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Profa. Dra. Carolina Menezes UNIDADE II Planejamento de Cardápios nos Ciclos da Vida GESTAÇÃO Alterações fisiológicas impostas ao organismo materno e do aumento das demandas nutricionais. Constituída de 40 semanas: ou três trimestres. 1º primeiro trimestre gestacional caracteriza-se por grandes modificações biológicas decorrentes da intensa divisão celular que acontece nessa fase da vida. 2º e o 3º trimestres, o meio externo exerce forte influência direta na condição do feto. Planejamento Dietético na Gestação e Amamentação GESTAÇÃO Há aumento de peso (feto, placenta, líquido amniótico), dos tecidos maternos (útero, mama, aumento do volume sanguíneo, fluido extracelular e tecido adiposo). O estado nutricional da gestante afeta tanto sua saúde quanto a de seu feto. O peso ao nascer (peso do recém-nascido) pode ser influenciado por: fatores ambientais, fetais e placentários, genéticos e pelo potencial biológico. Planejamento Dietético na Gestação e Amamentação GESTAÇÃO Uma alimentação saudável, baseando-se nos preceitos do Guia alimentar (BRASIL, 2014) e nas recomendações específicas de micronutrientes (DRIs) é essencial para estabelecer um planejamento dietético de maneira a assegurar alimentos em quantidade e qualidade adequadas. Planejamento Dietético na Gestação e Amamentação O GANHO DE PESO E A DIFERENCIAÇÃO CELULAR A velocidade de aumento de peso é muito diferente entre os trimestres gestacionais. Ganho de peso ideal recomendado (OMS): 12,5 kg. Planejamento Dietético na Gestação e Amamentação Idade gestacional Tipo de crescimento Velocidade Peso médio do feto 1o trimestre (12 semanas) Hiperplasia Lenta 12ª semana ≅ 300 g 2o trimestre (13 a 27 semanas) Hiperplasia e hipertrofia Acelerada 27ª semana ≅ 1.000 g 3o trimestre (> 28 semanas) Hipertrofia Máxima 38ª semana ≅ 3.000 g PLACENTA É um órgão de alta complexidade metabólica. O seu aumento é proporcional ao período gestacional. Função: produzir os hormônios (hormônio gonadotrofina coriônica humana – HCG, estrógeno, progesterona, lactogênio placentário humano) necessários para a manutenção, a regulação e o desenvolvimento gestacional, tanto materno quanto fetal. Função: transporte de oxigênio e nutrientes da mãe para o feto, com o objetivo de suprir as demandas nutricionais e eliminar os produtos originários do metabolismo do feto. Planejamento Dietético na Gestação e Amamentação HORMÔNIOS E FUNÇÕES NA GESTAÇÃO HCG Fundamental no início da gestação, enquanto a placenta não é capaz de produzir progesterona e estrógeno em quantidades suficientes. Detectado no sangue em oito dias após a fecundação, é usado para fazer a confirmação da gravidez. Planejamento Dietético na Gestação e Amamentação HORMÔNIOS E FUNÇÕES NA GESTAÇÃO Progesterona Relaxa a musculatura lisa do útero. Interfere no funcionamento do intestino (diminuição da motilidade), alterando o tempo de absorção de nutrientes e possibilitando o quadro de constipação intestinal. Favorece a deposição de gordura, aumenta a excreção de sódio, afeta o metabolismo de ácido fólico. Seu desequilíbrio pode contribuir para o processo de ganho de peso durante a gestação. Planejamento Dietético na Gestação e Amamentação HORMÔNIOS E FUNÇÕES NA GESTAÇÃO Estrógeno Favorece a elasticidade da parede uterina e do canal cervical. Reduz proteínas séricas. Afeta a função tireoidiana. Interfere no metabolismo do ácido fólico. Planejamento Dietético na Gestação e Amamentação HORMÔNIOS E FUNÇÕES NA GESTAÇÃO Hormônio Lactogênio Placentário Antagoniza a ação da insulina pela deposição de glicose no sangue a partir de glicogênio. Apresenta ação semelhante ao hormônio do crescimento (GH) e tem intensa ação anabólica e lipolítica. Planejamento Dietético na Gestação e Amamentação NÁUSEAS E VÔMITOS (NV) Vômito ou êmese: é a expulsão do conteúdo gástrico pela boca, causada por contração forte e sustentada da musculatura da parede torácica e abdominal. Náusea: sensação desagradável da necessidade de vomitar, habitualmente acompanhada de sintomas autonômicos, como sudorese fria, sialorreia, hipotonia gástrica e refluxo do conteúdo intestinal para o estômago. Sintomas frequentes, principalmente, no primeiro trimestre de gestação. 70% a 85% das mulheres relatam náuseas. 50% sofrem de vômitos nesse período. 25% dos casos de náuseas acontecem exclusivamente pela manhã (morning sickness). Situações e Sintomas Durante a Gestação: Práticas Alimentares NÁUSEAS E VÔMITOS (NV) Sintomas apresentam-se por volta da sexta semana e raramente se estendem para além da 20ª semana de gestação. A evolução do quadro com necessidade de tratamento farmacológico situa-se em torno de 10% das gestações. Quadros mais graves de vômitos nas gestantes, denominados de hiperêmese gravídica (1,1% dos casos). Situações e Sintomas Durante a Gestação: Práticas Alimentares NÁUSEAS E VÔMITOS (NV) Teoria endócrina Hormônios: HCG, o aumento do estrogênio e da progesterona. A progesterona e o estrogênio: reduzem o tônus da musculatura lisa e a atividade peristáltica de todo o trato gastrointestinal (estímulos eméticos). Teoria da infecção pelo Helicobacter pylori Associação entre padrões mais elevados de infecção por Helicobacter pylori (HP) em mulheres com NV. 95% dos exames histológicos das mucosas das gestantes com NV são positivos para esse agente, contra 50% do grupo de controle. Situações e Sintomas Durante a Gestação: Práticas Alimentares NÁUSEAS E VÔMITOS (NV) Teoria genética Sucessivas gestações apresentam as mais elevadas recorrências dessa complicação. Fatores genéticos hereditários. Teoria psicogênica Manifestação de uma doença psicossomática na qual o processo emético seria a forma de exteriorizar esses conflitos intrapsíquicos. Questões de ordem comportamental. Situações e Sintomas Durante a Gestação: Práticas Alimentares NÁUSEAS E VÔMITOS (NV) Orientações Nutricionais Apoio psicoemocional e terapias não convencionais ou complementares (como florais de Bach, acupuntura e aromaterapia); Realizar refeições pequenas e mais frequentes (de seis a oito vezes ao dia); Consumir alimentos com baixo teor de gordura e abrandados (por exemplo, purês); Evitar frituras, alimentos gordurosos, com odores fortes ou muito temperados; Preferir alimentos sólidos e ricos em carboidratos (biscoitos, geleia de frutas) principalmente ao levantar-se (pela manhã); Aumentar a ingestão de líquidos, preferencialmente gelados, nos intervalos das refeições; Consumir gengibre ou biscoitos e bolos que apresentem esse ingrediente; Evitar deitar-se após as grandes refeições; Suplementar a alimentação com vitamina B6 (média de 25 mg, três vezes ao dia – manhã, tarde e noite). Situações e Sintomas Durante a Gestação: Práticas Alimentares PICA Desordem alimentar caracterizada pela ingestão persistente de substâncias inadequadas, com pequeno ou nenhum valor nutritivo, ou de substâncias comestíveis, mas não na sua forma habitual. Entre os tipos mais comuns, tem-se pagofagia (ingestão de gelo), a geofagia (ingestão de terra ou barro), a amilofagia (ingestão de goma, principalmente a de lavanderia), o consumo de miscelâneas (combinações atípicas: melancia com margarina; tomate com chocolate, por exemplo) e frutas verdes. A etiologia é desconhecida, tendo como possíveis hipóteses o alívio de náuseas e vômitos referidos pela mãe; assim como o suprimento de deficiências (cálcio, ferro), presentes na maioria das substâncias alvo dessas compulsões alimentares. Situações e Sintomas Durante a Gestação: Práticas Alimentares PICA Orientação Nutricional Substituir essa substância por um alimento da preferência; Realizar o café da manhã; Procurar não associar as variações de humor a determinados alimentos– uma opção é se distrair longe da cozinha, em um passeio ao ar livre ou conversando com uma amiga, por exemplo; Realizar exames bioquímicos para avaliar os nutrientes e assim, se necessário, suplementá-los; Fazer pequenas refeições, o que, com frequência, ajuda a reduzir os picos glicêmicos e a conter os desejos estranhos. Situações e Sintomas Durante a Gestação: Práticas Alimentares PIROSE Manifestação da doença do refluxo gastresofágico (DRGE). Ocorre, frequentemente, no terceiro trimestre da gravidez, comumente após as refeições. Decorre da pressão do útero sobre o estômago, fazendo com que parte dos alimentos misturados ao ácido clorídrico (HCl) retorne para o esôfago, causando uma sensação de desconforto e queimação. Situações e Sintomas Durante a Gestação: Práticas Alimentares PIROSE Orientação Nutricional Realizar refeições pequenas e mais frequentes (de seis a oito vezes ao dia); Comer devagar e mastigar bem os alimentos; Ingerir líquido gelado durante a crise; Não ingerir líquidos durante as grandes refeições; Evitar alimentos gordurosos; Não utilizar leite puro como forma de neutralizar o sintoma (ele tem efeito rebote sobre a secreção ácida); Evitar álcool, fumo, café, chá-mate, frituras, pastelarias, doces e alimentos que causem desconforto; Evitar consumir alimentos ácidos (frutas cítricas) durante a crise, pois pode comprometer a ingestão de vitaminas sem necessidade, já que a acidez das frutas não é maior do que a do HCl; Evitar deitar-se logo após as refeições; Manter a cabeceira da cama elevada. Situações e Sintomas Durante a Gestação: Práticas Alimentares CONSTIPAÇÃO INTESTINAL Problema digestivo muito comum. Frequente a partir da 20ª semana de gravidez. Aumento da progesterona relaxa a musculatura intestinal, diminuindo o peristaltismo. Outros fatores, tais como alimentação, nível de atividade física, ingestão de água e quantidade adequada de fibras também estão associados à constipação intestinal em gestantes. Situações e Sintomas Durante a Gestação: Práticas Alimentares CONSTIPAÇÃO INTESTINAL Orientações Nutricionais Aumentar a ingestão de água (mínimo de quatro copos ao dia); Aumentar o consumo de frutas e hortaliças; Consumir alimentos fonte de fibras (frutas laxativas, frutas com bagaço, frutas secas nos lanches e vegetais crus); Incentivar o consumo de alimentos integrais; Evitar o consumo de alimentos flatulentos (ricos em enxofre); Praticar exercícios físicos (exemplo: caminhadas regulares, três vezes por semana); Não fazer uso de laxantes. Situações e Sintomas Durante a Gestação: Práticas Alimentares Uma gestante foi atendida apresentando fraqueza, sonolência, mucosa hipocorada e diagnóstico de anemia ferropriva. A conduta nutricional adotada deverá levar em conta a biodisponibilidade do ferro dietético. Que alimentos deveriam ser incluídos no cardápio desta gestante? Interatividade Uma gestante foi atendida apresentando fraqueza, sonolência, mucosa hipocorada e diagnóstico de anemia ferropriva. A conduta nutricional adotada deverá levar em conta a biodisponibilidade do ferro dietético. Que alimentos deveriam ser incluídos no cardápio desta gestante? Grupo das Carnes (fonte de ferro heme): Carne vermelha e/ou vísceras. Grupo das Leguminosas (fonte de ferro não heme): feijão, lentilha, grão-de-bico, outros. Grupo das Hortaliças: hortaliças verdes (fonte de ferro não heme). Grupo das Frutas: frutas cítricas (auxilia na absorção do ferro). Resposta Demandas nutricionais aumentadas. Maior oferta de energia, proteínas, vitaminas e minerais para suprir as necessidades básicas e formar reservas energéticas para a mãe e o feto. Necessidades energéticas Maior quantidade de calorias para suprir o elevado gasto energético ocasionado pelo aumento da TMB e para formar os depósitos de energia dos tecidos materno e fetal. Recomenda-se um adicional de energia para a gestante (WHO; FAO, 2003), de 85 kcal no 1o trimestre, a partir do segundo, 285 kcal, e 475 kcal no terceiro trimestre de gestação. Recomendações Nutricionais Necessidade Energética Deve-se avaliar o estado nutricional pré-gravídico segundo o IMC e estimar, assim, as demandas energéticas, somando-se o adicional requerido para o ganho de peso. GET na gestação = GE + adicional energético gestacional Cálculo da TMB da gestante, recomenda-se utilizar o peso pré-gestacional, caso o IMC seja considerado saudável (eutrófico). Recomendações Nutricionais Exemplo: Gestante, dona de casa, com atividade física leve, 28 anos, idade gestacional de 20 semanas, peso pré-gestacional de 57 kg*, peso atual de 63 kg e 1,65 m de altura. 1º passo: verificar o estado nutricional: IMC= 57*/ (1,65) ² = 20,94 kg /m² (eutrófica) 2º passo: calcular a TMB GEB = (14,81 x 57*) + 486,6 = 1330,77 Kcal 3º passo: calcular o GET GET = GEB x FA (fator de atividade) GE = 1330,77 Kcal x 1,53 = 2036,07 Kcal 4º passo: acréscimo de energia (WHO; FAO, 2003) 2º trimestre = 2036,08 + 285 = 2321,08 Kcal 3º trimestre = 2036,08 + 475 = 2511,08 Kcal Recomendações Nutricionais NECESSIDADES PROTEICAS Elevada síntese de proteínas: aumento das demandas nutricionais, com o intuito de contribuir com o crescimento fetal, placentário e dos tecidos mamários. Armazenamento proteico próximo a 925 g [60% destinam-se ao feto e placenta e 40%, aos tecidos maternos (mama e útero)]. Recomendações Nutricionais NECESSIDADES LIPÍDICAS Não devem ultrapassar 30% do VET. A dieta deve ser composta de gorduras “saudáveis” (poli-insaturadas, de alimentos fonte de ácidos graxos ômega 6 e 3). 200 mg/dia de DHA (ácido docosaexaenoico – tipo W3) exerce funções no cérebro e nos tecidos do recém-nascido durante os períodos de desenvolvimento. Recomendações Nutricionais NECESSIDADES DE MICRONUTRIENTES Ferro O período de maior demanda: último trimestre da gestação, em virtude do aumento das necessidades de oxigênio do binômio mãe/bebê. Recomendação: 27 mg/dia de ferro (2º e 3º trimestres da gestação). Zinco Importante em processos de fertilização (relacionados à reprodução), diferenciação celular, crescimento, desenvolvimento, reparação tecidual e imunidade. Cálcio Formação de ossos e dentes, no processo de contração muscular, na transmissão de impulsos nervosos e na coagulação sanguínea. Recomendação: 1000 mg/dia. Recomendações Nutricionais NECESSIDADES DE MICRONUTRIENTES Ácido Fólico Multiplicação celular, sendo, portanto, imprescindível durante a gestação. Importante no crescimento normal, na fase reprodutiva (gestação e lactação) e na formação de anticorpos. Recomendação: 600 μg/dia (requer suplementação medicamentosa). Vitamina A Diversos processos metabólicos: diferenciação celular, o ciclo visual, o crescimento, a reprodução e para o funcionamento dos sistemas antioxidante e imunológico. Recomendação: 770 μg/dia. Recomendações Nutricionais NECESSIDADES DE MICRONUTRIENTES Vitamina C Alimentação rica em frutas e hortaliças. Recomendação: 85 mg/dia. Vitamina D Recomendação: 5 μg/dia. Mulheres com exposição regular aos raios solares não necessitam de suplementação. Recomendações Nutricionais Orientações Nutricionais Gerais Adequar a oferta energética conforme o período gestacional, verificando o estado nutricional. Fracionar a alimentação em 5-6 refeições/dia. Aumentar o consumo de alimentos in natura e evitar o consumo de alimentos ultraprocessados. Ingerir líquidos (entre 6-8 copos de água/dia). Aumentar o consumo de alimentos do grupo do leite e queijo, consumindo-os, pelo menos, três vezes por dia. Ingerir alimentos fonte de vitamina C nas refeições principais para facilitar a absorção de ferro. Aumentar a ingestão de hortaliças e frutas. Elaborar cardápios que contenhamalimentos como vísceras, carnes, verduras de folhas (principalmente verde-escuras), vegetais amarelo alaranjados, e/ou leguminosas, assegurando assim o aporte necessário de micronutrientes e fibras. Recomendações Nutricionais Orientações Nutricionais Gerais Aumentar a ingestão de peixes (no mínimo duas vezes por semana). Priorizar técnicas de preparo, tais como: refogar, assar, cozer, grelhar. Reduzir o consumo de alimentos fonte de açúcar, sal e gordura em excesso (alimentos ultraprocessados). Evitar o uso excessivo de adoçantes. Limitar o consumo de cafeína (refrigerante, café e chás) a menos de 300 mg/dia. Recomendações Nutricionais Os hábitos alimentares nos primeiros anos repercutirão de diferentes formas ao longo de toda a vida dos indivíduos. O planejamento dietético e a alimentação saudável na infância possibilitam o adequado desenvolvimento e crescimento, evitando carências nutricionais e prevenindo problemas de saúde influenciados pela alimentação na fase adulta. Planejamento Dietético na Infância: Lactente, Pré-escolar, Escolar Lactentes são os indivíduos em fase de amamentação. Recomenda-se o aleitamento materno até os 2 anos de idade, e como alimento exclusivo até os 6 meses de vida do bebê (OMS, 2010). O LM é fonte de nutrientes básicos, além de benéficos, que promovem o crescimento e desenvolvimento adequado do bebê. Antropometria: peso do lactente duplica (nos primeiros 6 meses de vida) e triplica até um ano de idade. A estatura dobra desde o nascimento até o primeiro ano de vida. Planejamento Dietético na Infância: Lactente Necessidades nutricionais do lactente AM exclusivo até o sexto mês de vida. A partir dos seis meses, atendendo ao desenvolvimento neuropsicomotor do lactente, é possível iniciar a introdução de outros alimentos. Planejamento Dietético na Infância: Lactente Alimentação Complementar: conjunto de todos os alimentos, além do leite materno, oferecidos durante o período em que a criança continuará a ser amamentada através do seio, embora sem exclusividade. ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR Oferecer alimentos em diversidade de cores, sabores, texturas e cheiros. As práticas alimentares da família exercem papel importante na formação dos hábitos alimentares saudáveis para toda a vida e influenciarão sua relação com a comida. Respeitar o ritmo da criança, bem como os sinais de fome e saciedade. Planejamento Dietético na Infância: Lactente INTRODUÇÃO ALIMENTAR Deverá receber o alimento/preparação amassado com o garfo. Depois deve-se evoluir na consistência, deixando os alimentos mais picados e em pedaços, raspados ou desfiados para que a criança aprenda a mastigá-los. Respeite a quantidade de alimentos a ser oferecida para a criança e aumente o volume a servir com o tempo. Planejamento Dietético na Infância: Lactente Fonte: BRASIL. Guia alimentar para crianças brasileiras menores de 2 anos. Ministério da Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2019. p. 101. 6 meses 8 meses 12 meses Adulto 12 Passos para uma Alimentação Saudável Amamentar até dois anos ou mais, oferecendo somente leite materno até seis meses. Oferecer alimentos in natura e/ou minimamente processados, além do leite materno a partir dos seis meses. Oferecer água própria para consumo à criança ao invés de sucos, refrigerantes e outras bebidas açucaradas. Oferecer comida amassada quando a criança começar a comer outros alimentos além do leite materno. Não oferecer açúcar nem preparações ou produtos que contenham açúcar à criança até dois anos de idade. Planejamento Dietético na Infância: Lactente 12 Passos para uma Alimentação Saudável Não oferecer alimentos ultraprocessados para crianças. Cozinhar a mesma comida para a criança e para a família. Zelar para que a hora da alimentação da criança seja um momento de experiências positivas, aprendizado e afeto junto da família. Prestar atenção aos sinais de fome e saciedade da criança e conversar com ela durante a refeição. Cuidar da higiene em todas as etapas da alimentação da criança e da família. Oferecer à criança alimentação adequada e saudável também fora de casa. Proteger a criança da publicidade de alimentos. Planejamento Dietético na Infância: Lactente A mãe de um bebê de 7 meses de idade procurou um nutricionista em uma unidade básica de saúde para solucionar algumas dúvidas em relação à alimentação do seu filho. Baseando-se nas orientações do Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 anos (Ministério da Saúde, 2019), sugira um esquema básico de introdução de alimentos e/ou grupos alimentares. Interatividade Alimentos e/ou grupos de alimentos a introduzir: (1) Alimentos do grupo dos cereais ou raízes e tubérculos; (1 ou mais) alimentos do grupo dos legumes e verduras; (1) alimento do grupo das carnes e ovos; (1) alimento do grupo dos óleos e gorduras; (1) alimento do grupo das leguminosas. Resposta Fonte: BRASIL. Guia alimentar para crianças brasileiras menores de 2 anos. Ministério da Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2019. p. 110. Figura 35 – Exemplo de prato com alimentos de todos os grupos Carnes e ovos: Carne bovina, carne de frango, carne de suíno, carne de cordeiro, peixe, miúdos, ovos e outras carnes. Legumes e verduras: abóbora, abobrinha, cenoura, chuchu, couve-flor, quiabo, maxixe, jiló, espinafre, couve, bertalha, agrião, entre outros. Feijões: feijão- fradinho, feijão- preto, feijão-rajado, feijão-vermelho, feijão-de-corda, lentilha, ervilha, grão-de-bico. Cereais, raízes e tubérculos: aipim, inhame, batata-inglesa, batata-baroa, batata- doce, cará, angu, milho, arroz, entre outros. Pré-escolar: entre 2 e 6 anos de idade. Redução na velocidade de crescimento e no apetite. Demonstra grande interesse pelo ambiente, reduzindo, assim, seu interesse pelos alimentos. A partir do 2º ano de vida, a criança torna-se mais independente, possuindo maiores habilidades em se comunicar. Possui diversos dentes. Sistema metabólico e digestivo com capacidade igual ou semelhante à dos adultos. Planejamento Dietético na Infância: Pré-escolar A fome e a vontade de comer podem variar a cada refeição e a cada dia. Ofertar porções menores de alimentos e esperar que a criança solicite mais, caso deseje. É importante, além disso, encorajar a criança a perceber os sinais de saciedade e fome e não obrigá-la a comer toda a comida no prato. Planejamento Dietético na Infância: Pré-escolar Atividades relacionadas às refeições e habilidades em pré-escolares 2 anos 3 anos 4 anos 5 anos ou mais Ajudam a colocar e retirar a mesa; lavam hortaliças e legumes Misturam ingredientes frios; jogam restos de alimentos no lixo Amassam alimentos com utensílios; descascam ovos cozidos; colocam a mesa Medem ingredientes; cortam com a faca (cega); servem o próprio prato; usam garfo e faca Fonte: Adaptado de: Philippi e Aquino (2015). Necessidades nutricionais do pré-escolar As demandas nutricionais são estimadas com o objetivo de contribuir com o adequado crescimento e desenvolvimento. Para a distribuição dos macronutrientes, tem-se diferença de valores entre idades. Planejamento Dietético na Infância: Pré-escolar Macronutrientes Percentual de energia (%) 1-3 anos Percentual de energia (%) 4-18 anos Carboidratos 45-65 45-65 Proteínas 5-20 10-30 Gorduras totais 30-40 25-35 Ômega 6 5-10 5-10 Ômega 3 0,6-1,2 0,6-1,2 Fonte: Adaptado de: IOM (2002). Micronutrientes Atenção: ferro e zinco, o cálcio, vitamina D e A. Deficiências de ferro: prejudicar o desenvolvimento físico e mental, além de prevenir a anemia ferropriva. Cálcio: contribui para o desenvolvimento e crescimento ósseo. Zinco: processos cognitivos, imunológicos e sua deficiência pode comprometer o adequado desenvolvimento do pré-escolar. VitaminaA: acuidade visual e o menor risco de determinadas doenças. Vitamina D: estimula a absorção de cálcio. Planejamento Dietético na Infância: Pré-escolar RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS 3 refeições principais, intercaladas por lanches. Incluir na dieta do pré-escolar alimentos de todos os grupos, incentivando o consumo dos in natura e minimamente processados e evitando o consumo dos ultraprocessados. Alimentação colorida, com diferentes texturas, sabores e formas. Evite enfeitar e mascarar os alimentos a serem ofertados. O consumo de líquidos deve ser controlado, principalmente durante as refeições, pois podem promover saciedade precoce. Planejamento Dietético na Infância: Pré-escolar Planejamento Dietético na Infância: Lactente, Pré-escolar, Escolar INAPETÊNCIA DO PRÉ-ESCOLAR Queixa mais comum dessa fase e deve ser avaliada tanto pelo pediatra quanto pelo nutricionista, por meio de uma criteriosa anamnese alimentar, adequações do peso à estatura e exames físicos e laboratoriais. Planejamento Dietético na Infância: Lactente, Pré-escolar, Escolar INAPETÊNCIA COMPORTAMENTAL Relaciona-se à dinâmica familiar, na qual a criança deixa de comer para chamar a atenção dos pais. Ao perceber que tal atitude funciona, instala-se o círculo vicioso difícil de ser rompido, já que os pais ou responsáveis têm medo de que a criança não coma nunca mais e assim permitem que ela consuma alimentos de fácil aceitação, sem restrição de horário. E assim a criança vai recusando as refeições. Planejamento Dietético na Infância: Lactente, Pré-escolar, Escolar INAPETÊNCIA ORGÂNICA Está associada à deficiência de micronutrientes, em especial ao ferro. A alimentação, nesse caso, é deficiente em qualidade e quantidade, e a criança apresenta apatia e desinteresse pela alimentação de modo geral e independente da presença dos pais e/ou responsáveis. Principais causas da inapetência: Utilizar somente aqueles que são da preferência da criança. Apresentar sempre sob a forma de sopas, papinhas e purês. Maior interesse pelo ambiente. Ansiedade dos pais em relação à alimentação da criança. Estratégias para fazer a criança comer (TV, celular, tablet, fazer “aviãozinho” com a colher ou garfo). Substituição de alimentos sólidos por outros de mais fácil aceitação e aumento da ingestão de bebidas açucaradas. Chantagens como resposta às primeiras recusas da criança. Horários rígidos com a alimentação. Planejamento Dietético na Infância: Pré-escolar Idade escolar: entre 7 anos até a puberdade (aproximadamente 10 anos de idade). Período de crescente independência da criança. Maior sociabilização. Maior e melhor aceitação dos alimentos. Apetite voraz, que deve ser compatível com a atividade física e o estilo de vida dela. Período de maior acúmulo de massa óssea, músculos mais fortes. Habilidades motoras mais desenvolvidas, coincidindo com o início de atividades físicas regulares e aumento do interesse pelos esportes. Planejamento Dietético na Infância: Escolar NECESSIDADES NUTRICIONAIS DO ESCOLAR Suficientes para suprir as demandas de macro e micronutrientes em quantidade e qualidade adequadas, contribuindo com o crescimento e desenvolvimento desejáveis. A recomendação das DRIs para o consumo de gorduras trans, colesterol e gorduras saturadas deve ser a menor possível, bem como o consumo de açúcar (não ultrapassar 25% do total de energia consumido). Planejamento Dietético na Infância: Escolar RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS ESCOLARES O planejamento alimentar deve respeitar os hábitos alimentares da família e as características regionais. Deve incluir todos os grupos de alimentos. 3 refeições principais, intercaladas por lanches. Estimular o consumo de leite e derivados. Restringir a ingestão de bebidas açucaradas. Planejamento Dietético na Infância: Escolar RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS ESCOLARES Evitar AUP ricos em gorduras, sal e açúcares, incluindo enlatados, embutidos, salgadinhos, condimentos e comidas congeladas. Restringir o tempo de atividades sedentárias para, no máximo, 2h/dia. Atentar-se às necessidades de ferro. Incentivar o consumo de alimentos fonte de vitamina C. Planejamento Dietético na Infância: Escolar ATÉ A PRÓXIMA!
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