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Simposio Jaboticabal 2019

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A IMPORTÂNCIA DA AMBIÊNCIA NA
QUALIDADE DOS OVOS..............................................................................3
Diogo Tsuyoshi Ito
FATORES QUE INTERFEREM NA QUALIDADE DA CASCA..............7
Ramiro Hernán Delgado
FATORES QUE AFETAM A QUALIDADE
DA CASCA: ENFOQUE NUTRIÇÃO.........................................................13
Otavio Antonio Rech
MÁQUINAS CLASSIFICADORAS: USOS E
CUIDADOS PARA MELHORES RESULTADOS.....................................23
Alberto Yamasaki
TECNOLOGIAS NA MONITORIA DAS PERDAS
DE OVOS DURANTE O PROCESSAMENTO.........................................27
Cleison Marques de Neira
PANORAMA SANITÁRIO DE GRANJAS
NA AMÉRICA LATINA: DESAFIOS E SOLUÇÕES..............................33
Daniel Valbuena
ATUALIZAÇÃO DAS EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS
PARA AVES DE POSTURA NO BRASIL..................................................39
Matheus de Paula Reis, Bernardo Rocha Franco Nogueira, Rafael Massami 
Suzuki, Mirella Cunha Melaré, Bruno Balbino Leme, Nilva Kazue Sakomura
POTENCIALIZANDO AS DEFESAS ANTIOXIDANTES EM 
POEDEIRAS COMERCIAIS: IMPACTO NA QUALIDADE DE
OVOS, NO STATUS IMUNOLÓGICO E NA PRODUTIVIDADE.........49
José Guilherme Gonçalves
MANEJO DE CRIA E RECRIA DE FRANGAS VERMELHAS............57
Eliane Aparecida da Silva
ÍNDICE
PREJUÍZOS CAUSADOS POR
ECTOPARASITAS E CONTROLE.............................................................67
Gustavo Perdoncini
MYCOPLASMA SYNOVIAE E SUAS
INTERAÇÕES NA AVICULTURA DE POSTURA...................................71
Virginia Léo de Almeida Pereira, Leandro dos Santos Machado, Elmiro Rosendo 
do Nascimento
LARINGOTRAQUEÍTE NO ESTADO DE SÃO PAULO: 
COMPREENDENDO A LEGISLAÇÃO....................................................81
Luciano LaGatta
AÇÕES REALIZADAS PELO SERVIÇO VETERINÁRIO
OFICIAL EM GRANJAS DE POSTURA DO ESTADO
DE MINAS GERAIS PARA O CONTROLE DE FOCO
DE LARINGOTRAQUEITE INFECCIOSA...............................................89
Izabella Gomes Hergot 
MANEJO SANITÁRIO NA CRIAÇÃO DE CODORNAS:
DO PRIMEIRO DIA DE VIDA AO DESCARTE DAS AVES................101
Paulo Renê da Silva Júnior 
ALTERNATIVAS AO USO DE
ANTIBIÓTICOS PARA POEDEIRAS.......................................................109
Alberto Yocyitaca Inoue
GESTÃO DE GRANJA DE POSTURA COMERCIAL..........................119
Marcelo Delgado Barbosa
PROGRAMAÇÃO COMPLETA.................................................................122
ÍNDICE
3
A IMPORTÂNCIA 
DA AMBIÊNCIA NA 
QUALIDADE DOS OVOS
Dr. Diogo Tsuyoshi Ito
Zootecnista, MSc
Hendrix Genetics Ltda
(11) 95840-2193 
diogo.ito@hendrix-genetics.com
INTRODUÇÃO
O ovo é considerado um alimento nobre por suas características 
nutricionais, sendo capaz de ser transformado em inúmeras preparações 
culinárias, das mais simples às mais elaboradas, sendo o ingrediente 
principal ou coadjuvante em importante receitas. O ovo também proporciona 
características importantes aos alimentos como consistência, textura e cor 
das receitas. Com isso, quando se pensam em dietas vegetarianas produtos 
alternativos vêm sendo desenvolvidos para tentar obter resultados similares 
em receitas e preparações que utilizam ovos, porém, em geral, com custo 
mais elevado quando comparado ao ovo, 
Apesar de ser o único alimento de origem animal em natura que 
pode ser armazenado em temperatura ambiente, para que ele possa chegar 
íntegro à mesa do consumidor, existe um longo caminho que começa 
dentro da ave, passa pelos galpões, transporte por esteiras e bandejas, 
classificadoras de ovos e mais manejos de armazenagem e transporte até 
os pontos de venda, terminando quando o consumidor guarda os ovos na 
geladeira e começa a utiliza-los. E com isso, durante o caminho percorrido, 
o ovo precisa ter qualidade externa e interna capazes de suportar estes 
pontos de estresse que podem gerar depreciação e perdas do produto ou 
gerar risco ao consumidor.
Na produção de ovos atual, as aves vêm sendo submetidas 
à diferentes métodos de criação (galpões convencionais, galpões 
automatizados, galpões climatizados, criação em piso, criação à pasto). 
Cada condição gera uma demanda de conhecimento e tecnologia distinta 
4 Diogo Tsuyoshi Ito
uma da outra, mas o objetivo final, oferecer um ambiente confortável às aves 
do ponto de vista fisiológico, continua o mesmo independente da realidade.
Com isso, o presente trabalho pretende abordar a interação de 
fatores relacionados à ambiência das aves, possíveis consequências sobre a 
qualidade dos ovos e pontos de ponderação entre conhecimento científico, 
possibilidades práticas e iniciativas dos produtores em manter e melhorar a 
qualidade dos ovos.
PROCESSO DE FORMAÇÃO DE OVOS COM QUALIDADE
Para darmos a devida importância à ambiência das aves podemos 
recorrer ao processo de formação do ovo. E com isso fazer a devida 
correlação com os demais sistemas (respiratório, cardiovascular, ósseo, 
digestório).
À seguir serão apresentados alguns exemplos da influência 
da ambiência sobre a qualidade de casca dos ovos relacionados à alguns 
comportamentos das aves quando expostas à condições não ideais de 
ambiência.
Nutrição
Frio – aumento no consumo de ração, causando aumento no 
tamanho do ovo e aumentando a possibilidade de trincas e quebras.
Calor – redução no consumo de ração, redução na ingestão e 
reposição de nutrientes com sobrecarga ao sistema reprodutivo e reservas 
corporais da ave, prejudicando o processo de formação da casca.
Aumento da frequência cardíaca e respiratória prejudicando o 
balanço ácido-base e interferindo no processo de formação da casca
Mudanças nos horários de preferência de consumo de ração ao 
longo do dia (maior concentração no período da manhã e no começo da 
noite) podendo gerar maior seletividade de alimentos e desbalanceando a 
alimentação das aves.
Condensação de umidade em silos e graneleiros, favorecendo 
o crescimento fungos e o aparecimento de micotoxinas após os processos 
de controle da fábrica de ração. Comprometendo a absorção de cálcio no 
intestino, e prejudicando a ativação da vitamina D nos rins e fígado.
Sanidade
Frio – maior disseminação de problemas respiratórios, em especial 
os problemas relacionados a agentes virais que interferem no funcionamento 
dos órgãos relacionados ao processo de formação do ovo.
Em locais onde há baixa umidade do ar, pode ocorrer 
comprometimento do muco protetor das vias respiratórias e favorecer a 
intensidade dos problemas respiratórios.
A importância da ambiência na qualidade dos ovos 5
Em locais onde há alta umidade do ar, a sensação térmica pode 
alterar o comportamento das aves, aumentando o estresse calórico.
Calor – sobrecarga no sistema respiratório, favorecendo o 
aparecimento de doenças bacterianas, prejudicando de maneira geral o 
organismo da ave.
Baixa integridade intestinal, prejudicando os processos de absorção 
ativa de cálcio no intestino
Manejo
Frio e Calor – O comprometimento do desenvolvimento da ave nas 
fases iniciais pode prejudicar o desempenho da ave na fase adulta
Acompanhar o devido funcionamento de todos os sistemas do galpão 
(bebedouros, lâmpadas, ventiladores, nebulizadores, exaustores, relógios de 
luz, comedouros, cortinas, esteiras coletoras de ovos, contadores de ovos).
Verificar alterações no comportamento das aves, do aspecto do 
esterco, da qualidade e uniformidade dos ovos.
Manter atualizados e corretos os registros de produção, mortalidade, 
consumo de ração e quaisquer outras não conformidades.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A produção de ovos com qualidade é importante para que o 
consumidor continue satisfeito com o alimento que está adquirindo.
O aprimoramento dos conhecimentos de ambiência visando a 
manutenção da qualidade dos ovos pede uma maior interação entre as áreas 
de biológicas e exatas. A área de humanas se mantém importante para que o 
humano consiga seguir determinações, regras e tenha sensibilidade e atitude 
diante de problemas possíveis de acontecer a qualquer momento.
Existem áreas de conhecimento que se desenvolveram paralelamente,estamos no momento onde é necessário unir as pontas num ambiente que 
engloba galpões abertos, galpões climatizados e criação de aves livres de gaiola.
As questões de ambiência são importantes a serem consideradas 
porque a intensificação da produção em galpões automatizados gerou 
aumento de demanda de ambiência pelo aumento de aves presentes em uma 
determinada área e a criação de aves em piso reduziu as possibilidades de 
isolamento das aves frente às variações climáticas presentes na região.
Hoje possuímos tecnologia para a realização de monitorias mais 
aprimoradas, mas demandamos infraestrutura para que esta tecnologia seja 
mantida e capacidade de análise dos dados que são gerados.
A identificação de pontos “cegos” na climatização dos galpões é 
importante na elaboração de “upgrades”. Porém, precisamos tomar cuidado 
6 Diogo Tsuyoshi Ito
porque as decisões dos equipamentos são baseadas em ajustes humanos. Vale 
lembrar, os equipamentos são dependentes de mecânica, elétrica e eletrônica 
que necessitam calibração, manutenção e acompanhamento programados e 
respeitados.
REFERÊNCIAS
BERCHIERI JR, A. et al. Doença das aves, Campinas, FACTA, 2013
FARIA, D.E. et al. Produção e processamento de ovos de poedeiras 
comerciais, Campinas, FACTA, 2019.
MACARI, M.; MAIORKA, A. Fisiologia das aves comerciais, Jaboticabal, 
FUNEP, 2018.
OLIVEIRA, B.L.; OLIVEIRA, D.D. Qualidade e Tecnologia de ovos, 
Lavras, UFLA, 2013.
7
FATORES QUE 
INTERFEREM NA 
QUALIDADE DA CASCA
Ramiro Hernán Delgado, MVZ
Director Técnico
Nutriavícola S.A
O ovo é símbolo de vida (tem como finalidade a perpetuação 
das espécies ovíparas), e tem ficado presente desde a antiguidade na 
alimentação da humanidade. Considerasse-lhe um alimento perfeito pela 
quantidade e qualidade de macronutrientes que aportam e protegem de 
doenças carenciais. Além disso, a FAO (Organização das Nações Unidas 
para a Agricultura e a Alimentação) o que reconhece como um dos 
alimentos mais nutritivos da natureza.
A indústria do ovo encontrasse em constantes mudanças, isso por 
causa da demanda crescente do mercado, mudanças tecnológicas e a pressão 
do consumidor e as instancias reguladoras.
Desde o ano 200 ao 2013 a produção mundial de ovo tem aumentado 
num 36,5%, isso representa um crescimento de quase 3% anual. A produção 
mundial é de 70 milhões de toneladas. Entorno do 70% desta produção fica 
concentrada em 10 países na ordem: China (39%), Estados Unidos (8%), 
Índia (5%), México, Rússia, Brasil, Japão (3% de cada), Indonésia, Ucrânia 
(2% cada um) e Turquia. (FAO Estatística 2013). Este crescimento e cada vez 
maior competitividade e exigências dos consumidores leva aos produtores 
fazer consideráveis esforços para reduzir ao mínimo os problemas de 
qualidade da casca do ovo, muitas vezes sem sucesso.
O aparato reprodutor da galinha está formado pelo Ovário e Oviduto, 
onde são só funcionais os posicionados no lado esquerdo da galinha.
O Oviduto podemos descreve-lo como um tubo de 60 cm de 
comprimento e por sua morfologia e funcionalidade, o oviduto pode se 
dividir em 4 regiões:
8 Ramiro Hernán Delgado
1. Infundíbulo: Medi entre 8-9 cm de comprimento com uma 
terminação ampla em forma de funil. A gema tarda em passar a través desta 
região entorno de 15-20 minutos
2. Magnum: Medi entorno 35 cm. e é a seção mais comprida 
do oviduto. O ovo, ao passar por essa região, provoca a liberação da 
albumina. O tempo que permanece a gema nesta região varia entre 3-4 horas 
conjuntamente com o útero sendo responsáveis da produção da albumina e 
de centrar a gema.
3. Istmo: Região de 10 cm de longitude, nesta região leva-se ao 
cabo a formação das membranas internas e externas do cascarão. Ambas 
membranas são depositadas sobre o albume aproximadamente a 60-75 
minutos. Os núcleos mamilares são depositados durante o tempo em que o 
ovo permanece nessa região e são os centros de nucleação a partir dos quais 
começa a mineralização da casca do ovo.
4. Útero ou glândula Cascorogenea: O ovo permanece por 
aproximadamente 20 horas e ocorre a rotação do ovo, dando origem a uma 
torção de fibras proteicas do albúmen que conhecemos como "Calazas". A 
formação da Casca começa com o crescimento de cristais de calcita. Neste 
fragmento do oviduto ocorrem dois fenômenos:
• 1. Na fase inicial da formação da casca, a parte distal do útero segrega 
íons e água que são bombeados para dentro do óvulo.
• 2. Mineralização de casca ocorre por precipitação de carbonato de cálcio 
em associação com uma matriz orgânica
Cutícula: Cerca de 1 hora antes da oviposição, esta membrana 
forma. A proteção antibacteriana da cutícula externa do ovo é essencial para 
tornar o ovo um recipiente de proteína tão eficaz. A cutícula é papal formada 
por proteínas (90%) e uma pequena porção de lipídios e carboidratos. A 
cutícula consiste predominantemente de proteínas (90%) e uma pequena 
porção de lipídios e carboidratos. Sua principal função é fechar os poros 
formando uma barreira contra a penetração de microrganismos no óvulo. 
Também evita a perda de água deste.
O OVO
O ovo é colocado normalmente entre as 7 e as 11 horas e a nova 
ovulação deve começar aproximadamente meia hora após a colocação do ovo.
O ovo é projetado pela natureza para a reprodução e para proteger 
e alimentar ao embrião. A estrutura de um ovo é composta de três partes 
principais:
Fatores que interferem na qualidade da casca 9
• A casca representa cerca de 10% do peso do ovo. Consiste principalmente 
em carbonato de cálcio e pequenas quantidades de carbonato de magnésio 
e fosfato de cálcio.
• A clara consiste principalmente de água e proteínas de alto valor biológico 
que contêm os 8 aminoácidos essenciais. Representa cerca de 60% do 
peso total de um ovo.
• A gema contém lipídios e proteínas e é a maior fonte de vitaminas, 
minerais e substâncias essenciais deste alimento. Representa cerca de 
30% do peso total de um ovo.
A CASCA DO OVO
É a cobertura externa do ovo e sua principal função é manter a 
integridade do ovo, proteger seu conteúdo interno e ser uma barreira à 
entrada de patógenos, além de permitir que o ovo respire por seus poros.
É composta principalmente de uma matriz de cálcio em um quadro 
orgânico. Também possui em sua composição minerais como magnésio, 
zinco, manganês e ferro, entre outros, mas em uma proporção muito baixa.
Pigmentação da casca: Depende da linhagem das aves e é dado 
no ovo marrão pela concentração de pigmentos chamados porfirinas, que 
são depositados na matriz de cálcio e na cutícula da casca. À medida que 
as galinhas envelhecem, a cor marrão da casca do ovo se deteriora. A maior 
parte do pigmento da casca (protoporfirina) é depositada nas camadas 
calcárias externas da casca dos ovos e uma quantidade menor é depositada 
na cutícula (Roberts and Scott, 2016).
10 Ramiro Hernán Delgado
FATORES QUE INFLUENCIAM A QUALIDADE DA CASCA
Os problemas de qualidade da casca geralmente derivam de uma 
combinação de fatores, e não de um só. Entre esses fatores, temos:
1. A linhagem e a seleção genética
2. A idade da ave: A qualidade da casca e sua espessura diminuem 
à medida que a galinha envelhece. O peso do ovo aumenta enquanto o da 
casca é mantido.
3. A muda: O benefício depende do tipo e da severidade da muda 
que foi feita, bem como da idade das galinhas no momento de fazê-lo.
4. O estresse em geral: Por exemplo, a densidade em que as aves 
estão alojadas, o calor (estresse calórico, devido ao seu impacto no consumo 
e perda de íons bicarbonato) e o balanço eletrolítico. Temperaturas altas 
e constantes causam ofegante e alcalose respiratória, pois a frequência 
respiratória aumenta, causando uma diminuição do CO2 no sangue, 
elevando o pH do sangue, perdendo mais água no corpo, liberando 
bicarbonato para restaurar o pH do sangue, fornecendo cálcio e bicarbonato 
é consideravelmente limitado, levando a uma menor disposição de minerais 
na casca (Ebeid et al, 2012; Corona, 2013).
5. Algumas doenças, como Newcastle, bronquite infeciosa,EDS, 
MS – TRT (APV)
6. Programa leve que ajuda a desenvolver a medula óssea, 
influenciando o início da maturidade sexual. Os estrógenos liberados durante 
o início da maturidade aumentam a absorção de Ca no intestino.
FUNÇÃO DO OSSO MEDULAR
• O desenvolvimento começa entre 10 e 14 dias antes do primeiro ovo, pelo 
controle do estrogênio.
• Não é encontrado em machos ou aves fora da produção.
• Encha as cavidades ósseas compridas.
• Representa um 12% do total dos ossos da ave.
• Fonte disponível e rápida de Ca para a formação da casca, principalmente 
a noite quando não se tem disponibilidade de Ca da ração (Austic and 
Nesheim, 1990).
7. Saúde intestinal: O cálcio representa o 94% da composição 
da casca do ovo. Para garantir um bom rendimento na produção de ovos, 
devemos preservar a saúde do intestino das poedeiras e assim favorecer uma 
adequada absorção de Ca.
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Fatores que interferem na qualidade da casca 11
8. Nutrição: A nutrição é sim dúvida um dos pontos mais importantes 
para obter alta qualidade na casca. Neste ponto temos vários atores a serem 
analisados:
a. A qualidade da água: A água salobra apresenta uma redução de 
até 10% da espessura da casca em lotes que receberam água contendo 250 
mg de sal por litro. Aparentemente a água salobra causa uma deficiência dos 
íons bicarbonato, por meio de uma diminuição da atividade enzimática da 
anidrase carbônica presente na mucosa do oviduto. O balanço eletrolítico da 
dieta, é considerado importante para manter uma boa qualidade da casca.
b. Solubilidade in vitro das fontes de cálcio e as diferentes 
granulometrias.
c. Relação Ca:P : O excesso de fosforo diminui os processos de 
calcificação e formação do ovo, prejudicando a qualidade devido que quando 
se apresenta um estresse térmico, incrementa-se o uso do osso medular como 
reserva de Ca, consequentemente tem-se um aumento o nível de fosforo 
circulante, produzindo uma diminuição na qualidade de casca (Acosta et al, 
2006; Tordi, 1979; Valdés, 2014).
d. Interação do cálcio e de outros elementos na dieta: Um outro 
fator que modula a disponibilidade de cálcio e sua deposição no osso é a 
interação que ele apresenta com outros minerais. A absorção de cálcio requer 
de vitamina A, C, D (foi relatado que um aumento na absorção de cálcio 
quando é suplementado com vitamina D3); os minerais participam nas 
diferentes fases na formação dos ovos. Por um lado, o selênio protege as 
12 Ramiro Hernán Delgado
células e a integridade do sistema reprodutivo. Quanto ao cobre, é importante 
para o desenvolvimento da casca, pigmentos e formação de colágeno. Além 
disso, o manganês participa da formação dos ossos e da matriz orgânica da 
casca e é um cofator da enzima glicoproteína que está envolvida na formação 
da casca. Finalmente, o zinco contribui para a calcificação dos ossos e da 
casca, a formação da membrana da queratina e a produção de carbonato na 
casca.
13
FATORES QUE AFETAM A 
QUALIDADE DA CASCA: 
ENFOQUE NUTRIÇÃO
Otavio Antonio Rech
Zootecnista, MSc
DSM Produtos Nutricionais
Ainda hoje na produção avícola ainda existe a preocupação em 
entender quais são as reais necessidades nutricionais das aves, visando 
melhorias dos índices de conversão alimentar e consequentemente uma 
melhora na produtividade. Logicamente, esta preocupação vem atrelada aos 
custos produtivos. Porém, desde muito tempo para os países desenvolvidos 
não é suficiente produzir somente de maneira eficaz e econômica, mas sim, 
é necessário também conseguir um produto de qualidade. Em um mercado 
competitivo o ovo deve oferecer ao consumidor algo mais que uma fonte 
barata de proteína e energia, e necessita ser um produto diferenciado, que 
seja agradável ao paladar, que seja seguro e que não seja considerado um 
vilão mas sim um produto de alto valor nutricional e que tenha garantias 
de qualidade. Logicamente algumas questões podem ser resolvidas com 
campanhas de marketing, porém existem outras questões que devem ser 
consideradas primordiais para se garantir um produto de boa qualidade, 
entre elas as questões técnicas que requerem um bom manejo das produções 
e além disso, garantir a rastreabilidade do produto final.
 Entre as questões técnicas talvez uma das que são mais 
interessantes seja a capacidade de manejar a alimentação da ave para 
conseguir melhorar a qualidade do ovo e especialmente a sua casca. 
 A casca dos ovos tem uma estrutura perfeitamente ordenada, 
elaborada sequencialmente durante um período definido no istmo e no 
útero. É composto de carbonato de cálcio permeado por uma pequena 
quantidade de componentes orgânicos que, acredita-se, influenciam a 
nucleação e o crescimento da calcita e, consequentemente, as propriedades 
biomecânicas da casca do ovo. Portanto, a qualidade da casca depende 
do fornecimento de material iônico, cálcio e carbonato, mas também da 
organização em sua deposição. Fatores de produção como idade, estirpe, 
14 Otavio Antonio Rech
a muda forçada, programas de luz, as instalações, o ambiente, sanidade e 
evidentemente a nutrição das aves, podem influenciar sua qualidade.
QUALIDADE DE CASCA DOS OVOS. 
Sem dúvida ovos frescos e a qualidade da casca, incluindo a 
cor e limpeza, são primordiais para a sua venda. É necessário tomar as 
medidas apropriadas que favoreçam a qualidade da casca durante o todo o 
período produtivo das aves e todas aquelas que permitam evitar ovos sujos 
e potencialmente contaminantes. 
Para melhorar a qualidade de casca e proteger a galinha de 
problemas de calcificação é de suma importância que as aves iniciem 
postura com uma reserva de cálcio adequada, o que significa um osso 
medular bem formado. A recria deve ser encarada como um investimento 
futuro para garantir uma boa qualidade de casca durante todo o ciclo 
produtivo e desta forma, é importante realizar um bom trabalho nutricional 
e de manejo nesta fase. 
DESENVOLVIMENTO ÓSSEO
A Formação do osso medular, principalmente a tíbia e o fêmur começa 
ao redor de 10 dias antes da postura e o esqueleto se incrementa em uns 20%,; 
devido a um sinergismo hormonal de estrógenos e andrógenos que aumentam 
indiretamente a absorção e retenção de cálcio e fósforo. Este processo se reflete 
externamente com o crescimento e coloração de crista e barbela. 
Fatores que afetam a qualidade da casca: enfoque nutrição 15
Durante a postura a reposição do osso medular ocorre entre cada 
ovulação e se deve exclusivamente a ação de estrógenos. O cálcio deste osso 
(aproximadamente 1g) está sempre disponível para a formação da casca. É 
necessário garantir a quantidade suficiente de nutrientes na dieta e no momento 
adequado para que o processo funcione, caso contrário a reserva medular se 
manterá a por conta do uso do osso estrutural, resultando em debilidade de 
pernas e fadiga de gaiola. A medida que avança o ciclo produtivo o tamanho 
do ovo aumenta, porém a qualidade de casca depositada não se incrementa 
proporcionalmente, parecendo similar ao início de produção. 
Cálcio, Fosforo e Vitaminas
Níveis adequados de cálcio na dieta devem ser fornecidos durante 
os períodos de recria, pré postura e postura.
Desempenho produtivo e qualidade de ovos de poedeiras na fase tardia de 
produção influenciadas pelo nível e fonte de cálcio na dieta
Efeito do fornecimento de Carbonato de Cálcio Extra sobre a qualidade 
do ovo em galinhas poedeiras de 85 – 93 semanas de idade
A alimentação da meia-noite pode melhorar a qualidade da casca 
de ovo e o uso de partículas grosseiras de cálcio melhoram a qualidade da 
16 Otavio Antonio Rech
casca do ovo, especialmente em galinhas velhas em comparação com as 
jovens e em galinhas que sofrem de altas temperaturas. 
O tamanho de partículas de cálcio é uma das medidas mais 
importantes para manter uma boa qualidade de casca já que as que possuam 
mais que 2 mm são retidas na moela, e podem lentamente ser solubilizadas 
torando sua assimilação mais tardia. Este cálcio dietético estará disponível 
durante a noite, que équando ocorre a maior calcificação da casca e a 
galinha não terá que depender exclusivamente do cálcio proveniente do osso 
medular. Prover as poedeiras uma boa quantidade de cálcio em partículas 
de 3 a 5 mm antes do período escuro ajuda a melhorar a qualidade de casca.
Um consumo elevado de ácidos graxos saturados leva à formação 
de estearato de cálcio e diminui a retenção de cálcio e gordura. Não há efeito 
negativo sobre a qualidade da casca quando a gordura da dieta é inferior a 6%.
O nível dietético de fosforo disponível é também importante 
para a qualidade de casca. Durante o crescimento da ave um nível e uma 
relação apropriada de cálcio e fósforo disponível são necessários para 
uma ótima calcificação dos ossos e formação do osso medular. Todavia 
durante a postura, um nível relativamente alto de fósforo disponível inibe 
a mobilização do cálcio dos ossos e embora ainda exista disponibilidade de 
cálcio dietético durante a noite a galinha sempre recorrera ao osso medular 
para obter parte do cálcio que vai estar na casca e a mobilização deste cálcio 
pode ser prejudicada por um alto nível de fósforo no sangue. Portanto 
é necessário limitar o nível de fósforo disponível na dieta, especialmente 
depois das 60 semanas de idade, para melhorar a qualidade da casca. Níveis 
de fósforo na dieta de 0,3% de fósforo disponível permite o desempenho 
normal e a integridade óssea. Na dieta níveis de K (mínimo 0,12%) e têm 
um baixo efeito na qualidade da casca do ovo, mas o cloro (> 0,2%) é 
desfavorável. O Mg é amplamente fornecido pela ração vegetal (1500 mg 
Fatores que afetam a qualidade da casca: enfoque nutrição 17
/ kg) e pode deprimir a qualidade da casca do ovo quando em excesso (> 
5000 mg / kg). Os zeólitos sintéticos (0,75%) com alta capacidade de troca 
catiônica melhoram ligeiramente a qualidade da casca, mas são solubilizados 
no intestino e fornecem alumínio.
A vitamina D é essencial para manter a produção de ovos, a 
formação da casca e a homeostase do cálcio. O colecalciferol (vitamina 
D3) é produzido pela irradiação do 7-dehidrocolesterol, o qual é sintetizado 
no corpo e se desloca até a camada externa da pele. O colecalciferol, após 
a absorção, é transportado ao fígado onde é hidroxilado na posição 25, 
originando o metabólito 25-hidroxicolecalciferol (25(OH)D3), o qual é 
direcionado aos rins e hidroxilado no carbono 1 originando o metabólito 
ativo 1,25-dihidroxicole-calciferol (1,25(OH)2D3), que exerce funções 
metabólicas chamadas nuclear e não-nuclear (Leeson & Summers, 2001; 
Pesti et al., 2005). 
Hoje existe disponível o metabolito de vitamina D3 o HyD® 
(25-(OH)-D3), que permite aumentar a retenção de cálcio e reduzir 
a mortalidade das aves. Problemas na qualidade de casca pode estar 
correlacionada com a redução dos níveis de 25-(OH)-D3 circulantes nas 
poedeiras com o avançar da idade, muitas vezes decorrente pela maior 
presença de fígado graxo, fato este observado cada vez mais nas aves com 
ciclo maior de produção.
Altas temperaturas diminuem a qualidade da casca do ovo como 
consequência da redução do consumo de Ca e da alcalose respiratória induzida 
pela hipertermia. Os efeitos positivos dos fatores nutricionais (partículas de 
cálcio grosseiro, zeólitas) são mais pronunciados em ambientes quentes, e 
fatores adicionais também podem ser úteis: água carbonatada, bicarbonato, 
vitamina C. Vários trabalhos demonstram o beneficio de uso de vitamina C e 
E na melhoria da qualidade de casca especialmente de condições de estresse 
por calor. 
18 Otavio Antonio Rech
Microelementos
A maioria dos estudos sobre efeitos nutricionais na casca dos ovos 
e na qualidade óssea em galinhas poedeiras está focado nos efeitos de Ca, 
P e vitamina D3 na dieta. No entanto, sabe-se que algumas enzimas, como 
a anhidrase carbônica, relacionada a certos microelementos, é importante 
no processo de mineralização e, nos últimos anos, tem havido um número 
crescente de estudos com galinhas poedeiras sobre a relação entre micro 
minerais e qualidade da casca de ovo. Mabel et al. (2003) sugeriram que 
oligoelementos como Zn, Mn e Cu, como cofatores de certas enzimas, 
podem afetar as propriedades mecânicas das cascas de ovos, exercendo 
uma influência na formação de cristais de calcita e modificação de sua 
estrutura cristalográfica. A suplementação com Mn, Zn e Cu todavia não 
tem um impacto nos parâmetros e na eficiência da produção de ovos, como 
já relatado em outros estudos (Fernandes et al., 2008; Maciel et al., 2010), 
porém, observa-se melhoria nas características de qualidade e ultraestrutura 
da casca de ovo. Níveis iguais ou superiores a 65-60-10 mg / kg, para Mn, 
Zn e Cu, respectivamente, resultaram em menor perda de ovo e maior 
resistência da casca.
Funcionalidades do manganês, zinco e cobre para a qualidade da casca 
do ovo
Corpos mamilares na superfície interna da casca
Mais amplo e agrupado, dependendo dos níveis de minerais
Fatores que afetam a qualidade da casca: enfoque nutrição 19
Controle de peso dos ovos
Um dos temas acerca da qualidade da casca é o incremento da 
quebra com o avanço da idade das galinhas. O incremento do peso do ovo 
com o decréscimo da porcentagem de casca parcialmente explica o prejuízo 
na qualidade da casca. Porém, tentativas de limitar o crescimento do peso 
dos ovos reduzindo os níveis protéicos e ou quantidade metionina ingerida 
foram fracassadas e podem reduzir a performance. Similarmente muitos 
resultados indicam nenhuma resposta com redução de níveis de energia já 
que a ave adapta seu consumo a energia contida na dieta. Em contraste 
a adição de gordura para a dieta de poedeiras, incrementa o peso do ovo 
e se está muito bem estabelecido os efeitos positivos da adição de óleos 
vegetais, especialmente o efeito do ácido linoleico, onde é possível observar 
o decréscimo do peso do ovo pela sua substituição por sebo.
20 Otavio Antonio Rech
REFERÊNCIAS
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AND T. SUDA, 1982. Disorders of cholecalciferol metabolism in old 
egg-laying hens. J. Nutr. 112:436–446
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of Dietary Vitamins C and E on Egg Shell Quality of Broiler Breeder 
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Strategies for Improvements edited by Hester Y. P. Copyright © 2017 
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LEESON, S.; SUMMERS, J.D. Scott's nutrition of the chicken. 4.ed. Guelph: 
University Books, 2001. 591p
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egg formation cycle. World's Poultry Science Journal, Vol. 74, June 2018.
NYS, Y., GLOUX, A., DUCLOS, M. 2017. Dietary factors improving eggshell 
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feed additives. Presented at 17. EGGMEAT European Symposium on 
the Quality of Eggs and Egg Products, Edinburgh, GBR (2017-09-03 - 
2017-09-05). 2 p. https://prodinra.inra.fr/record/406295.
Fatores que afetam a qualidade da casca: enfoque nutrição 21
PESTI, G.M.; BAKALLI, R.I.; DRIVER, J.P. et al. Poultry nutrition and 
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descontínua.
SAFAA, H. M.; SERRANO, M. P.; VALENCIA, D. G. et al. 2008. Productive 
performance and egg quality of brown egg-laying hens in the late phase 
of production as influenced by level andsource of calcium in the diet. 
Poultry Science, v.87, p.2043-2051, 2008.
23
MÁQUINAS 
CLASSIFICADORAS: 
USOS E CUIDADOS 
PARA MELHORES 
RESULTADOS
Dr. Alberto Yamasaki
Yamasa Indústria de Máquinas
Com a globalização mundial cada vez mais observamos uma luta 
incessante por reduções de custo e maior qualidade. Um dos pontos que 
contribui muito e que atualmente às vezes não é dada a devida atenção, é 
a manutenção.
Manutenção corretiva
Como o próprio conceito sugere, esse tipo de manutenção consiste 
na correção imediata de problemas que inviabilizam o bom funcionamento de 
máquinas e equipamentos, causando sérios prejuízos no processo produtivo.
Embora essa manutenção geralmente não seja programada – 
sendo na maioria das vezes necessárias substituir peças e componentes 
danificados ou desgastados – em determinados casos ela pode ser planejada 
mediante a realização da manutenção preditiva, que veremos mais adiante.
Quando realizada sem planejamento, a manutenção corretiva gera 
altíssimos custos para as indústrias, comprometendo o cumprimento de 
prazos e até mesmo o lucro do mês.
Manutenção preventiva
A manutenção preventiva é um conjunto de estratégias de 
monitoramento e controle empregadas com o objetivo de impedir (ou 
amenizar) falhas quanto ao desempenho de máquinas e equipamentos, 
sejam eles hidráulicos, automotivos ou industriais.
24 Alberto Yamasaki
Contrário à corretiva, essa manutenção sempre é planejada, sendo 
realizado de maneira periódica com base em um cronograma e/ou índice 
de funcionamento. Além de gerar menos custos, esse tipo de manutenção 
faz com que máquinas e equipamentos operem com máximo desempenho.
Por se tratar de uma manutenção programada, os desgastes e danos 
ocorridos são muito menores, fazendo com que os custos com reposição de 
peças e componentes não comprometam o orçamento empresarial.
Por outro lado, é importante frisar que a manutenção preventiva 
ocorre independentemente de danos reais apresentados, fazendo com que 
em alguns momentos a indústria tenha gastos sem necessidade imediata.
Manutenção preditiva
A manutenção preditiva é muito semelhante à preventiva e 
justamente por isso esses dois tipos são muito confundidos.
A grande diferença entre eles é que a manutenção preditiva é 
baseada numa inspeção sistemática e na observância quanto à modificação 
dos parâmetros ou condições de desempenho.
Isso significa que a manutenção preditiva leva em consideração 
as condições reais quanto ao funcionamento de máquinas e equipamentos, 
não sendo realizada necessariamente com base em cronogramas ou índices 
de funcionamento.
A partir do momento que a prevenção preditiva identifica 
problemas de desempenho que já estão ocorrendo ou poderão ocorrer em 
um futuro próximo, é feita a chamada prevenção corretiva planejada. 
Motivos de desgaste em corrente
As três maneiram mais comuns pelas quais uma corrente pode 
falhar são a tração, fadiga e desgaste. Em uma falha de tração, a corrente 
é sobrecarregada em tensão até ser esticada tanto que não funcionará 
corretamente ou é literalmente separada. 
Máquinas Classificadoras: usos e cuidados para melhores resultados 25
Em uma falha por fadiga, a corrente é carregada repetidamente em 
tensão, a uma carga alta, até que rachaduras microscópicas se desenvolvam 
nas laterais essas rachaduras continuam a crescer até que a corrente se quebre. 
Em caso de falha no desgaste, o material é removido deslizando, 
gerado por abrasão ou corrosão, até que a corrente não funcione 
corretamente (não encaixa nas engrenagens) ou o material restante é tão 
fino que permite que a corrente se quebre.
O alongamento do desgaste da corrente geralmente progride por 
três estágios, como mostra a Figura acima. Primeiro, há um curto período 
de desgaste inicial rápido ou de amaciamento, nessa primeira etapa, pontos 
altos são desgastados pelos pinos e buchas e desalinhamentos menores são 
rapidamente desgastados. Segundo, há um período de constante desgaste 
lento ou lubrificado. Nesta segunda etapa, os pinos estão encaixados 
corretamente nas buchas e as áreas de rolamentos normalmente são bem 
lubrificadas.
E, finalmente, há outro período de desgaste rápido ou terminal. 
Neste estágio final, a lubrificação pode ter se tornado ineficaz ou falhada 
completamente, ou o estojo rígido nos pinos e buchas pode ter se 
desgastado ou o alongamento da corrente na roda dentada pode ter causado 
um aumento drástico nas cargas de juntas individuais.
Efeitos da lubrificação na operação da corrente
A maioria dos acionamentos e transportadores de corrente 
terá um desempenho melhor e durará mais quando for fornecida uma 
lubrificação oportuna e adequada. Uma regra prática é que a lubrificação 
adequada pode prolongar a vida útil da corrente em até 100 vezes. 
(Figura a seguir)
26 Alberto Yamasaki
Mesmo que a vida útil geral da corrente seja aceitável, a falta de 
lubrificação adequada pode causar outros problemas. Quando uma corrente 
está sem lubrificação, o desgaste de um elo para outro pode variar bastante, 
causando ações irregulares. O rápido desgaste dos elos pode causar perda 
precoce do tempo da esteira, causando posicionamento impreciso. A falta 
de lubrificação pode aumentar o atrito e o consumo de energia e causar um 
aumento prejudicial da temperatura. 
Necessidade de lubrificação 
A lubrificação da corrente é necessária principalmente para diminuir 
o desgaste entre os pinos e as buchas nos elos da corrente, para remover 
resíduos de desgaste e materiais estranhos e suavizar o engate da corrente 
com a engrenagem. Além disso, pode ser necessária lubrificação para inibir 
a ferrugem e a corrosão, eliminar o calor e amortecer as forças de impacto.
Lubrificantes para Correntes
Um lubrificante de corrente deve ter viscosidade baixa o suficiente 
para penetrar em superfícies internas críticas e viscosidade alta o suficiente 
ou aditivos necessários, para ser eficaz em relação temperatura e tração.
A viscosidade recomendada para várias faixas de temperatura 
deve ser instruída pelo fabricante. O lubrificante deve ter a capacidade de 
manter as qualidades de lubrificação desejadas nas condições de operação 
prevalecentes.
Engrenagens desgastadas x nova.
27
TECNOLOGIAS NA 
MONITORIA DAS PERDAS 
DE OVOS DURANTE O 
PROCESSAMENTO
Cleison Marques de Neira
Trouw Nutrition
INTRODUÇÃO
O Brasil, encontra-se atualmente, entre os dez maiores produtores 
de ovos do mundo, atingindo 44,5 bilhões de unidades produzidas em 
2018 (aumento de 11,45% em relação a 2017), exportando para mais de 
15 países, entre os quais estão Estados Unidos, Japão, Hong Kong, Arábia 
Saudita e Emirados Árabes (aumento na exportação em 92,89% em relação 
a 2017). (ABPA, 2019).
Do total da produção de ovos, 7% a 8% apresentam problemas 
de rupturas de casca, segundo Faria et al. (2019 apud. Halmilton 1982), já 
para Coutts e Wilson (2007), geralmente as trincas (grandes/finas/estrela) 
oscilam entre 3% a 10% da produção total de ovos.
O MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E 
ABASTECIMENTO, determina perante a PORTARIA Nº 1, DE 21 DE 
FEVEREIRO DE 1990, que os ovos trincados ou que apresentem a casca 
quebrada, só poderão ser utilizados no processamento quando a casca estiver 
limpa, livre de sujeira e sem o rompimento da membrana da casca. Ovos 
considerados impróprios para o consumo humano, serão condenados, ou 
seja, não haverá aproveitamento destes ovos, implicando em perdas.
Pode-se dizer que as perdas no processamento de ovos são 
significativas, trazendo grandes prejuízos aos produtores, no qual se dá a 
importância da monitoria da qualidade de ovos.
28 Cleison Marques de Neira 
FERRAMENTAS DE MONITORIA DE
PERDAS DURANTE O PROCESSAMENTO
Existem algumas tecnologias que auxiliam monitoria das perdas 
de ovos durante o processamento, amparando nas tomadas de decisões das 
empresas.
Contadores de ovos
Com a modernização dos aviários, apareceram novas tecnologia 
para o controle da produtividade, no qual, há contador de ovos(figura 1) com 
alta precisão, alguns chegando a precisão de 99,9% (OVOTRON, 2019). 
Permitem o melhor controle do fluxo de ovos nas esteiras transportadoras, 
possibilitando também a comparação da produção que sai dos aviários e 
os que chegam na classificação, podendo verificar se houve perdas de ovos 
durante o trajeto dos ovos.
Figura 1. Foto ilustrativa do contador de ovos
Equipamentos para monitoria da qualidade
A unidade Haugh (Haugh unit - HU) é o índice idealizado pelo 
Sr. Raymond Haugh em 1937 para avaliar a qualidade interna dos ovos, 
sendo correlacionada ao frescor do ovo. A HU é calculada utilizando o 
peso do ovo e a altura do albúmen, através da seguinte fórmula HU=100 x 
log (H-1.7W0.37+7.6), sua classificação (tabela 1) se dá em AA, apresenta 
o albúmen bem firme; classificação A, apresenta o albúmen razoavelmente 
firme; classificação B, apresenta albúmen mais aquosa; classificação C, 
apresenta o albúmen muito aquosa (NABEL e ORKA, 2019).
Tecnologias na monitoria das perdas de ovos durante o processamento 29
Figura 2. Foto ilustrativa do Testador de ovos DET6000 – NABEL
Tabela 1. Classificação da unidade Haugh 
Testador de ovos
Os testadores de ovos, são equipamentos no quais analisam os 
fatores: resistência de casca, espessura de casca, peso do ovo, altura de 
albúmen, UH, coloração e índice da gema. 
Os testadores podem realizar todos os testes em um único aparelho 
(como é o caso da Nabel) ou realizaras os testes em aparelhos separados.
 O testador digital da Nabel (Figura 2), é uma das tecnologias mais 
difundidas para analisar qualidade de ovos no Brasil, este equipamento é 
utilizado nas principais competições de qualidade de ovos, incluindo do 
concurso da cidade de Bastos – SP, um dos principais polos do setor.
Medidores de impactos
 
Os medidores de impactos, identificam possíveis locais no qual 
possam estar causando danos aos ovos, permitindo que haja ação corretiva 
nos pontos identificados, a fim reduzir as trincas/quebras em ovos, 
consequentemente diminuindo as perdas, melhorando assim a eficiência 
operacional, possibilitando que os produtores de ovos tenham maiores 
lucratividades (ORKA, 2019).
30 Cleison Marques de Neira 
Figura 4. Foto ilustrativa do medidor de impactos SMARTegg da TSS
Figura 3. Foto ilustrativa do medidor de impactos EGG NODE da ORKA
CONCLUSÕES
Tendo em vista o constante crescimento e modernização do setor 
de avicultura de postura, os desafios em reduzir as perdas de ovos na 
produção, são de extrema importância, pois estão relacionadas diretamente 
a eficiência e lucratividade da granja/empresa.
Atualmente há inúmeras tecnologias que contribuem com a 
melhoria continua da monitoria das perdas de ovos durante o processamento, 
essas tecnologias possibilitam identificar com maior facilidade as não 
conformidades no percurso dos ovos, fornecendo dados que auxiliam nas 
tomadas de decisões, contribuindo para com a redução de perdas de ovos 
na produção maximizando os ganhos das granjas/empresas.
REFERÊNCIAS
ABPA - http://abpa-br.com.br/noticia/producao-de-ovos-do-brasil-cresce-
61-e-chega-a-395-bilhoes-de-unidades-1550
ABPA - Visão geral da indústria de ovos - http://brazilianegg.com.br/pt/
egg-industry/overview
 EMBRAPA - https://www.embrapa.br/suinos-e-aves/cias/estatistica
Tecnologias na monitoria das perdas de ovos durante o processamento 31
FARIA, D. E. et al. Produção e Processamento de Ovos de Poedeiras 
Comerciais, p. 520 a 535, Campinas: FACTA, 2019. 
COUTTS, J. A.; WILSON, G. C. Ovos de Ótima Qualidade, p. 30 a 34, 2007 
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO, 
SECRETARIA DE INSPEÇÃO DE PRODUTO ANIMAL, PORTARIA 
Nº 1, DE 21 DE FEVEREIRO DE 1990. 
 ORKA FOOD TECHNOLOGY - https://eggtester.com/haugh-unit
Nabel - http://det6000.com/pt
OVOTRON - https://www.ovotron.com.br/
33
PANORAMA SANITÁRIO 
DE GRANJAS NA 
AMÉRICA LATINA: 
DESAFIOS E SOLUÇÕES
Daniel Valbuena
Médico Veterinario Zootecnista
Gerente América Latina
Hy-Line Internacional
INTRODUÇÃO
A América Latina é uma região com uma população aproximada 
de 550 milhões galinhas produtoras de ovo, e uma população de 
aproximadamente 620 milhões de habitantes, quer dizer que existe uma 
proporção de 0,89 galinhas por habitante.
Calcula-se que o por ano o numero de pintinhas para postura de um 
dia de idade que entram para reposição é de 373 milhões, quer dizer um 67,8%.
A distribuição pela cor do ovo é de um 61,4% para ovo branco e 
38,6% para ovo vermelho. Os países com maior aporte na produção de ovo 
branco são o Brasil com 23% e o México com 26%, como parte do 61,4%.
Cada País tem seus grandes centros de produção, dos quais são 
citados alguns deles:
México: O estado de Jalisco tem aproximadamente 80 milhões de 
aves, equivalentes ao 55% da população total de aves de postura comercial. 
A extensão do estado é de 78.699 km², quer dizer tem uma densidade de 
1016 aves por km2.
Argentina: A província de Buenos Aires tem entorno de 24 
milhões de aves de postura equivalente ao 50% da população do total de 
galinhas no país.
Colômbia: O departamento do Valle del Cauca tem entorno de 14 
milhões de galinhas, equivalente ao 30% da população total. 
Peru: Chincha tem 11,3 milhões de galinhas equivalente ao 45,2% 
da população nacional.
34 Daniel Valbuena
São Paulo: Tem o 35% do total de lotes.
AUTUAÇÃO DO PANORAMA SANITÁRIO
Para o desenvolvimento desta apresentação foi feito uma pesquisa 
de opinião dos principais gerentes técnicos dos países representativos 
da América Latina, sendo que de acordo com as suas experiencias, 
conhecimentos e trabalho diário responderam às seguintes perguntas:
a. Estado sanitário do país
b. Calcificação do nível de Biossegurança de 1 – 10
c. Agente de desafio Sanitárias que mais afeta o país
d. Estratégia de Controle para esses agentes
e. Programa de vacinação padrão
f. Comentários finais
As respostas dos técnicos de cada países foram as seguintes:
a. ESTADO SANITÁRIO DO PAÍS
Chile: Em geral, o Chile é um país com bom estado de saúde. O 
SAG desempenha muito bem sua função de controle e de rígidas barreiras 
sanitárias para a entrada e/ou descarga de aves vivas e produtos de aves. O 
Chile é um país livre de New Castle e Gripe Aviária e também de doenças 
bacterianas como Pullorosis e Typhosis Avian. Os produtores em geral 
possuem biossegurança adequada e desenvolvem extensos programas de 
vacinação
El Salvador – Guatemala: Comprometida com doenças virais e 
bacterianas comuns esporadicamente, controlada pela Vacinas. Ex .: New 
Castle Lentogenico, Bronquite, DII, entre outros. Doenças bacterianas 
como Coriza, Pasterella, complexo respiratório crônico.
Os programas profiláticos são muito fortes e trata-se de cumpri-
los no tempo estabelecido.
Costa Rica: Pode ser gerenciado em dois grupos, que seriam as 
fazendas que desejam funcionar bem e as que desejam economizar, sendo que 
as últimas muitas vezes por querer economizar são principalmente aquelas que 
começam a gerar uma doença e nos tornam vulneráveis, espalhando-se por 
várias fazendas (dependendo do sistema de biossegurança de cada fazenda).
Em geral, são realizados testes de laboratório para descobrir a real 
causa de doenças emergentes na Costa Rica. Eles trabalham muito duro no 
controle de pragas.
México: É dividido em duas áreas totalmente diferentes, existem 
Panorama sanitário de granjas na América Latina: desafios e soluções 35
áreas limpas como o norte do México, a península de Yucatán, estados 
como Sinaloa, mas isso representa 20% da produção total do país. E existe 
a chamada área suja, onde estão localizados estados como Jalisco, Puebla, 
Guanajuato e San Luis Potosí, que representam 80% da produção. Uma 
área de 90 milhões de galinhas em uma área de 180 km de comprimento 
por 60 de largura (Alto Jalisco). Nestes estados, a presença de H7N3 alto 
e H5N2 baixo é frequente e, às vezes, associada ao New Castle. Livre de 
Salmonella Gallinarum.
Peru: Sempre existem problemas sanitários no setor de postura devidoà informalidade e ignorância dos princípios de Biossegurança e dificuldade 
para o investimento nesse tema. Alta densidade de aves em determinadas 
áreas, fazendas com várias idades, falta de controle e supervisão da entidade 
governamental SENASA, livre circulação de aves e resíduos orgânicos. A 
preguiça dos avicultores em denunciar surtos de doenças contribui para que o 
estado de saúde do Peru seja considerado de alto risco.
Brasil: No momento, é estável, embora haja permanentemente 
surtos de laringotraqueíte, salmonela e micoplasma (MG).
Colômbia: O atual estado de saúde da Colômbia é bastante 
complicado. Ainda existem problemas quase endêmicos com New Castle, 
laringotraqueíte, Salmonelose e recentemente bronquite em diferentes 
áreas do país. Todos são agentes com fortes interações com doenças como 
Pasteurella e Coriza. as agentes acima mencionadas com maior efeito no 
deterioro da produtividade do que na mortalidade.
Uruguai: O estado de saúde uruguaio é muito bom. É um país 
livre de New Castle, onde apenas são vacinados criadores leves, criadores 
pesados e galinhas poedeiras. Os frangos de corte são população sentinela, 
não são vacinados.
b. CALCIFICAÇÃO DO NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA
Comentários de porque a qualificação é baixa:
• Desconhecimento.
• Não se quer investir em treinamento e implementação.
• Aplicável apenas a fazendas de matrizes.
• Áreas onde não há controle das agências de saúde.
• Em postura comerciais, a biossegurança é limitada ou muito ruim.
• Acredita-se que a biossegurança seja arcos sanitários ou bomba para 
borrifar.
36 Daniel Valbuena
• Estabelecido apenas para granjas industriais ou formais.
• É variável de acordo com o estrato: Matrizes: ideal; Frango: aceitável; 
Poedeiras: regular.
• Não existem áreas diferenciadas de exploração de aves por sistema e tipo
• Entidades de vigilância sanitária incapazes de assumir o controle e a 
regulamentação da atividade avícola do país.
c. AGENTE DE DESAFIO SANITÁRIAS QUE MAIS AFETA O PAÍS:
• Laringo Traqueítis: xxxxxxx
• Salmonella: xxxxx
• New Castle: xxxx
• Bronquitis: xxxx
• Micoplasma: xx
• ERC: xx
• Influência Aviar: x
• Colibacilosis: x
d. ESTRATÉGIAS DE CONTROLE:
• Vacinas vetorizadas.
• Vacinas vivas.
• Vacinas oleosas de eficácia duvidosa.
• AutoVacinas.
• Variantes
Outras:
a. Convença o produtor de que ele precisa fazer coisas diferentes 
para obter resultados diferentes.
b. Trabalhar juntos em estabelecimentos de programas de 
biossegurança e planos profiláticos
c. Projetar protocolos de gestão diferenciados ajustados à sua nova 
realidade, com base no estado sanitário da granja.
d. Evitar a cria e o levante das pintinhas na mesma área de produção
e. Reduzir várias idades no mesmo galpão
f. Tratamento térmico e mobilização do estrume da ave
g. Fumigações com amônios quaternários
h. Qualidade da água, limpeza dos canos.
i. Manejo preventivo
e. PROGRAMAS DE VACINAÇÃO:
Panorama sanitário de granjas na América Latina: desafios e soluções 37
PLANO VACINAL A
PLANO VACINAL B
38 Daniel Valbuena
PLANO VACINAL C
f. COMENTÁRIOS FINAIS
Todas os involucrados na elaboração desta palestra coincidiram 
em afirmar que a chave para ter uma condição sanitária controlada é a 
biossegurança, a qual todas las personas involucradas en la elaboración 
de esta palestra coincidieron en afirmar que la clave para tener un estatus 
sanitario controlado es la BISOSEGURIDAD, o que é incrivelmente difícil 
de realizar.
A biossegurança não é apenas tomar banho na entrada de uma 
fazenda e trocar de roupa; a biossegurança inclui isolamento, programas de 
vacinação, gerenciamento de pessoal, educação, treinamento.
39
ATUALIZAÇÃO 
DAS EXIGÊNCIAS 
NUTRICIONAIS PARA 
AVES DE POSTURA
NO BRASIL
Matheus de Paula Reis, Bernardo Rocha Franco Nogueira, 
Rafael Massami Suzuki, Mirella Cunha Melaré,
Bruno Balbino Leme, Nilva Kazue Sakomura
Universidade Estadual Paulista (UNESP)
Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias
Câmpus de Jaboticabal
Na indústria de produção de ovos, a nutrição das aves possui um 
papel fundamental, já que a ração representa a maior parte do custo de 
produção de frangas de reposição e das aves em postura. Nesse contexto, os 
aminoácidos essenciais recebem uma atenção especial, pois devido a ausência 
de síntese ou produção endógena insuficiente, devem ser fornecidos via dieta 
para o completo atendimento das necessidades das aves. Vale ressaltar que os 
níveis de exigência de alguns aminoácidos essenciais como isoleucina, leucina, 
histidina e fenilalanina são geralmente atendidos em dietas à base de milho e 
soja, comumente utilizadas no Brasil. Entretanto, pode existir a necessidade de 
suplementação de aminoácidos cristalinos como a lisina, metionina, treonina, 
triptofano e valina.
A exigência de aminoácidos está relacionada ao potencial genético 
da ave, ou seja, aves de alto rendimento necessitam de uma maior quantidade 
de aminoácidos para expressar seu potencial genético. Em aves de postura, 
os aminoácidos são utilizados para mantença, crescimento e/ou produção de 
ovos, e por esse motivo, aquelas em pico de produção necessitam de maiores 
quantidades de aminoácidos para atender as suas necessidades em comparação 
com aves de mesmo peso e idade, mas que apresentam menor produção de ovos.
Na prática, nutricionistas formulam as rações utilizando como 
referência tabelas de exigências nutricionais, manuais da linhagem e o 
40 Matheus de Paula Reis, Bernardo Rocha Franco Nogueira, Rafael Massami Suzuki,
Mirella Cunha Melaré, Bruno Balbino Leme, Nilva Kazue Sakomura
know how das empresas de nutrição. Utilizando os valores de exigências 
disponíveis é possível formular rações de acordo com a necessidade 
da granja, seja ela o custo mínimo, a disponibilidade de ingredientes 
específicos da região, ou outros objetivos específicos. 
Entretanto, destaca-se a importância de estimar a resposta 
das aves alimentadas com diferentes níveis nutricionais, o que permite 
predizer o impacto da ração no desempenho das aves e o retorno 
econômico da atividade em diferentes cenários de nutrição. Com este 
intuito, diversos estudos foram conduzidos no laboratório de avicultura 
da UNESP – Jaboticabal (LAVINESP), para elaborar modelos de predição 
do crescimento, produção de ovos e das exigências nutricionais de aves 
de postura. As pesquisas foram conduzidas para quantificar e modelar a 
exigência nutricional das aves, permitindo predições de valores nutricionais 
para os aminoácidos essenciais, levando em consideração o potencial 
genético do animal e fatores relacionados ao ambiente e a dieta. Neste 
material, o objetivo principal é apresentar as ferramentas de modelagem da 
exigência dos aminoácidos desenvolvidas na UNESP e como estas podem 
ser aplicadas para auxiliar os profissionais do seguimento de produção de 
ovos na tomada de decisão.
AVALIAÇÃO DA EXIGÊNCIA DOS AMINOÁCIDOS
PARA A MANTENÇA
O estado de mantença pode ser definido quando o consumo de 
nitrogênio é igual ao total perdido pelo animal (BONATO et al., 2011). 
Entretanto, a quantificação da exigência de mantença para aves em 
crescimento deve ser feito com cautela devido à dificuldade de se determinar 
com exatidão o destino metabólico dos aminoácidos (REIS et al., 2018), 
que pode ser refletido nas exigências para mantença ou crescimento. Por 
esse motivo, os estudos para determinação da exigência de mantença para 
aves conduzidos na UNESP utilizaram galos, assumindo que em condições 
ideais o consumo de aminoácidos dessas aves está associado apenas com a 
exigência de mantença (BONATO et al., 2011).
A exigência de mantença pode ser expressa em diferentes unidades, 
sendo as mais comuns expressas em mg de aminoácido por kg de peso 
corporal e mg de aminoácido por kg de peso metabólico (kg0,75). Segundo 
Emmans e Fisher (1989), os aminoácidos destinados para a mantença da ave 
são utilizados principalmente para compor a proteína corporal, portanto, a 
exigência de aminoácidos para a mantença também pode ser expressa emmg por kg de peso metabólico proteico à maturidade (BPm0,73), levando em 
consideração o grau de maturidade do animal (u), estimado pela relação 
entre o peso proteico atual e o peso proteico à maturidade (Pt/Pm).
Atualização das exigências nutricionais para aves de postura no Brasil 41
Para avaliar o balanço de nitrogênio e quantificar a exigência de 
mantença dos aminoácidos, foram conduzidos sete estudos no LAVINESP. 
Por meio da técnica de alimentação precisa (SAKOMURA; ROSTAGNO, 
2016), foram determinadas as exigências para mantença dos aminoácidos 
lisina, metionina + cistina, treonina, triptofano, valina, isoleucina e leucina. 
Os valores obtidos estão apresentados na tabela 1.
Tabela 1. Exigência de mantença estimada para os aminoácidos digestíveis lisina, metionina + 
cistina, treonina, triptofano, valina, isoleucina e leucina expresso em diferentes unidades
Fonte: Bonato et al. (2011), Siqueira et al. (2013), de Lima et al. (2016) e Melaré et al. (2019).
DETERMINAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE
UTILIZAÇÃO DE AMINOÁCIDOS DIGESTÍVEIS
Durante a incorporação dos aminoácidos na proteína corporal 
e no ovo, ocorrem perdas decorrentes dos processos metabólicos, o que 
deve ser contabilizado nos modelos de predição da exigência nutricional. 
Dessa forma, recomenda-se avaliar a eficiência na qual cada aminoácido 
é depositado no corpo e no ovo (SAKOMURA; ROSTAGNO, 2016). 
A estimativa dos valores de eficiência de utilização pode variar entre 
os aminoácidos e deve ser considerada nos modelos de crescimento e 
produção de ovos.
Para estimar a eficiência de utilização dos diferentes aminoácidos 
essenciais, foram conduzidos estudos de dose reposta utilizando aves 
em crescimento recebendo níveis crescentes dos aminoácidos estudados 
(ARAÚJO et al., 2012; BONATO et al., 2011; SILVA et al., 2015). Por 
meio da relação linear entre o aminoácido depositado no corpo (mg/
dia) e o consumo de aminoácido digestível (mg/dia), foi estimada a 
eficiência de utilização, conforme demonstrado na figura 1. Os valores 
estimados foram: 0,77 para lisina, 0,71 para metionina + cistina e 0,86 
para treonina.
42 Matheus de Paula Reis, Bernardo Rocha Franco Nogueira, Rafael Massami Suzuki,
Mirella Cunha Melaré, Bruno Balbino Leme, Nilva Kazue Sakomura
Figura 1. Regressão linear da deposição de lisina no corpo em função do consumo de lisina digestível 
consumida, obtido em estudo de dose resposta com frangos de corte (SIQUEIRA et al., 2011)
ESTIMATIVA DA EXIGÊNCIA DE AMINOÁCIDOS
PARA AVES EM CRESCIMENTO
Devido ao estado fisiológico, a exigência de aminoácidos para 
aves em crescimento é estimada por meio da soma das necessidades para 
atender a mantença e o crescimento da ave. Portanto, o modelo fatorial 
descrito por Martin et al. (1994) foi utilizado para predizer a necessidade 
diária de aminoácidos e os parâmetros do modelo foram atualizados em 
estudos conduzidos na UNESP (SILVA et al., 2012; ALVES et al., 2019). É 
importante ressaltar que existem diferenças na proporção dos aminoácidos 
que compõe a proteína das penas e do corpo da ave e, portanto, para estimar 
o consumo de aminoácidos foi levado em consideração a deposição de 
proteína em cada uma das partes citadas.
 O modelo fatorial é apresentado na equação abaixo:
Em que AA é o consumo de aminoácido (mg/dia), AAm é a 
exigência do aminoácido para mantença, u é o grau de maturidade da ave 
definido pela relação entre peso proteico corporal atual e o peso proteico 
corporal à maturidade, QP é a queda de penas (g/dia), PP é o peso proteico 
da pena, AAp é a proporção do aminoácido na proteína da pena, PCd é a 
deposição de proteína no corpo (g/dia), AAc é a proporção do aminoácido 
na proteína do corpo, k é a eficiência de utilização do aminoácido e PPd é 
a deposição de proteína nas penas (g/dia).
Para a utilização do modelo fatorial apresentado, é necessário 
predizer o crescimento da ave e definir os coeficientes de deposição de 
proteína no corpo e nas penas. Em estudos conduzidos na UNESP (ALVES 
et al., 2019; SILVA et al., 2015), foram avaliados o crescimento de frangas 
Atualização das exigências nutricionais para aves de postura no Brasil 43
de postura e a composição corporal das mesmas ao longo do tempo. A 
equação de Gompertz foi utilizada para predizer o peso proteico diário e a 
deposição de proteína no corpo livre de penas e nas penas, possibilitando a 
utilização do modelo fatorial descrito.
 Uma particularidade das aves de postura que deve ser levada em 
consideração é o crescimento dos órgãos reprodutivos, pois de acordo com 
BENDEZU et al. (2018), ganhos no peso do ovário e oviduto ocorrem a 
partir de 16 semanas de idade das aves, representando aumento significativo 
na exigência de aminoácidos para o crescimento, que persiste até o início 
da fase produtiva, conforme demonstrado na tabela 2.
Tabela 2. Pesos dos órgãos reprodutivos de frangas de postura em crescimento determinados 
em diferentes idades
Fonte: BENDEZU et al. (2018)
O modelo fatorial foi ajustado para predizer a exigência de 
aminoácidos das aves a partir de 16 semanas de idade, contabilizando o 
crescimento do aparelho reprodutivo, de acordo com a equação apresentada 
abaixo.
Em que POvad é a deposição de proteína no ovário (g/dia), AAova 
é a proporção do aminoácido na proteína do ovário, POvid é a deposição de 
proteína no oviduto (g/dia), AAovi é a proporção do aminoácido na proteína 
do oviduto.
ESTIMATIVA DA EXIGÊNCIA DE AMINOÁCIDOS
PARA AVES EM POSTURA
Com a maturação do aparelho reprodutivo e o início da postura, a ave 
reduz drasticamente a deposição de proteína para o crescimento (JOHNSTON 
e GOUS, 2006), priorizando a deposição de aminoácidos no ovo e a mantença. 
44 Matheus de Paula Reis, Bernardo Rocha Franco Nogueira, Rafael Massami Suzuki,
Mirella Cunha Melaré, Bruno Balbino Leme, Nilva Kazue Sakomura
Portanto, para estimar a exigência de aminoácidos para aves em postura foi 
utilizado o modelo de Reading, que é um modelo fatorial pois particiona a 
necessidade de aminoácidos para atender a mantença e produção de ovos.
Em que AA é a exigência de aminoácidos (mg/dia), MO é a massa 
de ovos (g/dia), PC é o peso corporal (kg), a e b são as quantidades de 
aminoácido necessárias para atender uma unidade de massa de ovo e uma 
unidade de peso corporal, respectivamente.
Conforme apresentado, o modelo fatorial é simples e possibilita 
estimar a exigência dos aminoácidos considerando o que de fato ocorre 
durante o ciclo produtivo das aves, com base em possíveis variações no peso 
corporal e na massa de ovos. Essas variáveis de desempenho são facilmente 
encontradas nos manuais das linhagens e podem ser utilizadas para realizar 
simulações e predizer a exigência média de um lote de acordo com a 
produção de ovos e o estado atual das aves.
O modelo de Reading também leva em consideração a variabilidade 
entre os indivíduos, o que permite estimar valores para atender porcentagens 
específicas da população. Portanto, são adicionados ao modelo fatorial, os 
desvios para peso vivo (σPC) e para a máxima massa de ovos (σMOmax).
Em que Z representa a quantidade extra de aminoácido que deve 
ser suplementada para atender uma população específica de aves.
Substituindo o Z por fatores econômicos é possível predizer o nível 
do aminoácido necessário para maximizar o lucro da atividade. Portanto, 
utiliza-se a viabilidade econômica do aumento do aminoácido na dieta (c/r), 
calculado pela relação entre o custo marginal do nutriente aminoácido (c) 
com o aumento obtido na receita ao aumentar uma unidade do aminoácido 
(r). Vale ressaltar que o modelo é aplicado separadamente para cada 
aminoácido, portanto, uma alternativa viável é a formulação de rações com 
a proteína bruta balanceada, ou seja, manter a relação entre os aminoácidos 
essenciais constantes.
Com o intuito de determinar a relação ideal entre os aminoácidos 
essenciais, um estudo foi conduzido na UNESP utilizando o método da 
deleção para aves de postura (SOARES et al., 2019), conforme apresentadona tabela 3.
Atualização das exigências nutricionais para aves de postura no Brasil 45
Tabela 3. Relação ideal entre os aminoácidos para aves de postura leve
Fonte: SOARES et al. (2019)
FERRAMENTA PARA ESTIMAR A EXIGÊNCIA DE AMINOÁCIDOS 
E ELABORAÇÃO DE PROGRAMAS NUTRICIONAIS
Baseado nos conceitos apresentados e em estudos realizados 
na UNESP, foi desenvolvido um aplicativo com o objetivo de auxiliar os 
nutricionistas na tomada de decisão. O mesmo permite fazer simulações para 
predizer a exigência dos aminoácidos essenciais para frangas de reposição 
e galinhas poedeiras, levando em consideração o potencial de crescimento 
e produção de ovos. O modelo estima o consumo diário dos aminoácidos, 
o que possibilita a elaboração de programas nutricionais de acordo com os 
objetivos da granja.
Aplicação dos modelos para aves em crescimento
O modelo fatorial proposto possui a vantagem de ser dinâmico, 
possibilitando aos nutricionistas a elaboração de programas nutricionais 
mais adequados a cada granja. Uma demonstração dos valores estimados 
para cada aminoácido está apresentada na tabela 4.
Aplicação dos modelos para estimar a exigência de
aminoácidos para aves em postura
Considerando os dados de entrada do modelo, foi estimada a 
quantidade de lisina digestível, conforme demonstrado na tabela 5. A 
quantidade de lisina digestível para atender as necessidades da ave varia 
de acordo com o peso vivo e a produção de ovos, entretanto, é importante 
notar que o nível de inclusão do aminoácido na ração varia de acordo com o 
consumo de ração.
46 Matheus de Paula Reis, Bernardo Rocha Franco Nogueira, Rafael Massami Suzuki,
Mirella Cunha Melaré, Bruno Balbino Leme, Nilva Kazue Sakomura
Tabela 4. Predição dos aminoácidos essenciais para frangas de reposição determinados de 
acordo com modelo fatorial e coeficientes determinados na UNESP*
Tabela 5. Entrada de dados para o modelo de Reading e exigência de lisina estimada para aves 
de postura leve
Tabela 6. Nível de lisina digestível estimado de acordo com o aumento no preço das fontes de 
lisina utilizando o modelo de Reading
*Coeficientes determinados no estudo de SILVA et al. (2015) e ALVES et al. (2019)
Alterando o cenário econômico é possível fazer simulações que 
podem ser utilizadas na tomada de decisão, portanto, três simulações foram 
feitas alterando o valor dos ingredientes da dieta e mantendo inalterados todos os 
dados de entrada apresentados na tabela 5. No cenário controle, o custo marginal 
da lisina foi calculado com base no preço da ração formulada com milho (R$ 
0,58/kg), farelo de soja (R$ 1,09/kg) e L-Lisina (R$ 10,00/kg) como únicas 
fontes do aminoácido lisina e o preço de venda do ovo produzido foi de R$ 65,00 
/ 30 dúzias. Em seguida, o custo marginal da lisina foi recalculado levando em 
consideração dois cenários econômicos distintos, aumento e redução no preço 
das fontes de lisina da ração em 80% comparados ao controle (Tabela 6).
Atualização das exigências nutricionais para aves de postura no Brasil 47
REFERÊNCIAS
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components of egg-laying pullets. Livestock Science, v. 220, p. 221–229, 
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ARAÚJO, J. A.; SAKOMURA, N. K. Modelagem das exigências de lisina 
para aves de postura em crescimento. 2012. 92 f. Universidade Estadual 
Paulista Júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Ciências Agrárias e 
Veterinárias de Jaboticabal, Jaboticabal, 2012. Disponível em: <http://
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BENDEZU, H. C. P. et al. Estimation of desired feed intake for growth and 
reproductive organ development in pre-laying hens. Animal Production 
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BONATO, M. A. et al. Maintenance requirements for methionine and 
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Science, v. 41, n. 3, p. 209–222, 2011. Disponível em: <http://www.
sasas.co.za/sites/sasas.co.za/files/BonatoM41Issue3.pdf>.
DE LIMA, M. B. et al. Maintenance valine, isoleucine, and tryptophan 
requirements for poultry. Poultry Science, v. 95, n. 4, p. 842–850, 2016.
JOHNSTON, S. A.; GOUS, R. M. Modelling egg production in laying hens. 
In: R. M. GOUS, T. R. M. AND C. F. (Org.). Mechanistic modelling 
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MARTIN, P. A.; BRADFORD, G. D.; GOUS, R. M. A formal method 
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pullets during their growing period. British Poultry Science, v. 35, n. 
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REIS, M. D. P. et al. Partitioning the efficiency of utilization of amino 
acids in growing broilers: Multiple linear regression and multivariate 
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Disponível em: <http://dx.plos.org/10.1371/journal.pone.0208488>. 
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em nutrição de monogástricos. 2d. ed. [S.l.]: Funep Jaboticabal, 2016. 
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SIQUEIRA, J. C. et al. Diet formulation techniques and lysine requirements 
of 1- to 22-day-old broilers. Revista Brasileira de Ciência Avícola, v. 
48 Matheus de Paula Reis, Bernardo Rocha Franco Nogueira, Rafael Massami Suzuki,
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SOARES, L. et al. Optimal in‐feed amino acid ratio for laying hens based on 
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v. 103, n. 1, p. 170–181, 26 jan. 2019. Disponível em: <https://
onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1111/jpn.13021>. Acesso em: 5 
ago. 2019.
49
POTENCIALIZANDO 
AS DEFESAS 
ANTIOXIDANTES 
EM POEDEIRAS 
COMERCIAIS: IMPACTO 
NA QUALIDADE DE 
OVOS, NO STATUS 
IMUNOLÓGICO E NA 
PRODUTIVIDADE
José Guilherme Gonçalves
Adisseo Animal Nutrition
Para acompanhar as demandas de um mercado cada vez mais 
exigente em custo e qualidade, continuamente produtores de ovos estão em 
busca de maior eficiência, buscando alternativas e soluções para maximizar a 
postura e o desempenho animal. 
Nossos modelos atuais de produção, nutrição e sanidade precisam 
estar ajustados com os desafios produtivos aos quais os animais estão 
submetidos. Segundo Surai, P. (1), os tipos de estresses podem ser divididos em 
quatro fatores: tecnológico, ambiental, nutricional e imunológico. Em níveis 
celulares, esses fatores resultam em estresse oxidativo, caracterizado por um 
desbalanço entre produção de radicais livres e a capacidade do metabolismo 
antioxidante em reduzir essas moléculas. 
Os radicais livres são formados, em sua maioria, dentro das 
mitocôndrias, durante a respiração celular. Essas moléculas se caracterizam 
por apresentarem elétrons desemparelhados e por isso, são altamente reativos, 
podendo causar danos em diversas células dos animais, reagindo com 
proteínas, DNA e membranas. Tais compostos também apresentam funções 
50 José Guilherme Gonçalves 
biológicas, sendo que a mais conhecida é seu uso na resposta imunológica. 
Neutrófilos e macrófagos usam o chamado “bombardeio de radicais livres” 
para combater a infiltração de agente infeccioso(2). 
Ao avaliarmos as condições de produção atual, podemos concluir 
que diversos são os momentos em que os animais estão expostos aos fatores 
estressores mencionados. Sabemos que quanto maior o desafio enfrentado pelos 
animais, maior será a produção de radicais livres e, caso o animal não possua 
defesas antioxidantes à altura, suaeficiência produtiva é perdida, podendo 
impactar diretamente na produção de ovos e na qualidade do ovo produzido. 
Diversas moléculas apresentam funções já conhecidas no sistema 
antioxidante, dentre elas, as mais conhecidas são a Vitamina E, Vitamina C e 
selênio. Esses compostos atuam em diversos mecanismos e na formação de 
diversos sistemas enzimáticos, que atuarão na redução dos radicais livres. Dentre 
esses sistemas, enzimas seleno-dependentes, conhecidas como selenoproteínas, 
se destacam, pois potencializam outros ciclos antioxidantes, seja pelo 
reaproveitamento das Vitamina E e C, da glutationa, seja por atuar diretamente 
na captação de radicais livres evitando assim a oxidação de proteínas e lipídios.
SOBRE O SELÊNIO
O selênio é um mineral pertencente à família VIA da tabela periódica 
(calcogênios), mesma família onde estão localizados o oxigênio e o enxofre. 
Dessa forma, o selênio apresenta características semelhantes a esses elementos, 
porém possui maior massa atômica, assim maior capacidade em trocar elétrons. 
Por isso, o selênio é um elemento altamente reativo quando encontrado em 
formas livres, apresentando alta toxicidade aos animais e plantas.
No solo, o Se é encontrado em formas inorgânicas (sais livres), 
principalmente como selenito de sódio. Esses sais tóxicos são absorvidos pelo 
sistema radicular das plantas e como não possuem mecanismos de excreção, 
ele é metabolizado em uma forma orgânica e altamente estável, conhecida 
como selenometionina (SeMet). Essa SeMet é formada quando uma molécula 
de metionina tem seu átomo de enxofre substituído por um átomo de selênio. 
Figura1. Comparação da estrutura química entre metionina e selenometionina
Impacto na qualidade de ovos, no status imunológico e na produtividade 51
A SeMet é a única forma de Se estável e que pode ser armazenada 
em organismos vegetais e animais. Devido à sua semelhança química à 
metionina, pode substitui-la em proteínas diversas, formando assim uma 
reserva de selênio.
Nos animais, além de possivelmente armazenada, a SeMet pode 
seguir uma via de metabolização e gerar uma selenocisteína (SeCys), que 
é utilizada em sítios ativos das selenoproteínas. Diferentemente da SeMet, 
a SeCys é altamente reativa, não sendo desejável na forma livre e por isso, 
essa conversão só acontece dentro de uma enzima antioxidante.
O selênio é conhecido por ser um mineral que participa, através 
das selenoproteínas, em diversos processos biológicos(3). O Se apresenta 
papeis de destaque no desenvolvimento embrionário(4), imunidade e 
reprodução(5) (6), além de ser conhecido como um antioxidante natural(7). 
Em aves domésticas, já foram evidenciadas 26 selenoproteínas e, 
ao menos, metade delas possui papel importante na proteção antioxidante do 
organismo.
SOBRE AS FONTES DE SELÊNIO
Podemos classificar as fontes de Selênio em três tipos. O primeiro 
tipo, seriam as fontes de Selênio inorgânico, como o selenato e selenito 
de sódio, sendo o selenito de sódio o mais utilizado. O segundo tipo seria 
composto pelas leveduras enriquecidas com Selênio. E por fim, um terceiro 
tipo, que são as Selenometioninas industriais, como a Seleno-Hidroxi-
Metionina (Se-OH-Met) e a L-Selenometionina de Zinco(Se-L-Met Zn). 
Sendo esses dois últimos tipos, classificados como orgânicos. Porém suas 
formas de utilização e valores biológico bastantes distintos.
As fontes inorgânicas vêm sendo utilizadas na suplementação 
animal há diversos anos. Apesar de fornecerem um baixo custo de inclusão, 
são fontes que suprem o mínimo para síntese das selenoproteínas. Quando 
os animais são suplementados com produtos deste grupo, após a absorção, as 
formas de selênio são rapidamente transformadas em uma forma altamente 
tóxica, reativa e precursora da excreção, seleneto de hidrogênio (H2Se), 
possibilitando uma pequena produção de SeCys. Devido à alta toxicidade, o 
H2Se deve ser excretado rapidamente e por isso, sua utilização para síntese 
de SeCys é bastante ineficiente e pouco duradoura. Como não pode ser 
armazenado, sua taxa de retenção é tida como muito baixa. 
Nos animais, a Selenometionina armazenada nas proteínas corporais 
serve como reserva de Selênio, estando disponível para a transformação de 
SeMet muscular para SeCys enzimática.
Logo, as fontes de selênio orgânico têm sua taxa de retenção e consequente 
valor biológico diretamente relacionados com seu conteúdo de SeMet.
52 José Guilherme Gonçalves 
Figura 2. Conteúdo de selenometionina de várias seleno-leveduras (SY) de diferentes fabricantes 
e diferentes lotes de produção, comparadas a produto à base de Se-OH-Met. Colunas com cores 
diferentes mostram fabricantes diferentes, colunas de mesma cor representam lotes diferentes 
de um mesmo produto. Adaptado de Geraert, et al. 2015(8)
SUPLEMENTAÇÃO DE SELÊNIO ORGÂNICO EM 
POEDEIRAS COMERCIAIS
Alguns trabalhos publicados recentemente, visam confirmar 
o benefício da implementação de fontes de selênio orgânico quando 
comparadas às fontes inorgânicas. 
Pode se dividir os benefícios da utilização do Selênio orgânico em 
duas áreas: Produtividade e Qualidade de Ovos.
Cavalcante, et. al.(9) obtiveram resultados de 1600 animais 
suplementados com diferentes fontes de selênio. Os autores avaliaram não 
apenas os parâmetros produtivos, mas também analisaram a histologia do 
oviduto. Dentre os parâmetros produtivos, os autores concluíram que os 
animais suplementados com selênio orgânico apresentaram diferenças 
relacionadas à qualidade dos ovos – altura de albumen, espessura de 
casca, unidade Haugh e pigmentação da gema. Além disso, verificaram 
que morfologia do oviduto destes grupos era distinta, sendo que as aves 
alimentadas com fonte orgânica apresentaram maior dilatação das glândulas 
e melhor preservação e uniformidade do epitélio ciliar.
Outros autores também evidenciaram os benefícios da 
suplementação de selênio para galinhas poedeiras. Pan et al.(10) concluíram 
que animais alimentados com fontes orgânicas de selênio podem ter 
parâmetros produtivos positivamente afetados, dentre eles, destacam-se: 
produção de ovos por ave, peso do ovo, conversão alimentar, consistência da 
clara e coloração da gema.
Além disso, o selênio pode influenciar positivamente o conteúdo 
nutricional dos ovos. Tufareli, et al.(11) mostraram que galinhas suplementadas 
com Se-OH-Met produziram ovos com maior conteúdo de ácidos graxos 
poli-insaturados (PUFA) e vitamina E.
Impacto na qualidade de ovos, no status imunológico e na produtividade 53
Figura 3. Efeito da suplementação de diferentes fontes de selênio em poedeiras comerciais 
durante 20 semanas. 
*Médias seguidas por asterisco (*) representam diferenças significativas (P<0,05) 
Em trabalho recente apresentado durante o congresso da Poultry 
Science Association 2018, Brito et al., confirmou os efeitos positivos da 
suplementação de Se-OH-MET para galinhas poedeiras. Quando comparado às 
aves alimentadas com fontes inorgânicas, animais que receberam Se-OH-Met 
apresentaram maior produção de ovos, peso dos ovos e massa de ovos(12). Além 
disso, seus ovos possuíam maior resistência de quebra e espessura de casca(13).
QUALIDADE DA CASCA
A casca desempenha um papel crucial na proteção do conteúdo do 
ovo em relação ao ambiente microbiano e físico, e no que diz respeito ao 
controle da troca de água e gases. Sua qualidade relaciona-se com fatores 
facilmente observados, tais como integridade, rigidez, formato e coloração. 
Apresentar melhor qualidade está diretamente relacionada ao aumento da 
espessura e sua resistência à ruptura, capazes de reduzir o número de ovos 
quebrados e aumentar a quantidade de ovos comercializáveis. 
FRESCOR
As unidades Haugh (UH) são indicativas da qualidade do albúmen 
(frescor), ao correlacionar o peso do ovo com a altura da clara espessa. Sabe-se 
que com o avanço da idade das aves e maior tempo de armazenamento dos 
ovos, há diminuição dos valores de unidades Haugh. Em um estudo de campo, 
recentemente realizado na Espanha, galinhas foram

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