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RESUMO PENAL 1 - Segundo Regis Prado

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Ciência do Direito Penal, Política Criminal e Criminologia
--> Ciencia do Direito Penal:
Conceituamos como o conjunto de normas que qualifica certos comportamentos humanos como
infrações penais, define os seus agentes e fixa as sanções a serem-lhes aplicadas. É uma definição
que praticamente corresponde ao conceito de legislação penal. 
--> Politica do Direito Penal:
É algo que tem uma definição variável, ou seja, o Direito Penal acaba que se torna algo vago que
funciona de acordo com interesses políticos, consiste na sistematização de estratégias, táticas e
meios de controle social da criminalidade, tendo portanto uma pretensão política no Direito Penal
principalmente no que se refere a elaboraçao das normas, porém não se restringindo às mesmas.
-->Criminologia:
A Criminologia é uma ciência interdisciplinar por excelência, que tem como objeto o estudo do
crime, da pessoa do infrator e seu tratamento, da vítima e do controle social do comportamento
criminoso, buscando apreender a gênese e as principais variáveis da dinâmica do crime e dos
mecanismos de prevenção e controle da conduta social desviada.
Princípios Fundamentais Penais:
-Dignidade humana: Assegura ao homem o minimo de Direito a ser respeitado pela sociedade e
pelo poder público, de forma a preservar a valorização do ser humano, um Supra princípio, valor
fundamentador do sistema de Direitos Fundamentais, (Art 1º, III, CF.), está acima e cobre todos os
princípios fundamentais.
a) Princípio da Legalidade (Reserva Legal): "Não há crime sem Lei anterior que o defina." (Art 5º,
XXXIX, CF).
 
-Segurança Jurídica: Deve-se conhecer previamente aquilo que se pode e o que não pode fazer,
sobmetendo-o na falta desse conhecimento a uma "pena criminal".
-Irretroatividade: Nenhuma Lei penal retroagirá, salvo para beneficio do réu.
-Taxatividade: Leis claras, precisas e de forma que se torne fácil o entedimento da mesma.
b) Princípio da Intervenção Mínima: Não está explicito na C.F. O Direito Penal deve ser utilizado
em último caso, ou seja quando esgotados todos os ramos do Direito e não conseguir resolver o
caso, recorre-se então ao Direito Penal.
-Subsidiariedade: Direito Penal não é Principal, é acessório, é utilizado quando se tenta utilizar os
outros ramos do direito mas não encontra a solução. (Primeiro os outros ramos do Direito, por
último se recorre ao Direito Penal).
-Frágmentalidade: Direito penal se fragmenta a cuidar somente de alguns bens jurídicos, sendo o
Direito Penal seletivo pois cuida da proteção de somente determinados bens jurídicos.
-Exclusiva Proteção de Bens Jurídicos Relevantes: Nem todo bem jurídico é relevante ao ponto de
necessitar da proteção do Direito Penal, ou seja, o Direito Penal cuida somente da proteção de
determinados bens nos quais são relevantes e necessitam de uma proteção mais importante.
-Lesividade (ofensividade):recorre-se ao Direito Penal quando há lesão ou perigo de lesão a bem
jurídico penalmente tutelado.
-Insignificancia: se a ofensividade ao bem jurídico for mínima, não o lesionando de maneira
significativa, não há de se dizer que há crime.
 
Obs: Todo ato insignificante também não tem lesividade, porém nem todo ato que é não lesivo é
insignificante.
-Adequação Social: Embora tal ato seja tipificado como crime pelo Direito Penal, se diante da
sociedade tal ato for considerado relevante e aceitável, não há de se dizer que há crime, tornando-se
através da aceitação da sociedade fato atípico.
c) Princípio da Culpabilidade ou (Presunção de Inocência): (Art 5º LVII, CF): Até que o ocorra o
trânsito em julgado da sentença penal condenatório, a pessoa deve ser considerada inoscente.
-Humanidade: Penas não devem ser de maneira desumana, cruéis, ou seja, devem respeitar a
dignidade humana.
-Proporcionalidade: Penas devem ser proporcionais ao crime cometido.
-Pessoalidade: A pena não deve passar da pessoa do condenado.
-Individualização: Pena deve ser individualizada de acordo com cada caso em que se encontra o
crime.
-"Ne bis in idem": Proibido punir uma pessoa duas vezes ou mais pelo mesmo fato.
Breve síntese Histórico do Direito Penal
Fases Evolutivas: (Frans Von List)
1ª Época -> Totêmica: Época primitiva em que o ser humano está totalmente nutrido de um
sentimento ao Divino (Deus), ou seja, era considerado uma ofensa à divindade tudo aquilo que
afetava os princípios religiosos, ou seja, não era crime mas era uma ofensa ao divino, a aplicação da
pena criminal existe para aplacar a cólera divina, a pena era uma vingança divina por tal ato
praticado que afetou os princípios religiosos.
2ª Época -> Punição do Estranho: Crime é uma agressão de uma tribo para outra, sendo a pena
como uma vingança de sangue, vingança privada.
3ª Época -> Jurídica: Fase em que surge o Direito, através do Iluminismo, existindo assim o Direito
Penal, regulamentando a forma de punir e o que é crime ou deixa de ser. Forma-se uma hiper-
estrutura que governa a sociedade (Estrutura Jurídica.)
-Direito Penal Romano: Lei das XII Tábuas (Documento de Direito mais antigo do Império
romano.). Foi com o Direito Penal Romano que o Direito Penal passou a ser visto como um ramo
do Direito que precisa ser visto sob um caráter público e não privado. (Antes do Direito Penal
Romano o Direito Penal era resolvido sob um caráter privado.)
Dogmatica Penal surge com o Direito Penal Romano.
-Direito Penal Germânico: Direito dos Bárbaros, prevê que o Direito é uma ordem de paz, ou seja,
toda prática criminosa é uma tentativa de violação da ordem de paz, a pena tem como objetivo
restaurar a ordem de jurídica violada.
-Direito Penal Canônico: 
"Corpus Juris Comunici", "Libri Poenitentiales", Textos legais criados pela igreja católica para
regular o Direito Penal, daí então sua importância para o Direito Penal atual, pois através dos
princípios religiosos é que surge uma ideia de um Direito Humanitário.
Antigo Regime: Produz as legislações penais mais crueis, para que o rei sempre permanecesse no
poder.
Período Humanitário: (Surge com o Iluminismo no Séc XVIII), surge o capitalismo e a necessidade
de permanecer a ordem no Estado, e com isso surge um Direito mais justo.
-A Codificação: Surgem as leis codificadas, com o objetivo de ter um corpo de leis que estejam
concentradas em um único documento, facilitar o acesso de todos as leis.
Conceito, Funções e Características do Direito Penal:
Direito Penal:Conceito, função e características elementares:
-Conceito Formal: É o ramo do Direito que estabelece os crimes e as respectivas penas para os
infratores.
-Conceito Material: É o ramo do Direito que tem por missão proteger os bens jurídicos mais
importantes para o ser humano, e o faz mediante a criminalização de certos comportamentos,
impondo as respectivas penas.
--> Funções do Direito Penal:
1. Primária: Protegere bens jurídicos tutelados.
2.Secundária:Punir infratores, realizar uma seletividade de infratores.
-Fontes do Direito Penal:
a)Direta: A lei
b)Indiretas: O costume, a Jurisprudência e a Doutrina.
-Direito Penal Objetivo: Lgislações Penais.
-Direito Penal Subjetivo: "Ius Puniendi", Direito de punir do Estado.
-Direito Penal comum (nuclear): Representado basicamente pelo código penal, o mesmo condensa
todas as informações importantes para o Direito Penal.
-Direito Penal Especial: (Ex: Direito Penal Militar, e outras legislações específicas fora do Direito
penal, mas referente ao mesmo.)
-->Relação do Direito Penal com outros Ramos do Direito:
-Direito Constitucional: Direito Penal não existe sem o Direito Constitucional, é no Direito
Constitucional que encontra-se os Princípios Fundamentais do Direito Penal, e também como o
Direito Penal deve existir, parar que deve existir e como ele deve ser aplicado.
-Direito Administrativo: Muitas normas Penais dependem de outras Normas especificas para regular
determinado fato, que muitas vezes se encontram no DireitoAdministrativo.
-Direito Processual Penal: O Direito Penal diz o que é o crime e suas respectivas pena, quem aplica
e faz o Direito Penal acontecer Processualmente é o Direito Processual Penal.
-Direito Privado: Direito Penal utiliza do Direito Privado para obter vários conceitos e definições
dentro do Direito para uma melhor aplicabilidade de seus preceitos, além de estar interligado com o
Direito Privado com se trata de indenizações por dano causado decorrente de algum crime.
-->Aspectos relevantes da Norma Jurídico-Penal
Lei Penal X Norma Penal
Lei Penal: Descritiva, descreve o que é crime e sua respectiva pena.
Norma Penal: Vontade da Lei, desejo de que as pessoas não pratiquem o que está imputado como
crime na Lei Penal.
- Natureza Jurídica da norma Jurídico-Penal: Posição Prescritiva --> Imperatividade: (Há uma
coerção para cumprir pena, ou seja, ao praticar tal ato que a lei imputa uma determinada pena, fica o
agente submisso a cumpri-la)
- Normas Penais Incriminadoras: Normas que descrevem os crimes e suas respectivas penas.
- Normas Penais Não-Incriminadoras: Normas que protegem Direitos do agente, que permite
determinados atos, não os considerando como crime, ou também normas que regulamentam o
Direito Penal.
--> Lei (Norma) Penal em Branco: Trata-se de Lei Penal que necessita de complementos para a sua
aplicação com mais clareza, sendo o complemento externas ou internas ao Direito Penal. Dividem-
se em duas categorias, homogenias e heterogenias.
Homogenia são as Leis Penais em Branco cujo o seu complemento é encontrado em Leis
propriamente ditas.
Heterogenias são as Leis Penais em Branco cujo o seu complemento são encontrados em meios
normativos adversos a Leis, como por exemplo, decretos, portarias, etc...
Interpretação da Lei Penal
-> Métodos de Interpretação
1)Filológico (Literal, Gramatical): Entender a Lei Penal conforme entendimentos do que está
escrito na própria lei, ou seja, interpretação segundo a língua portuguesa da palavra da Lei em
sentido literal somente.
2)Teleológico: Interpretar o Direito Penal levando em consideração os fins para o qual determinada
lei penal foi criada.
3)Lógico Sistemático: Interpretar o Direito Penal de acordo com uma sistemática criada onde não se
prende somente às Leis Penais, mas busca também em outros ramos normativos do Direito uma
complementação para interpretar da melhor maneira o Direito Penal.
4)Histórico: Interpretar a Lei Penal desde sua principiologia, ou seja, saber sua origem, seu
nascimento, ter um conhecimento histórico para se situar melhor e melhor entender a Lei Penal.
-> Formas de Interpretação
a) Autêntica: Interpretação feita a partir da própria lei, ou seja, utiliza-se de edição de uma nova Lei
para melhor esclarecer o entendimento de uma Lei anterior.
Ex: Art 150, § 4º, C.P.
b) Judicial: Interpretação feita pelos órgãos jurisdicionais com o intuito de examinar e aplicar a lei
penal de acordo com a vontade néla insculpida.
c) Dogmática (Doutrinária) ou científica: Interpretação feita através da exposição de conteúdo de
Direito por Júris-cientistas.
*Bem Jurídico-Penal:
-Conceito: Trata-se de um ente, um valor, um dado, da vida humana, que por causa da sua
importância recebe proteção do Direito Penal.
-Espécies:
a)Individual: Tem caráter estritamente pessoal, ou seja, é um bem jurídico cujo os efeitos dizem
respeito somente a determinada pessoa.
b)Coletivo: Bem Jurídico cujo os seus efeitos pertencem não somente a uma determinada pessoa e
sim a um grupo ou grupos de pessoas.
--> Individual Homogenio: Bem Jurídico que pertence um determinado grupo de pessoas, plano de
assistência médica.
--> Difuso:Bem Jurídico pertencente a várias pessoas, grupos de pessoas indeterminados,
indefinidos.
*Classificação básica das infrações penais:
I- Crimes/Delitos: Infrações penais mais graves, de grande ofensividade a bens jurídicos.
II- Contravenções Penais: Infrações Penais menos graves.
Obs: Diferencia-se Infrações Penais menos graves das mais graves de acordo com as penas que se
aplica a cada uma.
*Conceitos de Delito:
-Formal: Trata-se de infração penal praticada pelo ser humano, a que a lei penal estabelece uma
pena como consequência jurídica.
-Material: Trata-se da infração penal praticada pelo ser humano, por meio da qual, ele lesiona ou
expõe a perigo de lesão um ou mais bens jurídicos, e que por isso a lei penal prevê pena como
consequência jurídica.
- Analítico (Dogmática científico): Delíto é toda ação ou omissão, típica, ilícita e culpavel.
(Mandala.)
*Diferença entre Ilícitos:
-Teoria objetiva: Critérios quantitativos -> A primeira diferença entre os ilícitos está no tipo de pena
e sanção que se aplica no Ilícito Penal e no Ilícito Não-Penal, (Só o Direito Penal aplica Pena
privativa de liberdade). A segunda diferença é que no Direito Penal (no Ilícito Penal), quem aplica a
pena é só o Judiciário, já nos outros Ilícitos pode ser outras autoridades administrativas quaisquer
que sejam responsáveis.
*****(Adotada pelo D.P)*****
-Teoria Subjetiva: Critérios qualitativos ->A diferença entre Ilícito Penal e Ilícito Não-Penal é que o
no Ilícito Penal tem Dolo e no Ilícito Não-Penal não tem Dolo por parte do agente. ( O que não se
aplica ao Direito Penal atual, pois há sim a possibilidade de haver Dolo no Ilícito Não-Penal.)
Lei Penal no Tempo
*Ambito temporal de aplicação da lei penal
--> "Vacátio Legis": Periodo de tempo entre a publicação da lei e a sua entrada em vigor.
-->LINDB = Vigência
 ->Decreto-Lei N.4657/42
-Quando a lei não disser quando a lei passa a ter vigência adota-se os seguintes prazos:
 -45 Dias: Dentro do território Brasileiro.
 -3 Meses: Fora do Território Brasileiro.
 Obs: Art. 5º, XL, CF: Regra da Irretroatividade. -> Lei Penal não pode retroagir, exceto para
beneficiar o réu.
=>Problema da revogação das leis.
 LC's N.95/98 e 107/2001
 -Não pode-se revogar leis, se não houver na Lei nova cláusula que expresse tal revogação.
(Não é possível mais a revogação Tácita), ou seja, se tiver que revogar uma Lei é necessário que se
tenha uma cláusula na lei mencionando tal revogação, caso contrário não terá efetividade tal
revogação, segundo a Lei Complementar N.95 de 1998, se uma Lei não obedecer esse critério ela é
inconstitucional.
-->Conflito de Leis Penais no Tempo:
 -Art. 2º, "caput", C.P. --> "Abolitio Criminis" ->(Abolição de crime). Se Lei nova revogar lei
antiga que previa algo como crime, tal ato deixa de ser crime.
 -Art. 2º, Parágr. Único, C.P. --> "Vacatio legis in mellius" -> (Nova Lei mais benéfica). Lei
Penal nova mais favorável do que a anterior, casos em que é permitido a retroatividade.
-->Do conflito aparente de normas:
- Conceito: Ocorre quando dentro do Direito, tem se, duas ou mais normas que se conflitam entre si
e é necessário encontrar dentro do Direito uma solução para tal conflito.
-Critèrios: 
1)Especialidade: Norma especifica, ou norma especial, prevalece sob norma geral.
2)Hierarquico:No conflito de normas, prevalece a que tem nivel hierarquico superior no
ordenamento Jurídico. (Piramide de Kelsen.)
3)Cronológico: Prevalece a Lei mais rescente sobre a mais antiga.
4)Absorção (Consunção): O crime fim absorve o crime meio. Ex:Sum . N.17 STJ
5)Subsidiariedade: Quando o fato em si não se aplica no totalmente no tipo penal, aplica-se um
outro tipo penal que se enquadra no caso concreto, ou seja, quando não se consegue aplicar a lei
mais severa, pode ser que seja possível aplicar uma lei menos severa ao fato.
--> Leis Penais Excepcionais: Leis válidas por um tempo excepcional, porém que não é
determinado seu fim, pois a sua validade depende do tempo que durará a excepcionalidade.(Tempo
Indeterminado.)
--> Leis Penais Temporáis: Leis válidas por um tempo determinado. (É determinado o início e o fim
de sua vigência.)
 -OBS: Caráterde ultratividade gravosa. ( A a aplicabilidade da lei se dá no seu período de
vigência, porem os seus efeitos se produzem no tempo, independente de a Lei estar em vigor ou
não.)
-->Tempo do Crime: 
 -Art. 4º, C.P. "Considera-se Praticado o crime, no momento em que ocorreu a ação ou
omissão, no todo ou em parte, ainda que outro seja o momento do resultado".
-Principais Teorias:
1)Atividade (Da ação): Considera-se praticado o crime no momento em que ocorreu a sua ação,
mesmo que parcialmente.
*Adotada pelo C.P.
2)Do resultado (Evento):Considera-se praticado o crime no momento em que ocorreu o resultado
pretendido.
3)Mista (Unitária): Considera-se praticado o crime tanto o momento da ação quanto o momento do
resultado.
Exceções para o qual não se aplica a Teoria da Ação mas sim a do Resultado:
-Prescrição: Para aplicar-se a prescrição, conta-se o prazo a partir do resultado. Ex: Art. 111, C.P.
-Decadência: Para aplicar-se a decadência conta-se o prazo a partir do resultado. Ex: Art. 103, C.P.
*Outros Casos:
-Crimes permanentes: Crimes em que a situação delituosa se prorroga com o tempo, está sempre se
renovando.
-Crimes Habituais: É necessário habitualidade delituosa para configurar crime. Ex: Art. 229, C.P 
"Manter, por conta própria ou de terceiro, estabelecimento em que ocorra exploração sexual, haja,
ou não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente."
-Crimes Continuados: No período de mais ou menos 30 dias a pessoa pratica várias vezes o mesmo
fato contra a mesma vítima ou contra vítimas diferentes. (Art. 71, C.P.)
--> A Analogia no Direito penal: 
-Conceito:Aplicação de uma determinada solução já existente, para um outro caso cuja a solução
não existe e que é parecido.
*Utiliza-se de analogia somente para beneficiar o réu
-Interpretação Analógica mediante cláusula: Se aplica em casos analisados idênticos ao caso em que
não existe a solução. Não se confunde com analogia para maleficiar o réu pois é situações
diferentes.
Lei Penal no Espaço
*Âmbito territorial da lei Penal
 ->Art. 5º ao 9º, CP.
 Direito Penal Interenacional X Direito Internacional Penal
 
 Lei Penal no Espaço Sanções aos Estados
 Princípios
Princípios:
1º) Da Territorialidade: Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu ação ou omissão,
ou no lugar em que ocorreu ou deveria ocorrer o resultado.
-Art. 5º, "Caput", CP. : "Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de
direito internacional, ao crime cometido no território nacional."
.Conceito de Território: Diz respeito a porção de terra seca, subsolo, coluna atmosférica, mar
territorial, ilhas, etc.
*Mar Territorial: Lei n.8617/93
->Fixação dos Limites:
A) Montanhas --> 1) Linha dos Cumes (Cimeira): A parte mais alta da montanha chamada de 
 cimeira é que faz a divisão territorial.
 2) Divisor de águas: Local da montanha onde divide para qual lado escorre
 a água, ou seja, ponto divisor das caidas de água.
B)Rios: --> 1)Margem oposta (Rio de um só estado): Quando o Rio pertence a somente um Estado, 
 a fonteria é na margem oposta a o Estado pertencente.
 2.a) Linha Mediana, equidistante das margens (Rio de dois ou mais estados):
 Exatamente o meio dos Rios.
 2.b)Talvegue: Fronteira se da por meio da parte mais profunda do rio, chamada de 
 Talvegue.
*Território por extensão:
-Art. 5º,§ 1º, CP: "Para os efeitos penais, considera-se como extensão do território nacional as
embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo como as
aeronaves e as embarcações brasileiras mercantes ou de propriedade privada, que se achem,
respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar."
-Art. 5, § 2º, CP: "É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou
embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no correspondente,
e estas em porto ou mar territorial do Brasil."
Obs: O Brasil adotou o Princípio da Territorialidade Temperada, onde em regra, aplica-se a lei
brasileira ao crime cometido no Brasil, regra que não é absoluta, ressalvado os Tratados
e Convenções Internacionais, quando excepcionalmente poderá a lei estrangeira ser
aplicada a delitos cometidos total ou parcialmente em território nacional. Denomina-se
este princípio de intraterritorialidade, quando a lei estrangeira é aplicada no território
nacional, de fora para dentro do país. 
2º) Real,de defesa, da proteção:
-Art. 7º, I, CP: "Ficam Sujeitos a lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: I - Os Crimes:
a)Contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; b)Contra o patrimônio ou fé pública da
União, do Distrito Federal, de Estado, de sociedade de economia mista, autarquia ou fundação
instituída pelo Poder Público; c)Contra a administração pública, por quem está a seu serviço; d) De
genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil."
3º) Da Nacionalidade:
a) Ativa: Art. 7º, II, "b", CP: "Ficam Sujeitos a lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: II-
Os Crimes: b) Praticado por brasileiro."
* Casos em que ficam os brasileiros sujeitos a lei Brasileira mesmo por crime cometido no
estrangeiro.
b)Passiva: Art. 7º, §§ 2º e 3º, CP: "§ 2º – Nos casos do Inciso II, a aplicação da lei brasileira
depende do concurso das seguintes condições: a) Entrar o agente no território nacional; b)ser o fato
punível também no país em que foi praticado, c) Estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a
lei brasileira autoriza extradição; d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro e não ter aí
cumprido a pena; e) Não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar
extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. § 3º- A lei brasileira aplica-se também ao crime
cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no
parágrafo anterior: a) Não foi pedida ou foi negada a extradição; b) Houve requisição do Ministro
da Justiça; c)Pena cumprida no estrangeiro"
4º)Da Justiça Universal:
(Universalidade/Cosmopolita)
-Art. 7º, II, "a", CP: "Ficam Sujeitos a lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: II- Os
Crimes: a) Que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir."
5º) Do Pavilhão, da Bandeira, da Representação:
-Art. 7º,II,"c",CP:"Ficam Sujeitos a lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: II- Os Crimes:
c)Praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada,
quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados."
--> Lugar do Crime:
-Teorias:
1ª)Da ação (Atividade): Lugar do crime é o local onde a ação criminosa foi praticada. (Teoria não
adotada no CP Brasileiro.
2ª)Do resultado (Evento): Lugar do crime é onde ocorreu o resultado desejado na conduta
criminosa. (Teoria não adotada).
3ª)Da intenção: Lugar do crime é aquele onde o crime foi praticado segundo a intenção do agente,
ou seja, lugar do crime é onde o agente teve a intenção de que o crime viesse a ocorrer. (Teoria não
adotada).
4ª)Do efeito mais próximo: Lugar do crime é onde a energia corporal movimentada pelo agente,
atinge o bem jurídico tutelado. (Teoria não adotada).
5ª)Da ação a distância: Lugar do crime é onde o ação criminosa definitivamente lesiona ou expõe a
perigo de lesão bem jurídico. (Teoria não adotada).
6ª)Limitada da ubiquidade: Tanto o Lugar onde ocorre a ação quanto o lugar onde ocorre o
resultado. (Teoria não adotada).
7ª)Pura da Ubiquidade: 
-Art 6º "caput". CP.
-"Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a açãoou omissão, no todo ou em parte,
bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado".
-Nessa teoria ocorre uma tentativa de união de todas as teorias anteriores para se formar uma teoria
mais completa possível para que ninguem possa escapar do Direito Penal.
-O lugar do crime depende da análise do caso concreto, e verificação de onde se pode definir o
lugar do crime.
- Teoria Adotada pelo CP.
--- >Imunidades: 
-Exceções ao princípio da territorialidade, ou seja, se um crime é praticado em território nacional,
em regra, por questão de soberania a legislação nacional é aplicada, porém há casos em que não se
aplica a legislação nacional por estar o agente protegido.
- Imunidades são causas que impedem que uma lei penal qualquer possa atingir determinadas
pessoas em razão basicamente da sua condição. (Ex: Embaixador, Embaixatriz, etc.) Geralmente a
imunidade se relaciona com o cargo que a pessoa possui dentro do aparelho Estatal.
-->Imunidades diplomáticas: Imunidades para pessoas que representam os interesses de um país
dentro de outro país.
-Fundamento: A relevância da sua representação precisa ser respeitada, ou seja se não houver uma
segurança garantida na imunidade, torna-se irrelevante a possibilidade de representação do seu país
em outro país.
a)Material: Inviolabilidade, o corpo diplomático está impune de qualquer punição.
b)Formal: Jurisdição e processo.
 ->Estado acreditante: Estado do agente diplomático que dá ao agente represente do seu país um
crédito de imunidade diplomática.
 ->Estado acreditado: Estado exterior onde o agente possui o crédito de imunidade diplomática.
(O Estado acreditado deve aceitar sem questionar o crédito de imunidade do corpo diplomático).
-Quando ocorrer um crime, cabe ao Estado Acreditado investigar e apurar o caso, notificar e enviar
para o Estado Acreditante para que assim seja processado conforme o ordenamento interno de seu
país.
*Natureza Jurídica: Causa pessoal de exclusão de pena, ou seja, o agente diplomático exterior não
poderá sofrer nenhuma pena no Estado Brasileiro.
-->Imunidades Parlamentares:
Possui caráter Perpétuo(Somente a imunidade parlamentar material possui caráter perpétuo)NUNCA PODERÁ SER PROCESSADO
a) Material: Inviolabilidade -> CF, Arts. 27, §1º; 29. VIII e 53, "caput". (è inviolável porque em tese
os parlamentares representam a voz do povo).
-Há imunidade referente a liberdade dos parlamentares no que diz respeito a opiniões, palavras e
votos.
- Imunidade se aplica a Deputados Federais, Senadores, Deputados Estaduais, Deputados Distritais,
para os vereadores a imunidade é limitada, aplica-se somente no local onde está eleito.
- A imunidade se inicia com a diplomação do parlamentar e nesse caso tem caráter perpétuo.
b)Formal: (Processual): Parlamentar não pode ser preso.
-No caso de imunidades processuais, os vereadores não se enquadram.
-Conforme prescrito no Art. 50, § 1º da CF, "Os Deputados e Senadores, desde a expedição do
diploma, serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal."
-Há uma única exceção no qual os parlamentares não ficam imunes ao processo, no caso do Art 53.
§ 2º da CF, que trata da prisão em flagrante de crime inafiançável, "Desde a expedição do diploma,
os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime
inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva,
para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão." 
-A imunidade se inicia com a diplomação do parlamentar e cessa com o fim do mandato.
*Regras de inafiançabilidade: (Crimes que não há a possibilidade de responder em liberdade).
-Art. 323 e 324, CPP.
-Art. 5º, XLIII, CF. (Lei 8072/90)
-Art. 5º, XLIV, CF.
-Art. 3º, Lei n. 9613/98.
-Art. 31, Lei n. 7492/86.
-Lei n. 12850/13. Obs: A Lei n. 9034/95, Art. 7º foi revogada. Prevê a lei nova a possibilidade de
delação premiada no caso de organização criminosa.
-Nos casos de prisão em flagrante em crimes inafiançáveis, será expedido para a casa legislativa um
ofício para que a mesma decida se prossegue ou não o andamento do processo referente ao
parlamentar.
*Processo: Como ele ocorre no caso dos Parlamentares.
 -CF Art. 53, § 3º. Diplomação de Crime Anterior -> Não existe imunidade
 -E.C n. 35/2001 Parlamentar Crime Após -> Será feito uma denuncia e protocolado no
 STF/TJ, e os mesmos decidem se prossegue 
 ou não a denuncia, ocorrendo o processo
 somente se a denuncia prosseguir.
-A partir da E.C n.35/2001, ao ser decidido pela casa legislativa que o parlamentar não será
processado, somente o processo e seu prazo prescricional será paralisado durante o tempo de
mandato, ou seja, depois de cessado o mandato o processo e prazo prescricional volta a correr
normalmente sem interferência da casa legislativa.
-->Imunidades dos chefes de Estado:
-Imunidade do Presidente da República
-Imunidade Formal:
I) Prisão:VEDADA a prisão processual nos crimes comuns (Art. 86, §§ 3º e 4º, CF), fica proibido a
prisão processual do Presidente da República nos casos em que por crimes comuns não sobrevier
sentença condenatória, ou na vigência de seu mandato quando se tratar de atos estranhos ao
exercício de suas funções.
II)Processo: EXIGÊNCIA do juízo de admissibilidade pela câmara dos deputados, em qualquer
crime. (Art.85 e 86, CF).
->Infrações penais comuns: Denûncia pela Procuradoria Geral perante o STF;
->Crimes de responsabilidade: Processo de INPEACHMENT, (SENADO).
*Governadores dos estados e do Distrito Federal?
-->Escolas e Tendências Penais:
- São as escolas penais um modo de organizar pensamentos e concepções postas em
correspondência a legitimidade do direito de punir, sobre a natureza do delito e sobre o fim das
sanções.
1ª)-Escola clássica: F.Carrara, K.Binding, I.Kant.
*Origem:Jusnaturalismo, o Direito como afirmação de justiça
*Principal característica: Livre arbítrio.
2ª)-Escola positiva: C.Lombroso, E.Ferri, Garofalo, Tobias Barreto, etc.
*Origem: Filosofia positivista, estudos biológicos e sociológicos
*Nega o livre arbítrio
3ª)-Escola crítica: Terza. Scuola, Carnevale, Alimena, Not Kil.
*Origem: Positivismo crítico. (Nega o livre arbítrio, pena é defesa social).
4ª)-Escola Moderna Alemã, (Sociológica): F. Von liszt, A. Prins, K.Stoos
*Origem: Positivismo crítico e político-criminal; -> Prog. Marburgo
5ª)-Escola Penal Humanista: V. Lonza, Trojano, Pappalardo, Falchi.
*Origem: Positivismo crítico.
6ª)-Escola Técno Jurídica: Fabricação das normas. A. Racco, Nanzini, 
(crime/delito é um fenômeno jurídico)
*Origem: reação as escolas positivistas.
7ª)-Escola Correcionalista: (A pena seria um bem)
Roder, Sonz del Rio, Concepcíon Arenal, Dorado. Montero.
*Origem: Filosofia Krausista (homem criminoso é doente).
8ª)-Movimento de Defesa Social: A. Prins, F. Gramática, Narc Ancel, João Marcelo Araujo Jr.
*Origem: Filosofia grega, escritores canonistas, revolução positivista do final do século XIX.
--> Evolução Epistemiológica do Direito Penal:
-Positivismo: Final do século XIX.
*Reação a metafísica: A ciência como mera pesquisa das causas eficientes -> Sucessões regulares
de fatos a partir dos quais todas as leis são extraídas.
*A filosofia positivista é uma ciência completamente estranha ao Direito Penal, o positivismo surge
com as ciências naturais (fisica, matemática, química, biologia), foi uma ciência inserida dentro do
Direito Penal como uma reação a metafísica (Metafísica: Aquilo que está além do meio concreto, ou
seja, qualquer relação da pessoa com alguma divindade, ou algo sobrenatural). Para o positivismo a
metafísica não pode ser aceita, pois o positivismo marca a era da razão,era da racionalidade, ou
seja, tudo o que é sobrenatural para o positivismo não está no conceito de racionalidade. O
positivismo visa separar a religião da ciência, pois até então ambas caminhavam juntas. A ciência
então passa a ser a mera pesquisa de causas eficientes, ou seja a pesquisa de sucessões regulares dos
fatos que a partir dos quais todas as leis são extraídas. A ciência exata a partir dos fatos passou a
integrar o Direito Penal.
*Surge um problema, pois a ciências sociais (Direito), são ciências do espírito, e não ciências exatas
como as ciências da natureza, ou seja, não há êxito na junção das duas ciências pois ambas são de
ramos diferentes, e as ciências naturais não se encaixam nas ciências sociais.
*Positivismo foi uma maneira forçada de se iniciar a produção de Ciência dentro do Direito Penal.
-Neokantismo: 1860 em diante.
*Nova leitura que se faz das obras de Kant
*Buscou diferenciar as chamadas ciências espirituais das naturais (separação entre forma pura de
pensamento e matéria). 
*Nova perspectiva jurídica filosófica que tenta explicar certas coisas do Direito, em especial do
Direito Penal, de tal forma a combater o positivismo, cria-se distinções entre as chamadas ciências
do espírito e as chamadas ciências naturais, ou seja, se o Direito é uma ciência de Espírito e por isso
não se pode tratar as coisas como uma ciência natural, pois o Direito é uma outra modalidade de
ciência distinta as ciências naturais, que requer pressupostos diferentes, métodos de estudos
diferentes. E decorrente disso não se aceita o transporte positivista para dentro do Direito, em
especial Direito Penal. Separa-se a forma pura de pensamento que é a abstração, da matéria sobre a
qual incide a forma pura de pensamento. (Matéria: Objeto sob o qual se elabora uma série de
raciocínios./Forma pura de pensamento: Série de raciocíonios que se cria em função da matéria. Ex:
Como deve se punir tal ato, deve-se punir tal ato, porque tal ato deve ser punido, até que ponto tal
ato deve ser punido.)
*Neokantismo da origem a 2 Escolas:
1)Marburgo: 
-Franz Von Liszt
-Ética é considerada como lógica das ciências do Espírito
-Através da separação entre forma pura de pensamento e matéria, se chega a uma relação lógica de
condicionante e condicionado.
- A forma pura é a diretriz que condiciona o penamento jurídico.
- A justiça decorre exclusivamente de sua forma e não da matéria propriamente dita.
-Todas as proposições justas tem somente uma validade relativa e condicionada, ou seja, a justiça
das mesmas decorre exclusivamente do método formal.
-Direito não é tratado pelo prisma da causalidade, mas sim por uma teoria finalista, teoria que parte
a partir do querer do agente.
2)Baden:
-Referência a valores que tem certos fins. (Aspecto teleológico).
-O Direito pode ser injusto, uma vez que a princípio o seu interesse é buscar o justo, e isso ocorre
mesmo que necessário seja utilizar de meios injustos.
-Filosofia do Direito sobre do dever ser, e não do Direito positivo.
-Dualismo metodológico: Relação entre ser e dever ser, entre realidade e valor.
-Noção de valor, é o que marca a diferença entre ciências naturais e ciências jurídicas.
-Adota-se um conceito valorativo da ação -> Conduta humana como uma atuação da vontade
humana no mundo exterior.
-Surge o conceito neoclássico de delito.
-Típicidade enrriquecida por elementos valorativos (elementos normativos).
-Culpabilidade é psicológico-normativo (reprovabilidade pessoal do agente)
- Conceito de delito referente a ação igualmente se aplica ao conceito de omissão.
-Finalismo (Ontologismo): 1931 
*Método ontognoseológico
- Hans Welzel cria o método ontognoseológico (método sintético real-normativo). Para Welzel o
legislador não está sozinho, livre, leve e solto na criação de Leis, ele deve obediência a
determinadas coisas que existem no mundo real (mundo concreto em que nos encontramos),
independentemente de ele querer reconhecer que essas coisas existem ou não, ou seja, as leis tem
que ser criadas segundo o mundo real, o mundo do ser. Para que assim não sejam criados
regramentos absurdos, que fogem da realidade em que nos encontramos, mas sim regramentos
factíveis.
A natureza das coisas (mundo real do ser), condiciona o processo de produção das leis, das normas
e do Direito em si.
-Normativismo: Corrente doutrinária ou científica que vai reagir contra o finalismo.
1950: Gallas 
1966: Roxin
1985: Jakobs – Discípulo de Welzeu, Jakobs assume de Welzel e se volta contra o seu antigo mestre
e passa a criar uma outra teoria, completamente oposta a aquilo que até então Welzeu vinha
ensinando e escrevendo.
 Teorias funcionalistas: (Teorias funcionalistas se referem as teorias normativistas).
a)Teleológico - Funcional
(Roxin): Política criminal + Fins da pena: 
- A palavra chave dessa teoria é "Fins", ou seja, Teoria teleológica é o estudo baseado em sua
finalidade.
-Roxin constrói um sistema de Direito Penal cujo o fundamento é, a política criminal (Ideia de se
perguntar a quem comanda o governo, Porque punir? Como Punir? Quando Punir?Para que Punir?
Até que ponto Punir?, são razões de política criminal que o Governo por exemplo pode escolher em
um dado momento não punir mais determinada categoria de delito), juntamente com os fins da pena
(a pretensão de Delitos), todo o sistema de Direito Penal de Roxin está fundado nessa fórmula, ou
seja na mistura de política criminal com os fins da pena em especial a pretensão. ( O método de
Roxin é chamado de normativismo ou funcionalismo moderado).
-Essa teoria, traz para dentro do Direito Penal a ideia de trabalhar a partir dos fins da pena junto
com as razões político-criminais do Estado.
b)Funcionalista sistêmica
(Jakobs) = Autopoiese
-Produção de Direito a partir do seu próprio Sistema, ou seja, segue o conceito de autopoiese que
diz respeito a capacidade que o ser tem de se tornar criador e criatura de sí próprio. Nessa ideia,
segue a teoria de que o Direito se cria através do próprio Direito, ou seja, para se criar uma Lei por
exemplo, antes existe uma Lei que permite a criação da mesma. O Direito dita como o próprio
Direito pode ser criado.
-Jakobs a partir da ideia de Autopoiese, desenvolve o seu sistema de Direito Penal, cujo a principal
função é, o Direito Penal proteger-se contra os comportamentos delituosos (não é proteger o bem
jurídico, mas sim se auto-proteger contra as pessoas que violam o próprio Direito Penal). Daí surge
a ideia de que o Direito Penal tem por função proteger-se e a pena criminal serve para restabelecer a
ordem jurídica violada pelo criminoso.
-Garantismo Jurídico Penal (Ferrajoli).
*Reação aos movimentos Law And Order e ao Pan-Penalismo
-Surge na Itália um pensamento, que não é bem uma escola de Direito, que não da pra encaixar em
quase nenhuma das escolas científicas estudadas anteriormente, mas que ganhou notoriedade no
mundo e respeito, esse pensamento foi criado por Luigi Ferrajoli em 1995. Ele escreve uma obra
chamada "Direito e Razão", nessa obra ele busca estabelecer uma série de valores, axiomas,
princípios, para reagir contra os movimentos de lei e ordem que estavam ganhando o mundo todo,
inclusive a Itália, e principalmente para reagir ao Pan-Penalismo (Expansão do Direito Penal por
todo mundo), ele estabelece que para que se tenha Direito é necessário racionalidade, e não
qualquer racionalidade, mas sim uma racionalidade que respeite a dignidade humana. O garantismo
jurídico é o respeito a dignidade humana.
-Para Ferrajoli é preciso estabelecer limites para a atuação do Estado, principalmente da atuação do
Estado por meio do Direito Penal.
--> Teorias da Ação:
-Importante: A ação corresponde ao elemento básico da teoria jurídica do delito. (Primeiro elemento
da mandala, elemento que dá início a teoria jurídica do delito).
->Teoria Causal-Naturalística:
-Franz Von Liszt, Binding ...
-Conceito de ação: Movimento corporal "Voluntário" que causamodificação no mundo exterior.
-Elementos: Movimento corporal + Resultado + "Voluntariedade".
-Dois momentos: -1º Externo – objetivo : Momento da ação propriamente dita.
 -2º Interno -Subjetivo: Quando alguém tenta descobrir o que o agente pretendia
com a ação por ele realizado.
-Ponto Central: A causalidade , essa teoria se preocupa com o resultado que decorre com as ações
humanas no mundo real no mundo do ser.
- Essa teoria é fruto do positivismo e do jusnaturalismo do século XVIII e XIX.
-A grande sacada nessa teoria é a lei de causa e efeito.
- Nessa teoria "Voluntariedade" não tem a ver com o desejo de praticar o crime, a voluntariedade
aqui diz respeito ao agir, independentemente da vontade pretendida do agente.
- O grande marco nessa teoria é a voluntariedade, ou seja, em um delito não se examina o desejo do
agente e sim o seu agir. Nesse caso por exemplo ficaria difícil destinguir em um homicídio um
agente que matou alguém porque quis e um que matou alguém por legítima defesa, pois o desejo de
praticar o crime é irrelevante para essa teoria, tão somente importa a "voluntariedade" que é o agir
do agente.
-Essa teoria é uma teoria inaugural, é a primeira teoria que passou a estudar o delito através da ação
humana.
-Nessa teoria o dolo (intenção do agente) é verificadona culpabilidade
->Teoria Causal-Valorativa:
-Eb. Frank, E. Mezeer
-Conceito de ação: Comportamento Humano que decorre da atuação da "vontade" no mundo
exterior.
-Elementos: Comportamento valorado + Resultado + "Vontade".(Comportamento valorado: a
conduta humana após ser avaliada pelo direito, fato que se dá quando o direito avalia condutas
humanas que sejam prejudiciais a bens jurídicos relevantes, e as define como crime)
-Ponto central: Características subjetivas na culpabilidade (o dolo é verificado não na típicidade,
mas sim no ultimo elemento da mandala da teoria jurídica do delíto que é a culpabilidade) e fusão
da típicidade com a ílicitude.
-Teoria surgiu como uma tentativa de reação para criticar a teoria anterior.
-A "Vontade" nessa teoria não tem a ver com o desejo do agente praticar o crime, mas sim com a
Voluntariedade mencionada na teoria anterior, ou seja, o agir do agente.
- A tentativa de superar e criticar a teoria anterior falhou, pois troca-se o nome "Voluntariedade",
por "Vontade", mas na verdade permanece a essência da "Voluntariedade", não mudando nada, e
permanecendo o mesmo equívoco, que não leva em consideração a verdadeira vontade do agente
que é o desejo de praticar o crime.
Obs: Nas duas teorias causais a intenção do agente(dolo) é vista somente na culpabilidade, e isso
torna essas teorias falhas, pois se verificado por último a intenção do agente, não se consegue
verificar no momento da típicidade a sua intenção e com isso essa teoria não é capaz de dar suporte
para um código penal que pretende punir todos que for possível. Por essas teorias os crimes
tentados não seriam punidos.
->Teoria Social:
-Eb. Schimit, Jesheck, Wessels, Luis Jimenes de Asúa.
-Conceito de ação: Manifestação externa da vontade com relevância social.
-Ênfase: A relevância social do comportamento humano.
-Ponto Central: A dupla posição do Dolo. O dolo está na típicidade e na culpabilidade. O que é um
grave erro, pois o Dolo deve ser verificado em somente um elemento da teoria jurídica do delito. E
por esse erro essa teoria não vingou.
-Vontade nessa teoria tem a ver com o desejo de praticar o crime do agente
-Nessa teoria somente os comportamentos que têm maior relevância social podem ser
criminalizados.
- A ênfase dessa teoria é a relevancia social do comportamento humano.
->Teoria da Ação Finalista:
-Hans Welzel, A.Kaufmam, Cerezo Mir, Gracia Martin ...
-Conceito de ação: Exercício de uma atividade finalista. O ser humano em plena capacidade, e
passível de entendimento das consequências do seu agir, e por assim dizer se ele age, de tal maneira
que sua conduta é dada como crime, presume-se que a finalidade do agente era chegar no resultado
previsto na lei penal, logo se tem uma atividade finalista, onde o agente age conciente das
consequências de suas ações.
-O dolo nessa teoria está na transição entre a ação e a tipicidade, o dolo finalista é a conciência e
vontade de praticar um crime.
- Mundo do Ser e Mundo do Dever Ser. (O Mundo do Ser é o mundo físico, o mundo onde as
coisas acontecem, o mundo real, mundo concreto, onde as coisas existem e acontecem. O Mundo do
Dever Ser é o mundo do Direito, onde o Direito busca impor regras, proteger, punir, com o objetivo
de proteger o mundo real, o mundo do ser.) O Mundo do Ser pode existir sem o Dever Ser, ou seja,
sem o Direito, mas o Mundo do Dever Ser, o Direito, não pode existir sem o Mundo real do Ser.
-Método: Sintético real-normativo -> Cruzamento do Mundo do Ser com o Mundo do Dever Ser, o
método finalista é uma síntese "Sintético" entre o mundo do ser, o mundo "real" e o mundo do
dever ser, mundo do direito, normas "Normativo".
-Elementos: Vontade Finalista + Comportamento Humano + Resultado. (Vontade Finalista: è a
conciência e o desejo orientado em direção a um fim predeterminado pela pessoa. Comportamento
humano: Ação Humana. Resultado: Resultado alcançado pelo comportamento humano que foi
guiado pela vontade finalista.)
-Conceito pessoal de injusto: Como o finalismo se preocupa com o dolo fundamentalmente, ele vai
buscar dar uma certa cobertura pra isso, e essa cobertura é a ideia de que, cada delito tem uma
marca característica de quem pratica.
1)Desvalor da ação: A condua humana, (ação) é desvalorada ao aplicar-se pena. 
2)Desvalor do resultado: Quando o Resultado é mais grave do que o que era pretendido com a
conduta humana. Ex: Lesão corporal seguido de morte
3)Medida/Magnitude da culpabilidade: Maior desvalor da culpabilidade, ocorre nos casos de
reprovação penal que incide sobre determinados motivos. Por Ex: Homicídio por Motivo Torpe.
-Culpabilidade: Se averigua a culpabilidade pela norma, "Puramente normativa" (Explícitas no
Código Penal)
 - Imputabilidade: Maioridade Penal, 18 anos
 - Potencial conciencia da ílicitude: Deve se ter a conciencia do Ilícito, do que é errado.
 - Exigibilidade de comportamento diverso: Na situação delituosa deve-se averiguar se era possível
agir de outro jeito, ou seja, se foi a ùnica escolha da pessoa praticar o delito não dando para evitar o
mesmo. Ex: Assaltar um banco decorrente pedido de um sequestrador dos filhos.
-Estruturas Lógico-objetivas: São categorias que existem no mundo real, cuja a função é delimitar o
limite e um alcance da percepção que o direito penal pode ter e, assim, estabelecer normas jurídicas
que sejam coerentes com o mundo do ser e consequentes com a realidade devída.
->Teorias Normativistas: Essas teorias têm como ponto principal a preocupação com a norma.
 (Funcionalistas)-> Função que a norma jurídica penal deve se empenhar dentro de uma ideia de
controle de sociedade.
-Teorias Personalista: É o normativismo teleológico (Moderado), de Claus Roxin. (Alemão).
. A ação é a exteriorização da personalidade humana, ou seja, "tudo que pode ser atribuído a uma
pessoa como centro de atos anímico-espirituais", a ação seria uma categoria pré jurídica que
coincide com a nulidade da vida.
. Roxin da ênfase aos fins da pena e outros elementos de política criminal dentro da teoria jurídica
do delíto.
. Elementos: Típicidade + Ilícitude + Responsabilidade Penal.
. Teoria normativista que faz tudo com base nos fins a que ela pretende alcançar.
. A ação é a exteriorização da personalidade humana, ou eja, uma vez que a pessoa age de forma
delituosa, ela exterioriza a sua personalidade criminosa e é tida como um delinquente pra sempre,
pois em sua essência ele já era um criminoso, a ação só foi um modo de exteriorizar isso.
. A teoria jurídica do delito de Roxin, apresenta falhas. Na teoria jurídica do delito ele mistura os
fins da pena com elementosde política criminal e cria a Responsabilidade penal que substitui a
culpabilidade, e por isso ele é muito criticado.
-Teoria da Evitabilidade Individual: É o normativismo sitêmico (Radical). 
. A ação é a realização de um resultado individualmente evitável.
. Gunther Jakobs equipara a ação e a omissão
. Da ênfase ao sentido da norma (assegurar a estabilidade normativa).
. Elementos: Conduta + Infração a Norma + Reprovação.
. Teoria baseada na teoria de autopoiese, ou seja , para Jakobs a única função do direito é auto-
preservar-se, contra todos os comportamentos criminosos que queiram o destruir, é como se o
Direito penal fosse a vítima dos comportamentos criminosos e não as reais vítimas existentes.
. Ação e omissão é dado com a mesma importantância, como dois lados de uma mesma moeda, tem
o mesmo valor.
. Impõe-se uma pena para quem cometeu um crime, não para que ele seja recuperado, e nem pq ele
merece ser punido, mas para que seja preservado as condições de manutenção do Direito Penal na
sociedade.
. A pena serve apenas para assegurar a qualidade e a vigência do Direito.
-Teoria da Ação Significativa: Criada por Tomas Salvador Vivos-Antos, em 1996.
. No Brasil, temos Cezar Bitencourt, Fernando Galvão e Paulo Busato.
. A ação é o sentido de um substrato normativo, aquilo que transmite um significado. Parte da
Filosofia da linguagem, de Ludwing Wittgestein e une a teoria da ação comunicativa, de
J.Habermas.
. Para Habermans toda ação transmite um significado
. É o inverso da teoria finalista, pois na teoria finalista a ação é o substrato que dá sentido a uma
norma jurídica, ou seja a ação é a base para o sentido de uma norma jurídica, já nessa teoria a ação é
o sentido de um substrato normativo, ou seja é a norma que dá sentido a ação e não a ação que dá
sentido a norma como no finalismo. A ação transmite o significado do substrato normativo.
. Estabele a ação em 2 planos:
 1º Plano: Interpretação Normativa (Ordem Social.) -> Como a sociedade interpreta
determinada ação humana.
 2º Plano: Intenção Subjetiva (Ordem Individual.) -> Como a própria pessoa interpreta o seu
crime praticado.
*Importante: A percepção da ação humana ficará condicionada ao sentido que a norma jurídica lhe
atribuir, não se explica a ação a partir da vontade, não é o fim pretendido que predetermina a ação,
mas a comunicação que a ação apresenta, guiada pela definição normativa.
Obs: É o contrário do finalismo, pois não é a ação que dá sentido a norma, mas sim é a norma que
dá sentido a ação, o que foge do mundo real concreto. Teoria fictícia -> Falsa
--> Omissão Penalmente Relevante: CP. Art. 13 § 2º
-Conceito Finalista:Quando o emitente devia e podia agir para evitar o resultado
-Desvalor do Injusto omissivo: Graduação dos níveis -> 
O delito omissivo tem menor valor no injusto do que o comissivo, porem não deixa de ser injusto,
ou seja, o nos delitos por omissão há um certa valorização no que tange a ser injusto porém menor
do que nos delitos por ação, obtendo assim nos delitos omissivos um menor desvalor do injusto.
Resumidamente significa dizer que impedir o resultado é menos grave do que realiza-lo
dolosamente.
-Causalidade na omissão = Vínculos normativos.
Não há relação de causalidade, pois não falta a conduta omissiva que deu causa ao fato do delito.
Em outras palavras, se diz que a omissão como uma uma não execução de uma ação não causa
absolutamente nada.
O que há na omissão é vinculos normativos, pois considera-se omissão o a não-execução de uma
ação que se feita poderia evitar o resultado, e tal conduta será considerada delituosa se for contrário
a norma penal, verificando assim o vinculo da omissão penalmente relevante para com a norma.
. São os vinculos normativos: Art 13, § 2º CP.
 a) Dever legal: Dever de agir imposto pela lei, casos em que se não agir conforme prescreve a lei,
responde-se pelo resultado, ainda que não se tenha dado causa ao mesmo.
 b) Outra forma de dever: Dever especial de agir, um dever de agir que é de determinada pessoa e a
mesma não age e deixa que ocorra o resultado, mesmo que não tenha dado causa.
 c) Ingerência: Ocorre quando a pessoa com a sua ação positivo anterior deu causa ao resultado,
mas por uma atitude poderia evitar o mesmo e assim não o fez. (Ex: Induzir alguem a pular alguém
para nadar e não o salvar no afogamento.)
-Existência de substrato ontológico na omissão:
a) Há a existência de um substrato ontológico e é uma base real, que existe antes do juizo de valor
(Axiológico) há uma base real prévia ao juizo axiológico, a omissão pertence a realidade, não existe
a omissão em si, também não se configura como uma ação, a mesma é a falta de uma ação, ou seja,
a omissão surge decorrentemente da falta de ação. É isento um juizo de valor, pois pode omitir-se
não somente a ação que se espera que seja omitida, mas também omitir aquilo que é proibido a
omissão pela norma.
b) Não há -> Trata-se de um conceito puramente jurídico (Puramente normológico)
Omissão como conceito puramente jurídico ( comportamento passivo consistente em um não fazer
jurídico penalmente desvalorado. A omissão só aparece quando mencionada na norma penal.
- Adotada
- O dolo na omissão:
1) Concepção monista: Há apenas a conciência da abstenção de um ato exigido pela norma.
- Adotada na omissão própria pois nessa é somente necessário a conciência de abstenção de um ato
exigido pela norma e não precisa do resultado para configurar-se crime omissivo, basta somente a
consciência.
2) Concepção dualista:
A omissão é a não-ação determinada na norma penal derivada de dolo ou culpa E QUE causa lesão
ou perigo de lesão a bem jurídico, ou seja ocorre o devalor da ação e o desvalor do resultado.
- Adotada na omissão imprópria pois nessa necessita-se o resultado para configurar crime.
- Espécies de delitos omissivos e o dever de agir:
I) Dever geral de agir:
Na omissão própria (pura)
. Méra obrigação de atuar, infração da ordem de comando de agir (omissão de socorro), fato
tipificado pela conduta omissiva do agente, omissão por um dever de agir não feito.
. Esse tipo de delito omissivo admite-se somente a forma culposa.
Ex: Art 135, CP
II) Dever especial de agir: *Art 13§ 2º
Na omissão imprópria (Impura)
. Fato que se for omitido a ação poderá configurar resultado de fato típico por ação, é um delito
especial, pois cabe somente a quem está em uma posição de garantia de proteção do bem jurídico e
não o faz, deve-se agir para evitar que se concretize o ato.
. Esse tipo de delito omissivo admite tanto na forma culposa quanto na forma dolosa.
-> Critérios de distinção entre a omissão própria e a imprópria:
1º) Tradicional (Clássico):
Sua base está no fato do resultado integrar (ou, não) o tipo penal
. Critério errado e não adotado, pois há crimes que não prevê o resultado.
2º) Tipológico:
Sua base é a revisão legal de cada forma omissiva.
A omissão própria tem previsão legal
A omissão imprópria deriva de criação dogmática e Jurisprudencial.
.Critério errado e não adotado pois não tem previsão legal da omissão própria
3º) Normológico:
Sua base está na natureza da norma violada:
-> Omissão própria (pura): violação de uma norma perceptiva, ou seja, nesse caso o delito
consuma-se com o simples fato de não agir conforme o que a norma impunha como o dever de agir.
-> Omissão imprópria (impura): transgressão de uma norma proibitiva, nesse caso o agente não agiu
e assim ocorreu o resultado, esse que seria impedido com o seu agir, nesse caso exige-se o resultado
para que se consume o crime pela conduta omissiva, pelo não agir do agente.
. Critério adotado, pois a omissão apenas possui vinculos normativos
--> O delito como ação típica: 
-Conceito de tipicidade: Trata-se da qualidade daquilo que é típico, isso é, aquilo que tem descrição
penal legal. 
Encontra-se as descrições penais legais,primeiramente no código penal, secundariamente nas leis
penais extravagantes (leis fora do direito penal).
-Conceitode tipo penal: É a descrição abstrata em lei, de um comportamento proibido. Ex: No
Homicídio a descrição abstrata é de um comportamento proibido é:"Matar alguém".
Descrição é chamado de preceito primário e para que essa seja considerada proibida é necessário
um preceito secundário que é a consequência jurídica decorrente da pratica de tal ato, que no caso
sempre será uma pena.
Preceito secundário de homicídio por ex: " Pena - reclusão, de seis a vinte anos ".
* Obs: Para o legislador o que leva as pessoas a não praticar tal ato descrito na lei penal, é o medo
que a ameaça da pena representa na sociedade, chamado de efeito simbólico da pena criminal. Esse
efeito é simbolico, porque não por esse motivo que as pessoas deixam de praticar crimes, algumas
vezes os praticam mesmo sabendo da gravidade da pena e outras não os praticam por outros
motivos, (respeito familiar, amor ao proximo, ética, etc).
Para tanto, busca-se proteger determinados bens jurídicos por meio da imposição de penas para que
assim os violar.
. Principais funções do tipo penal:
a)Seletiva: O tipo penal seleciona determinados bens jurídicos mais relevantes, para assim os
proteger através da proibição de determinadas condutas mediante a imposição de pena.
b)Garantista: O tipo penal garante que tudo aquilo que não for previsto como conduta proibida pode
-se praticar sem o medo de ser aplicado uma pena criminalmente, ou seja, tudo aquilo que não tiver
descrição típica no direito penal, não pode ser objeto de punição pelo direito penal, representando
assim uma função garantista.
c)Fundamentadora (da ilicitude): Para que se possa dizer que determinado comportamento é
proibido pelo direito penal, primeiro é necessário estar tipificado na legislação penal, ou seja, o tipo
penal é o fundamento para comprovar a ilicitude, pois sem o tipo penal não é possível dizer que tal
conduta é ilícita diante do direito penal.
d)Indiciária (da ilicitude): A conduta humana tipificada indica a ilicitude, mas isso não quer dizer
que ela automaticamente é ilícita, ou seja, uma conduta tipificada na lei penal, embora indique a
ilicitude ela pode ser lícita, como matar alguém por legitima defesa por exemplo, a conduta é
tipificada como crime de homicídio, indiciária da ilicitude porém não é ilícita, pois a legitima
defesa é uma das causas justificantes de excludente de ilicitude. Enfim o tipo penal é apenas
indiciária da ilicitude, ele sinaliza uma possível existência da ilicitude, isso não quer dizer que
necessariamente ela exista.
Obs: O código penal de 1984 adotou na sua parte geral um modelo finalista de teoria do delito,
significando que a tipicidade sempre indiciará (sinalizará), uma possível existência de que aquele
fato típico seja também ilícito, sendo acobertada esse fato por alguma das causas que excluem a
ilicitude, não se pode dizer então que existe a ilicitude.
e)Criadora (do mandamento proibitivo): O tipo penal cria a ordem que proíbe determinadas
condutas pela o agente, ou seja, é através do tipo penal que se tem a origem proibitiva penal.
f)Delimitadora (do iter criminis): O tipo penal delimita o caminho pelo qual se percorre para
cometer o delito, ou seja, o tipo penal determina onde ocorre de fato o fim de todo o processo que se
percorre para se cometer o delito, pois se torna efetivo com a ação o que esta previsto no tipo penal,
e somente a partir da ação é que se pode punir a conduta, seja consumado ou tentado, no processo
do iter criminis não é possível punir o agente,salvo se no decorrer do iter criminis tiver alguma
conduta que se enquadre em outros tipos penais diferente ao do resultado pelo agente. O tipo penal
é o limite do processo de iter criminis.
g)Motivadoras de condutas: Em tese o legislador pensa que as pessoas vão, antes de praticar
qualquer crime, pensar duas vezes e não pratica-lo, mediante o medo da ameaça que a pena oferece
a essa pessoa. O tipo penal tem como objetivo fazer com que as pessoas pensem sobre as condutas
tipificadas como crime e suas consequências, antes de pratica-las.
.Conceito de adequação típica: É o processo pelo qual se encaixa um comportamento humano em
um tipo penal que existe previamente na lei.
*Formas de adequação típica:
1ª) De subordinação direta (imediata): Pega-se o comportamento humano e encaixa-se
imediatamente na norma especifica descrita na lei penal. Não se necessita de uma norma de apoio
para se fazer isso.
2ª) De subordinação indireta (mediata): Não é possível encaixar diretamente a conduta humana no
tipo penal, recorre-se a outra norma que auxilie a adequação da conduta no tipo penal.
->Norma penal de extensão (reenvio): Norma utilizada para suprir o que outras normas necessitam
para melhor adequar a conduta humana no tipo penal.
-Estrutura e elementos do tipo penal:
1. Elementos objetivos: São elementos que ao se ler no artigo é possível compreende-lo sem
 nenhuma dificuldade. 
 descritivos
*Núcleo do tipo = verbo(s). O verbo expressa a ação humana. Tem-se então como o núcleo do tipo
penal qualquer ação humana, mencionada pelo verbo nela imposta. O verbo demonstra o finalismo,
o agir pretendido do agente. Os verbos em geral são os elementos descritivos do tipo.
2. Elementos normativos: Elementos que exige uma certa interpretação, no direito juizo de
 valor,interpreta-se mediante a um juizo de valor aferido mediante a 
 relevância que tal ato tem para a sociedade.
 
 Juízo de valor
a)Jurídicos: Exige-se um tipo de interpretação mediante o próprio Direito.
 Ex:Art,150, § 4º. Tipo penal referente a violação de domicílio. O próprio elemento normativo penal
estabelece uma definição do que é domicílio, facilitando a interpretação. 
*A culpa é um elemento normativo jurídico do tipo, porquê só se pratica crime culposo, por
imprudência, negligência e imperícia e isso é encontrado em um artigo da lei penal utilizado para
interpretar da melhor maneira o tipo penal em que se aplica a conduta humana. Culpa então,nunca
pode ser considerado um elemento subjetivo, pois o elemento subjetivo diz respeito a vontade e na
culpa não tem vontade do agente, é então elemento subjetivo somente o dolo.
b)Extra-jurídicos: Exige-se um meio de interpretação do tipo fora do direito.
3. Elemento subjetivo: Diz respeito ao dolo, a vontade do agente em praticar o delito
 
 Ânimo (vontade)
 Dolo
*Obs: Outros elementos subjetivos além do dolo: Elementos subjetivos do injusto.
-Alguns delitos dolosos além do dolo, tem os elementos subjetivos adicionais do tipo, são tipos
penais que, para que a pessoa o pratique é necessário além do dolo uma motivação adicional, sendo
esse denominado, elemento subjetivo do injusto, esse que é uma motivação adicional além do dolo
que leva o agente a praticar o crime. Ex: Motivo torpe, Feminicídio, Motivo fútil, Homicídio por
motivação política, etc.
--> Tipo de injusto de ação Doloso:
1. Finalista: Dualista: Conceito adotado pelo código penal brasileiro, esse conceito apresenta dois
elementos, o primeiro é a consciência do que se faz ou consciência da ação, o segundo elemento é a
vontade de agir, ou seja, para o dolo finalista é necessário uma consciência do que se ira fazer e essa
consciência precisa gerar uma vontade de agir realizar aquilo que está descrito no tipo penal, a ação.
Dolo finalista = Consciência + Vontade
2. Normativista: Monista: Só tem um elemento, o dolo apresenta somente um elemento que é a
consciência da ação que vai realizar.
- Para punir crimes seguindo essa teoria, utiliza-se de uma outra teoria chamada teoria da imputação
objetiva do resultado, onde cria-se critérios objetivos para fazer com que a pessoa que agiu somente
com a consciência, responda criminalmente porter agido sem vontade. O dolo então é só
consciência de algo que se faz.
--> Conceito de crime doloso para o CP: Art. 18, I, CP.
-"Diz-se o crime:
Crime doloso:
I- Doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo".
-1ª parte do art 18, I, CP : "Quando o agente quis o resultado" : Dolo direto
-2ª parte do art 18, I, CP: "Quando o agente assumiu o risco de produzi-lo": Dolo eventual
-->Teorias sobre dolo:
-Básicas: As teorias mais usadas.
a)Teoria da vontade: Adotada para o dolo direto: O agente tem a vontade de buscar o resultado e
realiza todos os atos necessários para isso.
b)Teoria do consentimento: Adotada para o dolo eventual: O agente não quis imediatamente o
resultado, mas assumiu o risco de que, aquilo que ele fez pudesse chegar ao resultado. O agente
assume a possibilidade de, ao realizar tal comportamento dar se-a causa ao resultado criminoso. O
agente age com indiferença grave com relação as pessoas alheias, á indiferença é o que diferencia o
dolo eventual da culpa consciente, uma vez que, somente no dolo eventual é que o agente age com
indiferença, na culpa consciente o agente age de tal maneira a pensar que jamais o pior irá acontecer
contigo, ou de tal maneira a pensar que se o pior aconteça o mesmo conseguira dar um jeito de não
deixar com que o pior venha a acontecer, ele acredita em sua habilidade para se esquivar do pior.
A indiferença é algo analisado pelo juiz, ele julga se houve a mesma ou não na conduta do agente,
ficando assim a critério do juiz decidir se é dolo eventual ou culpa consciente, é algo subjetivo de se
analisar.
c)Teoria da representação: O dolo como previsão do resultado como certo, provável ou possível:
Essa teoria não é adotada pelo CP atual. A teoria da representação prevê o resultado como provável,
se for certo é dolo direto, se for possível pode ser culpa consciente, e se é a previsão do resultado o
único que se encaixa é o dolo eventual, pois algo que se prevê não é necessariamente certo e nem
possível e sim algo provável, e provável somente é o dolo eventual, onde age não esperando o
resultando mas assumindo o risco do mesmo acontecer.
Outras teorias:
d)Teoria da cognição (probabilidade): O dolo como previsão do resultado como provável e não só
possível: Não foi adotada pelo CP, porque essa teoria ela só explica o dolo eventual, não explica o
dolo direto, e ela foi uma teoria criada para explicar os dois tipos de dolo, mas só explica um. Pois
no dolo direto o dolo é uma previsão do resultado como certo e não como provável.
e)Teoria da evitabilidade: Usada para o dolo eventual, quando a vontade buscar evitar o resultado.
Totalmente errada, pois no dolo eventual a vontade do agente é de total indiferença, ele não busca
nada referente ao resultado.
f)Teoria do risco: Exigência de conhecer o risco indevido que está tipificado na realização da
conduta ilícita: Essa teoria serve para o dolo eventual e não para o dolo direto, o agente sabe que se
ele continuar agindo de tal maneira, chegara ao resultado criminoso.
g)Teoria do perigo a descoberto: O resultado condicionado a sorte/acaso. O agente não quer o
resultado, mais realiza atos que levará ao resultado ocorrer, e para ele o resultado ocorreu mediante
a sorte ou o acaso e não como consequência de sua conduta.
h)Teoria da indiferença: Nessa teoria o agente age com total indiferença com as pessoas alheias,
sem se importar com o resultado, é usada para diferencia o dolo eventual da culpa consciente.
--> Espécies de dolo:
1) Dolo direto: Art. 18, I, 1ª parte, CP. "Quando o agente quis o resultado"
2) Dolo eventual: Art. 18, I, 2ª parte, CP. "Quando o agente assumiu o risco de produzi-lo"
-->Abrangência do dolo: O dolo abrange o resultado pretendido pelo agente e todas as
circunstâncias ligadas a essa vontade dentro da relação meios e fim buscado.
-->Consequência do dolo na dosagem (cálculo) da pena.
a)Antes da reforma penal de 1984: quando o juiz ia condenar alguém ele passava por um estágio
onde se media qual a intensidade do dolo, a pena era baseada na intensidade de cada dolo.
b)Após a reforma penal de 1984 (Lei 7209/84): O dolo não interfere na dosagem da pena, pois não
tem intensidade nenhuma, verifica-se o dolo para interferir na pena somente na culpabilidade,
baseados em dados objetivos referente ao delito, anterior a isso o dolo é usado apenas para tipificar
o delito. (encontra-se entre o 1º e o 2º quadrinho da mandala).
 
--> Tipo de injusto de ação culposo:
*Não existe a menor possibilidade de um crime omissivo culposo, ou seja, todo crime omissivo só
existe na forma dolosa, sendo a forma culposa existente somente nos crimes comissivos.
-Conceito de culpa: Agir descuidadamente, agir com falta de cuidado, agir com falta de cautela.
-Fundamento legal: CP, Art. 18, II, CP:
"Diz-se o crime:
II – Culposo, quando a gente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia."
*Previsibilidade objetiva: O ser humano é dotado de raciocínio, que o torna capaz de prever as
consequências de seus atos e em razão disso ele pode ter a intenção de praticar crimes, já que ele
tem a capacidade de prever as consequências do seu agir. O crime culposo adota o conceito de
previsibilidade objetiva de uma forma diferente do crime doloso, no crime doloso a previsibilidade
é subjetiva, é dotada de vontade, intenção, ou seja juntamente com a previsibilidade das
consequências vem a vontade de praticar tal ato com o objetivo de alcançar o resultado; já no crime
culposo é a previsibilidade objetiva que é a percepção que cada ser humano tem do mundo a sua
volta, dos riscos, dos perigos e das consequências de suas ações. 
O crime culposo ocorre, quando, mesmo com a previsibilidade objetiva o agente insiste em agir sem
a devida cautela necessária para se prevenir contra o riscos e perigos que enfrentará como
consequência de suas ações.
--> Finalidade nas ações culposas?
a)Potencial: Algo que pode ou não existir, mas está presente. Não existe finalidade potencial pois se
assim houvesse, seria como equiparar a culpa ao dolo, o que não ocorre pois ambos são
completamente diferentes.
b)Irrelevante: A finalidade não pode ser irrelevante, pois se existe finalidade no ato é obvio que é
relevante, pois se assim não o fosse não seria considerado como crime, e nas ações culposas existe
sim crime, tanto que pode até ser punido o agente por uma ação culposa. E os crimes para os quais a
finalidade é relevante são os crimes dolosos. Relevante ou não, na ação culposa não existe
finalidade.
c)Inexistente: Não existe finalidade em ações culposas, ou seja, na ação culposa não existe
finalidade criminalmente relevante. ( o que interessa para o direito penal no que tange a finalidade
na ação culposa, é que ela é inexistente, ou seja, mesmo que exista alguma finalidade na ação
culposa por parte do agente, ela não é criminalmente relevante e não interessa ao direito penal.)
--> A regra da excepcionalidade do crime culposo: CP, Art. 18, parágrafo único:
Ninguém pode ser punido culposamente se não houver previsão expressa de tal punição, ou seja,
para se punir da forma culposa é necessário previsão no tipo penal para isso, sendo assim uma
exceção, caso não exista tal exceção será punido o crime de forma dolosa, pois não se deve
presumir culpa sem previsão expressa, aplicando assim o princípio da reserva legal, onde se diz que
não há crime sem lei anterior que o defina.
--> Modalidades de culpa
1)Imprudência: Agir descuidadamente, diz respeito a um agir, uma ação descuidada por parte do
agente, um comportamento positivo.
2)Negligência: Não fazer aquilo que deveria ser feito para ser cauteloso, um comportamento
negativo, omissivo.
3)Imperícia: Falta de aptidão e de capacidade técnica que se deveria ter, é um agir sem cautela ou
um deixar de agir sem cautela, por meio de um profissional no exercício de suas funções, ou seja,
imperícia é a imprudênciaou negligência por meio de um profissional em sua área de atuação.
--> Espécies de culpa:
I – Culpa inconsciente: Diz respeito a algo que a pessoa fez ou deixou de fazer, quando foi
imprudente, negligente ou imperito, sem perceber, sem ter noção de que se chegaria ao resultado
delituoso, a pessoa não previu aquilo que em geral deveria ser previsto, ou também pode ser
chamada de culpa própria, ocorre quando a pessoa não agiu ou deixou de agir da forma óbvia que
qualquer pessoa agiria ou deixaria de agir se tivesse na mesma situação
II – Culpa consciente: Situação em que a pessoa tem a percepção de que seu agir ou o seu deixar de
agir poderá trazer consequências graves, mas ai a pessoa acredita sincera e honestamente que as
coisas ruins não irá jamais acontecer com ela e somente com outras pessoas, ou também a pessoa
acredita sincera e honestamente que ela é hábil e competente o suficiente para o fato de que se no
ultimo momento o pior acontecer, ela vai dar um jeito de se safar, de escapar, de se livrar do perigo
e do risco apresentado pela situação. ( Na culpa consciente, em nenhum momento a pessoa assume
o risco do resultado criminoso que possa ocorrer, pois se assumir o risco do resultado configura-se
dolo eventual.)
III – Culpa imprópria
 ->Art. 20,§1º
Culpa imprópria é dado como uma fantasia da doutrina, conhecido como erro de tipo, é uma
situação onde o agente age com dolo, mas porquê ele age em erro ele poderá ser punido por crime
culposo.
Ocorre quando há um erro no tipo e o agente não e punido de forma dolosa, mas sim culposa, como
no caso por exemplo de um caçador, que em caso de caça liberada está a caçar um determinado
animal cuja a legislação permitiu, mas ao desferir um tiro com o objetivo de matar o animal acaba
por atingir um outro caçador que por hora estava camuflado e se parecia com o animal no qual se
pretendia matar, decorrendo disso a morte do segundo caçador, nesse caso então responde o
primeiro caçador por homicídio culposo, pois há um erro no que tange ao elemento passivo do tipo
penal do homicídio.
-->Graus de culpa:
-Grave
-Leve
-Levíssimo
-Não existe forma de se medir graus de culpa, uma vez o crime descrito como culposo ele é apenas
culposo, pois não gravidade para se julgar culpa, ( não existe um "culpômetro").
NÃO EXISTE GRAU DE CULPA
-->Compensação 
 e/ou de culpas
 concorrência:
-Não existe compensação de culpas, se as duas partes agir com culpa, não se exime o crime, as duas
partes respondem por suas respectivas culpas, compensação de culpas existe somente no Direito
Civil, no Direito Penal não se aplica.
NÃO SE ADMITE COMPENSAÇÃO DE CULPAS
--> Tipo de injusto de ação preterdoloso: A ação dolosa ocorre antes do resultado mais grave não
pretendido pelo agente, sendo esse resultado mais grave derivado de culpa pois não era pretendido
pelo agente e nem o mesmo assumiu o risco de produzi-lo, o resultado foi além do que o agente
pretendia com a sua ação e por isso a sua ação é dolosa mas o resultado inesperado pelo agente é
culposo. (dolo está na ação, e culpa está no resultado)
-Conceito: Resultado mais grave resulta de culpa, o dolo está somente na ação.
-Exemplos de tipo de injusto de ação preterdoloso:
.Art. 129, § 3º – Lesão corporal dolosa seguido de morte
.Art. 127 – Aborto, quando nos casos em que a mãe morre ou sofre consequências do aborto, o dolo
está na manobra abortiva, porém nas consequências do aborto é o resultado mais grave não
pretendido pelo agente, sendo assim esse resultado derivado de culpa.
.Art. 129, § 2º, V – Lesão corporal dolosa, como resultado mais grave aborto. Há um dolo na lesão
corporal na mãe, mas por consequência ela perde o bebe, resultado mais grave não pretendido que
deriva de culpa.
Art. 213, § 2º – Estupro com resultado mais grave, lesão corporal grave ou morte da vítima. Há dolo
no estupro, mas há um resultado não pretendido pelo agente, que é a lesão corporal grave da vítima
ou a morte, diante do resultado deriva só a culpa do agente.
Art. 217. A, §§ 3º e 4º – Estupro de vulnerável, quando o resultado for mais grave e não pretendido
pelo agente, lesão corporal grave ou morte, há o dolo no estupro porém culpa no resultado que antes
não fora pretendido.
--> Classificação estrutural dos tipos penais:
1) Tipo básico (Também chamado de tipo fundamental, ou tipo de partida.):
- Descrição do comportamento humano criminalizado, é a primeira figura indiciária da conduta
como criminosa, em regra no “caput” do artigo.
2) Tipo derivado: Aquele que decorre do tipo básico, está na lei em decorrência do tipo básico, em
regras são parágrafos que derivam do caput.
a)Privilegiado: Ex: Art. 317, § 2º -> Caso em que a pena muda para menor em referência a pena
base, é uma pena menor que a pena base e não uma diminuição da mesma.
b)Atenuado: Ex: Art. 121, § 1º -> Diminuição da pena base
c)Qualificado: -> Caso em que a pena muda para maior, não se aumenta a pena base, tem-se uma
pena própria maior do que a pena base. Ex: Art. 121, § 2º VI
d) Agravado: -> Caso de aumento da pena base. Ex: Art. 121 § 4º
3) Tipo autônomo: Ex: Art. 123. “Infanticídio”, que deriva do “homicídio”. È um tipo penal próprio,
que tem um nome diferente por sua especificidade mas que deriva de um outro tipo penal. É uma
figura típica criada a parte por consequência de sua especificidade. É uma figura nova de delito
criada para proteger um bem jurídico que antes já era protegido por outro tipo penal.
4) Tipo simples: Descreve um só comportamento típico. Ex: “Matar alguém”, no tipo penal de
homicídio é descrito um só comportamento delituoso.
5) Tipo composto: Traz em sua composição mais de um verbo, no mínimo dois, ou seja, mais de um
comportamento delituoso.
I – Misto alternativo: Também conhecido com tipo penal de conteúdo variado, é a tipo penal que
possui uma variedade de verbos que são alternativos, ou seja, sempre emanam da conjunção
adverbial adversativa “ou”, toda vez que o tipo penal conter essa conjunção entre os verbos, quer
dizer que, se, o agente praticou um, dois, ou vários desses verbos contidos no tipo, ele responde por
um só crime. (Geralmente é o mais o utilizado na legislação penal brasileira.) Ex: Tráfico de drogas.
A pena é uma só.
II – Misto cumulativo: Ex: Art. 242. Quando no tipo penal tiver dois verbos ou mais, e se pelo
agente for praticado dois verbos ou mais, esse responde criminalmente e separadamente por cada
um dos verbos e tem suas determinadas penas diante de cada conduta tipificada no tipo penal misto
cumulativo. As penas se acumulam.
6) Tipo normal: Tipo penal que tem uma só descrição, a parte objetiva e subjetiva estão sobrepostas
uma na outra. Ex: Homicídio, “Matar alguém”, Pressupõe-se que dolosamente uma pessoa quis tirar
a vida de outra pessoa. ´Há a parte objetiva descritiva da conduta e a parte subjetiva do dolo
sobreposta na objetiva.
7) Tipo anormal: Tipo penal que além da descrição, tem elementos normativos e/ou, elementos
subjetivos do injusto
 Parte objetiva Elemento subjetivo do Elemento normativo
Verbo (núcleo do tipo) injusto do tipo
Ex: Subtrair para si ou para outrem coisa alheia móvel
- O furto é um tipo penal anormal, pois além da parte objetiva descritiva do verbo, contém o
elemento subjetivo do injusto e o elemento normativo do tipo.
8) Tipo congruente: Tipo em que na redação do artigo a parte objetiva e a parte subjetiva estão
unidas. Tipo em que só é necessário o dolo, não há especiais vontades tendenciosas de animo, ou
seja, não há os elementos subjetivos do injusto. Nesse tipo basta o dolo e já se configura o crime.
Ex: Homicídio simples, onde basta o dolo de matar alguém para se configurar o crime.
-Tipo incongruente tem o dolo e o elemento subjetivo do injusto.
9) Tipo fechado: Tipo completo, não precisa nada mais para explicar ou interpretar

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