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2013-UFMGJovem-GLOBALIZAÇÃO-PROEF2-CPTextoCompleto

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Prévia do material em texto

PROJETO DE ENSINO SOBRE GLOBALIZAÇÃO 
NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS 
 
Juliana Batista Faria 
Professora do Centro Pedagógico – UFMG 
 
Agatha Sondertoft Braga Edersen 
Estudante do Bacharelado em Ciências Biológicas – UFMG 
 
Allyson Mendes Rosa 
Estudante da Licenciatura em Letras – UFMG 
 
Angélica Cristina Ribeiro 
Estudante do Bacharelado em Geografia – UFMG 
 
Cíntia Mary de Oliveira 
Estudante da Licenciatura em História – UFMG 
 
Fernanda Joyce de Almeida França 
Estudante da Licenciatura em Matemática – UFMG 
 
Flora Dilza Ngunga 
Estudante da Licenciatura em Letras – UFMG 
 
Maria Raquel Dias Sales Ferreira 
Estudante da Licenciatura em Letras – UFMG 
 
 Paulo Henrique de Souza Araújo 
Estudante da Licenciatura em Matemática – UFMG 
 
Poliana Jardim Rodrigues 
Estudante da Licenciatura em História – UFMG 
 
Rachel Rodrigues Lima 
Estudante da Licenciatura em Biologia – UFMG 
 
Raquel Augusta Melilo 
Estudante da Licenciatura em Geografia – UFMG 
 
Rogério Santos Porto 
Estudante da Licenciatura em Educação Física – UFMG 
 
 
 
 
2 
 
1. Introdução 
Este texto objetiva relatar a experiência pedagógica de estudo do tema 
“Globalização” por meio de um projeto de ensino envolvendo professores de 
várias disciplinas. Os estudantes envolvidos são os educandos das turmas de 
continuidade do Projeto de Ensino Fundamental de Educação de Jovens e 
Adultos – 2º segmento (PROEF-2). Tal projeto, que envolve atividades de ensino, 
pesquisa e extensão, funciona no turno noturno do Centro Pedagógico da UFMG. 
O projeto integra o Programa de Educação Básica de Jovens e Adultos da mesma 
universidade. As turmas de continuidade são aquelas que frequentam o 2º ano do 
2º segmento do Ensino Fundamental, o qual tem a duração de 3 (três) anos. 
O projeto de ensino sobre Globalização está sendo planejado e 
desenvolvido por 13 monitores da graduação de diferentes áreas da licenciatura 
da UFMG que atuam como professores no PROEF-2, sendo orientados pela 
professora do Centro Pedagógico que coordena a equipe de continuidade. 
O projeto iniciou-se em abril de 2013 e prevê-se sua conclusão para 
outubro do mesmo ano. Seu desenvolvimento tem possibilitado a problematização 
do tema Globalização sob diferentes enfoques, a conscientização e o 
desenvolvimento da reflexão crítica sobre o capitalismo e o consumismo, e o 
conhecimento de caminhos alternativos já existentes que busquem a superação 
das desigualdades e injustiças sociais desencadeadas ou aprofundadas pelo 
processo de Globalização. 
2. Justificativa 
Na organização curricular do PROEF-2, está previsto que cada ano do 
curso do 2º segmento do Ensino Fundamental desenvolva projetos de ensino 
relacionados a determinadas temáticas: as turmas iniciantes trabalham com o 
tema “Identidade”, as de continuidade trabalham com o tema “Sociedade e 
Consumo” e as turmas concluintes trabalham com o tema “Vidas Urbanas”. 
Para a abordagem do tema “Sociedade e Consumo”, há um grande leque 
de possibilidades, entre elas o estudo dos impactos da Globalização para as 
sociedades atuais. As várias áreas do conhecimento do currículo da Educação de 
Jovens e Adultos (EJA) podem atuar como instrumentos para compreensão dessa 
 
3 
 
realidade, a partir de seus modos próprios de representar o mundo e das relações 
que podem ser estabelecidas com a realidade vivida pelos educandos. 
É fundamental que os professores da EJA busquem entender a realidade 
do mundo atual juntamente com seus estudantes e também que os 
incentivem a se tornarem cidadãos ativos nas suas comunidades. Nesse 
processo, é importantíssimo buscar o resgate dos valores humanísticos, 
principalmente entre aquelas pessoas que vivem nos grandes centros 
urbanos do Brasil e do mundo, regiões em que o consumismo, o 
imediatismo e o “presentismo” têm marcado as relações sociais. (PIRES 
et al, s.d, p. 305) 
Nosso principal referencial teórico para realização deste projeto é o livro de 
Milton Santos (2001), autor que defende a ideia de que é preciso uma nova 
interpretação do mundo, em que seja possível uma Globalização mais justa, na 
qual todas as pessoas, independente da origem étnica ou nacional, tenham 
acesso a bens de consumo básicos e condições de vida dignas. 
Para analisar o fenômeno da Globalização, o autor considera a existência 
de pelo menos três mundos em um só. O primeiro seria o mundo tal como nos 
fazem vê-lo: a Globalização como fábula; o segundo seria o mundo tal como ele 
é: a Globalização como perversidade; e o terceiro, o mundo como ele pode ser: 
uma outra Globalização. 
O mundo globalizado visto como fábula é aquele que se apresenta como 
verdade, o “mundo tal como nos fazem crer”: 
Fala-se, por exemplo, em aldeia global para fazer crer que a difusão 
instantânea de notícias realmente informa as pessoas. A partir desse 
mito e do encurtamento das distâncias — para aqueles que realmente 
podem viajar — também se difunde a noção de tempo e espaço 
contraídos. É como se o mundo se houvesse tornado, para todos, ao 
alcance da mão. Um mercado avassalador dito global é apresentado 
como capaz de homogeneizar o planeta quando, na verdade, as 
diferenças locais são aprofundadas. Há uma busca de uniformidade, ao 
serviço dos atores hegemônicos, mas o mundo se torna menos unido, 
tornando mais distante o sonho de uma cidadania verdadeiramente 
universal. Enquanto isso, o culto ao consumo é estimulado. (SANTOS, 
2001, p. 18-19) 
O mundo globalizado visto como perversidade é o “mundo como é”, com 
suas mazelas resultadas direta ou indiretamente pelos comportamentos 
competitivos que caracterizam as ações dos grupos hegemônicos. 
De fato, para a grande maior parte da humanidade a Globalização está 
se impondo como uma fábrica de perversidades. O desemprego 
crescente torna-se crônico. A pobreza aumenta e as classes médias 
 
4 
 
perdem em qualidade de vida. O salário médio tende a baixar. A fome e 
o desabrigo se generalizam em todos os continentes. Novas 
enfermidades como a SIDA se instalam e velhas doenças, supostamente 
extirpadas, fazem seu retorno triunfal. A mortalidade infantil permanece, 
a despeito dos progressos médicos e da informação. A educação de 
qualidade é cada vez mais inacessível. Alastram-se e aprofundam-se 
males espirituais e morais, como os egoísmos, os cinismos, a corrupção. 
(SANTOS, 2001, p. 19-20) 
 O mundo globalizado visto como uma outra Globalização é pensado a 
partir das possibilidades da construção de um outro mundo, em que as mesmas 
bases materiais que fundamentam a atual Globalização (a tecnologia e o 
conhecimento do planeta, por exemplo) sirvam a outros objetivos, se forem 
colocadas a serviço de novos fundamentos políticos e sociais. Para o autor, um 
indicativo da possibilidade de mudanças é a grande mistura, que acontece em 
todos os continentes, de povos, raças, culturas e gostos. Devido a essa 
diversificação, as massas ganham uma nova qualidade, uma autêntica 
sociodiversidade. 
Trata-se da existência de uma verdadeira sociodiversidade, 
historicamente muito mais significativa que a própria biodiversidade. 
Junte-se a esses fatos a emergência de uma cultura popular que se 
serve dos meios técnicos antes exclusivos da cultura de massas, 
permitindo-lhe exercer sobre esta última uma verdadeira revanche ou 
vingança. (SANTOS, 2001, p. 21) 
Foi a partir desses três modos de ver a Globalização que iniciamos o 
planejamento do projeto de ensino aqui descrito, buscando desencadear 
atividades pedagógicas que visem conscientização e reflexão crítica sobre o 
tema. Temos procurado planejar, executar e avaliar tais atividades coletivamente, 
fomentando simultaneamente a aprendizagem dos educandos e a formação dos 
educadores envolvidos. 
Desse modo, o caráter coletivo da organização escolar permite maior 
segurança ao educador da EJA que, em sua ação formadora, toma para 
si a responsabilidade de adiantar-se ao tempo vivido pelo educando, 
criandoespaços interativos, propondo atividades que lhe propiciem o 
pensar e a compreensão de si mesmo, do outro e do mundo. 
(CURITIBA, 2006, p. 36) 
3. Objetivo geral 
O objetivo geral do projeto é problematizar o tema Globalização, de modo a 
promover a conscientização e a reflexão crítica dos efeitos desse fenômeno sobre 
 
5 
 
as condições socioeconômicas, políticas, ambientais e culturais de nosso planeta 
e possibilitar o conhecimento de alternativas já existentes que busquem promover 
a dignidade do trabalho humano, a solidariedade, a sustentabilidade e a 
superação das desigualdades e injustiças sociais desencadeadas ou 
aprofundadas pelo processo de Globalização. 
Esperamos que o desenvolvimento deste projeto possa alimentar o desejo 
das pessoas envolvidas em promover mudanças na realidade que as cerca; que 
nossos educandos jovens e adultos e nós mesmos relacionemos o estudo 
realizado com nossas vidas, tornando-nos mais capazes de avaliar nossas 
condições de vida, trabalho e participação na vida social e de realizar escolhas 
conscientes, atuando como cidadãos comprometidos com um mundo mais ético e 
solidário. 
4. Metodologia 
O desenvolvimento do projeto Globalização ocorre em duas esferas: a da 
formação docente e a da formação discente. 
A primeira esfera refere-se aos estudos e discussões que os monitores da 
graduação realizam coletivamente sob a orientação da professora do Centro 
Pedagógico que coordena a equipe de continuidade, ou seja, a equipe dos treze 
monitores1 que atuam como professores das três turmas que cursam o 2º ano do 
PROEF-2. O projeto de ensino Globalização tem sido pauta de reuniões da 
equipe desde abril de 2013. A equipe se reúne semanalmente, às sextas-feiras, 
no horário de 17 às 19 horas. Nesses encontros são planejadas, organizadas e 
relatadas todas as ações e projetos coletivos, além de se discutirem questões 
mais gerais da EJA (currículo, avaliação, aprendizagem, etc.) e situações 
específicas dos educandos jovens e adultos que são alunos desses monitores. 
Vários estagiários de diferentes disciplinas também acompanham essas reuniões 
como atividade de formação docente. 
 
1 A equipe é composta por estudantes das diferentes licenciaturas da UFMG (Biologia, Educação 
Física, História, Letras, Matemática e Teatro). Duas estudantes de Geografia já são licenciadas e 
atualmente cursam o Bacharelado. Uma estudante de Ciências Biológicas cursa o Bacharelado, 
tendo optado por cursar a Licenciatura posteriormente. A professora que coordena a equipe 
leciona Matemática para crianças do 2º ciclo do período diurno do Centro Pedagógico. 
 
6 
 
A segunda esfera refere-se ao desenvolvimento do projeto diretamente 
com os estudantes jovens e adultos. São três turmas que totalizam cerca de 50 
estudantes frequentes. São esses educandos que protagonizam as situações de 
aprendizagem, sendo constantemente motivados a participar efetivamente das 
aulas, expondo suas ideias, experiências, questionamentos e sugestões, 
estabelecendo relações entre os conhecimentos da escola e a sua vida, e 
realizando as produções solicitadas pelos monitores. Os resultados dessas aulas 
são levados para a reunião da equipe, (re)alimentando nosso planejamento de 
ações para o desenvolvimento do projeto. 
O projeto iniciou-se em abril de 2013 e prevê-se sua conclusão para 
outubro do mesmo ano, quando os estudantes apresentarão os produtos finais 
em eventos organizados pelo Centro Pedagógico da UFMG. 
As aulas do projeto ocorrem nos horários de aulas específicas das 
diferentes disciplinas, por isso são planejadas de modo a serem cuidadosamente 
inseridas no cronograma das aulas, com a participação de todos os monitores 
envolvidos com as turmas. 
O QUADRO 1 apresenta um resumo das principais ações já desenvolvidas 
quando da escrita deste texto2. 
QUADRO 1 – Projeto Globalização – Atividades Desenvolvidas – 1º semestre 2013 
Data Contexto Atividade 
12/04/2013 Reunião de Equipe 
Levantamento de possibilidades de trabalho 
(tempestade de ideias) com o tema da equipe 
(Sociedade e Consumo): capitalismo, Globalização, 
trabalho, consumismo, economia solidária, etc. 
26/04/2013 Reunião de Equipe 
Estudo do tema “Economia Solidária” 
Definição do tema geral “Globalização” para o 
desenvolvimento do projeto 
03/05/2013 Reunião de Equipe 
Debate sobre o documentário “Mundo global visto do 
lado de cá”. 
Planejamento das primeiras atividades do projeto 
07/05/2013 
Aula com os monitores 
de todas as áreas 
Atividade em grupo: “Para você, o que é Globalização?”: 
Produção de cartazes a partir de imagens e palavras 
contidas em jornais e revistas, objetivando fazer um 
levantamento das ideias e conhecimentos prévios dos 
alunos. Para Casa: Leitura do texto adaptado da 
Introdução do livro do Milton Santos 
10/05/2013 Reunião de Equipe 
Análise dos cartazes produzidos pelos alunos para 
planejamento de aula expositiva dialogada, utilizando 
slides em PowerPoint, com o objetivo de explorar o 
texto lido e preparar os alunos para compreenderem o 
documentário. 
 
2 A versão final deste texto foi concluída em 28 de maio de 2013. 
 
7 
 
13/05/2013 
Aula com os monitores 
de Geografia 
Aula expositiva dialogada sobre Capitalismo e 
Globalização. Discussão das ideias do texto e retorno 
sobre os cartazes produzidos. 
14/05/2013 Aula com os monitores 
de Português 
Estudo das diferenças entre publicidade e propaganda. 
Análise da intencionalidade, cores, público alvo, etc. 
15/05/2013 
Aula com os monitores 
de Ciências, Geografia 
e Matemática. 
Encontro das três turmas e respectivos monitores para 
assistir ao documentário. Duração: 1h40min 
17/05/2013 Reunião de Equipe 
Relato dos monitores sobre as aulas anteriores do 
projeto e elaboração de uma proposta de avaliação da 
compreensão dos alunos (produção de texto) Sugestão 
do trabalho com a “Pegada Ecológica”. 
20/05/2013 
Aula com os monitores 
de Português e 
Geografia 
Produção individual de texto respondendo à seguinte 
questão: "Com esse filme, o que de diferente você 
aprendeu sobre a Globalização?". 
21/05/2013 
Aula com os monitores 
de Português 
Estudo do uso dos verbos no imperativo que são 
utilizados em propagandas para “induzir” os indivíduos à 
compra. 
24/05/2013 Reunião de Equipe 
Planejamento da continuidade do projeto e das 
produções que serão realizadas para apresentação na 
UFMG Jovem. Adiamos o trabalho com a Pegada 
Ecológica para o 2º semestre. 
 De acordo com a última reunião de equipe realizada até o momento, temos 
agendadas para o 1º semestre de 2012 as atividades listadas no QUADRO 2. 
QUADRO 2 – Projeto Globalização – Atividades Agendadas – 1º semestre 2013 
Data Contexto Atividade 
28/05/2013 
Aula com os monitores 
de Português 
Anúncios: trabalho com o gênero textual, visando 
análise crítica das propagandas, com enfoque na 
identificação das características do consumismo. 
08/06/2013 
Trabalho de Campo: 
todos os alunos e 
monitores 
Visita ao CEVAE – Centro de Vivência Agroecológica 
da Regional Noroeste. Encontro com o grupo Aroeira 
da UFMG (a confirmar). 
29/05/2013 
Aula com os monitores 
de Geografia 
Estudo do texto “Sociedade capitalista: consumir ou 
ser consumido?” (texto produzido pela equipe a partir 
de materiais relacionados à Economia Solidária). 
10/06/2013 
Aula com os monitores 
de Matemática 
Trabalho com material sobre Economia Solidária 
(história em quadrinhos). 
18/06/2013 
Aula com todos os 
monitores da equipe 
Produção dos Anúncios para uma “nova 
Globalização” e de Cartilhas para Conscientização 
dos visitantes da Feira 
20/06/2013 
Aula com todos os 
monitores da equipe 
Produção do grande “globo” com mosaico de ideias 
estudadas sobre Globalização: fábula, perversidade 
e uma outra Globalização. 
04/07/2013 
05/07/2013 
Apresentação dos 
produtos parciais do 
Projeto 
Apresentaçãona XIV UFMG Jovem 
06/07/2013 
Trabalho de Campo: 
todos os alunos e 
monitores 
Visita à 8ª Agriminas – Feira de Agricultura Familiar 
de Minas gerais 
 
8 
 
 As produções realizadas pelos alunos ao longo do trabalho do 1º semestre 
serão utilizadas na montagem do estande da XIV UFMG Jovem e serão tomadas 
como referência para a apresentação dos estudantes. 
O planejamento das atividades do 2º semestre será realizado na última 
reunião de equipe deste semestre (em julho). Certamente elas envolverão a 
realização de uma pesquisa de opinião que aborde um dos enfoques adotados 
pelo projeto Globalização. Tal pesquisa será feita conforme a metodologia 
NEPSO (Nossa Escola Pesquisa Sua Opinião), que é utilizada por todas as 
turmas de continuidade que passam pelo PROEF-2, para aprofundar o estudo de 
alguma temática escolhida pelos alunos3. No caso específico do Projeto 
Globalização, a temática será escolhida a partir dos aspectos abordados no 
estudo do tema. 
5. Resultados obtidos 
Na fase em que se encontra o desenvolvimento do projeto ainda não é 
possível apresentar os resultados das produções dos estudantes. Entretanto, 
apresenta-se aqui relato de como algumas das atividades já realizadas se 
desenvolveram e de como pretendemos dar continuidade ao projeto, buscando 
enfatizar nossas intenções pedagógicas e percepções sobre as aprendizagens 
dos estudantes da EJA no processo. 
Quando foi realizada a atividade em grupo: “Para você, o que é 
Globalização?”, os educandos produziram cartazes a partir de imagens e palavras 
contidas em jornais e revistas. Essa primeira atividade, pensada com o objetivo 
principal de introduzir o tema, nos possibilitou a elaboração de um planejamento 
mais rico e mais conectado aos saberes dos alunos. A produção dos cartazes se 
mostrou, no entanto, muito mais que “introdutória”, nos fornecendo rico material a 
partir do qual foi possível diagnosticar as percepções dos estudantes sobre a 
temática da Globalização. 
Antes de sairmos do “lugar comum” do tema, percebemos a necessidade 
de entender o que é este “lugar comum” para nossos educandos de EJA e 
motivar a visita a um lugar que não fosse banalizado. Em outras palavras, antes 
 
3 Aos professores interessados em utilizar essa metodologia em sala de aula recomenda-se a 
leitura do Manual do Professor (LIMA et al, 2010), disponível em http://www.nepso.net/. Último 
acesso em 28/05/2013. 
 
9 
 
de iniciar o estudo de uma temática tão complexa, era fundamental entender 
como os alunos construíram seu conhecimento a respeito da Globalização, se 
apropriando, ou não, de informações midiáticas. A análise dos cartazes nos 
permitiu arriscar conclusões sobre a percepção dos alunos, muito embora 
saibamos o quão complicado é tentar captar a opinião coletiva por meio de 
símbolos. Significar símbolos foi tarefa difícil, mas como estávamos sensíveis à 
construção dos conhecimentos dos educandos, nos dispusemos a tal análise. 
Na reunião de equipe em que analisamos os cartazes, identificamos que os 
alunos fizeram alusão a elementos como: informática, mapas, tecnologias, 
energia, aviação, espaço, política, consumo, dinheiro, executivos, imperialismo, 
destruição, democracia, doenças, mundo animal, ganância, máquinas de cartões, 
educação, alimentação, transportes, ecologia, etc. 
Ao analisarmos a recorrência desses elementos em cada um dos cartazes 
percebemos, de maneira geral, que muitos alunos associaram à Globalização à 
tecnologia e isso pode ser verificado na quantidade de imagens escolhidas que 
expressavam, de maneira direta ou indireta, algum aparato tecnológico. Outra 
associação constante, embora menos incisiva, foi a de Globalização com os 
recursos naturais. Alguns dos recortes de revista escolhidos por eles 
representavam elementos da natura, com ou sem menção à preservação e/ou 
destruição. Algumas figuras e frases faziam referência à pobreza e à dicotomia 
rico/pobre. De maneira geral, como já dito anteriormente, esta primeira atividade 
ultrapassou as expectativas criadas em torno dela e nos motivou a continuar o 
trabalho. 
Após a leitura individual do texto introdutório adaptado do livro “Por Uma 
Outra Globalização”, do pesquisador Milton Santos (2001), e do estudo da relação 
deste tema com o sistema capitalista de produção, exibimos o documentário “O 
Mundo Global Visto do Lado de Cá”, inspirado nas ideias do autor. Para avaliar a 
compreensão dos estudantes até então, solicitamos aos alunos que fizessem uma 
redação respondendo à seguinte pergunta: “Com esse filme, o que de diferente 
você aprendeu sobre Globalização?”. 
Ao ler as redações percebemos que alguns dos alunos tiveram dificuldade 
para compreender o discurso acadêmico de Milton Santos nos trechos da 
entrevista que eram exibidos pelo documentário. Porém, demonstraram que se 
 
10 
 
sensibilizaram com algumas cenas do vídeo nas quais são expressas as 
perversas consequências desse fenômeno de expansão capitalista na sociedade 
brasileira e mundial: desigualdade social, fome, violência, desemprego, dentre 
outras. Alguns alunos destacaram o lado positivo da Globalização, expresso 
sobretudo na força de camadas populares que reagem à situação de opressão. 
Não percebemos se houve ou não uma identificação dos discentes com tais 
camadas, mas os exemplos dados pelos alunos nos permitem inferir que muitos 
deles consideram importantes os movimentos populacionais que buscam 
libertação, seja ela econômica ou cultural. Apenas um aluno destacou o papel 
perverso da mídia, valendo-se do argumento de um exemplo presente no 
documentário. Como a perversidade da mídia é destacada no filme de maneira 
sutil, a percepção desse aluno sinalizou que, se convidados ao pensamento 
crítico, nossos educandos conseguirão perceber em situações corriqueiras a força 
do fenômeno globalizante que molda e transforma o mundo que o circunda. 
Porém, avaliamos que os educandos necessitam de mais leituras e 
discussões para melhor compreensão a respeito da dinâmica capitalista e sua 
relação direta com o fenômeno da Globalização. Deste modo, levaremos os 
estudantes a refletir e estabelecer relações com o seu cotidiano, produzindo 
conhecimento através de outras atividades já programadas. 
As aulas com os monitores da Geografia têm levado os alunos a se 
perceberem coletivamente participantes da reprodução do modo de produção 
capitalista que está em fase de expansão do capital (a Globalização). Deste 
modo, temos fomentado o desenvolvimento da reflexão crítica sobre o sistema 
capitalista. Assim, os educandos poderão perceber como este sistema explora os 
trabalhadores e exalta o consumo desnecessário, visando à arrecadação de lucro 
por uma minoria detentora dos meios de produção. Tal sistema alimenta 
contradições que geram fenômenos como a desigualdade social. 
Uma das ações já iniciadas nesse sentido é o trabalho com o 
desenvolvimento de habilidades de leitura, compreensão e produção de textos 
publicitários, objetivando que os alunos interpretem autonomamente tais anúncios 
nas suas entrelinhas. Para isso, a fim de despertar o senso crítico, o trabalho 
realizado dentro dos conteúdos de Análise do Discurso pelos professores da 
Língua Portuguesa visa que os educandos percebam o quão o consumo é 
 
11 
 
incentivado na sociedade em que vivem. Assim, acreditamos que as atividades 
utilizando imagens e textos verbais favorecerão melhor compreensão da 
realidade. 
Muitos indivíduos não têm consciência de que a Globalização - além de ser 
uma forma de interação entre os povos - apresenta um lado perverso que é a 
desigualdade social. As pessoas muitas vezes consomem, mas não se dão conta 
nem do porquê de estarem consumindo. Logo, o objetivo da equipe de 
professores será alertar os educandos sobre os efeitos da mídia em sua vida. 
Objetivamos promover uma postura crítica diante dosanúncios publicitários, lendo 
a propaganda além do que ela apresenta, percebendo sua real intenção. A leitura 
das entrelinhas dos anúncios publicitários pode conscientizar os estudantes da 
EJA da real importância que eles têm no meio social e de seu efetivo poder de 
consumo. 
Outra ação já planejada pela equipe é o trabalho com a Economia 
Solidária, também conhecida como Ecosol. A organização da Ecosol é pautada 
por princípios de solidariedade, igualdade e valorização do trabalho humano, 
focalizando vida digna e saudável para todos, preservação da natureza e uso 
consciente da tecnologia. Os empreendimentos organizados pela Ecosol 
(cooperativas, associações de trabalhadores, feiras de comercialização, redes de 
comércio solidário, etc.) estabelecem novas formas de relacionamento 
econômico, uma vez que não existe a ideia de lucro. O Portal do Ministério do 
Trabalho e Emprego explicita: 
(...) a economia solidária aponta para uma nova lógica de 
desenvolvimento sustentável com geração de trabalho e distribuição de 
renda, mediante um crescimento econômico com proteção dos 
ecossistemas. Seus resultados econômicos, políticos e culturais são 
compartilhados pelos participantes, sem distinção de gênero, idade e 
raça. Implica na reversão da lógica capitalista ao se opor à exploração 
do trabalho e dos recursos naturais, considerando o ser humano na sua 
integralidade como sujeito e finalidade da atividade econômica. (Trecho 
extraído de http://portal.mte.gov.br/ecosolidaria/o-que-e-economia-
solidaria.htm. Acesso em 28/05/2013) 
 
12 
 
Para o trabalho com essa temática, visitaremos o Centro de Vivência 
Agroecológica4 (CEVAE) da Regional Noroeste (Belo Horizonte) e buscaremos 
uma entrevista com o grupo Aroeira5 da UFMG. O objetivo é conhecer atividades 
de economia solidária, fotografar espaços dessa natureza e entrevistar pessoas 
envolvidas com projetos desenvolvidos sob essa ótica. Nossa intenção imediata é 
que os alunos compreendam os princípios da Economia Solidária e produzam 
anúncios de propaganda para uma outra Globalização. Em julho deste ano 
pretendemos visitar a 8ª Agriminas – Feira de Agricultura Familiar de Minas 
gerais. Nosso objetivo é propor, para o 2º semestre deste ano, a organização de 
uma feira de saberes que seja promovida pelos próprios educandos da EJA. 
6. Conclusão 
 O processo de formação do educando, principalmente se considerarmos o 
avanço de novas perspectivas educacionais, requer muito mais do que a 
abordagem disciplinar de conteúdos escolares. Formar, ao contrário do sentido 
que a própria palavra poderia induzir, é libertar a pessoa que está sendo educada 
para que ela consiga, de forma autônoma, aprender. Aprender ultrapassa a sala 
de aula, assim é imprescindível que o aluno saiba interpretar o mundo. 
E como interpretar o mundo contemporâneo sem levar em conta as 
transformações contemporâneas? A Globalização não é só uma intensificação da 
relação entre as diversas localidades do globo, é, sobretudo, a construção de um 
outro globo e, por conseguinte, das localidades, culturas, modos de ser e de viver. 
Se for possível o entendimento de que moldamos tais localidades, é possível não 
só aprender sobre Globalização, mas mudar os rumos que ela está tomando. 
Por fim, não se deve somente destacar a importância do tema 
Globalização, de seu estudo aprofundado para a formação acadêmica dos 
estudantes e de sua relevância para uma exposição em que há trocas de saberes 
 
4 O Centro de Vivência Agroecológica (CEVAE) é um programa criado pela Prefeitura de Belo 
Horizonte em 1995 como uma política de meio ambiente e segurança alimentar ao redor da ideia 
de um espaço de convivência de experiências diversas. Tem como foco principal temas 
ambientais ligados ao desenvolvimento de uma agricultura urbana. (Trecho adaptado de 
http://portalpbh.pbh.gov.br/pbh/ecp/comunidade.do?evento=portlet&pIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPo
rtal&app=fundacaoparque&tax=8264&lang=pt_BR&pg=5521&taxp=0. Acesso em 28/05/2013) 
5 Desde 2007 o Grupo Aroeira vem construindo novas práticas de pesquisa e extensão a partir da 
promoção de uma "ecologia dos saberes" das comunidades urbanas e do meio científico. (Trecho 
extraído de (Trecho extraído de http://grupoaroeira.blogspot.com.br/ . Acesso em 28/05/2013) 
 
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de alunos de diferentes escolas. É preciso reforçar a relevância que a exposição 
de trabalhos na UFMG Jovem tem para a construção das habilidades de 
expressar-se oralmente e trabalhar em equipe, e para enfatizar o papel 
desenvolvido pelos próprios educandos na produção de saberes e na aplicação 
dos conhecimentos adquiridos. 
7. Referências 
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Proposta 
Curricular para a educação de jovens e adultos: segundo segmento do ensino 
fundamental: 5ª a 8ª série: introdução. Brasília: Secretaria de Educação 
Fundamental, 2002. 
CURITIBA. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da 
Educação de Jovens e Adultos. Curitiba: SEED, 2006. 
LIMA, A. L. D´I. et al. Nossa escola pesquisa sua opinião: Manual do professor. 
3ª Ed. São Paulo: Global, 2010. Disponível em: http://www.nepso.net/publicacao. 
Último acesso em: 28/03/2013. 
PIRES, C. M. C., CONDEIXA, M. C., NÓBREGA, M.J. M. de, MELLO, P. E. D. de. 
Por uma proposta Curricular para o 2º segmento de EJA. Simpósio 20, p. 299-
305. Sem data. Disponível em http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/vol1e.pdf. Último 
acesso em: 26/05/2013. 
SANTOS, M. Por uma outra Globalização: do pensamento único à consciência 
universal. 6ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2001.

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