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Estomatologia 2 AV1 Semiologia: • Mancha – não tem elevação, extensa e mal delimitada. • Placa – altura pequena com relação a sua extensão. • Pápulas – lesões elevadas, com diâmetro até 5mm. • Nódulos – lesões sólidas, podem ser pediculadas ou sésseis. • Vesícula – elevação do epitélio contendo líquido, não ultrapassa 3mm. • Bolhas – elevação do epitélio contendo líquido, com mais de 5mm de diâmetro. • Erosão – não tem exposição do conjuntivo. • Úlcera – com exposição do conjuntivo. • Mácula – pequena e bem delimitada. Câncer Bucal • Carcinoma Espinocelular Fatores de risco: Tabagismo ( risco de 4 -15 mais chances de ter câncer) Etilismo Fatores nutricionais Estados de imunodeficiência História familiar Radiações Traumatismos Disposto comumente em assoalho bucal e bordo lateral de língua. Assintomático, lesão ulcerada branco avermelhada ( leucoeritroplásica ). Conduta: Biópsia incisional Leucoplasia Lesão branca na superfície da mucosa, associada somente ao tabaco. Borda lateral de língua, assoalho de boca, mucosa jugal, gengiva e palato. Conduta: biópsia incisional. TTO: dúvida entre leucoplasia e cândida faz anti-fúngico tópico (4-5 vezes por dia) por 1 semana. Eritroplasia Lesão vermelha, com bordas bem definidas e persistente e que não pode ser diagnosticada como qualquer outra lesão. Alta possibilidade de ser carcinoma – in – situ. Queilite actínica Atrofia do vermelhão do lábio inferior, entremeada de áreas eritematosas ou hiperqueratóticas, por causa da exposição excessiva aos raios solares. Conduta: biópsia incisional, orientação e acompanhamento. Aspectos clínicos do câncer: Assintomático no início, leucoeritroplásico, com área de erosão, lesão infiltrativa, ulcerada, exofítica ou com vários padrões associados. ACHADO SUBMANDIBULAR: metástase regional ( 30 % dos pacientes ). PULMÕES, OSSOS E FÍGADO: Metástase à distância ( 15 À 20 % ). Sintomas Sangramento local; odor fétido; dor local; dificuldades de falar, mastigar; trismo; perda de dentes; e fístulas na pele da face e pescoço. Estadiamento Classificação TNM Descrição O Carcinoma in situ I T₁N₀M₀ II T₂ N₀M₀ III T₃ N₀M₀ T₁N₁M₀ T₂ N₁M₀ T₃ N₁M₀ IV A T₄N₀M₀ T₄N₁M₀ IV B Qualquer N₂M₀ IV C Qualquer N₃M₀ T₁ Tumor até 2cm T₂ Entre 2 e 4cm T₃ Maior que 4cm N₀ Não tem metástase N₁ Metástase em linfonodo N₃ Linfonodo > 6cm M₀ Ausência de metástase a distância Diagnóstico diferencial Sífilis primária Sífilis secundária Tuberculose Paracoccidioidomicose Histoplasmose Leishmaniose Afta Úlcera traumática TTO: Abordagem multidisciplinar Cirurgia Quimioterapia – radioterapia Acompanhamento Lesões brancas e vermelhas Leucoedema Lesão branco acizentada, estrias esbranquiçadas; em paciente melanoderma, porque na pessoa negra existe pela presença da pigmentação da mucosa o que torna as alterações edematosas mais evidentes. Local: mucosa jugal bilateral e pode estender-se para a mucosa labial. Manobra: estiramento ( distensão da mucosa) – deixou de ser branca, ao estiramento, é leucoedema. Diagnóstico diferencial: candidose pseudomembranosa TTO: não há. Nevo branco esponjoso Lesão branca, assintomática, com aspecto esponjoso, difusa, por hiperqueratização. Surge no mascimento ou no início da infância. Local: mucosa jugal bilateral , soalho bucal , ventre de língua, fundo de vestíbulo, mucosa labial, mucosa alveolar e palato mole. Fatores externos (trauma, cigarro) podem piorar. TTO: não há. Condição benigna. Língua pilosa Descamação ou aumento das papilas filiformes. Agrupa pigmentos secundários (coca-cola, café...) Associada à paciente que não higieniza a língua. Antibióticos, radioterapia, bochechos com antiácidos, proliferação de bactérias ou fungos. TTO: mudanças na higiene, alimentação e no quadro mais agudo descamação realizar raspagem periódica e escovação da região. Leucoplasia pilosa Local: borda lateral da língua, mucosa jugal. PRINCIPAL DIFERENÇA para a língua pilosa. Não confundir ! Aumento da queratinização Induzida pelo vírus Epstein-Barr, usualmente associada ao HIV ou infecção viral pelo HPV. Fazer manobra clínica; não é visto em biópsia ( não dá para ver em uma lâmina normal). TTO: o mesmo da língua pilosa acima. Língua geográfica ou Glossite migratória benigna Áreas vermelhas com bordas brancas multifocais. Local: língua ( dorso indo para borda lateral e se estendendo tb ao ventre lingual ) Paciente relata dor e ardência. Relação com tensão frequente. Não tem tratamento, só orientação à escovação. Faz biópsia quando há dúvidas sobre a lesão geográfica. Papilas fungiformes mais visíveis pois as filiformes desaparecem enrazão das lesões. Associado a psoríase ou paciente muito alérgico. Diagnóstico diferencial: Líquen Plano, leucoeritroplasia. Lesões traumáticas - Queimadura - Por sexo oral - Pressão negativa – Prótese: em palato maior, por prótese mal adaptada ou aparelho ortodôntico. – Em paciente edêntulo, mastiga a língua , produzindo pequenas petéquias. Lesões vasculares Vermelha ou vermelha-arroxeada. 1a. década da vida: hemangioma 2a. décadas da vida: varizes Manobra: vitro-pressão (área isquêmica vascular). Remove em local que comprometa a estética. Mais comum existirem varizes na boca TTO: não precisa remover, apenas acompanhamento. Só remove se incomodar, sangrar ou por estética. Estomatite nicotínica Associada à paciente fumante. Local: entre palato duro e mole Palato esbranquiçado com pontinhos vermelhos na saída do ducto da glândula salivar Candidose Associada ao fungo Candida albicans Pseudomembranosa ( placas brancas ) Local:Atrofia papilar central - porção mediana do dorso da língua ou palato duro vermelho Por prótese Queilite angular – ângulo da boca ( comum a associação com bactérias) Hiperplásica ( placa não removível – anti-fúngico para diferenciar de leucoplasia) Aparece na mucosa jugal, dorso da língua ou palato. TTO: anti-fúngico oral . Nistaina ou Cetoconazol. Miconasol para queilite angular. • Leucoplasia e eritroplasia Eritroplasia tem o pior prognóstico. Leucoplasia não sai na raspagem. As duas são submetidas à biopsia. Local pode preocupar. Se em soalho bucal e bordo lingual é câncer. Se em outro local, não seria preocupante, pois não faz referência com neoplasias. Critérios para se preocupar: ao tamanho, delimitação, e se tem região avermelhada. Quanto mais irregular for a lesão, mais preocupante. Local: assoalho de boca. • Queilite actínica Local: Mais comum no lábio inferior por causa do sol. Em paciente leucoderma. Atrofia de lábio, áreas brancas e vermelhas. Limite entre lábio e pele indefinidos, rachaduras. Com úlcera, um sinal de neoplasia, a conduta é fazer biópsia pq sinaliza que o local tem transformação maligna. • Líquen plano Muito comum; doença inflamatória; autoimune ( reação imunológica, quando o organismo não reconhece a agressão ). Ocorre uma destruição das células da camada basal do epitélio, infiltrando-o, aparecendo a lesão. Sintoma na forma vermelha ou branca de estrias entrelaçadas. TTO:Sem sintoma, acompanha, se tem, usa corticóide. Local: bochecha, dorso da língua, gengiva, lábio inferior. Diagnóstico clínico e microscópico. Conduta: biópsia incisional. • Lupus eritematoso Lesão mucocutânea. Placas eritematosas descamativas. Local: Mucosa da bochecha e palato, podendo ser confundida com o Líquen Plano. TTO:Usam corticóides os que tem herpes sistêmica. Doença primária na pele e depois na boca. Conduta: Faz biópsia excisional. Lesões pigmentadas Pigmentação melânica fisiológica ou racial Pacientes melanodermas tem mais chances de pigmentação na boca com acompanhamento cutâneo. Reforço do diagnóstico: cor do paciente, pigmentos em outras áreas, bilateralidade.Local: mucosa jugal associada a gengiva e papilas fusiformes podem ficar pigmentadas. Difusa, espalhada por mais de uma área, simetria. Tratamento: só por estética. Plastia. Orientar o paciente. Mácula melanótica ou sulonocítica Área de hiperpigmentação pequena, única e bem delimitada. Local: Mais em mucosa labial Aumento do número de melanócitos produzem mais melanina, dando a coloração acastanhada, porque as células extravazam da camada basal pro conjuntivo. Conduta: biópsia excisional pois é bem delimitada. Tratamento: só por estética (remoção cirúrgica conservadora) Nevo melanocítico Lesão começa plana e vai aumentando o volume. Diferenciar nevo de melanoma: A – assimetria, B – bordas, C – cor, D – diâmetro e E – evolução. Local: Palato duro e gengiva Pode ter transformação maligna. TTO: Remoção, quando o nevo é muito traumatizado ou quando a lesão é pequena e cresce ou muda de cor. Melanoma Lesão irregular, com bordas irregulares, mais de uma cor, > 1cm de evolução; assintomática. Padrão de crescimento diferente. Associado ao sol. Local: palato duro e gengiva. Coloração acastanhada. Conduta: biópsia incisional ( lesão maligna ) Tratamento: cirúrgico. Tatuagens por amálgama Local: Aparece mais na gengiva, mucosa jugal, bordo lateral de língua, dorso lingual pois são locais próximos da restauração. Mancha acinzentada ou azulada normalmente entre dois dentes. Conduta: biópsia excisional Tratamento: raio x periapical e orientar o paciente. Diagnóstico diferencial: nevo azul. Lesões vasculares ( hemangioma e varizes) Faz a diascopia para saber se é vascular ou melanocítica. A maioria não deve ser manipulada. Mal delimitado não é bom sinal. Sarcoma de Kaposi Mais em adultos, homens 90%. Local: Mais comum no palato, língua e gengiva. Associado ao Herpesvirus humano 8 PALATO e GENGIVA – Diagnóstico diferencial com o nevo. É vermelho ou arroxeado. Mancha, placa e nodular. Conduta: bióspia incisional Tratamento: excisão cirúrgica Lesões exofíticas Hiperplasia fibrosa ou fibroma traumático Causas: mordidas, falhas entre os dentes. Lesão pediculada ou séssil, podem ser ulceradas. Local: mucosa jugal na linha de mordida. TTO: Pedir para o paciente ficar 1 semana sem usar a prótese, para lesão diminuir. Hiperplasia fibrosa focal Causas traumáticas: sucção, irritação, mordedura Comum na mucosa jugal, linha de mordida, mucosa do lábio inferior, borda lateral da língua e ápice lingual. Aspecto: lesão nodular séssil ou pediculada, superfície lisa e coloração da mucosa, ulceração habitual. Conduta: biópsia excisional e orientação. Hiperplasia fibrosa provocada por prótese Trauma por prótese mal adaptada. Èpulis fissurado – projeções / pregas fibrosas lineares eritematosas; assintomáticas em fundo de vestíbulo ou rebordo alveolar. Outras áreas: palato duro posterior; tuberosidade. Tem forma de folha. Conduta: biópsia excisional. Cuidados cirúrgicos: SEPARAR O QUE É REBORDO E O QUE É HIPERPLASIA. TTO: confecção de uma nova prótese. Hiperplasia gengival Causas inflamatórias locais: placas, tártaros, traumas, medicamentos. Assintomático. TTO: anticonvulsivantes, imunossupressores, anti-hipertensivos. Granuloma piogênico Trauma ou irritação crônica Massa ulcerada, avermelhada com componente vascular intenso e sangrante, pediculada ou séssil. Local: gengiva ântero-posterior, bordo lateral e dorso da língua, lábios e mucosa jugal. Podem apresentar crescimento rápido e alarmar que sejam lesões malignas. Mais comum em crianças; com recidiva em mulheres grávidas Conduta: biópsia incisional TTO: excisão cirúrgica conservadora. Lesão periférica de células gigantes Em qualquer idade, mais prevalece na 5a. E 6a. Décadas da vida. Local: na gengiva ou rebordo alveolar edêntulo. Vai crescendo na direção do osso e reabsorvendo-o. Massa nodular vermelha ou arroxeada. A aparência clínica com o granuloma piogênico, embora o granuloma de céls gigantes seja muito mais azul púrpuro que o piogênico que é vermelho-vivo. TTO: excisão cirúrgica e os dentes adjacentes devem ser raspados para reduzir a irritação e a recidiva. Fibroma calcificante periférico Em adolescentes e adultos jovens. Entre os 10 e 19 anos. Mais comum em gengiva, na papila interdental. Local: Coloração mais pálida, pediculada e pode afastar dentes. Os dentes não são afetados. Área radiopaca na radiografia. TTO: excisão cirúrgica e encaminhamento para histopatológico Papiloma escamoso Local:língua , lábios e palato mole, mas pode aparecer em qualquer área da cavidade oral. Mais comum nas massas de tecido mole que surgem na língua e palato mole. Associado ao HPV tipo 6 e 11. Aspecto de couve-flor ( nódulo exofítico mole )e projeções de pápulas (dedo de luva). Tratamento: remoção cirúrgica. Verruga vulgar Região labial ou perilabial ( não é comum dentro da boca) Lesão cutânea que passa para a boca por auto-inoculação. Tratamento: remoção ou aguarda desaparecer. • Condiloma acuminado Gênito-urinária. Passa para a boca por contato oro-genital. Ocorrem múltiplas lesões ao mesmo tempo, mais no freio lingual. Tratamento: remoção ou cauterização. • Hiperplasia epitelial focal Múltiplas projeções recobertas por mucosa lisa. Local: lábio, mucosa jugal e língua. Não tem tratamento porque não tem como remover todas. Infecções e suas manifestações bucais BACTERIANAS Sífilis - anda muito junto com o HIV! Treponema pallidum Diagnóstico: esfregaço É uma DST, contato sexual ou ocupacional. - Adquirida (habitual) 1° Estágio - Cancro duro Aspecto ulcerado, lesão isolada, elevação na superfície, muito infectante. Onde aparece é o local de inoculação ( mais região genital ou Peri-anal) 2° Estágio Placas esbranquiçadas, generalizadas e acompanhadas na mucosa. Disseminação sistêmica, mucosa e pele. Lesões aparecem e somem. Diagnóstico: biópsia, mas não dá certeza. Conduta: Exame sorológico ( FTA-ATS – 1 vez inoculado ou VDRL ( exame de rastreamento – triagem ) - nova inoculação ). 3° Estágio Acomete mais língua, palato e gengiva podendo levar à necrose. Tratamento: dose única de penicilina. - Congênita Não hereditária, ocorreu na gestação. Tríade de Hutchinson – molares em amora, incisivos em chanfradura na incisal; cegueira e surdez. Tuberculose Mycobacterium tuberculosis Contato com a pessoa contaminada por gotículas. Acomete trato aéreo- pulmão; gengiva, sulco mucobucal, na secundária: língua, palato e lábios. * Pessoas que já tiveram ou entrariam em contato podem ter uma cicatriz calcificada. A ganglionar é a mais comum. Aumento de volume vermelho ou recoberto pela pele normal. 40 anos para baixo, menores de 18 anos. Tuberculose dentro da boca geralmente é secundária do pulmão. * Úlcera na boca por 15 dias é bom para biópsia. Diagnóstico: prova de escarro, cultura. Radiografia de tórax, PPD e com lesão na boca – biópsia. Tratamento: isoniazida com rifampina por 9 meses. VIRAIS Vírus herpes Conduta: Faz sorologia (anticorpo contra vírus herpes 1 – IGM) para saber se é primária. O vírus fica latente no nervo e desenvolve nos períodos de menor defesa (stress, sol) • Gengivo estomatite herpética Local: Bolhas na gengiva com coceira, dor, febre, dor muscular. Infecção primária: Tratamento: terapia de suporte ( fazer higiene ), usar antiséptico ou antitérmico. Antiviral (acyclovir) só age quando tem vesículas! Herpes na boca – tipo I - saliva, beijo, contato direto, infância. Herpes genital – tipo II Zoster ou Catapora ( infecção primária) Local: Asa do nariz, região do mento, próximo à linha média por causa da inervação. Palato, gengiva. Na mucosa jugal, forma uma pseudomembrana. TTO: antiviral. Acyclovir. • Sarcoma de kaposi Conduta: Pergunta se tem manchas em algum lugar do corpo.Múltiplas máculas e placas roxo-azuladas , mais presentes no palato. Causadopelo herpes virus humano 8 ( HSV8 ) associado à este vírus. E associado a pacientes portadores de HIV. Pode ser o clássico, endêmico ( nodular benigno, agressivo,florido e linfoadenopático) , iatrogênico associado à imunossupressão e relacionado à Aids. Tratamento: excisão cirúrgica e quimioterapia sistêmica. FUNGOS Candidose Pseudomembranosa Hiperplásica Conduta: faz biópsia (lembra leucoplasia) BRANCAS Eritematosa – palato duro e dorso da língua Queilite angular – ângulo da boca. Tratamento: variado. Exames clínicos ou citopatologia. Paracoccidioidomicose ( Blastomicose sul-americana) Mais em pessoas da zona rural. Agente: Paracoccos Primária no pulmão, pode produzir linfodenomegalia. Ùlceras com bordas elevadas com projeções moriformes. Múltiplos brotamentos. “ Orelha de Mickey ”. Local:mucosa alveolar, palato e gengiva Conduta: Biópsia incisional Tratamento: anti-fúngico e pneumologista. Pedir raio-x de pulmão. AV2 Técnicas de biópsia - Exame citopatológico Citololgia esfoliativa Biópsia aspirativa por agulha fina ( BAAF ) Biópsia incional e excisional. Biópsia incisional Indicações: Suspeita de malignidade Lesão cujo diagnóstico definitivo pode levar a tratamento não cirúrgico. Princípios: Formato em cunha, tira em profundidade se não o material fica muito superficial * Quando faz biópsia em intra-óssea faz punção para diferenciar o conteúdo. Evita-se áreas de necrose Tecido normal e tecido anormal. Biópsia excisional Indicações: Lesões pequenas Remoção total de uma lesão Sem sinal de malignidade Princípios: Remoção total de uma lesão Formato de cunha ou elipse Margem do tecido de cerca de 2mm * Nas lesões pediculadas, retira-se o pedículo. * Mucocele, excisional. Faz biópsia nos mais velhos porque pode ser tumor cístico de glândula salivar. * Não injetar anestésico na lesão. Complicações: Hemorragia, infecção e reparo demorado. Cuidados com o paciente: Prescrever escovação leve, bochecho com Periogard. Não fumar, não beber com canudo, não realizar atividades físicas. Analgésico para SOS. Material a formol 10% com pote de boca larga 10 vezes o volume da lesão. Intra-óssea, manda para radiografia. BAAF ou PAAF: Lesões profundas e de difícil acesso. Remoção de fragmentos de tecido com agulha de calibre fino. Citologia esfoliativa Pacientes sem condições clínicas de fazerem biópsia Pacientes já tratados de câncer bucal Controle de lesões pré-malignas Princípios: Coleta por esfregaço. Manifestações bucais de doenças sistêmicas Diabetes Doença crônica degenerativa. Problema – alteração na absorção da glicose e na relação de reparo tecidual. Sintomas: xerostomia ( porque tem poliúria e polidpsia), doença periodontal ( quando a doença não responde e tem outros sinais), atrofia de papilas linguais e sialodenose ( aumento das glândulas salivares). A microvascularização pode causar gangrena. Deficiências vitamínicas: Hipovitaminoses: Vitamina A Cegueira noturna, xerostomia, redução das glândulas salivares. Vitamina B2 (Riboflavina) e B3 (niacina) Glossite, mais aftas, queilite angular, candidose secundária, edema/eritema da mucosa oral. Vitamina B6 ( Piridoxina) Glossite, queilite angular. * A hipovitaminose B pode andar junto com a anemia. Vitamina C (ácido ascórbico) Faz a síntese do colágeno – escorbuto, petéquias, equimoses, cicatrização inadequada, aumento do volume gengival, sangramento e ulceração. Vitamina D Relacionado à absorção de cálcio, é ativado na pele, exposição do sol é fundamental. Raquitismo na infância e osteomalácia na fase adulta. Vitamina K Problema na coagulação, aumento do sangramento gengival. Anemias Deficiência de ferro ( hemoglobina) Vitamina B12- relacionada a anemia perniciosa. Sintomas: fadiga, cansaço, palpitações, falta de energia, queilite angular, glossite, atrofia e palidez da mucosa labial, sensibilidade e queimação ( candidose), eritropenia ( diminuição das hemácias), hemácias hipocrônicas e microcíticas ( são menores). Hipotireodismo Tireóide – atua na regulação do metabolismo. Infância ( cretinismo) e adulto ( mixedema). Adultos relacionado a auto-imunidade, não é freqüente na forma congênita. Paciente mais obeso, cansado, lento, pele seca, retardo no crescimento, edema. Lábios espessados, macroglossia, retardo na erupção dentária. Hipertireodismo 85% associado a doença de graves ou a um tumor maligno. Pele fria, seca, paciente magro, sudorese, exoftalmia, taquicardia. Problemas na anestesia, não tem manifestação oral. Hiperparatireodismo Regula os níveis de cálcio, estimula a reabsorção óssea. Causa dano ao tecido ósseo. Insuficiência renal crônica ou aguda porque o cálcio aumenta e o rim trabalha mais. Conduta:Faz a cintilografia para observar as glândulas. Raio – x: Perda da lâmina dura do osso alveolar e do trabeculado ósseo normal ( vidro fosco). Se tem lesão na mandíbula tem em outros ossos. Tratamento: descobrir a causa ( primeiro remove o tumor, depois trata a doença de base.) Na lâmina é parecido com o granuloma central de células gigantes. Amiloidose Deposição de um material parecido com o amido. Primária ao mieloma múltiplo ( pálpebras, pescoço, boca – macroglossia). Secundária a osteomielite, tuberculose, sarcoidose, rins, fígado, baço. Conduta: remove e manda para o laboratório. Mieloma múltiplo Presença de múltiplas áreas mal definidas radiograficamente. Pode levar a óbito, uma das mais comuns malignamentes. Mais comum em homens idosos: dor óssea, fraturas, anemia, petéquias, Local: Região posterior de mandíbula (corpo e ramo). Bifufanatos Inibem os osteoclastos que levam à reabsorção óssea. Diminuem velocidade da progressão das metástases. Usadas em osteoporoses ( Zometa, fozmax). O osso necrosa e o novo se deposita em cima. Só acontece na maxila e mandíbula porque são os que mais se remodelam. Patologias das glândulas salivares Anterior do palato não tem glândulas. Alterações no fluxo: - Redução/ aumento - Xerostomia e sialorréia - Causas: Medicamentos, alterações mecânicas, radioterapia de cabeça e pescoço, stress, idade. Mucocele Em qualquer lugar da boca ( mais em lábio inferior, mucosa jugal e ventre de língua) . Tumefação translúcida azulada. Tratamento: remoção cirúrgica e remoção da causa. Retira a glândula Conduta: Faz punção em caso de dúvida. Rânula Comum no assoalho de boca lateral. Tumefação azulada. Tratamento: Melhor:remoção da glândula sublingual para prevenir recidiva. Ou marsupialização (abre ela para que feche) ou micromarsupialização ( não retira a tampa dela, só sutura para fazer abertura). MARSUPIALIZAÇÃO: remoção do teto da lesão intra-oral, permitindo assim que o ducto da glândula sublingual restabeleça a comunicação com a cavidade oral. Rânula mergulhante ou cervical Saliva extravasada abaixo do plano muscular. Tem macrófagos fagocitando a saliva extravasada. Sialoadenites ( XEROSTOMIA ) Mais comum na parótida, tem dor. Tem participação microbiana, chega ao ducto por causa da xerostomia, trauma ou via sanguínea. As que tem cálculo são mais submandibulares. Tratamento: depende da causa, pede radiografia ortogonal em caso de dúvida na panorâmica. Sialodenose/ sialose (HIPERSALIVAÇÃO) Não tem dor, aumento das glândulas Diabetes, alcoolismo ajudam no aumento macio. Desregulação da inervação, aumento da produção salivar. Tratamento: tratar a doença de base porque pode ser uma descompensação da doença. Síndrome de Sjögren Doença auto-imune, pode se associar a sintomas de outras doenças (artrite reumática) Pacientes com risco de linfoma ( câncer) Sintomas: xeroftalmia e xerostomia, ressecamento das mucosas, despapilação da língua, candidose, aumento de volume das glândulas menores. Tratamento: biópsia das glândulas salivares na região inferior.TUMORES DAS GLÂNDULAS SALIVARES Adenoma pleomórfico Benigno mais comum, pacientes jovens. Parótida > submandibular> palato Não tem dor, tratamento cirúrgico Tumor com mobilidade Locais: palato duro e bochecha Conduta: PAAF para ter diagnóstico, os intra-orais são incisionais. Carcinoma adenóide cístico Crescimento lento, pode invadir o nervo. Sintomático. Mais comum em adultos. Submandibular = parótida( glândulas maiores), palato. Era chamado de cilindroma. Tratamento: excisão cirúrgica ou radioterapia. Carcinoma mucoepidermóide Mais em palato duro ou mole, região bilateral. Assintomático. Mais comum em glândula parótida, mas pode desenvolver-se em glândulas menores. No palato duro, deve ter radiografia para saber se é algo intra-ósseo, chance de metástase menor, procedimentos cirúrgicos por intenção, podem ficar comunicações buço-nasais. Mais comum em crianças. Tratamento: para tumores de baixo grau ou menores, remoção de margem de segurança de tecido adjacente normal. Alto graus, ressecção.Se tiver destruição de osso adjacente tem que fazer a excisão do osso. Avançados: remoção total da glândula parótida com sacrifício do nervo facial. Os de submandibular tb requerem remoção total da glândula. Lesões ulcerativas e vesiculobolhosas São vesiculobolhosas só no estágio inicial, depois se tornam ulcerativas. Úlcera por trauma Causada por trauma. Tratamento: remoção da causa e acompanhamento do paciente. Relação de causa e efeito, é fechada na anamnese, mas se comprova com a evolução do quadro. Aftas Lesões ulceradas que não tem relação de causa local e efeito. Causa: alteração imunológica no epitélio da boca que causa rompimento da integridade da mucosa bucal. Pode estar relacionado: anemia, hipovitaminose B, alergia Tratamento: mudanças de hábito na vida de pacientes estressados. Se tiver hipovitaminose B – complexo B * Aftas menores – 3,5mm de diâmetro, sem cicatriz * Aftas maiores – 1cm, pode ter cicatriz TTO:Uso de corticosteróides tópicos até 14 dias. Oncilon + melhora da higiene oral + clorexidina tópica (Periogard) Nas maiores, pode receitar Clobetazol 3/4 vezes ao dia, aplica na lesão ou dexametasona como solução injetável. Herpes primária de gengivoestomatiteprimária Mais comum em crianças (5, 6 anos) Acomete gengiva (edema, áreas de erosão e presença de úlceras) Envolvimento sistêmico Tratamento: melhora da higiene oral;Antivirais eficazes até o terceiro dia, em imunocomprometidos pode usar em qualquer fase porque pode ter um quadro pior de infecção. Paciente deve se manter hidratado, alimentado e a lesão resolve sozinha em 7/10 dias. * Evitar contato com outras crianças. Herpes recorrente Mais comum na região labial ou perilabial Sintomas: ardência, coceira, 7/10 dias. Tratamento: pode usar acyclovir tópico porque o paciente sabe que vai ter. Causas: estresse, exposição a radiação UV. * Contagiosa da bolha até a crosta * Não pode ser submetido a tratamento devido a auto-inoculação. Pênfigo Pacientes entre 40 e 60 anos. Local: Mucosa bucal, palato, mucosa labial, ventre lingual e gengiva. Adultos, com dor, múltiplas erosões e ulcerações superficiais irregulares distribuídas ao acaso; com descamação. Tem toda separação do epitélio, expondo conjuntivo. Tratamento: corticóide sistêmico e medicação imunossupressora. Pênfigóide Auto-imunes, pacientes mais velhos ( 60 a 80 anos ) Pode ter lesões cutâneas, muito dolorosas. Local: Gengiva livre e inserida com coloração vermelho intenso, está com erosão. São precedidas por prurido e bolhas. Conduta: biópsia incisional. Sinal de Nicolsti – induz a descamação da mucosa, pressionando com os dedos, com espátula de madeira. Tratamento: corticosteróide tópico, sistêmico e medicação imunossupressora . Lesões intra-ósseas Cisto periapical - tem que ter necrose pulpar. Origem inflamatória com polpa necrosada. Radiolúcida, unilocular, no periápice do dente com necrose (teste de vitalidade). Conduta: Teste de vitalidade pulpar. Tratamento: avaliação da endodontia para remoção da causa (retratamento ou exodontia) e depois enucleação cirúrgica. Se for exodontia, faz curetagem periapical. Cisto residual Cisto periapical sem o dente que deu origem a ele. Imagem radiolúcida, em um local onde tinha dente. Tratamento: enucleação cirúrgica Conduta: Biópsia prévia se a lesão for muito grande Cisto folicular ou dentígero É necessário ter dente incluso, mais comum em pacientes jovens. Imagem radiolúcida, comum em ramo mandibular, unilocular associada a coroa de um dente incluso. Tratamento: remoção do dente se ele não tiver como erupcionar. Se puder, só remove a lesão e traciona ortodonticamnte. Queratocisto odontogênico Imagem radiolúcida, uni ou multilocular associada ou não a coroa de um dente incluso. Entre 2 dentes. Mais comum na região posterior da mandíbula e ramo ascendente da mandíbula. Tratamento: enucleação quando confirmado histologicamente e pode fazer marsupialização e depois enucleação. Síndrome de Gorling-Goltz – paciente tem múltiplos queratocistos. Pede radiografia de tórax para ver se tem costela bífida e lesão cutânea. Ameloblastoma Imagem radiolúcida, uni ou multilocular, mais comum em região posterior de mandíbula, na 4° e 5° década de vida (adultos). Tem recidiva. Tem comportamento agressivo mas é um tumor benigno. Aspecto de favo de mel. Tratamento: PAAF para verificar o conteúdo da lesão, biópsia incisional e depois ressecção cirúrgica com margem de segurança. No unicístico faz enucleação. • Odontoma Pacientes da 1a. E 2. décadas de vida. Composto: formado por vários microdentes Complexo: saco fibroso com centenas de microdentes ( parece uma massa amorfa de tecido calcificado ). Imagem radiopaca; mais frequentes na maxila que na mandíbula. Composto: mais em região anterior de maxila Complexo: região de molares em ambos os maxilares. Conduta: Raio – x periapical TTO: remoção cirúrgica. • Displasias cemento-ósseas: Imagem radiolúcida ou radiopaca ou mista. Periapical associada à periápice dental. Focal associada à um local. Florida quando acomete 2 ou mais quadrantes. TTO: Orientar o paciente. * Não confundir com lesão inflamatória , pois esta tem calcificação. Questões 1. Monte um caso clínico de um paciente com diagnóstico de pênfigo vulgar. R: Paciente J. F. A., 45 anos, compareceu à clínica da Unesa, com múltiplas lesões com erosão e ulceradas, irregulares, apresentando ainda descamação na mucosa labial e dor. 2. Diferencie um quadro clínico de estomatite aftosa recorrente de um quadro de herpes recorrente intra-oral. 3. Paciente masculino, 52 anos de idade, tabagista de longa data, apresentando uma lesão leucoeritroplásica com cerca de 3,0 cm, de contorno irregular e bordas mal definidas, localizada na borda lateral de língua do lado direito. Explique em detalhes qual o tipo mais indicado de biópsia, que área você selecionaria e se seria indicada a realização de mais de uma biópsia. R: Biópsia incisional, remoção de uma parte da lesão; selecionaria a borda da lesão; BAAF. 4. Comente sobre as diferenças radiográficas existentes entre um cisto periapical inflamatório e um queratocisto odontogênico (tumor odontogênico queratocístico). R: Periapical se apresenta como imagem radiolúcida, unilocular, no periápice de um dente necrosado. 5. Paciente apresentando uma lesão ulcerada com bordas elevadas e centro necrótico localizada no assoalho de boca, com cerca de 4,0 cm em seu maior diâmetro. Por que a biópsia com finalidade diagnóstica neste caso deve ser realizada nas bordas da lesão e não no centro? R: Deve ser realizada nas bordas da lesão e não no centro, pois no centro da lesão o tecido está necrosado. Separa-se tecido normal de tecido anormal.
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