumas recomendações são importantes para o dia a dia. Ser honesto em qualquer situação é fundamental, ser ético muitas vezes signi- fica perder dinheiro, status e benefícios. Ser humilde, tolerante e flexível, para isso é preciso trabalhar em equipe, ou- vindo as pessoas, sem julgamentos precipitados. 29 Ética no trabalho Ser pontual também é importante, demonstra o quanto você é digno de confiança. Evitar criticar seus colegas de trabalho pelas costas, e se precisar corrigir alguém o faça em particular. Respeitar a privacidade do colega também ajuda nos relacionamentos. Se você souber que seu colega está passando por dificuldade, ofereça o seu apoio. Procure agir sempre baseado em seus princípios, isso vai contribuir para reforçar sua boa imagem e melhorar os relacionamentos. É necessário ter cuidados éticos ao falar ao telefone: procure dar toda atenção à pessoa que ligou. Jamais chame o cliente de “querido, meu bem”. Sua voz deve ser alegre, clara, calorosa e em bom tom, nem alta, nem baixa demais; caso atenda a telefonemas dos colegas, você deve anotar os recados; procure retornar sempre as ligações, isso denota elegância e responsabi- lidade; evite ao máximo atender ao telefone durante as reuniões, o celular deve estar desligado. Não deixe alguém esperando na linha, melhor dizer que está ocupado e que retornará mais tarde; ao deixar um recado na secretária eletrônica, seja claro e objetivo, dizendo seu nome, o assunto e seu número de telefone. Afaste-se das fofocas, para você poder manter um bom relacionamento sem precisar prestar atenção a comentários maldosos. Caso trabalhe com alguém de quem não gosta, aja de maneira profissional, cumprimentando seu colega e evitando comentários com os demais sobre seus sentimentos, isso ajuda a minimizar os conflitos. A prática ética no trabalho exige que estejamos atentos a todo o momento sobre nossos atos. A busca do equilíbrio de nossa vida pessoal e profissional vai fazer toda a diferença, quando nosso objetivo está pautado em nossos valores éticos. O relacionamento com sua chefia deverá primar também por sua conduta ética. Por mais que ele permita uma relação de proximidade, imponha, sutilmente, é claro, limites, não esqueça que as relações de trabalho são medidas pela hierarquia. Se estiver insatisfeito e queira sair do trabalho, comunique sua decisão à chefia com antecedência. Por mais que você esteja insatisfeito com o trabalho, não vale a pena 30 Ét ic a no tr ab al ho dizê-lo nesse momento. Diga que deseja novos desafios. Se esse assunto não foi trata- do ao longo de sua jornada, a saída não é um bom momento para essa discussão. Caso você seja demitido, receba a notícia com dignidade. Procure saber os moti- vos e reflita para melhorar seu desempenho futuro. Outro ponto importante no rela- cionamento ético no trabalho trata-se de como devemos aceitar as críticas. A maioria das pessoas tem muita dificuldade para lidar com a crítica, ela é o oposto do elogio. No entanto, se as críticas são sempre desagradáveis, mesmo assim, é possível recebê-las com dignidade. Quando a crítica for justa e cortês, você deve reconhecê-la, pois ela nunca deve ser direcionada à pessoa, mas sim à performance. Mesmo que julgue injustificada uma crítica, não replique. Procure escutar cuida- dosamente antes de reagir. Caso seja criticado na presença de outra pessoa, diga que gostaria de conversar sobre esse assunto, num outro local. Para que possamos seguir algumas orientações de cunho ético, voltadas especifi- camente a cada profissão, temos o apoio do código de ética profissional. O código de ética do profissional de secretariado foi publicado no Diário Oficial da União, em 7 de julho de 1989, e visa o direcionamento correto da atuação profissional e deve ser colocado em prática no dia a dia da sua atuação profissional. A ética profis- sional é um conjunto de normas de conduta que deverão se transformar em ações, no exercício de qualquer profissão. Objetivando que cada profissional possa respeitar seu semelhante no exercício de sua profissão. Nele, constam os direitos e deveres fundamentais do profissional, aborda sobre o sigilo, as relações entre colegas da mesma profissão, com entidades da categoria, das relações com a empresa e dos dispositivos de obediência e aplicação do código. No que se refere às relações com a empresa, algumas orientações são bem perti- nentes ao nosso tema. Art.10. Compete ao Profissional, no pleno exercício de suas atividades: a) identificar-se com a filosofia empresarial, sendo um agente facilitador e colaborador na implantação de mudanças administrativas e políticas; b) agir como elemento facilitador das relações interpessoais na sua área de atuação; [...] Art.11. É vedado aos Profissionais: a) utilizar-se da proximidade com o superior imediato para obter favores pessoais ou estabelecer uma rotina de trabalho diferenciada em relação aos demais; b) prejudicar deliberadamente outros profissionais, no ambiente de trabalho. Essas orientações corroboram as práticas éticas, que devem ser observadas no dia a dia na empresa. Portanto, a ética está mais próxima de nós do que imaginávamos. Ela nos ajuda na reflexão do nosso comportamento, na medida em que temos o compro- misso com nosso desenvolvimento profissional e melhoria do ambiente de trabalho. O códigode ética ajuda a balizar as relações de valor que existem entre o ideal moral e os diversos campos da conduta humana. Está elaborado a partir de critérios de conduta de um indivíduo, perante seu grupo e todo o social. 31 Ética no trabalho A partir dos códigos que são elaborados, espera-se que se crie uma mentalidade ética, uma forma para a realização do trabalho, mas também uma norma que deve guiar sua conduta. A ética “é“ indispensável ao profissional, porque o “fazer” e o ”agir” humano estão sempre juntos. O fazer é a competência com que cada profissional realiza suas ativida- des. E o agir refere-se ao conjunto de atitudes que esse profissional deve assumir no seu dia a dia profissional. Adotar uma conduta ética é refletir sobre os valores que nos movem, e sobre as escolhas que fazemos. Todos os dias nos envolvemos com questões éticas, como, por exemplo, devo dizer sempre a verdade ou há ocasiões em que seria melhor mentir? Essas e outras situações nos dão a oportunidade de exercer um comportamento ético. A de- cisão de escolher entre uma atitude correta ou uma atitude que agrade outras pessoas. Nem sempre é fácil interpretar as questões éticas, e muito menos praticá-las. Quando realizamos uma escolha, e estamos convictos de que ela é correta, não se trata de apenas seguirmos uma regra, e sim de um princípio. Portanto, agir de maneira ética implica pautarmos nossas ações no respeito, na cooperação, principalmente no comprometimento com um ambiente organizacional de princípios que valorizem a vida humana. Nem sempre estamos engajados em organizações que possibilitam a satisfação e felicidade das pessoas que ali trabalham; nesse sentido, nossa postura será fundamen- tal e, para isso, temos a oportunidade de refletirmos não só sobre nossa postura ética, como da organização da qual fizermos parte. Hoje, as organizações sabem que precisam investir nas pessoas, mas para isso a equipe de executivos deverá se sensibilizar sobre essa importância, assim como perce- ber que cada vez mais precisamos de condutas éticas, não apenas na vida pessoal, mas como parte da nossa conduta profissional. Texto complementar Pare, pense e decida! (MATOS, 2008, p. 13) Pare, pense e decida! A Ética está na decisão. 32 Ét ic a no tr ab al ho É a partir daí que tudo acontece. A vida é decisão. A todo momento optamos por uma entre várias alter- nativas. Quase sempre sem nos darmos conta disso. Qual seria o maior suplício imposto a um homem? Tirar dele a capacidade de decidir. Ele tenderia a virar pedra. Decidir, com eficácia, implica parar e refletir, para que as decisões não sejam impetuosas e passíveis de atentar contra o bem do outro e gerar injustiças. Toda decisão tem comprometimento ético; nela estão implícitos valores pes- soais. A própria omissão significa decisão de não agir, tornando-se causa maior de desacertos, injustiças e fracassos. O ato de decidir é indicador de maturidade ética. As organizações infantilizam o homem ao privarem-no da tomada de decisão. Daí a relevância da delegação de autoridade, não só como instrumento eficaz de gestão, como também de compro- metimento ético, pela assunção de responsabilidade. É um grave erro ético transferir responsabilidade sem delegar autoridade correspondente. Pela qualidade com que se decide e pela excelência dos resultados da decisão, criam-se condições para a convivência saudável e para a produtividade. A excelência decisória atende a três características básicas. Qualidade: a melhor alternativa, considerando-se a racionalidade do pro- cesso. Oportunidade: dadas as circunstâncias, a mais eficaz pelos resultados es- perados. Aceitabilidade: a mais motivadora para aqueles que irão se envolver na execução da matéria decidida. Compatibilizar essas características é um desafio à sabedoria do gestor e à sua atitude flexível. 33 Ética no trabalho Em todo o processo, a ética é referência à essencialidade decisória. Boas decisões agregam solidariedade, expressão da ética em ação. Dica de estudo Para complementar seus estudos, o livro Etiqueta na Gestão Empresarial, de Fran- cisco Gomes de Matos, 2008, capítulo 2; traz-nos indicadores de como desenvolver a consciência ética nas organizações. Atividades Ética da convivência1. : é a permanente aprendizagem do amor cotidiano, no pequeno abraço, no pequeno “bom dia”, “por favor”, “muito obrigado”, como ex- pressões sinceras de boa vontade. Comente essa afirmação, com base em todo o texto. Cultura ética2. : de nada vale a retórica da ética se o mais humilde funcionário não se sente comprometido com os valores da organização. Baseado no texto, desenvolva essa afirmação. 34 Ét ic a no tr ab al ho Gabarito A ética se preocupa com a harmonia e boa convivência. Se nos preocuparmos 1. com as pequenas gentilezas, como um “bom dia”, estaremos zelando para um bom convívio. Uma questão importante na ética é alinharmos o discurso às ações. Dentro de 2. uma organização, todos devem estar comprometidos com os valores organiza- cionais, desde o diretor até o mais simples cargo. Referências ALBORNOZ, Suzana. O que É Trabalho. São Paulo: Brasiliense, 2004. BOM SUCESSO, Edina de Paula. Relações Interpessoais e Qualidade de Vida no Tra- balho. São Paulo: Qualitymark, 2002. DRYDEN, Gordon; VOS, Jeannette. Revolucionando o Aprendizado. São Paulo: Makron, 1996. JAPIASSU, Hilton, Dicionário Básico de Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1996. JOHANN, Silvio Luiz. Gestão da Cultura Corporativa. São Paulo: Saraiva, 2004. LUZ, Ricardo. Gestão do Clima Organizacional. São Paulo: Qualitymark, 2003. MATOS, Francisco Gomes de. Ética na Gestão Empresarial. São Paulo: Saraiva, 2008. SÁ, Antonio Lopes de. Ética Profissional. São Paulo: Atlas, 1996. 35 Ética no trabalho 37 Relações interpessoais e qualidade de vida no trabalho Para a maioria das pessoas, o trabalho é um importante componente da vida, não apenas no sentido material (salário, benefícios), como também com relação ao desem- penho das atividades e para o contato social. Hoje se sabe que o cotidiano do trabalho influi na vida e nas emoções das pesso- as. Por exemplo, a realização de um projeto de trabalho importante resulta em senti- mentos positivos, assim como uma discussão com o chefe pode acarretar sentimentos de preocupação. Por isso, as organizações precisam, de alguma forma, proporcionar um ambiente de trabalho agradável, pois perceberam a influência do bom ambiente para a produti- vidade, e, por consequência, o andamento do trabalho. Assim, alguns fatores tornaram-se fundamentais para a realização do trabalho: o ambiente, o relacionamento, saber como as pessoas se sentem com relação às suas tarefas, enfim, uma visão mais global do trabalhador. Relacionamento interpessoal O processo de interação humana encontra-se presente nas organizações, e a forma como se dão essas interações influencia os resultados de toda a empresa. Conviver com o outro não é uma tarefa fácil, e conviver com o outro no trabalho sem entender o comportamento de cada um é praticamente impossível. Cada um de nós possui algumas noções sobre o comportamento e as reações de outras pessoas, e até já desenvolveu certa habilidade para lidar com as maneiras diferentes que cada um possui; porém, essas noções são empíricas e nos basearmos apenas no que “achamos” nem sempre é um bom caminho. Se considerarmos essa interação de pessoas num ambiente organizacional, temos que levar em consideração que as pessoas não funcionam como máquinas e 38 Re la çõ es in te rp es so ai s e qu al id ad e de v id a no tr ab al ho que muitas vezes o comportamento é diferente do que se espera. Isso porque, quando estamos em interação com outras pessoas, o funcionamento de ser de cada um é afe- tado, alterando o que se poderia chamar de “previsto ou esperado”. Segundo Moscovici (1994), nas empresas, a interação humana ocorre em dois níveis concomitantes e interdependentes. O nívelda tarefa é o que podemos observar, que é a execução das atividades individuais e em grupos. Já o socioemocional refere-se às sensações, aos sentimentos que são gerados pela convivência. Se esses sentimentos são positivos, o nível da tarefa é facilitado, gerando uma produtividade satisfatória. Se, ao contrário, o clima emocional não é satisfatório, a tarefa passa a sofrer os efeitos, que muitas vezes se manifestam com interações de desagrado, antipatia, aversão etc. A interação socioemocional pode favorecer o resultado do trabalho e as relações interpessoais. Se os processos são construtivos, a colaboração e o afeto predominam, o que possibilita a coesão do grupo. Caso contrário, o grupo passa a ter conflitos in- ternos. O que se observa é que para trabalhar bem, e em grupo, as pessoas precisam possuir não apenas competências técnicas para realizar suas funções, mas também competências emocionais. Vemos que a realização eu-eu é fundamental na interação com os outros; a forma como eu me vejo, minhas motivações, ideologia, influem em cada interação interpessoal. A harmonia consigo mesmo, a autoaceitação e valorização, o bem-estar físico e mental, proporcionam um equilíbrio na relação com o outro. Muitas vezes, as dificul- dades que surgem na relação eu-outro são causadas pelo não equilíbrio da relação eu-eu. Portanto, é fundamental o equilíbrio eu-eu, para que se possa estar bem com os outros. Numa organização, a presença de um líder habilidoso é muito importante nesse processo. Ele poderá conduzir sua equipe para o sucesso e, se possui habilidades para lidar com as emoções e com a qualidade de vida, fará a diferença de forma positiva no seu grupo de trabalho. A qualidade de vida no trabalho não decorre apenas de bons salários e planos de benefícios, mas do tratamento humano que valorize a gentileza, a possibilidade de expressar os pontos de vista divergentes, do respeito, do relacionamento sincero. No trabalho, os indivíduos apresentam sua maneira pessoal de lidar com seus sentimentos e emoções, e essa maneira própria entra em contato com outros indivídu- os, que também possuem sua maneira própria. Essas emoções entram em contato dia- riamente, criando uma atmosfera diferente em cada setor, cada departamento, visto 39 Relações interpessoais e qualidade de vida no trabalho que cada local tem suas características próprias de conduzir seu trabalho, de discutir os problemas, e de como seus líderes lidam com as pessoas. O que facilita ou dificulta essas relações são o autoconhecimento e o conhecimento do outro, que fazem com que se amplie a compreensão de como as pessoas atuam no trabalho. Bom Sucesso (2002, p. 29-30) destaca algumas dificuldades mais observadas na dimensão interpessoal. a) Falta de objetivos pessoais: trata-se de pessoas que possuem dificuldades em traçar rumos para o seu futuro. Desanimam diante de obstáculos, e não se mostram criativas para buscar soluções, sentem-se frustradas e, por isso, mudam continuamente seu rumo. Nos processos de mudanças, são levadas pelos outros, aguardando sempre as instruções. Muitas vezes, trabalham em profissão que não gostam, mas não apresentam atitudes para novos redirecionamentos. “Uma professora de escola de primeiro grau participou de um programa de integração de equipes e se mostrou indignada com os baixos salários da sua categoria. Tendo participado de outro projeto, 10 anos depois, voltou a queixar-se da mesma situação. Estimulada a refletir sobre isso, percebeu as consequências paralisadoras da sua postura acomodada e da falta de estabelecimento de objetivos pessoais. Compreendeu o tempo perdido, esperando que sua profissão fosse valorizada. Constatou que poderia ter feito “dois cursos superiores” nesse período, passando a atuar como professora (que é sua vocação ), mas vinculada a uma universidade ou a outra instituição”. b) Dificuldade em priorizar: muitas pessoas se queixam da “falta de tempo”, para realizar suas tarefas. O que muitas vezes se percebe é a grande dificuldade em estabelecer prioridades. Muitas vezes, acumulam-se tarefas, sem avaliar as reais possibilidades de executá-las, ou a dificuldade para dizer “não”, propõem-se a fazer coisas que não é possível cumprir. Para realização das tarefas, saber administrar o tempo é fundamental. Para ilustrar esse fato, segue o exemplo: “Convivemos com uma executiva que representa um modelo desse perfil. Sua vida pessoal demandava um esforço excessivo: tinha quatro filhos e os levava pessoalmente à escola. Tinha frequentemente dificuldades em manter uma empregada doméstica, devido ao trabalho adicional. Além do emprego que lhe absorvia oito horas diárias, praticava tênis, fazia yoga, curso de atualização em língua inglesa. Estava constantemente atrasada para todos os compromissos. Sempre que lhe sugeriam repensar suas prioridades e abrir mão de algumas atividades, afirmava que tudo isso era essencial e não havia como desistir de qualquer uma delas. Sua qualidade de vida era baixa, especialmente pela permanente tensão resultante dos atrasos. Estimulada a refazer seu plano de vida e traçar prioridades, descobriu que sua busca de prazer em atividades alternativas tornou-se uma obsessão e, um lugar de lazer, acabava gerando tensão e estresse. Decidiu tornar essas atividades eventuais, sem o compromisso de ‘cursos com dia e hora marcados’, concentrando-se na sua atividade profissional e estabelecendo novos papéis e responsabilidades para os filhos, que vinham se tornando acomodados e sem iniciativa”. Vemos aqui claramente, nesse exemplo, o quanto pessoas têm dificuldades para priorizar o que realmente é importante, acabam com muitas atividades, de que normalmente não conseguem dar conta. c) Dificuldade em ouvir: a maioria dos conflitos acontece em virtude da dificuldade que temos em ouvir e compreender o outro. Temos o hábito de julgar o outro a partir dos nossos valores, esquecendo-se de respeitar as diferenças individuais. A nossa dificuldade em ouvir o outro aumenta, principalmente se temos pontos de vista diferentes. Muitos gerentes avaliam sua equipe a partir dos seus próprios paradigmas, da sua maneira de ver o que é certo e errado, não acenando com a possibilidade de considerar o pensamento do outro, sem querer ouvir o que as pessoas pensam. É fundamental que um gestor queira saber o ponto de vista de sua equipe, perguntar antes de julgar, permitir que sejam dadas sugestões, criar espaços para que diferentes percepções possam vir à tona, solicitar sempre que possível a participação de todos. A maioria dos exemplos de grandes corporações aponta para resolução de inúmeros problemas, o saber ouvir, dar espaço para que as pessoas que contribuem com seu trabalho possam trazer soluções para o dia a dia. 40 Re la çõ es in te rp es so ai s e qu al id ad e de v id a no tr ab al ho Saber ouvir Saber ouvir é considerado uma das maiores habilidades humanas, isso implica dar àquele que fala sua atenção, somada à capacidade de compreensão. Muitas razões estão envolvidas no ato de ouvir, são elas: desejo de obter informação; curiosidade em receber uma resposta; interesse em participar da história de outro ser humano; necessidade de estabelecer novos relacionamentos; respeito e desejo de valorização da pessoa do outro. (MACKAY, 2002, p. 10) Para ouvir efetivamente, não basta apenas estar atento, mas perceber também a voz de quem fala, a escolha das palavras, o tom e ritmo, a linguagem corporal, enfim, é muito mais do que ficar passivamente deixando o som entrar pelos ouvidos. É uma das melhores formas de mostrar respeito pelo outro. Existem algumas maneiras de demonstrar à pessoa que fala que você está efe- tivamente ouvindo. Fazer perguntas pode demonstrar o quanto você está atento e encorajar aquele que fala. Alguns sinais como sorriso, olhares de surpresa e admiração, etc., podem constituir uma forma eficiente de assegurar que você está ouvindo. Frases como “compreendo...”, “e depois...”,“é interessante...”, são uma maneira de dizer que você está interessado, querendo que ele prossiga seu discurso. Outra forma é dar sinais de que está compreendendo e interpretando as emoções existentes no diálogo. Frases como “você acha que...”, “o que pensa quanto a ...”, demons- tram que você está sendo empático e disposto a considerar o ponto de vista do outro. O que é importante observar é que ouvir não é uma atitude passiva, e que você pode ser ativo demonstrando seu respeito pelo outro. Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) A qualidade de vida no trabalho está ligada ao bem-estar das pessoas em situa- ção de trabalho, visando elevar o nível de satisfação e também o de produtividade, o que significa maior eficácia e, ao mesmo tempo, atender às necessidades básicas dos trabalhadores. 41 Relações interpessoais e qualidade de vida no trabalho O que se observa é que nem todo problema de produtividade ou insatisfação dos funcionários pode ser resolvido pelos programas de QVT. Entretanto, sua aplicação sem dúvida implica melhores desempenhos e redução de custos, na medida em que reduz o desperdício. Isso porque a organização passa a contar com pessoas mais com- prometidas, contribuindo para a melhoria dos resultados. Como existem os aspectos técnicos relacionados ao processo produtivo nos pro- gramas de QVT, muitas organizações priorizam o investimento técnico, que são melho- rias em máquinas e equipamentos, esquecendo o investimento em pessoas. Somente atendendo às necessidades das pessoas e as desenvolvendo é que as organizações atingirão as suas metas, não apenas investindo em tecnologia, mas cuidando do clima organizacional. Quando ocorre esse desequilíbrio de maior investimento em tecnologia em de- trimento do investimento nas pessoas, ele é acompanhado de um baixo nível de satis- fação do empregado, afetando diretamente a qualidade dos produtos e serviços pres- tados. Para que isso não ocorra, é necessário que se conheça quais são as expectativas e necessidades das pessoas, para que esses fatores não interfiram na qualidade do produto. Na opinião de Cleo Carneiro (apud FERNANDES, 1996, p. 38), Qualidade de vida no trabalho é ouvir as pessoas e utilizar ao máximo sua potencialidade. Ouvir é procurar saber o que as pessoas sentem, o que as pessoas querem, o que as pessoas pensam [...] e utilizar ao máximo sua potencialidade é desenvolver as pessoas, e procurar criar condições para que as pessoas, em se desenvolvendo, consigam desenvolver a empresa. Muitos trabalhadores se queixam de uma subutilização de seu potencial, de con- dições inadequadas de trabalho, o que faz que aumente a insatisfação. Essa insatisfa- ção provoca uma diminuição do seu rendimento, acarretando consequências na saúde física e mental do trabalhador e, em decorrência, menor rentabilidade empresarial. En- tretanto, não se pode esperar qualidade no desempenho das pessoas se essas não têm qualidade em seu próprio trabalho. O objetivo da qualidade de vida no trabalho é o de resgatar o ser humano e o am- biente, que, na maioria das vezes, são negligenciados em favor do avanço tecnológico e do crescimento econômico. É possível aliar a produtividade com melhores condições de trabalho, pois a qualidade dos produtos está associada à qualidade de vida dos que produzem. Ao longo do tempo, a QVT passou por diferentes concepções, conforme se pode verificar no quadro a seguir. 42 Re la çõ es in te rp es so ai s e qu al id ad e de v id a no tr ab al ho Quadro 1 – Evolução do conceito de QVT Concepções evolutivas de QVT Características ou visão QVT como uma variável (1959-1972) Reação do indivíduo ao trabalho. Era investigado como me- lhorar a qualidade de vida no trabalho para o indivíduo. QVT como uma abordagem (1969-1974) O foco era o indivíduo antes do resultado organizacional; mas, ao mesmo tempo, tendia a trazer melhorias tanto ao empregado como à direção. QVT como um método (1972-1975) Um conjunto de abordagens, métodos ou técnicas para melhorar o ambiente de trabalho e tornar o trabalho mais produtivo e mais satisfatório. QVT era visto como sinôni- mo de grupos autônomos de trabalho, enriquecimento de cargo ou desenho de novas plantas com integração social e técnica. QVT como um movimento (1975-1980) Declaração ideológica sobre a natureza do trabalho e as relações dos trabalhadores com a organização. Os termos administração participativa e democracia industrial eram frequentemente ditos como ideais do movimento de QVT. QVT como tudo (1979-1982) Como panaceia contra a competição estrangeira, proble- mas de qualidade, baixas taxas de produtividade, proble- mas de queixas e outros problemas organizacionais. QVT como nada (futuro) No caso de alguns projetos de QVT fracassarem no futuro, não passará apenas de um “modismo” passageiro. Conduta assertiva O termo assertividade origina-se da palavra asserção, que quer dizer afirmar. É um comportamento que se aprende, permitindo-se agir de acordo com nossos interesses, expressar nossos sentimentos de forma honesta e adequada, fazendo valer nossos di- reitos sem negar o direito dos outros. Esse comportamento é cada vez mais valorizado no ambiente organizacional, onde são exigidas decisões objetivas e focadas em resultado; espera-se que os funcio- nários apresentem comportamento maduro e honesto. De acordo com Martins (2005, p. 21), algumas atitudes são fundamentais para a assertividade. Autoestima: é o que você pensa sobre si mesmo. A qualidade da autoestima depende da acei- tação, da confiança e do respeito que você tem por si mesmo. Determinação: é o que faz você não desistir perante os obstáculos, ter foco e clareza sobre onde quer chegar. (N A D LE R; L AW LE R, 1 98 3, a pu d FE RN A N D ES , 1 99 6, p . 4 3) 43 Relações interpessoais e qualidade de vida no trabalho Empatia: é a capacidade de se colocar no lugar do outro. Somente as pessoas maduras conse- guem estabelecer a empatia. Adaptabilidade: é adequar seu estilo de comunicação, seja sua interlocutora uma criança, um idoso, com nível cultural alto ou baixo. Autocontrole: usar a racionalidade para gerenciar as emoções, não perdendo o controle das situações. Tolerância a frustração: aceitar a diversidade humana, não ouvimos só “sins”, mas também “nãos”. Sociabilidade: é se preocupar com o bem-estar do outro e com o seu próprio. É tratar as pesso- as com naturalidade, sem ideias preconcebidas. O importante é que a habilidade de ser assertivo pode ser aprendida. Uma das estratégias que nos ajudam a tornar-nos mais assertivos é observarmos o comporta- mento de pessoas que admiramos, e que têm facilidade de agir de forma como gosta- ríamos. Saber que nossos comportamentos são aprendidos e que podem ser modifica- dos, desde que queiramos, é o grande facilitador. Origens da conduta assertiva Se nos primeiros anos de vida a criança recebe mensagens positivas e con- vive com adultos capazes de respeitar as diferenças, temos aí um bom início para a assertividade. Quem não viveu essa realidade pode posteriormente aprender a se comportar assertivamente, através da reflexão, e estar sempre atento ao seu comportamento e ao do outro. Isso facilita a percepção e descoberta de atitudes pessoais que facilitam ou dificultam as relações interpessoais. A pessoa assertiva tem consciência de seus deveres e responsabilidades, e é capaz de reconhecer que os outros também possuem direitos e responsabilidades. Ao assumir responsabilidades, aprende-se a valorizar e respeitar seus desejos, uma vez que a consci- ência de seus sentimentos aumenta. As organizações buscam um ambiente voltado ao diálogo, o que exige uma mu- dança de postura, mais pautada em aceitar diferentes pontos de vista, na boa convi- vência e no respeito às diferenças. Preservando a autoestima A autoestima caracteriza-se pela aceitação de si, pela confiança, pelo reconheci- mento do seu potencial e de sentimentos positivos em relação a si mesmo.44 Re la çõ es in te rp es so ai s e qu al id ad e de v id a no tr ab al ho A partir do nascimento, começamos a desenvolver a autoestima, através do re- conhecimento que recebemos durante os primeiros anos de vida. Elogios e reforço positivo ajudam nesse desenvolvimento. As baixas autoestimas manifestam-se pela falta de confiança em si, desvaloriza- ção das próprias possibilidades, pelo medo do fracasso, sendo observadas por depre- ciações e reforços negativos ocorridos na infância. Para mantermos o bom nível de nossa autoestima, temos que nos manter permanentemente atentos às situações no dia a dia. Caso ocorram comentários de desvalorização, é preciso estar atento e esta- belecendo limites com o outro, e mostrando a ele sua insatisfação. Quando o compor- tamento é assertivo, a tendência é mantermos a autoestima elevada, ao contrário de comportamentos agressivos, que fazem de tudo para subestimar o outro. Baixar a autoestima é uma das condutas mais complicadoras que se observa nas relações de trabalho. Embora ocorra com certa frequência, vemos que seus resultados são o sofrimento, a descrença e a vergonha. Preservar a qualidade de vida no trabalho, e o bom relacionamento interpessoal, dá-se através da atenção de olhar aquele com quem se fala, de agradecer, pedir desculpas, cumprimentar, despedir-se. Responder ao que é solicitado, retornar as ligações, são atitudes de quem valoriza o outro. 1.º ouvir 2.º clarear as dúvidas 3.º checar oposições 4.º atenção ao comportamento não verbal 5.º desenvolver a autoestima 6.º reconhecer e valorizar o outro 7.º dar e receber feedback 8.º estimular o outro à conduta assertiva (B O M S U CE SS O , 2 00 2, p . 1 45 ) Você sabia? A hostilidade e as condutas agressivas nas organizações têm sua origem na raiva, emoção frequente e nem sempre expressa de forma clara no ambiente de trabalho. A raiva pode manifestar-se de maneira camuflada, sob a forma de queixa, falta de cortesia, postura competitiva, ironia e inveja. 45 Relações interpessoais e qualidade de vida no trabalho Texto complementar Ouvir: atitude ética (MATOS, 2008, p. 105) De modo geral, não somos bons ouvintes. Desde a mais tenra idade, fomos educados para falar e continuamos sendo treinados para a oratória. E, porque ouvi- mos pouco, os problemas de comunicação são apontados como um dos mais graves nas organizações. Como artifício para a falta de diálogo interpessoal – a comunica- ção autêntica faz-se de pessoa a pessoa – usa-se e abusa-se de meios tecnológicos – em si, benéficos à agilidade nas informações. Antes, os intermináveis telefonemas, hoje os e-mails compulsivos – uma verdadeira legião de “e-mailpatas”. Em relação à comunicação eletrônica, existe um paradoxo: emite-se a mensa- gem – muitas vezes para passar o “macaquinho” adiante – sem a preocupação com a resposta. O ato encerra-se na emissão do e-mail. A falta de feedback é uma tragédia nas comunicações. Mas há um outro fenômeno grave: e-mails que não são abertos ou o são tardiamente, quando a informação já é ob- soleta. Um executivo confessou, em reunião, que estava com 120 e-mails fechados (!?), por falta de tempo. Não ter tempo disponível, sentir-se sempre sobrecarregado, além de revelar deficiências de planejamento pessoal e organizacional, é fatal para as comu- nicações e para o relacionamento. É preciso “reaprender” – ou aprender – a ouvir. Há pessoas extremamente preocupadas em oferecer respostas, sem ouvirem as perguntas. Quando não há diálogo, não há comprometimento. Estão aí as guerras para confirmar, tanto no âmbito doméstico, como empresarial e entre nações. Todavia, ouvir não é calar-se – a mudez pode até ser ofensiva. Ouvir é mostrar interesse, acompanhar o raciocínio do outro e manifestar-se no momento oportuno. Simples, não é? Mas como isso se mostra difícil no relacionamento diário! Iniciemos, portanto, imediatamente, nossa reaprendizagem como ouvintes atentos, interativos e inteligentes. Na arte de ouvir e falar, com propriedade e oportunidade, está o segredo da convivência harmoniosa e produtiva. Ouvir é uma atitude ética, ao significar respeito pela opinião do outro. 46 Re la çõ es in te rp es so ai s e qu al id ad e de v id a no tr ab al ho Dica de estudo Para que esse conteúdo possa ser complementado, recomendo a leitura do capí- tulo 13 do livro Psicologias (2002), em que os autores Ana M. B. Bock, Odair Teixeira e Maria de Lourdes Trassi, demonstram a importância da vida afetiva, para que sua com- preensão seja ampliada com relação aos relacionamentos interpessoais. Atividades De acordo com Fela Moscovici, a interação humana ocorre no nível da tarefa e 1. do socioemocional. Desenvolva essa afirmativa com base no texto. Quais são as atitudes fundamentais para uma conduta assertiva, segundo Mar-2. tins? 47 Relações interpessoais e qualidade de vida no trabalho Gabarito A tarefa refere-se às atividades que são desenvolvidas no dia a dia, de acordo 1. com cada função. Já o socioemocional refere-se à gama de sentimentos gera- da pela convivência diária. Segundo o autor, quando há deficiência na relação socioemocional, há comprometimento da produtividade, pois afeta a interação no nível da tarefa. Autoestima, determinação, empatia, adaptabilidade, autocontrole, tolerância e 2. sociabilidade. Referências BOCK, Ana M. B.; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi. Psicologias. São Paulo: Saraiva, 2002. BOM SUCESSO, Edina de Paula. Relações Interpessoais e Qualidade de Vida no Tra- balho. São Paulo: Qualitymark, 2002. DAVIS, Keith; NEWSTROM, John W. Comportamento Humano no Trabalho. São Paulo: Thomson, 1992. v. 1. FERNANDES, Eda. Qualidade de Vida no Trabalho. Salvador: Casa da Qualidade, 1996. FRANÇA, A. C. L.; RODRIGUES, A. L. Stress e Trabalho. São Paulo: Atlas. 2002. MACKAY, Ian. Como Ouvir Pessoas. São Paulo: Abril, 2002. MARTINS, Vera. Seja Assertivo. São Paulo: Campus, 2005. MATOS, Francisco Gomes de. Ética na Gestão Empresarial. São Paulo: Saraiva, 2008. MOSCOVICI, Fela. Equipes Dão Certo. Rio de Janeiro: José Olympio, 1994. VOCÊ S/A. Ed. Abril, set. 2006. 49 Comportamento no local de trabalho O comportamento no local de trabalho tem sido alvo de pesquisas e estudos há décadas, e a noção de que existem diferenças individuais já nos foi trazida pela psicolo- gia. Entender o comportamento humano no trabalho passa pela compreensão não só das diferenças individuais, como também das organizações. As diferenças individuais nos ensinam que não existe uma fórmula única para lidar com as pessoas, e em cada organização as pessoas são tratadas diferentemente, de acordo com a cultura de cada uma. Um fator importante, que deve ser levado em consideração pelos profissionais, é que o sucesso na carreira tem sido alavancado muito mais pelo comportamento do que apenas pela competência técnica, portanto, seguir algumas regras da boa educa- ção ou da cultura organizacional já seria um grande passo para a competência com- portamental. Agir corretamente no ambiente de trabalho é fundamental, pois é nesse ambiente que passamos a maior parte do dia. Emoções no trabalho Em muitas situações de trabalho, são as emoções como o medo, o desejo, a agres- sividade, entre tantos outros, que determinam o comportamento da pessoa. Esses sen- timentos podem influir diretamente na qualidade de vida no trabalho, e consequen- temente na produtividade. Se negativos, geram insatisfação, e se positivos, ambiente harmônico para o trabalho. [...] sentimentos e emoções estarão permeando as relações de trabalho. Administrar de forma efetiva o medo e a raiva é o primeiro passo para a melhoria da qualidade de vida. Viver com qualidade, em seu significado pleno, requer mais que superar a hostilidade e a intimidação: requer parceria, cooperação, polidez, respeito – virtudes derivadas do amor. (BOM SUCESSO, 2002, p. 147) A interação entre as pessoas no ambiente de trabalho gera naturalmente situa- ções
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