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Política Social em Educação
Prof. Vanderlei da Silva
Unidade I
VD1
Objetivos da disciplina
▪ Conhecer a política de educação e entender a função social da escola.
▪ Verificar o perfil profissional necessário para a atuação nessa política social.
▪ Entender a natureza das políticas sociais de educação no Brasil.
▪ Desenvolver conhecimentos e habilidades que possibilitem o bom exercício
profissional.
▪ Pensar numa educação que forme cidadãos políticos,
preparados para uma nova sociedade que emerge do
processo de globalização, em que novas habilidades
e exigências são apresentadas ao público escolar.
Introdução à disciplina
▪ O Brasil apresenta uma série de problemas de ordem política, econômica e social,
sendo que, para a superação dessas questões sociais, a Educação possui um papel
muito importante.
▪ Porém, é preciso superar o modelo educacional que tem por finalidade principal a
inclusão do indivíduo no mercado de trabalho, pois o emprego está diminuindo cada
vez mais e os que restam exigem um tipo de educação qualificada e abrangente.
▪ Dessa forma, é preciso compreender que a Educação
ainda é um processo em construção, no qual vamos
encontrar as marcas profundas da exclusão social,
econômica e cultural das classes menos favorecidas.
A política de educação
▪ A Constituição Federal e as legislações vigentes têm como fundamento a defesa de
uma educação que permita o acesso a todo cidadão, com qualidade e como propósito
de sua inserção no mercado profissional e no mundo do trabalho.
▪ Porém, é preciso reconhecer a necessidade de se pensar em novas formas de
relação entre escola, alunos e sociedade. Uma relação mais integradora, em que o
público interessado tenha espaço para uma maior participação em decisões que
impactem todo o processo educacional.
▪ Assim, a escola conseguirá dar respostas mais
significativas ao seu público, tornando-se um espaço de
interlocução no qual os problemas são debatidos e as
respostas são encontradas de forma conjunta entre todos
os atores envolvidos no processo de educar.
A política de educação como direito
▪ A Constituição Federal enuncia o direito à educação como um direito social no artigo 6º e
especifica a competência legislativa nos artigos 22, XXIV, e 24, IX.
▪ Além disso, dedica toda uma parte do título da Ordem Social para responsabilizar o Estado e
a família, tratar do acesso e da qualidade, organizar o sistema educacional, vincular o
financiamento e distribuir encargos e competências para os entes da federação.
▪ Porém, para que a política de educação seja garantida como
um direito de todos, não basta sua inserção no texto
constitucional, pois é preciso tratar das relações entre os
problemas de acesso, permanência e qualidade da educação.
▪ Também é de fundamental importância entender as profundas
desigualdades sociais e regionais e o correlato processo
excludente quanto ao direito à educação no Brasil.
Princípios reguladores do ensino no Brasil
▪ Dignidade da pessoa humana: um dos princípios considerados basilares do Estado democrático de
direito. O Brasil assumiu o dever de garantir o mínimo indispensável à subsistência humana. Nesse
sentido, o direito à educação integra essa parcela mínima indispensável à sobrevivência do homem.
▪ Igualdade de condições para o acesso e permanência escolar: a educação como dever do Estado
deve ser fornecida a todos e não a uma parcela da sociedade. Dessa forma, o texto constitucional
determina que as condições de acesso à escola, bem como a permanência nesta, devem ser
igualitárias, sem qualquer discriminação.
▪ Liberdades de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o
pensamento, a arte e o saber: na Constituição, ficou estabelecido o
direito à inviolabilidade, à livre manifestação de pensamento, à
liberdade de consciência, à vedação ao anonimato e à liberdade de
expressão intelectual, artística, científica e de comunicação,
independentemente de censura ou licença.
Princípios reguladores do ensino no Brasil
▪ Pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas e coexistência de instituições públicas e
privadas de ensino: o que a escola deve ensinar deve estar alicerçado na diversidade. Tal princípio
também é um dos fundamentos do Estado Democrático de Direito, pois significa que não cabe ao Estado
impor um único modelo a ser aplicado no processo de ensino. Principalmente no Brasil, com suas
proporções continentais, não é possível a existência de uma única forma, preestabelecida, do processo de
aprendizagem.
▪ Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais: essa determinação legal trata da inclusão
do princípio da gratuidade da educação no rol dos princípios constitucionais, vedando qualquer
possibilidade de que um projeto de lei venha a estipular que o ensino público deva ser pago.
▪ Valorização dos profissionais de educação escolar: visa dar
condições para que a educação conte com a participação de
profissionais motivados com sua carreira pedagógica. Por isso, a
valorização do professor foi definida como princípio constitucional.
Princípios reguladores do ensino no Brasil
▪ Gestão democrática do ensino público: como a educação é um dever constitucional do Estado
brasileiro, deve estar centrada na democracia, ou seja, deve ser uma gestão escolar que envolva a
comunidade escolar, não somente no processo de escolha dos seus dirigentes por meio de eleição,
mas em toda administração financeira e pedagógica.
▪ Garantia de padrão de qualidade: em todos os aspectos das políticas educacionais, será sempre a
qualidade que garantirá que os objetivos da educação serão alcançados, possibilitando o pleno
desenvolvimento da pessoa humana e viabilizado sua inserção no mercado de trabalho e, acima de
tudo, o pleno exercício da cidadania.
▪ Piso salarial para os profissionais da educação escolar pública:
a lei prescreve o piso inicial para o profissional federal, com carga
horária de 40 horas semanais com formação em nível médio.
Trata-se de um importante avanço no que se refere à valorização dos
profissionais da educação e, consequentemente, à melhor qualidade
de ensino, constituindo este o objetivo do princípio.
Educação e as transformações da sociedade
▪ Num mundo tecnológico e conectado, a escola vem sendo cada vez mais questionada a
respeito do seu papel numa sociedade que exige um novo tipo de trabalhador, mais flexível
e polivalente, capaz de pensar e aprender constantemente e que atenda às demandas
dinâmicas que se diversificam em quantidade e qualidade.
▪ Além disso, cobra-se da escola a capacidade de conseguir também desenvolver nos alunos
conhecimentos, capacidades e qualidades para o exercício autônomo, consciente e crítico
da cidadania.
▪ Assim, a escola deve articular o saber para o mundo do trabalho e o saber para o mundo
das relações sociais.
▪ Porém, ela encontra dificuldades em acompanhar todas as
mudanças que estão ocorrendo no mundo.
▪ Principalmente nas escolas públicas, em que a burocracia do
Estado dificulta a implementação de mudanças para mudar os
paradigmas existentes.
Os quatro pilares da educação do século XXI
▪ A síntese dessa nova proposta de educação foi desenvolvida por Jacques Lucien Jean
Delors, economista e político francês, que, de 1992 a 1996, presidiu a Comissão
Internacional sobre Educação para o século XXI, da Unesco.
▪ Durante o período em que esteve à frente da Unesco, Delors (2010) foi o autor do relatório
“Educação, um tesouro a descobrir”, em que se exploram os quatro pilares da educação.
▪ Esse relatório apontou como principal consequência da sociedade do conhecimento a
necessidade de uma aprendizagem ao longo de toda vida, fundamentada em quatro pilares,
que são, concomitantemente, do conhecimento e da formação continuada.
▪ Como afirma Delors (2010), “À educação cabe fornecer, de
algum modo, os mapas de um mundo complexo e
constantemente agitado e, ao mesmo tempo, a bússola que
permite navegar através dele”.
Os quatro pilares da educação
1. Aprender a conhecer: é quando tornamosprazeroso o ato de compreender, descobrir ou
construir o conhecimento. Com a velocidade em que o conhecimento humano se multiplica,
muitas vezes deixamos de lado essa necessidade de nos aprimorar, desinteressando-nos pelo
outro, pelo novo.
2. Aprender a fazer: é ir além do conhecimento teórico e entrar no setor prático. Aprender a
fazer faz com que o ser humano saiba lidar com situações de emprego, trabalho em equipe,
desenvolvimento corporativo e valores necessários para cada trabalho.
3. Aprender a viver com os outros: aprender a compreender o próximo, desenvolver uma
percepção, estar pronto para gerenciar crises e participar de projetos comuns.
4. Aprender a ser: desenvolver o pensamento crítico,
autônomo, incitar a criatividade e elevar o crescimento de
conhecimentos, além de ter em mente um sentido ético e
estético perante a sociedade.
ATÉ A PRÓXIMA!
Política Social em Educação
Prof. Vanderlei da Silva
Unidade I
VD2
Políticas educacionais
▪ Para que possamos entender os aspectos mais relevantes das nossas políticas
educacionais, precisamos primeiro compreender o processo de construção
histórica da educação no Brasil.
▪ Podemos classificar a história da educação no Brasil em três períodos, fazendo
uma interface dos modelos educacionais com os ciclos econômicos vivenciados
no país: o ciclo da agroexportação, o de substituição das importações e,
finalmente, o de internacionalização do mercado interno.
▪ Para compreender essa classificação, podemos utilizar
a seguinte divisão cronológica:
− 1º período: de 1500 a 1930, abrangendo a Colônia, o
Império e a Primeira República;
− 2º período: de 1930 a 1960, aproximadamente;
− 3º período: de 1960 em diante.
Processos da educação escolar no Brasil. Período colonial 
▪ A história da educação no Brasil inicia com a chegada dos padres jesuítas, responsáveis
pelas bases de um vasto sistema educacional que seria o marco da educação brasileira.
▪ O que tínhamos nesse período era um sistema educacional de elite e não havia interesse em
ampliar a escolarização para atingir a classe subalterna.
▪ Isso nos leva a perceber que, desde sua colonização, o país sempre valorizou um sistema
educacional organizado e estruturado de forma excludente e seletiva.
▪ Com a vinda da Corte Portuguesa para a Colônia, em 1808, foram introduzidas modificações
nos planos econômico, político e social.
▪ Tais mudanças também tiveram influências no âmbito da
educação adotada pelo governo português para o Brasil.
▪ Nesse sentido, foram inauguradas diversas instituições
educativas e culturais e surgiram os primeiros cursos superiores
de Direito, Medicina e Engenharia, mas não universidades.
Processos da educação escolar no Brasil. Período imperial
▪ Novas mudanças educacionais serão promovidas no país a partir de 1822, com a
Proclamação da Independência do Brasil.
▪ Os novos ideais foram discutidos pela Assembleia Constituinte, que defendia a
importância da educação popular.
▪ Nesse sentido, em 1827, foi determinado na legislação que deveriam ser criadas
escolas primárias em todas as cidades e vilas mais populosas.
▪ Em 1834, a responsabilidade pela educação primária foi transferida para o âmbito
das províncias.
▪ É importante destacar que uma legislação de 1827
vigorou até 1946 como a única lei geral para o ensino
elementar, ou seja, não houve interesse político em
modificar a situação da educação.
Processos da educação escolar no Brasil. Período republicano 
▪ No Brasil, a expansão do ensino foi lenta e irregular por falta de uma formulação da política
educacional e mesmo a Proclamação da República, em 1889, quase não alterou esse cenário,
havendo somente investimento e expansão no ensino superior.
▪ No ano de 1890, foi criado o Ministério de Educação, Correios e Telégrafos, o qual teve curta duração,
sendo passados os assuntos educacionais para o Ministério da Justiça.
▪ Um significativo avanço no âmbito educacional brasileiro foi registrado entre os anos de 1889 a 1930,
quando foram fundadas algumas escolas superiores e construídas muitas escolas primárias e
secundárias, mas substancialmente pouco se alterou o quadro do sistema educacional.
▪ Nesse período, o Estado apenas procurou garantir a manutenção dos
estabelecimentos, considerados como padrão para as demais
escolas secundárias do país, mas não conseguiu atender aos
anseios republicanos de ampliação das oportunidades educacionais,
permanecendo ainda um sistema elitista, excludente e seletivo.
Associação Brasileira de Educação (ABE)
▪ Com a criação, em 1924, da ABE pelos educadores, intelectuais, políticos e figuras de
expressão da sociedade brasileira, foi possível impulsionar as discussões em torno dos
problemas educacionais, sendo promovidos cursos, palestras, semanas da educação e
conferências, principalmente as Conferências Nacionais de Educação.
▪ Foi por meio das Conferências Nacionais de Educação que surgiu em 1932 o Manifesto dos
Pioneiros da Escola Nova, contendo uma nova proposta pedagógica de reconstrução do
sistema educacional brasileiro, visando a uma política educacional do Estado.
▪ Todos esses movimentos promoveram grandes mudanças no
campo educacional brasileiro, pois aí se desenhou uma
democratização no ensino, principalmente em virtude de
fatores como a discussão em torno da “escola ativa” de Dewey,
tendo como seguidores, no Brasil, Anísio Teixeira, Lourenço
Filho, Fernando de Azevedo e Francisco Campos.
Reforma Francisco Campos
▪ A criação do Ministério da Educação e Saúde em 1930 foi a medida educacional mais importante
surgida nesse período, pois tinha como papel fundamental orientar e coordenar, como órgão
central, as reformas educacionais que seriam incluídas na Constituição de 1934, tendo como
titular Francisco Campos.
▪ Essas reformas, de fato, contaram com elementos importantes, como a integração entre as
escolas primária, secundária e superior e, ainda, a elaboração do estatuto da universidade
brasileira.
▪ Nesse período, também foram introduzidos o ensino primário gratuito e obrigatório e o ensino
religioso facultativo.
▪ Como o foco educacional nesse período era a profissionalização,
foram criados o Senai, em 1942, e, em 1946, o Senac.
▪ Assim, o ensino industrial passou a assumir um papel relevante na
formação da mão de obra brasileira, principalmente no contexto da
industrialização do país.
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) 
Lei n.º 4.024/1961 
▪ A LDB estabeleceu que o ensino de nível primário no Brasil poderia ser ministrado pelos setores
público e privado, extinguindo a obrigatoriedade do ensino gratuito nesses anos escolares.
▪ Permitiu também ao Estado subvencionar os estabelecimentos de ensino particulares, por meio
de bolsas de estudo e empréstimos, e a construção, as reformas e a infraestrutura da escola.
▪ Nesse sentido, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional passou a ser compreendida
como a medida mais importante assumida pelo Estado em relação à política educacional.
▪ Apesar de todas as questões políticas e sociais que envolviam as
relações do regime militar com a sociedade civil, a legislação
brasileira evoluiu na direção da garantia do direito à educação, até
sua consagração como direito público subjetivo, na Constituição
Federal de 1988.
A educação após a Constituição de 1988
▪ A partir da promulgação da Constituição Federal de 1988, as propostas educacionais no
âmbito do Estado e da sociedade civil passam a fazer parte dos direitos constitucionais.
▪ Inicialmente garantida apenas para o ensino fundamental, a universalização do atendimento
e da gratuidade foi sendo aos poucos expandida para outras etapas do ensino básico.
▪ Exemplo dessa expansão foi a Emenda Constitucional n.º 59, de 2009, que determinou a
universalização dos ensinos infantil e médio, garantindo acesso à escola para todos os
jovens, dos quatro aos dezessete anos de idade.
▪ Também é importante destacar que a Lei de Diretrizes e Bases
para a Educação Brasileira, de 1996, foi a primeira leigeral da
educação promulgada desde 1961, tendo uma ampla
repercussão sobre o sistema escolar.
A descentralização da educação
▪ Após a CF/88, a União assume a definição da política educacional como tarefa de sua
competência, descentralizando sua execução por Estados e Municípios.
▪ Visando melhorar a qualidade do ensino, o controle do sistema escolar passa a ser exercido
por meio de uma política de avaliação para todos os níveis de ensino.
▪ Essas avaliações têm por objetivo dar condições para que os governantes tenham um
panorama de quanto as crianças e jovens espalhados pelas escolas de todo o território
nacional estão de fato aprendendo.
▪ A partir dos diagnósticos produzidos por essas provas, é
possível aos técnicos da educação traçarem estratégias para
melhorar a qualidade da educação do país inteiro, de uma
região, ou de uma escola específica.
Tipos de avaliações aplicadas na educação básica do Brasil
▪ Educação infantil – Em 2019, foi implantada uma avaliação dos insumos ofertados
nas escolas de educação infantil: o Sistema de Avaliação da Educação Básica
(Saeb). Tal iniciativa já estava prevista desde 2010 nas Diretrizes Curriculares
Nacionais para a educação infantil.
▪ Anos iniciais do ensino fundamental – Durante os anos de 2013, 2014 e 2016, o
Governo Federal utilizou a Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA) como forma
de verificação externa dos estudantes do 3º ano do ensino fundamental das escolas
públicas.
▪ Porém, a partir de 2019, os testes do Saeb de ciências da
natureza e ciências humanas para estudantes do 9º ano e
a avaliação da alfabetização do 2º ano do ensino
fundamental foram feitos por amostragem e não de forma
universal, como ocorria até 2016.
ATÉ A PRÓXIMA!
Política Social em Educação
Prof. Vanderlei da Silva
Unidade I
VD3
Tipos de avaliações aplicadas na educação básica do Brasil
▪ Anos finais do ensino fundamental: em 2019 também foram apresentadas novas diretrizes
para a realização da avaliação por meio do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb).
▪ A aplicação passou a ser censitária em todas as escolas públicas localizadas em zonas
urbanas e rurais que tenham dez ou mais estudantes matriculados no 5º e no 9º anos do
ensino fundamental e na 3ª e 4ª séries do ensino médio.
▪ Ensino médio: assim como os alunos de 5º e 9º anos do fundamental, os estudantes do 3º
ano do ensino médio da rede pública também prestam o Saeb, respondendo a itens de
português e matemática e também a um questionário socioeconômico.
▪ É importante destacar que essa etapa de ensino tem outra
avaliação, que é o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
O Enem foi criado em 1998 com o objetivo de avaliar os sistemas
de ensino, mas se tornou peça-chave nos vestibulares, a partir de
sua incorporação aos programas de seleção para a universidade
do Governo Federal.
Tipos de avaliações aplicadas na educação superior do Brasil
▪ Ensino superior: o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) analisa as
instituições, os cursos e o desempenho dos estudantes.
▪ O processo de avaliação leva em consideração aspectos como ensino, pesquisa, extensão,
responsabilidade social, gestão da instituição e corpo docente.
▪ O Sinaes reúne informações do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) e das
avaliações institucionais e dos cursos.
▪ O Enade avalia o rendimento dos concluintes dos cursos de graduação, em relação aos
conteúdos programáticos e habilidades e competências adquiridas em sua formação.
▪ O exame é obrigatório e a situação de regularidade do estudante
no exame deve constar em seu histórico escolar.
▪ As informações obtidas são utilizadas para orientação
institucional de estabelecimentos de ensino superior e para
embasar políticas públicas.
As reformas educacionais e os planos de educação
▪ O cumprimento enfocado pela Constituição Federal deu-se principalmente a partir da LDB,
criada em 1996, que foi influenciada por várias lutas sindicais, políticas, sociais e econômicas.
Dessa forma, a LDB apresenta uma importante proposta para a educação brasileira.
▪ Por esse motivo é que, com embasamento na LDB, definiu-se o Plano Nacional da Educação,
com o objetivo de se fazer uma regulamentação global de como deve ser estruturada a
educação básica no Brasil.
▪ A partir do Plano Nacional da Educação, o governo elaborou os Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCNs).
▪ Os PCNs servem para orientar o ensino brasileiro de acordo com
a realidade de cada região das escolas brasileiras.
▪ Segundo o Ministério da Educação, o Parâmetro Curricular
Nacional é considerado pelo governo como referencial de
qualidade para a educação básica.
O Fundeb e o PPA
▪ Também em cumprimento ao que determinava a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
(LDB), criou-se o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de
Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), que envia recursos financeiros para
valorizar o salário dos professores, assim como para serem utilizados na educação básica.
▪ O Plano Plurianual, definido pelo artigo 165 da Constituição Federal, com uma duração de
quatro anos, é formado por um conjunto de programas do Governo Federal com o objetivo
de abranger diversas áreas sociais para promover o acesso à educação em qualquer nível.
▪ É papel do PPA, além de declarar as escolhas do governo e da
sociedade, indicar os meios para a implementação das políticas
públicas, bem como orientar taticamente a ação do Estado para
a consecução dos objetivos pretendidos.
As dimensões do PPA
▪ Dimensão estratégica: precede e orienta a elaboração dos programas temáticos.
É composta por uma visão de futuro, eixos e diretrizes estratégicas.
▪ Dimensão tática: define caminhos exequíveis para as transformações da realidade que
estão anunciadas nas diretrizes estratégicas, considerando as variáveis inerentes à política
pública e reforçando a apropriação, pelo PPA, das principais agendas de governo e dos
planos setoriais para os próximos quatro anos.
▪ Dimensão operacional: relaciona-se com a otimização da aplicação dos recursos
disponíveis e com a qualidade dos produtos entregues, sendo especialmente tratada no
orçamento.
▪ No ano de 2007, o Brasil também implantou o Plano de
Desenvolvimento da Educação (PDE), que apresenta formas
de enfrentar os problemas de rendimento, frequência e
permanência do aluno na escola.
A Política Nacional de Educação no Brasil
▪ A política educacional pertence ao grupo de políticas públicas sociais do país, ou seja, trata-
se de uma política de responsabilidade do Estado.
▪ A educação, junto com saúde e segurança pública, é um dos deveres mais importantes de
todas as esferas governamentais e, por isso, possui uma ampla legislação, que visa garantir
não somente que os governos cumpram suas obrigações, mas também que a educação
cumpra sua função social.
▪ Nesse sentido, foi criado o Conselho Nacional de Educação
(CNE), que tem por missão a busca democrática de
alternativas e mecanismos institucionais que possibilitem, no
âmbito de sua esfera de competência, assegurar a
participação da sociedade no desenvolvimento,
aprimoramento e consolidação da educação nacional de
qualidade.
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) 
Lei n.º 9.394/1996
▪ A LDB é a principal legislação educacional brasileira, considerada a Carta Magna da
educação.
▪ Ela organiza e regulamenta a estrutura e o funcionamento do sistema educacional público e
privado em todo o Brasil com base nos princípios e direitos presentes na Constituição Federal
de 1988.
▪ Na LDB encontramos as diretrizes que regem a educação nacional em todas as suas
modalidades, do ensino básico ao superior.
▪ Por isso, é fundamental que todos os que atuam na área da
educação tenham conhecimento da LDB, já que nela podem
ser encontrados tanto os direitos quanto os deveres dos
profissionais da educação e também de seus governantes.
Lei n.º 13.632/2018 e Lei n.º 13.796/2019
▪ A lei n.º 13.632/2018 alterou a LDB, incluindo o direitoà educação e à aprendizagem ao longo da
vida como um dos princípios norteadores do ensino brasileiro, e estabeleceu que a educação de
jovens e adultos (EJA) constituirá instrumento para a educação ao longo da vida.
▪ Essa lei também determina que é dever do Estado garantir que a educação especial se estenda
ao longo da vida para as pessoas com deficiência, conforme o que já estava assegurado no artigo
24 da Convenção da ONU sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência.
▪ Em 2019 também foi sancionada a Lei n.º 13.796 que assegura
aos alunos o direito de faltar a aulas e a provas por motivos
religiosos e de consciência.
▪ A norma altera a LDB para garantir a alunos direitos que estejam
alinhados a sua religião.
Reforma da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB)
Lei n.º 13.415/2017
Principais temas inseridos na LDB a partir de 2017:
▪ carga horária mínima anual;
▪ temas transversais;
▪ linguagens e suas tecnologias;
▪ matemática e suas tecnologias;
▪ ciências da natureza e suas tecnologias;
▪ ciências humanas e sociais aplicadas;
▪ padrões de desempenho esperados para o ensino médio;
▪ construção de projeto de vida e formação nos aspectos físicos, cognitivos e
socioemocionais;
▪ projetos e atividades online;
▪ domínio dos princípios científicos e tecnológicos que presidem a produção
moderna;
▪ conhecimento das formas contemporâneas de linguagem;
Reforma da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB)
Lei n.º 13.415/2017
▪ itinerários formativos;
▪ formação técnica e profissional;
▪ ênfase técnica e profissional;
▪ concessão de certificados intermediários de qualificação para o trabalho;
▪ cursos realizados por meio de educação a distância ou educação presencial mediada por tecnologias;
▪ garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da vida;
▪ medidas de conscientização, de prevenção e de combate a todos os tipos de violência;
▪ ações destinadas a promover a cultura de paz nas escolas;
▪ educação alimentar e nutricional incluída entre os temas transversais;
▪ exercício da liberdade de consciência e de crença;
▪ notificação ao Conselho Tutelar do Município a relação dos alunos que
apresentem quantidade de faltas acima de 30%.
ATÉ A PRÓXIMA!
Política Social em Educação
Prof. Vanderlei da Silva
Unidade I
VD4
Estrutura e organização do ensino brasileiro
▪ No Brasil, o sistema escolar é formado por uma rede de escolas e por uma estrutura.
▪ A rede de escolas está classificada pelos graus de ensino e pelas modalidades de ensino.
▪ Os graus de ensino foram estruturados para atender ao crescimento biológico e psicológico dos alunos.
▪ É o que, pela legislação atual, foi denominado como educação infantil, ensino fundamental, ensino médio
e ensino superior.
▪ Já as modalidades de ensino visam atender a aspectos psicológicos e sociais, tais como o ensino técnico
e profissionalizante.
▪ A estrutura para o sistema escolar é formada pela parte administrativa.
▪ Da mesma forma, a política de educação é composta por níveis e
modalidades de ensino, sendo que cada um destes possui
particularidades no tocante à dinâmica dos espaços ocupacionais,
legislações e prerrogativa dos entes governamentais, profissionais e
públicos.
Organização administrativa, pedagógica 
e curricular do sistema de ensino
A educação escolar no Brasil está organizada em três esferas administrativas: União, estados,
Distrito Federal e municípios, cada um abrigando um sistema de ensino, conforme segue:
▪ A União abriga o sistema federal de ensino, com as instituições de ensino médio técnico e de nível
superior (públicas e privadas).
▪ Os estados e o Distrito Federal abrigam o sistema estadual de ensino, com as instituições de todos os
níveis (públicas e privadas).
▪ Os municípios abrigam o sistema municipal de ensino, com instituições de educação infantil, incluindo-se
creches, e de educação fundamental.
▪ O modelo de organização da educação escolar nacional distribui
responsabilidades para União, estados, Distrito Federal e municípios,
seguindo a previsão dos artigos da LDB.
Níveis e modalidades de educação e de ensino
▪ O sistema educacional brasileiro apresenta uma divisão em níveis, etapas, fases, cursos e
modalidades.
▪ Inicialmente, a educação escolar é dividida em dois níveis, segundo a LDB, em seu artigo 21:
educação básica e educação superior.
▪ A educação básica apresenta três etapas: educação infantil, ensino fundamental e ensino médio, e
ainda temos as fases da educação infantil e do ensino fundamental, conforme as Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação Básica (DCN).
▪ A educação infantil compreende a creche e a pré-escola.
▪ O ensino fundamental compreende os anos iniciais (1º ao 5° anos) e os anos finais (6º ao 9º anos).
▪ Por sua vez, o ensino superior dividiu-se em cursos e programas:
cursos sequenciais, graduação, pós-graduação e extensão.
Educação infantil e educação fundamental
▪ A educação infantil é a primeira etapa da educação básica. É a única que está vinculada a uma
idade própria: atende crianças de zero a três anos na creche e de quatro e cinco anos na
pré-escola.
▪ Tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança em seus aspectos físico, psicológico,
intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.
▪ O ensino fundamental, com 9 anos de duração, de matrícula obrigatória para crianças a partir dos 6
anos de idade, tem duas fases sequentes com características próprias, chamadas de anos iniciais, com
5 anos de duração, em regra para estudantes de 6 a 10 anos de idade, e anos finais, com 4 anos de
duração, para os de 11 a 14 anos.
▪ Os objetivos desse nível de ensino intensificam-se, gradativamente, no
processo educativo, tendo como meios básicos o pleno domínio da
leitura, da escrita e do cálculo, e a compreensão do ambiente natural e
social, do sistema político, da economia, da tecnologia, das artes, da
cultura e dos valores em que se fundamenta a sociedade, dentre
outros.
Ensino médio
Ensino médio: etapa final do processo formativo da educação básica, sendo orientado por princípios e
finalidades que preveem:
▪ A consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, possibilitando
o prosseguimento de estudos.
▪ A preparação básica para a cidadania e o trabalho, tomado este como princípio educativo, para continuar
aprendendo, de modo a ser capaz de enfrentar novas condições de ocupação e aperfeiçoamento
posteriores.
▪ O desenvolvimento do educando como pessoa humana, incluindo-se a formação ética e estética e o
desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico.
▪ A compreensão dos fundamentos científicos e tecnológicos presentes
na sociedade contemporânea, relacionando-se a teoria com a prática.
Ensino superior
▪ O Ministério de Educação do Brasil define, para efeito de registros estatísticos, que as
instituições de ensino superior estão classificadas da seguinte maneira: públicas (federais,
estaduais e municipais) e privadas (comunitárias, confessionais, filantrópicas e particulares).
▪ Basicamente, o sistema de ensino superior público é mantido pelo poder público, em níveis
federal, estadual ou municipal.
▪ Em se tratando do sistema de ensino superior privado, as fontes de financiamento provêm do
pagamento das mensalidades por parte dos próprios alunos, tanto para os cursos de
graduação como para os cursos de pós-graduação.
▪ Mesmo sendo todas consideradas de caráter privado, as
instituições dessa categoria se subdividem em comunitárias,
confessionais, filantrópicas e particulares.
Educação a distância
▪ É a modalidade educacional na qual alunos e professores estão separados física ou
temporalmente e, por isso, faz-se necessária a utilização de meios e tecnologias de
informação e comunicação.
▪ Essa modalidade é regulada por uma legislação específica e pode ser implantada na
educação básica (educação de jovens e adultos, educação profissional técnica de nível
médio) e na educação superior.▪ A modalidade educação a distância caracteriza-se pela
mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e
aprendizagem que ocorrem com a utilização de meios e
tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e
professores desenvolvendo atividades educativas em lugares
ou tempos diversos.
Educação especial
▪ Seu conceito está disposto no artigo 58 da LDB, sendo uma modalidade de educação escolar
oferecida preferencialmente na rede regular de ensino.
▪ Sua caracterização é encontrada nos artigos 59 e 60 da LDB, bem como nas inúmeras
legislações que foram necessárias para que o processo de inclusão pudesse acontecer.
▪ Em síntese, os sistemas de ensino devem matricular os
estudantes com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas classes
comuns do ensino regular e no Atendimento Educacional
Especializado (AEE), complementar ou suplementar à
escolarização, ofertado em salas de recursos multifuncionais ou
em centros de AEE da rede pública ou de instituições
comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos.
Educação profissional e tecnológica 
e educação de jovens e adultos (EJA)
▪ A educação profissional e tecnológica trata de um ensino que, no cumprimento dos objetivos da
educação nacional, integra-se aos diferentes níveis e modalidades de educação e às dimensões do
trabalho, da ciência e da tecnologia, e articula-se com o ensino regular e com outras modalidades
educacionais: educação de jovens e adultos, educação especial e educação a distância.
▪ Como modalidade da educação básica, a educação profissional e tecnológica ocorre na oferta de
cursos de formação inicial e continuada ou de qualificação profissional e nos de educação profissional
técnica de nível médio.
▪ A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não
tiveram acesso ou continuidade de estudos nos ensinos fundamental
e médio na idade própria e constituirá instrumento para a educação e
a aprendizagem ao longo da vida.
Programas do Fundo Nacional de 
Desenvolvimento da Educação (FNDE)
▪ Caminho da Escola: objetiva renovar, padronizar e ampliar a frota de veículos escolares das
redes municipal, do DF e estadual de educação básica pública.
▪ Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae): trata-se de um programa que oferece
alimentação escolar e ações de educação alimentar e nutricional a estudantes de todas as etapas
da educação básica pública.
▪ Programa Nacional de Reestruturação e Aquisição de Equipamentos para a Rede Escolar
Pública de Educação Infantil (Proinfância): visa garantir o acesso de crianças a creches e
escolas, bem como a melhoria da infraestrutura da rede de educação infantil.
▪ Programa Brasil Alfabetizado: colabora para universalizar o
ensino fundamental, promovendo o apoio à alfabetização de
jovens com quinze anos ou mais, adultos e idosos.
▪ Programa Nacional do Livro Didático (PNLD): seu objetivo é
proporcionar material didático de qualidade gratuitamente às
escolas públicas.
ATÉ A PRÓXIMA!
Política Social em Educação
Prof. Vanderlei da Silva
Unidade II
VD1
A questão social e a educação
▪ O novo papel da escola deve ser o de elucidar e desvelar a realidade social em todos os
seus meandros.
▪ Deve ser o de socializar informações que possibilitem à população ter uma visão crítica
que contribua com sua mobilização social visando à conquista de seus direitos.
▪ Nesse sentido, a relação da política da educação com as demais políticas sociais pode ser
um importante fator para enfrentar a questão da inclusão e da permanência dos alunos das
classes menos favorecidas na escola.
▪ Assim, é preciso pensar cada vez mais em formas que
permitam realizar a articulação das políticas sociais.
▪ Com a inserção dessas demandas no ambiente escolar
ampliam-se as possibilidades de enfrentamento das
desigualdades sociais.
A função social da escola 
▪ A escola precisa ser capaz de promover novas estratégias que efetivem a formação do cidadão,
para que este tenha condições de exercer a prática da cidadania.
▪ Ela é uma das poucas instituições que possuem condições de formar sujeitos que irão ocupar
espaços na sociedade.
▪ Para que isso ocorra, é necessário que o ambiente escolar e o meio social mantenham uma
relação de reciprocidade.
▪ Nesse sentido, torna-se importante a adoção de um processo de gestão democrática da escola.
▪ A gestão democrática implica o diálogo entre diversos
atores/intervenientes, como os governantes, as empresas, as
organizações civis e os cidadãos.
▪ Porém, o processo requer uma aprendizagem conjunta e contínua
dos grupos sociais, criando-se condições para que possam
pronunciar-se sobre a concepção das políticas públicas.
Características da gestão democrática 
▪ No processo de gestão democrática, as pessoas passam a ser reconhecidas por sua
capacidade de coordenação e de negociação tanto dentro da organização quanto fora dela.
▪ Uma das principais características da gestão democrática está associada a preocupações e
princípios relativos à postura ética da conduta, à valorização da transparência na gestão dos
recursos e à ênfase sobre a democratização das decisões e das relações na organização.
▪ Um fator bastante positivo no processo de gestão democrática é o surgimento da cidadania
deliberativa, ou seja, a legitimidade das decisões passa a ter origem em processos de
discussão.
▪ Tais processos são orientados pelos princípios da inclusão, do
pluralismo, da igualdade participativa, da autonomia e do bem
comum.
A descentralização do ensino 
▪ A descentralização do ensino constitui um dos fatores essenciais para o movimento de
democratização das escolas brasileiras e da construção de autonomia da gestão escolar.
▪ Porém, para que essa participação se torne realidade, são necessários meios e condições
favoráveis, ou seja, é preciso repensar a cultura escolar e os processos, normalmente
autoritários, de distribuição do poder no seu interior.
▪ Dessa forma, para a escola cumprir sua função social é necessário que tenha uma visão do
que está ocorrendo na sociedade, conseguindo assim estabelecer uma conexão do que é
ensinado com a prática cotidiana do aluno, preparando-o para o exercício profissional.
▪ Isso somente será possível se a sociedade for chamada para
participar das decisões que irão ditar os rumos a ser
seguidos pela escola.
Desigualdade social e políticas de inclusão
▪ O enfrentamento das desigualdades sociais e educacionais e a pobreza são temas inseridos
nos Planos Nacionais de Educação (PNEs) de 2014 a 2024, apresentando as formas que
deverão ser utilizadas para o enfrentamento do problema e visando reduzir seu impacto
social.
▪ Nesse sentido, o Plano de Desenvolvimento da Educação tem sido colocado como elemento
essencial para o desenvolvimento do país, principalmente para a qualificação da educação.
▪ Outra questão levantada nos planos é a importância da educação como fator para
superação das condições de pobreza.
▪ É necessária a atuação articulada com as demais políticas
sociais, como saúde, assistência social, moradia, trabalho e
emprego.
Os objetivos dos Parâmetros Curriculares Nacionais 
Esses parâmetros indicam, como objetivos do ensino fundamental, que os alunos sejam capazes
de:
▪ Compreender a cidadania como participação social e política, assim como exercício de direitos e
deveres políticos, civis e sociais.
▪ Posicionar-se de maneira crítica, responsável e construtiva nas diferentes situações sociais.
▪ Conhecer características fundamentais do Brasil nas dimensões sociais, materiais e culturais.
▪ Conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural
brasileiro, bem como aspectos socioculturais de outros povos e
nações.
▪ Perceber-se integrante, dependente e agente transformador do
ambiente, identificando seus elementos e as interações entre eles.
Os objetivos dos Parâmetros Curriculares Nacionais 
▪ Desenvolver o conhecimento ajustado de si mesmo e o sentimento de confiança em suascapacidades afetiva, física, cognitiva, ética, estética, de inter-relação pessoal e de inserção
social.
▪ Conhecer e cuidar do próprio corpo, valorizando e adotando hábitos saudáveis como um dos
aspectos básicos da qualidade de vida.
▪ Utilizar as diferentes linguagens como meio para produzir, expressar e comunicar suas ideias,
interpretar e usufruir das produções culturais.
▪ Saber utilizar diferentes fontes de informação e recursos
tecnológicos para adquirir e construir conhecimentos.
▪ Questionar a realidade formulando problemas e tratando de
resolvê-los, utilizando para isso o pensamento lógico, a
criatividade, a intuição, a capacidade de análise crítica.
A educação inclusiva
▪ O momento mais importante da discussão sobre o processo de inclusão escolar foi na
década de 1990, com o discurso em defesa da escola para todos, surgido na Conferência de
Jomtein, na Tailândia.
▪ No Brasil, tais princípios balizaram as políticas que passaram a ser implementadas nas
escolas como condutores da inclusão escolar.
▪ O principal objetivo dessas políticas é assegurar o direito de todas as crianças, jovens e
adultos à educação, independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais,
emocionais, linguísticas e outras.
▪ Dessa forma, todos os sistemas educativos devem ser
projetados e os programas aplicados tendo-se em vista toda a
gama dessas diferentes características e necessidades.
A escola inclusiva na atualidade
▪ Com o compromisso assumido pelos governos de implementar a educação inclusiva, os
sistemas de ensino passaram a organizar seus atos normativos e orientativos, com vistas à
oferta de uma educação voltada para o enfrentamento à exclusão dos diferentes grupos.
▪ Todo esse movimento também tem por fundamento a questão de que a inclusão deve estar
apoiada no princípio de que a escola inclusiva deve assegurar a igualdade entre os alunos
diferentes e esse posicionamento lhes garante o direito à diferença na igualdade de direito à
educação.
▪ Dessa forma, o movimento mundial pela educação inclusiva é
uma ação política, cultural, social e pedagógica, desencadeada
em defesa do direito de todos os alunos de estarem juntos,
aprendendo e participando, sem nenhum tipo de discriminação.
A educação inclusiva e a redução das desigualdades educacionais
▪ Ao reconhecer que as dificuldades enfrentadas nos sistemas de ensino evidenciam a
necessidade de confrontar as práticas discriminatórias e criar alternativas para superá-las, a
educação inclusiva assume papel central no debate acerca da sociedade contemporânea e do
papel da escola na superação da lógica da exclusão.
▪ Por esse motivo, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional destinou um dos seus
capítulos para tratar exclusivamente da educação especial, voltado para pessoas com
deficiência.
▪ Todas essas ações são vistas como fundamentais para a
redução das desigualdades étnico-raciais, bem como para
ampliar o acesso e a permanência, nas universidades, dos
estudantes pobres oriundos das escolas públicas,
afrodescendentes, indígenas, com deficiência, dentre outros.
ATÉ A PRÓXIMA!
Política Social em Educação
Prof. Vanderlei da Silva
Unidade II
VD2
A cidadania e a emancipação das pessoas
▪ Cidadania é o conjunto de direitos e deveres exercidos por determinada pessoa que vive
em uma sociedade.
▪ Também diz respeito ao poder e grau de intervenção de que o indivíduo dispõe no usufruto
dos espaços que ocupa e, principalmente, na sua posição e no poder que possui de
interferir e transformar esses locais.
▪ Emancipação está relacionada com o ato de se tornar livre ou independente.
▪ Porém, o mesmo termo também pode ser aplicado para exemplificar a luta das minorias
por direitos de igualdade ou direitos políticos enquanto cidadãos.
▪ Em filosofia, a emancipação é a luta das minorias por seus
direitos de igualdade ou por seus direitos políticos enquanto
cidadãos.
O processo de cidadania e emancipação na escola pública
▪ Escola pública remete ao conceito de serviço público que precisa ser oferecido pelo Estado aos
cidadãos.
▪ Deve, assim, possuir um caráter universal, ou seja, para todas as crianças em idade escolar, pois
oferecer oportunidade para que todas as crianças tenham acesso à escola pública representa a
igualdade de oportunidades.
▪ Por esse motivo, é importante a compreensão do processo que a escola pública deve desempenhar
como garantidora do processo de construção da cidadania do sujeito e, consequentemente, do seu
processo de emancipação.
▪ Nesse sentido, é sempre importante encontrar formas para que a
educação possa articular-se e consiga, de fato, contribuir para a
construção do desenvolvimento de um projeto que seja ao mesmo
tempo educativo e emancipador.
▪ Considera-se que o processo de emancipação social deve ser o
objetivo de todas as políticas públicas e não somente da escola
pública.
A educação e os direitos sociais
▪ É importante destacar que os direitos sociais dizem respeito inicialmente à consagração jurídica de
reivindicações dos trabalhadores.
▪ Somente a partir da luta dos trabalhadores por mais direitos é que o Estado assumiu algumas das
reivindicações populares ao longo de sua existência histórica.
▪ Os direitos sociais são os chamados direitos de segunda geração.
▪ Ao contrário dos direitos de primeira geração, em que o Estado não deve intervir, nos direitos de segunda
geração o Estado passa a ter responsabilidade para a concretização de um ideal de vida digna na
sociedade.
▪ Relacionados ao valor de igualdade, os direitos fundamentais de segunda
geração são por excelência os direitos sociais, econômicos e culturais.
▪ Para ser garantidos, necessitam, além da intervenção do Estado, que este
disponha de poder pecuniário, seja para criá-los ou para executá-los.
As políticas sociais e a educação
▪ As políticas sociais estão relacionadas a ações voltadas para a formação de um sistema
de proteção social que deve ser implantado pelo Estado, com o objetivo de diminuir a
desigualdade socioeconômica, através da redistribuição dos benefícios sociais.
▪ A Constituição Federal reza, no seu artigo 6º, que são direitos sociais: a educação, a
saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e
à infância, a assistência aos desamparados.
▪ No artigo 205: a educação, direito de todos e dever do
Estado e da família, será promovida e incentivada com a
colaboração da sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Os direitos sociais previstos na CF/88
▪ Os direitos sociais foram alcançados ou construídos por meio das relações estabelecidas
entre os deveres do Estado e as relações deste com a sociedade civil, sendo que a CF/88
colocou esses direitos como um assunto prioritário para a gestão pública.
▪ Dessa forma, as políticas educacionais tiveram sua efetivação com o propósito de alcançar
a maior parte da população, buscando, por meio do acesso à educação, oferecer
oportunidades que possam promover a igualdade social.
▪ O direito educacional é o conjunto de normas, princípios, leis e
regulamentos que versam sobre as relações de alunos,
professores, administradores, especialistas e técnicos,
enquanto envolvidos, mediata ou imediatamente, no processo
ensino-aprendizagem.
A gestão social
▪ Para que se forme uma interface entre os direitos sociais e as políticas sociais é que existe a
gestão social, que deve ser constituída no foco do social em complementaridade ao
econômico.
▪ A gestão social funda-se na concepção de um Estado social de direito e ancora-se em
princípios constitucionais que dão forma e conteúdo às políticas, aos programas e aos
serviços públicos, reconhecendo o Estado como autoridade reguladora das ações públicas.
▪ Assim, no desenho e no conteúdo da política social, voltam-se as maiores expectativas por
redução de desigualdades, enfrentamento da pobreza e oportunidade efetiva de inclusãosocial de grande parcela da população brasileira.
▪ O trabalho social continua sendo a mediação necessária a toda
política pública que se comprometa com a busca da equidade e
enfrentamento das desigualdades sociais.
A necessidade de políticas públicas integradas
▪ As políticas públicas são concebidas como um conjunto de iniciativas articuladas, focando o
acesso ao mercado de trabalho, a segmentação urbana, as desigualdades de gênero, os
desequilíbrios regionais e outras demandas proeminentes.
▪ Porém, as demandas dos cidadãos e territórios estão postas de forma interconectada; quem
as separa são as políticas setoriais, ao ofertar de forma fragmentada e desconexa seus
serviços, programas e benefícios.
▪ Assim, as políticas integradas precisam se materializar em iniciativas articuladas e
diferenciadas em territórios concretos.
▪ Diante dessa realidade, o trabalho social torna-se essencial
para o sucesso das políticas públicas, ao gerar melhor
capacidade local de absorvê-las de maneira interativa.
A qualidade dos serviços ofertados pelas políticas públicas
▪ A garantia do usufruto e a permanência dos adolescentes e jovens nas escolas também dependem da
qualidade da relação que os serviços e operadores das políticas estabelecem com eles.
▪ Assim, a mera existência de equipamentos e serviços não garante a apropriação e o usufruto efetivo da
população.
▪ Por esses motivos, o trabalho social tornou-se estratégico para promover a efetivação da ação política
pública, sua articulação e protagonismo do cidadão.
▪ Nesse sentido, o trabalho social deve incorporar uma agenda de desenvolvimento do território,
integrado e sustentável.
▪ As mediações produzidas pelo trabalho social são indispensáveis para a
apropriação e o usufruto efetivo dos serviços e programas sociais
priorizados pelas políticas públicas na mudança das condições de vida
da população em situação de vulnerabilidade social.
Serviço Especializado em Abordagem Social
▪ Segundo a normativa do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), esse serviço deve
ser ofertado nos municípios pelas secretarias de assistência social de forma continuada e
programada, envolvendo um trabalho de abordagem e busca ativa que identifique nos
territórios a incidência de problemas que atingem crianças e adolescentes.
▪ Esses problemas podem ser de trabalho infanto-juvenil ilegal, exploração sexual e situação
de rua, que geram, dentre outras consequências negativas, limitações na trajetória escolar
ou evasão escolar.
▪ Se for operado em sintonia com as escolas públicas, esse
serviço socioassistencial pode contribuir de forma significativa
não apenas para interromper o ciclo de violência, mas também
para promover o encaminhamento de crianças e adolescentes
às demais políticas setoriais, entre as quais a educação.
Articulações da escola com a saúde e a segurança pública
▪ A estratégia Saúde da Família busca promover a qualidade de vida da população brasileira e intervir
nos fatores que colocam a saúde em risco.
▪ Dessa forma, os agentes do programa Saúde da Família podem atuar em sintonia com as escolas e os
serviços socioassistenciais para identificar e promover ações protetivas contra problemas que afetam a
saúde dos adolescentes e limitam sua trajetória escolar, tais como o uso de substâncias psicoativas
por familiares ou pelos próprios adolescentes.
▪ Se pensarmos na violência e na criminalidade presentes nas comunidades de risco, no entorno ou
mesmo no interior de muitas escolas, a articulação e a cooperação mais intensas entre as escolas e a
segurança pública também são vitais.
▪ Por exemplo, a Patrulha Escolar formada pela união da comunidade
escolar com a polícia para reduzir a violência e a criminalidade nas
escolas e nas suas proximidades.
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Política Social em Educação
Prof. Vanderlei da Silva
Unidade II
VD3
Educação em tempo integral
▪ O Plano Nacional de Educação afirma a necessidade da oferta de educação em tempo
integral em, no mínimo, 50% das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25%
dos alunos da educação básica.
▪ É considerada como educação em tempo integral a jornada escolar com duração igual ou
superior a sete horas diárias, durante todo o período letivo, compreendendo o tempo total
em que o aluno permanece na escola ou em atividades escolares oferecidas em outros
espaços educacionais.
▪ Essas atividades poderão ser desenvolvidas dentro do espaço
escolar, de acordo com a disponibilidade de cada escola, ou
fora dele, sob orientação pedagógica da escola, mediante o
uso dos equipamentos públicos e do estabelecimento de
parcerias com órgãos ou instituições locais.
Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV)
▪ Os SCFV possuem características que favorecem a oferta de ações complementares, de
caráter cultural, lúdico, social e educacional, a um público de crianças e adolescentes que é
atendido tanto pelas políticas de assistência social quanto pelas escolas públicas.
▪ A concretização de parcerias entre as escolas e os executores desse serviço é uma forma
de ampliar a oferta de educação integral.
▪ Assim, os SCFV não devem se limitar à simples inclusão de
estudantes beneficiários do Programa Bolsa Família nos
espaços que oferecem atividades no contraturno escolar, mas
essas devem ser desenvolvidas de modo a promover o
fortalecimento das relações intersetoriais entre educação e
assistência social.
As ideias de Adam Smith sobre a educação
▪ Adam Smith, um dos criadores do pensamento liberal clássico, já defendia que as instituições
educacionais públicas deveriam ser pagas de modo a cobrir seus gastos.
▪ Para Smith, o ensino seria melhor desenvolvido e obteria melhores resultados se ocorresse
sem a interferência do Estado, a partir da relação livre e natural entre os indivíduos, isto é,
por meio do mercado.
▪ Smith também defendia uma educação dualista: um ensino mínimo para as “pessoas
comuns” e o ensino das ciências mais elevadas e mais úteis para as “pessoas de posição e
fortuna médias ou superiores”.
▪ Dessa forma, pela análise desse clássico, evidencia-se que a
defesa de um ensino privado e dual, sob controle do mercado,
nada tem de novo.
O neoliberalismo
▪ Neoliberalismo é um movimento político-econômico, iniciado nos anos 1960, que combina ideias
liberais tradicionais de justiça social com ênfase no desenvolvimento econômico, sem nenhuma
interferência do Estado na economia.
▪ Foram os economistas Friedrich Hayek e Milton Friedman que estabeleceram os novos fundamentos
para a redução do Estado, a mercantilização dos direitos sociais, a ausência de sensibilidade com o
social e uma racionalidade instrumental, em benefício do capital.
▪ Assim, houve a transição do liberalismo clássico para o neoliberalismo moderno.
▪ Segundo Hayek, já que o Estado não pode ser abolido totalmente, deve ser reduzido ao mínimo.
▪ Para Friedman, compete ao Estado proteger a liberdade dos
indivíduos, preservar a lei e a ordem, reforçar os contratos privados e
promover mercados competitivos.
▪ No mais, a mão invisível do mercado constitui-se na melhor alternativa
para resolver os problemas do bem-estar e das desigualdades.
O modelo de educação neoliberal
▪ O liberalismo é uma doutrina econômica, política e social fundada na livre iniciativa, na
liberdade individual, no pluralismo partidário, e nos governos representativos, na economia
de mercado, na igualdade de oportunidade para todos e na proteção das liberdades civis e
políticas, sem nenhuma intervenção do Estado, para se atingir o progresso geral e o
bem-estar social e privado.
▪ O Estado moderno como conhecemos hoje é constituído de três elementos originários e
indissociáveis:
▪ Povo: seu componente humano, demográfico.
▪ Território: sua base física, geográfica.
▪ Governo soberano: o elemento condutor do Estado, que
detém e exerce o poder absoluto de autodeterminação e
auto-organização emanado do povo.
O modelo de educação liberal
▪ Para os pensadores liberais, na áreaeducacional, bem como em outras esferas da vida
social, o Estado deve se abster de toda e qualquer tentativa de atuar diretamente,
ministrando educação, ou de regular ou de intervir na educação.
▪ Assim, a educação somente dever ser regulada pelo mercado, sendo um bem pago e não
obrigatório, pois ninguém deve ser obrigado a buscá-lo, nem mesmo para seu próprio bem.
▪ Os autores liberais também consideram incompatíveis com os princípios liberais a existência
de um só tipo de escola, um só tipo de currículo, uma só metodologia de aprendizagem, um
só ritmo a que todos os educandos devem se adequar.
▪ Diante desse posicionamento sobre a educação, torna-se
imperioso para o liberalismo a valorização do ensino privado,
pois é uma ideologia que justifica e racionaliza os interesses do
capital, em diferentes etapas do seu desenvolvimento.
Educação neoliberal no Brasil
▪ O projeto neoliberal de sociedade e de educação se implantou, aprofundou e consolidou no
Brasil a partir do início dos anos de 1990.
▪ Porém, desde a década de 1980, diversos sujeitos políticos coletivos disputavam a
hegemonia, conformando duas principais tendências: por um lado, defendendo um projeto
liberal-corporativo, ou neoliberal, e, por outro, um projeto democrático de massas de
sociedade e de educação.
▪ A consolidação do projeto neoliberal se traduz, no Brasil, a partir
do programa denominado Educação para Todos, ideia que
oficialmente surgiu na Conferência Regional de Ministros da
Educação e Planejamento Econômico, realizada no México em
1979, a qual recomendou a formulação de um Plano Principal
de Educação para a América Latina e Caribe.
A política educacional neoliberal
▪ A perspectiva neoliberal de educação escolar é difundir e sedimentar entre as atuais e
futuras gerações a cultura empresarial, conformando técnica e eticamente as mudanças que
mundialmente o capital tem implementado nas forças produtivas e nas relações sociais de
produção capitalista.
▪ De forma hegemônica, a política educacional neoliberal segue as mesmas diretrizes
neoliberais das políticas sociais em seu conjunto, ou seja: redução dos gastos públicos,
focalização das ações governamentais, descentralização dos encargos e participação da
sociedade na sua operacionalização.
▪ As principais críticas sobre esse modelo estão na perspectiva
que a política educacional neoliberal focaliza a ação direta do
Estado na universalização da escolaridade obrigatória para a
população de faixa etária requerida pela lei, na expansão do
ensino médio e no aumento de sua participação nos programas
de formação profissional, ou seja, essa política destina-se
prioritariamente à formação do trabalho simples.
A disputa no campo educacional
▪ O que se evidencia é que no Brasil ainda existe uma disputa no campo educacional,
havendo, de um lado, a proposta neoliberal, acreditando-se que a competição produz o
efeito pedagógico de estimular o crescimento do sistema.
▪ No sentido inverso, outros se apoiam no princípio da centralidade que o Estado deve ter
para orientar uma política pública da educação, ou seja, que o governo assuma seu
compromisso indelegável para com os excluídos.
▪ Na prática, o ensino no Brasil não tem apresentado índices
satisfatórios de qualidade, sendo necessário repensar o
sistema e o modelo de ensino.
▪ Uma das sugestões que constantemente surgem nos debates
é a necessidade de se manter os jovens na escola e de se
elevar o salário de professor.
A articulação entre as políticas setoriais 
▪ As escolas e os serviços socioassistenciais devem articular a participação de áreas como
cultura, esporte, meio ambiente, ciência e tecnologia e juventude, ampliando assim as
condições de proteção, apoio e garantia dos direitos dos sujeitos e de suas famílias.
▪ É indiscutível a importância da articulação entre políticas setoriais para o enfrentamento de
problemas que restringem a vida escolar e o desenvolvimento integral das crianças e
adolescentes.
▪ A intersetorialidade trata de mecanismos de gestão e integração
de ações, saberes e esforços de diferentes setores da política
pública, com o objetivo de construir objetos comuns de
intervenção, para o enfrentamento mais articulado dos
problemas sociais.
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Política Social em Educação
Prof. Vanderlei da Silva
Unidade II
VD4
A educação como elemento do desenvolvimento humano
▪ Sob as relações sociais capitalistas, a educação funciona como sistema de internalização dos
conhecimentos, valores e cultura funcionais à reprodução da ordem do metabolismo social.
▪ Porém, outros afirmam que a educação não é um negócio, é criação, e que a educação não deve
qualificar para o mercado, mas para a vida.
▪ Esses autores percebem a educação como forma de superar os obstáculos da realidade.
▪ Os mesmos autores reconhecem que o simples acesso à escola é condição necessária, mas não
suficiente para tirar das sombras do esquecimento social milhões de pessoas cuja existência só é
reconhecida nos quadros estatísticos.
▪ Assim, a educação deve ser sempre continuada, permanente, ou
não é a educação.
▪ Por isso, defendem uma educação libertadora, que teria como
função transformar o indivíduo em um agente político, que pensa,
age e usa a palavra como arma para transformar o mundo.
A efetivação da educação como um direito social 
▪ No Brasil existe uma grande preocupação em torno da não efetivação da educação como um
direito social garantido a todas as crianças, a adolescentes e jovens de baixa renda do país.
▪ Dentre as estratégias propostas pelo PNE para buscar a universalização do atendimento escolar
para a população de 15 a 17 anos, está o acompanhamento do acesso e da permanência no
ensino médio dos jovens beneficiários de programas de transferência de renda.
▪ Esse acompanhamento deve focalizar a frequência, o aproveitamento escolar e a interação dos
adolescentes com o coletivo, bem como as situações de discriminação, preconceito e violência,
práticas irregulares de exploração do trabalho, consumo de drogas e gravidez precoce.
▪ O acompanhamento deve contar com a colaboração das famílias e
dos órgãos públicos de Assistência Social, Saúde e proteção à
adolescência e juventude.
A questão dos adolescentes fora da escola
▪ Outra ação apontada no PNE como necessária é a busca ativa dos adolescentes que
estejam fora da escola, tarefa que também pressupõe a cooperação entre escolas e
serviços de assistência social, saúde e proteção à adolescência e à juventude.
▪ Num país com a tradição política e cultural do Brasil, a criação de normas é condição
necessária, mas via de regra insuficiente para que mudanças na realidade aconteçam, pois
são muito comuns situações em que a distância entre os marcos normativos e os fatos
cotidianos é grande.
▪ É necessário considerar, ainda, que o deslocamento do
processo de exclusão educacional não se dá somente na
questão do acesso à escola, mas dentro dela, por meio das
instituições da educação formal.
A educação e a diminuição dos problemas sociais
▪ A educação é sempre apontada, por especialistas e pela sociedade, como a melhor resposta
para a diminuição dos problemas sociais.
▪ Nesse sentido, a educação pode proporcionar uma melhor formação para os cidadãos, que
se tornam mais conscientes de seu papel social.
▪ Quando isso acontece, também ocorre a potencialização do desenvolvimento da sociedade
como um todo.
▪ É por meio do acesso à informação e do estudo que as sociedades têm alcançado
progressos, inovações e melhorias para a humanidade.
▪ Assim, é preciso considerar que a educação é o primeiro passo
para reduzir as desigualdades sociais na sociedade.
Psicologia e assistência social nas escolas públicas
▪ Atualmente, a principal proposta em discussão é sobre a necessidade da prestação de serviços
de psicologia e assistência social nas escolas públicas de educação básica.
▪ A maior defesa da participação do serviço social como forma de proteção social escolar está
relacionada com o apoiodesses profissionais para o ensino fundamental e para a educação
básica.
▪ Nesse sentido, o serviço social mobiliza um conhecimento importante do ponto vista explicativo e
também do ponto de vista interventivo, que faz sentido no movimento histórico das relações
sociais no processo de reprodução da vida social, que também ocorrem dentro do ambiente
escolar.
▪ No cotidiano escolar existe uma interação de situações que em sua
origem possuem diferentes dimensões da questão social e que
acabam interferindo no processo de ensino-aprendizagem.
Temas atuais e importantes para a área da educação 
▪ Flexibilização do currículo: o intuito é abrir espaço para trabalhar os temas emergentes da
sociedade, dentre eles, os direitos humanos, a igualdade social, a sustentabilidade, as questões de
gênero e a tecnologia.
▪ Uso coerente da tecnologia: cada vez mais, o ensino tradicional virá aliado ao uso das novas
tecnologias de informação e comunicação.
▪ Incentivo à solidariedade: o papel das escolas será o de desenvolver metodologias de ensino que
contribuam para a formação ética e social dos estudantes.
▪ Ampliação dos espaços escolares: a aprendizagem deve transpor as barreiras da sala de aula.
▪ Exercício de diálogo e de escuta: é preciso praticar um diálogo em
que as pessoas saibam se expressar e que também percebam a
necessidade de escutar diferentes pontos de vista sobre um mesmo
assunto.
Os temas transversais na escola 
▪ Os temas transversais são constituídos pelos PCNs e compreendem seis áreas:
▪ Ética: respeito mútuo, justiça, diálogo, solidariedade.
▪ Orientação sexual: matriz da sexualidade, relações de gênero, prevenção das doenças
sexualmente transmissíveis.
▪ Meio ambiente: os ciclos da natureza, sociedade e meio ambiente, manejo e conservação
ambiental.
▪ Saúde: autocuidado, vida coletiva.
▪ Pluralidade cultural: constituição da pluralidade cultural no
Brasil, o ser humano como agente social e produtor de cultura,
pluralidade cultural e cidadania.
▪ Trabalho e consumo: relações de trabalho; trabalho, consumo,
meio ambiente e saúde. Consumo: meios de comunicação de
massa, publicidade e vendas; direitos humanos, cidadania.
Mediação de conflitos escolares
▪ A escola é o primeiro espaço de socialização dos seres humanos e nela as pessoas
começam a compartilhar experiências, a desenvolver empatia e a compreender limites.
▪ Nesse sentido, a mediação de conflitos escolares aparece como uma ferramenta para
promover diálogo e resolução de desentendimentos dentro de uma instituição escolar ou
acadêmica.
▪ O diálogo tem um papel fundamental no combate à violência e ao bullying, na diminuição da
hostilidade no tratamento humano e, quando está presente na escola, pode prevenir atos
infracionais de baixa gravidade, indisciplina e conflitos com a comunidade externa.
▪ Sua prática é importante para que a convivência no ambiente
educacional seja tranquila e isso se reflita nas famílias e em
toda a comunidade envolvida com essas instituições e seus
estudantes.
Cultura de paz na educação
▪ O debate e a discussão sobre a violência nas propostas de educação para a paz se fazem
necessários, de maneira a revelar a cultura violenta na qual a sociedade como um todo se
baseia.
▪ Por esse motivo, a cultura da paz está pautada em valores humanos que precisam ser
colocados em prática, a fim de passarem do estado de intenção para o exercício da ação,
transformando-se, concretamente, em atos.
▪ Tais valores, que se traduzem em éticos, morais e estéticos, encaminham-nos para o
despertar de expressões de amor e manifestações de respeito.
▪ Nesse sentido, comprometer a educação com uma cultura de
paz implica ações que perpassam desde a construção do plano
de desenvolvimento institucional, passando pela construção
coletiva de seus projetos pedagógicos, para chegar à ação
cotidiana de docentes e discentes em sala de aula.
A “escola do futuro”
▪ É preciso mudar o jeito de educar e isso só será possível quando o aluno assumir o papel de
protagonista de sua aprendizagem ao lado do professor.
▪ Na escola do futuro, a tecnologia passa a ser aliada dos professores com o ensino do uso consciente
das ferramentas.
▪ O sucesso educacional depende de uma complexa combinação de fatores, dentre eles, a qualidade da
formação de professores.
▪ Dessa forma, a escola do futuro tem o educador como uma figura admirada, um líder que estimula o
interesse pelo conteúdo das aulas.
▪ A escola do futuro precisa dialogar com os alunos e também com os pais.
▪ Assim, a escola precisa estar preparada para as mudanças que estão
por vir e para aquelas que já fazem parte do nosso cotidiano.
ATÉ A PRÓXIMA!

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