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Marketing Pessoal e Etiqueta

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Prévia do material em texto

MARKETING 
Pessoal e Etiqueta
Carmen Lucia Chaim Mattos
IESDE Brasil S.A.
Curitiba
2010
© 2010 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito 
dos autores e do detentor dos direitos autorais.
Capa: IESDE Brasil S.A.
Imagem da capa: IESDE Brasil S.A.
IESDE Brasil S.A. 
Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 
Batel – Curitiba – PR 
0800 708 88 88 – www.iesde.com.br
Todos os direitos reservados.
M435m Mattos, Carmen Lucia Chaim. / Marketing Pessoal e Etiqueta. / 
Carmen Lucia Chaim Mattos — Curitiba: IESDE Brasil S.A. , 2010.
76 p.
ISBN: 978-85-387-1388-3
1. Marketing Pessoal. 2. Etiqueta. 3. Ética. 4. Relações Interpessoais I. Título
 
CDD: 658.409
Mestre em Educação pela Universidade Tuiuti do 
Paraná (UTP), Pós-Graduada em Recursos Humanos (UTP), 
Especialista em Psicodrama pela Sociedade Paranaense de 
Psicodrama, Graduada em Psicologia (UTP).
Carmen Lucia Chaim Mattos
Sumário
Etiqueta ......................................................................................................................9
Etiqueta social ............................................................................................................................................. 9
História da etiqueta .................................................................................................................................10
Boas maneiras ............................................................................................................................................10
Etiqueta no trabalho ...............................................................................................................................13
Qualidade de vida no trabalho ............................................................................................................16
Ética no trabalho ...................................................................................................23
Introdução ..................................................................................................................................................23
Ética: conceito ............................................................................................................................................23
Ética empresarial e cultura organizacional .....................................................................................24
A prática da ética no trabalho ..............................................................................................................27
Relações interpessoais e qualidade de vida no trabalho .......................37
Relacionamento interpessoal ..............................................................................................................37
Qualidade de Vida no Trabalho (QVT)...............................................................................................40
Conduta assertiva ....................................................................................................................................42
Preservando a autoestima ....................................................................................................................43
Comportamento no local de trabalho ..........................................................49
Emoções no trabalho ..............................................................................................................................49
Construindo relações interpessoais saudáveis ..............................................................................57
Marketing pessoal – como se relacionar 
bem no ambiente de trabalho .........................................................................63
Como preparar seu currículo ...............................................................................................................63
Entrevista de seleção ..............................................................................................................................65
Apresentação pessoal .............................................................................................................................68
Marketing pessoal ....................................................................................................................................71
Apresentação
Olá, convido todos a construir uma nova postura pro-
fissional, a partir do conhecimento e aplicação do tema 
deste estudo.
Falar de Marketing Pessoal e Etiqueta profissional 
hoje é uma questão de necessidade, pois se vive numa so-
ciedade altamente competitiva, que exige não só que você 
conheça suas competências profissionais, mas que tenha 
uma postura profissional adequada a novos desafios.
Os temas abordados, como etiqueta social, ética no 
trabalho, relacionamento interpessoal e qualidade de 
vida no trabalho, comportamento adequado no local de 
trabalho e posturas para uma entrevista de emprego, irão 
orientá-lo nessa direção.
Todos esses conhecimentos, quando olhados à luz da 
etiqueta, começam a fazer grandes diferenças, pois apren-
der as regras da boa convivência o colocará num degrau 
mais avançado.
O mais importante é que a etiqueta pode ser apren-
dida por todos, e qualquer pessoa pode praticar algumas 
maneiras mais corteses e elegantes de se comportar.
Quem cultiva bons modos, tem mais chances de as-
censão pessoal e profissional.
Conto com sua dedicação e capacidade de operar as 
mudanças que julgar necessárias para seu sucesso pessoal 
e profissional. 
Até breve.
9
Etiqueta
O bom relacionamento interpessoal, ou seja, eu na relação com os outros, passa 
a ser prioritário e, na maioria das vezes, definidor do sucesso pessoal e profissional e 
deve estar sempre presente em nosso dia a dia. A prática de boas maneiras nos ajuda 
nesse relacionamento, e melhora nossa imagem pessoal. Essas afirmações podem ser 
observadas no exemplo de Ribeiro (1993, p. 13): “Na competição do mercado de traba-
lho, entre dois candidatos com igual capacidade técnica, tem maiores chances aquele 
com boa apresentação e trato agradável”. O que reforça a prática de boas maneiras, na 
vida pessoal e profissional, como vantagem para o sucesso.
Etiqueta social
Etiqueta é o conjunto de regras que norteiam nossos comportamentos. Está divi-
dida em Etiqueta Corporativa e Etiqueta Social, além de outras subdivisões menores, 
como etiqueta à mesa e como a recente Netiqueta (etiqueta para internet). Cada povo, 
cada cultura, cada época, tem seus próprios códigos de comportamento. A etiqueta 
social se faz presente nas relações humanas, quer seja no trabalho, na família, no con-
vívio entre as pessoas, e o princípio fundamental da etiqueta é que esta deve sempre 
ser embasada no respeito ao próximo e no bom senso.
Na sociedade atual, estamos sempre correndo ou atrasados. O tempo tornou-se 
escasso, por isso, muitas vezes a cordialidade é atropelada pela agressividade, justifi-
cada pela falta de tempo. Esse cenário coloca em evidência a importância do nosso 
tema, pois ele ocupa hoje um grande espaço, por tratar de relacionamento interpesso-
al e sucesso profissional. Se a etiqueta é um código de regras, conhecer e fazer uso de 
algumas regras é a nossa tarefa no dia a dia para o bem viver.
10
Et
iq
ue
ta
História da etiqueta
A etiqueta tem sua origem na França, atingindo seu apogeu na corte de Luís XIV, 
no século XVII. O nome “etiqueta” originou-se dessa época, uma vez que eram atribuídas 
etiquetas aos nobres, quando estes chegavam ao pátio do palácio, contendo instruções 
de como se portar, o lugar a ser ocupado na mesa, tudo de acordo com um protocolo.
O que se percebe é que a preocupação em fixar regras para a conduta, externa, 
remonta às cortes da Antiguidade. Data de 2400 a.C. o livro mais antigo sobre compor-
tamento, e hoje se encontra na biblioteca de Paris. Ele foi escrito pelo faraó Ptahhotep, 
em folhas de papiro, trazendo recomendações a seu filho sobre como se portarpara 
melhor governar.
O primeiro tratado de boas maneiras foi escrito em 1530, por Erasmo de Rot-
terdam. Nele, continha cuidados com o corpo, a recomendação de olhar nos olhos 
quando se falava com alguém, de comportamentos à mesa, incluindo a distribuição de 
utensílios como faca, prato etc.
No Brasil, com a chegada da corte de D. João VI, o livro de etiqueta passa a ser ne-
cessário. Recomendações como não fazer ruído mastigando ou bebendo, e como os jan-
tares deveriam ser servidos, faziam parte do título Nova Arte do Cozinheiro e do Copeiro 
em Todos os seus Ramos.
O que se deve observar é que usos e costumes variam, de acordo com o local e 
com o tempo, e que deve prevalecer sempre o bom senso.
Boas maneiras
“São, em geral, tidas por sinônimo de boas maneiras: polidez, boa educação, bom- 
-tom. São de uso mais popular as expressões ‘modos’ e ‘bons modos’”; também segun-
do Cobra (2009), ter boas maneiras, ou observar as normas, deve ser tarefa de todos. 
Boas maneiras são a essência da boa educação. Um bom relacionamento depende do 
nosso comportamento social. Discrição é o comportamento pessoal na sociedade e o 
cartão de visita de cada um. Agir sempre discretamente, vestir-se, portar-se discreta-
mente é o segredo da verdadeira elegância. Uma pessoa pode andar e sentar-se com 
polidez, manter-se limpa, penteada, comer e beber com gestos educados, rir discreta-
mente, ser pontual, agradecer favores, enfim, procurar demonstrar o respeito que tem 
por si próprio e pelo outro, independente de sua condição social.
Desde a mais tenra idade, o indivíduo deve receber as primeiras lições de bom 
comportamento. O ideal seria que o acesso a informações sobre boas maneiras fosse 
inicialmente também dado nas escolas.
11
Etiqueta
Hoje, nas universidades, se percebe a preocupação com o comportamento dos 
jovens que iniciam sua vida profissional. Foi-se o tempo em que apenas desenvolver o 
potencial intelectual e técnico dos alunos era suficiente; hoje, dá-se grande importân-
cia à maneira como se relacionam, sua aparência, entre outros requisitos, visando uma 
maior fluidez profissional. Aulas de boas maneiras começam a se inserir nos treinamen-
tos das empresas e nos cursos das universidades.
Em se tratando de um ambiente organizacional, espera-se que todos sejam bem- 
-educados, pois a cordialidade, o trato agradável, devem ser desenvolvidos por todos 
os funcionários, independente do cargo que ocupam. Lembrando que esses relaciona-
mentos refletem a imagem dessa organização. Quando analisamos uma organização, 
sua cultura, natureza dos negócios, produtos, os profissionais que nela atuam, pode-se 
traçar um perfil relativo à aparência dos seus funcionários. Se, por exemplo, temos uma 
indústria de roupas para surfistas, possivelmente, o ambiente e o vestuário dos funcio-
nários serão mais informais e descontraídos. O fato de atuarem em ambientes descon-
traídos, não significa desrespeito, ao contrário, o respeito à hierarquia deve prevalecer. O 
bom senso e as boas maneiras devem caminhar juntos nas relações de trabalho.
A vida profissional deve ser fundamentada no convívio saudável. A colaboração e 
a responsabilidade são essenciais para que o resultado possa ser alcançado.
Com a mudança de hábitos que se observa nas famílias, o corre-corre do dia a 
dia muitas vezes tem dificultado o fortalecimento de hábitos, como, por exemplo, de 
boas maneiras à mesa, visto que é comum as crianças comerem diante da televisão. 
Quando anteriormente todos se reuniam à mesa, o que facilita o aprendizado pelo 
exemplo. O que se observa diante do grande avanço tecnológico, vivido por nossa so-
ciedade, é que precisamos dar importância a alguns hábitos que foram se perdendo ao 
longo do tempo, justificado pela correria dos tempos atuais. Vamos, portanto, observar 
alguns gestos que podem resgatar traços de boas maneiras do passado, e agregá-las 
ao presente.
Algumas dicas, segundo Ribeiro (1993), sobre o aperto de mão, que é o gesto 
mais usual nos relacionamentos interpessoais.
 O aperto de mão é um gesto simbólico de saudação para estabelecer uma 
comunicação, e causar boa impressão.
 A regra de etiqueta diz que a pessoa mais importante é que estende a mão 
para cumprimentar.
 O aperto de mão deve ter no máximo cinco segundos, mas o tempo que o con-
tato é mantido pode ser um sinal de maior ou menor significação ao gesto.
 O contato físico deve ser agradável.
12
Et
iq
ue
ta
 O gesto deve ser firme, pois transmite segurança. Apertar em demasia de-
monstra grosseria.
 Aquele que transpira nas mãos deve sempre portar um lenço para enxugá-las 
antes do cumprimento.
Etiqueta social e profissional
A etiqueta reflete a boa educação, demonstra cuidado e respeito com os que 
estão à nossa volta. Embora não se perceba imediatamente, o bem-estar acaba pre-
valecendo no dia a dia. Da mesma forma, o cuidado pessoal pode ser demonstrado 
no portar-se bem, começando com vestir-se adequadamente, e também com relação 
à postura, por exemplo, deixar as costas confortavelmente retas pode nos deixar mais 
elegantes, as mãos podem ficar à frente do corpo apoiadas uma na outra, para as mu-
lheres, e para os homens o mesmo, com as mãos para trás. Quanto às pernas, quando 
em pé devemos apenas tomar cuidado para não ficarmos numa posição desconfortá-
vel, para não ficarmos tortos. O ideal é apoiar o peso do corpo nas duas pernas, isso 
transmite uma sensação de segurança.
Os olhos devem sempre transmitir simpatia, e olhe sempre nos olhos de quem 
está falando com você. Não esqueça que os óculos escuros devem ser usados sob o 
Sol, ao ar livre. A simpatia é fundamental nas relações, aproxima as pessoas. “Obriga-
da”, ”desculpe” e “por favor” são expressões que podem transformar sua rotina. O bom 
humor, a tolerância e a gentileza podem melhorar muito seu relacionamento com 
outras pessoas.
Uma reunião entre áreas de uma empresa é um bom cenário para revelar o nível 
de educação das pessoas.
Alguns tópicos sobre etiqueta profissional, relativa às reuniões.
 Pontualidade: é um traço que revela respeito pelos integrantes do grupo. Um 
atraso deve ser comunicado com antecedência, e um atraso inesperado justi-
ficado à saída da reunião.
 Novos integrantes: deve se apresentar ao líder antes de começar a reunião, e 
este apresentá-lo ao grupo.
 Discussão: o interlocutor deve se preocupar com o modo como conduz os 
temas, primando pelo respeito e cortesia pelos demais.
 Interrupções: deve se esperar para dar espaço para que sejam expostas opi- 
niões, e jamais se deve interromper quem está falando.
13
Etiqueta
 Conversas paralelas: não contribuem para o debate. Os comentários deverão 
ser feitos à viva voz.
 Precedência: ao dirigir-se à mesa do café ou água, se a reunião estiver no for-
mato em círculos, não atravesse o espaço dos coordenadores, e sim saia dis-
cretamente junto às cadeiras.
Etiqueta no trabalho
Na moderna sociedade, surge o perfil do empresário menos formal, mais voltado 
ao diálogo, tratando seus subordinados como companheiros de trabalho. O seu trato 
profissional é pautado na sua visão global, em que a interação cultural com outros países 
contribuiu para moldar sua postura, mais tradicional e autoritária. Pode-se observar não 
só uma mudança de mentalidade, como um estilo mais discreto de se vestir.
A presença da mulher no mundo do trabalho também gerou algumas mudanças, 
que podem ser observadas através de dúvidas que surgiam em relação à maneira de 
como tratar a mulher no local de trabalho. Mesmo sabendo que deveres e obrigações 
são iguais, para um homem educado haverá momentos, como, por exemplo, ao entrar 
no elevador, ele vai deixá-la entrar primeiro, mesmo que exerça função superior à dela.
Se numa relação social o homem sempre se levanta ao cumprimentar outro 
homem ou mulher, na profissional não existe esse rigor. As regras de cortesia no tra-
balho devem ser sempre adequadas às circunstâncias, é o bom senso que dirige o 
comportamento na prática. Por exemplo, o funcionárioque está sentado trabalhando 
levanta-se para receber uma visita que quer falar com ele, isso não se estende ao seu 
colega do lado, que pode permanecer sentado. Novamente, a boa educação e o bom 
senso é que devem dirigir o comportamento na prática.
Outro fator importante é o espírito de colaboração, que é fundamental para o an-
damento do trabalho em grupo, líderes e liderados devem sempre manter uma relação 
de respeito mútuo para o sucesso profissional.
Algumas dicas para o uso da etiqueta no trabalho com e-mails
 Netiqueta é um termo que se criou para designar um código de comporta-
mentos para relacionamentos na rede.
 Use linguagem direta, clara e objetiva, sem formalismos exagerados, o que 
demonstra elegância e eficiência.
14
Et
iq
ue
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 Inicie com “ Caro fulano” e “Bom dia” e conclua com “Atenciosamente” ou “ Um 
abraço”.
 Revise os e-mails, corrigindo erros de português e digitação. Evite cores e 
fontes diferenciadas.
 Anexe arquivo somente quando necessário.
 Letras maiúsculas são sinônimo de gritaria no universo eletrônico. Somente letras 
minúsculas, por sua vez, remetem a excesso de informalidade.
Cigarro
 O ponto central é não incomodar as pessoas que o cercam.
 Respeitar os avisos de não fumar.
 Estão proibidos de fumar enquanto os outros estiverem comendo.
 Numa cerimônia religiosa – casamento, batizado, enterro – não se fuma.
 Antes de acender um cigarro, pergunte às pessoas se elas se importam com 
que você fume.
 É deselegante falar com o cigarro entre os lábios, ou usar o prato ou planta 
como cinzeiro.
Congratulações
 Parabenizar alguém por uma promoção sempre é de bom-tom, demonstra que 
você se preocupa com o crescimento pessoal e profissional dos seus colegas.
 Se o colega é próximo, cumprimente-o pessoalmente; se não, envie um e-mail.
Dicas gerais
 O ideal é não misturar suas pendências pessoais com as profissionais, muitas 
vezes se utilizando da infraestrutura da empresa. Se tiver que resolver algo 
urgente, procure pedir autorização.
 Cada lugar tem seu modo de se vestir, procure estar coerente com o cargo 
que você exerce. Perfume também é uma questão de etiqueta, procure não 
exagerar.
15
Etiqueta
 O celular é artigo pessoal, cuidado com os toques que você insere nele. Algu-
mas músicas podem atrapalhar seus colegas de trabalho. O ideal é mantê-lo 
no modo silencioso.
 Por mais corrido que seja o seu dia a dia, procure não comer no seu posto de 
trabalho; além de pouco saudável, o hábito não pega bem.
 Procure cumprir seus horários; caso necessite descumpri-los para alguma 
eventualidade, negocie com antecedência.
Por trás da etiqueta no trabalho, deve existir a consideração pelo sentimento dos 
outros, ou seja, você deve demonstrar que se preocupa com a pessoa com que você está 
tratando e consigo mesmo. Quando for preciso, você deve ser firme, porém justo. Por exem-
plo, quando precisar despedir alguém, não se esquecendo de ser solidário com a situação 
da pessoa. Pensar no ponto de vista do outro antes de agir pode trazer muitos benefícios.
Segundo David Robinson (1994), existem algumas “Regras de ouro” que deverão 
nos orientar no trabalho.
Integridade: agir de maneira honesta e confiável.
Modos: nunca ser egoísta, rude e indisciplinado.
Personalidade: expressar os próprios valores, atitudes e opiniões.
Aparência: apresentar-se sempre da melhor maneira possível.
Consideração: ver-se do ponto de vista da outra pessoa.
Tato: refletir antes de falar.
No ambiente organizacional, lidamos com muitas pessoas e somos avaliados 
constantemente. Nesse relacionamento, há necessidade de adotarmos uma atitude 
adequada com a pessoa com quem estivermos tratando naquele momento. Se você 
se sente à vontade enquanto liderança, na condução de pessoas, a equipe terá mais 
confiança e consideração por você. A simpatia e o respeito pessoal ocorrem depois 
da consideração pelos interesses dos outros. É importante conhecer as pessoas com 
quem você se relaciona e, muitas vezes, uma ocasião social, por exemplo, a festa de 
final de ano, desempenha um papel importante para essa aproximação.
Outras práticas têm demonstrado que os gerentes mais bem-sucedidos são aque-
les que conseguem ser corteses e compreensíveis, independente das pressões. Quando 
se tratar de relacionamentos com a chefia, alguns princípios devem ser observados.
 Por mais informal que possa parecer, lembre-se de que seu chefe possui res-
ponsabilidades dentro da hierarquia da empresa. Não o coloque em situações 
embaraçosas, como, por exemplo, pedindo para comentar sobre as pessoas e 
os superiores.
 Seja leal, defenda-o de críticas se necessário, procure apoiá-lo nas suas decisões.
16
Et
iq
ue
ta
 Se você tem queixa em relação a seu chefe, procure falar diretamente com ele.
 Você nunca deve passar por cima do seu chefe para tomar uma decisão.
 Você deve adotar um estilo de comportamento pessoal favorável à equipe 
com quem trabalha. Assegure-se de que seu comportamento seja sempre 
gentil e atencioso.
Outro tema que devemos observar é com relação às confidências que surgem 
no trabalho. Se você vai dar a alguém informações que gostaria que fossem tratadas 
sigilosamente, diga isso antes de repassar a informação, para que o outro possa avaliar 
se recebê-la o colocará em situações embaraçosas.
 É preciso um equilíbrio entre o que deve ser dito ou não. Pense sempre no que 
é relevante e útil às pessoas.
 Lembre-se sempre de que, embora os princípios básicos atravessem gerações, 
à medida que as atitudes e os hábitos mudam, os bons modos estão sempre 
evoluindo. Esteja sempre atento a essas mudanças, para que seu convívio seja 
sempre agradável e respeitoso.
Qualidade de vida no trabalho
Para que o ambiente de trabalho contribua para o nosso desenvolvimento profissio-
nal, um tema relevante, que é a Qualidade de Vida no Trabalho (QVT), deve ser abordado. 
A QVT refere-se à humanização das condições de trabalho e de convívio. Olhar o indiví-
duo como um todo demonstra uma preocupação com sua vida pessoal e familiar, além 
do âmbito do trabalho. Aplicar a QVT significa preocupar-se com os relacionamentos, 
respeitar as pessoas, cuidar do ambiente do trabalho, da decoração, visando melhorar 
o ambiente de forma integral para os funcionários. Criar um ambiente onde as pessoas 
possam se sentir bem com seus líderes, com elas mesmas e com seus colegas.
O tema Qualidade de Vida no Trabalho surgiu em 1972, durante uma conferência 
internacional, realizada nos Estados Unidos. Para ajudarmos a preservar esse bom am-
biente no trabalho, faz-se necessário conhecermos fatores que são primordiais para 
essa manutenção. Nessa direção, a etiqueta relacionada às boas maneiras pode ajudar 
na construção de um ambiente saudável.
Alguns fatores importantes.
 Comunicação: fundamental numa organização. Pode ser verbal, não verbal e 
escrita. O corpo também fala através dos gestos, expressões faciais. Falar, por 
exemplo, com um colega com dedo em riste é agressivo. Nesse processo de 
17
Etiqueta
comunicação, a delegação de atividades deve considerar as boas maneiras, 
como, por exemplo, a solicitação do repasse das atividades deve primar pela 
boa educação e respeito pelo outro, pois elas ajudarão no relacionamento 
líder e liderado.
 Tempo: fator importante e você deve saber aproveitá-lo bem, equilibrando 
compromissos pessoais e profissionais. Saber fazer um bom planejamento de 
suas metas contribui para o bom desempenho profissional.
 Uso de agenda: hoje, muitos profissionais já fazem uso da agenda eletrônica. 
O importante é anotar os compromissos para não esquecê-los, ajudando na 
otimização do seu tempo, na medida em que pode planejar melhor o seu dia.
 Trabalho em equipe: espera-se que o funcionário desenvolva um trabalho 
em conjunto com seus colegas, visando um mesmo objetivo, sentindo-se 
parte integrante dessa equipe. A colaboração, iniciativa e boa vontade são 
comportamentos esperados dos membros da equipe.
Trabalhar com outras pessoas exige flexibilidade, que é acapacidade de nos adap-
tarmos a novas situações e diplomacia, que é a habilidade diante de situações embara-
çosas e ou desagradáveis. Com isso, demonstra-se que existe respeito e interesse pelos 
pensamentos e sentimentos dos que o rodeiam.
Quando se trabalha em equipe, compartilha-se responsabilidades e, com isso, 
todos se envolvem na solução dos problemas. É fundamental que tenhamos a sensi-
bilidade e habilidade de compreender as pessoas, lembrando que cada pessoa é um 
pensamento, e que o uso de boas maneiras no relacionamento humano é uma grande 
atitude, que pode contribuir muito para o ambiente de trabalho.
Texto complementar
O uso do celular é uma questão de etiqueta social?
(ANDRADE, 2010)
A resposta é sim. Etiqueta é um comportamento que pode ser adquirido em 
qualquer etapa da vida. Para muitos, a etiqueta é sinônimo de sofisticação. Para 
outros, significa ostentação de uma fleuma desnecessária. Não obstante, certas 
regras de etiqueta se fazem necessárias para o bom convívio em sociedade, não 
funcionando apenas como marcas de status social. É certo que as marcas de boa 
18
Et
iq
ue
ta
educação dependem do contexto cultural a partir do qual tais marcas são analisa-
das, isto é, dependem da cultura da sociedade à qual nos referimos. Ainda, pode-
mos observar que determinadas características de boa educação no convívio social 
variam no tempo e no espaço, numa mesma sociedade.
Vivemos um momento ímpar da história da humanidade: o desenvolvimen-
to tecnológico nos brinda com inúmeras ferramentas, mas essa mesma tecnologia 
também nos faz reféns das necessidades que cria. Estatísticas demonstram que cada 
vez mais brasileiros possuem essa ferramenta (ou seria uma arma?) e o convívio com 
os donos de celulares atesta o seu uso nos momentos mais inapropriados.
Exemplos de uso indevido do celular não faltam. Estamos na igreja e, num mo-
mento de profunda introspecção, sempre toca o celular de alguém que o esqueceu 
ligado. Estamos na universidade e, inúmeras vezes ao longo da aula, vários alunos 
são chamados a atender seus celulares, os quais, para não serem confundidos entre 
si, têm toques inusitados. Estamos no banco e, durante o nosso atendimento, não 
apenas o telefone fixo é atendido, mas também o telefone celular do funcionário 
que nos presta atendimento. Estamos no avião e, mesmo sendo solicitado que os 
telefones celulares sejam mantidos desligados até que o desembarque seja efetua-
do, muitos passageiros vão ligando seus aparelhos enquanto o avião ainda está ta-
xiando. Estamos no ônibus e, durante toda a viagem, como os aparelhos celulares 
possuem inúmeros tipos de dispositivos, inclusive potentes rádios, passageiros que 
optam por não usar o fone de ouvido nos obrigam a desfrutar de música de qualida-
de duvidosa. Enfim, há muitas situações nas quais os aparelhos celulares passaram 
de coadjuvantes a protagonistas.
A tecnologia mudou nossas vidas e o telefone celular, queiramos ou não, faz 
parte do nosso dia a dia. Há pessoas cujas vidas profissionais dependem do celular, 
já outras tiveram suas vidas salvas pelo aparelho celular. Entretanto, excetuando-se 
os casos extremos, desligar o telefone celular proporciona tranquilidade para o seu 
dono e para os demais, no caso da igreja, da aula e do avião, para citar alguns; já nos 
casos em que a pessoa deseja ouvir música, como no ônibus, que lance mão do fone 
de ouvido. Seguir certas regras no uso do celular é sinal de boa educação. E etiqueta 
é uma questão de educação.
A falta de etiqueta ao celular é a que mais cresce atualmente, pois ele passou a 
fazer parte do dia a dia das pessoas. Cuidar bem da etiqueta ao falar no seu telefone 
celular pode ser muito útil para o fortalecimento de relações sociais.
19
Etiqueta
Dicas de estudo
Para que esse assunto possa ser aprofundado, recomendo a leitura do capítulo I 
do livro Boas Maneiras & Sucesso nos Negócios, de Celia Ribeiro, L&PM (1993).
Nesse capítulo, a autora aborda a importância da etiqueta nas relações interpes-
soais e oferece algumas dicas, visando melhorar esse relacionamento.
 O DIABO veste Prada. Direção de David Frankel, 2006 (EUA). 
Conta a história de Andrea Sachs (Anne Hathaway), uma jovem que conseguiu 
um emprego na Runway Magazine, a mais importante revista de moda de Nova York. 
Ela passa a trabalhar como assistente de Miranda Priestly (Meryl Streep), principal exe-
cutiva da revista. No convívio com Miranda e seu staff, aprende regras de etiqueta e 
como se vestir, entre outros.
Atividades
Por que a etiqueta social deve fazer parte do nosso dia a dia?1. 
Desenvolva um texto sobre ações do dia a dia que são fundamentais para que 2. 
o bom ambiente de trabalho seja preservado. Utilize as dicas da etiqueta no 
trabalho.
20
Et
iq
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ta
Gabarito
Devem fazer parte dessa resposta algumas palavras-chave, como: relaciona-1. 
mento interpessoal, respeito, educação, boa convivência e trato agradável.
Cuidados com cumprimentos, uso de e-mail, celular, respeito pelo outro, res-2. 
peito à hierarquia, aparência, tato, integridade, cigarro, congratulações deverão 
constar nessa resposta.
Referências
ANDRADE, Otávio Goes de. O uso do celular é uma questão de etiqueta social? Jornal 
de Londrina, Paraná, 28 mar. 2010.
ARAÚJO, Maria Aparecida. Etiqueta Empresarial. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2004.
COBRA, Rubem Queiroz. Boas Maneiras e a Filosofia. Publicado em: 2009. Disponível 
em: <www.cobra.pages.nom.br/ftm-definicaoBM.html>. Acesso em: 30 abr. 2010.
DAVIS, Keith; NEWSTROM, John W. Comportamento Humano no Trabalho. São Paulo: 
Thomson, 1992.
MATARAZZO, Claudia. Etiqueta Sem Frescura. São Paulo: Melhoramentos, 1995.
RIBEIRO, Celia. Boas Maneiras & Sucesso nos Negócios. São Paulo: L&PM, 1993.
ROBINSON, David. Etiqueta no Trabalho. São Paulo: Clio, 1994.
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Etiqueta
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Ética no trabalho
Introdução
Na sociedade atual, ter ética é um fator importante na carreira profissional. As 
organizações cada vez mais pautam suas ações na ética, demonstrando que a cada dia 
cresce a consciência da sociedade acerca de seus direitos e deveres.
Adotar uma conduta ética reflete a imagem que fazemos de nós mesmos e denota 
a imagem da organização da qual fazemos parte. Por isso, é muito importante saber os 
valores que norteiam a empresa da qual você faz parte, pois, na medida do possível, 
esses também serão os seus valores.
Ética: conceito
Em sentido amplo, a ética tem sido entendida como a ciência da conduta humana 
perante o ser e seus semelhantes. Envolve a aprovação ou desaprovação da ação dos 
homens e a consideração de valor.
Ética – que diz respeito aos costumes. Parte da filosofia prática que tem por objetivo elaborar uma 
reflexão sobre os problemas fundamentais da moral [...]. [...] a ética está mais preocupada em detectar 
os princípios de uma vida conforme a sabedoria filosófica em elaborar uma reflexão sobre as razões de 
se desejar a justiça e a harmonia e sobre os meios de alcançá-las [...] (JAPIASSÚ, 1996, p. 93)
É o conjunto de princípios e disposições voltado para a ação e que tem por obje-
tivo balizar a ação humana.
A ética é o fundamento da sociedade.
Em filosofia, ética significa o que é bom para o indivíduo e para a sociedade. É o 
estudo geral do que é bom ou mau, correto ou incorreto, justo ou injusto, adequado ou 
inadequado. Cada vez mais é necessário que a ética faça parte do cotidiano das pessoas, 
pois as ações que praticamos têm consequências para nós mesmos e para os outros.
De acordo com Matos (2008, p. 2), a sociedade apoia-se em três conceitos, seus 
pilares éticos.
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 É essencial que ela seja justa – que haja oportunidades para todos.
 É necessário que ela seja livre – que a vontade educada torne a liberdade 
responsável.
 É vital que ela seja solidária – que haja compromisso com o bem pessoal e o 
bem comum.
Esses conceitos só serão observados numa sociedade que esteja comprometida 
com a dignidade humana.
Para que uma sociedade possa ser justa, livree solidária, algumas capacidades 
deverão ser desenvolvidas.
 Liderança integrada: líderes devem ser integrados por verdades comuns.
 Organização flexível: as estruturas devem propiciar a criatividade, a partici-
pação, a descentralização.
 Visão e ação estratégicas: desenvolvimento da percepção do que está acon-
tecendo e a capacidade de tomada de decisão.
Para que a sociedade possa estar engajada com essas capacidades, é fundamen-
tal que exista investimento na liderança, na estratégia e na cultura corporativa.
Ética empresarial e cultura organizacional
A ética empresarial está associada à sua cultura, pois há grande necessidade de 
que os valores sejam internalizados para um maior alinhamento.
Hoje, ser ético é uma questão de sobrevivência para as organizações, pois fatores 
como marca, imagem, confiabilidade é que garantem sua continuidade. O discurso e 
a prática ética nas organizações começam a dar sinais de uma nova consciência, pois 
esses comportamentos éticos passam a ser um diferencial de qualidade e respeitabili-
dade para os seus clientes.
A consciência ética corresponde à capacidade de avaliar, julgar e à disposição de 
agir. Vimos que nas organizações há necessidade de investir em três áreas, para que se 
possa ter essa competência ética: na liderança, na estratégia e na cultura corporativa. 
Os líderes são os agentes transformadores e a estratégia são as ações facilmente iden-
tificadas numa organização. Já a cultura corresponde aos fundamentos e às verdades 
comuns, que normalmente são mais difíceis de serem identificadas e é aí, na essência 
da cultura, que se encontra a ética. Portanto, é imprescindível que a cultura, a liderança 
e a estratégia estejam envolvidas pela ética, o que significa dizer que a conscientização 
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Ética no trabalho
da ética deve ser o grande norteador da gestão estratégica. E esse é o desafio da lide-
rança, a criação da cultura ética na organização.
Em se tratando da cultura organizacional, alguns traços dificultam a dissemina-
ção da ética, como, por exemplo, o autoritarismo, que significa concentração de poder 
e dominação, o paternalismo com seus privilégios; assistencialismo, o individualismo 
com a falta de visão social e egoísmo; o consumismo, na ânsia de possuir cada vez 
mais, como um canibalismo social.
Ricardo Luz (2003, p. 15) apresenta alguns conceitos de cultura organizacional, 
que merecem nossa atenção.
A cultura de uma organização pode ser entendida como um conjunto de valores, de normas e 
princípios, já sedimentados na vida organizacional, conjunto este que interage com a estrutura e 
os comportamentos, criando uma maneira peculiar e duradoura de como se procede naquela 
organização, baseado em certos fundamentos e almejando a consecução de determinados 
resultados finais [...] A cultura é um sistema de crenças (como as coisas funcionam) e valores ( o que é 
importante) compartilhados (vivenciado por todos) e que interagem com (penetração nos sistemas 
e subsistemas) as pessoas, as estruturas e mecanismos de controle para produzir (efeitos) as normas 
de comportamento características daquela organização (como fazemos as coisas por aqui).
A cultura influencia o comportamento de todos os indivíduos na organização. As 
formas de relacionamento, os estilos de liderança, o processo de comunicação, como 
os funcionários se vestem e se comportam no ambiente de trabalho. Diante disso, uma 
cultura comprometida com a ética tem possibilidade de envolver todos os seus funcio-
nários. Diante desses traços, há necessidade de uma revisão dos valores culturais. Valo-
res como cooperação e solidariedade devem ser internalizados, para que a consciência 
ética possa ser trabalhada. Nesse sentido, a liderança exerce um papel fundamental 
no desenvolvimento das pessoas e equipes para uma direção ética. Quando esse com-
portamento ético não é observado, quando as organizações negligenciam a gestão 
de valores, temos grandes prejuízos como resultado. Quando se vive uma cultura não 
ética, tudo é permitido, o lucro e a competição passam a ser o grande objetivo e as con-
sequências são de grande impacto. Para que haja mudança de cultura, o caminhar para 
uma cultura ética, deve-se ter em vista que esse é um processo que vai consolidando 
a médio e longo prazo.
O papel da liderança é fundamental no processo de mudança, mas para que possa 
mudar a cultura, ele deve estar convicto do que deseja. Assim, a mudança deve ser pla-
nejada, onde o processo de comunicação e informação deve ser efetivo.
A década de 1990 pode exibir grandes escândalos empresariais, como manipula-
ções de balanços para forjar lucros e justificar retiradas, o sucesso financeiro buscado a 
qualquer preço em detrimento dos valores éticos. Portanto, há necessidade de preser-
var e desenvolver a consciência ética nos quadros de pessoal das organizações, isso faz 
com que a imagem possa ser preservada; mas, para que isso aconteça, é necessário o re-
forço das ações concretas, não só para o público interno como para o público externo.
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Quando há um clima ético, há comprometimento com uma filosofia básica, nin-
guém transgride as verdades comuns. É uma regra moral do grupo. Essa ética cons-
ciente deve ser construída pela ação e reflexão nas organizações. Quando há cultura 
ética, há integração, coesão e produtividade; há confiança, bons negócios e lucrativi-
dade. Mas para que isso ocorra há necessidade de intervenções na cultura organizacio-
nal, com a finalidade de não condicionar comportamentos inadequados, promovendo 
mudanças e atitude.
Quando reforçamos o papel do líder para o desenvolvimento de uma equipe 
ética, significa:
 reconhecer necessidades pessoais;
 respeitar a dignidade humana;
 reconhecer o desempenho funcional;
 propiciar participação nos resultados;
 estimular o compromisso social;
 favorecer a educação continuada.
Essas práticas irão contribuir para transformar a ambivalência de trabalho numa 
cultura ética, pois se exercita a liderança integrada onde todos ensinam e todos 
aprendem.
Para que possamos atingir um comportamento ético, algumas atitudes contri-
buem para o desenvolvimento de uma relação harmoniosa.
 Zelar pela autoestima: acreditar em seus valores e possibilidades.
 Ser tolerante no relacionamento: reconhecer que todos têm virtudes e 
deficiências.
 Cuidar do equilíbrio emocional: manter a calma, evitar atitudes exaltadas.
 Ouvir a comunicação é essencial: sem a capacidade de ouvir, a palavra se 
torna um monólogo.
 Buscar cooperação: quanto mais nos abrimos à cooperação, mais talentos 
incorporam-se aos resultados.
Esses comportamentos precisam ser exercitados, para que tenhamos êxito na 
busca de atitudes éticas.
Entre os valores que são criados em todas as culturas, existem aqueles que se re-
ferem aos comportamentos individuais e coletivos dos homens. A ética investiga essas 
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Ética no trabalho
condutas e é a partir daí que estabelecemos os códigos públicos ou privados, ou seja, 
determinamos o que é um comportamento moral de forma objetiva. Por exemplo, que 
ações podem criar bem-estar social? O que podemos realizar para que sejamos mais 
felizes? Com essas questões, constatamos que a ética preocupa-se com a melhor con-
duta humana.
A prática da ética no trabalho
A palavra trabalho se origina do latim tripalium, que era um instrumento feito de 
três paus aguçados, algumas vezes com pontas de ferro, no qual os agricultores bate-
riam o trigo, as espigas de milho, o linho, para rasgá-los e esfiapá-los. Porém, na maioria 
dos dicionários, consta apenas tripalium como sendo um instrumento de tortura.
Por muito tempo, o trabalho foi associado ao padecimento, à dor. Todo trabalho 
supõe tendência para um fim e esforço; para alguns, um esforço até físico, e para outros 
intelectuais. Trabalho é o esforço e também seu resultado. O homem trabalha quando 
põe suas forças corporais e intelectuais, tendo em vista um fim que deve ser alcançado 
(ALBORNOZ, 2004).
Muitas concepções procuramdar significado à palavra trabalho, mas sabendo 
que o trabalho é parte integrante da vida, e que ocupa grande parcela do nosso tempo, 
cabe-nos o entendimento de como essa relação indivíduo e empresa pode se dar de 
uma maneira ética.
Vamos entender primeiramente o contexto social do trabalho, que nos é aponta-
do por Drydren e Vos, no seu livro Revolucionando o Aprendizado (1996), que aponta 
para 15 tendências que demonstram para onde o mundo caminha, e nele o trabalho 
está inserido.
 Na era da comunicação instantânea, que nos aponta que não temos condi-
ções de prever quais conhecimentos serão necessários no futuro, cabe a nós a 
disposição de querer aprender sempre.
 Um mundo sem fronteiras econômicas. O dinheiro circula em todo o mundo 
instantaneamente, mudando a natureza das transações comerciais.
 Três passos para a economia única. Alterando padrões de vida e reforçando 
que a habilidade das pessoas é o mais importante.
 A nova sociedade do serviço. Redução dos postos de trabalho na indústria e 
aumento no setor de serviços, o que implica habilidades e competência nas 
relações interpessoais.
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 De grande a pequena. Empresas grandes divididas em dezenas de pequenas, 
com mais autonomia.
 A nova era do lazer. Lazer, turismo e educação estão em crescimento.
 A forma mutável do trabalho. Redução dos empregos estáveis e aumento do 
emprego por tempo curto.
 Mulheres na liderança. Mulheres ocupam cargos nas gerências a cada dia, tra-
zendo o afeto para as organizações.
 A década do cérebro. Cada vez maiores descobertas de como o pensamento 
afeta o desempenho.
 O nacionalismo cultural. Cresce o amor às raízes culturais, com as pessoas va-
lorizando mais as características dos seus países.
 A crescente subclasse. A pobreza cresce a cada dia, e desafia os nossos 
governantes.
 O envelhecimento da população ativa. Vive-se mais, cresce a geração acima 
dos 60 anos, e estima-se que se pode chegar com saúde e energia para o tra-
balho aos 75 anos.
 A nova onda “faça você mesmo”. Cada vez mais assumimos o controle de 
nossas vidas.
 Empreendimento cooperativo. Cooperação, parcerias asseguram a sobrevi-
vência dos negócios.
 O triunfo do indivíduo. O cliente é o rei, as empresas existem para servir às 
pessoas.
Pode-se observar que algumas dessas previsões já se concretizam, mas, enquanto 
trabalhadores, precisamos estar atentos às mudanças, aperfeiçoando-se, e buscando 
trabalhar com compromisso, satisfação e qualidade de vida.
Com todas essas observações sobre o cenário, é que aos poucos vai se delinean-
do, como primar pelo comportamento ético no trabalho.
Algumas recomendações são importantes para o dia a dia.
 Ser honesto em qualquer situação é fundamental, ser ético muitas vezes signi-
fica perder dinheiro, status e benefícios.
 Ser humilde, tolerante e flexível, para isso é preciso trabalhar em equipe, ou-
vindo as pessoas, sem julgamentos precipitados.
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Ética no trabalho
 Ser pontual também é importante, demonstra o quanto você é digno de 
confiança.
 Evitar criticar seus colegas de trabalho pelas costas, e se precisar corrigir 
alguém o faça em particular.
 Respeitar a privacidade do colega também ajuda nos relacionamentos.
 Se você souber que seu colega está passando por dificuldade, ofereça o seu 
apoio. Procure agir sempre baseado em seus princípios, isso vai contribuir para 
reforçar sua boa imagem e melhorar os relacionamentos.
 É necessário ter cuidados éticos ao falar ao telefone:
 procure dar toda atenção à pessoa que ligou. Jamais chame o cliente de 
“querido, meu bem”. Sua voz deve ser alegre, clara, calorosa e em bom tom, 
nem alta, nem baixa demais;
 caso atenda a telefonemas dos colegas, você deve anotar os recados;
 procure retornar sempre as ligações, isso denota elegância e responsabi-
lidade;
 evite ao máximo atender ao telefone durante as reuniões, o celular deve 
estar desligado. Não deixe alguém esperando na linha, melhor dizer que 
está ocupado e que retornará mais tarde;
 ao deixar um recado na secretária eletrônica, seja claro e objetivo, dizendo 
seu nome, o assunto e seu número de telefone.
 Afaste-se das fofocas, para você poder manter um bom relacionamento sem 
precisar prestar atenção a comentários maldosos.
 Caso trabalhe com alguém de quem não gosta, aja de maneira profissional, 
cumprimentando seu colega e evitando comentários com os demais sobre 
seus sentimentos, isso ajuda a minimizar os conflitos.
A prática ética no trabalho exige que estejamos atentos a todo o momento sobre 
nossos atos. A busca do equilíbrio de nossa vida pessoal e profissional vai fazer toda a 
diferença, quando nosso objetivo está pautado em nossos valores éticos.
O relacionamento com sua chefia deverá primar também por sua conduta ética. 
Por mais que ele permita uma relação de proximidade, imponha, sutilmente, é claro, 
limites, não esqueça que as relações de trabalho são medidas pela hierarquia.
Se estiver insatisfeito e queira sair do trabalho, comunique sua decisão à chefia 
com antecedência. Por mais que você esteja insatisfeito com o trabalho, não vale a pena 
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dizê-lo nesse momento. Diga que deseja novos desafios. Se esse assunto não foi trata-
do ao longo de sua jornada, a saída não é um bom momento para essa discussão.
Caso você seja demitido, receba a notícia com dignidade. Procure saber os moti-
vos e reflita para melhorar seu desempenho futuro. Outro ponto importante no rela-
cionamento ético no trabalho trata-se de como devemos aceitar as críticas. A maioria 
das pessoas tem muita dificuldade para lidar com a crítica, ela é o oposto do elogio. No 
entanto, se as críticas são sempre desagradáveis, mesmo assim, é possível recebê-las 
com dignidade. Quando a crítica for justa e cortês, você deve reconhecê-la, pois ela 
nunca deve ser direcionada à pessoa, mas sim à performance.
Mesmo que julgue injustificada uma crítica, não replique. Procure escutar cuida-
dosamente antes de reagir. Caso seja criticado na presença de outra pessoa, diga que 
gostaria de conversar sobre esse assunto, num outro local.
Para que possamos seguir algumas orientações de cunho ético, voltadas especifi-
camente a cada profissão, temos o apoio do código de ética profissional.
O código de ética do profissional de secretariado foi publicado no Diário Oficial da 
União, em 7 de julho de 1989, e visa o direcionamento correto da atuação profissional 
e deve ser colocado em prática no dia a dia da sua atuação profissional. A ética profis-
sional é um conjunto de normas de conduta que deverão se transformar em ações, no 
exercício de qualquer profissão. Objetivando que cada profissional possa respeitar seu 
semelhante no exercício de sua profissão.
Nele, constam os direitos e deveres fundamentais do profissional, aborda sobre o 
sigilo, as relações entre colegas da mesma profissão, com entidades da categoria, das 
relações com a empresa e dos dispositivos de obediência e aplicação do código.
No que se refere às relações com a empresa, algumas orientações são bem perti-
nentes ao nosso tema.
Art.10. Compete ao Profissional, no pleno exercício de suas atividades: a) identificar-se com a 
filosofia empresarial, sendo um agente facilitador e colaborador na implantação de mudanças 
administrativas e políticas; b) agir como elemento facilitador das relações interpessoais na sua área 
de atuação; [...]
Art.11. É vedado aos Profissionais: a) utilizar-se da proximidade com o superior imediato para obter 
favores pessoais ou estabelecer uma rotina de trabalho diferenciada em relação aos demais; b) 
prejudicar deliberadamente outros profissionais, no ambiente de trabalho.
Essas orientações corroboram as práticas éticas, que devem ser observadas no dia 
a dia na empresa. Portanto, a ética está mais próxima de nós do que imaginávamos. Ela 
nos ajuda na reflexão do nosso comportamento, na medida em que temos o compro-
misso com nosso desenvolvimento profissional e melhoria do ambiente de trabalho.
O códigode ética ajuda a balizar as relações de valor que existem entre o ideal 
moral e os diversos campos da conduta humana. Está elaborado a partir de critérios de 
conduta de um indivíduo, perante seu grupo e todo o social.
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Ética no trabalho
A partir dos códigos que são elaborados, espera-se que se crie uma mentalidade 
ética, uma forma para a realização do trabalho, mas também uma norma que deve 
guiar sua conduta.
A ética “é“ indispensável ao profissional, porque o “fazer” e o ”agir” humano estão 
sempre juntos. O fazer é a competência com que cada profissional realiza suas ativida-
des. E o agir refere-se ao conjunto de atitudes que esse profissional deve assumir no 
seu dia a dia profissional.
Adotar uma conduta ética é refletir sobre os valores que nos movem, e sobre as 
escolhas que fazemos. Todos os dias nos envolvemos com questões éticas, como, por 
exemplo, devo dizer sempre a verdade ou há ocasiões em que seria melhor mentir? Essas 
e outras situações nos dão a oportunidade de exercer um comportamento ético. A de-
cisão de escolher entre uma atitude correta ou uma atitude que agrade outras pessoas. 
Nem sempre é fácil interpretar as questões éticas, e muito menos praticá-las.
Quando realizamos uma escolha, e estamos convictos de que ela é correta, não se 
trata de apenas seguirmos uma regra, e sim de um princípio. Portanto, agir de maneira 
ética implica pautarmos nossas ações no respeito, na cooperação, principalmente no 
comprometimento com um ambiente organizacional de princípios que valorizem a 
vida humana.
Nem sempre estamos engajados em organizações que possibilitam a satisfação e 
felicidade das pessoas que ali trabalham; nesse sentido, nossa postura será fundamen-
tal e, para isso, temos a oportunidade de refletirmos não só sobre nossa postura ética, 
como da organização da qual fizermos parte.
Hoje, as organizações sabem que precisam investir nas pessoas, mas para isso a 
equipe de executivos deverá se sensibilizar sobre essa importância, assim como perce-
ber que cada vez mais precisamos de condutas éticas, não apenas na vida pessoal, mas 
como parte da nossa conduta profissional.
Texto complementar
Pare, pense e decida!
(MATOS, 2008, p. 13)
Pare, pense e decida!
A Ética está na decisão.
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É a partir daí que tudo acontece.
A vida é decisão. A todo momento optamos por uma entre várias alter-
nativas.
Quase sempre sem nos darmos conta disso.
Qual seria o maior suplício imposto a um homem?
Tirar dele a capacidade de decidir. Ele tenderia a virar pedra.
Decidir, com eficácia, implica parar e refletir, para que as decisões não sejam 
impetuosas e passíveis de atentar contra o bem do outro e gerar injustiças.
Toda decisão tem comprometimento ético; nela estão implícitos valores pes-
soais. A própria omissão significa decisão de não agir, tornando-se causa maior de 
desacertos, injustiças e fracassos.
O ato de decidir é indicador de maturidade ética. As organizações infantilizam 
o homem ao privarem-no da tomada de decisão. Daí a relevância da delegação de 
autoridade, não só como instrumento eficaz de gestão, como também de compro-
metimento ético, pela assunção de responsabilidade.
É um grave erro ético transferir responsabilidade sem delegar autoridade 
correspondente.
Pela qualidade com que se decide e pela excelência dos resultados da decisão, 
criam-se condições para a convivência saudável e para a produtividade.
A excelência decisória atende a três características básicas.
 Qualidade: a melhor alternativa, considerando-se a racionalidade do pro-
cesso.
 Oportunidade: dadas as circunstâncias, a mais eficaz pelos resultados es-
perados.
 Aceitabilidade: a mais motivadora para aqueles que irão se envolver na 
execução da matéria decidida.
Compatibilizar essas características é um desafio à sabedoria do gestor e à sua 
atitude flexível.
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Ética no trabalho
Em todo o processo, a ética é referência à essencialidade decisória.
Boas decisões agregam solidariedade, expressão da ética em ação.
Dica de estudo
Para complementar seus estudos, o livro Etiqueta na Gestão Empresarial, de Fran-
cisco Gomes de Matos, 2008, capítulo 2; traz-nos indicadores de como desenvolver a 
consciência ética nas organizações.
Atividades
Ética da convivência1. : é a permanente aprendizagem do amor cotidiano, no 
pequeno abraço, no pequeno “bom dia”, “por favor”, “muito obrigado”, como ex-
pressões sinceras de boa vontade.
 Comente essa afirmação, com base em todo o texto.
Cultura ética2. : de nada vale a retórica da ética se o mais humilde funcionário 
não se sente comprometido com os valores da organização.
 Baseado no texto, desenvolva essa afirmação.
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Gabarito
A ética se preocupa com a harmonia e boa convivência. Se nos preocuparmos 1. 
com as pequenas gentilezas, como um “bom dia”, estaremos zelando para um 
bom convívio.
Uma questão importante na ética é alinharmos o discurso às ações. Dentro de 2. 
uma organização, todos devem estar comprometidos com os valores organiza-
cionais, desde o diretor até o mais simples cargo.
Referências
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BOM SUCESSO, Edina de Paula. Relações Interpessoais e Qualidade de Vida no Tra-
balho. São Paulo: Qualitymark, 2002.
DRYDEN, Gordon; VOS, Jeannette. Revolucionando o Aprendizado. São Paulo: 
Makron, 1996.
JAPIASSU, Hilton, Dicionário Básico de Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1996.
JOHANN, Silvio Luiz. Gestão da Cultura Corporativa. São Paulo: Saraiva, 2004.
LUZ, Ricardo. Gestão do Clima Organizacional. São Paulo: Qualitymark, 2003.
MATOS, Francisco Gomes de. Ética na Gestão Empresarial. São Paulo: Saraiva, 2008.
SÁ, Antonio Lopes de. Ética Profissional. São Paulo: Atlas, 1996.
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Ética no trabalho
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Relações interpessoais e qualidade 
de vida no trabalho
Para a maioria das pessoas, o trabalho é um importante componente da vida, não 
apenas no sentido material (salário, benefícios), como também com relação ao desem-
penho das atividades e para o contato social.
Hoje se sabe que o cotidiano do trabalho influi na vida e nas emoções das pesso-
as. Por exemplo, a realização de um projeto de trabalho importante resulta em senti-
mentos positivos, assim como uma discussão com o chefe pode acarretar sentimentos 
de preocupação.
Por isso, as organizações precisam, de alguma forma, proporcionar um ambiente 
de trabalho agradável, pois perceberam a influência do bom ambiente para a produti-
vidade, e, por consequência, o andamento do trabalho.
Assim, alguns fatores tornaram-se fundamentais para a realização do trabalho: 
o ambiente, o relacionamento, saber como as pessoas se sentem com relação às suas 
tarefas, enfim, uma visão mais global do trabalhador.
Relacionamento interpessoal
O processo de interação humana encontra-se presente nas organizações, e a 
forma como se dão essas interações influencia os resultados de toda a empresa.
Conviver com o outro não é uma tarefa fácil, e conviver com o outro no trabalho 
sem entender o comportamento de cada um é praticamente impossível.
Cada um de nós possui algumas noções sobre o comportamento e as reações 
de outras pessoas, e até já desenvolveu certa habilidade para lidar com as maneiras 
diferentes que cada um possui; porém, essas noções são empíricas e nos basearmos 
apenas no que “achamos” nem sempre é um bom caminho.
Se considerarmos essa interação de pessoas num ambiente organizacional, 
temos que levar em consideração que as pessoas não funcionam como máquinas e 
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Re
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que muitas vezes o comportamento é diferente do que se espera. Isso porque, quando 
estamos em interação com outras pessoas, o funcionamento de ser de cada um é afe-
tado, alterando o que se poderia chamar de “previsto ou esperado”.
Segundo Moscovici (1994), nas empresas, a interação humana ocorre em dois 
níveis concomitantes e interdependentes. O nívelda tarefa é o que podemos observar, 
que é a execução das atividades individuais e em grupos. Já o socioemocional refere-se 
às sensações, aos sentimentos que são gerados pela convivência.
Se esses sentimentos são positivos, o nível da tarefa é facilitado, gerando uma 
produtividade satisfatória. Se, ao contrário, o clima emocional não é satisfatório, a 
tarefa passa a sofrer os efeitos, que muitas vezes se manifestam com interações de 
desagrado, antipatia, aversão etc.
A interação socioemocional pode favorecer o resultado do trabalho e as relações 
interpessoais. Se os processos são construtivos, a colaboração e o afeto predominam, 
o que possibilita a coesão do grupo. Caso contrário, o grupo passa a ter conflitos in-
ternos. O que se observa é que para trabalhar bem, e em grupo, as pessoas precisam 
possuir não apenas competências técnicas para realizar suas funções, mas também 
competências emocionais.
Vemos que a realização eu-eu é fundamental na interação com os outros; a 
forma como eu me vejo, minhas motivações, ideologia, influem em cada interação 
interpessoal.
A harmonia consigo mesmo, a autoaceitação e valorização, o bem-estar físico e 
mental, proporcionam um equilíbrio na relação com o outro. Muitas vezes, as dificul-
dades que surgem na relação eu-outro são causadas pelo não equilíbrio da relação 
eu-eu. Portanto, é fundamental o equilíbrio eu-eu, para que se possa estar bem com 
os outros.
Numa organização, a presença de um líder habilidoso é muito importante nesse 
processo. Ele poderá conduzir sua equipe para o sucesso e, se possui habilidades para 
lidar com as emoções e com a qualidade de vida, fará a diferença de forma positiva no 
seu grupo de trabalho.
A qualidade de vida no trabalho não decorre apenas de bons salários e planos 
de benefícios, mas do tratamento humano que valorize a gentileza, a possibilidade de 
expressar os pontos de vista divergentes, do respeito, do relacionamento sincero.
No trabalho, os indivíduos apresentam sua maneira pessoal de lidar com seus 
sentimentos e emoções, e essa maneira própria entra em contato com outros indivídu-
os, que também possuem sua maneira própria. Essas emoções entram em contato dia-
riamente, criando uma atmosfera diferente em cada setor, cada departamento, visto 
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Relações interpessoais e qualidade de vida no trabalho
que cada local tem suas características próprias de conduzir seu trabalho, de discutir 
os problemas, e de como seus líderes lidam com as pessoas. O que facilita ou dificulta 
essas relações são o autoconhecimento e o conhecimento do outro, que fazem com 
que se amplie a compreensão de como as pessoas atuam no trabalho.
Bom Sucesso (2002, p. 29-30) destaca algumas dificuldades mais observadas na 
dimensão interpessoal.
a) Falta de objetivos pessoais: trata-se de pessoas que possuem dificuldades em traçar rumos 
para o seu futuro. Desanimam diante de obstáculos, e não se mostram criativas para buscar 
soluções, sentem-se frustradas e, por isso, mudam continuamente seu rumo. Nos processos de 
mudanças, são levadas pelos outros, aguardando sempre as instruções. Muitas vezes, trabalham 
em profissão que não gostam, mas não apresentam atitudes para novos redirecionamentos. “Uma 
professora de escola de primeiro grau participou de um programa de integração de equipes e se 
mostrou indignada com os baixos salários da sua categoria. Tendo participado de outro projeto, 10 
anos depois, voltou a queixar-se da mesma situação. Estimulada a refletir sobre isso, percebeu as 
consequências paralisadoras da sua postura acomodada e da falta de estabelecimento de objetivos 
pessoais. Compreendeu o tempo perdido, esperando que sua profissão fosse valorizada. Constatou 
que poderia ter feito “dois cursos superiores” nesse período, passando a atuar como professora (que 
é sua vocação ), mas vinculada a uma universidade ou a outra instituição”.
b) Dificuldade em priorizar: muitas pessoas se queixam da “falta de tempo”, para realizar suas 
tarefas. O que muitas vezes se percebe é a grande dificuldade em estabelecer prioridades. Muitas 
vezes, acumulam-se tarefas, sem avaliar as reais possibilidades de executá-las, ou a dificuldade para 
dizer “não”, propõem-se a fazer coisas que não é possível cumprir. Para realização das tarefas, saber 
administrar o tempo é fundamental. Para ilustrar esse fato, segue o exemplo: “Convivemos com 
uma executiva que representa um modelo desse perfil. Sua vida pessoal demandava um esforço 
excessivo: tinha quatro filhos e os levava pessoalmente à escola. Tinha frequentemente dificuldades 
em manter uma empregada doméstica, devido ao trabalho adicional. Além do emprego que lhe 
absorvia oito horas diárias, praticava tênis, fazia yoga, curso de atualização em língua inglesa. Estava 
constantemente atrasada para todos os compromissos. Sempre que lhe sugeriam repensar suas 
prioridades e abrir mão de algumas atividades, afirmava que tudo isso era essencial e não havia como 
desistir de qualquer uma delas. Sua qualidade de vida era baixa, especialmente pela permanente 
tensão resultante dos atrasos. Estimulada a refazer seu plano de vida e traçar prioridades, descobriu 
que sua busca de prazer em atividades alternativas tornou-se uma obsessão e, um lugar de lazer, 
acabava gerando tensão e estresse. Decidiu tornar essas atividades eventuais, sem o compromisso 
de ‘cursos com dia e hora marcados’, concentrando-se na sua atividade profissional e estabelecendo 
novos papéis e responsabilidades para os filhos, que vinham se tornando acomodados e sem 
iniciativa”. Vemos aqui claramente, nesse exemplo, o quanto pessoas têm dificuldades para priorizar 
o que realmente é importante, acabam com muitas atividades, de que normalmente não conseguem 
dar conta.
c) Dificuldade em ouvir: a maioria dos conflitos acontece em virtude da dificuldade que temos 
em ouvir e compreender o outro. Temos o hábito de julgar o outro a partir dos nossos valores, 
esquecendo-se de respeitar as diferenças individuais. A nossa dificuldade em ouvir o outro aumenta, 
principalmente se temos pontos de vista diferentes. Muitos gerentes avaliam sua equipe a partir 
dos seus próprios paradigmas, da sua maneira de ver o que é certo e errado, não acenando com a 
possibilidade de considerar o pensamento do outro, sem querer ouvir o que as pessoas pensam. É 
fundamental que um gestor queira saber o ponto de vista de sua equipe, perguntar antes de julgar, 
permitir que sejam dadas sugestões, criar espaços para que diferentes percepções possam vir à 
tona, solicitar sempre que possível a participação de todos. A maioria dos exemplos de grandes 
corporações aponta para resolução de inúmeros problemas, o saber ouvir, dar espaço para que as 
pessoas que contribuem com seu trabalho possam trazer soluções para o dia a dia.
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Saber ouvir
Saber ouvir é considerado uma das maiores habilidades humanas, isso implica 
dar àquele que fala sua atenção, somada à capacidade de compreensão.
Muitas razões estão envolvidas no ato de ouvir, são elas:
 desejo de obter informação;
 curiosidade em receber uma resposta;
 interesse em participar da história de outro ser humano;
 necessidade de estabelecer novos relacionamentos;
 respeito e desejo de valorização da pessoa do outro. (MACKAY, 2002, p. 10)
Para ouvir efetivamente, não basta apenas estar atento, mas perceber também a 
voz de quem fala, a escolha das palavras, o tom e ritmo, a linguagem corporal, enfim, é 
muito mais do que ficar passivamente deixando o som entrar pelos ouvidos. É uma das 
melhores formas de mostrar respeito pelo outro.
Existem algumas maneiras de demonstrar à pessoa que fala que você está efe-
tivamente ouvindo. Fazer perguntas pode demonstrar o quanto você está atento e 
encorajar aquele que fala. Alguns sinais como sorriso, olhares de surpresa e admiração, 
etc., podem constituir uma forma eficiente de assegurar que você está ouvindo.
Frases como “compreendo...”, “e depois...”,“é interessante...”, são uma maneira de 
dizer que você está interessado, querendo que ele prossiga seu discurso.
Outra forma é dar sinais de que está compreendendo e interpretando as emoções 
existentes no diálogo. Frases como “você acha que...”, “o que pensa quanto a ...”, demons-
tram que você está sendo empático e disposto a considerar o ponto de vista do outro.
O que é importante observar é que ouvir não é uma atitude passiva, e que você 
pode ser ativo demonstrando seu respeito pelo outro.
Qualidade de Vida no Trabalho (QVT)
A qualidade de vida no trabalho está ligada ao bem-estar das pessoas em situa-
ção de trabalho, visando elevar o nível de satisfação e também o de produtividade, o 
que significa maior eficácia e, ao mesmo tempo, atender às necessidades básicas dos 
trabalhadores.
41
Relações interpessoais e qualidade de vida no trabalho
O que se observa é que nem todo problema de produtividade ou insatisfação 
dos funcionários pode ser resolvido pelos programas de QVT. Entretanto, sua aplicação 
sem dúvida implica melhores desempenhos e redução de custos, na medida em que 
reduz o desperdício. Isso porque a organização passa a contar com pessoas mais com-
prometidas, contribuindo para a melhoria dos resultados.
Como existem os aspectos técnicos relacionados ao processo produtivo nos pro-
gramas de QVT, muitas organizações priorizam o investimento técnico, que são melho-
rias em máquinas e equipamentos, esquecendo o investimento em pessoas. Somente 
atendendo às necessidades das pessoas e as desenvolvendo é que as organizações 
atingirão as suas metas, não apenas investindo em tecnologia, mas cuidando do clima 
organizacional.
Quando ocorre esse desequilíbrio de maior investimento em tecnologia em de-
trimento do investimento nas pessoas, ele é acompanhado de um baixo nível de satis-
fação do empregado, afetando diretamente a qualidade dos produtos e serviços pres-
tados. Para que isso não ocorra, é necessário que se conheça quais são as expectativas 
e necessidades das pessoas, para que esses fatores não interfiram na qualidade do 
produto.
Na opinião de Cleo Carneiro (apud FERNANDES, 1996, p. 38),
Qualidade de vida no trabalho é ouvir as pessoas e utilizar ao máximo sua potencialidade. Ouvir é 
procurar saber o que as pessoas sentem, o que as pessoas querem, o que as pessoas pensam [...] e 
utilizar ao máximo sua potencialidade é desenvolver as pessoas, e procurar criar condições para que 
as pessoas, em se desenvolvendo, consigam desenvolver a empresa.
Muitos trabalhadores se queixam de uma subutilização de seu potencial, de con-
dições inadequadas de trabalho, o que faz que aumente a insatisfação. Essa insatisfa-
ção provoca uma diminuição do seu rendimento, acarretando consequências na saúde 
física e mental do trabalhador e, em decorrência, menor rentabilidade empresarial. En-
tretanto, não se pode esperar qualidade no desempenho das pessoas se essas não têm 
qualidade em seu próprio trabalho.
O objetivo da qualidade de vida no trabalho é o de resgatar o ser humano e o am-
biente, que, na maioria das vezes, são negligenciados em favor do avanço tecnológico 
e do crescimento econômico. É possível aliar a produtividade com melhores condições 
de trabalho, pois a qualidade dos produtos está associada à qualidade de vida dos que 
produzem.
Ao longo do tempo, a QVT passou por diferentes concepções, conforme se pode 
verificar no quadro a seguir.
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Quadro 1 – Evolução do conceito de QVT
Concepções evolutivas de QVT Características ou visão
QVT como uma variável
(1959-1972)
Reação do indivíduo ao trabalho. Era investigado como me-
lhorar a qualidade de vida no trabalho para o indivíduo.
QVT como uma abordagem
(1969-1974)
O foco era o indivíduo antes do resultado organizacional; 
mas, ao mesmo tempo, tendia a trazer melhorias tanto ao 
empregado como à direção.
QVT como um método
(1972-1975)
Um conjunto de abordagens, métodos ou técnicas para 
melhorar o ambiente de trabalho e tornar o trabalho mais 
produtivo e mais satisfatório. QVT era visto como sinôni-
mo de grupos autônomos de trabalho, enriquecimento de 
cargo ou desenho de novas plantas com integração social 
e técnica.
QVT como um movimento
(1975-1980)
Declaração ideológica sobre a natureza do trabalho e as 
relações dos trabalhadores com a organização. Os termos 
administração participativa e democracia industrial eram 
frequentemente ditos como ideais do movimento de 
QVT.
QVT como tudo
(1979-1982)
Como panaceia contra a competição estrangeira, proble-
mas de qualidade, baixas taxas de produtividade, proble-
mas de queixas e outros problemas organizacionais.
QVT como nada
(futuro)
No caso de alguns projetos de QVT fracassarem no futuro, 
não passará apenas de um “modismo” passageiro.
Conduta assertiva
O termo assertividade origina-se da palavra asserção, que quer dizer afirmar. É um 
comportamento que se aprende, permitindo-se agir de acordo com nossos interesses, 
expressar nossos sentimentos de forma honesta e adequada, fazendo valer nossos di-
reitos sem negar o direito dos outros.
Esse comportamento é cada vez mais valorizado no ambiente organizacional, 
onde são exigidas decisões objetivas e focadas em resultado; espera-se que os funcio-
nários apresentem comportamento maduro e honesto.
De acordo com Martins (2005, p. 21), algumas atitudes são fundamentais para a 
assertividade.
 Autoestima: é o que você pensa sobre si mesmo. A qualidade da autoestima depende da acei-
tação, da confiança e do respeito que você tem por si mesmo.
 Determinação: é o que faz você não desistir perante os obstáculos, ter foco e clareza sobre 
onde quer chegar.
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Relações interpessoais e qualidade de vida no trabalho
 Empatia: é a capacidade de se colocar no lugar do outro. Somente as pessoas maduras conse-
guem estabelecer a empatia.
 Adaptabilidade: é adequar seu estilo de comunicação, seja sua interlocutora uma criança, um 
idoso, com nível cultural alto ou baixo.
 Autocontrole: usar a racionalidade para gerenciar as emoções, não perdendo o controle das 
situações.
 Tolerância a frustração: aceitar a diversidade humana, não ouvimos só “sins”, mas também 
“nãos”.
 Sociabilidade: é se preocupar com o bem-estar do outro e com o seu próprio. É tratar as pesso-
as com naturalidade, sem ideias preconcebidas.
O importante é que a habilidade de ser assertivo pode ser aprendida. Uma das 
estratégias que nos ajudam a tornar-nos mais assertivos é observarmos o comporta-
mento de pessoas que admiramos, e que têm facilidade de agir de forma como gosta-
ríamos. Saber que nossos comportamentos são aprendidos e que podem ser modifica-
dos, desde que queiramos, é o grande facilitador.
Origens da conduta assertiva
Se nos primeiros anos de vida a criança recebe mensagens positivas e con-
vive com adultos capazes de respeitar as diferenças, temos aí um bom início para a 
assertividade.
Quem não viveu essa realidade pode posteriormente aprender a se comportar 
assertivamente, através da reflexão, e estar sempre atento ao seu comportamento e ao 
do outro. Isso facilita a percepção e descoberta de atitudes pessoais que facilitam ou 
dificultam as relações interpessoais.
A pessoa assertiva tem consciência de seus deveres e responsabilidades, e é capaz 
de reconhecer que os outros também possuem direitos e responsabilidades. Ao assumir 
responsabilidades, aprende-se a valorizar e respeitar seus desejos, uma vez que a consci-
ência de seus sentimentos aumenta.
As organizações buscam um ambiente voltado ao diálogo, o que exige uma mu-
dança de postura, mais pautada em aceitar diferentes pontos de vista, na boa convi-
vência e no respeito às diferenças.
Preservando a autoestima
A autoestima caracteriza-se pela aceitação de si, pela confiança, pelo reconheci-
mento do seu potencial e de sentimentos positivos em relação a si mesmo.44
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A partir do nascimento, começamos a desenvolver a autoestima, através do re-
conhecimento que recebemos durante os primeiros anos de vida. Elogios e reforço 
positivo ajudam nesse desenvolvimento.
As baixas autoestimas manifestam-se pela falta de confiança em si, desvaloriza-
ção das próprias possibilidades, pelo medo do fracasso, sendo observadas por depre-
ciações e reforços negativos ocorridos na infância. Para mantermos o bom nível de 
nossa autoestima, temos que nos manter permanentemente atentos às situações no 
dia a dia. Caso ocorram comentários de desvalorização, é preciso estar atento e esta-
belecendo limites com o outro, e mostrando a ele sua insatisfação. Quando o compor-
tamento é assertivo, a tendência é mantermos a autoestima elevada, ao contrário de 
comportamentos agressivos, que fazem de tudo para subestimar o outro.
Baixar a autoestima é uma das condutas mais complicadoras que se observa nas 
relações de trabalho. Embora ocorra com certa frequência, vemos que seus resultados 
são o sofrimento, a descrença e a vergonha. Preservar a qualidade de vida no trabalho, 
e o bom relacionamento interpessoal, dá-se através da atenção de olhar aquele com 
quem se fala, de agradecer, pedir desculpas, cumprimentar, despedir-se. Responder ao 
que é solicitado, retornar as ligações, são atitudes de quem valoriza o outro.
1.º ouvir
2.º clarear as dúvidas
3.º checar oposições
4.º atenção ao comportamento não verbal
5.º desenvolver a autoestima
6.º reconhecer e valorizar o outro
7.º dar e receber feedback
8.º estimular o outro à conduta assertiva
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Você sabia?
A hostilidade e as condutas agressivas nas organizações têm sua origem na 
raiva, emoção frequente e nem sempre expressa de forma clara no ambiente de 
trabalho. A raiva pode manifestar-se de maneira camuflada, sob a forma de queixa, 
falta de cortesia, postura competitiva, ironia e inveja.
45
Relações interpessoais e qualidade de vida no trabalho
Texto complementar
Ouvir: atitude ética
(MATOS, 2008, p. 105)
De modo geral, não somos bons ouvintes. Desde a mais tenra idade, fomos 
educados para falar e continuamos sendo treinados para a oratória. E, porque ouvi-
mos pouco, os problemas de comunicação são apontados como um dos mais graves 
nas organizações. Como artifício para a falta de diálogo interpessoal – a comunica-
ção autêntica faz-se de pessoa a pessoa – usa-se e abusa-se de meios tecnológicos 
– em si, benéficos à agilidade nas informações. Antes, os intermináveis telefonemas, 
hoje os e-mails compulsivos – uma verdadeira legião de “e-mailpatas”.
Em relação à comunicação eletrônica, existe um paradoxo: emite-se a mensa-
gem – muitas vezes para passar o “macaquinho” adiante – sem a preocupação com 
a resposta. O ato encerra-se na emissão do e-mail.
A falta de feedback é uma tragédia nas comunicações. Mas há um outro fenômeno 
grave: e-mails que não são abertos ou o são tardiamente, quando a informação já é ob-
soleta. Um executivo confessou, em reunião, que estava com 120 e-mails fechados (!?), 
por falta de tempo. Não ter tempo disponível, sentir-se sempre sobrecarregado, além 
de revelar deficiências de planejamento pessoal e organizacional, é fatal para as comu-
nicações e para o relacionamento. É preciso “reaprender” – ou aprender – a ouvir.
Há pessoas extremamente preocupadas em oferecer respostas, sem ouvirem 
as perguntas. Quando não há diálogo, não há comprometimento. Estão aí as guerras 
para confirmar, tanto no âmbito doméstico, como empresarial e entre nações.
Todavia, ouvir não é calar-se – a mudez pode até ser ofensiva. Ouvir é mostrar 
interesse, acompanhar o raciocínio do outro e manifestar-se no momento oportuno. 
Simples, não é? Mas como isso se mostra difícil no relacionamento diário!
Iniciemos, portanto, imediatamente, nossa reaprendizagem como ouvintes 
atentos, interativos e inteligentes.
Na arte de ouvir e falar, com propriedade e oportunidade, está o segredo da 
convivência harmoniosa e produtiva.
Ouvir é uma atitude ética, ao significar respeito pela opinião do outro.
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Dica de estudo
Para que esse conteúdo possa ser complementado, recomendo a leitura do capí-
tulo 13 do livro Psicologias (2002), em que os autores Ana M. B. Bock, Odair Teixeira e 
Maria de Lourdes Trassi, demonstram a importância da vida afetiva, para que sua com-
preensão seja ampliada com relação aos relacionamentos interpessoais.
Atividades
De acordo com Fela Moscovici, a interação humana ocorre no nível da tarefa e 1. 
do socioemocional. Desenvolva essa afirmativa com base no texto.
Quais são as atitudes fundamentais para uma conduta assertiva, segundo Mar-2. 
tins?
47
Relações interpessoais e qualidade de vida no trabalho
Gabarito
A tarefa refere-se às atividades que são desenvolvidas no dia a dia, de acordo 1. 
com cada função. Já o socioemocional refere-se à gama de sentimentos gera-
da pela convivência diária. Segundo o autor, quando há deficiência na relação 
socioemocional, há comprometimento da produtividade, pois afeta a interação 
no nível da tarefa.
Autoestima, determinação, empatia, adaptabilidade, autocontrole, tolerância e 2. 
sociabilidade.
Referências
BOCK, Ana M. B.; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi. Psicologias. São 
Paulo: Saraiva, 2002.
BOM SUCESSO, Edina de Paula. Relações Interpessoais e Qualidade de Vida no Tra-
balho. São Paulo: Qualitymark, 2002.
DAVIS, Keith; NEWSTROM, John W. Comportamento Humano no Trabalho. São Paulo: 
Thomson, 1992. v. 1.
FERNANDES, Eda. Qualidade de Vida no Trabalho. Salvador: Casa da Qualidade, 
1996.
FRANÇA, A. C. L.; RODRIGUES, A. L. Stress e Trabalho. São Paulo: Atlas. 2002.
MACKAY, Ian. Como Ouvir Pessoas. São Paulo: Abril, 2002.
MARTINS, Vera. Seja Assertivo. São Paulo: Campus, 2005.
MATOS, Francisco Gomes de. Ética na Gestão Empresarial. São Paulo: Saraiva, 2008.
MOSCOVICI, Fela. Equipes Dão Certo. Rio de Janeiro: José Olympio, 1994.
VOCÊ S/A. Ed. Abril, set. 2006.
49
Comportamento no local de trabalho
O comportamento no local de trabalho tem sido alvo de pesquisas e estudos há 
décadas, e a noção de que existem diferenças individuais já nos foi trazida pela psicolo-
gia. Entender o comportamento humano no trabalho passa pela compreensão não só 
das diferenças individuais, como também das organizações. As diferenças individuais 
nos ensinam que não existe uma fórmula única para lidar com as pessoas, e em cada 
organização as pessoas são tratadas diferentemente, de acordo com a cultura de cada 
uma. Um fator importante, que deve ser levado em consideração pelos profissionais, 
é que o sucesso na carreira tem sido alavancado muito mais pelo comportamento do 
que apenas pela competência técnica, portanto, seguir algumas regras da boa educa-
ção ou da cultura organizacional já seria um grande passo para a competência com-
portamental. Agir corretamente no ambiente de trabalho é fundamental, pois é nesse 
ambiente que passamos a maior parte do dia.
Emoções no trabalho
Em muitas situações de trabalho, são as emoções como o medo, o desejo, a agres-
sividade, entre tantos outros, que determinam o comportamento da pessoa. Esses sen-
timentos podem influir diretamente na qualidade de vida no trabalho, e consequen-
temente na produtividade. Se negativos, geram insatisfação, e se positivos, ambiente 
harmônico para o trabalho.
[...] sentimentos e emoções estarão permeando as relações de trabalho. Administrar de forma efetiva 
o medo e a raiva é o primeiro passo para a melhoria da qualidade de vida. Viver com qualidade, 
em seu significado pleno, requer mais que superar a hostilidade e a intimidação: requer parceria, 
cooperação, polidez, respeito – virtudes derivadas do amor. (BOM SUCESSO, 2002, p. 147)
A interação entre as pessoas no ambiente de trabalho gera naturalmente situa-
ções

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