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Relatório 3 - RESILIÊNCIA - FILME CRIANÇAS INVISÍVEIS

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS
 CENTRO DE CIÊNCIAS DA VIDA
FACULDADE DE PSICOLOGIA
 
 
 
 
AMÉLIA MARIA VIEIRA PALMA
EDUARDO DOMINGOS SILVEIRA GREGORIN 
LEANDRO PUGLIESI GARUTTI
LIDIANE DOS SANTOS SOUZA 
NATÁLIA BULGARELLI ALMEIDA
THAIS HOFFMANN STUMP
 
 
RESILIÊNCIA - FILME “CRIANÇAS INVISÍVEIS”
 CAMPINAS
 2020
AMÉLIA MARIA VIEIRA PALMA
EDUARDO DOMINGOS SILVEIRA GREGORIN 
LEANDRO PUGLIESI GARUTTI 
LIDIANE DOS SANTOS SOUZA
NATÁLIA BULGARELLI ALMEIDA
THAIS HOFFMANN STUMP
 
 
 
 
 RESILIÊNCIA - FILME “CRIANÇAS INVISÍVEIS”
 
O presente trabalho é apresentado à disciplina de Desenvolvimento Infantil I, do Centro de Ciências da Vida, como parte das atividades exigidas para aprovação, sob a orientação da Profa. Ma. Sônia Regina Blasi Cruz.
 
 
 
 
 
 
 
 PUC-CAMPINAS
 2020
1º) Defina: fatores de risco, fatores de proteção, vulnerabilidade e resiliência.
 	Fatores de risco, como o próprio nome já diz, são aqueles que podem incorrer risco nas condições biopsicossociais das pessoas. A existência de um fator de risco, no entanto, não é predizente de que o indivíduo necessariamente passará por um resultado negativo ou indesejável em seu desenvolvimento. Ademais, os fatores de risco podem ser entendidos como estáticos, na medida em que existem como perpetradores do risco, tais como pobreza ou abandono, ou vistos como processos, na medida em que avaliam o impacto estressor causado pelas situações de risco. Isso significa, portanto, que fatores de risco terão impactos e poderão ter impactos diferentes em pessoas diferentes, e ainda que sua influência não necessariamente se dará da mesma forma ao longo de toda a vida do sujeito (KOLLER, 2005).
Quando se trata de bebês e crianças pequenas, os fatores de risco estão principalmente ligados à dinâmica familiar, a genética e ao local em que vivem - podem estar presentes tanto em características individuais como ambientais (MASTEN; GAMERZY, 1985 apud KOLLER). Crianças que nascem em famílias abusivas, que sofrem negligências ou que não conseguem desenvolver um bom vínculo com cuidador (no geral, com a mãe), estão mais propensas a sofrer prejuízos em seu desenvolvimento. Da mesma forma, crianças com condições genéticas desfavoráveis, tais quais síndromes, também podem estar mais sujeitas a desenvolver aspectos negativos.
No entanto, Koller (2005), defende que para que os fatores de risco atuem sobre o indivíduo, também é necessário que o mesmo esteja numa posição de vulnerabilidade, tema que também será tratado em breve. Em contrapartida, o indivíduo estará mais protegido dos fatores de risco na medida em que desenvolve fatores de proteção e resiliência, temas que também serão abordados em breve. 
Para Koller (2005) a vulnerabilidade pode se dar como um fator inato ou adquirido, que se apresenta como um traço latente e que só pode ser observado na interação com o meio. Segundo Masten e Gamerzy apud Koller, a vulnerabilidade está relacionada à uma predisposição individual que pode aumentar as chances de um fator de risco impactar negativamente no desenvolvimento do sujeito. Abramovay apud Guareschi et al, por sua vez, defende que "a vulnerabilidade social é definida como situação em que os recursos e habilidades de um dado grupo social são insuficientes e inadequados para lidar com as oportunidades oferecidas pela sociedade." Assim, segundo Ayres apud Guareschi et al, a vulnerabilidade social se apoia na falta de acesso aos bens materiais e de serviço que poderiam suprir aquilo que impõe a vulnerabilidade ao sujeito.
É, no entanto, na presença de fatores de risco que os fatores de proteção emergem. Para Cowan & cols apud Koller, os fatores de proteção são aqueles que minimizam as chances de que um resultado negativo aconteça diante de um fator de risco, diminuindo sua incidência e gravidade. Koller (2005) defende que os fatores de proteção, ao interagir com os fatores de risco, podem modificar seus efeitos. A autora ainda afirma que os fatores de proteção auxiliam os indivíduos e, aumentar as chances de conseguir bons resultados ao interagir com o meio.
Segundo Gamerzy e Masten apud Koller, identificam-se os seguintes grupos de fatores de proteção: características individuais, coesão familiar e apoio afetivo e o apoio social externo.
Para abordar o termo resiliência, é necessário adentrar aos domínios das ciências humanas e da saúde, o conceito de resiliência faz referência à capacidade do ser humano responder de forma positiva às situações adversas que enfrenta, mesmo quando estas comportam risco potencial para sua saúde e/ou seu desenvolvimento. Esta capacidade é considerada por alguns autores como uma competência individual que se constrói a partir das interações entre o sujeito, a família e o ambiente e, para outros, como uma competência não apenas do sujeito, mas, também, de algumas famílias e de certas coletividades. Trata-se, portanto, de um fenômeno complexo, atrelado à interdependência entre os múltiplos contextos com os quais o sujeito interage de forma direta ou indireta e sobre o qual incide diferentes visões.
Sem dúvida, resiliência é um conceito importante, com múltiplas possibilidades de aplicação, uma vez que pode contribuir para maior compreensão acerca do processo de produção de saúde que se desenrola em meio à aparente desorganização provocada, muitas vezes, pelas adversidades com as quais os seres humanos se deparam ao longo de sua existência. Principalmente em termos de desenvolvimento humano, a resiliência ajuda a explicar porque algumas crianças expostas a situações de risco são suscetíveis de manifestar problemas emocionais e comportamentais e outras não.
De uma forma geral, Walsh (1998) considera que a resiliência implica mais do que meramente sobreviver à situação adversa ou escapar de alguma privação. Representa uma contraposição à ideia de que os sujeitos que crescem em ambientes adversos estão fadados a se tornarem adultos com problemas. Para exemplificar, é existente a ideia de que os sobreviventes de experiências catastróficas não são necessariamente pessoas resilientes, alguns deles podem centrar suas vidas em torno das experiências negativas que vivenciaram, negligenciando outras dimensões de seu viver, enquanto que as pessoas resilientes desenvolvem certas habilidades que lhes possibilitam assumir o cuidado e o compromisso com sua própria vida.
Rutter (1999) refere-se à resiliência como uma relativa “resistência” manifestada por algumas pessoas diante de situações consideradas potencialmente de risco psicossocial para seu funcionamento e desenvolvimento. Segundo o autor, justamente esse caráter relativo é que faz com que o fenômeno seja observado em algumas circunstâncias, mas em outras não, dependendo da etapa do ciclo vital na qual o sujeito se encontra quando enfrenta a adversidade e o domínio examinado no estudo. Pela mesma razão, fica excluída a possibilidade de se pensar a resiliência como um construto universal aplicável a todas as áreas do funcionamento humano, pois se as circunstâncias mudam, a resposta da pessoa também pode ser modificada.
Já Garmezy (1993) concebe a resiliência como a capacidade de recuperar o padrão de funcionamento após experienciar uma situação adversa, sem que, no entanto, deixe de ser atingido por ela. Esta concepção está associada à ideia de que a pessoa resiliente, vivendo sob uma situação de ameaça ao seu bem-estar, pode se curvar, perder suas forças e ainda se recuperar. A ênfase nesta capacidade do sujeito para retomar os padrões de comportamento habituais que possuía antes de vivenciar a diversidade pressupõe que ela funcionava relativamente bem ao se deparar com a situação negativa e somente a partir deste momento passa a ter dificuldades, mas que algo se produz, levando-a a recuperar sua forma.
2º) Dentre as histórias apresentadas acima, escolha2. Para cada história:
1. Identifique e apresente um breve resumo da história (1° história)
Esse documentário mostrou a realidade de sete crianças em diferentes lugares do mundo, com realidades que muitas vezes passam despercebidas aos nossos olhos e quando notada, às vezes, julgamos tão comum que não paramos para analisar de fato o que está acontecendo. 
No curta Bilú e João, são duas crianças que moram em São Paulo e saem pela cidade com o intuito de juntar materiais recicláveis para vender no ferro velho para ajudar sua família a construir uma casa de tijolos em meio a favela. Depois de passarem dois dias fora de casa e vivenciarem alguns problemas para juntar os materiais para vender e chegar no ferro velho e o encontrarem fechado, eles não se preocupam se seus familiares vão ficar preocupados pelo fato de já estarem a praticamente dias fora de casa, mas a preocupação que essas crianças demonstram é, em serem roubadas à noite levando o que eles demoraram para conseguir juntar na sua carroça. Isso mostra que é tão comum para os mesmos passar dias fora de casa, sem dar satisfação para os pais de onde estão, com quem estão ou até mesmo se já se alimentaram. Sendo rotineiro na vida deles, e onde podemos notar que não frequentam a escola, pois não tem tempo para estudar e ao mesmo tempo ajudar na compra dos materiais para a construção da casa. 
2. Fatores de risco: identifique, descrevendo cenas
De acordo com os pontos apresentados pelo autor Koller (2005), os fatores de risco que foram mostrados no curta de Bilú e João são, a ausência dos pais, a violência vivenciada no Mercadão de São Paulo pelo fato de João querer ajudar um comerciante com as compras quando alguns adolescentes aparecem relatando que aquele local pertence a eles e empurram João ao chão.
Outro fator é a questão de ambas crianças passarem a noite fora para conseguir uma quantidade maior de latinhas, papelão e outros materiais reciclados.
Posteriormente a questão de um veículo automotivo bater no carrinho de Bilú e João em uma avenida, o perigo de se ferirem em meio ao trânsito era extremamente grande.
3. Fatores de proteção: identifique, descrevendo cenas
Os fatores de proteção que ficam evidenciados no filme, citamos quando João vai em busca de materiais recicláveis e ele fala para Bilú ficar, como forma de proteção e ter sido designado à ele essa atividade. 
Posteriormente quando João apanha dentro do Mercadão e Bilú fica preocupada se o mesmo havia se machucado. Outro fator identificado no curta, quando Bilú dorme dentro do carrinho no Mercadão Municipal de São Paulo enquanto João jogava para ganhar dinheiro e ajudava os meninos com outras atividades, ali houve respeito e cuidado na relação entre eles.
4. Vulnerabilidade: aponte situações indicativas de…
Podemos identificar inúmeras cenas como vulnerabilidade social dentro do filme, a primeira é o local onde as crianças moram, o fato de estarem trabalhando e não terem acesso à escola.
A exclusão pela pobreza, quando saem em busca de materiais recicláveis dentro da cidade de São Paulo para ajudar na compra de tijolos para casa da família e até mesmo comprar o tênis desejado e o “bife com batata frita” que Bilú fala estar com vontade no final do curta.
5. Resiliência: aponte situações indicativas de...
 
Em todo o curta podemos identificar situações de resiliência, mesmo as crianças tendo uma vida difícil financeiramente, elas não passaram a fazer parte de atos criminosos diante da situação que enfrentam com a família, o que podemos dizer de demonstração de resiliência social. 
 A resiliência emocional esteve presente em todas as cenas, as crianças mesmo andando sozinhas por São Paulo encaravam de certa maneira como uma brincadeira, sempre sorrindo e interagindo um com o outro, vemos isso quando eles recolhem latinhas dentro do Mercadão e começam brincar fazendo “cesta” ao jogar as mesmas dentro do carrinho de mão.
1. Identifique e apresente um breve resumo da história (2° história)
Jesus Children of America faz parte do filme “Crianças Invisíveis” e foi dirigido por Spike Lee. O curta conta a história de Blanca, uma menina dos Estados Unidos que sofre bullying pelos colegas da escola em razão de ser portadora do vírus da AIDS, além disso, vive em uma situação econômica precária por seus pais serem dependentes químicos.
A história inicia-se com Blanca ao retornar da escola e encontrar os pais escondidos no banheiro para que possam inserir heroína sem a presença da filha. Logo em seguida, o primeiro momento que o filme apresenta a situação de saúde de Blanca, é quando a mãe a faz ingerir os coquetéis antiaids, pois a menina demonstra sinais preocupantes de saúde.
Assim, as demais cenas demonstram a situação econômica da família com o pai devendo o dono da mercearia, a falta dos coquetéis e Blanca pedindo para que o pai procure emprego. Além disso, o bullying é retratado na escola quando a menina é envolvida em uma briga à qual ocasiona acidentalmente um ferimento em sua testa, após isso, todos os demais alunos saem correndo com medo de contraírem o vírus, e a mãe da agressora vai até à escola exigir a expulsão de Blanca em razão de sua doença. Ao fim, Blanca passa a participar de um grupo de apoio para crianças portadoras do vírus da AIDS e enfim sente-se acolhida para falar de sua condição.
2. Fatores de risco: identifique, descrevendo cenas
De acordo com os tópicos apresentados por Maia e Williams (2005) os fatores de risco presentes na história são a negligência com o quase incêndio provocado pela mãe ao queimar a panela depois do uso da heroína; a violência psicológica existente na humilhação pelos colegas da escola a insultando de “filha da AIDS” e apelidando os pais da menina de “viciados”, e ao voltar da escola as demais colegas dizendo que os pais dela estavam presentes no vídeo “Thriller” do cantor Michael Jackson. Além disso, a violência também esteve presente na cena em que o lanche de Blanca é derrubado propositalmente por Laquanda no intervalo da escola.
 	Na história de Blanca há outros fatores de risco como a pobreza evidenciada na cena que o dono da mercearia cobra o pai da menina, quando não há mais coquetéis para ela manter-se bem, e com o desemprego dos pais na cena em que ela diz que a enfermaria da escola tentou ligar para a casa da família, mas a conta de telefone não foi paga e com isso Blanca pede para o pai procurar emprego. Outro fator é a história dos pais que são dependentes químicos, apresentado, primeiramente, na cena em que estão escondidos no banheiro injetando a heroína.
 	A violência física está presente na cena em que Blanca é agredida por Laquanda no intervalo da escola, o que faz com que a mãe da agressora compareça à escola para solicitar a expulsão da vítima em razão desta ser portadora do vírus da AIDS, este sendo outro fator de risco, pois afeta a saúde da menina.
3. Fatores de proteção: identifique, descrevendo cenas
Segundo a teoria de Garmezy apud Maia e Williams (2005), os fatores de proteção como características da família foram evidenciados no filme, pois mesmo que os pais da menina sejam dependentes, houve respeito e afeto na relação entre eles, como na cena em que a mãe quando quase incendiou o apartamento deitou-se no colo da filha pedindo desculpas e esta diz que está tudo bem, como também na cena em que Blanca descobre a verdade sobre a dependência dos pais e chora por não querer morrer, imediatamente os pais correram para consolá-la e confortá-la na situação desesperadora em que ela se encontrava.
 	Assim, torna-se muito perceptível as cenas em que a família é sinônima de proteção, no momento em que a mãe exige os coquetéis que já tinha mandado o marido comprar para a Blanca, na situação de quando não conseguiu preparar o almoço para a filha pediu para comprar lanche para que ela pudesse se alimentar, e também com a relação dos pais evitando discutir e fazer uso das substâncias na presença da filha.
 	Há outras influências positivas como fatores de proteção na vida de Blanca, notam-sequando o dono da mercearia a protege das outras colegas que estavam a insultando, assim como a diretora a defendeu da mãe de Laquanda e o cuidado e bondade da enfermeira ao atendê-la depois de todos terem fugido dela após ser agredida por Laquanda.
 	Outro fator de proteção é o acesso à escola, visto que mesmo com todas as dificuldades enfrentadas pela família eles ainda demonstram interesse pela educação da filha, como quando Blanca chega em casa e a mãe pergunta como foi o dia da filha na escola. Além disso, o grupo de apoio que Blanca passa a frequentar torna-se mais uma influência positiva para a menina.
4. Vulnerabilidade: aponte situações indicativas de…
No curta, Blanca apresentou vulnerabilidade quando brigou na escola com Laquanda, pois aquela era uma situação de risco e a menina reagiu com agressividade assim como Laquanda, e apenas parou quando passaram a chamá-la de “filha da AIDS” no momento que esta teve um corte na testa.
Outro momento de vulnerabilidade foi quando ela jogou uma lata no pai ao ouvi-lo dizer o que todos na escola falavam a seu respeito: os pais eram dependentes químicos. Esta situação a fez reagir de maneira negativa ao tentar agredir o pai, logo, passou a chorar e desesperar-se dizendo que não queria morrer.
Dessa forma, também foi evidenciado no filme outra situação que também demonstra vulnerabilidade, quando a menina fingiu tomar os coquetéis que a mãe lhe mandou, com isso, ela apresentou um comportamento negativo na presença de um fator de risco: ser portadora do vírus da AIDS.
5. Resiliência: aponte situações indicativas de…
As cenas de resiliência evidenciadas no filme são muitas, como o grupo de apoio já que Blanca procura ajuda para lidar com a situação que se encontra, isto é, procurou uma forma de superar o fator de risco – a doença – através de um comportamento adequado. Assim como também não passou a fazer uso de álcool e/ou outras substâncias e não se envolveu em atos criminosos em razão da situação que enfrenta com a família, uma demonstração de resiliência social.
 	A resiliência emocional esteve presente em todas as cenas com a mãe, principalmente quando a mãe a colocou em risco ao queimar a panela por estar sob efeito de droga, e mesmo assim Blanca apresentou empatia com a condição da mãe e disse que estava tudo bem.
Outro momento de resiliência identificado foi logo no início do filme em que a menina está conversando com Laquanda e outras colegas ao voltar para casa, isto é, ela já sofria humilhações com as mesmas colegas e mesmo assim demonstrou-se disposta a conversar – e talvez perdoar – apesar de todas as violências sofridas até então, neste momento Blanca exibe autoestima positiva e um leve sentimento de autoeficácia ao “ganhar” a discussão.
3º) Comentários do grupo sobre o filme “Crianças Invisíveis” e a análise realizada.
O filme conta com sete histórias em sete realidades diferentes, cada qual apresenta fatores de riscos diversos, com uma das histórias apresentando as consequências na vida adulta, também observarmos a diferença na direção de cada curta, por isso uma análise deve ser feita por partes de cada curta em questão.
O primeiro curta se situa em Burkina Faso e tem como protagonista Tanza, apresentando a realidade das crianças soldados, crianças sequestradas de seus pais ainda pequenos e colocadas em unidades de combate de crianças, onde são doutrinadas a uma obediência cega aos comandantes. O curta apresenta Tanza com um grupo pequeno que escaparam da suas unidades, liderados por um outro mais velho. Podemos observar que Tanza e seu grupo passam por um vilarejo destruído e que aquele é o vilarejo de sua origem, quando ele entra em sua antiga casa e vemos os esconderijos na parede, um contendo um estilingue e o outro seus lápis escolares. 
Ao longo da narrativa também vemos a tentativa de captura do grupo e a morte de um de seus membros, além de sabermos posteriormente que Tanza está como desertor a mais de um ano e a alta taxa de mortalidade, observamos o distanciamento de Tanza em relação aos outros do grupo como uma defesa, igual podemos observar em veteranos uma atitude indiferente a novos membros de suas unidades, para evitar vínculo emocional com alguém que provavelmente irá morrer em breve. Ao final, Tanza recebe a missão de plantar uma bomba em uma sala de aula e nesse momento a criança é confrontada com sua realidade, seus desejos e anseios, como podemos observar quando Tanza aponta o explosivo para várias direções tentando destruir seu passado como aluno (ou um passado que gostaria que tivesse ocorrido), porém ao se deparar com três questões na lousa, o mesmo cede e responde às três questões corretamente e após isso ele se senta próximo e desativa o artefato, deitando sua cabeça nele, demonstrando claramente seu desejo de retornar à vida de uma criança normal.
O próximo curta nos apresenta a realidade de um reformatório na Sérvia, tendo o jovem cigano Uroš Petrović como protagonista prestes a sair da custódia do estado e retornar à sua família, inicialmente a perspectiva de Uros é sair e ir morar com seu tio que tem uma barbearia, porém em seus últimos dias no reformatório ele não demonstra empolgação igual aos seus colegas também prestes a sair, após temos um ato que nos apresenta o núcleo familiar do protagonista, com um elaborado esquema da mãe e padrasto para furtos, usando seus numerosos irmãos e irmãs tocando música enquanto alguns deles furtam carteiras e relógios. 
Durante a apresentação de coral no dia de sua saída, vemos seu padrasto entrando, fato que podemos perceber no semblante de Uros que o garoto está temeroso a sair dali, e durante o percussor para o acampamento, ficamos sabendo o motivo do interesse do padrasto em usar Uros para mais crimes, além da extrema violência que ele usa para intimidar toda a família, temos outra vez o garoto sendo atingindo por uma garrafa na cabeça e obrigado a roubar o dinheiro dentro de um carro, temendo ser novamente agredido, ele rouba até que o proprietário do veículo o vê e inicia-se uma perseguição. 
Nesse momento, o jovem Uros vê uma brecha e se evade na direção oposta de sua família: retorna ao reformatório, local que ele julga ser o mais seguro e com estrutura para ele, comparado ao retornar à sua família.
O próximo curta se passa nos EUA e observamos a vida de Blanca, uma jovem garota aparentemente “normal”, ao chegar em seu apartamento depois da escola, somos apresentados à sua realidade com seus pais usando heroína no banheiro - um veterano da primeira guerra do golfo pérsico e uma dona de casa - com Blanca quase vendo o uso, após o incidente sabemos que ela e seus pais tem HIV e apenas seu pai se recusa a fazer o tratamento, porém também observarmos que a própria Blanca é ignorante da sua própria condição já que seus pais não falaram com ela sobre sua sorologia, e definem assim, os coquetéis antiaids como simples vitaminas, o que agrava a situação da menina não gostar de tomar o coquetéis, piora a debilitação de sua saúde. 
Enquanto seu pai sai a contragosto para buscar mais medicamentos para a filha, sua mãe quase tem uma overdose enquanto deixa o macarrão no fogão, Blanca não percebe o ocorrido já que estava vomitando no banheiro; seu pai retorna e encontra a esposa desmaiada na mesa e rapidamente a socorre e esconde a agulha da presença da filha. No dia seguinte, Blanca tem uma briga com outra garota e acaba ferindo a testa, além de ser extremamente hostilizada pela maioria dos outros alunos por causa de seus pais viciados e da sorologia positivo de HIV. 
Após o acontecimento, vemos a mãe da outra garota em uma discussão acalorada com a diretora querendo que Blanca seja expulsa e isolada, além de exigir o resultado dos exames médicos da menina cuja a diretora se recusa de forma clara e profissional. Insatisfeita, a mulher vai até Blanca e começa uma série de acusações contra a garota. Quando Blanca retorna para sua casa ouve uma discussão de seus pais na qual podemos observar que foi seu pai que transmitiu HIV à sua mãe após retornar da guerrae passar a usar drogas injetáveis e a ter uma vida sexual promíscua. Assim, Blanca tem-se um confronto de realidade da situação que se encontra, após esse choque, temos seus pais levando Blanca até um grupo de apoio a jovens portadores de sorologia positiva para HIV e a garota percebe que não está sozinha nessa situação após ouvir alguns relatos de outros jovens do grupo.
O próximo curta nos mostra a vida de Bilú e João, duas crianças do Brasil que moram em São Paulo e recolhem reciclagem. Os dois levam algumas latinhas para vender e João ao observar os valores pagos a outro garoto, resolve alugar uma carroça para conseguir acumular mais material para a venda, a dupla então sai a procura pela cidade, vale mencionar que apenas João foi dado a tarefa de ir até o ferro velho vender as latinhas por um preço maior e Bilú o seguiu. 
A dupla após o restante da tarde chega até uma feira para apanhar bastante materiais recicláveis, João é hostilizado por outros dois garotos coletores por acharem que ele estava pegando o ponto delesi, após um breve tempo de desânimo pelo ocorrido e perder todo dinheiro que recebeu da venda anterior, eles recebem uma laranja de um feirante e vão observar uma apresentação de rua, enquanto observam a cantoria, Bilú observa um homem arrumando uns caixotes e tem a ideia de montar um mesa de futebol de pregos, os dois então percebem o sucesso do jogo e alugam por R$ 0,25 centavos a partida para outras pessoas enquanto ficam livres das hostilidades momentaneamente. 
João leva um comprador até ao feirante da laranja e consegue mais serviços ali, eles passam a madrugada e no outro dia vão retornar ao ferro velho, tendo que pegar um caminho mais longo por estarem com a carroça, eles vão pela rua e um carro quase os acertam, fazendo João desviar a carroça e estourar um dos pneus. Um motoboy os ajudam e João vai até uma borracharia para consertar o pneu.
Eles chegam ao ferro velho após o horário de funcionamento por quinze minutos e tentam chamar o dono do local. Depois de algumas tentativas um caminhão chega e a dupla não perde a chance e adentram ao local conseguindo assim vender toda reciclagem pega de sexta até sábado. Mesmo com os descontos pelo aluguel da carroça, pelo pneu e pelo papelão estar molhado, eles também aprendem durante a negociação da venda sobre as variações do preço pela queda do dólar, após isso a dupla retorna para casa exaustos no final da tarde e planejam retornar no outro dia para alugar a carroça outra vez e conseguir mais dinheiro, para poderem comprar a batata frita que Bilú queria.
O próximo curta é ambientado no Reino Unido e tem como protagonista Jonathan, que é um fotógrafo de guerra que aparentemente sofre de TEPT (Estresse Pós-Traumático) causado pelos diversos horrores que vivenciou em suas coberturas, sua esposa parece não se importar muito com a aflição do marido que está receoso de retornar ao trabalho e questiona se o seu trabalho faz alguma diferença. 
Após sair para fumar, escuta vozes o chamando, ao as seguir, Jonathan se depara com dois amigos em um barco e mergulha no rio para alcançá-los, ele aparenta ter voltado a ser uma criança, na qual podemos especular que seja um mecanismo de defesa que ele criou para lidar com o trauma. Após revisitar uma zona de conflito, ele parte de volta com seus amigos.
O próximo curta segue Ciro, que mora em Nápoles, na Itália. A narrativa se divide entre o passado e o presente de Ciro, primeiro vemos que sua mãe não o queria mais em casa e depois vemos que ele agora mora na rua e vive de furtos, quando ele e seu amigo roubam um relógio. Também somos apresentados à opinião pública dividida sobre o que fazer com o aumento de roubos e furtos cometidos por crianças na cidade, vemos também que antes de Ciro sair de casa ele já havia pensando em suicídio. 
Após escapar de um cachorro que o persegue após ao furto do relógio, o garoto encontra-se com seu amigo para revenderem o relógio. Ao negociar com o receptor em um parque de diversões, vemos que ele exigiu fichas para as atrações do parque, seu amigo escolhe um brinquedo mais voltado aos adolescentes e Ciro vai para o carrossel e o deixa ligado, apesar de não entrar nele, seu amigo o chama continuamente para se juntar e reclama da escolha de Ciro que apenas fica em silêncio o tempo todo ao escutar o brinquedo e apenas sorri, demonstrando que ele ainda se via como uma criança e desejava por agir como tal outra vez, poderíamos considerar que aquele era o único momento que ele deixava-se sentir como criança outra vez, ao invés de manter a imagem mais séria e dura necessária para sua sobrevivência nas ruas.
O último curta se passa na China e nos apresenta Song Song e Gatinha, duas garotas em extremos do mesmo espectro. Primeiramente somos apresentados à Song Song, filha de um casal com bastante poder aquisitivo que está passando por uma separação depois da descoberta da mãe sobre o marido ter engravidado uma amante. Apesar de todos os recursos financeiros podemos observar que Song Song é ignorada pelos pais e não aparenta receber qualquer afeto de ambos, sendo usada como item durante a separação dos pais. 
Durante um percurso com sua mãe, observamos Song Song tentar resolver a situação de seus pais ao falar que ela gostaria de um irmãozinho, já que pelo entendimento dela, os pais brigaram por isso e ela aceitando um irmão tudo se resolveria, porém, a mãe ainda extremamente magoada responde que ela nunca mais deveria falar disso, logo após Song arremessa sua boneca preferida pela janela do carro, outra vez tentando agradar a mãe para ela ficar bem. 
Nesse ponto se inicia a narrativa de Gatinha, uma órfã achada no lixo por um senhor extremamente pobre que resolve cuidar do bebê mesmo sem condições, o ancião encontra a boneca no mesmo lugar que havia encontrado Gatinha anteriormente e com isso, a leva para casa como um presente. Vemos que Gatinha mora em um cortiço com seu avô, porém ela demonstra muita alegria e bondade, além de bastante preocupada com a saúde do avô. Também descobrimos que ela tem um problema na perna e por isso anda com dificuldade, e é apresentado o plano do avô de juntar dinheiro para conseguir colocá-la em uma escola. 
Enquanto ambos no dia seguinte vão a um mercado conseguir restos de alimentos, o avô é atropelado ao tentar recuperar um lápis na rua, Gatinha não consegue encontrar seu avô que vem a falecer. Após esse acontecimento ela vai parar junto de uma nova família, que na verdade, apanha crianças abandonadas para usar como vendedores de flores sob ameaças e agressões, como vemos quando o homem deixa uma das crianças sem comida e bate nela por não ter vendido nada no dia. Nesse ponto Gatinha está se habituando à nova vida e conserta o braço de sua boneca e arruma para dividi-la com todas as demais crianças exploradas junto à ela. Em contraste com Song Song que destrói toda sua coleção de bonecas caras e parece mais negligenciada. 
Temos então Gatinha e seus irmãos adotivos indo vender as flores, momento posterior a mãe de Song Song sai com a filha afirmando que estava levando a garota para brincar, no qual ambas as protagonistas encontram-se no trânsito. A mãe de Song Song fecha o vidro quando Gatinha se aproxima para tentar vender uma rosa no semáforo, com isso, a jovem tenta vender para um homem do outro lado, o qual a agride e a derruba duas vezes, nesse momento Song Song reconhece a boneca e Gatinha se aproxima, dando uma rosa para ela que parte ao seu destino, então somos apresentados ao plano da mãe de Song Song que era se suicidar atirando o carro em um rio junto com a filha, matando ambas. A atitude de brincar com a rosa faz com que a mãe desista do ato. Ao final temos Gatinha parando no portão de uma escola e imaginando quando ela conseguirá estudar como seu avô tanto desejava e o quanto ele ficaria feliz por isso.
Ao todo o filme apresenta diversas situações de risco, em diferentes culturas e condições sociais, além de diferentes tipos de reações dos personagens, como na clara resiliência dos protagonistas brasileiros. Também é interessantepontuar que na história chinesa, uma das protagonistas é extremamente bem amparada financeiramente, deixando claro que o fator econômico não é excludente para fatores de risco, vale pontuar também os efeitos traumatizantes que o personagem britânico apresentou. De modo geral, o filme nos apresenta os fatores de risco deixando claro que eles são universais, não importando gênero, raça, condição econômica ou crenças, além dos fatores serem extremamente diversos e as reações também variarem ao nível da resiliência da criança, como notamos na segunda protagonista chinesa Gatinha. Percebemos a extrema importância da resiliência na vida e desenvolvimento das crianças, impactando a qualidade de vida além de sua visão de mundo ao longo da vida.
BIBLIOGRAFIA: 
CRIANÇAS INVISÍVEIS. Crianças Invisíveis - Dublado - Português. 2013. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=IxmBRrbEhFA&t=2090s. Acesso em: 13 out. 2020.
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http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-42812007000100003.
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