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SLIDES_POLÍTICA SOCIAL AMBIENTAL

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Política Social Ambiental
Prof. Vanderlei da Silva
Unidade I
VD1
Relação homem e meio ambiente
▪ Diversos filósofos e estudiosos ocidentais, em épocas distintas, tentaram 
explicar a origem da vida e da Terra por meio de suas teorias.
▪ O homem, tendo tomado ao logo do tempo ciência de suas capacidades 
intelectuais, nunca parou de perguntar, de investigar e de buscar por 
respostas.
▪ Isso fez com que ele construísse uma nova imagem de si próprio. 
▪ Essa é a característica que marca a época do 
Renascimento. 
▪ O homem renascentista busca moldar o mundo à 
sua imagem e semelhança, como em um 
empreendimento seu.
A Revolução Científica
▪ Com a Revolução Científica, a postura do homem perante a natureza adquire 
um contorno diferenciado, pois uma nova visão de mundo foi instituída: 
materialista, racionalista, mecanicista, instrumentalista e antropocêntrica.
▪ O cientista e filósofo René Descartes, com a obra O Discurso do Método e sua 
máxima “penso, logo existo”, determinaram “as formas de viver” da sociedade 
contemporânea.
▪ Assim, passa a imperar o método reducionista que só 
aceita o que se ajusta à razão cartesiana.
O paradigma cartesiano
▪ O paradigma cartesiano fixou as raízes do antropocentrismo (o homem é 
centro do mundo). 
▪ O antropocentrismo é uma concepção que considera que a humanidade deve 
permanecer no centro do entendimento dos humanos, isto é, o universo deve 
ser avaliado de acordo com a sua relação com o ser humano, sendo que as 
demais espécies, bem como tudo mais, existem para servi-los.
▪ Assim, o homem se distanciou da natureza, 
separando-se de suas origens, acreditando ser o 
“senhor de todas as coisas do mundo”.
▪ Consequentemente, passou a intervir de maneira 
mais danosa no meio ambiente.
O paradigma ecocêntrico
▪ O paradigma ecocêntrico é baseado num equilíbrio entre razão e emoção, em 
que o conhecimento é integrado e não fragmentado.
▪ Trata-se de uma linha política de filosofia ecológica que apresenta um sistema 
de valores centrado na natureza, em oposição ao antropocentrismo.
▪ Para a vigência desse modelo é necessário que o 
homem reaproxime-se da natureza enquanto parte 
dela e não como seu proprietário e que, também, 
impere a justiça social e ambiental.
A crise ambiental
▪ Há 200 anos, o meio ambiente passou a ser afetado consideravelmente com a ação 
humana, e há apenas 40 anos esses impactos passaram a ser considerados muito graves 
ao planeta.
▪ Depois da Segunda Guerra Mundial, o modelo social e econômico que passou a vigorar 
agravou os problemas ambientais, pois aumentou a exploração dos recursos naturais para 
atender às demandas nos processos produtivos, cada vez mais eficientes 
tecnologicamente.
▪ Assim, as principais causas dos problemas ambientais atuais 
são: crescimento populacional insustentável, acentuado 
aumento da pobreza e desigualdade social, métodos de 
produção de alimentos insustentáveis, uso de energia 
insustentável e produção industrial insustentável.
Crescimento populacional insustentável
▪ O crescimento populacional constante vem sempre acompanhado pela degradação ao 
meio ambiente.
▪ O crescimento populacional sem planejamento gera um déficit na capacidade do Poder 
Público quanto ao fornecimento dos serviços públicos básicos.
▪ O crescimento populacional tem enfraquecido sua capacidade de satisfazer as 
necessidades socioeconômicas básicas e proteger os recursos naturais.
▪ O “problema populacional” tem de ser solucionado por meio 
de esforços para eliminar a pobreza generalizada, a fim de 
garantir um acesso mais justo aos recursos e, por meio da 
educação, aprimorando o potencial humano para administrar 
esses recursos. 
O aumento da pobreza e desigualdade social
▪ A degradação ambiental nos países pobres é incessante, porque a maioria deles 
depende da exportação de produtos agrícolas para aumentar a sua receita.
▪ Em razão da distribuição desigual da renda e da falta de oportunidades de trabalho, 
os pobres constituem uma grande massa populacional nas grandes cidades e, com 
isso, agravam-se os impactos sobre o meio ambiente.
▪ A condição desigual presente em nível mundial revela que 
os países mais pobres têm maior dificuldade em 
adotar tecnologias limpas de produção, devido ao seu 
alto custo; e essa desvantagem pode ser observada, 
também, em nível do seu consumo.
Métodos insustentáveis de produção de alimentos
▪ O modelo dominante de produção de alimentos é insustentável e, sobretudo, 
causador de grandes danos ao meio ambiente. 
▪ Esse modelo baseia-se em métodos que buscam alta produtividade em um 
curto espaço de tempo.
▪ O resultado do manejo inadequado do solo das áreas 
onde predomina a atividade agrícola são os elevados 
processos erosivos, refletindo-se principalmente na 
perda de camadas de solo fértil, na sua contaminação 
e na contaminação da água por agrotóxicos, no 
assoreamento dos rios e nos prejuízos à fauna e flora 
nativas.
Uso de energia insustentável
▪ A produção e o consumo de energia têm um impacto devastador sobre o meio 
ambiente, tomando por base o modelo energético mais utilizado no mundo, ou 
seja, a queima de combustíveis fósseis.
▪ As usinas hidrelétricas também causam danos ao meio ambiente devido, 
principalmente, aos impactos das obras para construção desse tipo de 
empreendimento.
▪ O desperdício de energia é outro fator que contribui 
negativamente com a crise de energia.
Produção industrial insustentável
▪ A produção industrial insustentável baseia-se em modelos inadequados e degradadores, 
funcionando na lógica da alta produtividade em curto espaço de tempo.
▪ Caracteriza-se pelo desperdício de matéria-prima e de energia no processo produtivo, 
geração de grande quantidade de resíduos, disposição inadequada dos resíduos, não 
reaproveitamento de materiais e ausência de reciclagem, de segurança e de salubridade 
do ambiente de trabalho, etc.
▪ Para atender à demanda do consumo da sociedade, a agricultura e a indústria exploram 
os recursos naturais, degradando o meio ambiente.
▪ Por outro lado, o consumo inconsciente e desenfreado 
daquilo que se produz gera quantidades enormes de 
resíduos, que descartados no ambiente, causam dano 
ambiental. 
ATÉ A PRÓXIMA!
Política Social Ambiental
Prof. Vanderlei da Silva
Unidade I
VD2
A questão do crescimento econômico
Clube de Roma (1972)
▪ Publicação do relatório The limits of growth (Os limites do crescimento), em 1972, pelo 
chamado Clube de Roma, formado por um grupo de especialistas em diversas áreas.
▪ Um grupo apontava que o crescimento econômico ilimitado, da forma como estava 
ocorrendo, era incompatível com a disponibilidade dos recursos naturais, e por essa 
razão sugeriam frear o crescimento econômico.
▪ Outro grupo afirmava que a crise ambiental era uma invenção dos países ricos para 
impedir a ascensão dos países do Terceiro Mundo.
▪ O relatório foi bastante criticado na época, mas já não era 
mais possível discutir a questão ambiental sem falar de 
desenvolvimento econômico.
Conferência de Estocolmo
▪ Em 1972, foi realizada, em Estocolmo, a Conferência das Nações Unidas 
sobre o Ambiente Humano, ou Conferência de Estocolmo, com a participação 
de representantes de 113 países. 
▪ Resultados: 
▪ A aprovação da Declaração sobre o meio ambiente humano. 
▪ O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. 
▪ Estabelecimento de um plano de ação mundial 
a recomendação de elaboração de um 
programa internacional de educação ambiental.
Primeira Conferência Intergovernamental de Educação Ambiental
▪ Realizada em 1977, na cidade de Tbilisi/Geórgia. Foi um evento exclusivo para tratar de 
educação ambiental, em cooperação com o Programa das Nações Unidas para o Meio 
Ambiente.
▪ O Brasil não enviou nenhum representante à Primeira Conferência de Educação 
Ambiental.
▪ Dela resultaram diretrizes sobre a importância da 
perspectiva interdisciplinar, do aspecto histórico, do 
desenvolvimento do sentido participativo e crítico,da 
garantia de um processo contínuo e permanente de 
educação e de uma visão do ambiente, em sua totalidade e 
sob um prisma global.
A Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
▪ Foi criada em 1983, pela ONU.
▪ Tratava-se de um organismo independente, composto por 22 membros, cujos 
objetivos eram: 
a) reexaminar as questões críticas relativas ao meio ambiente e 
desenvolvimento, formulando propostas realistas para abordá-las; 
b) propor novas formas de cooperação internacional nessa área; 
c) dar à sociedade internacional uma maior 
compreensão desses problemas, incentivando-a a 
uma atuação mais firme.
O Relatório Brundtland
Documento Our common future (Nosso futuro comum)
▪ Publicado em 1987, tornou-se um dos documentos oficiais mais importantes 
do mundo que aborda a problemática ambiental.
▪ O Relatório Brundtland identificou os diferentes tipos de desenvolvimento dos 
países ao mesmo tempo, como causa e efeito dos problemas ambientais. 
▪ A comissão entendeu que haveria uma tendência crescente de diferenciação 
entre países pobres e países ricos, de difícil inversão. 
▪ Para tentar amenizar essa tendência, sugeriram 
realizar um “redimensionamento dos vínculos entre 
economia e ecologia global”.
O desenvolvimento sustentável
▪ No Relatório Brundtland foi cunhado o termo desenvolvimento 
sustentável, definido como “aquele que responde às necessidades do 
presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de responder 
às suas necessidades”.
▪ Vertentes principais do desenvolvimento sustentável: crescimento econômico, 
equidade social e equilíbrio ecológico.
▪ É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro.
▪ Para ser alcançado, o desenvolvimento sustentável 
depende de planejamento e do reconhecimento de 
que os recursos naturais são finitos.
Características do desenvolvimento sustentável
1. Um sistema político que assegure aos cidadãos a efetiva participação no processo 
decisório.
2. Um sistema econômico capaz de gerar excedente e know-how técnico em bases 
confiáveis e constantes.
3. Um sistema social que possa resolver as tensões causadas por um desenvolvimento 
não equilibrado.
4. Um sistema de produção que respeite a obrigação de preservar a base ecológica do 
desenvolvimento.
5. Um sistema tecnológico que busque constantemente novas 
soluções.
6. Um sistema internacional que estimule padrões sustentáveis 
de comércio e financiamento.
7. Um sistema administrativo flexível e capaz de se 
autocorrigir.
Conferência Rio-92 sobre o meio ambiente do planeta: 
desenvolvimento sustentável dos países
▪ Realizada em junho de 1992, no Rio de Janeiro, marcou a forma como a humanidade 
encara sua relação com o planeta. 
▪ Foi naquele momento que a comunidade política internacional admitiu claramente que 
era preciso conciliar o desenvolvimento socioeconômico com a utilização dos recursos 
da natureza.
▪ Na reunião – conhecida como Rio-92, Eco-92 ou Cúpula da 
Terra –, que aconteceu 20 anos depois da primeira 
conferência do tipo em Estocolmo, Suécia, os países 
reconheceram o conceito de desenvolvimento sustentável e 
começaram a moldar ações com o objetivo de proteger o 
meio ambiente.
Os acordos firmados na ECO-92
▪ Agenda 21: conjunto de proposições que visam estimular a implantação de planos de 
ação locais pelos municípios para alcance do desenvolvimento sustentável.
▪ Declaração do Rio: uma declaração com 27 princípios ambientais, com vistas ao 
desenvolvimento sustentável. Também é conhecida por Carta da Terra.
▪ Convenção da Biodiversidade: acordo ratificado por 112 países, comprometendo-se a 
proteger a biodiversidade, principalmente nas áreas de florestas.
▪ Convenção sobre o Clima: acordo ratificado por 152 países, 
comprometendo-se a preservar a atmosfera global, por meio 
do controle da emissão de CO2 e utilização de tecnologias 
mais limpas.
▪ Declaração de Princípios sobre as Florestas: documento que 
estabelece que as florestas do mundo devem ser protegidas 
devido à sua relevância ecológica.
O Tratado de Educação Ambiental
▪ Durante a ECO-92, o Brasil assinou o Tratado de Educação Ambiental, que foi aprovado 
pelo Fórum Internacional das ONGs, em evento paralelo ao principal.
▪ A Constituição Federal de 1988 já havia consagrado a promoção da educação ambiental 
em todos os níveis de ensino como incumbência do Poder Público, para assegurar o 
direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, no artigo 225, § 1º, inciso VI.
▪ Entretanto, a educação ambiental despontou como política pública apenas em 1999, 
com a aprovação da Política Nacional de Educação Ambiental (Lei Federal n.º 9.795), 
que define a natureza da educação, seus objetivos e princípios.
▪ Definição: “Os processos por meio dos quais o indivíduo e a 
coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, 
habilidades, atitudes e competências voltadas para a 
conservação do meio ambiente, bem de uso comum do 
povo, essencial à qualidade de vida e sua sustentabilidade”.
ATÉ A PRÓXIMA!
Política Social Ambiental
Prof. Vanderlei da Silva
Unidade I
VD3
A ética ambiental ou ecológica
▪ O fundador da ética ambiental foi o engenheiro florestal e naturalista Aldo Leopold.
▪ A ética ambiental ou ecológica deve orientar as ações humanas quanto às questões 
ambientais.
▪ Assim, todas as decisões e práticas humanas que afetem ou venham a afetar 
futuramente o meio ambiente devem ser feitas com fundamento na ética ambiental.
▪ Outro estudioso e filósofo de grande significado para a ética ambiental foi o alemão Hans 
Jonas.
▪ A nova ética proposta por Hans Jonas contempla a 
coletividade, a vulnerabilidade da natureza, a 
responsabilidade e o agir humanos pautados na ideia de 
limite, comedimento e bom senso.
O direito e a proteção ambiental
▪ Conforme as ações humanas passaram a causar impactos cada vez mais significativos 
ao meio ambiente, interferindo na sua qualidade e ameaçando sua existência, foi sendo 
construído um arcabouço jurídico-legal para conferir-lhe efetiva tutela e proteção. 
▪ Assim, um novo ramo da ciência jurídica surgiu, com objetivos, princípios e diretrizes 
próprias para cuidar dos problemas ambientais: o Direito Ambiental.
▪ O Direito Ambiental, carrega a visão antropocêntrica, visto que as normas de proteção 
ambiental são voltadas para o atendimento das demandas humanas. 
▪ É a pessoa humana a detentora do direito ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado, e também é ela quem exerce, 
em conjunto com o Poder Público, a responsabilidade de 
preservá-lo para o presente e para as futuras gerações.
Conceito de meio ambiente para o Direito 
▪ O primeiro conceito é o ecológico (técnico), segundo o qual meio ambiente é “a 
combinação de todas as coisas e fatores externos aos indivíduos ou população de 
indivíduos em questão”.
▪ O segundo conceito é o legal, constante da Lei n.º 6.938/1981 (Política Nacional do Meio 
Ambiente), para a qual meio ambiente é “o conjunto de condições, leis, influências e 
interações de ordem química, física e biológica, que permite, abriga e rege a vida em 
todas as suas formas”.
▪ O terceiro conceito, jurídico, é o formulado pelo jurista José 
Afonso da Silva, o qual afirma que meio ambiente “é a 
interação do conjunto de elementos naturais, artificiais e 
culturais que propiciem o desenvolvimento equilibrado da 
vida em todas as suas formas”.
Características do Direito Ambiental
▪ O Direito Ambiental é relativamente recente no Direito brasileiro. 
▪ Ele é um direito da terceira geração, o que significa dizer que ele é um direito difuso, ou 
seja, seus efeitos são indivisíveis e não se aplicam somente a um indivíduo, mas a toda 
coletividade.
▪ O Direito Ambiental também se apresenta como um direito autônomo, “pelo fato de 
possuir seu próprio regime jurídico, objetivos, princípios, sistema nacional do meio 
ambiente, etc.”
▪ Assim, o Direito Ambiental é o complexo de princípios e 
normas coercitivasreguladoras das atividades humanas 
que, direta ou indiretamente, possam afetar a sanidade do 
ambiente em sua dimensão global, visando a sua 
sustentabilidade para as presentes e futuras gerações.
O direito ambiental: noções gerais e conceitos
▪ O meio ambiente é tratado pela lei como um direito fundamental, constitucionalmente 
assegurado, cujo titular é a pessoa humana. 
▪ Direito esse que pode e deve ser exercido dentro de certos limites.
▪ O foco é permitir um desenvolvimento sustentável, possibilitando o desenvolvimento 
econômico e a proteção dos recursos da natureza.
▪ Meio ambiente classifica-se, segundo a doutrina 
jurídica, em:
I. meio ambiente natural;
II. meio ambiente artificial;
III. meio ambiente cultural;
IV. meio ambiente do trabalho.
O meio ambiente natural
▪ Também chamado de meio ambiente físico, é composto pela atmosfera, águas, solo e 
subsolo, fauna e flora e o patrimônio genético. Artigo 225 da Constituição Federal:
▪ Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso 
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à 
coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.
▪ § 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
▪ I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais 
e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas
▪ (...)
▪ VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as 
práticas que coloquem em risco sua função ecológica, 
provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais 
à crueldade.
O meio ambiente artificial
▪ O meio ambiente artificial é aquele construído pelo homem. 
▪ É a ocupação gradativa dos espaços naturais, transformando-os em espaços artificiais. 
▪ Tais espaços urbanos são conhecidos por cidade. 
▪ A Constituição Federal trata, nos artigos 182 e 183, da Política Urbana, cujo objetivo é 
ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar 
de seus habitantes.
▪ Vale destacar ainda a Lei n.º 10.257/2001, popularmente 
conhecida como Estatuto da Cidade, como norma 
fundamental para a proteção do meio ambiente artificial.
O meio ambiente cultural
▪ O meio ambiente cultural constituiu o patrimônio cultural brasileiro, que inclui os 
patrimônios artístico, paisagístico, arqueológico, histórico e turístico. 
▪ São bens produzidos pelo homem, mas diferem dos bens que compõem o meio 
ambiente artificial em razão do valor diferenciado que possuem para uma sociedade e 
seu povo.
▪ O artigo 23 da Constituição estabelece ser competência comum da União, dos estados, 
do Distrito Federal e dos municípios a proteção dos documentos, das obras e de outros 
bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais 
notáveis e os sítios arqueológicos (inciso III). 
▪ Já o Artigo 24 diz que compete à União, aos estados e ao 
Distrito Federal legislar concorrentemente sobre a proteção 
dos patrimônios histórico, cultural, artístico, turístico e 
paisagístico (inciso VII).
O meio ambiente do trabalho
▪ O meio ambiente do trabalho é constituído pelo ambiente local, no qual as pessoas 
desenvolvem as suas atividades laborais, remuneradas ou não remuneradas.
▪ O equilíbrio do meio ambiente do trabalho está baseado na salubridade do meio e na 
ausência de agentes que comprometam a incolumidade físico-psíquica dos 
trabalhadores, independentemente da condição que ostentem.
▪ As leis de proteção ao meio ambiente do trabalho são 
destinadas diretamente à proteção do trabalhador no seu 
ambiente de trabalho, o qual deverá participar também do 
controle e da fiscalização dos produtos perigosos, 
competindo ao SUS colaborar na proteção do meio ambiente 
do trabalho, reduzindo, assim, os riscos inerentes através 
das normas rígidas de segurança, higiene e saúde.
Princípios do Direito Ambiental
▪ Princípio do ambiente ecologicamente equilibrado como direito fundamental da pessoa 
humana: esse princípio decorre diretamente das disposições do artigo 225 da CF/88, 
quando proclama que o Meio Ambiente, ecologicamente equilibrado e essencial à sadia 
qualidade de vida, é um direito de todos os cidadãos brasileiros, sendo, portanto, um 
direito fundamental da pessoa humana.
▪ Princípio da natureza pública da proteção ambiental: decorre da previsão legal que 
considera o meio ambiente como um valor a ser assegurado e protegido para o uso 
comum de toda a coletividade. 
▪ O direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e 
essencial à sadia qualidade de vida não pode ser apropriado 
individualmente. Sua realização individual está 
intrinsecamente ligada a sua realização social, pois a tutela 
e a proteção do meio ambiente são de interesse público.
ATÉ A PRÓXIMA!
Política Social Ambiental
Prof. Vanderlei da Silva
Unidade I
VD4
Princípios do Direito Ambiental
▪ Princípio da participação comunitária: expressa a ideia de que a tutela e proteção do 
meio ambiente deve ser um esforço empreendido com a participação da coletividade, em 
cooperação com o Poder Público, visto que todos têm direito ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida. 
▪ Mais do que o direito, a sociedade tem o dever de ajudar a preservar o meio ambiente 
para as presentes e futuras gerações
▪ Princípio do poluidor-pagador: Todo aquele que polui (que causa dano ambiental) deve 
pagar pela poluição que gerou. 
▪ Entretanto, isso não significa dizer que, se a poluição tem 
um preço, e o poluidor arca com esse preço, fica autorizado 
a continuar poluindo. Ao contrário, o princípio visa evitar a 
ocorrência de danos ambientais. 
Princípios do Direito Ambiental
▪ Princípio da prevenção: para muitos doutrinadores, esse é o princípio base do Direito 
Ambiental, visto que sua natureza e objetivos são fundamentalmente preventivos. 
▪ De acordo com o princípio da prevenção, na realização de qualquer atividade ou 
empreendimento que possa causar ou efetivamente cause dano ao meio ambiente, 
deverão ser tomadas pelo empreendedor medidas que previnam, evitem ao máximo sua 
ocorrência.
▪ Princípio da precaução: mesmo que não tenha sido 
comprovado cientificamente que determinada atividade ou 
empreendimento de fato irá causar danos ambientais, o 
empreendedor deve, ainda assim, adotar medidas 
preventivas, diante da dúvida existente: “não há certeza 
científica sobre a ocorrência do dano, mas também não há 
certeza sobre sua não ocorrência”.
Princípios do Direito Ambiental
▪ Princípio da função socioambiental da propriedade: de acordo com a Constituição 
Federal de 1988, a propriedade deve atender a sua função social. 
▪ Hoje, mais do que atender a uma função social, ela deve atender a uma função 
ambiental.
▪ O Novo Código Civil, vigente desde 2002, abraçou em suas disposições esse princípio 
na condição de regra limitadora ao uso irrestrito da propriedade privada, a ser 
regularizada por lei especial: 
▪ Art. 1.228 - [...]. § 1º O direito de propriedade deve ser 
exercido em consonância com as suas finalidades 
econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de 
conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a 
fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o 
patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição 
do ar e das águas. [...] 
Princípios do Direito Ambiental
▪ Princípio do desenvolvimento sustentável
▪ O princípio do desenvolvimento sustentável refere-se: 
- ao direito do ser humano de desenvolver-se e realizar as suas potencialidades, quer 
individual quer socialmente; 
- ao direito de assegurar aos seus pósteros as mesmas condições favoráveis. 
▪ Nesse princípio, talvez mais do que em outros, surge tão 
evidente a reciprocidade entre direito e dever, porquanto, o 
desenvolver-se e usufruir de um planeta plenamente 
habitável não é apenas direito, é dever precípuo das 
pessoas e da sociedade.Princípios da Política Nacional do Meio Ambiente 
Lei n.º 6.938/1981 – Artigo 2º
▪ I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio 
ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, 
tendo em vista o uso coletivo;
▪ II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;
▪ III - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;
▪ IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas;
▪ V - controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras;
▪ VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias 
orientadas para o uso racional e a proteção dos recursos 
ambientais;
▪ VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental;
Princípios da Política Nacional do Meio Ambiente 
Lei n.º 6.938/1981 – Artigo 2º
▪ VIII - recuperação de áreas degradadas;
▪ IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação;
▪ X - educação ambiental a todos os níveis do ensino, inclusive a educação da 
comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio 
ambiente.
▪ O objeto da lei é a qualidade ambiental.
▪ A Constituição Federal de 1988 recepcionou os preceitos da Política Nacional do Meio 
Ambiente.
▪ Nela está traçada toda a sistemática necessária para a 
aplicação da política ambiental.
▪ Essa lei também instituiu o Sistema Nacional do Meio 
Ambiente (SISNAMA).
Objetivos da Política Nacional do Meio Ambiental
▪ Art. 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará:
▪ I - à compatibilização do desenvolvimento econômico social com a preservação da 
qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico;
▪ II - à definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao 
equilíbrio ecológico, atendendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito 
Federal, do Territórios e dos Municípios;
▪ III - ao estabelecimento de critérios e padrões da qualidade ambiental e de normas 
relativas ao uso e manejo de recursos ambientais;
▪ IV - ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias 
nacionais orientadas para o uso racional de recursos 
ambientais;
Objetivos da Política Nacional do Meio Ambiental
▪ V - à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de dados e 
informações ambientais e à formação de uma consciência pública sobre a necessidade 
de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico;
▪ VI - à preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas a sua utilização 
racional e disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio 
ecológico propício à vida;
▪ VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação 
de recuperar e/ou indenizar os danos causados, e ao 
usuário, de contribuição pela utilização de recursos 
ambientais com fins econômicos.
Os instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiental
▪ Art. 9º - São Instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente:
▪ I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental;
▪ II - o zoneamento ambiental;
▪ III - a avaliação de impactos ambientais;
▪ IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras;
▪ V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos e 
a criação ou absorção de tecnologia, voltados para a 
melhoria da qualidade ambiental;
▪ VI - a criação de espaços territoriais especialmente 
protegidos pelo Poder Público federal, estadual e municipal, 
tais como áreas de proteção ambiental, de relevante 
interesse ecológico e reservas extrativistas;
Os instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiental
▪ VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente;
▪ VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumento de Defesa Ambiental;
▪ IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das medidas 
necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental.
▪ X - a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado 
anualmente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis 
– IBAMA;
▪ XI - a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, obrigando-se o 
Poder Público a produzi-las, quando inexistentes;
▪ XII - o Cadastro Técnico Federal de atividades 
potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos 
ambientais;
▪ XIII - instrumentos econômicos, como concessão florestal, 
servidão ambiental, seguro ambiental e outros.
ATÉ A PRÓXIMA!
Política Social Ambiental
Prof. Vanderlei da Silva
Unidade II
VD1
A tutela do meio ambiente no Brasil
▪ Art. 225 - Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso 
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à 
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. 
[...]. CF/88.
▪ Assim, cuidar e proteger o meio ambiente é obrigação de todos os entes que formam a 
nação, sejam eles pessoas físicas ou jurídicas, no âmbito privado ou público.
▪ Política Nacional do Meio Ambiente (Lei n.º 6.938/1981): 
▪ Art. 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por: 
▪ I - meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências 
e interações de ordem física, química e biológica, que 
permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas; [...]. 
§ 1º do artigo 225 da CF – Manejo ecológico
▪ I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico 
das espécies e ecossistemas.
▪ II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as 
entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;
▪ Prover o manejo ecológico é adotar todo e qualquer procedimento que assegure a 
conservação da diversidade biológica e dos ecossistemas (artigo 2º, inciso VIII da Lei 
n.º 9.985/2000 – Sistema Nacional de Unidades de Conservação).
▪ Prover o manejo ecológico das espécies é um planejamento 
quanto às espécies da fauna e da flora ameaçadas de 
extinção, por exemplo, transferindo-as de um local para o 
outro evitando sua extinção em determinado ecossistema.
§ 1º do artigo 225 da CF – Diversidade biológica
▪ Inciso II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e 
fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético.
▪ O inciso II do artigo 225 foi regulamentado pela Lei de Biossegurança (Lei 
n.º 11.105/2005), que estabeleceu normas de segurança e mecanismos de fiscalização 
de atividades que envolvam organismos geneticamente modificados (OGM) e seus 
derivados, criou o Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS), reestruturou a 
Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), e dispôs sobre a Política 
Nacional de Biossegurança (PNB).
▪ Art. 2º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:
▪ [...] III - diversidade biológica: a variabilidade de organismos 
vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os 
ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas 
aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte; 
compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, 
entre espécies e de ecossistemas; [...]. 
▪
§ 1º do artigo 225 da CF – Unidade de conservação
▪ Inciso III - definir, em todas as Unidades da Federação, espaços territoriais e seus 
componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão 
permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a 
integridade dos atributos que justifiquem sua proteção.
▪ A Lei n.º 9.985/2000 criou o Sistema Nacional de Unidades de Conservação, 
regulamentando o inciso III do artigo 225 da Constituição Federal. 
▪ Art. 2º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:
▪ I - unidade de conservação: espaço territorial e seus 
recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com 
características naturais relevantes, legalmente instituído pelo 
Poder Público, com objetivos de conservação elimites 
definidos, sob regime especial de administração, ao qual se 
aplicam garantias adequadas de proteção; [...].
§ 1º do artigo 225 da CF – Controle de produtos tóxicos
▪ Inciso V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e 
substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente.
▪ Esse controle é exercido de maneira preventiva, por ocasião do licenciamento, e, após a 
sua operação, por auditorias. 
▪ Algumas das leis regulamentadoras desse inciso são a Lei 
de Biossegurança (Lei n.º 11.105/2005) e a Lei de 
Agrotóxicos (Lei n.º 7.802/1989), que dispõem sobre a 
pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e 
rotulagem, o transporte, o armazenamento, a 
comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a 
importação, a exportação, o destino final dos resíduos e 
embalagens, o registro, a classificação, o controle, a 
inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes 
e afins, entre outras providências.
§ 1º do artigo 225 da CF – Educação ambiental
▪ Inciso VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a 
conscientização pública para a preservação do meio ambiente.
▪ Esse inciso foi regulamentado pela Política Nacional de Educação Ambiental 
(Lei n.º 9.795/1999). 
▪ Educação ambiental são “os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade 
constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências 
voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial 
à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade” (artigo 1º).
▪ Ainda, de acordo com o artigo 2º da Lei, “a educação 
ambiental é um componente essencial e permanente da 
educação nacional, devendo estar presente, de forma 
articulada, em todos os níveis e modalidades do processo 
educativo, em caráter formal e não formal”.
§ 1º do artigo 225 da CF – Proteção da fauna e flora
▪ Inciso VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que 
coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou 
submetam os animais a crueldade.
▪ O inciso VII do artigo 225, a fim de assegurar a efetiva proteção da fauna e da flora, foi 
regulamentado por diversas leis de extrema importância, tais como:
- a Lei de Crimes Ambientais (Lei n.º 9.605/1998); e
- o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Lei n.º 9.985/2000).
Artigo 225 da CF – Exploração de recursos minerais
▪ § 2º - aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente 
degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na 
forma da lei.
▪ A exploração de recursos minerais no Brasil já havia sido regulamentada pelo Código 
Minerário (Decreto-Lei n.º 227/1967).
▪ § 3º - as condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os 
infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, 
independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
▪ Esse preceito constitucional atribuiu responsabilidade nas 
esferas civil, administrativa e penal a todos aqueles que 
causarem danos ao meio ambiente.
Artigo 225 da CF – Ecossistemas
▪ § 4º - a Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal 
Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na 
forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, 
inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.
▪ A inserção desses ecossistemas brasileiros na Constituição Federal na condição de 
patrimônio nacional reforça o dever da coletividade em preservá-los dada a sua 
relevância ecológica para o Brasil e todo o planeta.
Artigo 225 da CF – Terras devolutas e atividade nuclear
▪ Terras devolutas: terras devolutas são aquelas pertencentes ao Poder Público. Elas não 
possuem titulação. 
- § 5º - são indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações 
discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.
▪ Atividade nuclear: a atividade nuclear já havia sido regulamentada pelas Lei 
n.º 4.118/1962, pela Lei n.º 6.453/1977 e por vários decretos. A abordagem da questão 
ambiental não se limitou ao artigo 225 e seus dispositivos.
- § 6º - as usinas que operem com reator nuclear deverão ter 
sua localização definida em lei federal, sem o que não 
poderão ser instaladas.
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Prof. Vanderlei da Silva
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VD2
Flora
▪ O termo flora é o conjunto de espécies vegetais de determinada localidade. 
▪ Na esfera jurídica, a flora é um bem ambiental, conforme previsão do artigo 3º, inciso V, 
da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6.938/1981).
▪ Art. 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por: (...)
V - recursos ambientais: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os 
estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora.
▪ É importante distinguir flora de floresta. 
▪ Floresta é uma “associação arbórea de grande extensão e 
continuidade”, sendo assim um dos conteúdos da flora.
A proteção da flora na CF/88
▪ Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios: (...)
▪ VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
▪ Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente 
sobre: (...)
▪ VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos 
recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição; 
▪ Artigo 225, parágrafo 1º :
▪ VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as 
práticas que coloquem em risco sua função ecológica, 
provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais 
a crueldade.
A CF/88 e o tratamento diferenciado a 
certas florestas e vegetações
▪ Artigo 225:
▪ § 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-
Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma 
da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive 
quanto ao uso dos recursos naturais. 
▪ Inciso III, § 1º, do artigo 225:
▪ III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços 
territoriais e seus componentes a serem especialmente 
protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas 
somente através de lei, vedada qualquer utilização que 
comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua 
proteção.
Fauna
▪ Conforme a Política Nacional do Meio Ambiente (Lei n.º 6.938/1981), a fauna é um 
recurso ambiental, previsto no artigo 3º, inciso V.
▪ Fauna é o conjunto de animais que vivem em determinado ambiente, região ou época.
▪ A existência e a conservação da fauna estão vinculadas à conservação dos habitats.
▪ A fauna também é um bem ambiental legalmente tutelado.
▪ Lei n.º 5.197, de 1967, Lei de Proteção à Fauna:
“Os animais de qualquer espécie, em qualquer fase do seu 
desenvolvimento e que vivem naturalmente fora do cativeiro 
constituindo a fauna silvestre, bem como seus ninhos, 
abrigos e criadouros naturais, são propriedade do Estado, 
sendo proibida a sua utilização, perseguição, destruição, 
caça ou apanha”.
Proteção da fauna na CF/88
▪ O Artigo 225, § 1º, inciso VII, da Constituição estabelece ser incumbência do Poder 
Público “proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem 
em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os 
animais a crueldade”.
▪ Já o artigo 23 estabelece ser competência comum da União, estados, Distrito Federal e 
municípios preservar as florestas, a fauna e a flora (inciso VII). 
▪ O artigo seguinte, 24, diz que compete à União, aos estados 
e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre 
florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, 
defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meioambiente e controle da poluição (inciso VI).
Proteção do solo na CF/88
▪ A Constituição Federal, no artigo 23, inciso VI, determina serem de competência comum 
da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios a proteção do meio 
ambiente e o combate à poluição, em qualquer das suas formas, incluído aqui o solo.
▪ O artigo 24 da Carta Constitucional estabelece, no inciso VI, ser competência 
concorrente da União, dos estados e do Distrito Federal legislar sobre a defesa do solo, 
a proteção do meio ambiente e o controle da poluição.
▪ O artigo 225 da Constituição, no inciso V do § 1º, determina 
caber ao Poder Público controlar a produção, a 
comercialização e o emprego de técnicas, métodos e 
substâncias que comportem risco para a qualidade de vida e 
para o meio ambiente, disposição essa aplicável à poluição 
do solo.
Proteção da atmosfera
▪ A atmosfera é a camada gasosa que envolve a Terra, sendo também um recurso 
ambiental, nos termos da Política Nacional do Meio Ambiente (artigo 3º, inciso V).
▪ A Constituição Federal, em seu artigo 23, inciso VI, determina serem de competência 
comum da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios a proteção do meio 
ambiente e o combate à poluição, em qualquer das suas formas, incluída a atmosfera.
▪ O artigo 24 da carta constitucional estabelece, no inciso VI, 
ser competência concorrente da União, dos estados e do 
Distrito Federal legislar sobre a proteção do meio ambiente e 
o controle da poluição.
Tutela administrativa do meio ambiente: licenciamento ambiental
▪ O poder de polícia é uma prerrogativa da Administração Pública, especialmente 
do Poder Executivo. É o poder da Administração Pública “que impõe limites ao 
exercício de direitos e liberdades”.
▪ O poder de polícia ambiental, por sua vez, é a atividade da Administração 
Pública que limita ou disciplina direito, interesse ou liberdade, regula a prática de 
ato ou a abstenção de fato em razão de interesse público concernente à saúde 
da população, à conservação dos ecossistemas, à disciplina da produção e do 
mercado. 
▪ É, também, ao exercício de atividade econômica ou 
de outras atividades dependentes de concessão, 
autorização/permissão ou licença do Poder Público de 
cujas atividades possam decorrer poluição ou 
agressão à natureza.
Licenciamento ambiental
▪ O licenciamento ambiental é um dos atos exercidos pela Administração Pública em 
decorrência do seu poder de polícia ambiental.
▪ Busca o controle administrativo preventivo das atividades e empreendimentos que 
possam causar danos ao meio ambiente.
▪ Possui um caráter preventivo, no sentido de evitar e mitigar os danos ambientais.
▪ É um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei n.º 6.938/1981) e foi 
por ela inicialmente previsto.
▪ O licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades 
poluidoras e/ou potencialmente poluidoras foi objeto de 
regulamentação pelo CONAMA, por meio da Resolução 
n.º 237/1997.
Características especiais do licenciamento ambiental
▪ Uma delas é o caráter preventivo. 
▪ A outra é a sua discricionariedade. 
▪ Isso quer dizer que a concessão da licença ambiental a determinada atividade ou 
empreendimento por meio do licenciamento ambiental se dá por uma decisão de 
conveniência e oportunidade dos agentes e órgãos da Administração Pública.
▪ A concessão da licença ambiental decorre de um poder de escolha da Administração 
Pública, obviamente pautada em disposições legais.
▪ No entanto, a Administração Pública pode entender não ser 
cabível a concessão da licença, mesmo tendo sido 
cumpridas todas as exigências pelo empreendedor.
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VD3
Os tipos de licença ambiental
▪ Licença prévia (LP): definida no artigo 8º, inciso I, da Resolução n.º 237/1997. É a 
concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade, 
aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e 
estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas 
fases de sua implementação.
▪ Licença de instalação (LI): definida no artigo 8º, inciso II, da Resolução. É a que autoriza 
a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações 
constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de 
controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante.
▪ Licença de operação (LO): definida no artigo 8º, inciso III, da 
Resolução. É a que autoriza a operação da atividade ou 
empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento 
do que consta nas licenças anteriores, com as medidas de 
controle ambiental e condicionantes determinados para a 
operação. 
Estudos ambientais para o licenciamento
▪ A Política Nacional do Meio Ambiente (Lei n.º 6.938/1981) estabeleceu a Avaliação De 
Impacto Ambiental como um de seus instrumentos de efetivação (artigo 9º, inciso III) e 
atribuiu ao Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) o poder para determinar, 
quando julgar necessário, a realização de estudos das alternativas e das possíveis 
consequências ambientais de projetos públicos ou privados (artigo 8º, inciso II).
▪ Segundo a Resolução n.º 01/1986 do CONAMA, o 
licenciamento de inúmeras atividades modificadoras do meio 
ambiente passou a depender da elaboração de Estudo de 
Impacto Ambiental e respectivo Relatório de Impacto 
Ambiental (EIA/RIMA) para, por exemplo, ferrovias, 
aeroportos, usinas de geração de eletricidade, aterros 
sanitários, distritos industriais etc. (artigo 2º).
EIA – RIMA
▪ A Resolução Conama n.º 01/1986 define que o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) é o 
conjunto de estudos realizados por especialistas de diversas áreas, com dados técnicos 
detalhados. 
▪ O acesso a ele é restrito, em respeito ao sigilo industrial.
▪ O Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) refletirá as conclusões do Estudo de Impacto 
Ambiental (EIA). 
▪ O RIMA deve ser apresentado de forma objetiva e adequada a sua compreensão. 
▪ As informações devem ser traduzidas em linguagem 
acessível, ilustradas por mapas, cartas, quadros, gráficos e 
demais técnicas de comunicação visual, de modo que se 
possam entender as vantagens e desvantagens do projeto, 
bem como todas as conseqüências ambientais de sua 
implementação.
Responsabilidade civil em matéria ambiental
▪ Dano ambiental: toda agressão contra o meio ambiente causada por atividade 
econômica potencialmente poluidora ou por ato comissivo ou omissivo praticado por 
qualquer pessoa.
▪ De acordo com o Novo Código Civil, todo aquele que por ato ilícito causar dano a outrem 
fica obrigado a repará-lo (artigo 927). 
▪ A responsabilidade passou a ser um dever jurídico indispensável daquele que causar 
danos a terceiros. Trata-se de um princípio fundamental do direito. É o alicerce para se 
viver em harmonia em uma sociedade civilizada.
▪ Ato ilícito, por sua vez, é aquele decorrente de uma ação ou 
omissão voluntária, negligência, imprudência e excesso no 
exercício de um direito (artigos 186 e 187).
Responsabilidade civil em matéria ambiental
▪ Art. 186 - Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar 
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
▪ Art. 187 - Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede 
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou 
pelos bons costumes. 
▪ Art. 927 - Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica 
obrigado a repará-lo. 
▪ Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, 
independentemente de culpa, nos casos especificados em 
lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo 
autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os 
direitos de outrem. (Teoria Objetiva).
Teoria objetiva
▪ De acordo com a teoria objetiva nãoé necessário que se demonstre a culpa do agente 
para que surja o dever de reparar os danos causados.
▪ O agente responderá pelos danos que causou ainda que não tenha culpa. 
▪ Para isso, basta que se demonstre o evento danoso e o nexo de causalidade entre o 
dano e o evento.
▪ O Novo Código Civil admitiu a teoria objetiva no parágrafo único do artigo 927, com o 
seguinte teor: 
▪ Art. 927 - [...] Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar 
o dano, independentemente de culpa, nos casos 
especificados em lei, ou quando a atividade normalmente 
desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, 
risco para os direitos de outrem. 
Responsabilidade objetiva por dano ambiental
▪ No campo do Direito Ambiental, considerando-se a importância dos bens ambientais 
tutelados, de uso comum do povo e essenciais à sadia qualidade de vida, adotou-se a 
teoria objetiva para se aferir responsabilidade do causador do dano ambiental e lhe 
impor, dessa maneira, o dever de reparar esses danos.
▪ Logo, não é necessário que se demonstre a culpa do agente/degradador ambiental para 
que exista o dever de reparar o dano ambiental. 
▪ Ademais, é muito mais difícil apurar e demonstrar a culpa do causador do dano 
ambiental segundo os preceitos da teoria subjetiva. 
▪ Por esse motivo, a teoria subjetiva foi descartada na 
legislação ambiental brasileira.
Responsabilidade objetiva por dano ambiental
▪ A responsabilidade objetiva está prevista na Política Nacional do Meio Ambiente, em seu 
artigo 14, § 1º. Segundo essa lei, “[...] é o poluidor obrigado, independentemente da 
existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a 
terceiros, afetados por sua atividade”.
▪ A Constituição Federal posteriormente recepcionou a responsabilidade objetiva no § 3º 
do artigo 225, estabelecendo que: 
▪ Art. 225 - [...] § 3º - As condutas e atividades consideradas 
lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas 
físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, 
independentemente da obrigação de reparar os danos 
causados. [...]
Principais formas de reparação do dano ambiental pelo degradador
▪ A indenização em dinheiro:
- Em regra, a indenização em dinheiro só se aplica quando a recuperação do meio 
ambiente degradado não for possível por diversas razões: condições físicas do local, 
grau de contaminação e degradação, extinção completa de espécies, destruição dos 
habitats naturais, impossibilidade técnica etc.
▪ A recuperação do meio ambiente degradado:
- Esta é a modalidade ideal e a primeira que deve ser tentada, mesmo que mais 
onerosa.
▪ A reparação do dano ambiental é a reconstituição ou 
recuperação do meio ambiente agredido, cessando-se a 
atividade lesiva e revertendo-se a degradação ambiental.
Finalidades da reparação do dano ambiental
▪ O legislador busca a imposição de um custo ao poluidor, que, a um só tempo, cumpre 
dois objetivos principais: 
- dar uma resposta econômica aos danos sofridos pela vítima (o indivíduo ou a 
sociedade);
- dissuadir comportamentos semelhantes do poluidor ou de terceiros. 
▪ A efetividade de um ou de outro depende, diretamente, da certeza (inevitabilidade) e da 
tempestividade (rapidez) da ação reparatória.
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Sujeito ativo do crime ambiental e sanções penais
▪ Para a Lei de Crimes Ambientais, o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, física ou 
jurídica (artigos 2º e 3º) que praticar os crimes por ela previstos.
▪ Às pessoas físicas aplicam-se as seguintes sanções penais:
a) privativas de liberdade;
b) restritivas de direitos;
c) multa.
▪ Para as pessoas jurídicas, as sanções penais aplicáveis são 
(artigos 21 a 23):
a) restritivas de direitos;
b) multa;
c) prestação de serviços à comunidade.
Responsabilidade penal da pessoa jurídica
▪ A responsabilidade penal da pessoa jurídica foi instituída pelo legislador, na esteira do 
preceito constitucional (artigo 225, § 3º), com o intuito de ampliar o campo de punição 
dos degradadores ambientais.
▪ Na maioria dos crimes ambientais, o verdadeiro criminoso ecológico não é a pessoa 
física, mas, sim, a pessoa jurídica.
▪ São as empresas e o próprio Estado aqueles que mais causam degradação ambiental, 
as primeiras em razão do processo produtivo e da busca incessante pelo lucro, e o 
segundo, por decorrência dos serviços e obras públicas mal executadas.
▪ Lei de Crimes Ambientais: art. 3º - As pessoas jurídicas 
serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente, 
conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração 
seja cometida por decisão de seu representante legal ou 
contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou 
benefício de sua entidade. [...]
Responsabilidade penal da pessoa jurídica
▪ A responsabilidade penal da pessoa jurídica fica condicionada a dois requisitos:
a) a infração deve ser cometida no interesse ou no benefício da pessoa jurídica;
b) a infração deve ter sido cometida por decisão de seu representante legal ou 
contratual, ou de seu colegiado.
▪ Se o ato praticado, mesmo através da pessoa jurídica, apenas visou a satisfazer os 
interesses do dirigente, sem qualquer vantagem ou benefício para a pessoa jurídica, 
essa deixa de ser o agente do tipo penal e passa a ser meio utilizado para a realização 
da conduta criminosa. 
▪ Ao contrário, quando a conduta visa à satisfação dos 
interesses da sociedade, essa deixa de ser meio e passa a 
ser agente. 
Sujeito passivo do crime ambiental
▪ Os sujeitos passivos dos crimes ambientais, de um modo geral, são os titulares do bem 
jurídico ambiental lesado. 
▪ O sujeito passivo direto é sempre a coletividade. 
▪ O sujeito passivo indireto é o indivíduo (ou indivíduos) que foi lesado em aspectos 
particulares.
▪ Assim, de um modo geral, o sujeito passivo do crime 
ambiental é toda a coletividade, de maneira difusa, conforme 
preceitua a própria Constituição Federal em seu artigo 225, 
ao dizer que o meio ambiente é um “bem de uso comum do 
povo e essencial à sadia qualidade de vida”. 
Dos crimes contra o meio ambiente
▪ A Lei de Crimes Ambientais (Lei n.º 9605/1998) tratou de tipificar condutas criminosas 
atribuindo proteção à fauna e à flora, o ordenamento urbano e o patrimônio cultural, a 
administração ambiental e de combate à poluição.
▪ Os crimes contra a fauna estão descritos nos artigos 29 a 37 da Lei, e combatem as 
condutas lesivas à fauna brasileira, tais como: 
▪ matar, perseguir, caçar, apanhar e utilizar espécimes da 
fauna em desacordo com as exigências legais (artigo 29); 
▪ introduzir espécie animal no país em desacordo com as 
exigências legais (artigo 31);
▪ praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais 
(artigo 32); 
▪ pescar em período proibido (artigo 34); e outras.
Dos crimes contra o meio ambiente
▪ Os crimes contra a flora estão descritos nos artigos 38 a 53.
▪ Comete esse crime quem: 
- destruir ou danificar floresta considerada de preservação permanente, mesmo que em 
formação, ou utilizá-la com infringência das normas de proteção (artigo 38); 
- cortar árvores em floresta considerada de preservação permanente, sem permissão 
da autoridade competente (artigo 39); 
- impedir ou dificultar a regeneração natural de florestas e 
demais formas de vegetação (artigo 48); 
- destruir ou danificar florestas nativas ou plantadas ou 
vegetação fixadora de dunas, protetora de mangues, 
objeto de especial preservação (artigo 50); entre outras 
condutas.
Ação civil pública
▪ A ação civil pública foi instituída pela Lei n.º 7.347/1985, regulamentada pelo artigo 129, 
III, da Constituição Federal, para atribuir responsabilidade por danos causados ao meio 
ambiente, ao consumidor, aos bens e direitos de valor artístico, histórico e paisagístico, à 
ordem econômica e economia popular e quaisquer outros interesses difusos ou coletivos.
▪ Lei da Ação Civil Pública:
▪ Art. 5º -Têm legitimidade para propor a ação principal e a 
ação cautelar:
I - o Ministério Público;
II - a Defensoria Pública;
III - a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios;
IV - a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de 
economia mista;
Ação civil pública
▪ V - a associação que, concomitantemente: a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) 
ano nos termos da lei civil; b) inclua, entre as suas finalidades institucionais, a proteção 
ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos 
de grupos raciais, étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, 
turístico e paisagístico. [...]. 
▪ O inquérito civil é um procedimento administrativo cujo 
objetivo é colher material (conjunto de provas) para instruir a 
ação civil pública. Somente o Ministério Público pode 
instaurar o inquérito civil. Ele não é obrigatório, ou seja, a 
ação civil pública pode ser proposta sem ele.
▪ A ação civil pública poderá ter por objeto condenação em 
dinheiro ou o cumprimento de obrigação de fazer ou não 
fazer (artigo 3º).
Termo de Ajustamento de Conduta (TAC)
▪ Poderá ainda ser firmado o TAC, que tem força de título executivo extrajudicial, logo, se 
não for cumprido pelo infrator, será executado em juízo.
▪ Para que a homologação do TAC seja válida, devem ser preenchidos os seguintes 
requisitos:
- Necessidade da integral reparação do dano, em razão da natureza indisponível do 
direito violado.
- Indispensabilidade de cabal esclarecimento dos fatos, de modo a ser possível a 
identificação das obrigações a serem estipuladas, já que desfrutará de eficácia de 
título executivo extrajudicial;
- Obrigatoriedade de estipulação de cominações para a 
hipótese de inadimplemento;
- Anuência do Ministério Público, quando não seja autor.
Ação popular
▪ A ação popular foi instituída pela Lei n.º 4.717/1965 e recepcionada pela Constituição 
Federal de 1988, no artigo 5º, inciso LXXIII, que dispõe:
▪ Art. 5º - [...] LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise 
a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à 
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando 
o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência; 
[...]
▪ O demandante não terá de pagar as custas judiciais para 
propositura da ação popular, e o ônus da sucumbência, se 
houver condenação, exceto se restar comprovada a 
litigância de má-fé, onde serão aplicadas as penalidades 
dispostas no artigo 18 do Código de Processo Civil, como 
caráter punitivo.
ATÉ A PRÓXIMA!

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