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Das povas em especie

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Aula de 24 – 08
Espécies e momento da prova no processo civil.
QUESTAO 1 DE 1  ATIVIDADE DISCURSIVA
As provas nominadas, ou típicas, estão previstas no CPC a partir do artigo 384, sendo elas a Ata Notarial, o Depoimento Pessoal, a Confissão, a Exibição de Documento ou Coisa, a Documental, a Testemunhal, a Pericial e a Inspeção judicial.  Considerando a Teoria Geral sobre as provas já estudada na aula passada, explique porque em sua opinião o legislador criou essas varias espécies de prova e qual seria o momento cabível para a produção de cada uma dessas provas.
Das provas em espécie
Identificar e descrever os principais aspectos sobre a produção dos meios típicos de prova previstos no Código de Processo Civil em vigor.
 “Conta-se, a propósito do desprestígio do testemunho, um célebre episódio ocorrido com Sir Walter Raleigh, historiador inglês que, enquanto preso na Torre de Londres, escrevia a segunda parte de sua História do mundo. Certo dia, interrompendo seu trabalho devido a uma grande algazarra na rua, chegou à janela e assistiu a uma disputa entre vários indivíduos. No dia seguinte, narrando o fato a um amigo que o visitava, teve sua exposição contestada por este, que participara da contenda. Embora tivesse havido sinceridade de ambas as partes, cada um deles havia formado ideia diferente do ocorrido. Ficou o historiador de tal modo preocupado que indagou a si próprio: como poderia ter a pretensão de escrever a respeito de acontecimentos passados há tantos séculos, quando os de agora, a que assistira, podiam ser tão controvertidos? Atirou o manuscrito ao fogo, exclamando: verdade, eis a homenagem que te devo!”. 
PRADO, Luiz Regis. Falso testemunho e falsa perícia. 2ª ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1994, p. 21.
Há provas que são típicas, posto que previstas expressamente pelo CPC, e serão analisadas a seguir. É certo, contudo, que o CPC admite formas atípicas de produção de prova, desde que moralmente legítimas (art. 369 do CPC).
 
· Ata notarial (art. 384 do CPC)
A ata notarial passou a ser catalogada como meio de prova típica com o atual CPC.
Trata-se de documento público, confeccionado por notário (tabelião), em que se atesta a existência de uma coisa, sua condição, qualidade ou quantidade, bem como se declara um fato presenciado.
A ata notarial se caracteriza por ser documento público e, assim, goza da presunção relativa de veracidade (juris tantum), por se revestir de fé pública.
São casos práticos que costumam suscitar o uso da ata notarial: descrição da conservação e localização de um determinado bem, o registro de fatos ocorridos em reuniões e assembleias (clubes, associações, partidos políticos, empresas e condomínios edilícios), bem como para atestar as informações constantes sítio na internet, conversas travadas em redes sociais, que podem, repentinamente, desaparecer.
A ata notarial pode consistir na mera descrição, pelo notário, do quanto foi presenciado, descrevendo a existência, características e o modo de ser do fato.
Porém, também possível que dela constem dados representados por imagem ou som gravados em arquivos eletrônicos (art. 384, parágrafo único, do CPC). No caso, o notário lavrará a ata atestando o som ou imagem em texto, revelando seu conteúdo. Pode, ainda, indicar o endereço eletrônico (URL) que originou a informação.
O regime da prova documental que incide sobre os documentos públicos em geral, especialmente os arts. 405, 427 e 434 a 437 do CPC, também se aplica à ata notarial.
 
· Depoimento pessoal (arts. 385 a 388 do CPC)
É o testemunho da parte em juízo. Pode ser requerido pela parte contrária ou determinado de ofício pelo juiz (art. 385).  
É absurdo que a própria parte requeira que seja tomado seu depoimento pessoal, pois suas manifestações já constam dos autos pelas peças próprias (exemplo: autor já apresentou sua narrativa fática na inicial e o réu na contestação).
Tem por finalidade o esclarecimento do juízo sobre os fatos da causa, bem como a obtenção da confissão.
O depoimento se dá em audiência ou por carta (precatória ou rogatória), ou por meio de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real.
Caso intimada a depor, a parte se recuse ou não compareça, será aplicada a pena de confesso.
É vedado a quem ainda não depôs assistir ao interrogatório da outra parte;
Evasivas e tergiversação (fuga do que é perguntado) podem redundar na caracterização da recusa em depor.
Admite-se que o depoente consulte notas breves, mas com parcimônia. O depoimento deve ser relatado de modo espontâneo e não lido.
Salvo nas ações de estado e de família, a parte não é obrigada a depor sobre fatos: criminosos ou torpes que lhe forem imputados; a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar sigilo; acerca dos quais não possa responder sem desonra própria, de seu cônjuge, de seu companheiro ou de parente em grau sucessível; que coloquem em perigo a vida do depoente ou dos seus entes próximos.
Há uma ordem dos depoimentos a ser observada, isto é, o juiz deve ouvir por primeiro o depoimento do autor, depois o do réu. Havendo mais de um réu ou autor, serão ouvidos todos os litisconsortes ativos e, depois, os passivos.
 
· Confissão (arts. 389 a 395 do CPC)
Há confissão, judicial ou extrajudicial, quando a parte admite a verdade de fato contrário ao seu interesse e favorável ao do adversário.
A confissão é, em regra, indivisível, não podendo a parte que a quiser invocar como prova aceitá-la no tópico que a beneficiar e rejeitá-la no que lhe for desfavorável.
A confissão judicial pode ser espontânea ou provocada. A confissão espontânea pode ser feita pela própria parte ou por representante com poder especial, sendo eficaz nos limites em que este pode vincular o representado. A confissão provocada constará do termo de depoimento pessoal.
A confissão judicial faz prova contra o confitente, não prejudicando, todavia, os litisconsortes.
No caso de ações sobre bens imóveis ou direitos reais sobre imóveis alheios, a confissão de um cônjuge ou companheiro não valerá sem a do outro, salvo se o regime de casamento for o de separação absoluta de bens.
Não vale como confissão a admissão, em juízo, de fatos relativos a direitos indisponíveis.
A confissão é irrevogável, mas pode ser anulada se decorreu de erro de fato ou de coação.
A confissão extrajudicial, quando feita oralmente, só terá eficácia nos casos em que a lei não exija prova literal.
Há confissão ficta quando a parte, após ser intimada, não comparece para prestar depoimento pessoal ou, ainda, ao comparecer se recusa imotivadamente a depor. Ao valorar a prova, o juiz avaliará o comportamento da parte, em conjunto com o acervo probatório existente, para o fim de aplicar a pena de confesso.
A confissão diferencia-se do reconhecimento jurídico do pedido (art. 487 do CPC). A primeira é meio de prova, diz respeito aos fatos, concorrendo para a formação do convencimento do julgador e não acarreta de modo automático a perda da demanda pelo confitente. O segundo é ato do réu, que suscita o julgamento de mérito, diz respeito ao direito, acarretando a procedência do pedido em favor do autor.
 
· Exibição de documento ou coisa (arts. 396 a 404 do CPC)
É o meio pelo qual se dá ciência ou se torna público o documento ou coisa que estiver em poder da parte ou de terceiros, que se pretende usar como fonte de prova.
São suas características: não é um processo autônomo, mas sim um incidente; é resolvido por decisão interlocutória (arts. 400 e 402 do CPC) e não por sentença; o pedido será dirigido em contra a parte adversária (ou de terceiros), que está com a coisa ou o documento a ser exibido.
São exemplos práticos mais usuais da exibição de documento ou coisa: a escrituração empresarial (livros comerciais); objeto sobre o qual se pretende desenvolver uma perícia; contratos em geral; contratos e dados bancários e securitários; extrato do FGTS (Caixa Econômica Federal); e declarações de imposto de renda (Receita Federal).
O requerimento de exibição deverá conter a individuação,tão completa quanto possível, do documento ou da coisa, a finalidade da prova, com indicação dos fatos à exibição almejada, bem como a descrição das circunstâncias em que se funda o requerente para afirmar que o documento ou a coisa existe e se encontra em poder da parte contrária.
O requerido será, então, intimado para oferecer resposta no prazo de cinco dias. Se houver negativa de posse do documento ou coisa, provas podem ser produzidas.
São hipóteses que o juízo não admitirá a recusa: quando o requerido tiver obrigação legal de exibir; quando o requerido tiver aludido ao documento ou à coisa, no processo, com o intuito de constituir prova; quando o documento, por seu conteúdo, for comum às partes.
A recusa ou falta de exibição fará com que o juiz admita como verdadeiros os fatos que, por meio do documento ou da coisa a parte pretendia provar.
Na postulação em face de terceiro, este será citado para responder no prazo de quinze dias. A negativa do terceiro da obrigação de exibir ou da posse do documento ou da coisa ocasionará a realização de audiência especial (art. 402 do CPC). Concebe-se a aplicação de medidas coercitivas caso o terceiro, sem justo motivo, se recuse a efetuar a exibição.
O terceiro poderá se recusar, legitimamente, a exibir o documento ou coisa se concernente a negócios da própria vida da família; se a sua apresentação puder violar dever de honra; se a sua publicidade redundar em desonra à parte ou ao terceiro, bem como a seus parentes consanguíneos ou afins até o terceiro grau, ou lhes representar perigo de ação penal; se a sua exibição acarretar a divulgação de fatos a cujo respeito, por estado ou profissão, devam guardar segredo; se subsistirem outros motivos graves que, segundo o prudente arbítrio do juiz, justifiquem a recusa da exibição; e se houver disposição legal que justifique a recusa da exibição.
 
· Prova documental (arts. 405 a 441 do CPC)
O termo “documento” ainda costuma ser associado ao papel. Porém, na atualidade, toda representação de um fato é tida como documento, seja escrita ou reproduzida mecanicamente, como a fotográfica, a cinematográfica, a fonográfica ou mesmo a oriunda de outros meios.
Os documentos podem ser públicos ou privados. O documento público é o elaborado por um agente público (tabelião, escrivão, chefe de secretaria ou outro servidor público). Podem ser judiciais, notariais ou administrativos. Privados são todos os demais documentos. Para efeitos probatórios o documento público confeccionado por oficial público incompetente, ou que não observe as formalidades legais, tendo sido subscrito pelas partes, é equivalente ao documento particular.
Há hipóteses em que o instrumento público é da substância do ato e nenhuma outra prova, por mais especial que seja, pode suprir-lhe a falta (art. 406 do CPC). Exemplos: emancipação (art. 5º, parágrafo único, I, do Código Civil); mandato conferindo poderes especiais para casar o mandante (art. 1.542 do Código Civil); atos que tenham por objetivo a constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no Brasil (art. 108 do Código Civil).
Também se diferenciam documento, declaração e instrumento. Como visto, documento é toda apreensão de um fato, escrita ou gravada. A declaração, por sua vez, é um ato de vontade, que pode ser veiculada por meio de um documento ou não. Por fim, instrumento é um documento elaborado com a finalidade de servir de prova.
Sobre a força probante documento particular pode ser dito que as declarações que dele constem, desde que o instrumento esteja assinado (tendo ou não sido escrito por quem assinou) se presumem verdadeiras em relação ao signatário (art. 408 do CPC). Caso o documento particular contenha apenas a declaração de ciência de um determinado fato, considera-se provada a ciência, mas não o fato em si, cabendo ao interessado o ônus da prova de que o fato realmente ocorreu (art. 408, parágrafo único, do CPC). Havendo dúvida sobre a data do documento particular, ou sendo tal data impugnada por algum interessado, poderá ela ser demonstrada por qualquer meio de prova (art. 409 do CPC). Reputa-se autor do documento particular aquele que o assinou, tendo sido o instrumento feito por ele ou por outrem à sua conta, ou aquele que, tendo mandado fazê-lo, não o assinou por tratar-se de documento que não se costuma assinar, como é o caso de livros empresariais ou assentos domésticos (art. 410 do CPC).
Considera-se autêntico o documento particular quando o tabelião reconhecer a firma do signatário; a autoria estiver identificada por qualquer outro meio legal de certificação, inclusive eletrônico, nos termos da lei; ou não houver impugnação da parte contra quem foi produzido o documento (art. 411 do CPC).
O CPC prevê a aplicação de regras específicas para a admissão de cópias e outros documentos: telegrama, o radiograma, as cartas, os registros domésticos, nota escrita pelo credor, livros empresariais, cópias reprográficas, fotográficas, livros, revistas, fotografias digitais, fotografias extraídas da internet, etc. (arts. 413 a 428 do CPC).
Sobre a força probante do documento público pode ser dito que não só da sua formação (data, hora, partes envolvidas), mas também os fatos declarados perante tabelião, chefe de secretaria, servidor são tidos como verossímeis. A veracidade não é absoluta, pois o documento pode ser desconstituído por declaração judicial de falsidade.
A falsidade pode consistir em um documento que não é verdadeiro ou, ainda, em um documento verdadeiro que sofreu alterações. A desconstituição do documento por falsidade é um incidente (arts. 427 e seguintes do CPC) que nasce da arguição no prazo de quinze dias do conhecimento da suposta falsidade (contestação, réplica ou da juntada dos documentos aos autos). Recebe o nome de arguição de falsidade documental. Depois de ouvida a outra parte no prazo de quinze dias, será realizado exame pericial, salvo se a parte que produziu o documento concordar em retirá-lo dos autos (art. 432 do CPC). A falsidade também pode ser resolvida como questão principal (art. 19, II, e 433 do CPC).
O momento de produção da prova documental é diferenciado. Ao Autor incumbe trazer toda documentação pertinente desde logo com a inicial. Ao Réu, a mesma incumbência, referentemente à contestação. É exceção a tal regra a vinda de documento novo ou se restar provado que a parte somente tomou conhecimento do mesmo posteriormente. O respeito ao contraditório é fundamental, de modo que sempre que juntada documentação por uma das partes, será dada ciência para a outra para manifestação no prazo de quinze dias. Gravações de áudio e vídeos devem ser apresentados da mesma forma, mas serão exibidos quando for realizada a audiência de instrução e julgamento. Todas as formas de gravações fazem prova se não forem impugnadas no momento oportuno.
O juízo poderá requisitar às repartições públicas, em qualquer tempo ou grau de jurisdição, as certidões necessárias à prova das alegações das partes, bem como os procedimentos administrativos nas causas em que forem interessados a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios ou entidades da administração indireta.
Na atualidade é de alta relevância o uso de documentos eletrônicos. Serão admitidos documentos eletrônicos produzidos e conservados com a observância do regramento específico, especialmente a Medida Provisória 2.200-2/01, por meio da qual se instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil). A inserção do documento eletrônico no processo convencional dependerá de sua conversão à forma impressa e da verificação de sua autenticidade.
· Prova testemunhal (arts. 442 a 463 do CPC)
A prova testemunhal é a produzida mediante a inquirição de pessoas estranhas ao processo, com conhecimento dos fatos que sejam relevantes, controvertidos e pertinentes.
A prova testemunhal é sempre admissível, não dispondo a lei de modo diverso. Porém seu valor acaba por ser diluído em muitos casos, pela pouca fidelidadeque costuma ter na reprodução dos acontecimentos, desbotados pela passagem do tempo na memória da testemunha, bem como pelo risco sempre presente de ser prestado falso testemunho.
Na aplicação dos seus poderes instrutórios o juiz indeferirá a inquirição de testemunhas sobre fatos já provados por documento ou confissão da parte, bem com os que só por documento ou por exame pericial puderem ser provados.
É admissível a prova testemunhal quando houver começo de prova por escrito, emanado da parte contra a qual se pretende produzir a prova, nos casos em que a lei exigir prova escrita da obrigação.
Também se admite a prova testemunhal quando o credor não pode ou não podia, moral ou materialmente, obter a prova escrita da obrigação, em casos como o de parentesco, de depósito necessário ou de hospedagem em hotel ou em razão das práticas comerciais do local onde contraída a obrigação.
Nos contratos simulados a parte pode provar, por meio de testemunhas, a divergência entre a vontade real e a vontade declarada e, nos contratos em geral, os vícios de consentimento.
Qualquer pessoa pode testemunhar, com exceção dos considerados incapazes. São impedidos de depor o parente por afinidade ou consanguinidade até terceiro grau (exceto se for ação do estado da pessoa, quando não houver outra forma ou existir interesse público), quem é parte na causa e o que intervém como tutor ou curador. São considerados suspeitos, o inimigo ou amigo íntimo, bem como o que tiver interesse no litígio.
São deveres da testemunha: o comparecimento em juízo, depor sobre os fatos da causa e dizer a verdade. São direitos da testemunha: reembolsar-se das despesas efetuadas com o comparecimento, recusar-se a depor quando a audiência não for presidida pelo Juiz, consultar notas e apontamentos e não sofrer qualquer tipo de desconto ou punição por ausência ao serviço motivada pelo seu comparecimento.
Caso necessário, pode o juiz admitir o depoimento das testemunhas menores, impedidas ou suspeitas. Tais depoimentos serão prestados independentemente de compromisso, e o juiz lhes atribuirá o valor que possam merecer.
A testemunha não é obrigada a depor sobre fatos: que lhe acarretem grave dano, bem como ao seu cônjuge ou companheiro e aos seus parentes consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau ou, ainda, a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar sigilo.
Em regra as testemunhas são ouvidas na sede do juízo. Excepcionalmente o local de produção da prova testemunhal será fora do juízo, por enfermidade da parte ou da testemunha, ou por outro motivo relevante. Certas autoridades relacionadas no art. 454 do CPC serão inquiridas em sua residência ou onde exercem sua função.
Preferencialmente cabe ao advogado da parte informar ou intimar a testemunha por ele arrolada do dia, da hora e do local da audiência designada, dispensando-se a intimação do juízo. Esta somente se dará em situações peculiares (art. 455, § 4º, do CPC).
Há uma ordem de oitiva das testemunhas. O juiz inquirirá as testemunhas separada e sucessivamente, primeiro as do autor e depois as do réu, e providenciará para que uma não ouça o depoimento das outras (art. 456 do CPC). As testemunhas serão qualificadas, momento em que podem ser contraditadas, por impedimento e suspeição (art. 457 do CPC). Ato contínuo, a testemunha prestará compromisso.
As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à testemunha, começando pela que a arrolou, não admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não tiverem relação com as questões de fato objeto da atividade probatória ou importarem repetição de outra já respondida (art. 459 do CPC).
O depoimento poderá ser documentado por meio de gravação.
O juiz pode ordenar, de ofício ou a requerimento da parte, a inquirição de testemunhas referidas nas declarações da parte ou das testemunhas, bem como a acareação, quando houver divergência de depoimentos (art. 461 do CPC).
 
· Prova pericial (arts. 464 a 480 do CPC)
Surge a necessidade da realização de perícia quando questões duvidosas e complexas sobre determinado um fato exigirem conhecimentos específicos, que fogem ao alcance e senso comum do ser humano médio. Assim, admite-se a perícia quando for imprescindível a análise técnica.
Apesar do juiz ser considerado o perito dos peritos, ou seja, o peritus peritorum, o conhecimento humano fica cada vez mais setorizado, aprofundado e complexo, surgindo dia após dia novas tecnologias, materiais, técnicas e instrumentos, de modo que o Poder Judiciário costuma se valer da perícia de modo a suprir a carência técnica de conhecimentos específicos, visando a formação da persuasão racional do juízo.
O perito é um auxiliar da justiça (arts. 156 a 158 do CPC) e, na qualidade de alguém hábil e experto em determinado ramo do conhecimento científico, presta ao juízo os esclarecimentos técnicos necessários ao alcance da verdade real.
O magistrado não está obrigado a decidir conforme as conclusões dadas pelo laudo pericial, podendo firmar sua convicção com base nos outros elementos constantes do acervo probatório, desde que o faça de maneira lógica e fundamentada.
São tipos de prova pericial o exame, a vistoria e a avaliação. O exame consiste na inspeção de pessoas ou coisas (móveis e semoventes), para o fim de alcançar os dados probatórios almejados; a vistoria consiste na análise feita sobre o estado dos bens imóveis; e a avaliação visa identificar o valor pecuniário de direitos e obrigações.
O juiz indeferirá a perícia quando a prova do fato não depender de conhecimento especial de técnico, ou for desnecessária em vista de outras provas produzidas, bem como, quando a verificação for impraticável.
A negativa do periciando na realização da perícia servirá como presunção de veracidade (não absoluta) contrária à pretensão deduzida em juízo.
O atual CPC inovou (arts. 464, parágrafos) ao estabelecer que o juiz poderá dispensar a perícia, apenas ouvindo e esclarecendo os pontos relevantes com a prova técnica simplificada. Com tal previsão o CPC revelou sua opção por prestigiar a celeridade e a efetividade processual.
Difere a perícia judicial da extrajudicial. A perícia como prova judicial terá origem no trabalho desenvolvido pelo perito escolhido pelo juízo, que atuará como seu auxiliar. Já a perícia extrajudicial que costuma ser juntada aos autos pelas partes virá na condição de mero parecer.
Igualmente, difere o perito judicial do assistente técnico. O primeiro é o profissional (especialista) de confiança do juiz, designado para auxiliá-lo na descoberta dos dados sensíveis ao deslinde da causa. O segundo é um técnico que, mesmo não sendo o responsável pela prova pericial, acompanhará sua produção e dará parecer, que acompanhará a alegação da parte. A presença do assistente técnico é facultativa. Por óbvio, exige-se que o perito tenha expertise técnica ou científica que o capacite a se pronunciar sobre o fato objeto da prova.
O procedimento para apresentação dos quesitos (perguntas) que a parte pretende ver solucionadas consta dos arts. 469 e 470 do CPC. Pode o juiz indeferir os quesitos desnecessários ou impertinentes.
O perito judicial fará jus a honorários. Há possibilidade de substituição do perito que não cumprir o prazo assinalado para realização do seu trabalho ou, ainda, que declinar da atuação designada.  Poderá ser realizada nova perícia caso a inicialmente feita seja inconclusiva.
 
· Inspeção judicial (art. 481 a 484 do CPC)
A inspeção judicial corresponde ao ato de averiguação do juiz in loco de pessoas, coisas ou locais.
Sua realização se dá na sede do juízo ou, ainda, no local onde estiver situado o objeto para a averiguação. Admite-se a inspeção judicial também para a reconstituição de fatos.
As partes serão intimadas a acompanhar a inspeção com o propósito de esclarecer o que for necessário.
Para a feitura da inspeção o juiz poderá convocar um ou mais peritos, que funcionarão como auxiliares. No ato da inspeção o juiz não profere imediata decisão.
Realizada a inspeção o serventuário certificará todo o ocorrido.“A perícia tem por objeto os fatos. O trabalho do perito é a percepção técnica de fatos litigiosos e seu laudo se limitará a uma declaração de ciência ou afirmação de juízo sobre fatos do litígio. Assim, pelo menos em tese não tem o perito, ou o seu laudo, o poder de vincular a decisão do magistrado, ou seja, não se pode pretender transformar o perito em juiz. Este é o perito peritorum, e não está, pois, adstrito às conclusões do laudo pericial, podendo apreciar a prova pericial de acordo com o disposto no art. 371, indicando na sentença os motivos que o levaram a considerar ou a deixar de considerar as conclusões do laudo, levando em conta o método utilizado pelo perito (art. 479). Por outro lado, é certo que será muito difícil imaginar que determinadas questões que dependem de prova científica como prova do DNA, exame de elementos sanguíneos, identificação de materiais poluentes e tóxicos que estejam diretamente relacionados com a solução da questão submetida à perícia, que o juiz possa dela se afastar”. 
ABELHA, Marcelo. Manual de direito processual civil. 6ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2016.
Algumas anotações 
se não é expedido por autoridade publica 
não é documento publico porque não tem eficacia
Falsidade material
Falsidade ideologica
Documento se ele não é expedido por autoridade publica o documento é particular 
O documento uma vez expedido ele pode ser usado ccomo prova, não importa se é eu autor ou réu
Você não pode usar só a parte que lhe favorece, o juiz vai olhar isso
a prova testemunha, consiste em uma prova feita oral
A verdadeira testemunha é terceiro, que é capaz de dispor os fatos do fato.
Chamada contradita '« eu vou contraditar a testemunha 
a advogada se impõe testemunha da pessoa
(contradita pode anular um testemunho)
 
A testemunha pertence ao processo
testemunha não tem interessee na causa, tem capacidade de expressar
prova pericial art 464 a 480 é uma prova que se da com a presença de um oerito
(auxiliar do juizo) 
perito auxiliar do juizo, ele é especialista de certa area de conhecimento
Juiz não pode fazer nenhum conhecimento, sem ser o juridico
Quem tem perito é o juizo
perito é auxiliar do juizo
perito não auxilia ás partes, ás partes não tem perito
Perito tem que traduzir ao juizo o que é conhecimento comum, aquilo que é conhecimento especifico

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