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Texto Filme Nell

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CONSIDERAÇÕES SOBRE CONCEITOS BÁSICOS DE APRENDIZAGEM SOB 
UMA ANÁLISE DO FILME NELL 
 
OBJETIVO DA ATIVIDADE 
 
 O objetivo dessa atividade é fazer uma análise comparativa sobre alguns conceitos básicos 
de aprendizagem a partir de um caso fictício apresentado no filme “Nell”, observando também 
a importância dos estudos sobre a aquisição de conhecimento e como podem influenciar na 
perspectiva sobre a autonomia do indivíduo. 
 
 
 
ANÁLISE DO FILME 
 
O filme Nell, produzido em 1994, sob a direção de Michael Apted, conta uma história 
fictícia sobre uma jovem mulher adulta, na faixa dos seus 30 anos, cujo nome dá o título ao 
filme e que foi criada por sua mãe, senhora de hábitos eremíticos, longe do convívio social 
comum. 
 
Fatidicamente a mãe de Nell, morre, deixando a filha aparentemente sozinha. E é nesse 
momento que surge o Dr. Jerry Lovell, que ao acompanhar as autoridades responsáveis pelo 
caso, acaba encontrando a jovem solitária, que por sua vez, reage ao encontro apresentando 
alguns comportamentos de aspectos selvagens e agressivos, levando ao médico suspeitar que 
se tratava de uma pessoa com problemas mentais. 
 
Intrigado e comovido por todo histórico que envolveu o desenvolvimento isolado de Nell, 
Dr. Jerry procura a ajuda da psicóloga Drª Paula Olsen, para juntos decidirem qual seria a 
intervenção adequada a se realizar a respeito da qualidade de vida de Nell, que foi criada fora 
do âmbito social comum durante toda a sua existência. 
 
 Ambos começaram a observar, em campo, os hábitos da jovem, e através disso criaram 
diversas hipóteses. Jerry, por exemplo, passa a defender o estilo de vida de Nell, acreditando 
em sua autonomia, capacidade de viver sozinha na floresta, sendo um ambiente ao qual ela já 
está adaptada. E de fato, analisando o conteúdo exposto no filme, somos levados a crer que Nell 
apresenta grande domínio de conhecimento sobre a região onde vive, mesmo longe da 
“civilização” ela aprendeu a lidar com o ambiente onde foi criada interagindo com ele e se 
comunicando com a natureza de forma simples, através das suas próprias percepções. Ela, por 
exemplo, imitava o movimento das árvores quando se referia a elas, demonstrando que sua 
relação com o ambiente se deu por meio de aprendizados incondicionados de ação e reação e 
suas percepções de bom ou ruim através disso. Então parte dos valores de Nell, eram muito 
relacionadas as sensações que ela tinha em relação as coisas e a outra parte de seus valores 
vieram de sua mãe, que mesmo levando uma vida de eremita, ensinou alguns princípios 
religiosos para sua filha, por esse motivo Nell sentia-se mal quando sua bíblia não estava em 
seu devido lugar. A linguagem falada de Nell, também surgiu a partir da observação e interação 
com sua mãe, pois a eremita possuía dificuldades na fala por conta de um AVC que sofreu há 
algum tempo, assim a moça assimilou esse comportamento como sendo o mais adequado a sua 
realidade. Outro ponto interessante e observado pelos pesquisadores era a relação dela com a 
morte, não parecia ser um fato pesado e doloroso, ela não ficou confusa quando sua mãe morreu 
e no desenvolver da trama fica claro que Nell tinha uma irmã gêmea, ao qual lembrava com 
2 
 
muita saudade, mas não com sofrimento, essa atitude dava a impressão de maturidade e 
percepção consciente da realidade. 
 
 A Drª Paula pensava que talvez o melhor seria internar Nell em um ambiente seguro onde 
seu caso seria analisado com cuidado, pois ela ainda estava um pouco insegura em relação as 
habilidades de adaptação e sobrevivência da jovem, por isso chegou a levar o caso a júri, onde 
deveria ser provada a capacidade de autonomia de Nell. No entanto, conforme a doutora foi 
convivendo com seu, até então, objeto de estudo, foi percebendo que ali havia uma mulher, uma 
amiga, uma pessoa muito interessante e com uma percepção diferente do mundo. Paula testava 
a capacidade cognitiva de Nell, em alguns momentos ensinando informações novas como 
educação sexual, por exemplo, e observava que ela aprendia rápido e ainda conseguia formular 
indagações coerentes sobre o assunto. Todas essas constatações fizeram com que a Drª Olsen, 
mudasse suas visões iniciais sobre Nell, confirmando o quanto é importante a análise criteriosa 
e observação dos casos por parte dos psicólogos antes de qualquer veredicto final. 
 
 No decorrer do filme os especialistas decidem apresentar a Nell alguns lugares da cidade. 
Foi uma atitude muito interessante pois constataram que a jovem não sabia ao certo alguns 
costumes de convenção social, e em alguns momentos, usou a sua inteligência lógica para se 
adaptar as situações, mesmo sem entender direito o que estava acontecendo, através da 
imitação, copiou a fala de uma mulher no carro ao lado, dentro do mercado acompanhou o 
movimento de pegar mercadorias e jogar no carrinho e ainda imitou um homem quando 
levantou a camisa e começou a rodopiar o corpo dentro de um bar. 
 
Nell chama atenção da “civilização”, que passa a tratá-la como: “A mulher selvagem”, 
sua história dramática vira uma atração midiática e logo a imprensa vai ao seu encontro, 
primeiro através de um paparazzi e depois enviando um helicóptero. Nell assusta-se com o flash 
da câmera do fotógrafo e com o barulho das hélices e motor do helicóptero, ela não está 
condicionada a esses estímulos ainda, tudo para ela é novo, então fica eufórica, como resposta 
natural de um comportamento incondicionado. Nesse momento Jerry e Paula, que passam a 
concordar que Nell, vive muito bem na floresta, decidem levá-la a uma clinica, simplesmente 
por considerarem ser mais seguro, longe do assédio da mídia. Porém, na clínica, Nell não se 
comporta como o esperado, ela ainda não conhece aquele ambiente e é tratada como um rato 
de laboratório, recebe drogas para acalmar-se e naquele ambiente ameaçador, sucumbe a uma 
forte depressão cortando totalmente relação com o mundo exterior. 
 
O final do filme é surpreendente. No dia do julgamento de seu caso, mesmo deprimida e 
aparentemente apática, Nell não deixou que somente as outras pessoas respondessem por ela, 
então se posicionou e impressionou a todos presentes no tribunal com seu discurso esclarecedor 
e consciente, o Dr. Jerry, auxiliou na interpretação. Nell provou que tem escolha, ela entende 
que seus familiares morreram e agora ela está sozinha, ela não deseja que ninguém se preocupe 
com ela, pois sabe se cuidar, entende que existe uma sociedade enorme além da floresta, mas 
ela não tem desejo de conviver entre pessoas que não se olham nos olhos. Assim ela afirma seus 
valores e preferências por uma vida simples e sincera e suas capacidades de autonomia para 
viver sozinha. 
 
Nell conseguiu provar sua sanidade e autonomia, passou a viver sozinha e a receber 
amigos sinceros em sua residência, onde ela aprendia cada vez mais e também comovia outros 
quando, através de suas atitudes, ensinava-os a viver de forma essencial. 
 
 
3 
 
 
Exemplos de comportamento apresentado por Nell 
Aprendizagem 
associativa por 
condicionamento 
clássico 
 
➢ Nell assustava-se com sons e barulhos altos, isso fica 
evidente quando Jerry coloca uma música para ela ouvir 
enquanto está nadando. Tudo o que é associado a sons altos 
é identificado como coisa ruim, através do condicionamento 
clássico. Uma cena onde isso fica mais evidente é quando 
chega um helicóptero, fazendo o maior barulho, além do 
susto, o barulho dos motores faz com que ela perceba que 
aquilo não é algo bom. 
 
➢ Durante 30 anos, Nell viveu isolada e como 
consequência desenvolveu respostas aos estímulos sem 
qualquer referência, apenas a sua própria condição inserida 
no coração da floresta. Sua única referência foi baseada na 
experiência do convívio com sua mãe, que por te sido 
acometida de um AVC que deixou grave sequela na fala, 
apenas balbuciava sons muito restritos o que foi assimilado 
por Nell,sendo desenvolvido nela a imagem do ser humano 
e por condicionamento se promoveu suas limitações. 
Nell desenvolvia linguagem própria através da mímica e 
assim sobrevive na florestas. 
Quando quebrou o isolamento e passou a interagir com 
outras pessoas, ela aprende a se socializar e falar. 
 
Aprendizagem 
associativa por 
condicionamento 
operante 
 
➢ Dr. Lovell usou como estímulo para mudar o comportamento 
de Nell, um pacote de pipoca. Ele queria fazer ela sair de casa 
durante o dia, então oferece pipoca para ela, e ela gosta e aos 
poucos o Dr. usa esse atrativo para atrair Nell para fora 
durante o dia com a finalidade de fazê-la perder o medo do 
ambiente. Ela vai saindo aos poucos sendo estimulada tendo 
como recompensa o pacote de pipoca. E aos poucos cria o 
habito de sair, adquirindo outros estímulos e prazeres além do 
pacote de pipoca. 
 
4 
 
Aprendizagem por 
observação 
 
➢ Nell apresenta comportamento de aprendizagem por 
observação na cena do mercado, quando observou a Drª Paula 
colocando os alimentos no carrinho e logo depois repetiu o 
movimento pegando tudo o que era do seu interesse. 
 
➢ Imitou o motoqueiro no bar ao levantar a camiseta. 
 
➢ Imitava a fala de sua mãe e o movimento de elementos da 
natureza como forma de linguagem corporal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS: 
Filme Nell. Direção: Micahel Apited. Produção: Renee Missel e Jodie Foster. FoxVídeo1 
1994.

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