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Nome: 
	Docente: 
	Curso: Bacharelado em Direito
	Disciplina: Laboratório de Prática Jurídica II
	Valor:
	Período: Noturno
	Data: 22/09/2020
 PARECER JURÍDICO Nº 002.005
S olicitante: MARIA HELENA, brasileirA, RG 0258938-9 SSP/MT, CPF: 061865137-67, podendo ser encontrada no telefone (65) 99901-6418, endereço de e-mail mariahelena@hotmail.com, residente e domiciliada na Rua A, nº866, Bairro Santa Cruz, com CEP 78.280-7500, na cidade de Cáceres, Estado de Mato Grosso.
A ssunto: Solicitação de diligências necessárias a fim de auferir cognição relacionados a
segurança e subsistência do nascituro quanto aos seus direitos previstos em lei.
E menta:
R elatório: Maria, grávida de 5 meses, preocupa-se com a proteção dos direitos do seu futuro
bebê. O marido de Maria, pai da criança, que sempre sonhou com o nascimento de seu primeiro filho, contudo sofreu um acidente automobilístico e está hospitalizado em quadro de saúde gravíssimo e a relação de Maria com a família do seu marido não é harmoniosa.
F undamentação: 
A Constituição Federal de 1988 aduz no sentido de que o direito à vida é fundamental, sendo este um direito que irradia no núcleo do sistema das relações sociais e jurídicas. Ela impõe, ainda, que é o dever da família promover a subsistência, com absoluta prioridade, assegurar aos filhos o direito de nascer e viver com dignidade, constante no.
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado a ssegurar à criança,
ao adolescente e ao jovem, c om absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde,
à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à 
d ignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, a lém de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
Dessa maneira, percebe-se que a solicitante para resguardar a vida intrauterina faz-se necessário, portanto, esta proteção liminar para falar, então, em direito à vida. Por sua vez, a codificação material privada não obstante assevera expressamente que a personalidade civil inicia-se com a vida, mas põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro, os tribunais superiores vem se manifestando no sentido de se falar em personalidade jurídica no ventre materno. Além disso, superando essa situação complexa, o legislador pátrio editou uma norma trazendo tal proteção que reflete e efetiva os fundamentos da República Federativa do Brasil,
ou seja, o princípio da dignidade da pessoa humana, sendo esta norma que disciplina o direito a alimentos gravídicos, nos seguintes termos.
Art. 2º	Os alimentos de que trata esta Lei compreenderão os valores
s uficientes para cobrir as despesas adicionais do período de gravidez e que
sejam dela decorrentes, d a concepção ao parto, inclusive as referentes a
alimentação especial [...], a juízo do médico, além de outras que o juiz considere pertinentes.
Conforme se depreende da singela leitura, os alimentos são devidos desde a concepção ao parto a fim de que a solicitante tenha uma gravidez saudável e tranquila para a formação integral do nascituro. Convém lembrar que a presente lei designa o futuro pai para arcar com as despesas provenientes da gravidez e, ainda, esse aporte do futuro genitor no tocante aos alimentos gravídicos são convertidos após o nascimento da criança em pensão alimentícia até que a revisão seja solicitada por uma das partes, nos termos da lei 11.804 de 2008.
Art. 6o Convencido da existência de indícios da paternidade, o juiz fixará alimentos gravídicos que perdurarão até o nascimento da criança, sopesando as necessidades da parte autora e as possibilidades da parte ré.
Parágrafo único. Após o nascimento com vida, os alimentos g ravídicos ficam convertidos em pensão alimentícia em favor do menor a té que uma das partes solicite a sua revisão.
Como percebe-se não há qualquer cenário antagonista entre a futura genitora e genitor concernente às despesas provenientes da gravidez. Todavia, o futuro pai justamente neste momento propício de sincretismo entre o casal para fornecer auxílio não só financeiramente, assim como afetivo durante as consultas pré-natais indispensáveis, emerge, infelizmente, um acidente automobilístico. Sendo esta atenção denominada “pré-natal do parceiro”, conforme disposição do Blog da Saúde - Ministério da Saúde.
Nesse contexto, a despeito de a norma supracitada não regulamentar expressamente se há possibilidade de alcançar os familiares, na medida em que refleti apenas ao pai, fica a indagação se seria possível, então, os ascendentes ajudar em tal despesas. Desse modo, há de se perceber um lapso na norma presente onde o juiz não vai poder declarar non liquet, isto é, manifestar no sentido de o direito não está claro, revelado e explicitado. Logo, não poderá deixar olvidar das ferramentas supletivas do ordenamento jurídico, ou seja, da Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro, in verbis:
Art. 4o Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a a nalogia, os costumes e os princípios gerais de direito.
Art. 5o Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se d irige e às exigências do bem comum.
Assim, de tal sorte que visando evitar a não concessão dos alimentos gravídicos avoengos (ascendentes) no caso de ausência do pai, morte ou impossibilidade financeira, há de que se atender o fim social da lei 11.804 de 2008 e os parâmetros constitucionais (direito de viver e continuar vivo), se possível utilizar analogicamente as normas que versam sobre os alimentos
de forma geral. Passemos a ver qual norma implementar-se correlamente para superar a lacuna prevista na lei de alimentos:
Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e
filhos, e extensivo a todos os ascendentes, r ecaindo a obrigação nos mais 
p róximos em grau, uns em falta de outros.
Art. 1.697. Na falta dos ascendentes cabe a obrigação aos descendentes, guardada a ordem de sucessão e, faltando estes, aos irmãos, assim germanos como unilaterais.
Ou seja, consoante a disposição da codificação material vigente, caso a mãe ou o pai não consiga arcar com as despesas do nascituro, em razão de impossibilidade financeira, ou ainda, eventual morte do futuro genitor, essa responsabilidade transfere para os ascendentes, por encargo proveniente do parentesco.
Nesse mesmo sentido, a jurisprudência vem consubstanciando a possibilidade de a prestação de alimentos alcançar os avós maternos e paternos, conforme o aresto a seguir:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE ALIMENTOS AJUIZADA E M DESFAVOR DOS AVÓS PATERNOS. DECISÃO PROFERIDA NA
ORIGEM	QUE	DETERMINOU	 A	INCLUSÃO	DOS	AVÓS	
M ATERNOS NO POLO PASSIVO. LITISCONSÓRCIO PASSIVO
NECESSÁRIO. DECISÃO MANTIDA. 1. Caso concreto em que Juiz singular determinou a emenda da petição inicial para fazer incluir no polo passivo da ação os avós maternos da autora, com a consequente promoção de sua citação. 2. Sobre o tema, o SJT, com base no art. 1.698 do Código Civil, vem prestigiando o princípio do melhor interesse da criança ao compreender que a formação de litisconsórcio passivo necessário importará em maior provisionamento de recursos em favor do alimentando,
diluindo, ademais, a obrigação alimentar entre avós maternos e p aternos. (AGRAVO DE INSTRUMENTO 0722660-14.2019.8.07.0000,
5ª Turma Cível, Tribunal de Justiça do DFT, Relator: JOSAPHÁ FRANCISCO DOS SANTOS, Julgado em 13/04/2020) (Destaques nossos).
Desse modo, como depreende do acórdão, não só alcança o aporte de alimentos aos avós maternos, assim como os paternos, sempre em prol do alimentado, ou seja, os interesses da futura criança.
Destarte, o Superior Tribunal de Justiça editou a seguinte súmula, em novembro de 2017, confirmando e unificando a jurisprudência dos tribunais superiores no tocante a obrigação alimentar avoenga, sendo esta subsidiária e complementar, nesse caso, pode suscitar numa eventualidade de impossibilidade parcial ou total dos pais suportarem com tal despesa, nos termos seguintes:a obrigação alimentar dos avós tem n atureza complementar e subsidiária,
c onfigurando-se apenas na impossibilidade total ou parcial de seu c umprimento pelos pais.
Diante das situações apresentadas, a solicitante tem a possibilidade de requerer, com fulcro nos dispositivos acima:
a) aporte alimentar gravídicos por parte dos avós paternos e maternos;
b) após o nascimento do nascituro, pode esta alimentação converter-se em pensão alimentícia até que algumas das partes solicite sua revisão.
Conclusão:
Perante o exposto, pode a requerente implementar a resolução pela via extrajudicial, mediante diálogos acerca de sua situação pecuniária apresentando, dessa forma, os direitos reconhecido legalmente e, ainda, pela via judicial, logo, caso não resolva de modo consensual entre os familiares por parte da família do futuro genitor.
É o parecer.
Cáceres, 22 de setembro de 2020. Cáceres, 05 de setembro de 2020.
Nome do pacerista
NúmerodaOAB

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